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FACULDADE DO MARANHÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

JOSIANE SOARES DOS SANTOS

LEITURA DO TRABALHO DOCENTE E DOS ALUNOS


DO 2 E 3 ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL NA
ESCOLA MUNICIPAL SÃO BENEDITO

COROATÁ-MA
2021
JOSIANE SOARES DOS SANTOS

LEITURA DO TRABALHO DOCENTE E DOS ALUNOS DO 2 E 3 ANO DO


ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL SÃO BENEDITO

Monografia apresentada ao Curso de


Pedagogia da Faculdade do Maranhão, para
obtenção do título de licenciatura em
pedagogia.

Orientador: Silvia Fernanda Costa Rocha


Cavalcanti.

COROATÁ-MA
2021
Santos, Josiane Soares dos.

Dificuldade do docente trabalhar a leitura com


alunos do 2º e 3º ano do ensino fundamental na
Escola Municipal São Benedito./Josiane Soares
dos Santos.– Coroatá - MA, 2021.

64 f. il.
Impresso por computador (fotocópia).
Orientadora: Prof.ª. Esp. Silvia Fernanda
Costa Rocha Cavalcanti

Monografia (Graduação em Pedagogia) –


Curso de Pedagogia, Faculdade do Maranhão,
2021.

1. Leitura. 2. Escrita. 3. Aprendizagem. 4.


Aprendizagem. I. Título.

Catalogação na fonte elaborada pela bibliotecária


Erivânia Menezes Dutra - CRB 13-765
JOSIANE SOARES DOS SANTOS

LEITURA DO TRABALHO DOCENTE E DOS ALUNOS DO 2 E 3 ANO DO


ENSINO FUNDAMENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL SÃO BENEDITO

Monografia apresentada ao Curso de


Pedagogia da Faculdade do Maranhão, para
obtenção do título de licenciatura em
pedagogia.

Aprovado em____/____/____

BANCA EXAMINADORA

______________________________________________
________
ORIENTADOR

______________________________________________
________
EXAMINADOR 1
______________________________________________
_________
EXAMINADOR 2

.
Dedico este trabalho a todos os
meus familiares, amigos,
professores que de certa forma me
apoiaram para que este objetivo tão
almejado se realizasse
AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS por tudo que tem feito e realizado em minha vida;
A meus familiares por nunca duvidar do meu potencial, em especial
a meu primo IVALDO (em memória) por sempre me encorajar a nunca desistir
dos meus sonhos, sempre me dando força para continuar minha jornada.
A meus professores, em especial a minha orientadora Prof.ª Silva
Cavalcante pela paciência e pela orientação.
E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte de minha
formação, o meu muito obrigado!
“Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe
tudo. Todos nós sabemos alguma
coisa. Todos nós ignoramos alguma
coisa. Por isso aprendemos sempre.”
PAULO FREIRE
RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo analisar a


percepção dos professores sobre a prática mediadora da
escola e dos docentes no processo de desenvolvimento e
construção da língua escrita e falada dentro da sala de
aula.
Na sociedade brasileira a maioria das pessoas sabe ler e
escrever, porém nem sempre sabe interpretar, refletir e
dar sua opinião correta e coerente sobre o que leu ou
escreveu. Diante disso, pretende-se compreender as
implicações desse olhar docente no processo de
aprendizagem da leitura nas séries iniciais, identificando
as concepções subjacentes, o uso de recursos
metodológicos, materiais didáticos e procedimentos
avaliativos que contribuam para um melhor
desenvolvimento das crianças. Observa-se que a leitura
e a escrita são fatores de suma importância no
desenvolvimento e formação das crianças para sua
inserção na sociedade. O trabalho foi desenvolvido
através de pesquisa bibliográficas onde foram abordados
alguns teóricos como EMILÍA FERREIRO, JEAN PIAGET
e PAULO FREIRE, dentre outros. Logo depois, foi feita
uma pesquisa através de um questionário com 10
perguntas direcionadas a dois professores do 2º e 3º ano
do Ensino Fundamental, que lecionam na escola
pesquisada. Dessa forma pode-se analisar como esses
docentes veem a importância da leitura assim com a
escrita em suas salas de aula e quais dificuldades
encontradas nesse processo de aprendizagem. É
necessário que os alunos tenham a compreensão e
interpretação textual, não apenas a decifração de códigos,
que persiste em ser uma das questões mais polêmicas do
sistema brasileiro.

Palavras-chaves: Leitura, Escrita, Aprendizagem e


Criança.

ABSTRACT

This research aims to analyze the perception of teachers


about the mediating practice of the school and teachers in
the process of development and construction of written
and spoken language in the classroom.
In Brazilian society, most people know how to read and
write, but they do not always know how to interpret, reflect
and give their correct and coherent opinion about what
they have read or written. Therefore, it is intended to
understand the implications of this teaching perspective in
the process of learning to read in the early grades,
identifying the underlying conceptions, the use of medical
resources, didactic materials and evaluation procedures
that contribute to a better development of children. It is
observed that reading and writing are extremely important
factors in the development and training of children for their
insertion in society. The work was developed through
bibliographical research where some theorists such as
EMILÍA FERREIRO, JEAN PIAGET and PAULO FREIRE,
among others. Soon after, a survey was carried out
through a questionnaire with 10 questions directed to two
teachers of the 2nd and 3rd year of Elementary School,
who teach at the researched school. Thus, it is possible to
analyze how these teachers see the importance of reading
as well as writing in their classrooms and what difficulties
they encounter in this learning process. It is necessary
that students have the understanding and textual
interpretation, not just the deciphering of codes, which
remains one of the most controversial issues in the
Brazilian system.

Keywords: Reading, Writing, Learning and Child.


Sumário

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................11
2. DIFICULDADE NA CONSTRUÇÃO DA LEITURA NA
ALFABETIZAÇÃO.............................................................................................14
2.1. Desafio da docência na alfabetização........................................................18
3. CONTRIBUIÇÃO DE TÉORICOS SOBRE A ALFABETIZAÇÃO................21
3.1 contribuições de Paulo Freire para alfabetização........................................21
3.2 EMILIA FERREIRO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A
ALFABETIZAÇÃO..............................................................................................25
3.3 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A ALFABETIZAÇÃO......28
4. METODOLOGIA DE ENSINO NA LEITURA USADA PELO
PROFESSOR.....................................................................................................31
4.1 CONTAÇÃO DE HISTÓRIA.........................................................................33
4.2 Jogos............................................................................................................36
4.3 A Música.......................................................................................................38
5 AS FERRAMENTAS DIGITAIS PARA O INCENTIVO DA LEITURA...........40
5.1 CELULAR.....................................................................................................41
5.2 GAMIFICAÇÃO.............................................................................................43
6. METODOLOGIA.............................................................................................44
6.1. Caracterização, localização e situação geográfica da área de estudo
da escola Escola Municipal São Benedito I.......................................................44
6.2 A leitura e a escrita na escola e na sala de aula;.........................................46
7. Conclusão......................................................................................................56
REFERÊNCIA.....................................................................................................57
14

1. INTRODUÇÃO

A leitura continua ocupando um papel predominante na perspectiva


de contribuir para formação de sujeitos leitores. Nessa perspectiva, a leitura
vem atuando de forma a apontar possibilidades de os professores refletirem
sobre suas práticas alfabetizadoras, buscando perceber como acontece o
processo de articulação na teoria e na prática.
Levando-se em consideração o ensino-aprendizagem da leitura e as
dificuldades encontradas para implementação desse processo bem como a
importância da temática para formação de leitores que ao longo dos anos
preocupou, e ainda preocupa, grande parte dos pesquisadores da área da
Linguagem. Sabemos que, o ato de ler é antes de tudo um objeto de ensino,
mas é necessário que se transforme num objeto de aprendizagem, pois
significa o envolvimento necessário das crianças, sujeitos ativos dessa
construção.
É importante ressaltar que a leitura é à base do processo de
alfabetização e da formação da cidadania. Nesta perspectiva, cada professor
deve ter clareza de que educa e ensina para o desenvolvimento das
potencialidades do ser, tanto individual como social. Para isto, é necessário que
o professor apresente uma nova postura, buscando o aperfeiçoamento e
atualização dos conhecimentos aplicados à leitura e, principalmente, fazendo
reflexões sobre o significado do ato de ler.
Hoje com tantas mudanças na sociedade mudaram também os tipos
de leitores e o que se ler. Nesse sentido a construção da leitura deve ser de
acordo com a clientela que frequenta a escola, por isso credita-se que uma
alfabetização que é fora do contexto da realidade da criança não surtiria efeito
e sua aprendizagem não será significativa.
Na sociedade brasileira a maioria das pessoas sabe ler escrever,
porém nem sempre sabem interpretar, refletir e dar sua opinião de correta e
coerente sobre o que leu ou escreveu.
A escolha desse tema surgiu da necessidade de fazer uma
observação e um estudo mais profundo sobre como acontece esse
aprendizado e de que maneira o professor e escola participam desse processo,
que é de fundamental importância para a criança, visto que a mesma não é um
15

papel em branco ou uma tabula rasa sem conhecimento algum a ser revisto e
sistematizado. Nessas circunstancia o problema desse trabalho é saber por
que as crianças enfrentam muitas dificuldades durante o processo de aquisição
da leitura e consequentemente na escrita nas séries iniciais, como esse é
desenvolvido nas práticas alfabetizadoras no cotidiano escolar.
Partindo disso, o objetivo dessa pesquisa é analisar a percepção dos
professores sobre a prática mediadora da escola e dos docentes no processo
de desenvolvimento e construção da linguagem escrita e falada dentro da sala
de aula, na Escola Municipal São Benedito I. Assim, pretende-se compreender
as implicações da leitura do trabalho docente dos alunos no processo de
aprendizagem nas séries iniciais, identificando o uso de recursos
metodológicos e materiais didáticos e procedimentos avaliativos que
contribuam para um melhor desenvolvimento das crianças nesse processo de
construção de conhecimentos.
O trabalho será desenvolvido por meio de uma pesquisa bibliográfica
que buscará compreender a problemática e os fundamentos do
desenvolvimento da leitura na escola, implicando numa identificação, seleção,
leitura e sistematização de ideias, adotadas como referenciais desse estudo.
em seguida foi feita uma observação na instituição pesquisada, para depois
haver uma pesquisa de campo feita com 2 (dois) professores do ciclo de
alfabetização da referida escola . O instrumento de coleta de dados foi um
questionário com questões predominantemente abertas, considerando a
natureza qualitativa da pesquisa. As informações foram organizadas e,
posteriormente, analisadas qualitivamente, em razão do número de
participantes reduzido ao tipo de pesquisa.
Parte-se do pressuposto que a alfabetização é fundamental para a
inserção social das pessoas na sociedade contemporânea, cabendo à escola
também a responsabilidade nesse processo de formação cultural. Nesse
sentido, a escola tem um papel relevante nos anos iniciais e de escolarização
no desenvolvimento da leitura do estudante, e os professores que nela atuam
devem ter a plena consciência da necessidade de garantirem tempo escolar e
atividades pedagógicas para os estudantes entrarem em contato com
diferentes textos escritos, realizando leituras e novas produções textuais. Além
16

disso, o interesse do estudante pela leitura aplica-se com a observação da


prática leitora do próprio professor.
Este texto foi organizado em seis seções. Na primeira, faz-se a
introdução deste trabalho, indicando a problemática, a metodologia e
organização do texto.
Na segunda, discutem-se as dificuldades na construção da leitura na
alfabetização, e os desafios que os professores enfrentam para alfabetizar
esses alunos, na terceira, por meio de estudos bibliográficos apresentam-se
contribuições que alguns teóricos tiveram sobre o ensino da leitura, na quarta,
abordam-se algumas metodologias que os docentes podem utilizar em sala de
aula para o incentivo da leitura em sala de aula, na quinta apresentam-se
algumas ferramentas digitais que se utiliza em sala de aula para melhorar o
ensino aprendizado das crianças e na sexta apresenta-se a Caracterização,
localização e situação geográfica da área de estudo da escola “Escola
Municipal São Benedito I", indicando o contexto escolar e a visão do docente
sobre os objetivos desse estudo.
17

2. DIFICULDADE NA CONSTRUÇÃO DA LEITURA NA


ALFABETIZAÇÃO.

A leitura está envolta na humanidade desde a antiguidade, leitura


essa através de símbolos deixados pelos nossos ancestrais, pois era dessa
forma que os mesmos se comunicavam, facilitando a forma de comunicação e
concepção dos espaços que habitavam. Fischer (2006 p.15) aponta que:

A leitura em sua forma verdadeira surgiu quando se começou a


interpretar um sinal pelo seu valor sonoro isoladamente em um
sistema padronizado de sinais limitados. [...] A leitura deixava de ser
uma transferência um a um (objeto para palavra), para se tornar uma
sequência lógica de sons que recriasse uma linguagem natural
humana. Em vez de lerem imagens, lia-se, desse modo, a linguagem.

A leitura transforma o modo de ver e pensar de um ser no mundo,


pois é a forma de como se percebe o que está ao seu redor, construindo uma
linha de pensamento através do que se observa como descreve Leffa (1996.
p.10).

A leitura é basicamente um processo de representação. Como esse


processo envolve o sentido da visão, ler é, na sua essência, olhar
para uma coisa e ver outra. A leitura não se dá por acesso direto à
realidade, mas por intermediação de outros elementos da realidade.
Nessa triangulação da leitura o elemento intermediário funciona como
um espelho; mostra um segmento do mundo que normalmente nada
tem a ver com sua própria consistência física. Ler é, portanto,
reconhecer o mundo através de espelhos. Como esses espelhos
oferecem imagens fragmentadas do mundo, a verdadeira leitura só é
possível quando se tem um conhecimento prévio desse mundo.

A construção de leitura para Leffa (1996) nos mostra que a leitura


leva o ser a vários pensamentos, e que muitas vezes essa leitura torna-se
dificultosa para o discente de anos iniciais, dificuldade essa que deve ser
trabalhada e acompanhada, entre professores alunos e pais, a fim de promover
um melhor desenvolvimento do discente. Neste contexto os professores pais e
alunos são peças especiais na construção do processo de ensino
18

aprendizagem, sendo o professor fundamental assumindo o papel de


mediadores na aquisição dessa competência do aluno com o propósito de
facilitar o processo de ensino. Assim a escola deve trabalhar em parceria com
a família para facilitar a aprendizagem do discente como afirma Piaget (2007,
p. 50):

Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva,


pois a muita coisa mais que a uma informação mútua: este
intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente,
em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da
vidaou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar,
reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-
se até mesmo a uma divisão de responsabilidades [...].

Sabemos que a criança tem uma leitura de mundo e uma maneira


de interpretar tal leitura que lhes é própria como seres humanos. Essa leitura
emerge da necessidade de se comunicar com a sociedade, pois “muito antes
de serem capazes” de ler, no sentido convencional do termo, as crianças
tentam interpretar os diversos textos que encontram ao seu redor (livros,
embalagens, comerciais, cartazes de ruas), títulos (anúncios de televisão,
histórias em quadrinhos, etc.) (Ferreiros, 1996, p.65). Solé (2003) considera a
leitura uma atividade complexa que mobilizam leitor para assumir uma postura
ativa diante do texto, requerendo alterações no modo de se pensar a leitura na
escola como objeto de conhecimento, instrumento de conhecimento e meio
para o deleite. Também, valoriza a leitura e a escrita por serem ferramentas
importantes do patrimônio cultural que possibilitam mudanças qualitativas na
história e pensamento humano.
Assim explica Solé (2003; p.30-31):

Como objeto de conhecimento, aprender a ler significa aprender a


compreender o que se lê, inserir a leitura, desde o primeiro momento,
em contextos significativos e pensar nos métodos para ensinar a ler
como meios que se devem flexibilizarem cada situação concreta. [...].
Como instrumento para a aprendizagem, é necessário ensinar a ler
para aprender, ou seja, ensinara ler de maneira que as estratégias
[...] sejam postas a serviço de objetivos de aprendizagem. [.]. A última
19

dimensão [...] tem a ver com provocar a capacidade de desfrutar


mediante a leitura. Falou-se tantas vezes que é muito difícil que as
crianças leiam havendo mais atrativos que os livros (a televisão, os
vídeos games, etc.) que parecem que às vezes ’jogamos a toalha’
antes de tentar ajudar os alunos a conhecer o prazer de ler. (SOLÉ,
2003, p. 30-31).

A dificuldade na leitura e na escrita das crianças são por suas vezes


os reflexos de um modelo tradicional de alfabetizar, pois nesse tipo de
alfabetização eram ensinadas as crianças uma escrita e uma leitura totalmente
mecânica em que a criança não sabia porque estava escrevendo, tão pouco o
que estava lendo. Dessa forma o professor não está trabalhando para a
promoção da construção de um cidadão emancipado, e sim para uma pessoa
totalmente alienada tornando-se assim um sujeito passivo na sociedade em
que vive.
Atualmente os educadores têm procurado formas nova de
envolverem seus alunos no mundo da leitura e da escrita. no entanto esse
processo iniciado na escola deve ter o acompanhamento da família, para se
obter melhor resultado futuros que seja de fundamental importância para a vida
social da mesma. Desse modo, o professor tem que ensinar para a criança o
valor de se aprender a ler, e de entender o que foi lido. O professor nesse
momento é o elo mediador na construção do conhecimento.
Vale salientar que o ambiente deve ser acolhedor e estimulante a
construção da leitura dessas crianças. O professor é de grande importância
bem como na formação dos educadores para que possam atuar na área de
forma eficaz e eficiente na promoção de produção de conhecimento. Falar de
leitura e escrita não é fácil e, se tratando do Brasil, marcado por diferenças e
desigualdades sociais, torna-se ainda mais difícil, porque a realidade
educacional caminha de forma lenta na direção de uma nação alfabetizadora e
letrada.
Também, entende-se que para ter uma nação alfabetizadora e
letrada é necessário que as escolas exijam profissionais capacitados e
formados para que sanem o analfabetismo que perpetua por séculos em nosso
país. Nas escolas públicas ainda é visível à precariedade da construção de um
mundo letrado das crianças, pois ocorre à falta de materiais adequados de
20

espaço propicio como uma sala de leitura, uma biblioteca, enfim um ambiente
em que as crianças possam usar e realizar de fato uma leitura e uma escrita
que sejam significativas para a mesma. as crianças que estudam em escolas
públicas são as que mais sofrem com a falta de uma educação de qualidade,
professores capacitados, materiais adequados e um espaço físico estimulador
de uma aprendizagem significativa.
Para que aconteça uma educação de qualidade segundo LIMA &
FERREIRA (2010, p.04), o aluno deve ser motivado pelo professor a adotar
para si as práticas de leitura e escrita. Estas devem ser motivo de prazer e não
de obrigação, punição ou até mesmo tortura. Infelizmente, as nossas escolas
ainda não têm assumido esta postura inovadora com a seriedade e a
dedicação que ela exige e, por isso, torna-se preceptoras de uma ordem
excludente e preconceituosa. Ainda segundo Lima e Ferreira (2010, p. 20) o
problema e as dificuldades são maiores que se imagina e vão mais além do
que o imaginável. Eles transcendem às melhores intenções dos educadores.
Com essa argumentação, pode constatar o quanto um professor qualificado
tem poder diante de uma nação, quando sabe fazer o uso da leitura e da
escrita de forma consciente, crítica e reflexiva e, mais do que isso, de instruir
cidadão com os mesmos aspectos.
Nesse sentido, Lima & Ferreira (2010, p.2) afirma que:

O problema já começa na formação dos profissionais de educação.


Os profissionais que atuam em sala de aula devem ter conhecimento
daquilo que vai ensinar. E, para que estes possam colaborar para a
formação de leitores e escritores é necessário que tenham uma boa
formação.

Em suma a educação é para todos, porém nem todos tem acesso a


ela. Atualmente, ainda existem crianças que nunca foram a uma sala de aula e
quando há oportunidade de adentrar em uma escola encontram professores
trabalhando com métodos ultrapassados, não favorecendo a construção de um
conhecimento que seja significativo e prazeroso para a criança. Quando se
encontram adultos, não sabem ler nem escrever de forma correta, sabendo
21

apenas escrever o seu próprio nome com uma caligrafia muito ruim e quando
consegue ler possuem uma leitura frágil mecânica sem pontuação adequada.
2.1. Desafio da docência na alfabetização

Os desafios que os docentes encontram em sala de aula são vários,


e não é fácil atrair a atenção dos alunos para que eles participem das
atividades realizadas na escola. Estimular os decentes é essencial para que se
consiga desenvolver com aptidão as práticas docentes garantindo o
aprendizado deles. O professor não irá conseguir enfrentar esses desafios se
não conseguir desenvolver ações que possam chamar a atenção dos alunos
pela escola e pela sala de aula. Para que isso aconteça é necessário que o
docente tenha uma boa formação, mais a falta de profissionais qualificados é
um grande problema na educação brasileira, sendo assim fica sendo apenas
uma ’’utopia’’ na sociedade Brasileira.
Educadores qualificados sabem como transformar por meio da
educação, tendo norteador principal uma boa apropriação da leitura e da
escrita, para que assim seus alunos possam ser leitores e escritores. Mais na
realidade atual, práticas de leitura e escrita realizadas pelos docentes em sala
de aula não atendem ao propósito básico a que se destinam: formar bons
leitores e bons escritores no âmago do ambiente escolar. (LIMA & FERREIRA,
2010, p, 02). No contexto nacional, em 2014, aprovou-se na construção de
políticas educacionais com a aprovação do Plano Nacional de Educação
(PNE), que deve orientar a ação governamental e o dia-a-dia das escolas,
podendo ser o grande guia na mudança da Educação Brasileira.
O Plano Nacional de Educação (PNE) é um documento com
diretrizes para políticas públicas de educação para o período de 2014 a 2024.
O projeto original saiu dos debates ocorridos Na Conferência Nacional de
Educação (CONAE), em 2010, com o intuito de substituir o Pano da década de
2001-2010. O plano propõe 20 metas e respectivas diretrizes para
concretização, que versam sobre o acesso à Educação Básica do Ensino
Técnico e Superior de qualidade, formação e plano de carreira para os
docentes e gestão democrática e financiamento da educação no país.
Dentre essas metas, destacam-se aquelas que são voltadas para a
alfabetização: alfabetizar todas as crianças, no máximo, até o final do 3° ano do
22

Ensino Fundamental; e elevar a taxa de alfabetização da população com 15


anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até a vigência do PNE, erradicar o
analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa a taxa do analfabetismo
funcional. (BRASIL, 2014). Há também programas voltados para superar o
índice de analfabetismo no Brasil, dentre eles, destaca-se o Pacto Nacional
pela Alfabetização na idade Certa (PNAIC), instituído pela portaria n°867, de
quatro de julho de 2012, do Ministério da Educação, com o objetivo de
alfabetizar todas as crianças até os oito anos de idade, ao final do 3° ano do
ensino fundamental. Na história do Brasil temos vivenciado a dura realidade de
identificar que muitas crianças têm concluído o ensino fundamental e até
mesmo o médio sem estarem plenamente alfabetizados.
Diante disso, o Pacto surgiu para garantir o direito de alfabetização
das crianças até o 3° ano, tendo por finalidade contribuir para o
aperfeiçoamento dos professores alfabetizadores. A proposta do PNAIC
(BRASILL apud Brito e Viédes, 2014, p.69), enfatiza.

’’A universalização do aprendizado’’ e a reformulação dos’ ’direitos de


aprendizagem’’. Promete ‘’escolas com ensino inovador’’, por meio de
apoio pedagógico e gerencial da União aos entes federados. Propões
a adoção de currículos’ ’mais atraentes’’ para os alunos’’. (BRITO e
VÉDES, 2014, p 69).

Essa proposta é de fundamental importância para uma


aprendizagem de qualidade, pois assim os professores poderão aprender
novas metodologias, trabalhar com projetos de leitura e escrita, reinventar uma
nova maneira de alfabetizar e criar uma nova prática de leitura e escrita na sala
de aula. O programa dispõe de um acervo com vários livros de leitura e de
jogos pedagógicos que são distribuídos para as escolas, com o intuito de
facilitar e promover uma leitura e escrita mais prazerosa e de forma mais
lúdicas, até mesmo para aqueles alunos que ainda não sabem ler, pois a leitura
durante as aulas estimula o gosto para a prática, tanto dos alunos quanto dos
professores. Nesse sentido, concorda-se que: A literatura Infantil aponta para
outras maneiras de serem, outros caminhos a serem percorridos, que no plano
real seria quase impossível. Aprende-se e conhece-se por meio da leitura do
23

texto literário, no entanto não há necessidade de imporem-se conhecimento,


formatando a criança dentro de princípios racionais que idealizam o ser e o
elegem como alguém que deve tornar-se estritamente cumpridor de deveres.
(OLIVEIRA apud BRITO e VIÉDES, 2014, p.73). Outro grande desafio posto à
ação docente é a dificuldade que muitos educadores têm em relacionar a teoria
com a prática.
E no caso do professor alfabetizador não é diferente, assim SAVANI
nos chama a atenção que;

No horizonte de pensar a formação do educador, Saviani afirma a


necessidade de que o curso de pedagogia fornecesse uma
fundamentação teórica que permitisse uma ação coerente, o
desenvolvimento de uma consciência aguda da realidade em que
futuros professores iriam atuar. (SAVANI apud LELIS, 2001, P, 46).

É indispensável para qualquer educador uma bagagem teórica que


lhe possibilite uma visão mais ampla das dificuldades apresentadas pelos seus
alunos, para que se possa solucionar da melhor forma possível. Portanto é
necessário que o educador tenha tido acesso a uma formação continuada, para
que possa ter conhecimento de metodologias e alternativas para solucionar as
dificuldades encontradas dentro e fora de sala de aula. O professor que
procura informação para se próprio com intenções de evoluir na sua prática
pedagógica, conseguira elaborar suas aulas com um acréscimo de
conhecimento qualitativo, que irá favorecer aos seus receptores mais
informação e atualização no habito educacional.
Para Krug (2015, p.10).

É aconselhável que o mediador da leitura – o professor – detenha


meios adequados e condizentes para o bom desempenho da mesma.
Convém, no entanto, que ele ao designá-las, as pense como
contribuição para o desempenho futuro de cidadãos conscientes para
com um corpo social, no qual, comportamentos e valores desafiam o
potencial educativo dos sujeitos.

Em síntese, o trabalho do mediador dá-se através de um anexo de


valores que o mesmo deve estabelecer para melhor ampliar e sobrepor no
24

desenvolvimento de seus educandos, a capacidade que o docente deposita em


prática para ministrar seus conteúdos estabelece um vínculo de compromisso
com o que se almeja transmitir para alargar o conhecimento de seu alunado.

3. CONTRIBUIÇÃO DE TÉORICOS SOBRE A


ALFABETIZAÇÃO

No que se refere à alfabetização alguns autores tiveram importantes


contribuições que alguns teóricos tiveram sobre a alfabetização; dentre eles
iremos destacar três que são: PAULO FREIRE, EMILIA FERREIRO e JEAN
PIAGET. Iremos destacar quais foram suas contribuições para a alfabetização,
e saber um pouco de suas trajetórias no mundo da educação, analisando
explanações sobre o pensamento dos autores, conhecendo suas biografias e
seus estudos.

3.1 contribuições de Paulo Freire para alfabetização.

Antes de começarmos a falar sobre as contribuições que o teórico


PAULO FREIRE fez que contribuísse com a educação e alfabetização de
nossas crianças, vamos conhecer um pouco de sua história:
Paulo Freire, nascido no Recife, em 1921, é autor de mais de 20
livros, sendo A pedagogia do oprimido a sua obra de maior destaque. É
reconhecido internacionalmente como um dos maiores educadores do Século
XX. Exilou-se por 16 anos, durante o período da ditadura militar no Brasil,
trabalhando em diversos países do mundo, para a transformação de contextos
sociais opressivos e a favor da autonomia e emancipação dos excluídos. Com
a abertura política, foi possível o seu retorno ao Brasil, em 1980. Foi convidado
pelo então arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, para ser
professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), cargo
que ocupou até a sua morte em 1997. Entre 1989- 1991 Freire foi Secretário
Municipal da Educação, na cidade de São Paulo, na qual colocou em prática
políticas para uma educação pública, popular e democrática, com qualidade
social, para todos e todas – adultos, jovens e crianças. A obra de Paulo Freire
é referência obrigatória para educadores que se dedicam à investigação e
25

criação de pedagogias críticas que tenham compromisso com a humanização,


com a liberdade e com a justiça social.
Embora Freire seja conhecido como sendo o criador de um ‘método
de alfabetização de adultos’, marcado pela conscientização como possibilidade
de superação de situações de opressão, a sua obra tem contribuições
importantes que se estendem para todas as modalidades de educação.
De acordo com António Nóvoa (1998):

A vida e a obra de Freire estão inscritas no imaginário pedagógico do


século XX, constituindo uma referência obrigatória para várias
gerações de educadores. (...) As propostas por ele lançadas foram
sendo apropriadas por grupos distintos, que as relocalizaram em
vários contextos sociais e políticos. (...) A partir de uma concepção
educativa própria, que cruza a teoria social, o compromisso moral e a
participação política, Paulo Freire é, ele próprio, um patrimônio
incontornável da reflexão pedagógica atual. A sua obra funciona com
uma espécie de consciência crítica, que nos põe em guarda contra a
despolitização do pensamento educativo e da reflexão pedagógica.
(NÓVOA, 1998, p. 167-187).

O Patrono da Educação Brasileira aplicou um método de


alfabetização baseado nas experiências de vida das pessoas. Em vez de
buscar a alfabetização por meio de cartilhas e ensinar, por exemplo, “o boi
baba” e “vovó viu a uva”, ele trabalhava as chamadas “palavras geradoras” a
partir da realidade do cidadão. Por exemplo, um trabalhador de fábrica podia
aprender “tijolo”, “cimento”, um agricultor aprenderia “cana”, “enxada”, “terra”,
“colheita” etc. A partir da decodificação fonética dessas palavras, ia se
construindo novas palavras e ampliando o repertório.
Freire (1989, p.13) relata que:

[...] seria impossível engajar-me num trabalho de memorização


mecânica dos ba-be?bi-bobu, dos la-le-li-lo-lu. Daí que também não
pudesse reduzir a alfabetização ao ensino puro da palavra, das
sílabas ou das letras. Ensino em cujo processo o alfabetizador fosse
“enchendo” com suas palavras as cabeças supostamente “vazias”
dos alfabetizados. Pelo contrário, enquanto ato de conhecimento e
ato criador, o processo da alfabetização tem, no alfabetizando, o seu
26

sujeito. O fato de ele necessitar da ajuda do educador, como ocorre


em qualquer relação pedagógica, não significa dever a ajuda do
educador anular a sua criatividade e a sua responsabilidade na
construção de sua linguagem escrita e na leitura desta linguagem. Na
verdade, tanto o alfabetizador quanto o alfabetizando, ao pegarem,
por exemplo, um objeto, como laço agora com o que tenho entre os
dedos, sentem o objeto, percebem o objeto sentido e são capazes de
expressar verbalmente o objeto sentido e percebido. [...] A
alfabetização é a criação ou a montagem da expressão escrita da
expressão oral. Esta montagem não pode ser feita pelo educador
para ou sobre o alfabetizando. Aí tem ele um momento de sua tarefa
criadora.

O método Paulo Freire estimula a alfabetização mediante a


discussão de suas experiências de vida entre si, através de palavras presentes
na realidade dos alunos, que são decodificadas para a aquisição da palavra
escrita e da compreensão do mundo. Com isso Freire sempre buscou
alfabetizar através de palavras, expressões contidas no cotidiano de cada
aluno, transformando o conhecimento mais interiorizado pelo próprio discente.
Freire durante sua trajetória de luta sempre objetivava a superação
da opressão e desigualdade social baseado numa proposta de educação
popular e libertadora que se pautava no respeito ao educando, valorizando
seus saberes, sua bagagem histórica e de vida, procurava criar uma
consciência crítica da realidade onde se inseria, fazendo-o reconhecer-se como
sujeito histórico, com poder e dever de transformação a realidade. Baseado no
diálogo, condição fundamental para a educação Freire nos diz que “o diálogo é
o caminho pelo qual os homens ganham significação enquanto homens, por
isso é uma exigência existencial é ele o encontro da reflexão e ação dos
sujeitos do mundo e encarregados de sua transformação”. (FREIRE, 2016, p.
109).
O método Paulo Freire de alfabetização é dividido em três etapas:
investigação, tematização e problematização.
Na etapa de investigação, aluno e professor buscam, no universo
vocabular do aluno e da sociedade onde ele vive as palavras e temas centrais
de sua biografia.
27

Na segunda etapa, a de tematização, eles codificam e decodificam


esses temas, buscando o seu significado social, tomando assim consciência do
mundo vivido pelos alunos. É nesse momento que os educadores fazem
associação das palavras com alguma situação cotidiana, conhecida por todos.
Exemplo: A palavra ‘feira’ era acompanhada de uma imagem com uma mulher
indo comprar ‘milho’, assim os estudantes associavam as palavras com algo
que era comum para eles (a compra de milho na feira).
E no final, a etapa de problematização, aluno e professor buscam
superar uma primeira visão mágica por uma visão crítica do mundo, partindo
para a transformação do contexto vivido.
No método freiriano, segundo Moacir Gadotti,(2001) aprendiz de
Freire e diretor do Instituto Paulo Freire, se decorria de um “processo de
substituição de elementos” reais por elementos simbólicos “com a utilização de
cartazes, projeções na parede, discussões e leitura, “sequência inversa à
utilizada para crianças, em que a leitura figura como elemento instrumental de
construção e enriquecimento dos círculos de representação mentais”“.
Ao contradizer os métodos de alfabetização mecanicista, Freire
(1980, p. 40-41) projetou uma alfabetização direta, voltada à democratização
da cultura e que introduzisse uma experiência susceptível de tornar
compatíveis sua existência de trabalhador e o material que lhe era oferecido
para aprendizagem.
Nesse sentido, o autor relata:

[...] pensávamos numa alfabetização que fosse ao mesmo tempo um


ato de criação, capaz de gerar outros atos criadores; uma
alfabetização a qual o homem, que não é passivo nem objeto,
desenvolvessem a atividade e a vivacidade da invenção e da
reinvenção, características dos estados de procura (1980, p. 41).

Para Freire, (1987, p. 39) “ninguém ensina nada a ninguém e


ninguém aprende nada sozinho”, ele diz que só se aprende consociando uns
com os outros, liderados pelo mundo que nos cerca, isto é, somos capazes de
ensinar para os adultos e para as crianças se formos capazes de aprender,
sendo um professor disposto a buscar o novo, aprender todos os dias, e não
aquele que acha que sabe. Segundo Freire o bom professor é aquele que se
28

coloca junto com o educando e procura superar com o educando o seu não
saber e as suas dificuldades, com uma relação de trocas onde ambas as partes
aprendam. Para ocorrer à aprendizagem é necessário o enfrentamento de
situações desafiadoras propiciando aos alunos elaborados conhecimentos.
Educar é um ato político, um ato de criação e recriação. O diálogo é
fundamental na construção da educação do sujeito, para compreensão da
estrutura social de conscientização e de transformação. O alfabetizar não é
aprender a ler e escrever através de repetição de palavras, mas sim dizer sua
palavra criadora de sua própria cultura. Freire parte do princípio de que toda a
ação humana tende à práxis (DICKMANN, 2015, p. 13).

3.2 EMILIA FERREIRO E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA


A ALFABETIZAÇÃO.

A escrita não é um produto escolar, mas sim um objeto cultural,


resultado do esforço coletivo da humanidade. Como objeto cultural, a
escrita cumpre diversas funções de existência.
Emília Ferreiro

Emília Beatriz Maria Ferreiro Schavi (Buenos Aires, 5 de maio de


1936) é uma psicóloga e pedagoga argentina, radicada no México, doutora
pela Universidade de Genebra, sob a orientação de Jean Piaget.
Em 1970 depois de se formar em psicologia pela Universidade de
Buenos Aires, estuda na Universidade de Genebra, onde trabalha como
pesquisadora-assistente de Jean Piaget e obtém o seu PhD sob a orientação
do psicopedagogo suíço. Retorna a Buenos Aires, em 1971. Forma um grupo
de pesquisa sobre alfabetização e publica sua tese de doutorado - Les relations
temporelles dans le langage de l'enfant.
No ano seguinte, recebe uma bolsa da Fundação Guggenheim
(EUA). Em 1974 afasta-se de suas funções docentes na Universidade de
Buenos Aires. Em 1977, após o golpe de Estado na Argentina passa a viver em
exílio na Suíça, lecionando na Universidade de Genebra. Inicia com Margarita
Gómez Palácio uma pesquisa em Monterrey (México) com crianças que
apresentam dificuldade de aprendizagem. Em 1979 passa a residir no México
29

com o marido, o físico e epistemólogo Rolando García, com quem teve dois
filhos.
Atualmente é Professora Titular do Centro de Investigação e
Estudos Avançados do Instituto Politécnico Nacional, na Cidade do México
Suas contribuições para a Educação são fartas, principalmente se
considerarmos seu envolvimento com o processo de alfabetização e, mais
ainda, devido à sua pesquisa, Mello (2007) esclarece que Emília Ferreiro
promoveu distintas discussões relacionadas à ideia de “que não são os
métodos que alfabetizam, nem os testes que auxiliam o processo de
alfabetização, mas são as crianças que reconstroem o conhecimento sobre a
língua escrita, por meio de hipóteses que formulam” (p. 88).
A começar pelo título de sua tese, Les relations temporelles dans le
langage de l'enfant (As relações temporais na linguagem infantil), publicada em
1971, e teve como prefaciador o referido epistemólogo Jean Piaget, Emília
Ferreiro sinalizava os rumos e contribuições que daria ao Brasil e ao mundo:
ela não só desvendou os mecanismos pelos quais as crianças aprendem a ler
e a escrever, como também levou os educadores a repensarem suas teorias e
métodos, principalmente a partir dos idos anos 80, impactando,
consentaneamente, nos últimos 30 anos, ao introduzir no Brasil o pensamento
construtivista sobre alfabetização, resultante de suas pesquisas sobre a
psicogênese da língua escrita. Suas obras foram tão importantes que
influenciaram, inclusive, projetos e propostas governamentais, uma vez que
desvelaram os processos utilizados pelas crianças para a aprendizagem,
influenciando, também, os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN, criados
em 1997, cujos “objetivos se definem em termos de capacidades de ordem
cognitiva, física, afetiva, de relação interpessoal e inserção social, ética e
estética, tendo em vista uma formação ampla” (BRASIL, 1997, p. 47).
Entre seus livros publicados, destacam-se: A psicogênese da língua
escrita (1985), em coautoria com Ana Teberosky; Alfabetização em processo
(1996); Reflexões sobre alfabetização (2000) e com todas as letras (2001).
As obras de Emília - Psicogênese da Língua Escrita é a mais
importante - não apresentam nenhum método pedagógico, mas revelam os
processos de aprendizado das crianças, levando a conclusões que puseram
em questão os métodos tradicionais de ensino da leitura e da escrita. Emília
30

Ferreiro (1995) defende a ideia de que antes mesmo de iniciar o processo de


alfabetização tal qual nós conhecemos, as crianças já trazem consigo algum
conhecimento que vai sendo construído desde o momento em que nascem, por
isso elas são capazes de interpretar o ensino que recebem, transformando a
escrita convencional dos adultos, produzindo assim uma escrita diferente.
Com isso a criança deve perceber e se familiarizar com os objetos
que estão ao seu redor e a partir desse conhecimento produzir uma escrita de
maneira mais correta possível. A língua escrita é muito mais que um conjunto
de formas gráficas, é um modo de a língua existir, é um objeto social e parte de
nosso patrimônio cultural (FERREIRO 2004). Linguagem essa, que deve ser
estimulada e produzida de forma que contribua com o processo de
alfabetização e escrita dos alunos. Observando essa nova perspectiva de
ideias construtivista que notadamente vem se expandido no Brasil durante essa
época onde alguns professores e escolas se mostraram poucos entendedores
das novas metodologias, mas que com o tempo foi modelando a forma de
aplicar as suas aulas seguindo o modo de ideias construtivistas na qual
Ferreiro propagava contribuindo para melhorar a alfabetização dos alunos.
A alfabetização na perspectiva construtivista, conforme Ferreiro
(1995), está fundamentada em dois princípios: a) entender a evolução dos
sistemas de ideias construídos pelas crianças sobre a natureza da língua
enquanto objeto social; b) confirmar os pressupostos inerentes à teoria de
Piaget em relação ao desenvolvimento da escrita. A partir desses princípios
pressupõe-se que crianças e aprendizes em geral não são totalmente
analfabetos no campo da leitura, como em outros campos do conhecimento,
isto é, elas de seu modo conseguem interpretar, e leem de sua forma o texto
proposto a elas.
Segundo FERREIRO & TEBEROSKY, (1985)

[...] o modelo tradicional associacionista da aquisição da linguagem é


simples: existe na criança uma tendência à imitação (tendência que
as diferentes posições associacionistas justificarão de maneira 10
variada), e no meio social que a cerca (os adultos que a cuidam)
existe uma tendência a reforçar seletivamente as emissões vocálicas
da criança que correspondem a sons ou pautas sonoras complexas
31

(palavras) da linguagem própria desse meio social (FERREIRO &


TEBEROSKY, 1985, p. 21).

Alfabetizar é construir conhecimento e os estudos de Ferreiro na


alfabetização trouxeram-nos não uma fórmula mágica, mas sim um caminho
virtuoso, obtendo um melhor aprendizado para os alunos.

3.3 AS CONTRIBUIÇÕES DE JEAN PIAGET PARA A


ALFABETIZAÇÃO

Jean Piaget nasceu em Neuchâtel, Suíça, em 1896. Aos 10 anos


publicou seu primeiro artigo científico, sobre um pardal albino. Desde cedo
interessado em filosofia, religião e ciência, formou-se em biologia na
universidade de Neuchâtel e, aos 23 anos, mudou-se para Zurique, onde
começou a trabalhar com o estudo do raciocínio da criança sob a ótica da
psicologia experimental. Em 1924, publicou o primeiro de mais de 50 livros, A
Linguagem e o Pensamento na Criança.
Antes do fim da década de 1930, já havia ocupado cargos
importantes nas principais universidades suíças, além da diretoria do Instituto
Jean-Jacques Rousseau, ao lado de seu mestre, Édouard Claparède (1873-
1940). Foi nesse período que acompanhou a infância dos três filhos, uma das
grandes fontes do trabalho de observação do que chamou de "ajustamento
progressivo do saber". Até o fim da vida, recebeu títulos honorários de algumas
das principais universidades europeias e norte americanos. Morreu em 1980,
Genebra, Suíça. As descobertas de Piaget tiveram grande impacto na
pedagogia, mas, de certa forma, demonstraram que a transmissão de
conhecimentos é uma possibilidade limitada. Por um lado, não se pode fazer
uma criança aprender o que ela ainda não tem condições de absorver. Por
outro, mesmo tendo essas condições, não vai se interessar a não ser por
conteúdos que lhe façam falta em termos cognitivos. Isso porque, para o
cientista suíço, o conhecimento se dá por descobertas que a própria criança faz
- um mecanismo que outros pensadores antes dele já haviam intuído, mas que
ele submeteu à comprovação na prática. Vem de Piaget a ideia de que o
32

aprendizado é construído pelo aluno e é sua teoria que inaugura a corrente


construtivista.
O início de crianças na escola é uma situação complicada e cheia de
desafios na qual muitas vezes dificultaram o processo de aprendizagem do
mesmo, nesse instante é importante que a família, o professor e aluno
trabalhem juntos, na qual o aluno deve ser acompanhado dentro e fora do
ambiente escolar, seja pela família e professor, algo que é bastante pregado
por Piaget. Piaget (2007, p. 50) enfatiza que uma ligação estreita e continuada
entre os professores e os pais leva, pois a muita coisa mais que a uma
informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e,
frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Piaget influenciou a
educação de maneira profunda. Para ele, as crianças só podiam aprender
aquilo para qual estavam preparadas a assimilar.
Aos professores, caberia aperfeiçoar o processo de descoberta dos
alunos. Piaget desenvolveu em suas pesquisas a teoria da construção do
conhecimento, mais conhecida como Epistemologia genética, seu foco principal
foi o sujeito epistemológico o qual foi estudado pelo método clínico
desenvolvido pelo próprio Piaget. A teoria explica como o conhecimento é
adquirido e montado em nossa psiquê, desde a primeira infância até a
maturescência humana. A obra deste estudioso é reconhecida em todo mundo,
pois contribui para compreensão da formação e construção do intelecto.
Através desta teoria, diversas propostas de educação, diferenciadas para
crianças em cada uma das fases, surgiram, todas com a pretensão de melhorar
a educação através das características específicas de cada uma destas fases
observadas, por Piaget, em seus estudos. Ao entender como acontece o
processo de construção do conhecimento pode-se desenvolver métodos
pedagógicos mais eficientes a fim de aperfeiçoar ou substituir os sistemas de
ensino já existentes.
Destacando a proposta de Piaget que é entender como a criança
constrói conhecimentos para que as atividades de ensino sejam apropriadas
aos níveis de desenvolvimento das crianças. Por isso ele estruturou seu
modelo de desenvolvimento. O desenvolvimento é caracterizado por um
processo de sucessivas equilibrações.
33

O desenvolvimento psíquico começa quando nascemos e segue até a


maturidade, sendo comparável ao crescimento orgânico; como este,
orienta-se, essencialmente, para o equilíbrio. (PIAGET, 1974, P.13)

Segundo Piaget, (2011) todos são capazes de construir


conhecimentos, desde o aprendizado mais simples até os mais elevados. Para
Piaget (2011), é graças à linguagem que a criança se tornar capaz de invocar
situações não atuais, libertando-se então das fronteiras do espaço próximo e
presentes, ou seja, saindo do campo perceptivo. Isto significa dizer que os
objetos e acontecimentos deixam de ser percepções imediatas e passam a
fazer parte de um quadro conceitual e racional o que contribui
significativamente para o conhecimento.

A linguagem é necessariamente, interindividual, sendo constituída por


um sistema de signos (=significantes arbitrários ou convencionais).
Mas, ao lado da linguagem, a criança pequena- menos socializada
que a de 7-8 anos e, sobretudo que o próprio adulto-tem necessidade
de outro sistema de significantes, mais individual e mais motivado: os
símbolos, cujas formas mais correntes na criança pequena se
encontram no jogo simbólico ou de imaginação..., o jogo simbólico
aparece mais ou menos ao mesmo tempo da linguagem. (PIAGET,
2011, p.77).

Entende-se que o jogo simbólico tem papel importante no


pensamento da criança, pois elas são capazes de “representar” situações
individuais cognitivamente e afetivamente à medida que imagina determinado
objeto ou acontecimento. Para Piaget (2011), a ação representada pela criança
não está presente e nem é atual, mas é situações evocadas, o que consiste
numa característica da representação. Podemos dizer então, que a
representação ocorre independente da linguagem.
34

4. METODOLOGIA DE ENSINO NA LEITURA USADA


PELO PROFESSOR

A leitura pode ser um tema tenso para pais, professores e alunos.


Uma boa interpretação do que foi lido são essenciais para acessar todo o
currículo escolar, logo, os docentes costumam colocar muita ênfase nesse
trabalho desde cedo. O ensino da leitura e da escrita nos anos iniciais do
ensino fundamental pode ser enriquecido por meio de várias formas e
metodologias utilizadas em sala de aula pelo professor, para melhor facilitar no
aprendizado de seu alunado.
A prática de atividades diversificadas é considerada essencial ao
desenvolvimento e à aquisição da leitura e da escrita. A forma como as práticas
são direcionadas pode proporcionar um momento de interação significativo
para o aprendizado da escrita, bem como o desenvolvimento da leitura.
Entre as atividades possíveis a serem trabalhadas em sala de aula,
podemos citar: a exposição do alfabeto bastão e cursivo nas paredes da sala
de aula; cartazes associando figuras às suas respectivas representações;
pesquisas, recortes e colagem de palavras; leitura coletiva; cópia orientada; o
lúdico utilizando letras ou sílabas para formação de palavras ou frases e a
relevante leitura e a contação de histórias infantis.
Estes são procedimentos que possibilitam ao aluno a vivenciar, e o
contato com materiais concretos e visuais envolvendo a realidade social da
criança visando à construção do aprendizado. Desta forma, trabalhando
metodologias diferenciadas ocorre uma maior possibilidade de chamar a
atenção do aluno e envolvê-lo com a leitura e consequentemente com a
interpretação. Assim diz Solé (1994) "O ensino das estratégias de leitura ajuda
o aluno a utilizar seu conhecimento, a realizar inferências e a esclarecer o que
não sabe".
Neste sentido afirma Freire (1996, p. 54).
35

“A responsabilidade do professor, de que às vezes não nos damos


conta, é sempre grande. A natureza mesma de sua prática
eminentemente formadora, sublinha a maneira como realiza. Sua
presença na sala de aula é de tal maneira exemplar que nenhum
professor ou professora escapa ao juízo que dele ou dela fazem os
alunos”. (FREIRE, 1996, p 54).

Sendo assim o professor passa a ser exemplo para seus alunos e,


que na maioria das vezes espalham atitudes e comportamentos, e buscam
serem seus seguidores. Como afirmam os autores Gauthier, Tardif (2010,
p134) “Ensinar é mais do que simplesmente administrar um conteúdo, dividi-lo
em sequências e transmiti-lo; é também preocupar-se com o outro”. Mediante a
esta citação, ensinar, entretanto, é uma troca de experiências e de
aprendizagem, ambos se completam. Segundo Rogers (1976, p.156). Apud.
Gauthier, Tardif (2010, p.286). “Os seres humanos têm em si uma capacidade
natural de aprender”. Portanto, a aprendizagem não é apenas uma troca de
informação, pois ela acontece de forma natural, toda pessoa tem seu tempo em
aprender. De acordo com Freire (1996; p15) “O saber se faz através de uma
superação constante”.
Assim, a aprendizagem só acontece quando há trocas de
experiências constantes entre educador e educando, buscando superar as
barreiras difíceis, refletindo, interagindo para trocar dúvidas, bem como avaliar
as dificuldades, e assim solucionar os problemas de forma harmoniosa através
do diálogo e da reflexão. Segundo Machado (2005, p. 02) “A formação da
prática se processa a partir da vontade de participar e cooperar com o outro”.
Por isso, um dos grandes desafios dos professores é renovar e
diversificar as práticas dentro da sala de aula, e compreender que cada aluno é
um ser único e tem suas particularidades em compreender os conteúdos. “O
educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente,
reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade sua submissão”
(FREIRE, 1996; p.14). Diante disso abordarei algumas metodologias de ensino
que os docentes utilizam, ou podem utilizar em sala de aula, para obter melhor
rendimento de seu alunado durante o processo de ensino aprendizado na
prática de leitura em sala de aula, que são:
36

 Contação de História
 Jogos
 Música

4.1 CONTAÇÃO DE HISTÓRIA

A contação de histórias é uma maneira a mais de estimular a leitura


e também desenvolver a imaginação, enriquecer o vocabulário oral e escrito.
Quando se realiza a contação de histórias usa-se de diversos recursos, tanto
materiais como corporal, para repassar de forma agradável e estimuladora a
mensagem pretendida para os ouvintes. O que diferencia a contação de
histórias de apenas contar uma história, são as inúmeras maneiras de se
utilizar da voz, de ruídos, de sons e outros recursos que o contador pode
utilizar para enriquecer o momento da contação de história, dessa forma
Machado afirma que;

Do ponto de vista pedagógico, no trabalho com as crianças, acredito


que o importante não é querer saber qual o efeito que os contos
tradicionais exercem sobre cada criança, ou mesmo “querer produzir
um tal efeito”, e sem entender que para cada uma delas aquela
história, traz a oportunidade de organizar suas imagens internas em
uma forma que faz sentido para ela naquele momento. (MACHADO,
2004, p. 28).

Os enredos nos quais as crianças terão acesso além de serem leves


e descontraídos também trazem relações mentais e dificuldades trazidos pelos
personagens que se assemelham com os da crianças, e passam a ter
consciência dos problemas graves ou não em sua realidade, e mostram que
seus esforços não serão em vão se tiverem força de vontade.
(...) como a criança em cada momento de sua vida está exposta à
sociedade em que vive, certamente aprenderá a enfrentar as
condições que lhe são próprias, desde que seus recursos interiores o
permitam (...) a criança adéqua o conteúdo inconsciente às fantasias
consciente, o que a capacita a lidar com este conteúdo. É aqui que os
contos de fadas têm um valor inigualável, conquanto ofereçam novas
dimensões à imaginação da criança que ela não poderia descobrir
verdadeiramente por si só. Ainda mais importante: a forma e estrutura
dos contos de fadas sugerem imagens à criança com as quais ela
37

pode estruturar seus devaneios e com eles dar melhor direção à sua
vida. (BETTELHEIM, 2002, p. 5-8).

Além de mexer com seu íntimo, as histórias mostram aos leitores e


ouvintes diversas situações, mostra que não existem somente bons feitores, e
sim, existem vilões e mocinhos que lhes oferece caminhos a seguir, entre o
bem e o mal, o certo e errado. nesse sentido cabe ao professor(re) formular
suas estratégias para que seu alunado passa entender o real sentido da
história que ali foi contada. Para isso existem várias formas de se contar uma
mesma história ou historias diferentes.
O contar histórias e trabalhar com elas como uma atividade em si
possibilita um contato com constelações de imagens que revela para quem
escuta ou lê a infinita variedade de imagens internas que temos dentro de nós
como configurações de experiência. (MACHADO, 2004, p. 27).

Dessa forma a história infantil pode se torna um instrumento valioso


para o ensino aprendizado dos alunos, um instrumento que pode envolver e
cativar as crianças, se o professor souber utilizar a contação de história de
forma coerente e de acordo com a faixa etária de seu alunado. O papel do
professor é, portanto significativo, e imprescindível no desenvolvimento no
processo de seus objetivos. Freire (2006, p. 11) afirma que a leitura do mundo
precede a leitura da palavra, isto é, o leitor adquire primeiramente seu
conhecimento de mundo, ainda que de forma simplificada e 9 coerente a faixa
etária, e em seguida assimila tal realidade à leitura de palavras propriamente
ditas. Este autor continua afirmando que a leitura não se esgota na
decodificação pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas antecipa e
se alonga na inteligência do mundo.
Para tanto, é necessário que o professor ou quem deseja usar o
recurso de contação de histórias se prepare para tal prática – que requer
alguns cuidados, conhecimentos e domínios. Outro fator importante é o de
determinar a forma de apresentar a história para a criança, os textos
apresentados para as crianças podem ser: fábulas, contos de fada, poesia,
histórias modernas, enfim, todo o tipo de produção literária que possa ser de
alguma forma, compreendida pela criança, e deve ter presente, recursos que
auxiliam no desenvolvimento da narração.
38

(...) o narrador deve estar consciente de que importante é a história,


ele apenas conta o que aconteceu, emprestando vivacidade à
narrativa, cuidando de escolher bem o texto e recriando-o na
linguagem oral, sem as limitações impostas pela escrita. A história é
que sugere o melhor recurso de apresentação, sugere inclusive as
interferências feitas por quem à conta. (COELHO, 2009, p. 11).

Neste caso contar história deve ter uma linguagem simples e


espontânea de seu narrador, permitindo que a plateia possa interagir com a
história. Após contação é importante que o professor proporcione momentos
voltados à reflexão junto às crianças.
Segue algumas propostas:
 Debate conversa acerca do que foi contado e a relação que isto
tem com a vida real do aluno ou com outras histórias já ouvidas
por ele;
 Abordar não apenas a linguagem falada ou escrita, mas também
através de imagens (pintura, vídeos, fotos, desenhos, escultura,
etc.), além de sons (músicas, falas, ruídos, etc.), sendo estes
produzidos inclusive pela criança;
 Estimular a interação com o grupo e a sociabilidade entre os
colegas, cujas opiniões e pontos de vista vão sendo abordados de
forma amigáveis.
 Mostrar o livro, cuja história foi contada, para incentivar a vontade
de a plateia comparar a imagem que criou em sua mente com a
ilustrada na obra, além de motivar o manuseio de livros;
proporcionar experiências envolvendo alunos e livros, levando os
a bibliotecas, livrarias, videotecas, museus, entre outros; para que
vivenciem de forma concreta as diversas histórias;
 Não afirmar que esta ou aquela é a melhor história, pois os
pontos de vista são diversos e até contraditórios.
A contação de histórias está sempre aberta para o compartilhamento
de opiniões e vivências de cada um. Por isso, ela provoca as formas individuais
de expressão e observação do mundo. Além de conduzir a leitura, o professor
pode incentivar a participação dos alunos com a leitura interpretativa e
desenvolvimento de expressões diversas.
39

Os usos dos recursos dramáticos e cenográficos podem dar ainda


mais liberdade para que a história esteja por toda a sala e os alunos
embarcarem na narrativa. Fazer que os alunos percebam as diversas formas
de contar e compreender uma história, aguçando os sentidos e estimulando a
participação ativa na contação de história é o papel que o professor deve fazer
em sala de aula. Sabendo que esse processo é importante para a interpretação
textual dos alunos.
4.2 Jogos
Os jogos é outra metodologia a ser trabalhada tanto dentro ou fora
de sala de ala pelo professor, é uma forma lúdica de chamar a atenção dos
alunos e de proporcionar momentos descontraídos, pois estimula o
desenvolvimento e a capacidade da criança. Quando o educador utiliza o jogo
como recurso pedagógico é bem provável que seu trabalho tenha um bom
resultado. Para que o ensino seja prazeroso e agradável tanto para o docente
como para o discente, é necessário que se utilize jogos a atividades lúdicas
como metodologias que pode ser a melhor saída para se ter uma aula
harmoniosa e se alcançar o objetivo desejado. Jean Piaget, (1978, p. 122) fala
o seguinte:

[...] os jogos são essenciais para o desenvolvimento da criança, pois


permitem que ela se expresse livremente pelo prazer que sente, e,
assim, demonstra o estágio em que se encontra cognitivamente. A
interação da criança como objeto, nesse contexto entendido por
Piaget como o próprio brincar ou o brinquedo, é ressaltada como
forma da criança elaborar seu conhecimento. Jean Piaget, (1978, p.
122)

Ao se divertir as crianças estimulam seus conhecimentos e sua


imaginação; para o autor o jogo não deve ser visto como divertimento ou
brincadeira para um simples desgaste de energia. Para Piaget, a seriedade do
jogo (ou do brincar) reside no fato de que ele favorece no crescimento corporal,
cognitivo, afetivo, social e moral da criança, desde a mais tenra idade.
Assim, o brincar possibilita para os pequenos uma forma pela qual
compare, experimente, vivencie, estabeleça relações lógicas, faça estimativas
e desenvolva suas percepções. Jogo e brincadeira para Jean Piaget são
excelentes formas de conhecer o mundo e introduzir elementos de sua cultura.
Entende-se que através dos jogos e atividades lúdicas como estratégias de
40

ensino aprendizagem podem contribuir para despertar o interesse dos alunos


nas atividades escolares, e melhorar os seus desempenhos facilitando em seu
aprendizado. Segundo Vygotsky (1984, p. 39):

É através do jogo que a criança aprende a agir, sua curiosidade é


estimulada, adquire iniciativa a autoconfiança, proporciona o
desenvolvimento da linguagem, pensamento, interação e da
concentração, por isso pode-se dizer que a brincadeira é universal,
pois atua de forma espontânea em todas as crianças do planeta.
Vygotsky (1984, p. 39):

No entanto o jogo estimula sua capacidade imaginária fazendo


relação entre o real e o imaginário. O jogo é um grande amigo do professor.
Uma vez que suas regras determinam do participante segui-la e obedecê-la
para continuar no jogo. E cabe a ele saber utilizar esse aliado ao seu favor,
procurando formas e maneiras diferentes de utilizar essa ferramenta.
Afirma-se que o brincar tem grandes habilidades de para
desenvolver a compreensão do aluno. Facilita tanto o entendimento do aluno
quando o desenvolvimento profissional do professor. Se o professor for
dinâmico e inovador tear facilidades de desenvolver um ótimo trabalho e
conquistar seu público. O brinquedo desempenha um importante papel no
progresso das agilidades verbais da criança, já com isso, ela tanto se comunica
com os outros, como tenta se comunicar com o próprio brinquedo,
desenvolvendo pequenos diálogos. Sobre a relação brinquedos e palavras,
Vygotsky (1991, p. 92) faz as seguintes recomendações:

No brinquedo, espontaneamente a criança usa sua capacidade de


separar significado de objeto sem saber o que está fazendo, da
mesma forma que ela não sabe está falando prosa e, no entanto,
falar, sem presta atenção às palavras. Dessa forma, através do
brinquedo a criança atingiu uma definição funcional de conceitos de
objetos, e as palavras passam a se torna parte de algo concreto.

Tanto o brinquedo como a brincadeira proporciona o aprender


renovando seu vocabulário, companheirismo e a capacidade de criar algo
novo. Por isso, assim que propor um jogo a seus alunos, o professor deve
constituir e deixar muito claro seus objetivos para o jogo escolhido, bem como
averiguar a adaptação do método que almeja empregar à faixa etária com que
trabalha, e que este jogo conceba uma atividade desafiadora aos alunos para
que o processo de aprendizagem seja desencadeado. Faz-se, portanto,
41

necessário que o professor seja um grande estimulador dos seus alunos e que
esteja sempre em busca de renovar o seu currículo, uma vez que a educação
está sempre sendo inovada com diversos recursos diferenciados.

4.3 A Música

A música é uma metodologia de grande valia para o professor, por


isso é uma grande estratégia de alfabetização das crianças, sendo usada como
suporte para o ensino da leitura e da escrita por meio de práticas pedagógicas
que incentivam os estudantes a ouvir, cantar, ler e interpretar letras de músicas
infantis e folclóricas. Quando se trabalha com a música em sala de aula o clima
fica mais leve e descontraído, os alunos interagem mais entre se e, tem a
maior possibilidade se aprender a letra de uma música para depois copia-las
com facilidades, ou seja, elas aprendem brincando.
No contexto escolar, a música ensina o indivíduo a ouvir e a escutar
de maneira ativa e refletida. Não significa que a música se torne o único
recurso de ensino, mas de que forma pode facilitá-lo, pois o aluno convive com
ela desde muito pequeno. FARIA (2001) afirma que, para a aprendizagem da
música, é muito importante, o aluno conviver com ela desde muito pequeno. A
música quando bem trabalhada desenvolve o raciocínio, criatividade e outros
dons e aptidões, por isso, deve-se aproveitar esta tão rica atividade
educacional dentro das salas de aula.
Na alfabetização e no letramento é importante educar com a música
porque a criança tem a capacidade de compreender o progresso da linguagem
musical dentro da língua oral, transmitido através da experiência e da
convivência adquiridas e repassadas novamente pelos professores. Na visão
de Martins (1985) “Educar musicalmente é propiciar à criança uma
compreensão progressiva de linguagem musical Através de experimentos e
convivência orientada (MARTINS, 1985, p.47.)”. O uso dessa metodologia é um
complemento a mais para a educação, o uso dessa dinâmica faz com que os
alunos se desenvolvam melhor durante o ensino de alfabetização nos anos
42

iniciais do ensino fundamental. Para estimular a leitura através da música,


existem várias maneiras de se apropriar dessa metodologia, como por
exemplo; Fazer com que os alunos ouçam a música e depois copia-las em seu
caderno; Copiar ou identificar os instrumentos musicais que eles conhecem;
Criar uma nova letra encima da mesma melodia; Essas e tantas outras são
algumas sugestões que o professor pode está utilizando, para o incentivo da
leitura em sala de aula.
A alfabetização melhora quando um aluno é capaz de captar através
da música os padrões na estrutura da linguagem e é capaz de diferenciar os
tons em palavras que soam parecidas, mas que têm significados diferentes.
Portanto, a música é a arte de se exprimir por meios de diferentes sons
(batidas de mãos, batidas de pés, estalos, de água, o vento que assobia o som
de gotas de chuva caindo etc.), ou seja, podemos relacionar música, gestos e
palavras. Podemos citar parlendas, poemas e a sonorização de historias,
utilizando a voz e outros sons, explorando assim as diferentes possibilidades
de produção sonora, como sugerem Brito (3003):

Desenvolvidas em conjunto [...], por meio de pesquisas de matérias


disponíveis na sala de aula ou que se encontre no pátio da escola etc.
Sementes, folhas secas, pedrinhas, água, bacia, diferentes tipos de
papel, caixas de papelão, plásticos, enfim, tudo o que produz som
pode ser transformado em material para sonorização de histórias,
desde que tenhamos disposição, para pesquisar, experimentar, ouvir
e transformar. (BRITO, 2003, p, 164).

Aos poucos a criança vai descobrindo os sons que e capaz de


produzir; Para os professores conseguirem motivar as crianças a gostarem de
música, e fazer com que isso seja um elemento a mais no processo de
alfabetização, ele deve conhecer bem à vontade e o repertorio de seus alunos,
para poderem tornar o seu plano de aula mais interessante. Ainda que esses
procedimentos venham sendo repensados, muitas instituições encontram
dificuldades para integrar a linguagem musical ao contexto educacional.
Contata-se uma defasagem entre o trabalho realizado na área da música e nas
demais áreas do conhecimento, evidenciada pela realização de atividades de
reprodução e imitação em detrimento de atividades voltadas a criação e a
elaboração musical. Nesses contextos, a música é tratada como se fosse um
produto pronto, que se aprende a reproduzir, e não uma linguagem cujo
43

conhecimento constrói (BRASIL, 1998, p. 47) Assim como Freire (1996, p. 21)
quando diz que “ensinar não é só transferir conhecimentos”(...)“quem ensina
aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”, portanto, ensinar é
criar possibilidades para a sua própria produção, sendo assim, a música é um
rico instrumento que faz a diferença no desenvolvimento da criança e que
precisa ser repensado dentro das Instituições Educacionais.

5 AS FERRAMENTAS DIGITAIS PARA O INCENTIVO


DA LEITURA

As ferramentas digitais vêm ganhando grande poder dentro de sala


de aula, e está cada vez mais presente no dia-a-dia do professor e do aluno.
mais antes de nos aprofundar nesse assunto primeiro vamos entender o que é
ferramenta digital? Ferramentais Digitais é tudo que é utilizado para que haja
comunicação entre o homem e o computador é ferramenta digital: Tablets,
smartphones e outros diversos aparelhos tecnológicos. O intuito dessa
ferramenta é facilitar essa comunicação tornando-a mais clara e eficiente. No
campo educacional, há algum tempo vem sendo inserido o uso de tecnologia
para melhorar o processo ensino aprendizagem. Vídeos, retroprojetores,
microcomputadores, filmadoras, câmeras e impressoras foram os primeiros.
Hoje temos uma variedade ainda maior de aparelhos, periféricos, aplicativos,
softwares, sites que quando bem utilizados, com proposta e planejamento bem
direcionados, completam o fazer pedagógico.
Mas antes de tudo é necessário que o professor tenha uma
formação adequada no campo dessas ferramentas, para que não se percam ao
tentar repassar certo conteúdo para seus alunos através das mesmas, Apesar
dos recursos das tecnologias na educação, a boa formação do professor
continua sendo imprescindível. O uso de novas tecnologias na educação não
se sustenta se a base do sistema escolar não estiver muito bem consolidada: a
formação dos professores. Ela precisa estar sempre alinhada a práticas
criativas, empreendedoras e inovadoras.
Resumindo, só um professor mediador de conhecimento poderá
fazer uso integral e inteligente de qualquer ferramenta digital. Afinal, a
44

tecnologia deve ser encarada apenas como um meio pelo qual se potencializa
e se experimenta o aprendizado.
E como é de nosso conhecimento e no momento que estamos
vivendo em meio a Pandemia da Covid 19, todas as escolas pararam de
funcionar presencialmente, e as ferramenta digitais ganhou força e
conquistaram seu espaço. As escolas tiveram que mudar total e radicalmente
sua forma e metodologia de ensino. Após a adoção de medidas de
distanciamento social e da interrupção das aulas por causa da emergência
sanitária, os professores continuam se reinventando. Nesse período, eles
foram obrigados a refazer todas as aulas, passar novos exercícios, escrever
apostilas, gravar em vídeo os conteúdos das disciplinas, criar canais próprios
em redes sociais, mudar avaliações, fazer busca ativa de alunos e se
aproximar das famílias dos estudantes. O suporte da mudança foi à internet,
mas o episódio não se restringiu a uma revolução digital. Houve uma
transformação comportamental dos professores para não perder a conexão
com os alunos e manter a aprendizagem.
Para nós aprofundarmos mais nesse assunto iremos apresentar
algumas ferramentas que poderá auxiliar na aprendizagem e incentivar a leitura
desses alunos:

5.1 CELULAR

O celular é uma das ferramentas digitais mais utilizadas pelas


pessoas em todo o Brasil, e nas escolas essa tecnologia vem sendo cada vez
mais utilizada pelos professores e alunos. É papel do professor, portanto
oportunizar o acesso às informações para que o discente se aproprie do
conhecimento propriamente dito. Silva e Schlemmer (2005) afirmam que a
comunicação deve estar envolvida e deve ser considerada no que tange ao
desenvolvimento pleno das práticas pedagógicas, enfatizando o diálogo e a
cooperação. O celular assim como a internet é uma ferramenta que facilita a
comunicação, possibilita novos contatos e novas experiências, pelo fato de
permitir que esses processos aconteçam de forma simultânea. Para Moran
(2013, p.01):
45

O telefone celular é a tecnologia que atualmente mais agrega valor: é


wireless (sem fio) e rapidamente incorporou o acesso à Internet, à
foto digital, aos programas de comunicação (voz, TV), ao
entretenimento (jogos, música-mp3) e outros serviços.

Mais para que isso aconteça é necessário que os


discentes tenham o domínio dessa tecnologia, para que
possam se sentir confortável. sendo que o aparelho
oferece os vadiados acessos dos ambientes virtuais, que
favorecem a interatividade, colaboração, comunicação,
pesquisa, produção, exposição, dentre outros recursos
que facilitam o dia a dia escolar. os professores tem a
alternativa de usar o celular para criar grupo de Whatzapp
com seus alunos,(em meio a Pandemia) para que elas
possam tirar dúvidas , fotos de atividades , fazendo
chamadas de vídeo para que os conteúdos possam ser
ministrado pelo professor... Assim, assim como afirma
Levy, a utilização dos meios de comunicação nos
processos de ensino através de metodologias
diferenciadas, contribui na construção do conhecimento e
proporciona um envolvimento maior por parte dos alunos.

É bem conhecido o papel fundamental do envolvimento pessoal do


aluno no processo de aprendizagem. Quanto mais ativamente uma
pessoa participar da aquisição de um conhecimento, mais ela irá
integrar e reter aquilo que aprender. Ora, a multimídia interativa,
graças à sua dimensão reticular ou não linear, favorece uma atitude
exploratória, ou mesmo lúdica, face ao material a ser assimilado. É,
portanto, um instrumento bem adaptado a uma pedagogia ativa.
(LÉVY, 1993, p.40).

Não se pode negar que esses aparelhos, ao serem utilizados com


responsabilidade e um bom direcionamento podem contribuir como um grande
aliado no desenvolvimento de práticas educacional mais atualizada, podendo
ser também um grande aliado no incentivo à leitura, pois os professores podem
postar site que tenham histórias que podem ser lidas ou ouvidas por seus
alunos.

(...) sempre foi muito comum à falta de recursos tecnológicos nas


escolas, principalmente nas escolas públicas. Com o telefone celular
passamos a ter muitos desses recursos disponíveis não apenas pela
46

escola, mas também pelos alunos! Isso deveria ser comemorado,


mesmo que não concordemos que os alunos prefiram ganhar
celulares dos seus pais a enciclopédias, pois com os celulares eles
também ganham diversas possibilidades de aprendizagem que antes
não tinham porque a própria escola não dispunha desses recursos.
(ANTONIO, 2010 s.p, apud VIVIAN e PAULY, 2012, p.04).

Se o professor estiver altamente capacitado e preparado para lidar


com os telefones celulares e outros recursos tecnológicos que seus discentes
tenham acesso, existirá uma maior valorização do conhecimento. A sala de
aula tornará um ambiente agradável, e troca de conversa, onde o professor irá
trabalhar no intuito de desafiar, incentivar com seus alunos nos seus mais
variados aspectos.

5.2 GAMIFICAÇÃO

A gamificação é uma boa opção para estimular a leitura em sala de


aula. Ela consiste em uma ferramenta didática que adota jogos para facilitar o
aprendizado e ajudar os estudantes a compreender melhor as tarefas. Por
meio de jogos digitais, os alunos se sentem mais à vontade para trabalhar em
grupo, competir e enfrentar novos desafios. A gamificação pode ser utilizada
para a criação de quizzes com perguntas sobre uma obra literária, por
exemplo. Essa atividade faz com que os alunos tenham uma motivação extra
para se envolver com o conteúdo do livro. De acordo com o índice de acertos,
os estudantes poderiam avançar no jogo e responder a perguntas cada vez
mais complexas sobre a obra. O professor também pode dividir os estudantes
em grupos para responder aos questionamentos. A troca de ideias entre os
alunos promove uma maior proximidade entre eles, o que é positivo não
apenas para o aprendizado, mas também para melhorar o ambiente em sala de
aula.
47

6. METODOLOGIA

O referido estudo, contou com uma pesquisa bibliográfica, no qual


foram citados: EMILÍA FERREIRO (2009); JEAN PIAGET (2008); e PAULO
FREIRE (2011), dentre outros, na qual abordam a importância de trabalhar a
leitura no processo de ensino-aprendizagem do aluno dentro e fora da sala de
aula, pois nos dias atuais educar tem sido um grande desafio.
Também ocorreu uma pesquisa de campo de cunho qualitativo com
dois professores, pois permite analisar a importância de se ensinar a prática da
leitura e consequentemente da escrita nas séries iniciais do ensino
fundamental. De acordo com Gerhardt e Silveira, (2009):

A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade


numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um
grupo social, de uma organização, etc. Os pesquisadores que adotam
a abordagem qualitativa opõem-se ao pressuposto que defende um
modelo único de pesquisa [...] Assim, os pesquisadores qualitativos
recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da EAD vida social,
uma vez que o pesquisador não pode fazer julgamentos nem permitir
que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa.
(GERHARDT e SILVEIRA, 2009, p. 31).

Utilizou-se como local de pesquisa a Escola Municipal São Benedito


I. Onde foi realizado um questionário para os professores, a fim de identificar
quais as práticas que os mesmos utilizam em sala de aula para que seus
48

alunos possam ser alfabetizados através da leitura, e também para que possa
identificar as dificuldades encontradas pelos mesmos onde foi realizada uma
análise de coleta de dados da escola pesquisada, entrevista com dois
professores, e a conclusão da pesquisa.

6.1. Caracterização, localização e situação geográfica


da área de estudo da escola Escola Municipal São
Benedito I.

A escola que foi realizada a pesquisa fica situada na zona rural da


cidade de Coroatá, do estado do Maranhão. Localizada a mais ou menos 14
km da zona urbana, o povoado São Benedito, onde fica localizada a escola,
têm em média umas 52 famílias, a maioria é lavradora e apenas algumas
pessoas trabalham no povoado, mas, para a prefeitura do munícipio. A escola
existe há mais de 30 (trinta) anos, seu primeiro nome era Escola Municipal
José Eugênio Serra Rios, esse nome era o dono da das terras em que fica
situada a instituição por isso, a escola tinha esse nome.
Até o ano de 2010 (dois mil e dez) a escola nunca tinha sofrido
alterações em suas estruturas físicas, pois ainda estava em ótimo estado de
conservação passando sempre pequenos reparos para atender a clientela com
mais comodidade. A mesma era composta por:
« 01 secretária;
« 01 pátio coberto;
« 03 salas de aulas, sendo que duas foram repartidas ao meio formando
assim 05 salas;
« 01 cantina;
« 02 banheiros, sendo que um masculino e outro feminino;
« 01 almoxarifado que era muito estreito;
« 01 sala da diretória;
« 01 sala de leitura que funcionava como sala de professores;
Hoje ela se encontra em outra reforma que se iniciou em de 2020, e
ainda não finalizou, e passará a ter:
« 1 secretária;
« 6 salas de aulas climatizadas;
« 1 direção;
« 1 sala de professores;
« 1 cantina;
« 1 pátio grande;
« 4 banheiros, com acessibilidade para cadeirantes;
49

« 1 almoxarifado grande;

A escola não tinha e continuará se ter uma biblioteca e nem sala de


leitura para o momento com os alunos. Pois, para os professores fazerem esse
momento de leitura com os alunos era um pouco complicado devido o espaço
que era muito pequeno e as salas superlotadas, sem falar que dentro da sala
havia e continuará a ter cantinho de leitura, mas quase não explorado devido à
falta de comodidade para os alunos; Mas, com o aumento do tamanho da sala
esse incômodo será menor.
A referida escola atendia alunos desde a Educação Infantil até o
5°ano do ensino fundamental; Hoje ela atende até o 9°ano do ensino
fundamental e funciona nos turnos matutino e vespertino, sendo que durante a
manhã receberá os alunos da educação infantil até o 3° ano do Ensino
Fundamental e a tarde atenderá os alunos do 4°, 5°, 6°, 7°, 8° e 9° ano do
Ensino Fundamental, assim que for reinaugurada.
A escola é composta por 17(dezessete) professores, 1(uma)
coordenadora, 01 (uma) supervisora 01 (um) secretário, 05 (cinco) agentes
administrativas, 03(três) vigias, e 05 (cinco) AOSDs.
A instituição pesquisada atende todas as crianças da comunidade de
mais ou menos 13(treze) comunidades vizinhas, todas são oriundas de famílias
de baixa renda e sobrevivem da lavroura e do benefício do Bolsa Família.

6.2 A leitura e a escrita na escola e na sala de aula;

Para que fosse possível observar como os professores de uma


cidade de Coroatá-Ma, foi desenvolvido um questionário com 11(onze)
questões, e foram entrevistadas 2(dois) professores do 2° e 3° ano do Ensino
Fundamental os nomes dos professores foram substituídos por PA, e PB, para
preservar a identidades dos mesmos.

1 Quanto tempo você e professor?


PA Há 11 (onze) anos
PB A nove anos
FONTE: Santos 2021
50

A quantidade de tempo em que está em sala de aula contribui muito,


principalmente para os professores de seríeis iniciais, pois a partir desse tempo
em que se permanece em sala, trabalhando com esse público se adquire
experiência e o professor passa desenvolver seu trabalho sem muita
dificuldade. Saber o que se ensina e como vai ensinar, é muito importe pra se
obter bons resultados. Para além do conhecimento e de uma boa metodologia,
necessários a um bom professor, faz-se premente que haja sabedoria de vida.

[...] o exercício da docência exige mais do que possuir conhecimento


e saber aplicar técnicas pedagógicas. A condução de um grupo de
alunos e desenvolvimento do trabalho pedagógico exige do professor
capacidade de conhecer, aplicar, ressignificar conhecimento como
também organizar e mobilizar os discentes para que aprendam.
(NOGARO; NOGARO, 2012, p. 114).

Depreende-se, portanto, que a profissão docente necessita mais do


que teorias e métodos, pois a vida dos educadores e estudantes não está
formatada, programada, uma vez que é vida, sempre pode surpreender,
refazer-se, movimentar-se.

2 Do seu ponto de vista o que significa alfabetizar os alunos através da leitura e da escrita?
PA Alfabetizar neste contexto faz se necessário
onde à leitura e a escrita tenha sentido e faz
parte da vida do aluno e das práticas sociais
vivenciadas no dia a dia.
PB Alfabetizar significa possibilitar aos alunos
domínio do sistema de escrita alfabético, não
só no que se refere à decodificação, mas
também à compreensão do que se lê e
escreve.
FONTE: Santos 2021

Segundo Magda Soares (2003), “Letrar é mais que alfabetizar, é


ensinar a ler e escrever dentro de um contexto onde a escrita e a leitura
tenham sentido e façam parte da vida do aluno”. E isso nos mostra que é
importante inserir no contexto de alfabetização práticas e atividades que eles
tenham contato no dia a dia para que os mesmo compreendam de maneira
mais simples sem estar preso ao processo de decodificação e sim no que se lê
e se escreve.
A alfabetizar através da leitura da escrita é um desafio a ser
percorrido pelos professores, pois exige estratégias e métodos para que se
possa alcançar o objetivo desejado. É necessário que se tenha o domínio da
51

leitura para poder transferir com segurança para seu alunado. Nesse sentido
Solé afirma que:

[...] para ler, é necessário dominar as habilidades de decodificação e


aprender as distintas estratégias que levam à compreensão. Também
se supõe que o leitor seja um processador ativo do texto, e que a
leitura seja um processo constante de emissão e verificação de
hipóteses que levam à construção da compreensão do texto e do
controle desta compreensão – de comprovação de que a
compreensão realmente ocorre. (SOLÉ, 1998, p. 24).

Sendo assim, não basta só ter o domínio da leitura é necessário que


se tenha uma compreensão do que é lido.

3 Quais as práticas de alfabetização propiciam no seu ponto de vista , o aprendizado dos


alunos(as) em seu contexto de atuação?
PA As práticas devem está aperfeiçoada de
acordo com a realidade do aluno e o quanto
este precisa, neste sentido não é apenas
transmitir conhecimento, mas estimular o
sujeito em um ser capaz de construir seu
próprio conhecimento.
PB Atividades lúdicas contextualizadas.
FONTE: Santos 2021

Paulo Freire (1996), quando observa que tanto professores como


alunos, assumindo-se como sujeitos da produção do saber, convençam-se
definitivamente de que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as
possibilidades para a produção ou construção social do aluno. Diante isso
observa que Freire centra todas as atividades de ensino aprendizagem no
aluno, fazendo com que eles sejam construtores de pensamentos ideias
sociais. Dentro dessas ideias é necessário que o professor busque através de
atividades lúdicas desenvolverem nos seus alunos um melhor desempenho e
compreensão de suas habilidades.

O professor não é aquele que apenas transmite conhecimento, mas


de uma forma coletiva faz uma troca de experiência, buscando trazer
para sala de aula uma bagagem cultural e visando o social. O
educador deve ser criativo e sendo assim renovar suas práticas
buscando a interação com seus alunos através do meio em que vive.
De acordo com (FREIRE, 1967, p26).

“O educador estabeleceu, a partir de sua convivência com o povo,


as bases de uma pedagogia onde tanto o educador como o educando, homens
52

igualmente livres e críticos, assimila no trabalho comum, uma tomada de


consciência da situação que vivem”.
Para que haja uma transformação na educação, o professor tem que
estabelecer uma convivência harmonia entre todos os membros da
comunidade escolar e do educando, visando o conhecimento e aprendizagem
cultural e social.

4 Quais processos metodológicos, você utiliza na alfabetização de seus alunos (as) , para
obter um resultado que você considere satisfatório?
PA As metodologias são diversificadas,
motivadoras despertando no aluno o gosto
pela leitura de forma prazerosa, através do
lúdico com textos de diversos gêneros, jogos
livros paradidáticos a levando a leitura e
escrita em diversos contextos.
PB Diversos. Atividades orais e escritas,
utilização de recursos tecnológicos e
fundamentalmente desenvolvo atividades
lúdicas (jogos e brincadeiras educativas).
FONTE: Santos 2021

A metodologia pode ser entendida como a postura do educador


diante da realidade, como a articulação de uma teoria de compreensão e
interpretação da realidade a uma prática específica. (VASCONCELLOS, 2002).
Essas atividades praticam e específica que muitas vezes o aluno tem contato
no seu dia a dia facilita no processo de ensino aprendizado, dessa forma cabe
ao professor a melhor forma de aplicar no contexto do componente curricular,
fazendo com que essa prática se torne prazerosa.
Existem várias metodologias a serem utilizadas em sala de aula, e
cabe ao professor utilizá-las de formas adequadas para se obter resultados
satisfatórios com seus alunos em sala de aula ou fora dela. Ressalta Mariano
( 2011, p.07).

As novas metodologias de ensino que vem sendo trabalhadas, por


meio dos docentes, estão sendo bastante significativas para o
aperfeiçoamento das práticas de ensino dos mesmos. Pois se sentem
mais preparadas no planejamento de ensino. No entanto, pode-se
considerar um conjunto de proposta para o ensino de estratégias e
compreensão de leitura e escrita, inserida no planejamento que
englobam a necessidade de ensinar ler e escrever e a compreender
de forma explícita (MARIANO, 2011, p. 07).

As metodologias quando bem aplicadas, mostram bons resultados


tanto para o professor quanto para o aluno.
53

5 Como você reconhece que seus alunos(as) estão se apropriando da leitura e da escrita?
PA Os mesmos se apresentam de forma
espontânea e vão se soltando demostrando
mais interesse e gosto pela leitura e escrita.
PB As observações são constantes, através da
comunicação e das produções escritas no
dia a dia da sala de aula.
FONTE: Santos 2021

Segundo Vygotsky (1998) a criança aprende e depois se desenvolve


deste modo, o desenvolvimento de um ser humano se dá pela
aquisição/aprendizagem de tudo aquilo que o ser humano construiu
socialmente ao longo da história da humanidade. O desenvolvimento dos
alunos deve ser constante, pois a partir do momento em que este desenvolva
atividades com clareza e propriedade.
Vygotsky (1998) mostra o desenho como uma representação da
língua escrita em primeiro estágio.
O aprimoramento da leitura e da escrita é uma conquista que os
professores conquistam no decorrer do processo de ensino aprendizado, e os
professores começam a identificar esse processo no dia a dia escolar.
Segundo Martins (1984, p.34)

A função do educador não seria precisamente ensinar a ler, mas a de


criar condições para o educando realizar sua própria aprendizagem,
conforme seus próprios interesses, necessidades, fantasias, segundo
as dúvidas e exigências que a realidade lhe apresenta.

No entanto, não cabe somente ao professor ensinar a essas


crianças a lerem e a escreverem, é dever também da comunidade escolar e da
família desenvolver esse papel.

6 Na sua opinião, o que se deve melhorar para que o objetivo desejado seja alcançado no
processo de ensino aprendizado?
PA As velhas práticas
ainda são adotadas
por muitos, não é
que elas não
sustem efeitos,
mas faz se
necessário que
sejam revisadas e
inovadas. Em outro
contexto a
superlotação de
turmas e os
54

espaços de sala de
aula muitas vezes
dificultam muitas
metodologias
inovadoras.
PB O professor deve
estar sempre
refletindo sobre sua
prática, no intuito
de elaborar
estratégias de
aprendizagens que
possam contribuir
para o melhor
desenvolvimento
dos alunos.
FONTE: Santos 2021

Para que possa alcançar bons resultados em sala


de aula, é necessário que o professor esteja sempre
inovando sua prática de ensino, pois na maioria das vezes
ficamos presas em insistir nas mesmas metodologias na
qual não surgem efeitos significativos para o aprendizado
dos alunos.
O professor precisa se adequar às realidades do
aluno, deve buscar formas de articular a teoria com a
prática, e principalmente com as vivências do aluno e à
sua realidade, como afirma Silva (2002, p. 14):

Quem se dispõe a entrar numa sala de aula para ensinar tem que
saber satisfatoriamente aquilo que ensina, tem que dominar os
conteúdos e suas disciplinas, para orientar a leitura, o professor tem
que ser leitor, com paixão por determinados textos ou autores e ódio
por outros. (SILVA, 2002, p. 14).

O professor precisa planejar sua prática


pedagógica entorno de atividades que estimulem o
pensamento e a reflexão, buscando a compreensão a
obtenção de conhecimento, e principalmente dominar o
conteúdo para assim desenvolver a leitura e escrita do
seu aluno.

7 que importância tem a aprendizagem da leitura escrita para:


55

a) a criança PA- Para a criança


é a base que
possibilita
condições favorece
uma visão ampla.
Ler e escrever é
viajar, conhecer e
muitas mais abrir
portas para a
diversidade.
PB- A leitura é
importante em
todas as fases da
vida.
b)a escola PA - Para a escola
é gratificante,
formar bons leitores
seres capazes de
viajar no mundo da
leitura e escrita e
preparar para a
vida.
PB- A escola é a
instituição social
responsável pela
transmissão dos
saberes
acumulados ao
longo da
história, dessa
forma a leitura é
uma ferramenta
muito importante,
pois por meio dela
se
adquiri vastos
conhecimentos.
FONTE: Santos 2021

O ensino e aprendizagem da leitura, tanto para a criança quanto


para a escola, são de fundamental importância; Pois a criança tem a
oportunidade de conhecer novos horizontes e se desenvolver intelectualmente
como emocionalmente, e a escola é o espaço no qual esse novos caminhos
vão sendo cruzados. Raimundo, (2007, p. 109), destaca que;

Se à escola foi dado o objetivo de formar leitores, o professor é o


principal executor desse projeto, e dele será o dever de apresentar o
mundo da leitura ao aluno. A maneira como o professor realizar essa
tarefa será decisivo para despertar ou não o interesse pela leitura.

Para ser possível instigar o gosto pela leitura na criança, é


importante que além do contato com a leitura, ela também tenha contato com
pessoas que a estimulem, podendo ser professores, familiares e conviventes
do seu contexto histórico.
56

8 Qual a frequência do uso da leitura na sua sala de aula?


Justifique.
Uma vez por
semana
Duas vezes por
semana
Três vezes por
semana
Todos os dias em PB
um determinado
horário.
Todos os dias em PA; Pois a leitura
vários horários está presente em
todos os
momentos, desde o
nome da escola,
tudo aproveito da
leitura. No entanto
há dias e
momentos que
utilizo metodologias
diversificadas que
leva a leitura de
forma mais
prazerosas para-os
alunos.
Outra. Especificar
FONTE: Santos 2021

A leitura deve ser utilizada diariamente em sala de aula, pois ela


está presente em todos os momentos, desde quando se está em casa, até ao
chegar a escola, a leitura está ao nosso redor, em tudo que vemos ela está
presente. Temos a leitura presente o tempo todo em nossas vidas como afirma
Freire (2003. P. 5,6):

Desde que nascemos, vamos aprendendo a ler o mundo em que


vivemos. Lemos no céu as nuvens que anunciam chuva, lemos na
casca das frutas se elas estão verdes ou maduras, lemos no sinal de
trânsito se podemos ou não atravessar a rua. E, quando aprendemos
a ler livros, a leitura das letras no papel é outra forma de leitura, do
mesmo mundo que já líamos, antes ainda de sermos alfabetizados.
(FREIRE, 2003, p. 5,6)

Sendo assim, destacamos quão essencial a leitura é para nós, bem


como a importância de desenvolver a capacidade de ler e de interpretar textos.

9 Em que espaços ou lugares da sala você utiliza para realização


da leitura e escrita?
PA Os lugares e
horários precisam
ser modificados
57

para não se tornar


em tarefas
rotineiras, utiliza-
se rodas de
leituras, de
conversas, leituras
individual
compartilhadas,
debates, gincanas,
dentro e fora de
sala de aula.
PB Na sala toda, até
mesmo no pátio da
escola e ao ar livre
próximo à escola.
FONTE: Santos 2021

Não existem lugares adequados para que se realize a leitura, ela


deve ser utilizada na escola, em casa, ao ar livre, na biblioteca entre outros,
desde que as crianças se sintam confortáveis e seguras.
Para o Ministério da Educação (2008, p.39), a “leitura se insere num
contexto social e envolvem disposições atitudinais, capacidades à decifração
do código escrito e capacidades relativas à compreensão, à produção de
sentido”.
10 Quais as maiores dificuldades que as crianças enfrentam na
aprendizagem da leitura e escrita?
PA - Depende da
realidade do aluno,
nem todos
apresentam as
mesmas
dificuldades, alguns
precisam da
participação da
família outras
dificuldades de
aprendizagem, são
contextos
diversificados.
PB Cada criança tem
seu próprio ritmo
de aprendizagem,
leciono na turma do
2° ano, é uma fase
de conhecimento
acerca das letras e
do valor sonoro das
mesmas. Trata-se
de processo
complexo, mas
também muito
bonito. Percebo
que as crianças
que têm a
58

participação da
família em sua
escolarização, se
desenvolvem com
mais rapidez.
FONTE: Santos 2021

As dificuldades que se encontra em sala de aula são muitas, a


condição social é um dos impactos que fazem com que essa dificuldade se
mostre o deslocamento da criança até a escola também é um dos desafios, e a
falta de participação da família na escola também colabora muito para que os
alunos não consigam desenvolver um bom desempenho na escola. Como diz
os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998, p.48):

Para que as dificuldades da leitura sejam superadas, a escola deve


dispor de uma boa biblioteca, de um acervo de classe com livros e
outros materiais de leitura; organizar momentos de leitura livre em
que o professor também leia. Para os alunos não acostumados com a
participação em atos de leitura (…) participem e conheçam o valor
que a possuem, despertando o desejo de ler. É preciso que a escola
ofereça condições para que os alunos construam aprendizagens na
leitura, além de conquistar o educando de forma prazerosa, para que
ele desenvolva o hábito de ler utilizando seus recursos e baseando-se
num planejamento que atenda não só os alunos bem sucedidos, mas
que dê maior ênfase aos que apresentam dificuldades como leitores,
possibilitando um despertar para que as dificuldades transformem-se
em facilidade, sensibilizando-os e assegurando-os na apropriação de
textos orais e escritos.

Não basta só identificar as dificuldades é necessário resolve-las para


que se obtenham bons resultados.

11 que recursos pedagógicos você tem em sua sala de aula para


aprendizagem da leitura e escrita?
PA Textos
diversificados como
poemas, poesias,
contos, receitas,
histórias, jogos e
letras móveis.
PB Alfabeto móvel,
livros paradidáticos,
recursos de jogos e
brincadeiras
diversos, materiais
de bingos de letras,
cartazes ilustrados
e outros.
FONTE: Santos 2021
59

Quando está no início de sua escolarização, a criança estabelece


uma relação muito próxima com seus professores, pois é no docente que ela
deposita a sua confiança e é através dessa relação que se torna possível
formar um aprendizado e o gosto pela leitura. Para isso, é de fundamental
importância que se trabalhe vários tipos de textos para chamar a atenção dos
alunos e não entediá-los: Assim destaca Forteski e seus colaboradores (2011,
p .121)

Disponibilizar diferentes gêneros textuais é importante para que o


aluno produza novas ideias e que possa interpretá-las. Desta
maneira, todas as disciplinas têm o compromisso de ensinar a utilizar
textos de que fazem uso e o professor é o grande incentivador da
leitura e selecionador dos textos que utiliza. Os textos devem ser
inteligentes, interessantes e cheios de emoção, itens que agradam a
qualquer idade, e devem ser lidos pelo professor antes de serem
indicados para os alunos (FORTESKI; OLIVEIRA; VALÉRIO, 2011, p.
121)

Se não incentivar o gosto pela leitura, o professor não se mostrar


engajado no seu ensinamento, ele não terá êxito no seu aprendizado.
Diante do questionário apresentado aos professores da instituição
pesquisada, entende-se que ambas se preocupam com a alfabetização de
seus alunos, sempre procurando metodologias diferentes para que o
aprendizado de seus alunos sejam o melhor possível. Estão sempre se
preocupando em utilizar recursos diferenciados como: jogos, receitas, cartazes,
recursos tecnológicos, entre outros.
Um ponto muito importante foi o fato de uma das professoras relatar
que usa espaços vaiados para que seja realizado o ato da leitura, que não se
limita apenas dentro da sala de aula.
Nesse sentido Sabino (2008, p. 06) afirma que:

’’Quando se ler lê-se em todo o lado: em casa, na escola, nos


transportes públicos, na praia, no campo, no café. Não há lugares
especiais para quem quiser ler. Se houver uma boa motivação,
qualquer lugar servirá para se fazer uma leitura reflexiva e pensar
sobre o que se lê. Uma vez adquirido o habito de ler, a maior parte
das pessoas lê em lugares diferentes, convencionados ou não para a
leitura. Na escola, pode-se ler na biblioteca escolar, nas aulas e/ou no
recreio. tudo dependendo hábito e do interesse pessoal no livro
escolhido.’’

Nesse sentido não há hora e nem lugar adequado quando se tem


força de vontade de ensinar e consequentemente aprender.
60

Os professores entrevistados também relataram a participação das


famílias, o que para eles contribui e muito no processo de ensino aprendizado
de seus alunos, pois de acordo com a Tiba A pud Edna Aparecida (2012, p.05):
’’[...] a educação familiar é um fator bastante importante na formação da
personalidade da criança desenvolvendo sua criatividade, ética e cidadania,
refletindo diretamente no processo escolar [...]”
Entende-se assim, que o acompanhamento da família no contexto
educacional é de fundamental importância para o sucesso da criança.
61

7. Conclusão
A leitura e consequentemente a escrita são pontes incontestáveis
para que haja uma inclusão do individuo dentro da sociedade. Diante disso,
faz-se necessário que o professor trabalhe de forma consciente, esse processo
de formação de cidadania.
De acordo com os estudos feitos, pesquisas realizadas e através do
questionário aplicado aos professores, pode-se analisar como acontece o
processo de alfabetização na escola pesquisada. Observa-se a necessidade
das instituições oferecer recursos didáticos pra que os professores possam ter
um leque mais amplo para incentivar a leitura dentro ou fora de sala de aula,
facilitando a reflexão sobre os objetivos que pretendem alcançar e também
suas práticas pedagógicas, para que possam desenvolver um ensino
aprendizagem de qualidade.
Na escola em que foi realizada a pesquisa, um fator importante não
pode ser deixado de lado, pois na escola que ainda se encontra em reforma, foi
se pensado em tudo, em sala mais ampla, pátio maior, mais banheiro com
acessibilidade... Porém esqueceram-se de incluir uma biblioteca para os alunos
poderem adquirir o gosto pela leitura, e para os professores poderem ter mais
opções com seus alunos para que se possam aperfeiçoar o gosto pela leitura.
A escola, sem dúvida, é um dos espaços de inserção da criança no
universo da leitura e o professor é a maior referência que a criança, tem na
escola. Nesse sentido, é de suma importância que os olhares e ações dos
educadores se voltem para aproximar a criança ao hábito da leitura e uma
maneira de instigá-las é manter a rotina de leitura e solicitar os alunos que
tragam seus próprios livros para a escola. A partir daí é só proporcionar
atividades envolvendo espaços diversos de circulação de leituras vivenciadas
pelas crianças e que não se restringem a apenas ao âmbito escolar.
No ato de ler se menciona, o aprender, o dividir, o divulgar, o colher,
o alimentar, o decifrar, o ensinar, o multiplicar sonhos, o formar cidadoas com
conceitos éticos e morais, a leitura é a vida dentro dos livros, é a possibilidade
mais real de se conhecer o mundo e tudo que a nele em pouco tempo, a leitura
é a caixinha da esperança para a humanidade.
62

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