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Discentes:
Adilson Fortes Costa
Anilda Gonçalves Cardoso Léger
Edna Marisa Gomes Monteiro Sanches
Natalino Soares Rosa Andrade
Rosa Cármen Lopes da Costa
Orientadora
Professora Catarina Furtado
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O júri:
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AGRADECIMENTOS
A inter-ajuda é indispensável na construção de conhecimentos, sobretudo na fase da
aprendizagem. Por esta razão, não podíamos chegar ao fim deste trabalho, sem deixar
algumas palavras de agradecimento pelos apoios que recebemos.
Assim, iniciamos agradecendo primeiramente a Deus por nos ter dado vida, saúde, orientação,
paciência e determinação para concluirmos o presente trabalho.
À nossa família pela paciência e compreensão que teve durante este processo e pelo
encorajamento que nos transmitiu.
À nossa orientadora, Catarina Delgado, um muito obrigado por tudo, pela disponibilidade,
paciência e competência demonstradas durante a orientação e compilação deste trabalho, o
que nos permitiu superar obstáculos que surgiram ao longo desta caminhada.
Ainda agradecemos aos nossos professores do IUE - Assomada, pelas orientações que nos
concederam e pela entrega e sacrifício que tiveram durante a nossa formação, mas também
pela convivência que tivemos.
Aos técnicos do Gabinete Técnico do Tarrafal os nossos sinceros agradecimentos pela pronta
colaboração.
Ao António Dias Léger os nossos sinceros agradecimentos pelo apoio que nos concedeu na
revisão do presente trabalho.
Aos nossos colegas da turma, aos amigos e todos aqueles que de forma direta ou indireta
contribuíram para alcançarmos mais uma etapa de formação, endereçamos votos de sinceros
agradecimentos.
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho aos nossos familiares que nos estimularam e apoiaram para que fosse
possível a realização e a concretização do mesmo.
RESUMO
O trabalho que ora apresentamos, busca fazer uma reflexão sobre a relação escola/família e a
importância da participação dos pais/encarregados de educação na vida escolar dos filhos. A
família é o lugar onde o individuo adquire os valores éticos, cívicos, culturais e morais e a
escola constitui um espaço de preparação intelectual e moral do individuo, abrindo-lhe
caminhos para construção de conhecimentos que têm a ver com o saber, permitindo-lhe uma
integração plena na sociedade.
Este trabalho tem por objetivo explicar a importância da participação dos pais na vida escolar
dos filhos, verificar o nível de participação/envolvimento dos pais/encarregados de educação
nas tomadas de decisões referentes ao Pólo, apresentar os motivos do não acompanhamento
dos pais nos estudos dos filhos, identificar aspetos a melhorar na relação escola/família.
ABSTRACT
The aim of this work is to reflect on the relationship between school and family and the
importance of parental involvement in their children’s school life. Family is where the
individual acquires ethical, civic, cultural and moral values and the school is a place of
intellectual and moral preparation of the individual, opening paths to him, building knowledge
and allowing integration into society.
Thus, the purpose of this study is to explain the importance of parental participation in their
children's school life, to verify the level of participation/involvement of parents in the process
of decision-making of the school, to present reasons for not participating in the education of
their children and identify aspects to improve the relationship between school and families.
Based on these assumptions, we tried to find answers to help minimize the problems that
education faces, because, as professionals of education, we have closely followed the
separation that has emerged between these two institutions.
To achieve this objective, we have used literature review; we have also implemented
questionnaires to 57 parents, 18 teachers, 86 students from 1st to 6th grade, and an interview
with the chairperson of the Educational Pole of Tarrafal I-B, in order to obtain different data.
From the analysis of the data collected, we found out that there is a weak cooperation between
the school and the family, because the family, in general, has not participated actively in the
school life of the students and the school has done little to reverse this situation. Most
parents/guardians do not participate in their children education due to lack of time. As well as
issues such as involvement and participation of parents in school decisions, home visits on the
part of teachers, diversification of activities for parents and guardians, are issues that deserve
greater attention to strengthening the school/family relationship.
ÍNDICE GERAL
INTRODUÇÃO........................................................................................................................13
1. CONCEITO – DEFINIÇÃO.............................................................................................16
1.2 - A ESCOLA...................................................................................................................22
2 - CONTEXTUALIZAÇÃO DO ESTUDO........................................................................31
CONCLUSÃO..........................................................................................................................82
RECOMENDAÇÕES...............................................................................................................84
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................85
ANEXO.....................................................................................................................................89
ÍNDICE DE TABELA
Tabela 1- Distribuição dos Alunos no Pólo - ano letivo 2016/2017 - Fonte: Direção do Pólo 35
Tabela 2- Quadro do Pessoal docente - ano letivo 2016/2017 - Fonte: Direção do Pólo.........35
Tabela 3 - Quadro do pessoal não docente - ano letivo 2016/2017 - Fonte: Direção do Pólo. 35
Tabela 4 – Tempo Serviço – Professores..................................................................................48
Tabela 5- Média de alunos por Professores..............................................................................49
Tabela 6- Idade dos alunos.......................................................................................................54
Tabela 7 – Idade dos Pais/Encarregados de educação..............................................................59
ÍNDICE DE GRÁFICO
Gráfico 1- Idade dos Professores..............................................................................................46
Gráfico 2- Sexo –Professores....................................................................................................47
Gráfico 3- Formação Profissional – Professores......................................................................47
Gráfico 4- Situação Profissional – Professores.........................................................................48
Gráfico 5 – Média de Visitas que os professores recebem dos pais/encarregados de educação
...................................................................................................................................................49
Gráfico 6 – Quando os professores costumam contatar os pais/encarregados de educação.....50
Gráfico 7 – Fins pelos quais os professores contatam os pais/encarregados de educação.......50
Gráfico 8 – Com que antecedência as convocatórias são enviadas aos pais/encarregados de
educação....................................................................................................................................51
Gráfico 9 – Afluência dos pais/encarregados educação à escola..............................................51
Gráfico 10 – Motivos da não comparência dos pais/encarregados de educação nas escolas...52
Gráfico 11- Realização de visitas domiciliárias........................................................................52
Gráfico 12- Envio de relatório sobre os alunos aos pais/encarregados de educação................53
Gráfico 13- Colaboração entre escola e pais para evitar faltas dos alunos às aulas.................53
Gráfico 14- Relação escola pais/encarregados de educação.....................................................54
Gráfico 15- Sexo – alunos.........................................................................................................55
Gráfico 16- Ano escolaridade – alunos.....................................................................................55
Gráfico 17- Conhecimento da escrita e leitura por parte dos pais encarregados de educação. 56
Gráfico 18- Visita dos pais/encarregados de educação aos filhos na escola............................56
Gráfico 19- Acompanhamento dos filhos nos estudos em casa................................................57
Gráfico 20- Pais procuram apoio para ajudar os filhos a entenderem certos conteúdos..........57
Gráfico 21- Motivos apresentados pelos pais pela não comparência nas escolas....................58
Gráfico 22- Elogios e recomendações aos filhos......................................................................58
Gráfico 23 – Sexo – Pais/encarregados de educação................................................................59
Gráfico 24- Nível de escolaridade dos pais/encarregados de educação...................................60
Gráfico 25- Ocupação profissional dos pais encarregados de educação..................................60
Gráfico 26- Grau de parentesco em relação ao aluno...............................................................61
Gráfico 27- Frequência que os pais são contatados para comparecerem na escola..................61
Gráfico 28- Fins pelos quais os pais são contatados.................................................................62
Gráfico 29 – Antecedência das convocatórias..........................................................................62
Gráfico 30 – Realização de Visitas à escola espontaneamente.................................................63
Gráfico 31- Motivos por nunca terem ido à escola espontaneamente......................................63
Gráfico 32- Motivos que levam os pais à escola......................................................................64
Gráfico 33- Tempo disponibilizado pelos pais para acompanhar os filhos em casa nos estudos
...................................................................................................................................................64
Gráfico 34- Receção de relatórios da parte da escola sobre os seus educandos.......................65
Gráfico 35- Receção de Visitas domiciliárias da parte da escola.............................................65
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÃO
Ilustração 1- Mapa Localização Geográfica de Cabo Verde....................................................31
Ilustração 2- Mapa de Cabo Verde...........................................................................................31
Ilustração 3- Mapa da localização da ilha de Santiago.............................................................33
Ilustração 4- Mapa da Ilha Santiago.........................................................................................33
Ilustração 5- Localização do Concelho do Tarrafal..................................................................34
Ilustração 6 - Divisão do Concelho do Tarrafal........................................................................34
Ilustração 7- Mapa - Localização do Pólo (Escolas Central e Ponta Lagoa)............................35
Ilustração 8 - Mapa - Zonas de aplicação dos questionários - Gabinete Técnico do Tarrafal. .42
INTRODUÇÃO
Para o efeito, tomamos como caso de estudo o Pólo Educativo nº I-B do Tarrafal, ano letivo
2016/17. A escolha do tema deve-se à nossa experiência de docência, durante mais de uma
década, o que nos tem permitido questionar sobre que tipos de participação as famílias têm
tido junto da escola.
De certo modo, como pais que somos, temos percebido que nem sempre o entendimento da
importância da participação na vida escolar dos filhos é unânime.
Acreditamos que, partindo desses pressupostos, podemos encontrar respostas a essas questões
uma vez que a família e a escola são, sem dúvida, as principais instituições de socialização de
qualquer indivíduo. Cientes desta realidade, sabemos que a aposta num trabalho conjunto
entre as referidas instituições possibilitará a formação integral do indivíduo, tornando-o capaz
de construir uma sociedade que se pretende.
A pertinência do tema torna-se necessária porque a perceção que se tem do papel e da relação
Escola/Família tem tomado um rumo de dispersão. Segundo observações efetuadas no nosso
dia-a-dia, urge a necessidade de se congregar e assumir responsabilidades de interajuda entre
os atores educativos. Ao longo dos anos, nota-se que não tem havido partilha de
responsabilidades mútua, fazendo com que cada uma, por si só, tenha assumido o seu papel
distante uma da outra. A nosso ver, as responsabilidades para com a educação devem ser
participadas e partilhadas, cientes de que o sucesso da criança só será possível com a
colaboração de todos, pois a família e a escola são o caminho mais viável para se alcançar o
desejável.
Já no capítulo II, fazemos a localização geográfica do Pólo Educativo onde foi feito o estudo
do referido tema. Ainda consta a definição da problemática da investigação, as perguntas de
partida, as hipóteses de investigação, assim como os objetivos, geral e específicos. Também
apresentamos a metodologia e técnicas de recolha de dados utilizados.
O capítulo III está reservado à apresentação, análise e discussão dos resultados referentes aos
questionários e entrevista aplicados,; às considerações finais,; às recomendações,; às
referências bibliográficas e aos anexos.
CAPÍTULO – I ENQUADRAMENTO TEÓRICO
Hoje, mais do que nunca, urge fazer uma reflexão profunda sobre a relação escola/família. Os
longos anos de experiência demonstram a necessidade de uma convergência urgente entre
estas duas instituições. Enquanto professores que somos, constatamos inúmeras vezes que
apesar dos esforços envidados, poucos pais se deslocam à escola mostrando interesse pela
educação dos seus filhos, destacando-se, principalmente, os pais dos alunos com dificuldades
de aprendizagem e problemas comportamentais.
Sabendo que a família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por
isso, a ligação entre o afetivo e o cognitivo, assim como a transmissão dos valores e das
normas, a sua relação com o sistema educativo é, por vezes, tido como incompatível.
A família sempre foi e continua a ser a instituição primordial onde se inicia a socialização; é
nela que a criança se desperta como um ser social.
Quando se utiliza a palavra família, todos nós temos uma ideia ou definição na cabeça, mais
ou menos comum, que é a seguinte: família é um conjunto de pessoas com quem vivemos (o
marido, a mulher e os filhos) e que têm o mesmo laço sanguíneo. Esta será por ventura, uma
definição rudimentar não deixando, no entanto, de ter um fundo científico.
Em educação, o conceito de família diverge de autor para autor e todos tentam defini-lo sob
determinado ponto de vista, de acordo com o trabalho que estão a realizar.
De acordo com o artigo 87º ponto nº1 da Constituição da República de Cabo Verde (2010, p.
67) “a família é o elemento fundamental e a base de toda a sociedade”.
Segundo Dessen & Polonia (2007), a entidade família está patente em todas as sociedades, e é
nela que a criança efetua o seu primeiro contato social, e recebe influências culturais
existentes no meio em que ela está inserida.
Perante isso, os autores Dessen & Polonia (2007, p. 22) concluem que:
“Como primeira mediadora entre o homem e a cultura, a família constitui a unidade
dinâmica das relações de cunho afetivo, social e cognitivo que estão imersas nas
condições materiais, históricas e culturais de um dado grupo social. Ela é a matriz da
aprendizagem humana, com significados e práticas culturais próprias que geram
modelos de relação interpessoal e de construção individual e coletiva”.
Já do ponto de vista de Flores (1988) & Osmond (2010) (cit. in Borges 2016, p. 48) a família
é definida como um grupo de pessoas, que vivem debaixo de um mesmo teto, unidas entre si
por relações de progenitor e descendente.
Ele reforça a ideia de Osório ao entender que a família é uma instituição que vem se
transformando ao longo dos tempos tanto culturalmente, como em aspetos sociais e
económicos.
Ainda, segundo Maxler e Mishler, (cit in Machado 2011), a família define-se como “um
grupo primário, um grupo de convivência intergeracional com relações de parentesco e com
uma experiência de intimidade que se prolonga no tempo.”
É no meio familiar que o individuo tem seus primeiros contatos com o mundo externo, a
linguagem, a aprendizagem e aprender os primeiros valores e hábitos. Tal convivência é
fundamental para que a criança se insira no meio escolar sem problemas de relacionamento
disciplinar, entre ela e os outros.
Borges (2016, p. 48), reforça ainda que além desses dois tipos já referidos é comum existirem
famílias monoparentais, constituídas na maioria dos casos por mãe e filhos e em casos
minoritários por pai e filhos.
No nosso país, de acordo com os dados do estudo do Instituto Nacional das Estatísticas (INE),
publicado no dia 15 de maio de 2017 no jornal Inforpress, a família cabo-verdiana é
caraterizada por agregados familiares constituídos por união de fato em 33,1%, solteiros
23,4% e 19,1% casados, sendo a zona urbana aquela onde está fixada a maior parte das
famílias, ou seja 76,6% e na zona rural 45,5%.
Ainda de acordo com este instituto, o inquérito referente ao agregado familiar indica que o
nível médio da educação dos representantes com mais estudo é de 7,5% homens e 7,1%
mulheres, sendo que 7,9% se encontra no meio urbano e 5,6% no meio rural.
De acordo com os dados avançados pela mesma fonte a tipografia dos agregados familiares
no arquipélago é formada por – conjugais, unipessoal, nucleares e compostas. O estudo refere
que os agregados conjugais são de 46,2% e é representado pelo sexo masculino, já os
monoparentais 33,2%, sendo a maioria representados pelas mulheres.
O mesmo inquérito indica que a evolução da tipologia dos agregados familiares do ano 2000 a
2016, não teve muito progresso, tendo as percentagens estacionadas próximas uma das outras.
Não restam dúvidas que a família desempenha um papel de excelência na construção de uma
sociedade. Assim sendo, acarreta responsabilidades na formação do individuo, transferindo-
lhe valores que outrora foram adquiridos das gerações mais antigas, mas também cabe à
família algumas obrigações existentes em documentos legais como a Constituição da
República e o Estatuto da Criança e do Adolescente cabo-verdiano.
A Constituição da República de Cabo Verde atribui à família, algumas responsabilidades de
acordo com o artigo 90º, (Infância) pontos 1 e 2
Nos dois documentos é possível verificar aspetos comuns quanto ao papel da família no
crescimento e desenvolvimento de seus filhos, como, por exemplo, garantir a escolarização,
uma educação voltada para a cidadania e uma vida digna, garantir a saúde, o carinho, a
proteção e o afeto.
Convém realçar que de acordo com Torre (1984), (cit. in Borges 2016, p. 50)
“A família possui quatro funções básicas: sexual, reprodutiva, económica e
educacional. As duas primeiras contribuem não só para satisfazer as necessidades
sexuais, mas também asseguram a continuidade da espécie. A terceira permite
assegurar aso seus membros os meios de subsistência e bem-estar. A quarta é
responsável pela transmissão dos atos, conhecimentos e atitudes necessários à
socialização do individuo, preparando-o para sua inserção no meio.”
Por outro lado, sabe-se que a família, por mais que tenha inúmeras responsabilidades
educacionais sobre a criança, necessita de auxílio para efetivar um ensino com qualidade e
como sabemos a família está precisando da parceria das escolas, porque ela sozinha não dá
conta da educação e socialização dos filhos.
Diante dessas atribuições, cabe a nós como professores, fazermos uma reflexão incidindo na
participação e no envolvimento dos pais na vida escolar dos filhos, analisando o nível de
entrega dos mesmos e o impacto desta mesma entrega nos resultados dos seus educandos.
Neste aspeto, convém realçar a nossa perceção sobre o que chamamos de participação e o que
entendemos por envolvimento. Seria salutar se esses dois aspetos andassem juntos, para que
na realidade, o relacionamento entre a escola e a família viesse a ter reflexos positivos na vida
dos alunos.
Devemos ainda comparar e desmistificar tipos de pais de acordo com suas frequências aos
estabelecimentos de ensino e procurar dar respostas aos desafios que se vão acumulando no
que tange à participação ou envolvimento na vida escolar dos filhos.
Refletindo Cury (2003), ser um pai brilhante é colocar a educação dos seus filhos acima dos
seus próprios interesses olhando para a importância do ser e não do ter, porque a educação é
que prepara os jovens para a vida, pondo de lado a herança material que deixamos, mas sim a
pessoa que os nossos filhos serão. Precisamos de ser educadores muito acima da média, se
quisermos formar seres humanos inteligentes, felizes e capazes de sobreviver numa sociedade.
1.2 - A ESCOLA
A escola tem-se evoluído ao longo dos tempos. De acordo com a Enciclopédia Combi Visual,
(1989, p. 1-12) antigamente, não havia essa forma de escola onde são destacadas conjunto de
pessoas específicas para educar as crianças. Nas sociedades primitivas as crianças aprendiam
não de forma dirigida, mas sim, através da observação do comportamento dos adultos. Eles
preparavam para a vida através das lides da vida diária dos seus antecedentes.
Hoje em dia, para além de ainda existir essa forma de aprendizagem, em que os mais
pequenos aprendem pela observação das ações dos mais velhos, e não só, há também a
aprendizagem dirigida, em que se destaca o grupo de pessoas específicas para ajudar a
desenvolver a criança em diversos domínios como: físico, moral, intelectual, psicológico, (...)
A partir dos princípios do séc. XVI desenvolveu-se uma forma de escola que ainda
seguia, de certo modo, o padrão da escola monacal. Não obstante, em parte era para
crianças e jovens (só se admitiam classes masculinas) e não se destinava unicamente
à educação sacerdotal, embora a maioria dos alunos fosse preparada para o
sacerdócio. Vinha a ser uma escola latina. Destinava-se a uma parte muito pequena
da população, posto que devia preparar para a educação superior, reservada a um
escasso número de pessoas: clérigos, alguns altos cargos, médicos e muito poucas
profissões mais.
Essa forma escolar foi a preponderante até meados do séc. XIX, ainda que
lentamente fosse evoluindo, especialmente na Alemanha, sob a influência do
chamado neo-humanismo.
A escola tradicional tinha como principal objetivo transmitir conhecimentos e valores que
passassem de geração em geração. As escolas modernas, por sua vez, pretendem que a criança
se desenvolva no futuro, pondo ao seu alcance uma bagagem cultural que satisfaça as
exigências da sociedade futura. Por isso, a escola trabalha para estar ao corrente em matéria
de inovação tecnológica e fomentar os valores da convivência e do respeito.
No tocante às definições e atribuições começamos por citar Delors (2005, p. 77), que toma
como base para uma resposta cabal à educação 4 pilares importantes,
Sendo assim, a escola constitui um espaço de preparação intelectual e moral do individuo, ela
assume uma responsabilidade grande no que tange a educação do Homem enquanto ser em
constante evolução, abrindo-lhe caminhos para construção de conhecimentos que tem a ver
com o saber, permitindo-lhe uma integração plena em qualquer sociedade e tenha consciência
que as oportunidades são para todos, sem descriminação.
Num mundo em constante transformações, devemos ver a escola como uma organização
indispensável à formação do individuo, como espaço de partilha e enriquecimento das
experiências de socialização e da dinâmica das relações interpessoais.
Já na ótica de Ramos (2010) (cit. in Borges, 2016, p. 19) “A escola é um sistema geral de
convivência que necessita dinamizar e facilitar as relações positivas e impedir as negativas,
implicando neste processo todos os membros da comunidade educativa, incluindo as
famílias.”
Para Gadotti (2007, p. 12) “A escola não é só um lugar para estudar, mas para se encontrar,
conversar, confrontar-se com o outro, discutir e fazer política.”
Ainda, o mesmo autor refuta a ideia de que: “A escola não é só um espaço físico, é acima de
tudo, um modo de ser e de ver, ela se define pelas relações sociais que desenvolve.”
É preciso, portanto, que a família, seja ela que composição tiver, cumpra os seus deveres e
que a escola faça valer sua proposta pedagógica como meta, para que ambas possam atingir
seus objetivos na formação dessas crianças e jovens adolescentes. O primeiro passo para que
isso aconteça é estabelecer regras que fortalecerão essa parceria, permitindo que a
aprendizagem dos filhos e alunos se efetive claramente, através de seus desempenhos, tanto
no lar quanto na escola.
A escola e a família são duas importantes instituições responsáveis pela educação e formação
do individuo.
"A verdade é que a Escola sozinha não conseguirá levar adiante a responsabilidade
de educar e ensinar, já que a responsabilidade maior da escola está em ensinar e a da
família está em educar. A especificidade da Escola não pode ser desviada para
funções que não é sua e o ensino deve ser aplicado para o crescimento intelectual,
social e econômico de cada aluno, individualmente. Aos pais cabe todo o empenho
de acompanhar a formação de seu filho desde o nascimento até a maioridade para
que sua educação moral, de caráter e escolar sejam positivas, pois, a família é o fator
que mais tem influência na educação. É de suma importância o comparecimento dos
pais ao menos uma vez por semana na escola dos filhos, para saber como eles estão
indo nos estudos, conversando com os professores e verificando a interação dos
filhos com os colegas. Não basta apenas olhar cadernos e perguntar como estão, é
preciso participar, se fazer presente neste acompanhamento. Através dessas ações se
efetiva a parceria que a escola precisa para ensinar com qualidade.” Freire (2000,
p. 29)
Savater, na obra O Valor de Educar (2005, p. 58) afirma: “Se a socialização primária for
realizado de modo satisfatório, a socialização secundária será muito mais frutífera, pois terá
uma base sólida sobre a qual assentar seus ensinamentos; caso contrário os professores ou
companheiros deverão perder muito tempo polindo e civilizando [...] quem deveria estar
pronto para aprendizados menos elementares”.
O fortalecimento da interação colaborativa entre as instituições familiar e escolar é a
alternativa viável para que ambas consigam superar limites e dificuldades no processo
educacional. Para que a escola possa cumprir suas responsabilidades com êxito, torna-se
decisivo o apoio e a presença participativa da família ou dos responsáveis pelos educandos.
Os pais e a escola têm as suas responsabilidades. Cabe a cada um incrementar os seus papéis,
mas no sentido de não haver uma contraposição. A participação dos pais deve ser encarada de
forma positiva porque muitas vezes alguns professores encaram essa participação como
ameaçadora, o que favorece a sua ausência. Neste sentido, Monteiro (2002, p. 82) acrescenta:
“Há que haver uma necessidade de mudar esta situação porque hoje em dia existe
uma convicção que a educação dos jovens é a tarefa assumida pelos pais e
professores. Pois é necessário que entre os pais e professores construam relações
frutuosas e de cooperação para atingir um objetivo comum que é o desenvolvimento
integral dos jovens.”
Nesse contexto tão desafiador que é a rotina escolar, notamos que a criação de relações
harmoniosas entre a escola e a família, assenta antes de mais, na capacidade de comunicação e
entendimento entre os diversos intervenientes. Só assim será possível iniciar um processo
colaborativo, que reconhecendo e respeitando o papel de cada um na diversidade de valores e
perspetiva, crie melhores condições de aprendizagens para todos os alunos. A participação
dos pais na vida escolar dos educandos representa um papel indispensável não somente para o
desempenho escolar destes, mas para o processo socializador desenvolvido a partir dela, onde
o diálogo existente entre as instituições, família e escola, colabora para o equilíbrio do
processo educacional dos educandos.
Hoje, a escola deve formar e capacitar os alunos para a aquisição de novas competências em
função de novos saberes que surgem e que exigem um novo tipo de profissional. Ela deve
promover uma educação assente em parâmetros universais, que provoque nos indivíduos a
motivação para aprendizagem ao longo de toda a vida.
Neste sentido, a escola precisa de ser aberta, acessível a todos. Aos que são altamente
educados e aos que, por qualquer motivo não tiveram acesso a uma educação avançada
anteriormente, pois a escola é um espaço importante onde as pessoas aprendem e representam
um sinal de iniciar ou de continuar a aprendizagem.
Segundo Peres (1977, p. 49), existem sete pressupostos que a escola pode estabelecer para
melhorar o relacionamento com os pais e encarregados de educação:
Ao agir assim a escola está a criar um ambiente favorável que facilite um bom relacionamento
com os pais, e ao mesmo tempo está a incentivá-los a sentirem e a fazerem parte da própria
escola.
A família deve, portanto, se esforçar em estar presente em todos os momentos da vida de seus
filhos, presença essa que implica envolvimento, comprometimento e colaboração. Deve estar
atenta a dificuldades não só cognitivas, mas também comportamentais. Deve estar pronta para
intervir da melhor maneira possível, visando sempre o bem de seus filhos, mesmo que isso
signifique dizer sucessivos “nãos” às suas exigências. Em outros termos, a família deve ser o
espaço indispensável para garantir a sobrevivência e a proteção integral dos filhos e demais
membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como se vem estruturando.
(Kaloustian, 1988)
Refletindo as ideias do autor, verifica-se, que hoje em dia, vive-se num mundo de grandes
influências e transformações, por vezes, difíceis de serem aceites. E dentro dessa conjuntura
está a família e a escola, ambas tentando encontrar caminhos no meio desse emaranhado de
escolhas que esses novos contextos, sociais, económicos e culturais, nos impõem.
Os pais que não têm condições emocionais de suportar a sua parcela de responsabilidade, ou
culpa, pelo mau rendimento escolar, ou algum transtorno de conduta do filho, farão de tudo,
para encontrar argumentos, a fim de imputar aos professores que reprovaram o aluno, ou à
escola como um todo, a total responsabilidade pelo fracasso do filho (Zimerman cit. in
Bassols 2003, p. 14).
CAPÍTULO II - PARTE EMPÍRICA
Para uma melhor compreensão, em termos geográfico do Pólo Educativo onde foi feito o
estudo do referido tema, faremos o seu enquadramento partindo da localização dos espaços,
arquipélago, ilha, concelho e zonas onde se encontra inserido, bem como a descrição das
condições físicas nele existentes e da sua constituição em matéria de recursos humanos.
Ilustração 1- Mapa Localização Geográfica de Cabo Verde Ilustração 2- Mapa de Cabo Verde
Fonte: www.google.com Fonte: Gabinete Técnico do Tarrafal
O arquipélago de Cabo Verde é constituído por dez ilhas e oito ilhéus, divididos em dois
grandes grupos consoante a posição face ao vento alíseo do nordeste:
O grupo de Barlavento que integra as ilhas de Santo Antão (754 Km 2), São Vicente (228
Km2), Santa Luzia (34 Km2), São Nicolau (342 Km2), Sal (215 Km2), Boa Vista (622 Km2) e
os ilhéus Raso e Branco.
O grupo de Sotavento que integra as do Maio (267 km 2), Santiago (992 km2), Fogo (477 km2),
Brava (65 km2) e os ilhéus Secos ou de Rombo.
As ilhas são de origem vulcânica, sendo a maioria montanhosa. A ilha do Fogo, onde se
encontra o vulcão com o mesmo nome, ainda ativo, apresenta o pico mais alto medindo 2 882
metros e a rara paisagem de praias de areia negra. Outras grandes elevações do país situam-se
na ilha de Santo Antão - o Topo de Coroa, com 1 979 metros e em Santiago - o Pico de
Antónia com 1 373 metros.
As ilhas do Sal, Boa Vista e Maio são planas e são as ilhas onde se pode encontrar grandes
extensões de praias de areia branca que contrasta com o azul intenso do mar e, às vezes,
matizado em vários tons de azul. Devido à sua situação geográfica, Cabo Verde integra o
grupo dos países do Sahel e por isso apresenta um clima árido e semi-árido, quente e seco,
com escassa pluviometria e uma temperatura média anual de 25º C. A época das chuvas situa-
se normalmente entre Julho e Outubro, muitas vezes com alguma irregularidade e períodos
consideráveis entre uma chuva e outra.
A ilha de Santiago, a maior do arquipélago, com uma superfície de área com cerca de 99 km 2,
fica situada a Sul do arquipélago, entre os paralelos 15º 21 e 14º 50 de latitude Norte e os
meridianos 23º 50 e 23º 20 de longitude Oeste do meridiano de Greenwich.
Possui um comprimento máximo de 54,9 km entre a Ponta Moreira a Norte e a Ponta Mulher
Branca a Sul e uma largura máxima de 29 km entre a Ponta Janela a Oeste e a Ponta Praia
Baixo a Leste.
O Concelho do Tarrafal está situado no extremo Norte da ilha de Santiago a uma distância de
aproximadamente 75 quilómetros da capital do país (Cidade da Praia), integrando o grupo dos
concelhos do interior de Santiago. Em termos de área, ocupa uma superfície de 112,4 Km2 o
que representa cerca de 11% da área total da ilha de Santiago e 2,8% do território nacional,
ocupado por cerca de 18.264 habitantes. Este município confronta a sudeste e sudoeste com
os concelhos de S. Miguel e de Santa Catarina, respetivamente.
É de destacar que o referido Pólo possui condições mínimas para que se exerça um trabalho
educativo de qualidade. Pelo quadro do pessoal docente e não docente pode-se concluir que a
mesma instituição demonstra a possibilidade de se constituir um espaço que favorece o
incremento e a valorização tanto da informação como da formação dos seus educandos e de
uma profícua relação entre a escola e a família.
A escolha do tema acima referido, deve-se à problemática por que está a passar a nossa
sociedade, em particular a relação escola/família. Muitos são os problemas com que
deparamos no nosso dia-a-dia no trabalho com as nossas crianças, devido a ausência do
acompanhamento dos pais no desenrolar do processo de desenvolvimento cognitivo. É
preocupante porque são números bastante reduzidos de pais que atendem às solicitações dos
professores, isto porque, conferem todos os encargos aos professores e proferem: - já que a
criança está na escola o professor tem de desenrascar-se ajustando soluções para resolver
determinados problemas. Mas, mesmo assim, as responsabilidades devem ser compartilhadas.
Existem pais que estão conscientes das suas responsabilidades, porque os papéis são
diferentes. Os pais têm a responsabilidade de cobrar à escola quando, determinado professor
falta tanto às aulas, cobrar em relação à melhoria dos resultados, saber sobre determinadas
condições físicas da escola, entre outras situações. E nós professores devemos garantir a
aprendizagem dos conteúdos correspondentes à área curricular que lecionamos, associada
também aos conteúdos que preparam os nossos educandos para a vida.
Nos dias de hoje, a ausência de pais, encarregados de educação ou familiares na escola é tão
visível que as instituições educacionais estão cada vez mais preocupadas em fazer palestras
com ênfase na família e em especial nos pais, com intento de tê-los mais próximos da escola,
pois, essa não comparência está a refletir negativamente no desempenho escolar de certas
crianças. A falta desse elemento está contribuindo para o mau desempenho escolar dos alunos
e, consequentemente, para o aumento do insucesso escolar.
“São os pais os principais responsáveis pela educação dos seus filhos e tal
responsabilidade não se podem passar para outrem”. (López, 2009, p. 20)
De acordo com as ideias do autor, os pais devem ter firmeza e autoridade no momento de
exercerem a função de educadores, isto porque, os filhos conhecendo os pontos fracos dos
mesmos tentam por vezes manipulá-los para conseguirem ver os seus desejos realizados. É
preciso, também, dizer não em alguns momentos, mas sem deixar de respeitar a personalidade
dos filhos.
Os pais precisam compreender, no entanto, que seguir a vida escolar dos filhos não deve
constituir apenas exigir. O acompanhamento presume-se que é muito mais do que isso. É
necessário estimular, motivar, enaltecer, aconselhar, dialogar, engrandecer, debater. Os pais, a
família no seu todo e a escola constituem alicerce de um futuro próspero. É importante que os
dois sigam os mesmos princípios e normas, bem como a mesma administração em relação à
finalidade que desejam atingir. Salienta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada um
deve fazer a sua parte para alcançar com sucesso a educação de que todos nós almejamos para
as nossas crianças e adolescentes, que visa conduzi-los a um futuro melhor.
a) Qual é o nível de envolvimento dos pais encarregados de educação na vida escolar dos
filhos?
b) Quais são as causas da pouca afluência dos pais aos estabelecimentos escolares?
Hipótese 1- O Sucesso escolar do aluno está inteiramente ligado ao envolvimento dos pais
encarregados de educação;
Hipótese 2 – A pouca afluência dos pais aos estabelecimentos de ensino está relacionada com
a falta de tempo;
2.6.4 – OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
De acordo com o conceito acima, entendemos que a definição da metodologia num trabalho
científico é muito importante; consiste em uma etapa específica que procede de uma posição
teórica para a seleção de técnicas concretas de investigação. Logo, a metodologia depende das
hipóteses que o investigador acredita serem válidas, já que a ação metodológica será a sua
ferramenta para analisar a realidade estudada.
De acordo com Richardson (1989) cit. in Dalfovo, Lana & Silveira, (2008):
“ Método quantitativo caracteriza-se pelo emprego da quantificação, tanto nas
modalidades de coleta de informações quanto no tratamento dessas através de
técnicas estatísticas, desde as mais simples até as mais complexas.
Conforme supra mencionado, ele possui como diferencial a intenção de garantir a
precisão dos trabalhos realizados, conduzindo a um resultado com poucas chances
de distorções.”
E ainda:
“ De uma forma geral, tal como a pesquisa experimental, os estudos de campo
quantitativos guiam-se por um modelo de pesquisa onde o pesquisador parte de
quadros conceituais de referência tão bem estruturados quanto possível, a partir dos
quais formula hipóteses sobre os fenómenos e situações que quer estudar. Uma lista
de consequências é então deduzida das hipóteses. A coleta de dados enfatizará
números “ou informações conversíveis em números” que permitam verificar a
ocorrência ou não das consequências, e daí então a aceitação “ainda que provisória”
ou não das hipóteses. Os dados são analisados com apoio da Estatista (inclusive
multivariada) ou outras técnicas matemáticas. Também, os tradicionais
levantamentos de dados são exemplos clássicos do estudo de campo quantitativo”
(Popper, 1972 cit. in Dalfovo, Lana & Silveira, 2008).
De acordo com o dicionário de Língua Portuguesa com acordo ortográfico, “técnicas são
processos baseados em conhecimentos científicos, e não empíricos utilizados para obter certos
resultados”.
Ainda, pode ser definida como um conjunto de saberes de ordem prática ou de procedimentos
para se conseguir o resultado que se deseja.
Optamos por aplicar o questionário fechado e a entrevista para a efetivação do nosso trabalho.
2.8.1 – QUESTIONÁRIO
Ainda, podemos dizer que é uma técnica de investigação composta por um número grande ou
pequeno de questões apresentadas por escrito que tem por objetivo propiciar determinado
conhecimento ao pesquisador.
Ele é muito útil quando um investigador pretende recolher informação sobre um determinado
tema. Também é importante pela facilidade com que se interroga um elevado número de
pessoas, num curto período de tempo.
Ainda, conforme citam os autores Martins & Bicudo (1994, p. 58) a possibilidade de
descoberta genuína é mantida na busca sistemática de significados. O procedimento é
descritivo e interpretativo, uma vez que o pesquisador está interessado na atitude de abertura
do entrevistado, onde haja supressão de preconceitos.
Para termos uma ideia mais ampla sobre a relação escola/família optamos também, para a
realização de uma entrevista direta com o gestor do Pólo usando um guião previamente
elaborado. O mesmo é constituído por 15 questões distribuídas em três blocos. No que tange
ao bloco B, o entrevistado respondeu questões relativas à relação escola-família, no bloco C,
respondeu questões inerentes à participação da família na vida dos filhos e no bloco D,
abordou questões relacionadas com o envolvimento dos pais/encarregados de educação nas
decisões do Pólo. É de realçar que essa entrevista foi gravada e posteriormente transcrita
(anexo V).
2.8.3 – AMOSTRA
É a redução da população a dimensões menores, sem perdas das suas caraterísticas essenciais.
… Ela deverá conter proporcionalmente tudo o que a população possui, e terá ainda de ser
imparcial, isto é, todos os elementos da população devem ter igual oportunidade de fazer parte
da amostra. (Gonçalves, 1993, p. 11, 12)
Segundo Neves (2000, p. 19) a amostra é um subconjunto finito da população que se supõe
representativo desta.
De acordo com a mesma autora “existem técnicas científicas para a seleção correta de
amostras. De entre essas técnicas, as mais conhecidas são a amostragem aleatória simples, a
amostragem sistemática e a amostragem estratificada.”
Para realização do nosso trabalho, optamos pela amostragem aleatória simples que segundo
Neves (2000, p. 21) “qualquer elemento da população tem a mesma probabilidade de ser
escolhido.”
A escola em estudo tem uma população de 455 alunos. Para conhecer a amostra aplicamos a
seguinte fórmula, n = (N Z α2 p q)/d2(N-1)+Z α2 p q)
= (455*1,96^2*0,05*0,95)/(0,03^2*(455-1)+1,96^2*0,05*0,95)
= 140,466
De acordo com o cálculo acima, obtivemos uma amostra de 140 alunos. Mas, considerando
ser bastante elevado para o nosso estudo, optamos por uma população representativa de 150
alunos e o resultado da amostra foi de 86.
Desta amostra, a seleção foi feita de forma aleatória sendo que para o 1º ciclo (1º ao 4º ano)
foram escolhidos 10 alunos por classe e no 2º ciclo, 26 para o 5º ano (classe com maior
número de alunos) e 20 para o 6º ano.
CAPITULO III - APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
De acordo com os dados estatísticos relacionados com a variável “idade”, referentes aos
professores do Pólo 1-B do Tarrafal, verificou-se que dos 18 professores inquiridos, todos
responderam as questões relacionadas com a idade. Dos inquiridos, 1 professor
correspondendo a 5,6% do total, tem idade compreendida entre 31 a 35 anos; 7 professores
que correspondem a 38,9% do total, têm idade compreendida entre 36 a 41 anos; 6
professores que correspondem a 33,3% do total têm idade compreendida entre 42 a 47 anos; 4
professores que correspondem a 22,2% do total têm maior de 47 anos. A moda é 3, porque foi
inquirido maior número de professores com idade compreendida entre 36 a 41 anos. Não
houve nenhum ausente, porque todos os inquiridos indicaram as suas idades. Pela análise do
gráfico pode-se ver que os professores já são pessoas maduras.
Gráfico 2- Sexo –Professores
Dos 18 professores inquiridos, 10 têm como formação profissional o EX-IP, o que equivale a
55,6% e 8 professores com licenciatura na área de ensino, correspondendo a 44,4%. A moda é
5, o que mostra que, em termos académicos, a escola está em boa situação e sendo assim,
pode-se pensar num ensino de qualidade, nesse estabelecimento.
Gráfico 4- Situação Profissional – Professores
De acordo com o quadro acima, foram inquiridos 18 professores e não houve nenhum
ausente. A moda é 1, o que quer dizer que, nessa escola há 17 professores do quadro do ME
(Ministério da Educação) o que corresponde a 94,4% e 1 contratado correspondendo a 5,4%
do total dos inquiridos. A situação laboral dos professores, nessa escola, é boa, porque a
maioria pertence ao quadro do ME.
Estatísticas descritivas
Gráfico 5 – Média de Visitas que os professores recebem dos Pais encarregados de educação
Do total dos 18 professores inquiridos, ficou explicito que, em relação à variável “quantas
visitas dos pais/encarregados de educação costuma receber por trimestre”, 50% dos
inquiridos que correspondem a 9 professores recebem de 1 a 5 visitas por trimestre, 27,8%
correspondente a 5 professores recebem de 6 a 10 e 22,2% correspondentes a 4 professores
recebem mais do que 10 visitas por trimestre. A moda é 2, isto porque, a maioria dos
professores recebem entre 1 a 5 visitas por trimestre. Com esses dados estatísticos ficou claro
que há pouca afluência dos pais encarregados de educação à escola.
Gráfico 6 – Quando os professores costumam contatar os pais encarregados de educação
De acordo com o quadro acima, foram inquiridos 18 professores e não houve nenhum
ausente. Desses, 11,1% que correspondem a 2 professores afirmam que costumam contactar
os pais/encarregados de educação no início do ano letivo e 88,9% o que corresponde a 16
professores afirmam que contactam os pais/encarregados de educação ao longo do ano. A
moda é 2, o que quer dizer que há mais solicitações dos pais encarregados de educação ao
longo do ano.
Referente a variável “para que fins solicitam os pais encarregados de educação” foram
inquiridos 18 professores. Um (1) professor que representa 5,6% respondeu que solicita os
pais e ou encarregados de educação para palestras, 7 professores que equivalem a 38,9%
disseram que solicitam os pais e ou encarregados de educação para reuniões, 8 professores
equivalentes a 44,4% solicitam os pais encarregados de educação para inteirarem do
desempenho dos seus educandos e 2 professores que representam 11,1% responderam que
solicitam os pais e ou encarregados de educação para responderem face aos problemas
comportamentais dos filhos. A moda é 4, isto significa que os pais e ou encarregados de
educação são solicitados com maior frequência para se inteirarem do desempenho dos seus
educandos.
Gráfico 8 – Com que antecedência as convocatórias são enviadas aos pais encarregados de educação
Com base no gráfico acima, referente à variável “com que antecedência as convocatórias são
enviadas aos pais encarregados de educação” 5,6% que equivale a 1 professor diz que envia
convocatória com um dia de antecedência, 77,8% que equivalem a 14 professores dizem que
enviam convocatória com três de antecedência e 16,7% que equivalem a 3 professores dizem
que enviam as convocatórias com uma semana de antecedência. A moda é 2, o que quer dizer,
que a maioria dos professores envia convocatória com três dias de antecedência, pelo que
concluímos que as convocatórias são enviadas atempadamente.
Dos resultados apresentados concluímos que, a maioria dos inquiridos, isto é, 55,6% do total,
correspondentes a 10 professores responderam que os pais comparecem às vezes à escola e
11,1% que correspondem a 2 professores responderam que os pais aparecem raramente ao
estabelecimento escolar; 22,2% que equivalem a 4 professores responderam que os pais
comparecem muitas vezes à escola e 11,1% correspondentes a 2 professores afirmaram que os
pais vão sempre à escola. A moda é 3, porque a maioria dos pais/encarregados de educação
vai à escola, às vezes, o que justifica que a maioria não tem a cultura de visitarem os
educandos na escola.
Gráfico 10 – Motivos da não comparência dos pais encarregados de educação nas escolas
Pelo gráfico, vê-se que 100% dos inquiridos responderam que não enviam o relatório do
desempenho do educando aos pais e encarregados de educação. Refletindo sobre esse
procedimento concluímos que, se o mesmo for corrigido, poderá certamente contribuir para a
melhoria do desempenho dos docentes e dos discentes e, consequentemente, da qualidade do
ensino.
Gráfico 13- Colaboração entre escola e pais para evitar faltas dos alunos às aulas
Em relação à variável “Escola colabora com os pais encarregados de educação para que
evitem que os alunos faltem às aulas”, 100% dos inquiridos responderam que há uma
colaboração mútua entre a escola e os pais/encarregados de educação.
Gráfico 14- Relação escola pais encarregados de educação
Estatísticas descritivas
No que tange à variável “sexo”, nota-se que dos 86 alunos a quem foram aplicados o
questionário, não houve nenhum ausente; 53 dos inquiridos são do sexo feminino e
correspondem a 61,6%, sendo os restantes 33, equivalentes a 38,4%, do sexo masculino.
Ficando a moda representativa em 2, o que significa que há mais meninas do que rapazes.
Da análise dos dados vê-se que 86 alunos responderam ao questionário, sendo que este foi
aplicado a 10 alunos do 1º, 2º, 3º, 4º anos (40 alunos) o que, em termos percentuais,
representa 11,63%, por ano de escolaridade; o mesmo se fez a 26 alunos do 5° ano (ano de
escolaridade com maior representatividade), representando 30,23% e ao 6° ano, os restantes
20 alunos, equivalendo a 23,26%, ficando a moda representativa em 5.
Gráfico 17- Conhecimento da escrita e leitura por parte dos pais encarregados de educação
Questionados 86 alunos, se os seus pais sabem ler e escrever, 88,37%, afirmam que sim,
percentagem que corresponde a 76 alunos que responderam positivamente e 11,63%
correspondente a 10 alunos, cujas respostas é não, ficando a moda em 1, porque a maioria
sabe ler e escrever. Não houve ausentes.
Gráfico 18- Visita dos pais encarregados de educação aos filhos na escola
Da análise feitas à esta questão, constata-se que 13 alunos, o que em termos percentuais
correspondem a 15,12% responderam que nunca são acompanhados nos estudos pelos
pais/encarregados de educação, em casa, 11 alunos, ou seja, 12,79% afirmam que raramente
são acompanhados; 31,40% (27 alunos), disseram que às vezes recebem apoio; 15 alunos
representando 17,44% do total (86) demostram que muitas vezes têm acompanhamento e
23,26% (20 alunos) responderam que sempre recebem acompanhamento nos estudos. Houve
participação dos 86 inquiridos. A moda é 3, porque a maioria respondeu, que às vezes recebe
apoio dos pais/encarregados de educação
Gráfico 20- Pais procuram apoio para ajudar os filhos a entenderem certos conteúdos
Com base nos dados, 12,79% que correspondem a 11 alunos responderam que os seus
pais/encarregados de educação apresentam como desculpas pela não comparência à escola o
motivo de saúde, 3 alunos correspondentes a 3,49% afirmam que os pais/encarregados de
educação justificam que a educação só diz respeito à escola, 40 alunos que correspondem a
46,51%, responderam que os pais encarregados de educação apresentam como justificativo
pela não comparência à escola a coincidência entre o período da aula com o horário de
trabalho e 32 alunos correspondentes a 37,21% afirmaram que os pais encarregados de
educação apresentam outras razões para que tal não aconteça. A moda é 4, porque a maioria
dos alunos responderam que os pais encarregados de educação, apresentam como motivo pela
não comparência à escola a coincidência entre o horário da aula e o horário do trabalho.
Estatísticas descritivas
Em relação à variável “sexo”, dos 57 pais/encarregados da educação dos alunos do Pólo I-B
do Tarrafal, escolhidos para o inquérito, 15 são do sexo masculino, o que corresponde a
26,3% do total dos inquiridos, enquanto que 42 são do sexo feminino, correspondendo a
73,7%. Também pela análise do gráfico, vê-se que foi inquirido maior número de
pais/encarregados da educação do sexo feminino. Por essa razão, a moda é 2. Todos os
inquiridos indicaram o sexo, pelo que houve 57 inquéritos válidos e, consequentemente,
nenhum ausente.
Gráfico 24- Nível de escolaridade dos pais encarregados de educação
Quanto à variável “grau de parentesco com o aluno”, constata-se que dos 57 inquiridos,
21,1% corresponde a 12 pais, 70,2% corresponde a 40 mães. Também, verifica-se, que há 1
avó, 1 avô e 1 tio, o correspondente a 1,8% respetivamente, e que 3,5% corresponde a 2 tias.
A moda é 2, porque representa maior número de mães inquiridas.
Gráfico 27- Frequência que os pais são contatados para comparecerem na escola
Gráfico 33- Tempo disponibilizado pelos pais para acompanhar os filhos em casa nos estudos
Objetivos:
Sobre a questão como é feito o contato com as famílias dos alunos ele afirma: “acontece
através de convites/convocatórias (escritos) ou através de telefone.” Verificamos que o Polo
utiliza vários meios para o contato as famílias dos alunos o que consideramos louvável.
Em relação à questão o Pólo promove iniciativas para conhecer a vivência familiar dos
alunos o entrevistado salienta: “alguns professores têm feito visitas domiciliárias”, ainda
adianta “não tem sido de forma assídua”. Também durante a entrevista revelou: “o Pólo tem
em mente outras formas para estar mais perto das famílias”. Segundo ele, a escola levará
temas de interesse social às comunidades, para análises e discussões, com intuito de
proporcionar momentos de convívios e de recreação. Notamos que as visitas domiciliárias são
irrisórias, mas existem excelentes perspetivas para promoção de iniciativas para que a escola
venha a estar mais perto das famílias.
No que tange às vantagens que encontra na participação da família na vida escolar dos seus
educandos ele reitera: “traz melhoramento no rendimento escolar dos alunos, no ambiente das
salas de aula e na redução da indisciplina.” Somos de acordo quanto a opinião salientada, mas
acrescentamos outras vantagens tais como o aumento da autoestima dos alunos e o
fortalecimento do relacionamento entre a família e a escola.
No que concerne aos momentos em que os pais encarregados de educação são chamados à
escola, ele afirma: “sempre que for necessário discutir e tomar decisões sobre atividades
benéficas para os alunos.” Constatamos que são solicitados para tratarem de assuntos
respeitantes à vida escolar dos seus educandos.
Quanto aos tipos de atividades a que os pais/encarregados de educação mais aderem, ele
responde: “São os convívios e as reuniões.” Na realidade é isso que acontece, sabendo que são
mais solicitados para participarem dessas atividades.
Questionado sobre que obstáculos dificultam uma maior afluência dos pais/encarregados
de educação à escola, ele salienta: “O maior obstáculo tem sido a falta de tempo, ou seja, o
trabalho sempre coincide com o horário das aulas ou das reuniões.” A ocupação profissional,
muitas vezes, tem sido um obstáculo, mas a nosso ver não deve ser um impedimento para que
os pais tirem um tempinho para estarem mais próximos da educação escolar dos filhos.
Bloco C - Participação da família na vida dos filhos.
Quanto à questão se existe participação dos pais encarregados de educação nos órgãos do
Pólo, o gestor afirma: “Não os chamamos para participarem nas tomadas de decisões”. Torna-
se importante a integração dos pais/encarregados de educação nos órgãos de decisão do Pólo.
É nossa convicção que assuntos relevantes na vida dos alunos e da escola carecem da opinião
dos pais e que esta integração contribui para o melhoramento da relação escola família.
No final da entrevista, o gestor apelou à socialização da versão final deste trabalho com os
demais intervenientes educativos pertencentes ao Pólo que gere, partindo de princípio que o
mesmo trará muitas orientações e alguns subsídios importantes para que se tomem iniciativas
na construção e consolidação de uma excelente e duradoura relação escola/família.
3.5 - ANÁLISE INFERENCIAL
Hipótese 1- O Sucesso escolar do aluno está inteiramente ligado ao envolvimento dos pais
encarregados de educação na vida escolar dos mesmos;
Teste de qui-quadrado
Casos
Qto_tempo_disponib_p_apoiar_filho Total
Uma vez Duas vezes Três vezes Todos os dias Nenhum dia
Contagem 0 0 0 1 7 8
Contagem 1 0 2 4 6 13
Ensino Primário % dentro de Nível_Escolaridade 7,7% 0,0% 15,4% 30,8% 46,2% 100,0%
Contagem 0 0 1 0 2 3
Ensino
% dentro de Nível_Escolaridade 0,0% 0,0% 33,3% 0,0% 66,7% 100,0%
Preparatório
% dentro de Qto_tempo_disponib_p_apoiar_filho 0,0% 0,0% 10,0% 0,0% 8,7% 5,3%
Contagem 0 1 4 12 6 23
Ensino
Nível_Escolaridade % dentro de Nível_Escolaridade 0,0% 4,3% 17,4% 52,2% 26,1% 100,0%
Secundário
% dentro de Qto_tempo_disponib_p_apoiar_filho 0,0% 50,0% 40,0% 57,1% 26,1% 40,4%
Contagem 0 0 1 0 0 1
Contagem 0 1 0 2 2 5
Contagem 0 0 2 2 0 4
Contagem 1 2 10 21 23 57
No que se refere aos 3 pais com o ensino preparatório, 1 (33,3%) apoia seu filho nos estudos
em casa, pelo menos 3 vezes, por semana e 2 (66,7%) não fazem o mesmo.
Apenas 1 pai possui o bacharelato e acompanha o seu filho em casa, pelo menos 3 vezes por
semana, o que em termos percentuais corresponde a 100%.
Os licenciados a quem foram aplicados o questionário são 5, desses 1 (20%), acompanha seu
filho em casa, duas vezes por semana, 2 (40%) faz isso todos os dias e 2 (40%) nem por isso.
Diante desses dados, podemos concluir que o analfabetismo contribui bastante para que os
pais/encarregados de educação não acompanhem os filhos em casa e verificar que existe uma
percentagem elevada de pais/encarregados de educação com ensino primário que não
acompanham os seus educandos nos estudos. Ainda notamos que a percentagem do não
acompanhamento dos filhos em casa mantém-se elevada, no que diz respeito aos pais/
encarregados de educação com o ensino preparatório, enquanto que os pais/encarregados de
educação com o ensino secundário demonstram um forte engajamento em termos de número
de dias que tiram, por semana, para o acompanhamento dos filhos nos estudos.
Em termos percentuais, existe um equilíbrio entre os pais/encarregados de educação
licenciados que acompanham os filhos em casa, todos os dias, com os que não acompanham
seus educandos nos estudos, nem uma vez, por semana.
É notório que do cruzamento de dados verifica-se uma percentagem muito elevada de pais/
encarregados de educação que não acompanham os seus filhos nos estudos em casa, apesar de
uma grande percentagem deles possuírem, pelo menos, um dos níveis de escolaridade
mencionados neste trabalho. Desta constatação e relacionando este fato com o resultado do 1º
e 2º trimestre do ano letivo 2016/2017, podemos afirmar que tal situação não tem
influenciado, negativamente, os seus filhos. (Anexo VI)
Testes de qui-quadrado
O teste de qui-quadrado é 0,181, o que mostra que é superior a 0,05. Isto significa que há
condições estatísticas para aceitar a hipótese nula (H 0). Então, conclui-se que não há uma
relação de dependência entre o sucesso escolar dos alunos com o envolvimento dos pais/
encarregados de educação na vida escolar dos mesmos.
CRUZAMENTO DAS VARIÁVEIS VISITA A ESCOLA ESPONTANEAMENTE E QUE MOTIVOS LEVAM OS PAIS
ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO A VISITAREM A ESCOLA
Contagem 0 1 3 0 0 4
Rarame
% dentro de Visit_escola_espontaneamente 0,0% 25,0% 75,0% 0,0% 0,0% 100,0%
nte
% dentro de Q_motiv_te_levam_a_escola 0,0% 50,0% 8,8% 0,0% 0,0% 9,3%
Contagem 0 1 19 1 1 22
Às
% dentro de Visit_escola_espontaneamente 0,0% 4,5% 86,4% 4,5% 4,5% 100,0%
vezes
Visit_escola_ % dentro de Q_motiv_te_levam_a_escola 0,0% 50,0% 55,9% 50,0% 100,0% 51,2%
espontaneamente Contagem 2 0 9 1 0 12
Muitas
% dentro de Visit_escola_espontaneamente 16,7% 0,0% 75,0% 8,3% 0,0% 100,0%
Vezes
% dentro de Q_motiv_te_levam_a_escola 50,0% 0,0% 26,5% 50,0% 0,0% 27,9%
Contagem 2 0 3 0 0 5
Também pode-se verificar que 12 pais/encarregados de educação afirmam que vão à escola de
livre e espontânea vontade muitas vezes, sendo que 2 (16,7%) vão assistir aulas, 9 (75%) para
saberem do aproveitamento dos seus educandos e 1 (8,3%) para se inteirar dos conteúdos.
Cinco (5) são aqueles que afirmam que sempre vão à escola sem serem chamados. Desses 2
(40%) vão para assistir aulas e 3 (60%) para saberem do aproveitamento dos filhos.
Conclui-se, com o cruzamento destas duas variáveis, que dos pais/encarregados de educação
que responderam ao questionário, uma boa percentagem, (79,1%), frequentam a escola de
forma espontânea, mas apenas para se inteirarem do aproveitamento dos seus educandos,
ignorando os conteúdos, 1 (4,5%) dos questionados demonstra interesse em conhecer os
conteúdos que são ensinados ao seu educando. Ainda pode-se verificar que há uma fraca
cultura de assistência às aulas. É de realçar que durante a aplicação dos questionários aos pais/
encarregados de educação, verificamos que alguns pais/encarregados de ducação
desconhecem a possibilidade de poderem assistir às aulas.
O estudo do tema leva-nos a pensar que a taxa de analfabetismo pode(rá) estar na origem da
pouca preocupação dos pais/encarregados de educação em conhecer os conteúdos ministrados
nas salas de aulas.
CRUZAMENTO DAS VARIÁVEIS “SEXO E VISITA A ESCOLA
ESPONTANEAMENTE
Casos
Visit_escola_espontaneamente Total
Contagem 6 1 6 2 0 15
Ainda dentro dos 57, pais encarregados de educação, 42 são do sexo feminino, sendo que 8
(19%), nunca visitaram a escola espontaneamente, 3 (7,1%) fazem-na raramente, 16 (38,1%)
às vezes, 10 (23,8%) muitas vezes, e 5 (11, 9%) sempre.
Com base nas ideias do autor acima mencionado e de acordo com a nossa vivência como
professores, podemos dizer que a relação família/escola não tem sido a melhor, porque não se
nota presença assídua dos pais/encarregados de educação nos estabelecimentos de ensino.
Ainda, de acordo com o estudo feito, uma percentagem bastante elevada de pais/encarregados
de educação não acompanham os filhos nos estudos em casa.
Ainda constatamos aqueles que não se preocupam com os filhos, que não sabem nem querem
saber da vida escolar dos mesmos e estão completamente desinteressados em ter uma relação
com a escola e alguns deles afirmam que a escola só diz respeito aos professores.
Convém realçar ainda, aqueles que aparecem quando recebem queixas graves dos seus
educandos, quando acontece algo pouco conveniente com os seus filhos na escola, ou até
mesmo, quando no final do ano têm a perceção de que o filho não irá transitar de classe.
Diante destas constatações, somos de acordo que cabe aos pais/encarregados de educação a
responsabilidade de promoverem o desenvolvimento físico, intelectual e moral dos seus
educandos, acompanhá-los ativamente na vida escolar, proporcionar a articulação entre a
educação na família e o ensino escolar, empenharem-se para que os seus educandos
beneficiem dos seus direitos e cumpram os seus deveres, cooperarem com os professores no
desempenho da sua missão pedagógica, quando forem solicitados, comparecerem na escola
sempre que julgarem necessário e forem solicitados.
De acordo com o gráfico nº 25 verificamos que todos têm algum tipo de ocupação que lhes
permitam obter rendimentos para o sustento familiar. Por outro lado, essa condição, por vezes,
pode dificultar um maior acompanhamento dos educandos nos estudos. Contudo, os pais têm
de conciliar o trabalho com o acompanhamento dos filhos, tanto nos estudos como na vida
quotidiana.
De acordo com Cury (2004, p. 21), os pais brilhantes dão algo incomparavelmente mais
valioso aos filhos. Algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu ser, a sua
história, as suas experiências, as suas lágrimas e o seu tempo. Ainda, segundo o mesmo autor,
os pais devem preparar o seu filho para “ser” e não para “ter”.
A maioria dos alunos vive com os pais, o que pode ser um dos fatores que contribuem para o
sucesso da aprendizagem. A criança que vive com os pais apresenta mais confiança nas suas
atitudes do que aquela que vive com os familiares com grau de parentesco diferente.
Geralmente, os pais dão mais afeto aos filhos do que outros familiares. O afeto desenvolve na
criança a autoestima, o que segundo Saltini (2008), é um importante fator para definir a
personalidade da criança. As crianças com elevada autoestima tendem a ser mais alegres e
com pouca autoestima têm tendência a serem deprimidas, o que afeta a escola e o seu dia-a-
dia.
Da análise feita aos gráficos números 34 e 35, verificamos que nenhum pais/encarregado de
educação costuma receber o relatório do desempenho do educando e apenas um costuma
receber visita domiciliária.
A escola deve adotar mecanismos de envio de relatórios do desempenho do aluno aos
pais/encarregados de educação de modo a serem informados sobre a evolução dos seus
educandos, o que permitir-lhes-á, seguramente, ter uma ideia mais ampla do processo ensino
aprendizagem e participar de forma ativa nas diversas realizações (palestras, reuniões e
outras) levadas a cabo pela comunidade educativa, o que vai de encontro ao ponto nº 2 dos
setes pressupostos de Peres (1977, p. 49) que diz que a escola deve “manter a
comunicação com os pais através de meios claros e positivos.”
Da parte dos professores, nota-se uma realização quase nula de visitas domiciliárias. Por esta
razão, somos de opinião que se inverta tal situação, sabendo que as visitas domiciliárias
constituem uma estratégia que planificada e orientada trará resultados benéficos ao processo
ensino e aprendizagem, depois de se conhecer a realidade/vivência dos alunos, o que
certamente, facilitará o desempenho dos professores no que diz respeito à superação das
dificuldades encontradas.
Da entrevista feita ao Gestor, as respostas dadas por ele vão ao encontro dos resultados que
obtivemos dos questionários. Ele considera ser boa a relação existente entre a escola e os
pais/encarregados de educação, mas acrescenta que poderia ser melhor, se não fosse apenas
para responderem às soolicitações da escola. Logo, constata-se que há uma fraca cultura de
visita espontânea dos pais/encarregados de educação do referido Pólo.
Avança ainda que a escola tem feito a sua parte para trazer os pais/encarregados de educação
à escola, através de convites e convocatórias. Ainda refere que alguns professores têm feito
algumas visitas domiciliárias, mas perspetiva outras formas para estar mais perto das famílias
indo às comunidades, levando temas de interesse social para análises e discussões,
incentivando momentos de convívios e de recreação e aumentar o número de visitas
domiciliárias para se inteirar melhor da realidade dos pais/encarregados de educação e,
consequentemente, dos seus filhos e buscar formas de minimizar as dificuldades encontradas
pelas famílias e pela própria escola.
Ainda o gestor é de acordo que se esta relação for mais consistente haverá melhoramento no
rendimento escolar dos alunos, no ambiente das salas de aulas e na redução da indisciplina.
Adianta que os pais/encarregados de educação são chamados, sempre que for necessário, para
discutir e tomar decisões sobre atividades benéficas para os alunos e para os próprios
pais/encarregados de educação. Segundo ele, o maior obstáculo tem sido a falta de tempo, o
que corrobora com as respostas encontradas nos questionários.
CONCLUSÃO
A escola e a família são duas importantes instituições responsáveis pela educação e formação
do indivíduo.
Dado à importância do tema, torna-se necessário desenvolver estudos que visem a formação
dos pais/encarregados de educação para uma maior conscientização da importância da sua
participação na vida escolar dos seus educandos.
Apesar de haver uma fraca aderência no acompanhamento dos educandos, verifica-se que o
resultado tem sido satisfatório. (Anexo VI e VII), contrariando a hipótese 1 – “O Sucesso
escolar do aluno está inteiramente ligado ao envolvimento dos pais encarregados de
educação”.
RECOMENDAÇÕES
Com este trabalho, tentamos responder algumas questões como as causas da pouca afluência
dos pais/encarregados de educação aos estabelecimentos escolares e o nível de envolvimento
dos mesmos na vida escolar dos seus filhos.
Desta forma, temos a oportunidade de deixar algumas contribuições que achamos pertinentes,
como forma de minimizar alguns problemas relacionados com a relação escola/família:
Bassols (2003) Saúde mental na escola: Uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre.
Editora Mediação
Cury, A. (2003) Pais brilhantes, professores fascinantes, - Rio de Janeiro: Sextante. 9ª edição.
Enciclopédia Combi Visual: coleção áudio visual, combi (1989) vol. IV – Editorial Baber -
Barcelona
Fevorini, L. (2009) O Envolvimento dos pais na educação escolar dos filhos: Um estudo
exploratório. São Paulo. Monografia
Freire, P. (2000) Educação como prática da liberdade. Brasil. Editora: Paz e Terra 24ª ed
Gadotti M. (2007) O jornal na escola e a formação de leitores. Brasil. Editora: Liber livro
Gil, A. C (2008) Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. Editora Atlas S.A. São Paulo.
Brasil
Machado F. C. S.P.G (2011) A participação dos pais na escola: o caso de Jardins de Infância
da Misericórdia da Maia. Porto. Portugal- Dissertação de mestrado em educação area de
especialização de administração educacional. Instituto superior de educação e trabalho.
Monteiro, A. R. (2002) A revolução dos direitos da criança. Porto: Campo das letras –
Editores, S. A.
Neves M. A. F. (2000) Matemática 10º ano- Parte 3: Estatística. Portugal. Porto. Porto
Editora
Savater F. (1997) El Valor de Educar, Barcelona: Editorial Ariel, S. A. Córcega, 270 - 08008
Barcelona
LEGISLAÇÃO
https://sondagenseestudosdeopiniao.wordpress.com/amostragem/amostra-probabilisticas-e-
nao-probabilisticas/amostragem-aleatoria-simples/ pesquisado em 06/05/2017
Idanir Ecco Família e escola: Uma interação necessária
http://www.webartigos.com/artigos/familia-e-escola-uma-interacao-necessaria/120016/
pesquisado em 07/09/16
http://www.un.cv/sobrecv.php - 07/04/16
https://www.significados.com.br/metodologia/ 4/5/2017
ANEXO
ANEXO I
Leia com atenção e assinala com uma cruz (+) nas questões abaixo colocadas, de acordo com
as tuas informações e opinião pessoal. O questionário será anónimo e servirá apenas para o
tratamento de dados.
Identificação
3- Formação profissional:
Sem formação Magistério primário
2a fase
4- Situação profissional: Quadro Eventual Contratado
5- Tempo de serviço:
7- Quantas visitas dos pais ou encarregados de educação recebe por cada trimestre?
Sim Não
Leia com atenção e assinala com uma cruz (+) nas questões abaixo colocadas, de acordo com
as tuas informações e opinião pessoal. O questionário será anónimo e servirá apenas para o
tratamento de dados.
Identificação
1- Idade:
3- Nível de escolaridade:
Analfabeto
Ensino primário
Ensino preparatório
Ensino secundário
Bacharelato
Licenciatura
Mestrado
Outro:
4- Ocupação profissional:
Para festas
Para palestras
Para reuniões
Para inteirar do desempenho do educando
Para elaboração de projetos de apoio à escola
Para responder face aos problemas comportamentais do filho
Lê com atenção e assinala com uma cruz (+) nas questões abaixo colocadas, de acordo com as
tuas informações e opinião pessoal. O questionário será anónimo e servirá apenas para o
tratamento de dados.
Identificação
1. Idade:
3. Ano de escolaridade:
Sim Não
Sim Não
8. Quais são os motivos que os teus pais apresentam para não irem à escola?
Sim Não
ANEXO IV
GUIÃO DE ENTREVISTA
Identificar razões que levam a escola a chamar os pais e encarregados de educação e quais as
estratégias que desenvolvem para incentivar a sua participação;
Designação dos
blocos Objetivos específicos Formulário de perguntas Observações
- Legitimar a entrevista. 1- Informar o entrevistado
sobre o trabalho que está a ser
realizado.
Designação dos
blocos Objetivos específicos Formulário de perguntas Observações
16- Existe participação dos
Constatar a presença de pais pais encarregados de educação
encarregados de educação nos órgãos do Pólo?
nos órgãos do Pólo;
DESCRIÇÃO DA ENTREVISTA
Objetivos:
Eu considero ser boa, entretanto espero que essa relação vá além do que tenho constatado
porque essa relação acontece na maioria das vezes quando chamados
Apesar de haver vários meios para se chegar aos educadores (as TICs), ainda nem todos
possuem estas ferramentas, mas a escola chega a cada pai encarregado de educação utilizando
as formas mais fáceis de o fazer, através de convites/convocatórias (escritos) ou através de
telefone.
7- O Pólo promove iniciativas para conhecer a vivência familiar dos alunos?
Alguns professores têm feito visitas domiciliárias, não de forma assídua, mas, temos em
mente outras formas para estar mais perto das famílias indo mesmo nas comunidades, levando
temas de interesse social para análises e discussões, incentivando momentos de convívios e de
recreação e aumentar o número de visitas domiciliárias, tudo numa perspetiva de inteirarmo-
nos melhor da realidade dos pais/encarregados de educação e consequentemente de seus
filhos e buscar formas de minimizar as dificuldades encontradas pelas famílias e pela própria
escola.
É comum os pais encarregados de educação frequentarem a escola quando são chamados, mas
tenho notado, ainda que reduzida, a frequência de alguns sem serem chamados, por isso
considero a participação dos mesmos de razoável.
Isto acontece sempre que for necessário discutir e tomar decisões sobre atividades benéficas
para os alunos e para os próprios pais encarregados de educação.
Convívios e reuniões.
13- Que obstáculos dificultam uma maior afluência dos pais/encarregados de educação à
escola.
O maior obstáculo tem sido a falta de tempo, ou seja, o horário do trabalho que muitas vezes
coincide com o horário das aulas ou das reuniões.
14- O que mais os pais encarregados de educação procuram saber sobre os seus
educandos?
15- O Pólo envia aos pais encarregados de educação relatório sobre o aproveitamento
dos filhos? Se não porquê
Não tem sido hábito, mas é algo a ser pensado para os próximos tempos, tendo em conta que
poderá ser uma mais-valia para a escola e para as famílias.
16- Existe participação dos pais encarregados de educação nos órgãos do Pólo?
Constam nos órgãos de gestão conforme é exigida por lei, mas não os chamamos para
participarem nas tomadas de decisões referentes à escola, algo que precisamos melhorar.
Não, isto não foi feito nem nas outras gestões, mas, com alguns pais que consideramos serem
possíveis parceiros ou intermediários em parcerias para realizarmos algumas atividades,
falamos das atividades que constam do plano.
O Pólo possuía uma há cerca de três a quatro anos, se existisse seria muito importante dado
que constituiria um elo entre os pais encarregados de educação e a escola e daria grande apoio
na construção e melhoramento da relação escola/família, mas também traria grandes
contribuições em termos de gestão.
No final da entrevista o gestor apelou a socialização da versão final deste trabalho com os
demais intervenientes educativos pertencentes ao Pólo que gere, partindo de princípio que o
mesmo trará muitas orientações para que se tome iniciativas na construção/consolidação da
relação escola/família.
ANEXO VI
1º TRIMESTRE
ESTAB. DE ALUN Nº Nº Nº
ENSINO ESTUD.
I S B M.B I S B M.B I S B M.B
1º 64 5 10 10 39 2 3 14 45 2 3 16 43
Pólo 2º 71 2 17 15 37 3 14 17 37 2 16 18 35
Educativ 3º 83 5 20 28 30 3 18 26 36 2 19 27 35
o nº I-B
do 4º 63 6 9 20 28 2 12 22 27 0 11 22 30
Tarrafal
5º 92 10 17 35 30 9 28 29 26
6º 76 8 38 25 5 0 36 26 14
ESTAB. DE DE Nº Nº
ENSINO ESTUD. ALUN
I S B M.B I S B M.B
1º 64
Pólo 2º 71
Educativ 3º 83
o nº I-B
do 4º 63
Tarrafal
5º 92 10 15 29 38 16 25 26 25
6º 76 0 8 28 40 5 25 35 11
TOTAL 449 10 23 57 78 21 50 61 36
ANEXO VII
2º TRIMESTRE
ESTAB. DE ALUN Nº Nº Nº
ENSINO ESTUD.
I S B M.B I S B M.B I S B M.B
1º 64 5 16 8 34 2 9 17 35 1 9 17 36
Pólo 2º 73 7 14 20 32 6 18 16 33 5 15 19 34
Educativ 3º 83 6 19 31 25 4 15 29 33 3 16 30 32
o nº I-B
do 4º 64 9 7 22 26 4 10 28 22 2 9 24 29
Tarrafal
5º 92 18 15 26 32 7 32 20 32 0 0 0 0
6º 79 3 39 26 11 5 34 26 14 0 0 0 0
ESTAB. DE DE Nº Nº
ENSINO ESTUD. ALUN
I S B M.B I S B M.B
1º 64
Pólo 2º 73
Educativ 3º 83
o nº I-B
do 4º 64
Tarrafal
5º 92 17 25 20 29 14 30 23 24
6º 79 2 21 41 17 9 39 26 5
TOTAL 455 19 46 61 46 23 69 49 29