Campinas - SP
1. Identificar que brinquedos, atividades, materiais (cola, tinta, papel, tesoura, argila etc.)
são mais reforçadores para a criança (quais ela escolhe espontaneamente, em quais se
mantém mais tempo etc.).
2. Observar habilidades da criança no manejo dos brinquedos e materiais antes de
introduzir qualquer procedimento.
3. Observar habilidades motoras, coordenação de movimentos globais, tais como correr,
pular, subir em bancos, caixas, pular corda, etc. e de movimentos refinados, assim com
o catar em pinça, recortar, bordar, escrever etc. antes de introduzir procedimentos.
4. Observar habilidades sociais com o psicoterapeuta, com outros adultos,
desenvolvimento de linguagem, comunicação oral, interação com crianças, tomar
iniciativas nas interações, atender ordens etc.
Atividade psicoterapêutica. O psicoterapeuta tem um plano de ação, isto é, tem claro que
objetivos pretende atingir com as atividades que vão ocorrer durante a sessão. Tais atividades
podem ser escolhidas pelo psicoterapeuta ou pela criança, mas a maneira de conduzir a
atividade fica sob controle do psicoterapeuta. Assim, a criança pede para brincar de jogar
“memória”. O psicoterapeuta tem que ter claro qual é seu objetivo: a criança é competitiva e
escolhe essa atividade porque tem bom domínio sobre ela e consegue ganhar sempre? Neste
caso, o objetivo é levá-lo a lidar de modo apropriado com frustrações: aprender a perder sem
ter reações emocionais exageradas, a cooperar com o parceiro de brincadeira etc. Como a
atividade pode ser organizada para atingir esse objetivo? Essa é a tarefa do psicoterapeuta.
Por outro lado, a criança pode, ainda mais, ter como característica só fazer aquilo que quer;
não aceitar sugestões de outra pessoa. Propor, então, outra atividade em primeiro lugar e o
jogo da “memória” como segunda brincadeira é uma maneira de atingir o objetivo
psicoterapêutico.
Em suma, o psicoterapeuta deve ser capaz de justificar para cada atividade desenvolvida com a
criança qual objetivo clínico pretende alcançar com ela. Desta maneira, atividade
psicoterapêutica é aquilo que se faz durante as sessões, a fim de atingir objetivos relevantes
para a criança e durante a qual são aplicados procedimentos psicoterapêuticos. Assim, são
exemplos de atividades: montar quebra-cabeças, pintar, recortar, correr, brincar com
carrinhos, brincar de casinha, ouvir histórias etc. O psicoterapeuta deve conduzir a escolha das
atividades tendo dois referenciais: dentre algumas opções, qual a mais gratificante para a
criança e a que melhor se ajusta aos objetivos psicoterapêuticos.
Procedimentos psicoterapêuticos. O psicoterapeuta deve ter claro quais objetivos deve atingir
com seu cliente. Em seguida escolher as atividades através das quais vai aplicar os
procedimentos psicoterapêuticos indicados para o caso em particular. Os procedimentos mais
comuns são: instrução verbal, modelagem, fading in e out, reforçamento positivo, extinção,
punição negativa, discriminação, formação de conceitos, generalização, encadeamento,
princípio de Premack, imitação, para citar os mais usados. Tais procedimentos são usados nas
atividades e, como tal, atividade não se confunde com procedimento. Assim, por exemplo,
uma criança que burla as regras dos jogos, visando a ganhar pode ser convidada a jogar “pega
varetas”. O psicoterapeuta diz: “Vamos jogar com uma regra nova. Quem mexer a vareta e
avisar que mexeu, pode jogar de novo. Porém, se não avisar o outro pode jogar duas vezes.
Combinado?” O psicoterapeuta deve se certificar que a nova regra foi claramente entendida.
Quais procedimentos estão envolvidos na atividade de “pega vareta”? São eles:
Tais procedimentos podem ser mostrar eficientes ou não. Neste último caso o psicoterapeuta
deve alterar os procedimentos até conseguir uma alternativa que alcance seu objetivo: levar o
cliente a jogar de acordo com as regras dos jogos quer ganhe ou perca a partida. Para atingir
este objetivo o psicoterapeuta deve também variar as atividades, usando diferentes jogos.
Deverá adaptar os procedimentos para cada um deles.