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Belém
2022
GEYSIANE PINHEIRO COELHO
GILDILANE PINHEIRO CORRÊA
MARIA MARTA DA SILVA MIRANDA
Belém
2022
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus por ter me ajudado até aqui, por ter feito com
que tivesse forças para não desistir, pois não foi fácil, principalmente no período da
pandemia, mas graças a Ele consegui concluir minha graduação.
Aos meus pais e meu filho que me deram forças,
À nossa orientadora Profa Dra. Ana D’arc Martins de Azevedo que nos acompanhou
nesta caminhada.
À todos os outros professores que me ajudaram na aquisição de conhecimento.
Às minhas companheiras de equipe, sempre estivemos dando forças uma para outras e
conseguimos concluir esta etapa tão importante em nossas vidas.
Por fim, à Brenda e ao Kamilo Nagem (In memoriam), que sempre me ajudaram quando
precisei de auxílio.
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Resumo
O papel do lúdico nas atividades educativas da educação infantil foi o tema escolhido
para nortear este trabalho, buscando uma resposta para a seguinte pergunta: como o
lúdico pode ajudar nas atividades educativas na educação infantil? Apesar de ser um
assunto muito comum, ainda há tabus a serem quebrados acerca do lúdico, pois alguns
pais e professores ainda veem este recurso como sendo algo voltado apenas para a
distração das crianças, sem fins metodológicos. Dessa forma, os objetivos específicos
deste trabalho foram compreender o conceito do lúdico na Educação Infantil, descrever
os mecanismos de ensino através do lúdico e demonstrar como o lúdico pode ajudar no
processo de aprendizagem na Educação Infantil. Os principais autores escolhidos foram
Jean Piaget, Maria Cristina Rau, Tizuko Kishimoto e G. Brougère. Como metodologia
utilizou-se revisão bibliográfica. Os resultados encontrados apontam o lúdico possui
grande importância para o desenvolvimento pessoal e intelectual das crianças.
Abstract
The role of play in educational activities in early childhood education was the theme
chosen to guide this work, seeking an answer to the following question: how can play
help in educational activities in early childhood education? Despite being a very
common subject, there are still taboos to be broken about the ludic, as some parents and
teachers still see this resource as something aimed only at distracting children, without
methodological purposes. Thus, the specific objectives of this work were to understand
the concept of playfulness in Early Childhood Education, describe the teaching
mechanisms through playfulness and demonstrate how playfulness can help in the
learning process in Early Childhood Education. The main authors chosen were Jean
Piaget, Maria Cristina Rau, Tizuko Kishimoto and G. Brougère. As a methodology, a
bibliographical review was used. The results found point out that play is of great
importance for the personal and intellectual development of children.
1 Introdução
descobertas que lhe permitirão preencher as lacunas não respondidas sobre sua própria
espécie e o universo circundante.
Pautando-se no objetivo de diversificar as possibilidades da linguagem e da
criatividade acredita-se que o lúdico é uma ferramenta na construção do conhecimento,
onde a possibilidade de acerto e erro é trazida à tona, visto que o conhecimento exige do
trabalhador no esforço de construção, mas também experiência, para vivenciar livre e
agradavelmente o próprio conhecimento, o qual não deve limitar-se somente a si
mesmo, é necessário expandir para o mundo.
Diante disso, segundo Wajskop (2012), desde os primórdios via-se a brincadeira
como sendo um mecanismo voltado também para o ensino, entretanto, somente após a
quebra do pensamento romântico é que se passou a dar valor à importância do brincar,
isto porque, tempos atrás a sociedade tinha uma visão da brincadeira como sendo um
modo de se negar ao trabalho, sendo a definição de desrespeito pelo que se tinha como
sério. E, apesar do passar dos anos, o lúdico ainda não possui uma definição clara
perante a sociedade.
A ação que as crianças desempenham enquanto colocam em pauta as regras do
jogo, ao adentrar no meio lúdico, caracteriza a brincadeira. Desse modo, compreende-se
que o lúdico pode ser considerado ação (KISHIMOTO, 2011). Ao ir além, buscando
compreender a brincadeira como sendo um fator social, torna-se possível compreendê-la
como um espaço favorecido para o entrosamento infantil e de constituição do sujeito-
criança, como sujeito humano, produto e produtor de história e cultura.
O ato de brincar se resume ao faz de conta dentro de uma brincadeira, sendo ela
protagonizada ou até mesmo aquela em que se faz uso de papeis como elemento para
atividade do brincar configura o conceito de brincadeira. Porém, o mais importante
neste ponto é o papel que as crianças assumem e que revela e permite, ao mesmo tempo,
a inserção de regras e da fantasia, do imaginário por meio dos gestos e ações. Além
disso, pode-se classificar o brincar (lúdico) brincadeiras convencionais, jogos de regras
e jogos de construção (WAJSKOP, 2012).
Com os avanços tecnológicos, a utilização da ludicidade no processo de
aprendizagem apresenta um grande papel, pois permite que o educador estimule as
habilidades de seus alunos, fazendo com que este se envolva em tudo o que faz de
forma significativa.
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1.1 Tema
Para tanto, não basta apenas entregar um brinquedo na mão de uma criança, é
necessário mostra-lo o que pode trazer para seu crescimento intelectual, social, etc,
sendo preciso que o professor esteja preparado para transformar brincadeiras em algo de
relevante aprendizado. A ludicidade pode ajudar no processo educacional, mas o
professor necessita estar apto para saber trabalhar.
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1.2 Justificativa
O lúdico ainda é visto, por algumas pessoas, como uma brincadeira, sem fins
metodológicos, entretanto, muitos autores explicitam que o ato de brincar é importante
meio para o processo de ensino-aprendizagem, de modo que, ao inseri-lo neste contexto
permite que os alunos aprendam de modo mais dinâmico, desenvolvendo não somente a
imaginação, mas também o desenvolvimento intelectual.
Além disso, o ato de brincar fortifica o exercício das relações sociais, dentro e
fora da sala de aula, fortalecendo o vínculo do educador e o educando. Os jogos fazem
parte do patrimônio cultural da sociedade, traduzem os valores e costumes, assim como
o modo de pensar. Para isso, faz-se necessário que o educador estabeleça metas e
objetivos a serem alcançados, e as regras a serem seguidas. Os jogos e brincadeiras
oferecem às crianças a oportunidade de ser um sujeito ativo, de construir seus próprios
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conhecimentos e de torná-las cada vez mais independentes frente aos estímulos do seu
meio.
Por segundo, o fato de que, apesar de ser uma metodologia bem aceita por parte
das crianças, por se ter estudos que comprovem a sua eficácia, ainda há não apenas
certo receio de se trabalhar, mas também, tanto por parte dos docentes como pelos pais,
pois muitas vezes estes veem o lúdico como uma simples forma de brincar, sem se
atentar ao fato de que através dele as crianças tornam-se mais atentas e têm mais
vontade de participar de atividades.
1.3 Problematização
maneira mais satisfatória e envolvente, por mais que se coloquem regras nas
brincadeiras.
Desse modo, um ponto a se preocupar é com o preparo dos docentes, isto porque
estes devem estar em constante aprendizado e evolução, buscando sempre novas
técnicas para usar em sala de aula e, consequentemente, ganhar seus alunos. Entretanto,
muitos docentes não dão essa continuidade constante, permanecem com a sua formação
e só. Também se ressalta o papel das instituições, pois estas, pensando no lúdico como
proposta metodológica acham que são simples brincadeiras, acabam não dando a devida
importância.
Usar o lúdico não é enrolar o aprendizado, mas sim reforçar. Uma aula com
quadro, caneta e lápis, o falatório do professor, não é a mesma coisa que uma
brincadeira com o mesmo propósito, de certo os alunos irão se interessar pela segunda
opção.
Portanto, a discussão deste tema possui o objetivo de reforçar e até mesmo fazer
com que as pessoas vejam o lúdico não sendo apenas um instrumento do ato de brincar,
mas também um ponto primordial para a construção do conhecimento, fazendo com que
seu público-alvo tenha interesse em aprender, além de ter a intenção de servir como
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Diante disso, o presente trabalho busca a resposta para uma pergunta específica,
isto é, a investigação da resposta para a seguinte questão: Como o lúdico pode ajudar
nas atividades educativas na educação infantil?
1.4 Objetivos:
Específicos:
2 Metodologia
das formas e imagens, símbolos para serem usados. Desse modo, torna-se útil considerar
o brinquedo não somente a partir de sua dimensão funcional, mas também, a partir
daquilo que podemos denominar sua dimensão simbólica.
E, durante o ato de brincar, a crianças pode fazer uso de recursos próprios
utilizando o corpo como fazer caretas, correr, pular, fazer gestos, e ao mesmo tempo em
que associa com os recursos que se encontram disponíveis no ambiente, trazendo para o
contexto, situações vivenciadas por ela ou por outras pessoas (imitação), ou seja, se uma
criança vê um adulto ou outra criança brincando de ou com algo ela irá observar e tentar
reproduzir da sua maneira pelo simples fato de ter-se encantado com aquilo que viu,
construindo assim novos significados, e aprendendo a compreender e separar aquilo que
mais convém à ela. Para esclarecer esta ideia, Oliveira (2000, p. 55) cita Pedroza, ao
afirmar que:
As crianças constroem suas brincadeiras recortando pequenas
ações das outras, ajustando-se a elas, quer seja repetindo-as
integralmente ou parcialmente, quer seja acrescentando-lhes
algo e, até, substituindo parte delas. Cada uma das crianças
parece fazer uma „previsão‟ do que é brincadeira e age nessa
direção, mas a cada instante é confrontada com as ações, das
outras crianças e o efeito de suas próprias ações.
E na próxima vez que for brincar vai se lembrar de tudo que aprendeu, além
disso, cada uma tem o seu jeito de brincar, assim como umas gostam de chutar, outras
preferem jogar a bola com as mãos, assim os gostos vão se formando.
Voltados para essa questão e inseridos ao longo da história, diversos autores
apresentaram interesse, de modo direto ou não, sobre o brincar, o jogo, o brinquedo e a
brincadeira. E tais termos ainda são objeto de muito estudo em variadas áreas do
conhecimento como a filosofia, a psicologia, a sociologia, a antropologia e a pedagogia.
Entretanto, em tempos anteriores, a atividade lúdica não se voltava somente para a
infância, mas para todas as fases e idades, de modo que, filósofos como Platão e
Aristóteles viam o brinquedo/brincar como um meio para a ideia de estudo ao prazer
(WAJSKOP, 2012).
A ludicidade permite que os participantes dos jogos e das brincadeiras sejam
quem eles quiserem, ou seja, podendo ser um líder, um crítico, mediador ou um
questionador, trabalhando todos os aspectos (motor, social e afetivo). Todavia, para
Antunes (2003) é necessário que os jogos e brincadeiras utilizados pata fins
metodológicos sejam estudados, pois há alguns tipos que podem acabar se tornando um
desestimulante para a criança.
Atualmente há um consenso acerca do lúdico como sendo um agente para o
aprendizado no ensino, pois por meio dele pode-se criar ambientes bastante atraentes e
estimulantes para o desenvolvimento como um todo das crianças, confirmando o que
fora mencionando anteriormente, por isso há em diversos lugares brinquedotecas,
diversos jogos com fins educativos e brinquedos especialmente voltados para o lado
pedagógico (EDUCA BRASIL, 2022).
O uso dos jogos nas escolas como um método didático faz com que os alunos
compreendam melhor os conteúdos ministrados, pelo fato de possibilitar que consigam
comparar o real e o imaginário. Em algumas disciplinas, a utilização do lúdico tem se
tornado uma ferramenta motivacional para docentes e alunos, pois além de ajudar na
compreensão dos assuntos, faz com que as aulas sejam mais dinâmicas e prazerosas, e
consequentemente reduz a falta de atenção e motivação dos alunos (DE SOUZA
GUIMARÃES, et al. 2019).
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O jogo simbólico ou o jogo de faz de conta mostra-se como um objeto para que
a criança seja estimulada à fantasia, e esta ferramenta é primordial para o ganho de
autonomia, criatividade, exploração do mundo e de seus significados. O brincar pode se
mostrar como um meio para a expressão e de aprendizagem das regras da sociedade
(OLIVEIRA, 2011).
Segundo Leontiev (2014), a atividade lúdica é considerada como a principal
atividade nesse estágio de desenvolvimento da criança no período pré-escolar pelos
seguintes motivos: Se apresentam como a atividade pela qual os processos psíquicos
tomam forma ou são reorganizados; É no brincar, por exemplo, que se formam
inicialmente os processos imaginativos da criança; Atividade responsável qual
dependem, mais estreitamente, as mudanças psicológicas fundamentais da personalidade
infantil; É através da brincadeira que a criança, no período pré-escolar, se apropria, por
exemplo, das funções socais das pessoas e das normas de comportamento apropriado; É
a atividade sob cuja forma surge novas atividade e o motivo para isso está no processo e
não no resultado.
Quando se participa de um jogo, a criança elabora e reelabora o uso dos jogos
nas escolas como um método didático faz com que os alunos compreendam melhor os
conteúdos ministrados, pelo fato de possibilitar que consigam comparar o real e o
imaginário (DE SOUZA GUIMARÃES, et al. 2019)
O lúdico configura-se como uma ferramenta fundamental para o
desenvolvimento do ser humano, em especial as crianças, pois ajuda no processo de
socialização, na maneira de expressar e comunicar, e trazendo para o contexto
pedagógico, possibilita uma que os alunos tenham mais atenção e vontade de estudar,
compreendam melhor os conteúdos ministrados, e ao mesmo tempo ativa o sentido
imaginário e criativo, a memória, as regras e a interação com os demais alunos e os
docentes (AGUIAR, 2020).
Quando participa de um jogo, a criança elabora e reelabora suas
atitudes, organiza estratégias e pensamento, utiliza o raciocínio
e a memória. Expressa seus sentimentos de alegria na vitória e
frustação na perda, sozinha e junto aos seus colegas,
fortalecendo-se emocionalmente ao lidar com suas reações
emocionais, desenvolvendo o autoconhecimento, a autonomia e
a perseverança (RAU, 2011, p. 103).
O ambiente escolar deve ser acolhedor, pois isto possui relação direta com a
aprendizagem das crianças, de modo que as salas devem possuir materiais diversificados
que permitam a descoberta e incentive o pensamento, a criatividade e a imaginação em
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todas as disciplinas. Entretanto, não apenas a parte física necessita estar preparada, mas
deve haver planejamento para uma melhor adaptação das atividades lúdicas, tendo
objetividade em seu uso (MARTINS, 2018).
As atividades lúdicas reduzem as dificuldades e permitem uma maior e melhor
interação dos alunos tanto entre si como com os temas trabalhados (OLIVEIRA et al.,
2015). As práticas lúdicas se configuram como uma estratégia que proporciona um
ambiente harmonioso e agradável, de modo que, os alunos tornam-se participativos por
livre e espontânea vontade, pelo simples fato de fluir as aulas, além dos materiais serem
de baixo custo, pois tudo torna-se utilizado para o brincar (BARBOSA et al., 2014).
Os tipos de atividades lúdicas são infinitos e cada fase possui suas
particularidades, além disso, todas as matérias apresentam aberturas para trabalhá-la
com o brincar. O lúdico não se limita apenas ao deixar a criança brincar com um
brinquedo ou jogo sem fim metodológico, pois todo e qualquer jogo, mesmo que não
seja intencional, vai ensinar algo, o ato de trabalhar com esta metodologia abre um leque
de opções, como: pintar, desenhar, cantar, pular, correr, aprender os números e as cores
de forma diferente; aprender as formas, entre outras infinitas possibilidades.
Ademais, não há uma regra em relação aos tipos de jogos e suas respectivas
faixas etárias definidas, ou seja, uma mesma brincadeira trabalhada com crianças de 6
anos pode ser usada para trabalhar com crianças de 3, obviamente que algumas coisas
irão mudar, principalmente as regras. O lúdico se resume no ato de produzir,
transformar, inovar, e interagir com regras.
6 Considerações Finais
Referências