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UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

ESPECIALIZAÇÃO EM DIDÁTICA, PRÁTICA DE ENSINO E


TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
Maquilane Duarte

ENTRE LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO: ALGUMAS REFLEXÕES

Joaíma
2023
Maquilane Duarte

ENTRE LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO: ALGUMAS REFLEXÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Especialização em Didática e Práticas
de Ensino e Tecnologias Educacionais, como
parte dos requisitos exigidos para a conclusão do
curso.

Linha de pesquisa: Linguagem

Profa. Orientadora: Me. Ana Carla Barros


Sobreira- IEL-UNICAMP

Joaíma
2023
Maquilane Duarte

ENTRE LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO: ALGUMAS REFLEXÕES

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao


Curso de Especialização em Didática e Práticas
de Ensino e Tecnologias Educacionais, como
parte dos requisitos exigidos para a conclusão do
curso.

Profa. Orientadora: Me. Ana Carla Barros


Sobreira- IEL-UNICAMP

APROVADO em ... / ... / ...


Profa. Me. Ana Carla Barros Sobreira UNICAMP (orientadora)

Profa. Me. Celineide Camoes dos Santos UEFS (examinadora externa)

Prof .Me. Wellton da Silva de Fatima UFVJM


Agradeço primeiramente a Deus, por todas as bençãos em minha vida. Aos
meus pais, Juvercino Rodrigues Duarte e Maria Dolores Rodrigues, pelo amor
incondicional, pelo apoio e incentivo, que servem de alicerce para as minhas realizações.
A minha orientadora Profa. Ana Carla Barros Sobreira, pelo apoio, pela
paciência e disponibilidade em me orientar.
A faculdade UFVJM e a todos os docentes que contribuíram para minha
formação.
"... A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual,
por trás da mão que pega o lápis,
dos olhos que olham,
dos ouvidos que escutam,
há uma criança que pensa"
(Emília Ferreiro)
RESUMO

Os métodos de alfabetização ocuparam um papel importante durante a história


da alfabetização brasileira, foram dispensados muitos esforços de pesquisadores
e estudiosos da área sobre a questão dos métodos, pois paira sobre eles a ideia de
que a escolha do método é determinante para o sucesso ou fracasso escolar.Este
trabalho teve como objetivos: analisar a alfabetização e letramento como
processos interdependentes mas complementares; identificar os conceitos do
processo de ensino e aprendizagem sobre a alfabetização e letramento; observar
qual o papel do professor no processo de alfabetização e letramento. Para a
realização do trabalho, utilizamos o método de revisão bibliográfica de cunho
qualitativo, onde tivemos como objeto de trabalho, textos, artigos, trabalhos
acadêmicos encontrados em sites disponibilizados na Internet e livros, para
obtenção de clareza e excelência no desenvolvimento da pesquisa. Após
levantamento bibliográfico sobre a importância da alfabetização e do letramento
nos anos iniciais do ensino fundamental, a análise de textos e artigos de autores
renomados na área de alfabetização e letramento, conclui-se que alfabetização e
letramento são dois processos interdependentes e inseparáveis. Para que a
alfabetização e o letramento ocorram com efetividade dentro do ambiente
escolar, é preciso que os professores tenham consciência dessas práticas,
levando em consideração que o aluno ao chegar a escola, já traz consigo uma
bagagem de conhecimentos.

Palavras-chave: Alfabetização e Letramento; Formação do Professor; Tipos de


letramento.
ABSTRATC

Literacy methods played an important role during the history of Brazilian literacy, many
efforts were made by researchers and scholars in the area on the issue of methods, as the
idea that the choice of method is decisive for success or failure hangs over them school.
This work aimed to: analyze literacy and literacy as interdependent but complementary
processes; identify the concepts of the teaching and learning process about literacy and
literacy; observe the teacher's role in the literacy and literacy process. To carry out the
work, we used the method of bibliographic review of a qualitative nature, where we had as
object of work, texts, articles, academic works found in sites available on the Internet and
books, to obtain clarity and excellence in the development of the research. After a
bibliographic survey on the importance of literacy and literacy in the early years of
elementary school, the analysis of texts and articles by renowned authors in the area of
literacy and literacy, it is concluded that literacy and literacy are two interdependent and
inseparable processes. For literacy to occur effectively within the school environment, it is
necessary that teachers are aware of these practices, taking into account that the student,
when arriving at school, already brings with him a baggage of knowledge.

Keywords: Literacy and Literacy; Teacher Training; Types of literacy.


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Capa da Cartilha Maternal ou Arte de Leitura...................................14


Figura 2 – Exemplo do Método João de Deus....................................................15
Figura 3 – Capa do livro Testes ABC................................................................16
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.............................................................................................................09
2 REVISÃO DE LITERATURA....................................................................................11
2.1 PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA. ..........................11
2.2 BREVE HISTÓRICO DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL............................... 13
2.3 CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DE ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO..............................................................................................................18
2.4 TIPOS DE LETRAMENTO......................................................................................22
2.5 O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E
LETRAMENTO..............................................................................................................24
3 MATERIAL E MÉTODOS / METODOLOGIA.......................................................26
4 CONCLUSÃO................................................................................................................27
5 REFERÊNCIAS............................................................................................................. 28
11

1. INTRODUÇÃO

Ao longo das últimas décadas, pesquisadores de diversas partes do


mundo têm procurado estudar a natureza do letramento, juntamente com a criação
de políticas públicas voltadas para esse fim.
Durante muitos anos no Brasil, os estudos sobre o ensino da língua
materna permaneceram restritos aos métodos de alfabetização.
Em meados da década de 80, estudiosos passaram a olhar o processo de
aprendizagem da leitura e da escrita para além dos muros da escola. Os limites do
ensino e da aprendizagem da língua escrita se ampliaram em decorrência de vários
fatores, surgindo a necessidade de mais avançadas e diferenciadas habilidades de
leitura e escrita. É então que surge no contexto educacional o termo letramento, o
qual pode ser considerado bastante atual no campo da educação brasileira. O termo
letramento foi utilizado pela primeira vez no país no ano de 1986, por Mary Kato,
no livro No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística.
Alfabetizar e letrar são processos simultâneos e indissociáveis, segundo
(SOARES, 2010, p. 61) “[...]embora se diferenciem quanto às habilidades
cognitivas que envolvem, e, consequentemente, impliquem formas diferentes de
aprendizagem, são processos simultâneos e interdependentes”. O processo de
ensino aprendizagem da leitura e da escrita deve ser ensinado de modo que a
criança saiba fazer uso da leitura e da escrita nas mais variadas práticas cotidianas.
Com a promulgação da Base Nacional Comum Curricular, espera-se
que uma criança seja alfabetizada ao final do 2º ano dos anos iniciais do ensino
fundamental, com o objetivo de garantir o direito fundamental de aprender a ler e
escrever, enquanto as práticas de letramento são desenvolvidas durante todo o
percurso da educação básica.
Segundo a (BNCC, p. 61) nos dois primeiros anos do Ensino
Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização, a fim de
garantir amplas oportunidades para que os alunos se apropriem do sistema de
escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de
leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos.
Ferreiro e Teberosky, ao pesquisarem a psicogênese da língua escrita, revelam
a maneira pela qual a criança e o adulto constroem seu sistema interpretativo
12

para compreender esse objeto social complexo que é a escrita. Mesmo quando
ainda não escrevem ou lêem da forma convencionalmente aceita como correta,
já estão percorrendo um processo que os coloca mais próximos ou mais
distantes da formalização da leitura e da escrita (LIRA, 2006, p. 44).

Segundo as autoras citadas acima, o meio no qual a criança está


inserida é um dos fatores que influenciam no processo de aquisição da leitura e da
escrita, uma vez que mesmo antes de entrarem no processo de escolarização, as
crianças já tem contato com diversos portadores de texto.
A escolha desse tema de pesquisa ocorreu após estudos e análises sobre
a necessidade da alfabetização e do letramento serem trabalhados juntos, e como
essa parceria é essencial para que ocorra um bom desempenho no processo de
aprendizagem dos alunos. Diante de tal temática surgiram as problemáticas que
norteiam esse trabalho, gerando as seguintes perguntas de pesquisa: Quais os
conceitos sobre alfabetização e letramento? Qual o papel do professor na
alfabetização e letramento dos alunos?
Assim elaboramos os seguintes objetivos do trabalho: analisar a
alfabetização e letramento como processos interdependentes mas complementares;
identificar os conceitos do processo de ensino e aprendizagem sobre a alfabetização
e letramento; observar qual o papel do professor no processo de alfabetização e
letramento.
Para a realização do trabalho, utilizamos o método de revisão
bibliográfica de cunho qualitativo, onde tivemos como objeto de trabalho, textos,
artigos, trabalhos acadêmicos encontrados em sites disponibilizados na Internet e
livros, para obtenção de clareza e excelência no desenvolvimento da pesquisa.
Pautamos também em autores clássicos da Pedagogia que defendem e abordam
esse ramo de pesquisa, como por exemplo, Ferreiro (2011), Morais (2007), Mortatti
(2006), Kleiman (2010) e Soares (2003, 2004 e 2010), para demonstrar suas
opiniões e suas contribuições no processo.
13

2 REVISÃO DE LITERATURA

2. 1 PROCESSO DE AQUISIÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA

A necessidade do homem em se comunicar com seu semelhante surge desde


os tempos mais remotos, onde o mesmo começou a fazer pinturas rudimentares nas
paredes das cavernas. Buscando meios de assegurar uma comunicação mais efetiva
passou a fazer desenhos para representar palavras, e essa forma de comunicação foi
evoluindo até chegar na escrita alfabética que utilizamos atualmente.
A psicolínguista Emilia Ferreiro, orientanda de Piaget, aborda em seus
estudos a “Piscogênese da Língua Escrita”, o processo pelo qual a criança passa para se
apropriar da aprendizagem da leitura e da escrita.
Emília Ferreiro se contrapôs as práticas tradicionais utilizadas até meados da
década de 80, para a autora o processo de aquisição da leitura e da escrita é adquirido
por meio da inteligência e através do desenvolvimento de hipóteses criadas pela criança
baseadas nos conhecimentos que a mesma já traz consigo.
O início da conquista pelas primeiras palavras é um dos momentos mais
importantes na vida escolar do aluno. Portanto, a escrita e a leitura devem ser
apresentadas com certo cuidado e de modo que desperte o interesse e o gosto pelo
aprendizado.
O professor como mediador da aprendizagem deve ensinar a ler e escrever
com comprometimento ético, com sentido e reflexão sobre a prática pedagógica em si, e
a realidade dos alunos inseridos no contexto educacional.
Segundo estudos na área de alfabetização e letramento, os conhecimentos
que a criança já traz consigo devem ser levados em consideração.
.
[….] a aprendizagem da leitura e da escrita deve se dar numa atmosfera de alegrias,
auto-realizações, construções, descobertas, e trocas constantes de experiências. E o
processo de conhecimento vai se socializando naturalmente entre a criança e entre
elas e o professor. (NICOLAU, 2003, p.214).

A antecipação da escolarização, predominando o ensino da escrita pela


prática de cópias, no momento em que a criança ainda não está preparada, torna o
aprendizado mais lento e tedioso. Sendo um dos fatores que influência no fracasso
escolar.
14

A estudiosa Emília Ferreiro diferenciou as fases pelas quais o aprendiz passa


no seu processo de aquisição da leitura e da escrita, sendo elas: pré silábica, hipótese
silábica, hipótese alfabética.
Na fase pré silábica a criança busca uma diferenciação para as palavras
escritas, sem se importar com o valor sonoro das letras, ela busca diferenciar pela
quantidade de elementos que as palavras possuem.
Conforme a criança vai adquirindo maior contato com a esrita e a leitura,
suas hipóteses vão se ampliando e gerando conflitos com relação aos conhecimentos
adquiridos, passa então a não mais associar a escrita com a quantidade de letras e
começa a representar cada síbala com uma letra, buscando associar a mesma um valor
sonoro. Dizemos que esta criança se encontra na fase pré silábica.
Na fase silábico alfabética o sujeito está em processo de transição do seu
aprendizado, anteriormente ele escrevia uma letra para cada sílaba, e agora mesmo
começa a acresentar mais uma letra, podendo representar algumas sílabas com apenas
uma letra e em outras utilizar duas letras para formar as sílabas.
De acordo a criança vai formulando suas hipóteses e criando suas
regularidades ela passa para nível alfabético onde a mesma já domina as regularidades
entre grafemas e fonemas. Conseguindo ler e compreender o que escreveu.
15

2.2 BREVE HISTÓRICO DA ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL

O processo de alfabetização já passou por várias mudanças no Brasil. Os


primeiros registros desse processo no país, consta de 1550, desde o período colonial.
O modelo utilizado nessa época era baseado na religião. No qual o único
objetivo era converter os indígenas ao cristianismo. Com a expulsão dos padres do país e
com a tentativa da formação da República é que surge a preocupação com a
aprendizagem sistemática da leitura e da escrita, de forma escolarizada. Época na qual o
país passava por muitas mudanças na área social, econômica e política.
Os métodos de alfabetização ocuparam um papel importante durante a
história da alfabetização brasileira, foram dispensados muitos esforços de pesquisadores
e estudiosos da área sobre a questão dos métodos, pois paira sobre eles a ideia de que a
escolha do método é determinante para o sucesso ou fracasso escolar. É ele que
determina a capacidade de um sistema de ensino de afabetizar seus alunos.
O aprendizado da leitura e da escrita também é sinônimo de emancipação
social e política. Como afirma Freire (1986) a educação deve ser libertadora. Tendo
como pilares fundamentais a ação e o diálogo, onde as pessoas possam atuar como
transformadoras da realidade na qual estão inseridas.
Com o advento das ideias construtivistas na década de 1980, a questão dos
métodos perde centralidade.
Mortatti (2006) define quatro momentos históricos que marcam questões
relativas aos métodos de ensino:
• A metodização do ensino da leitura.
• A institucionalização do método analítico.
• A alfabetização sob medida.
• E, por último, o construtivismo e a desmetodização.

O primeiro momento da metodização do ensino da leitura é marcado pela


carência de materiais e pela falta de organização do ensino. As escolas existentes
funcionavam em salas adaptadas para atender alunos de todas as séries. As chamadas
salas multisseriadas. Nais quais exigia muito esforço do professor e interesse dos alunos
em aprender.
Preferencialmente iniciava-se o ensino da leitura com as chamadas Cartas
de ABC ou cartilhas como são conhecidas hoje que consistia na utilização do método
16

sintético, partindo das partes para o todo. O ensino da escrita se restringia a caligrafia e
ortografia, baseando-se em cópias para treinar o desenho correto das letras.
O período da metodização se inicia em 1876, e se estende até a década de
1890. Em 1876 houve a publicação da Cartilha Maternal ou Arte da Leitura, escrita pelo
poeta João de Deus. Na década de 1880, o método João de Deus contido na Cartilha
Maternal passou a ser divulgado em São Paulo e no Espírito Santo. Nessa mesma época
iniciou-se uma discussão entre os apoiadores do método João de Deus e aqueles que
continuavam a defender e utilizar os métodos sintéticos.

Figura 1. Capa da Cartilha Maternal ou Arte de Leitura.

Fonte. Livro do Dia 22: “Cartilha maternal” – Memórias


resgatadas, identidades (re)construídas (ulisboa.pt) Acesso em
13/02/2023.

O método João de Deus, também conhecido como método da


palavração estimava-se a iniciar o ensino da leitura pela palavra, para depois
analisar as partes.

Figura 2. Exemplo do Método João de Deus.


17

Fonte. Livro do Dia 22: “Cartilha maternal” – Memórias


resgatadas, identidades (re)construídas (ulisboa.pt) . Acesso
em 13/02/2023.

O segundo momento da institucionalização do método analítico deriva


de uma reforma na educação pública. Diferentemente do método sintético que
inicia dos grafemas até chegar a palavra, o método analítico inicia do todo, para as
partes.
Acreditava-se que a escrita era apenas uma questão de caligrafia, e que
poderia ser desenvolvida com treino, com atividades de cópia e ditado.
18

O livro Testes de ABC1 do autor Manuel Bergström Lourenço Filho trata de


estudos desenvolvidos na área de psicologia voltados para alfabetização, os quais marca o
terceiro momento da alfabetização sob medida. O livro era composto de oito provas cujo intuito
era medir o nível de maturidade da criança necessário para o aprendizado da leitura e da escrita.
Nesse mesmo período o ensino passa a submeter as questões de cunho
pedagógico às de ordem psicológica. Há uma disputa entre os defensores do método
misto e o método analítico. Os defensores do método misto acreditavam que ao
alfabetizar mesclando os dois métodos sintético e analítico, o processo de ensino
aprendizagem tornar-se-ia mais rápido e eficiente.

Figura 3. Capa do livro Testes ABC.

Fonte. livro-alfabetizacao-tcc.jpg (960×720)


(bp.blogspot.com). Acesso em 13/02/2023.

O quarto momento da desmetodização é caracterizado pela introdução da


teoria Construtivista infundida no Brasil pela pesquisadora Emília Ferreiro. Nesse
período há uma grande insatisfação causada pelo uso dos métodos e técnicas de ensino
empregadas para o ensino da leitura e da escrita. Os profissionais da educação começam
a contestar o uso das cartilhas utilizadas até então e há uma desconstrução dos métodos
de alfabetização.
O construtivismo não se trata de uma técnica ou método de ensino, mas sim
de uma teoria baseada na origem do conhecimento da criança. Criada pelo suíço Jean

1
A este propósito, o leitor ou leitora deste texto poderá consultar os Testes de ABC de Manuel Bergström Lourenço
Filho no link miolo_lourenço_filho.pmd (usp.br). Acesso em 13/02/2023.
19

Piaget, o construtivismo defende o papel ativo do sujeito no processo de aquisição da


aprendizagem. Reforçando a ideia de que o ensino não se traduz em um repasse de conteúdos de
forma passiva, pois o aluno quando entra na escola já possui uma bagagem de conhecimentos.
20

2.3 CONCEPÇÕES TEÓRICAS ACERCA DE ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Nas últimas décadas vem se percebendo através dos testes aplicados pelo
SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) uma grande deficiência no processo
de leitura-compreensão por parte dos alunos que estão saindo dos anos iniciais do ensino
fundamental, para ingressarem nos anos finais, o que tem levado muitos estudiosos na
área de alfabetização a discutirem e realizarem estudos na área.
De acordo com Soares (2003) a alfabetização é um processo pelo qual o
sujeito assimila o alfabeto como código de comunicação. Esse processo não se resume
apenas na aquisição de habilidades mecânicas (codificação e decodificação) do ato de
ler, mas também na capacidade de interpretar, compreender, criticar e produzir
conhecimento. A alfabetização vai muito além do simples ato de aprender a ler e a
escrever, através dela o aluno abre as portas do conhecimento, aprendendo a interpretar,
compreender e formar opiniões.

Alfabetização – processo de aquisição da “tecnologia da escrita”, isto é do conjunto


de técnicas – procedimentos habilidades - necessárias para a prática de leitura e da
escrita: as habilidades de codificação de fonemas em grafemas e de decodificação de
grafemas em fonemas, isto é, o domínio do sistema de escrita (alfabético ortográfico)
(MORAIS; ALBUQUERQUE, 2007, p. 15).

A alfabetização consiste na codificação e decodificação do codigo escrito,


todavia é necessário levar em consideração que a criança ao ingressar na escola já
dispõe de uma bagagem de conhecimentos provenientes da interação com o meio ao
qual está inserida. De acordo com Ferreiro (2011, p. 63), “Estamos tão acostumados a
considerar a aprendizagem da leitura e escrita como um processo de aprendizagem
escolar que se torna difícil reconhecermos que o desenvolvimento da leitura e da escrita
começa muito antes da escolarização”. E vale observar aqui que como evidencia Freire
(1989, p. 09),

A leitura do mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não
possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se
prendem dinamicamente. A compreensão do texto a ser alcançada por sua leitura
crítica implica a percepção das relações entre o texto e o contexto.

Devido ao desenvolvimento social, político e econômico no país durante o


século XX, houve a necessidade da reformulação dos objetivos esperados pela
alfabetização, fez se necessário a introdução de novas práticas no ensino da leitura e da
21

escrita na escola. É nesse novo cenário, onde os critérios para definir se o sujeito é
alfabetizado não foram mais suficientes, é aí que surge a utilização do termo letramento
no Brasil. A palavra letramento deriva da palavra inglesa literacy e quer dizer sujeito
letrado, ou seja que domina a leitura e a escrita nas práticas cotidianas.
Vale destacar que a mudança nos critérios utilizados pelo senso para
verificar o número de alfabetizados e analfabetos, foi também um dos fatores que
sinalizaram para a mudança na maneira de ver o aprendizado da leitura e da escrita.
Considera-se analfabeto aquele que não consegue escrever o nome próprio.
Da habilidade de apenas saber escrever o nome próprio para ser considerado alfabetizado,
passou-se a verificar o uso da leitura e da escrita nas práticas cotidianas. Se o sujeito
consegue ler e escrever um bilhete, uma receita, um anúncio de jornal por exemplo.
Segundo Morais (2007, p.7), letramento é um “[...]conjunto de práticas que
denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito”.
Ainda segundo Kleimam (2007 apud SANTI, 2014, p. 12) letramento não é
alfabetização, e sim um trabalho onde se estabelece as relações entre os fonemas,
grafemas, um processo de estruturas linguísticas, é prazer, lazer, ler em lugares
diferenciados, não só na escola, mas em práticas de aprendizagem.

Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado


é aquele indivíduo que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que
vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele
que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita , responde
adequadamente às demandas sociais de leitura e de escrita (SOARES, 2003, p. 40).

Um sujeito pode não saber ler e escrever, ser analfabeto, mas de certa forma,
ser letrado. Ele passa a ser letrado, quando vive em um meio em que a leitura e a escrita
tem presença forte. Quando se interessa por ouvir a leitura de jornais, feita por outras
pessoas. Quando dita uma carta ou bilhete para que outro redija. Da mesma forma a
criança que folheia livros, lê livros de imagens, brinca de escrever, ouve histórias e faz
reconto oralmente, ainda não se alfabetizou porque não saber ler ou escrever, mas já
pode ser considerada letrada, uma vez que já penetrou no mundo do letramento.
Kate M. Chong, escreve sua história pessoal de letramento, definindo-o em
um poema. SOARES 1998, p.41)

O QUE É LETRAMENTO?

Letramento não é um gancho


em que se pendura cada som enunciado,
22

não é treinamento repetitivo


de uma habilidade,
nem um martelo
quebrando blocos de gramática.
Letramento é diversão
é leitura à luz de vela
ou lá fora, à luz do sol.
São notícias sobre o presidente
O tempo, os artistas da TV
e mesmo Mônica e Cebolinha
nos jornais de domingo.
É uma receita de biscoito,
uma lista de compras,
recados colados na geladeira,
um bilhete de amor,
telegramas de parabéns
e cartas de velhos amigos.
É viajar para países desconhecidos,
sem deixar sua cama,
é rir e chorar
com personagens,
heróis e grandes amigos.
É um atlas do mundo,
sinais de trânsito,
caças ao tesouro,
manuais, instruções, guias,
e orientações em bulas de remédios,
para que você não fique perdido.
Letramento é, sobretudo,
um mapa do coração do homem,
um mapa de quem você é,
e de tudo que você pode ser. (SOARES 1998, p.41)

Kate M. Chong evidencia no poema, que o letramento vai além do ato de


alfabetizar. Deixa claro que o letramento é um estado, uma condição daquele que
intarege com os portadores de textos.
Uma das diferenças entre o letramento e a alfabetização está na qualidade do
domínio da leitura e da escrita nas práticas cotidianas. Soares (2004, p. 64), destaca,

Se alfabetizar significa orientar a própria criança para o domínio da tecnologia da


escrita, letrar significa levá-la ao exercício das práticas sociais de leitura e escrita.
Uma criança alfabetizada é uma criança que sabe ler e escrever, uma criança letrada
[...] é uma criança que tem o hábito, as habilidades e até mesmo o prazer da leitura e
da escrita de diferentes gêneros de textos, em diferentes suportes ou portadores, em
diferentes contextos e circunstâncias [...] Alfabetizar letrando significa orientar a
criança para que aprenda a ler e a escrever levando-a a conviver com práticas reais
de leitura e de escrita.
23

2.4 TIPOS DE LETRAMENTO

Os novos estudos sobre letramento se caracterizam principalmente pela


prática social e pelo uso de linguagens diversificadas. Os contextos do letramento fora
da escola são diferentes do letramento no contexto escolar. É nesse sentido que cabe a
instituição escolar examinar as práticas de letramento que os professores ensinam na
escola e questionar que práticas são essas.
Alguns autores, assim como Barton (1994, p. 7), destacam que “[...]é
necessário falar da existência de diferentes letramentos”. Por exemplo, há letramento
durante a leitura de cartas, durante o ato de assistir televisão, durante a leitura de uma
bula. Dentro dessa perspectiva, é comum a discussão sobre dois modelos de letramento:
o autônomo e o ideológico (Street, 1984).
Segundo Street (2014) o modelo autônomo é o desenvolvimento de
habilidades individuais de práticas de leitura e escrita, sem necessariamente estarem
associadas a aplicabilidade ou interação do leitor com o contexto social. Já o modelo
ideológio, se contrapõe ao modelo autônomo, uma vez que ele não considera o
letramento como um conjunto de habilidades práticas que podem ser averiguadas ou
medidas através de testes, para se classificar um sujeito em letrado ou iletrado.

Umas das razões por que desejo chamar sua contrapartida de ideológica é
precisamente para assinalar que aqui não estamos simplesmente falando de aspectos
técnicos do processo escrito ou do processo oral. Estamos falando, sim, é de modelos
e pressupostos concorrentes sobre os processos de leitura e escrita, que estão sempre
encaixados em relação de poder (STREET, 2014, p. 146).

Soares (2004) compara as práticas de letramento na escola e fora do


ambiente escolar. Revelando em seus estudos que o letramento autônomo é o mais
predominante nas intituições escolares, principalmente na educação básica. A autora
ainda pontua que as práticas de leitura em sua maioria são intermediadas através do livro
didático, onde os textos são selecionados por um planejamento prévio e de cunho
totalmente pedagógico. Não promovem a criticidade e nem a reflexão, prejudicando
cada vez mais a formação dos alunos.

[...] os modelos jamais foram propostos como opostos polares: em vez disso, o modelo
ideológico de letramento envolve o modelo autônomo. A apresentação do letramento como
sendo “autônomo” é apenas uma das estratégias ideológicas empregadas em associação ao
24

trabalho no campo do letramento, que em realidade disfarça a maneira em que a abordagem


supostamente neutra efetivamente privilegia as práticas de letramento de grupos específicos
de pessoas. Nesse sentido, o modelo autônomo mostra-se profundamente ideológico. Ao
mesmo tempo, o modelo ideológico consegue perceber as habilidades técnicas envolvidas,
por exemplo, na decodificação, no reconhecimento das relações entre fonemas e grafemas e
no engajamento nas estratégicas aos níveis de palavras, sentenças e de textos [...].
Entretanto, o modelo ideológico reconhece que essas habilidades técnicas estão sempre
sendo empregadas em um contexto social e ideológico, que dá significado às próprias
palavras, sentenças e textos com os quais o aprendiz se vê envolvido. ( STREET, 2003, p.
9)

O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é um dos testes aplicados que


visa auxiliar as instituições a melhorarem as práticas de letramento desenvolvidas, pois
ele requer do aluno o domíniio das habilidades de leitura, escrita e compreensão leitora.
Ficando evidente mais uma vez como afirma Soares sobre a predominância do
letramento autônomo.
Street (2003) defende o modelo ideológico de letramento, pois para o autor
letramento não é adquirir conteúdo, e sim se tornar um cidadão crítico, reflexivo e capaz
de atuar na sociedade.
Na perspectiva Freiriana, o letramneto ideológico além de contribuir para o
desenvolvimento do aluno enquanto cidadão atuante no meio ao qual está inserido,
também é uma forma de combate à opressão das classes menos favorecidas.
25

2.5 O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO E


LETRAMENTO

Diante da temática do alfabetizar letrando proposta por Soares (2012), o


papel do professor como um mediador do conhecimento se torna peça chave no processo
de alfabetização. É a partir da alfabetização e do letramento que é possível o aluno
tornar-se cidadão, com capacidade de interagir diante de um contexto com clareza,
compreendendo e aceitando o conteúdo vivido/lido, ou até questionando-o.
Para conseguir desenvolver as práticas necessárias para o desenvolvimento
do educando tanto na área da alfabetização como do letramento é fundamental que o
professor/ educador tenha conhecimento dos métodos e técnicas a serem utilizados, não
só na teoria, mas também na prática de sala de aula. Planejando suas aulas de forma que
contemple todas as habilidades propostas para o desenvolvimento do aluno leitor, e que
acima de tudo promova o gosto pela leitura.
Cagliari (1998, p.89) evidencia que, o processo de alfabetização inclui
muitos fatores e quanto mais ciente estiver o professor de como se dá o processo de
aquisição do conhecimento, de como uma criança se situa em termos de
desenvolvimento emocional, de como vem evoluindo a sua interação social, da natureza
da realidade linguística envolvida no momento em que está acontecendo a alfabetização,
mais condições terá o professor de encaminhar de forma produtiva o processo de
aprendizagem.
Com base em estudos de vários autores, como Jean Piaget e Lev Vygotsky
cada criança possui um modo diferente de aprender e em tempos diferentes. Cada sujeito
é único, com limitações, capacidades, habilidades, e motivações baseadas em interesses
específicos. Cada um trás consigo uma bagagem de conhecimentos adquiridos fora da
escola, conforme o meio social e econômico no qual está inserido. O professor nesse
contexto tem um papel de mediador do conhecimento. Enquanto ensina também
aprende. Assim como coloca Paulo Freire,

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram
um no corpo do outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino
porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar,
constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que
ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade (FREIRE, 1992, p. 14).
26

Portanto, faz-se necessário uma abordagem com intuito de sondar os


conhecimentos prévios antes de iniciar um trabalho voltado para a construção da leitura
e da escrita, para a partir deste ponto, promover a elaboração, a preparação e aplicação
de propostas didático-pedagógicas que possam atender cada sujeito de acordo com sua
particularidade.
Quando o professor instiga e permite o aluno vivenciar diferentes momentos
de leitura e escrita, sem medo de se expor ou de errar, ele estará dando condições para
que o mesmo consiga avançar no processo de aquisição da escrita. Nesse caso, o
professor estará além de alfabetizando, letrando.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa
(PCNLP) (BRASIL, 1997, p. 54), um dos objetivos do trabalho com a leitura é articular
a formação de leitores habilidosos. É de extrema importância, expor os alunos a
situações onde eles possam refletir sobre a necessidade da prática da leitura.
No mundo atual no qual estamos inseridos, uma das maiores dificuldades
encontradas pelas instituições de ensino é desenvolver práticas efetivas, comprometidas
com a formação de leitores competentes, que compreendam o que lê, que saibam se
posicionar de maneira crítica e reflexiva diante das diversas situações.
27

3 METODOLOGIA

Este trabalho se caracteriza como uma revisão bibliográfica que não busca
enumerar ou medir eventos mas serve para obter dados descritivos que expressam os
sentidos dos fenômenos.
Dessa forma, este estudo seguiu os preceitos de uma pesquisa exploratória
com abordagem descritiva, por meio de uma revisão bibliográfica, desenvolvida a partir
de materiais já elaborados, constituídos de livros, revistas, artigos científicos
disponibilizados na Internet sobre alfabetização e letramento.
A pesquisa fundamentou-se nas referências bibliográficas que tratam da
alfabetização e do letramento, fundamentadas em autores, como: Kleiman (2007);
Ferreiro (2011); Freire (1989); Teberosky (2001); Soares (2004), assim como a
legislação brasileira sobre o ensino fundamental.
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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após levantamento bibliográfico sobre a importância da alfabetização e do


letramento nos anos iniciais do ensino fundamental, a análise de textos e artigos de
autores renomados na área de alfabetização e letramento, percebe-se que alfabetização e
letramento são dois processos interdependentes e inseparáveis.
Enquanto na alfabetização, o professor se dedica a ensinar o código escrito,
da codificação e decodificação das palavras, no letramento o professor procura
desenvolver nos educandos as habilidades necessárias para o uso da leitura e da escrita
nas mais variadas práticas cotidianas.
Para que a alfabetização e o letramento ocorram com efetividade dentro do
ambiente escolar, é preciso que os professores tenham consciência dessas práticas,
levando em consideração que o aluno ao chegar a escola, já traz consigo uma bagagem
de conhecimentos.
Com a promulgação da Base nacional Comum Curricular (BNCC), as
crianças devem ser alfabetizadas até o 2º ano dos anos iniciais do ensino fundamental.
Enquanto as práticas, habilidades voltadas para o letramento devem ser trabalhadas até o
3º ano do ensino médio. Não basta a criança saber ler e escrever, é preciso saber fazer
uso da escrita e da leitura nas práticas cotidianas.
A BNCC também aponta para o príncipio da equidade, levando em
consideração que os alunos não aprendem do mesmo jeito e no mesmo ritmo. Portanto é
imprescindível que o professor seja um mediador da aprendizagem. E que o mesmo
tenha conhecimento e domínio sobre os métodos de alfabetização que o auxiliarão e
facilitarão o processo de ensino aprendizagem.
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REFERÊNCIAS

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UK & Cambridge USA. Blackwell. 1994

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FERREIRO, Emília. Reflexões sobre alfabetização. 26. ed. São Paulo: Cortez, 2011.

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FREIRE. P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.


25.ed. São Paulo: Paz e Terra, 1992

KLEIMAM, Angela B. Preciso “ensinar” o letramento? Não basta ensinar a ler e


escrever? Cefiel? IEL?Unicamp, 2005 – 2010

LIRA, Bruno Carneiro. Alfabetizar letrando: uma experiência na Pastoral da


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__________. Letramentos sociais: abordagens críticas do letramento no


desenvolvimento, na etnografia e na educação. (Trad. Marcos Bagno). São Paulo:
Parábola Editorial, 2014.
32

AUTORIZAÇÃO

Autorizo a reprodução e/ou divulgação total ou parcial do presente trabalho, por


qualquer meio convencional ou eletrônico, desde que citada a fonte.

Maquilane Duarte
maqlany@hotmail.com
UFVJM
33

M297 Duarte, Maquilane


2023 ENTRE LETRAMENTO E ALFABETIZAÇÃO: [manuscrito] : ALGUMAS
REFLEXÕES / Maquilane Duarte. -- Diamantina, 2023.
33 p. : il.

Orientador: Prof. Ana Carla Barros Sobreira.

Monografia (Especialização em Didática, Práticas de Ensino


e Tecnologias Educacionais) -- Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri, Curso de Especialização em
Didática, Práticas de Ensino e Tecnologias Educacionais,
Diamantina, 2023.

1. Alfabetização. 2. Letramento. 3. Papel do professor. I.


Barros Sobreira, Ana Carla. II. Universidade Federal dos Vales
do Jequitinhonha e Mucuri. III. Título.

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da UFVJM com osdados
fornecidos pelo(a) autor(a).
Este produto é resultado do trabalho conjunto entre o bibliotecário Rodrigo Martins Cruz/CRB6-2886
e a equipe do setor Portal/Diretoria de Comunica

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