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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA

Actividade lúdica como factor determinante para a aprendizagem dos


alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108 Santa Terezinha do
Menino Jesus no município de Benguela

TRABALHO APRESENTADO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE


LICENCIADA EM ENSINO DA PEDAGOGIA

Autora: Maria Adriana Gonçalves Lopes

Benguela/ 2023

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO MARAVILHA

Actividade lúdica como factor determinante para a aprendizagem dos


alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108 Santa Terezinha do
Menino Jesus no município de Benguela

TRABALHO APRESENTADO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE


LICENCIADA EM ENSINO PRIMÁRIO

Autora: Maria Adriana Gonçalves Lopes

Orientadora: Maria do Céu P. A. da Silva (Ph.D.)

Benguela/ 2023

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AGRADECIMENTOS

A Deus pelo dom da vida, saúde e sabedoria;

A minha família, pelo apoio prestado, compreensão e encorajamento;

À minha orientadora e professora Maria do Céu P. A. da Silva pela excelente

orientação e apoio para a elaboração do presente trabalho;

A todos os meus amigos e colegas que me aqueceram o coração com palavras de

força e incentivo para que chegasse à meta com sucesso.

A todos, o meu muito profundo agradecimento!

III

3
SÍNTESE
O presente trabalho traz como tema actividade lúdica como factor determinante
para a aprendizagem dos alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108 Santa
Terezinha do Menino Jesus no município de Benguela. Tendo como problema de
investigação: de que modo a actividade lúdica representa factor determinante para
a aprendizagem dos alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108 Santa
Terezinha do Menino Jesus no município de Benguela? O objectivo geral visou
compreender de que modo a actividade lúdica representa factor determinante para
a aprendizagem dos alunos da 1ª classe na escola em estudo. A pesquisa é
essencialmente descritiva, com recurso a metodologia mista de índole quantitativa
e qualitativa. Para o alcance dos objectivos foram utilizados métodos teóricos como
o histórico-lógico, a pesquisa bibliográfica, o analítico-sintético e o indutivo-
dedutivo. Como métodos empíricos utilizou-se, o inquérito por questionário o
inquérito por entrevista e a observação, auxiliados pelo procedimento Matemático-
Estatístico.

Palavras-Chave: Actividade Lúdica; Factor determinante; Aprendizagem; Aluno.

4
ÍNDICE

AGRADECIMENTOS ............................................................................................. iii

SÍNTESE ................................................................................................................ iv

ÍNDICE .................................................................................................................... v

INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 7

CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................13

1.1. Definição de conceitos ................................................................................13

1.2. Evolução histórica sobre o conceito ludicidade ...........................................14

1.3. O professor do ensino primário e as actividades lúdicas ............................14

1.4. A actividade lúdica como recurso de aprendizagem ...................................16

1.5. Diferentes actividades lúdicas determinantes na aprendizagem dos alunos


..................................................................................................................17

1.6. Importância prática da actividade lúdica no processo de ensino-


aprendizagem do aluno ............................................................................18

CAPÍTULO II: METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO .........................................21

2.1. Tipo de investigação ...................................................................................21

2.2. Métodos e técnicas de investigação ...........................................................22

2.2.1. Métodos teóricos...................................................................................22

2.2.2. Métodos empíricos................................................................................23

2.3. Caracterização da escola em estudo ..........................................................24

2.4. População e amostra ..................................................................................24

CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS


RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO ...................................................................26

3.1. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do inquérito por


entrevista dirigido aos membros de direcção ...........................................26

3.2. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do inquérito por


entrevista dirigido aos professores ...........................................................26

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3.3. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do inquérito por
questionário aplicado aos pais e encarregados de educação ..................27

3.4. Apresentação, análise e descrição dos resultados das aulas observadas 27

CONSIDERAÇÕES GERAIS ................................................................................28

REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS .......................................................................29

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INTRODUÇÃO

A infância é a idade das brincadeiras. É um período na qual a criança se expressa,


manifesta as suas necessidades, angústias, desejos e interesses, sendo um meio
para a inserção das crianças na realidade onde estão inseridas e um momento
onde esta organiza e constrói o seu olhar sobre o mundo.

Como refere Bittencourt (2010, p.4), que “o impulso causado pelas manifestações
do jogo tem como característica a necessidade de criar, como acontece com os
artistas e as crianças, em um eterno ato de inventar e destruir, sem qualquer
preocupação moral”. A brincadeira é uma forma de aprendizagem, pois além de
promover a relação entre as crianças, é essencial para o seu desenvolvimento
social, emocional e cognitivo. É um momento onde a criança consegue viver o jogo
simbólico, representando momentos, experiências e situações da sua vida real,
seja familiar ou escolar. Através desta, a criança expressa-se, interage, aprende a
lidar com situações adversas, recriando-as e resolvendo-as/ultrapassando-as. É
nestes moldes que a brincadeira se revela, assim, um momento privilegiado para a
formação da sua personalidade.

Pensar em ensinar brincando é algo ainda confuso em nossa cultura, pois desde
os tempos mais antigos entende-se a brincadeira como um passatempo, coisa
inútil, sem valor, sem relevâncias. Até mesmo para muitos educadores, a
brincadeira é considerada algo que ocupa um espaço discriminado na sala de aula
ou, então, é utilizada meramente com propósitos educativos (Correia, 2011).
Entretanto, entendemos que, precisa-se pensar no lúdico como coisa séria, buscar
ver a fantasia, o lazer, o brincar como complemento das ações produtivas do
cotidiano, pois tudo que as crianças aprendem nos primeiros anos de vida é através
das brincadeiras que realizam. O lúdico é uma das necessidades básicas da
criança, é essencial para um bom desenvolvimento motor, social, emocional e
cognitivo.

Para Girardello (2011), é importante que a alfabetização não seja entendida,


simplesmente, como um momento de aprender a ler e escrever, mas também uma
maneira de vivenciar outras leituras de ver e interpretar o mundo. Desta forma, é
indispensável refletir sobre a importância do lúdico, de como os jogos e brincadeiras

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são proficientes na composição do cognitivo infantil mediante provocações
consistentes na construção da sua aprendizagem.

Ao instruir-se sobre Vygotsky, mais exatamente o faz-de-conta, brincadeira


bastante conhecida, começou a reflexão sobre as experiências vivenciadas e sobre
as atitudes dos educadores com os quais formavam a equipe de trabalho. Foi
compreendido, nas premissas vygotskyanas, o cerne do brincar na unidade escolar,
bem como a seriedade da participação do educador neste exercício, o que aceitou
outra visão sobre o brincar, ainda ignorado, mas que estimulava a estudá-lo e
conhecê-lo melhor.

Verifica-se que as ferramentas lúdicas, tais como jogos, brinquedos, brincadeiras e


a música podem ser usados na educação de crianças das classes iniciais pois
inúmeras podem ser as vantagens do uso dessas ferramentas no ensino e no
aprendizado. É nessa época que as crianças podem começar a usar as coisas ao
seu redor para formar sua percepção do mundo, desenvolvendo sua criatividade e
capacidade de solução de problemas de forma natural. Através do brincar a criança
pode perceber o mundo e pode interagir com outras crianças, desenvolvendo
diversas habilidades, compartilhando experiências, podendo ter sua própria
percepção do mundo e criando conhecimento (Santos, 2011).

O lúdico pode ter um grande potencial de ensino e aprendizado se bem aplicado


pelo educador, já que ele é percebido como diferente e curioso pelas crianças.
Assim, o educador pode atuar no processo ensino-aprendizagem de crianças nas
classes iniciais, sendo capaz de dispor as brincadeiras, ajustando e direcionando-
as aos seus objetivos educacionais, de forma a promover a interação e o
aprendizado das crianças. Por isso, as aulas para estas classes podem ser
dinâmicas, de forma a propiciar que as crianças voltem suas atenções ao que está
sendo ensinado, no entanto, sem percebê-lo, tornando o aprendizado espontâneo
e saudável.

Os jogos, as brincadeiras e a música são usados por profissionais da educação


como instrumentos de ensino-aprendizagem, por meio deles a criança tem a
possibilidade de inventar e experimentar situações que vão propiciar seu
aprendizado escolar e desenvolvimento pessoal. Por intermédio da atividade lúdica,

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a criança estará mais receptiva de ser ensinada e aprender de forma divertida e
sem que ela perceba, tornando o aprendizado mais efetivo.

Segundo Santos (1997, p. 26),

dentro da própria escola, e entre a sociedade residem certos preconceitos


com relação ao lúdico, entre eles o de brincar e jogar que são vistos como
atividades que devem ser praticadas somente durante o tempo reservado
para a recreação, onde, dentro de sala de aula é indispensável ter
discernimento, se manter em silêncio porque, durante esse período, são
lecionadas disciplinas importantes, como o português, a matemática, a
geografia, dentre outras. Existindo também, por parte dos professores a
afirmação de que o jogo e a brincadeira fazem com que seja uma <perda de
tempo>.

No entanto, os professores precisam estar constantemente acompanhando o


desenvolvimento de novos métodos que contribuem para a aprendizagem, e que
os jogos, por meio de sua própria essência, poderão ser educativos e contribuir
para a ampliação do desenvolvimento infantil.

As brincadeiras, a música, os jogos, dentre outros, como sugestão pedagógica em


sala de aula, oportunizam a interação e a relação entre os companheiros. Segundo
Rizzo (2001), no decorrer da brincadeira, a criança constitui deliberações,
determina suas agitações, vence provocações, descobre novas opções e indica
novas possibilidades de inventos. Assim, essas atividades passam a ter mais
significação quando o educador possibilita um trabalho de coletividade, de
colaboração e socialização.

Dessa maneira, quando se oferece uma chance às crianças de estabelecerem os


jogos, de deliberarem as regras, de expor como se joga, de compreenderem suas
demarcações por meio dos direitos e deveres, e da aprendizagem de convivência
e participação, conservando sua personalidade e respeitando o próximo. Em outras
palavras, por meio do jogo a criança ampliará a aptidão de entender suas atitudes
de cooperação, proporcionando a mesma desenvolver a chance de encontrar suas
próprias soluções e medir suas próprias capacidades, além de aprender sobre a
convivência e a interação com os companheiros.

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Com base nesta fundamentação, propomo-nos abordar o seguinte tema: actividade
lúdica como factor determinante para a aprendizagem dos alunos da 1ª classe do
complexo escolar BG-1108 Santa Terezinha do Menino Jesus no município de
Benguela.

A escolha do tema justifica-se primeiramente pela sua pertinência e, por outra,


termos constatado empiricamente e através de conversas descontraídas com
alguns professores da escola em estudo, a inexistência ou a não aplicação de
actividades lúdicas durante às aulas com excepção do canto, o que de certa forma
tem provocado alguma indisposição e desmotivação, ou seja, a pouca participação
activa dos alunos nas aulas. De acordo com o observado e ouvido, esse facto deve-
se a pouca criatividade, inovação e acções de formação contínua.

Na procura de resposta de como proporcionar aos alunos e aos professores um


ensino prazeroso, procuramos com essa pesquisa levantar ocorrências sobre o
emprego de jogos e brincadeiras como actividades lúdicas, utilizadas como
métodos pedagógicos e como as mesmas estão sendo empregadas no trabalho
educacional na escola em estudo, para que a aprendizagem se torne mais activa e
significativa.

Os jogos e brincadeiras desafiam e motivam a aprendizagem porque propiciam


ludicidade e, o lúdico pressupõe liberdade para agir e para experimentar, sem medo
de errar, tão fundamental para a criança desta fase Rizzo (2001). Compreende-se,
assim, a necessidade de uma investigação mais profunda do fazer pedagógico no
processo de ensino-aprendizagem, perpassando pela necessidade de resgatar o
lúdico, a sensibilidade e a criatividade que envolvem a criança.

Assim tendo em conta a abordagem levantou-se o seguinte problema de


investigação: de que modo a actividade lúdica representa factor determinante para
a aprendizagem dos alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108 Santa
Terezinha do Menino Jesus no município de Benguela?

O objecto de estudo está centrado no processo de ensino-aprendizagem, ao


passo que o campo de acção restringe-se na actividade lúdica como factor
determinante para a aprendizagem dos alunos da 1ª classe do complexo escolar
BG-1108 Santa Terezinha do Menino Jesus no município de Benguela.

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Com vista a responder o problema de investigação formularam-se os seguintes
objectivos:

Geral: compreender de que modo a actividade lúdica representa factor


determinante para a aprendizagem dos alunos da 1ª classe do complexo escolar
BG-1108 Santa Terezinha do Menino Jesus no município de Benguela.

Específicos:

 Apresentar os fundamentos teóricos que sustentam a actividade lúdica como


factor determinante para a aprendizagem dos alunos;
 Identificar as diferentes actividades lúdicas determinantes para a
aprendizagem dos alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108 Santa
Terezinha do Menino Jesus no município de Benguela;
 Descrever a importância prática da actividade lúdica como factor
determinante para a aprendizagem dos alunos da 1ª classe do complexo
escolar BG-1108 Santa Terezinha do Menino Jesus no município de
Benguela.

A partir do problema de investigação proposto, apoiamo-nos nas seguintes


perguntas científicas:

 Que fundamentos teóricos sustentam a actividade lúdica como factor


determinante para a aprendizagem dos alunos?
 Quais são as diferentes actividades lúdicas determinantes para a
aprendizagem dos alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108 Santa
Terezinha do Menino Jesus no município de Benguela?
 Qual a importância prática da actividade lúdica como factor determinante
para a aprendizagem dos alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108
Santa Terezinha do Menino Jesus no município de Benguela?

Tendo em conta a pertinência do tema, o presente trabalho apresenta valor teórico


e prático. O valor teórico consiste na sistematização das perspectivas de
argumentos de carácter teórico sobre a actividade lúdica como factor determinante
para a aprendizagem dos alunos da 1ª classe na escola em estudo e o valor
prático, oferece um conjunto de informações, conclusões e sugestões que, levadas

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a cabo poderão contribuir significativamente para a melhoria da problemática em
estudo.

O primeiro capítulo refere-se ao marco teórico, que fundamenta aspectos sobre a


problemática em estudo. O segundo capítulo, descreve a metodologia de pesquisa
do trabalho, seus métodos e instrumentos de colecta de dados aplicados durante a
investigação. O terceiro capítulo faz referência à análise e interpretação dos
resultados obtidos durante a recolha dos dados. O tratamento e processamento
dos dados estatísticos dos instrumentos aplicados na escola em estudo. Finalmente
espelham-se as conclusões, sugestões, referências bibliográficas e, como
elementos complementares do trabalho, os apêndices.

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CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo abordam-se os pressupostos teóricos referente ao problema de


investigação, iniciando com a apresentação de conceitos na pespectiva de vários
autores, culminando com o aparato necessário referente ao objecto de estudo.

1.1. Definição de conceitos

Actividade Lúdica: conforme Costa (2005 ), a nomenclatura vem do latim ludus e


significa brincar. Neste conceito estão incluídos os jogos, brinquedos e brincadeiras
bem como todos os envolvidos nessas actividades. Em nossa perspectiva, a
actividade lúdica é um entretenimento, que dá prazer e diverte as pessoas
envolvidas. Dentro dessa consideração também ficam catalogados os jogos com a
acção do brincar.

Factor determinante: segundo Freire (1996), factor determinante diz respeito a


algo que é decisivo, ou seja, que pode estabelecer um destino, uma finalidade para
algo. Em nosso entender factor deteminante, pode ser descrito também como algo
causador, havendo consequências como resultado do elemento causador.

Aprendizagem: segundo a concepção de Costa (2013) pode ser definida como um


processo onde se adquire conhecimentos como fatos, situações cotidianas,
relações interpessoais, gestos, atitudes, a maneira de ser e de agir, onde são
possibilitadas condições para que o sujeito obtenha novas condições de
pensamento e de inserção no meio onde está inserido. Para nós a aprendizagem e
a capacidade de mobilizar atribuições e significados envolvendo relações distintas
com o saber. É fator de mobilização de experiências vividas pelo indivíduo em um
processo interativo com outros significados e a sua inclusão no ambiente onde
convive.

Aluno: segundo Queiróz (2003, p. 55), aluno é o “indivíduo que recebe a


informação e instrução de um mestre ou vários professores ou mestres para
adquirir seus conhecimentos”. Segundo Cunha (2004, p. 22) “é a criança que
frequenta a escola, ou recebe explicação”. Em suma, acreditamos que, o aluno não
é aquele sujeito que se limita a ouvir e a decorar tudo para depois descarregar na
prova, mas deve ser considerado como um agente activo no processo de aquisição
de conhecimentos.
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1.2. Evolução histórica sobre o conceito ludicidade

O conceito de ludicidade sofreu uma evolução ao longo dos tempos. O que era
vislumbrado como uma prática de lazer e sem quais quer contributos educacionais
e de promoção do desenvolvimento da criança, deu lugar a uma visão em que este
consiste num processo constante e espontâneo, onde a criança explora as
múltiplas funcionalidades dos objetos que manipula, recriando-os.

Salientando Serra (1999, p. 1) “o jogo é um fenómeno universal, presente em todas


as épocas e civilizações. A permanência do lúdico em todo o percurso histórico e
civilizacional, no mundo das crianças, dos jovens e dos adultos, é um bom indicador
da sua importância”.

EM CURSO

1.3. O professor do ensino primário e as actividades lúdicas

O professor precisa ser consciente da sua função no processo de ensino


aprendizagem. Ele é o intermediário dessa peregrinada. O processo é gradual e,
por ser um processo, é indispensável respeitar as fases e explorá-las da melhor
maneira possível.

É a partir da própria história, do mundo cultural e existencial da criança que se dá


o desenvolvimento infantil. É imprescindível que o professor explore os
conhecimentos da criança, dando destaque àquelas motivações que, geralmente,
são negligenciadas no contexto social e na família. Entre algumas delas estão:
autonomia, exploração dos brinquedos, construção da socialização, da
comunicação, da aventura e da fantasia.

Considerando a ânsia de aventura que a criança carrega consigo, o professor


precisa ser a presença intercessora, viajando sempre junto à criança, possibilitando
momentos do faz-de-conta, viagens imaginárias, danças, múltiplos gêneros
textuais, jogos, brincadeiras, dramatizações, escrita espontânea, teatros. Na
perspectiva de Vygotsky (1989, p. 35), ressalta que “as relações que o indivíduo
estabelece com o meio são fundamentais para o seu desenvolvimento e a
linguagem; a interação com os outros, é um dos fatores que propicia estas
relações”.

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Portanto, tendo em conta Vygotsky (1989), as actividades lúdicas também são um
importante instrumento pedagógico, que têm o poder de melhorar a auto-estima e
aumentar os conhecimentos da criança, quando utilizados com objectivos definidos.
Na verdade, o ensino utilizando actividades lúdicas cria um ambiente gratificante e
atraente, servindo como estímulo para o desenvolvimento integral da criança.

Em nosso entender, o lúdico não está apenas no acto de brincar, está também no
acto de ler, no apropriar-se da literatura como forma natural de descobrimento e
compreensão do mundo. As actividades de expressões lúdico-criativas atraem a
atenção e podem se constituir em um mecanismo de potencialização da
aprendizagem porque, favorecem o desenvolvimento motor e psicomotor das
crianças em suas actividades. Durante as brincadeiras, as crianças adquirem
iniciativa e autoconfiança, quando lhes é permitido ter autonomia e liberdade,
proporcionando o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da
concentração.

No que diz respeito à socialização, as crianças exercem a liderança ou passividade,


ou seja, desenvolvem a personalidade e o controle da mesma. Também colabora
com o exercício da competitividade, pois o vencer é motivo de orgulho e prazer,
bem como age diretamente na cooperação do grupo e da participação coletiva. As
actividades lúdicas, quando bem administradas, trazem diversos benefícios às
crianças.

Segundo Vygotsky (1989), as maiores aquisições de uma criança são conseguidas


no brinquedo, aquisições que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real
e moralidade. O lúdico em situações educacionais proporciona um meio real de
aprendizagem. No contexto escolar, isso significa professores capazes de
compreender onde os alunos estão em sua aprendizagem e desenvolvimento e dá
aos professores o ponto de partida para promover novas aprendizagens nos
domínio cognitivo e afetivo.

De acordo com o estudioso holandês Huizinga (2000), não se brinca a não ser por
iniciativa própria ou por livre adesão. Todo ser humano pode beneficiar-se de
atividades lúdicas. A brincadeira é transmitida à criança através de seus próprios
familiares, de forma expressiva, de uma geração à outra, ou pode ser aprendida

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pela criança de forma espontânea. Contudo, nos dias atuais, com as moradias cada
vez mais apertadas e os adultos envolvidos em seus afazeres, as crianças não têm
um lugar para brincar e não devem atrapalhar o andamento do lar com seus
brinquedos.

É entendido, deste modo, que o professor do ensino é um intermediário, um criador


do tempo, do espaço, das atividades lúdicas, dos limites, e até das dúvidas do dia-
a-dia da criança em processo de construção de saberes. É ele quem institui e recria
sua metodologia pedagógica, proporcionando a criança oportunidades para se
expressar, de emitir suas opiniões, seus anseios, descobertas e dúvidas.

1.4. A actividade lúdica como recurso de aprendizagem

A aprendizagem, pode ser definida como um processo onde se adquire


conhecimentos como fatos, situações cotidianas, relações interpessoais, gestos,
atitudes, a maneira de ser e de agir, onde são possibilitadas condições para que o
sujeito obtenha novas condições de pensamento e de inserção no meio onde está
inserido. A capacidade de aprendizagem mobiliza atribuições e significados
envolvendo relações distintas com o saber. É factor de mobilização de experiências
vividas pelo indivíduo em um processo interactivo com outros significados e a sua
inclusão no ambiente onde convive.

Segundo Santos (2011), é função fundamental do professor essa questão da


construção da aprendizagem, na medida em que garante ao educando um conjunto
de conteúdos que poderá lhe dar acesso à criticidade e ao relacionamento no
ambiente em sociedade. Portanto, ao educador requer a capacidade de apropriar-
se de métodos e técnicas que torne o processo devensino de uma forma
significativa, isto é, buscar estratégias eficazes que sejam capazes devaprofundar
o aprendizado não de uma forma temporária ou ilusória, mas estabelecendo
critériosvque objetivem ao educando constituir com a base já existente uma
estrutura sólida devconhecimentos que poderá utilizar durante toda sua vida.

Actividades lúdicas, jogos e brincadeira são termos muito comuns no ambiente da


educação de crianças. Lúdico é um termo derivado do latim, que tem como
significado “brincar”, onde se incluem jogos, brinquedos e divertimentos (Kishimoto,
2007).

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A actividade lúdica é uma ferramenta usada no ensino-aprendizagem de crianças,
principalmente no ensino primário, pois permite o desenvolvimento social, pessoal
e cultural delas, por meio de jogos e brincadeiras, da mesma forma que auxilia na
construção do pensamento, no reconhecimento do mundo e nas experiências. É
comprovadamente uma ferramenta muito importante, que facilita o trabalho no
processo de desenvolvimento do conhecimento, e, portanto, implantada a esta
realidade, compete ao professor deliberar qual finalidade almeja conseguir,
empregando um método apropriado como: optar por jogos coesos, procurando
empreender ao máximo a informação que a criança possui.

Entretanto, Silveira (2009), destaca algumas vantagens do lúdico no processo de


ensino e aprendizagem de crianças, como o jogo como função motivadora, onde a
criança adentra em um universo de esforço espontâneo para alcançar seu objetivo.
É fator de estímulo do pensar e ordenamento de tempo e espaço, onde consegue
integrar dimensões da personalidade da criança, favorecendo a desenvoltura nas
habilidades no sentido de coordenar as coisas de forma organizada e rápida.

As actividades lúdicas podem ser usadas em crianças com e sem dificuldades de


aprendizagem, a fim de que elas aprendam os conteúdos por meio de jogos ou
brincadeiras, sendo estes instrumentos impulsionadores do desenvolvimento
desses alunos. Pois, ao brincar, as crianças se deparam com desafios para
solucionar, estimulando sua criatividade e desenvolvendo seu raciocínio de forma
espontânea.

1.5. Diferentes actividades lúdicas determinantes na


aprendizagem dos alunos

EM CURSO

17
1.6. Importância prática da actividade lúdica no processo de
ensino-aprendizagem do aluno

A actividade lúdica, no âmbito escolar, possibilita a aprendizagem do educando, na


medida em que, de modo prazeroso, garante independentemente a assimilação de
conteúdos e, consequentemente, sua concepção de mundo e seu conhecimento.
É uma componente eficaz para o método de ensino-aprendizagem de qualquer
disciplina.

Desenvolvida como método educativo enquanto aprendizagem, a actividade lúdica,


é um desafio, pois ainda falta em muitos educadores o interesse, através do
conhecimento contínuo do processo de ensino-aprendizagem, usá-lo nos
conteúdos em sala de aula, tendo muitas vezes certa aversão para introduzi-lo no
aprendizado de conhecimento, como uma ferramenta imprescindível (Silveira,
2009).

Para Passerino (2008), a prática lúdica é de vital importância no do processo de


ensino-aprendizagem, porque proporciona sobremaneira na aquisição da escrita e
da oralidade, além da grande possibilidade de evolução dos relacionamentos
sociais pois traz descontração e entretenimento a aula, fazendo com que os
educandos fiquem mais à vontade e mais motivados a aprender. A inserção do
lúdico como metodologia de ensino-aprendizagem é tida como uma necessidade,
pois leva a criança a tomar ciência de si, da realidade e se empenhar na busca de
conhecimentos, sem perder o entusiasmo para aprender.

O acto de jogar e brincar são da natureza humana e que, a atividade lúdica surge
como uma variedade de atividades motoras simples e que tais atividades ou
exercícios consistem em movimentos de repetição de maneira simples como agitar
os braços, movimentar objetos, emissão de sons, andar, correr, pular, etc. Ainda
que estas atividades comecem na idade do maternal e permaneçam até os dois
anos de idade, as mesmas se sustentam pela infância toda, podendo permanecer
até a fase adulta. Como exemplo, andar de bicicleta, jogar bola, dentre outras
(Idem).

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Deste modo, Wajskop (1999), coloca que a repetição de gestos e outras atividades
simples são muito importantes no desenvolvimento da criança, para além dessa
primeira fase, que é substituída pelos jogos simbólicos. Dos dois aos seis anos a
criança começa a praticar os jogos simbólicos, cujos objectivos são de facilitar a
lembrança do acontecido na mente da criança e a realização de sua representação.
Tal etapa é em seguida trocada pelas alternativas de regras e começa a se
manifestar a partir dos cinco anos de idade, sendo mais contundente dos sete aos
doze anos de idade, continuando por toda a vida da pessoa.

Conforme Passerino (2008), o que esclarece o jogo de regulamentos é a vivência


de um conjugado de regulamentos que são estabelecidas pelo grupo, significando
que a falta de execução dessas regras ou leis resultam em punições e um forte
sentimento de competitividade entre os participantes. O jogo de regulamento
implica a vivência de companheiros e um conjunto de obrigações (as regras), o que
lhe impõe um caráter eminente social. Os jogos de regras são trabalhados junto às
crianças, sob a orientação e/ou coordenação de um adulto ou mesmo de uma
criança para outra e vão adquirindo importância de acordo com o progresso do
desenvolvimento social de cada indivíduo.

Por essa razão, Piaget (1988), discorre que o jogar é fundamental no


desenvolvimento infantil, fazendo com que ao jogarem, as crianças não apenas
assimilem, mas desenvolvam a capacidade de mudar a realidade. A citação do
autor remete a uma realidade, principalmente nos dias actuais onde o ambiente em
que a criança vivencia está ilustrado por uma era tecnologicamente desenvolvida,
mas também há casos, há defasagens infantis que precisam ser supridas para a
ampliação de suas particularidades como pessoa.

De acordo, Oliveira (2010), entende que é nas brincadeiras que a criança adquire
conhecimento de si próprias, onde os papeis sociais afloram, a relação com os
amigos e o prazer característico contido no jogar apontam a criança para uma forma
de conhecer a sua realidade, sendo permissível uma apropriação, contribuindo para
um constructo do conhecimento e da personalidade. A criança e o lúdico estão
diretamente relacionados, pois a sua vida está em volta do acto de brincar e, é por
conta disso que a pedagogia tem se utilizado dessa estratégia para o processo de

19
ensino-aprendizagem, por ser uma peça-chave na formação da personalidade,
tornando-se uma forma de construção de conhecimento.

Oliveira e Dias (2017, p. 8), destacam que “na brincadeira há também a criação da
Zona de desenvolvimento proximal, que favorece o surgimento de processos
psicológicos e estimulam outros novos que estão sendo construídos”. É na ação de
brincar que a criança contrai novos conhecimentos, adequando seu modo de agir
e pensar, desafiando seu conhecimento e produzindo novos. Para Silveira (2009)
as diversas técnicas lúdicas podem ser utilizadas na educação infantil para
potencializar o aprendizado da criança e elas se modificam conforme a idade da
criança e visam a proporcionar o desenvolvimento da personalidade do aluno.

Dessa forma, percebe-se que a actividade lúdica tem grande importância no


processo de ensino-aprendizagem do aluno, pois, contribui para o
desenvolvimento da criança como um todo, em seus aspectos cultural, social e
mental, entre outros. É por meio dela que a criança descobre a si mesma e ao
mundo ao seu redor, conhecendo aspectos que antes não eram percebidos, bem
como outras crianças, e aprendem valores como integração, repartição e
colaboração. O aprendizado surge naturalmente, pois o brincar é um acto inerente
à criança, que a faz reconhecer e redescobrir o mundo ao seu redor.

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CAPÍTULO II: METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO

Neste capítulo, começaremos por analisar os pressupostos, vantagens e limitações


das diferentes perspectivas metodológicas no campo da educação, procurando
apontar possibilidades de utilização simultânea das metodologias de índole
quantitativa e qualitativa.

Com base nessa análise, e com referência aos objectivos específicos da presente
investigação, apresentamos as nossas opções metodológicas que, possibilitaram a
concretização das mesmas, o tipo de investigação, os métodos e técnicas de
colecta de resultados, a população e a amostra.

2.1. Tipo de investigação

Para este trabalho optou-se por um tipo de pesquisa descritiva, com enfoque
quantitativo e qualitativo. É descrita, tal como sublinha Mezquita e Rodriguéz (2004,
p. 60) consiste em “registar, analisar e interpretar fenómenos ou estabelecer
relações entre variáveis de um fenómeno sem a manutenção das variáveis”.

Para González, Fernández e Camargo (2014, p. 8), a pesquisa descritiva é aquela


“que descreve características de um conjunto de sujeitos ou seres de interesse. A
sua característica se interessa em descrever, e não está interessada em explicar”.
Com base nestas perspectivas, a presente pesquisa visa descrever o assunto em
estudo sem manipular variáveis ou fazer conexões de causa-efeito.

Segundo Sampieri, Collado e Lúcio (2013, p. 35), o enfoque qualitativo “busca


principalmente a dispersão ou expansão dos dados e da informação, enquanto o
enfoque quantitativo pretende intencionalmente delimitar a informação e medir com
precisão as variáveis de estudo”. Adopta-se esse enfoque, porque pretende-se
fazer uma combinação de diversas técnicas para uma melhor obtenção dos dados
que sustentarão a pesquisa.

21
2.2. Métodos e técnicas de investigação

Sendo os métodos procedimentos ou caminhos a tomar para a realização dos


objectivos pretendidos, ainda dizer que os métodos são conjuntos de actividades
sistemáticas e racionais que com maior segurança e economia permitem alcançar
os objectivos. Nesta monografia utilizou-se métodos teóricos e empíricos.

2.2.1. Métodos teóricos

Histórico-Lógico: para Andrade (2003, p. 54), este método “consiste em investigar


os acontecimentos, processos, e instruções do passado para verificar a sua
influência na sociedade de hoje”. Este método possibilitou a busca de informações
dos antecedentes sobre a problemática em estudo bem como, a contextualização
histórica sobre a actividade lúdica.

Pesquisa Bibliográfica: de acordo a perspectiva de Alves (2012, p. 42), é aquela


que favorece “o investigador desenvolver a sua investigação a partir de estudos já
efectuados por outros investigadores”. A pesquisa bibliográfica constitui a base de
toda uma pesquisa, pois devemos basear-nos em livros, em teorias e tantos outros
materiais publicados sobre o assunto em causa. Permitiu a consulta de várias obras
já publicadas e de diferentes autores, para a construção do suporte teórico.

Analítico-Sintético: para Marconi e Lakatos (2011, p. 290) “estuda os factos


partindo da decomposição do objecto de estudo, em cada uma das partes, de forma
individual (análise) e, em seguida, estas partes são integradas para poder estudá-
las de maneira integral (síntese)”. Este método foi fundamental no processo de
análise e interpretação das referências bibliográficas para construir a presente obra.

Indutivo-Dedutivo: segundo Andrade (2003, p. 54), a indução “também é o


caminho inverso da dedução, isto é, a cadeia de raciocínio que estabelece conexão
ascendente, do particular ao geral. Neste caso as constatações particulares são as
que nos levam as teorias e as leis gerais”. A mesma autora define a dedução como
“caminhos das consequências, pois é uma cadeia de raciocínio em conexão, isto
é, do geral para o particular e leva a conclusão”. Partindo de análises individuais,
este método permitiu fazer uma avaliação geral do contexto actual da escola em

22
estudo, assim como de algumas situações abrangentes e chegar as conclusões
precisas sobre a problemática em questão.

2.2.2. Métodos empíricos

Inquérito por entrevista: segundo Cervo, Bervian e Silva (2013, p. 51) “é uma
conversa assentada para um objectivos definido de recolher por meio do
interrogatório do informante, dados para a pesquisa”. É um instrumento
fundamental no trabalho de investigação científica, pedagógica e psicológica. Foi
possível através deste método ouvir a opinião dos membros de direcção da escola
e professores, sobre o fenómeno em estudo, facilitando argumentos teóricos e
práticos contidos no trabalho e também comparar evidências colectadas entre
fontes, afim de ampliar a confiabilidade do estudo.

Inquérito por questionário: na perspectiva de Cervo, Bervian e Silva (2013, p. 53),


o “questionário é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com
exactidão o que se deseja, refere-se a um meio de obter respostas as questões por
uma fórmula que o próprio informante preenche”. Este método permitiu colher
informações, experiências e ideias da família sobre a problemática na escola em
estudo.

Observação: segundo Marconi e Lakatos (2012, p. 41) “consiste na percepção


directa do fenómeno ou objecto em investigação. Na observação, são aplicados
atentamente os sentidos a um objecto, a fim de que se possa, a partir dele, adquirir
um conhecimento claro e preciso”. Foi operacionalizado, tendo em conta a
observação de aulas, com objectivo de constatar a realidade sobre o tipo de
actividade lúdica utilizada pelos professores da 1ª classe da escola em estudo.

Fez-se recurso ao procedimento Matemático-Estatístico, que para Mezquita e


Rodriguéz (2004, p. 20) “cumpre uma função relevante na investigação educacional
que contribui para precisar os dados empíricos obtidos e estabelecer as
generalizações apropriadas a partir deles”. Permitiu comprovar a relação dos
fenómenos em estudo por meio da manipulação estatística, obtendo
generalizações sobre sua natureza, ocorrência ou significado. Possibilitou também
a quantificação, processamento e interpretação dos dados captados, a partir da
leitura das frequências e percentagens.

23
2.3. Caracterização da escola em estudo

Este estudo realizou-se no complexo escolar BG-1108 Santa Terezinha do Menino


Jesus no município de Benguela. Quanto as características físicas, possui 12 salas
de aulas de construção definitiva, e quatro provisórias, três gabinetes, um do
director da escola e um do subdiretor pedagógico e um gabinete para o subdirector
administrativo, uma sala de professores, uma secretaria, seis casas de banho,
sendo quatro para os alunos e duas para os professores.

A escola controla um total de 4.840 alunos matriculados no presente ano lectivo


dos quais 2.125, são do sexo feminino. Sendo 136 da 1ª classe, distribuídos em
três turmas, comportando 45 alunos por sala. Conta com três membros de direcção
e um total de 46 professores sendo 31 do sexo feminino. Entretanto, (3) três
professores leccionam a 1ª classe.

2.4. População e amostra

A população segundo Carmo e Ferreira (2008, p. 209) “é o conjunto de elementos


abrangidos por uma mesma definição. Esses elementos têm, obviamente, uma ou
mais características comuns a todos eles, características que o diferenciam de
outros conjuntos de elementos”. No nosso entender, é definido como o conjunto de
participantes de um estudo que possuem as mesmas características.

A população desse estudo está constituída por:

 (3) três membros de direcção da escola, dos quais um é do sexo masculino;


 (3) três professores da 1ª classe, sendo 2 do sexo feminino;
 136 alunos da 1ª classe;
 130 pais e encarregados de educação.

A amostra segundo Gil (2008, p. 22) “é um grupo de elementos ou sujeitos


seleccionados a partir de um grupo maior (população), ou é o subconjunto da
população em estudo”. Para Marconi e Lakatos (2010, p. 28) “a amostra é uma
parcela conveniente selecionada do universo (população), é um subconjunto do
universo”.

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Selecionou-se de forma intencional os (3) três membros de direcção da escola e
(3) três professores da 1ª classe. De forma aleatória simples seleccionou-se 13
pais e encarregados de educação, perfazendo 10% da população em estudo.

Outrossim, em função da idade, os alunos não fazem parte da amostra em estudo.

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CAPÍTULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO
DOS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO

Neste capítulo apresenta-se a análise e interpretação dos resultados obtidos ao


longo do trabalho de campo. Desta forma, reunimos todo aparato necessário e
centramos um conjunto de informações que permitiram caracterizar o objecto de
estudo.

3.1. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do


inquérito por entrevista dirigido aos membros de direcção

Com base em um guião previamente elaborado, manteve-se um diálogo saudável


com os membros de direcção da escola por formas a obter informações relevantes
sobre a actividade lúdica como factor determinante para a aprendizagem dos
alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108 Santa Terezinha do Menino
Jesus no município de Benguela. Com a realização da mesma, materializa-se a
abordagem qualitativa da pesquisa.

EM CURSO

3.2. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do


inquérito por entrevista dirigido aos professores

O inquérito por entrevista teve como objectivo, recolher informações sobre a


actividade lúdica como factor determinante para a aprendizagem dos alunos da 1ª
classe do complexo escolar BG-1108 Santa Terezinha do Menino Jesus no
município de Benguela.

EM CURSO

26
3.3. Apresentação, análise e interpretação dos resultados do
inquérito por questionário aplicado aos pais e encarregados
de educação

O inquérito por questionário aplicado teve como objectivo colher informações úteis
sobre a actividade lúdica como factor determinante para a aprendizagem dos
alunos da 1ª classe do complexo escolar BG-1108 Santa Terezinha do Menino
Jesus no município de Benguela.

Sendo uma técnica quantitativa, os dados serão apresentados de forma numérica


em tabelas de frequências e percentagens.

EM CURSO

3.4. Apresentação, análise e descrição dos resultados das aulas


observadas

No decorrer da investigação, a observação das aulas permitiu constatar a forma


com que os professores da escola em estudo utilizam as diferentes actividades
lúdicas para promover a aprendizagem dos alunos da 1ª classe.

A observação foi realizada com base em uma grelha com indicadores


seleccionados previamente, cuja escala apresenta-se com as seguintes
classificações: «sim, parcialmente e não».

EM CURSO

27
CONSIDERAÇÕES GERAIS

A análise e interpretação daquilo que foi desenvolvido de forma parcial ao longo da


realização desse estudo, permitiram em função do problema de investigação, dos
objectivos propostos e perguntas científicas, permitiram chegar as seguintes
considerações:

 Os fundamentos teóricos sustentam que a actividade lúdica é um factor


determinante para a aprendizagem dos alunos, principalmente no ensino
primário, pois permite o desenvolvimento social, pessoal e cultural deles, por
meio de jogos e brincadeiras, da mesma forma que auxilia na construção do
pensamento, no reconhecimento do mundo e nas experiências. É
comprovadamente uma ferramenta muito importante, que facilita o trabalho
no processo de desenvolvimento do conhecimento, e, portanto, implantada
a esta realidade, compete ao professor deliberar qual finalidade almeja
conseguir, empregando um método apropriado como: optar por jogos
coesos, procurando empreender ao máximo a informação que a criança
possui.
 Realçamos que, os capítulos I, III e os elementos complementeres
encontram-se em curso.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGÁFICAS

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Bittencourt, R. (2010). O lúdico para questionar. Porto: Porto Editora.
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