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CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
FORTALEZA – CEARÁ
2020
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WESLEY MOURA DE LIMA
FORTALEZA – CEARÁ
2020
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Estadual do Ceará
Sistema de Bibliotecas
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AGRADECIMENTOS
Inicialmente, agradeço a Deus, pois nos momentos de fraqueza me deu forças e não me deixou
desistir.
A minha mãe, Claudenilce Moura de Lima, com sua força, garra e empenho, que me fez ser o
homem que eu sou hoje.
A minha grande amiga, Gleidilane da Silva Barros, com sua presença forte em minha vida, me
incentivando para que conseguisse concluir muitas metas da minha vida com seus sábios
conselhos.
Em especial, agradeço a minha orientadora Tânia Serra Azul que com sua doçura, paciência e
forte credibilidade em mim, me conduziu para conclusão dessa escrita da melhor forma possível,
minha eterna gratidão.
A Jefferson Bezerra Pinto, pessoa de grande coração que apareceu em minha vida que tornou
meus dias mais felizes e amáveis.
Aos amigos da E. M. Marcos Valentim Pereira de Souza, que sempre me receberam de braços
abertos, possibilitando realizar grandes experiências que contribuíram fortemente no meu
ascender profissional.
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RESUMO
A alfabetização tem um papel muito importante na vida escolar do aluno, pois é a partir dela se
adquire o domínio sob o sistema de escrita ortográfico e a leitura. Dentro dessa perspectiva, esse
estudo consiste em analisar dentro da experiência de Estágio Supervisionado o fazer pedagógico
alfabetizador a partir de uma perspectiva de pautada na aprendizagem cooperativa. Portanto,
inicialmente será realizada uma análise histórica da educação brasileira, especificando o
processo de aquisição da leitura e da escrita. Adiante, será apresentado os conceitos sobre
linguagem e sua influência no ensino, correlato com a aprendizagem cooperativa e por último,
no objetivo de destacar os aspectos metodológicos da vivência em questão, será explanado um
relato de experiência, relacionando os aportes teóricos já discutidos com a vivência em sala de
aula durante a realização do estágio. Para instrumentalizar essa pesquisa, foi utilizado como
embasamento teórico autores como: Azevedo (1964), Bagno (2014), Ferreiro (1999), Piaget
(2011), Soares
(2003).
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ABSTRACT
Literacy plays a very important role in the student's school life, as it is from there that one
acquires mastery under the system of spelling and reading. Within this perspective, this study
consists of analyzing, within the Supervised Internship experience, teaching literacy training
from a perspective based on cooperative learning. Therefore, initially a historical analysis of
Brazilian education will be carried out, specifying the process of acquisition of reading and
writing. Ahead, the concepts of language and its influence on teaching will be presented,
correlated with cooperative learning and finally, in order to highlight the methodological aspects
of the experience in question, an experience report will be explained, relating the theoretical
contributions already discussed with the classroom experience during the internship. To
instrumentalize this research, authors such as Azevedo (1964), Bagno (2014), Ferreiro (1999),
Piaget (2011), Soares (2003) were used as a theoretical basis.
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO…...............................................................................................................7
2 HISTÓRIA DA ALFABETIZAÇÃO E DOS MÉTODOS
PEDAGÓGICOS................................................................................................................10
3 LINGUAGEM E INTERAÇÃO.......................................................................................28
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1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa é resultante de reflexões ocorridas dentro do meu fazer pedagógico enquanto
aluno da disciplina de Estágio Supervisionado no curso de Licenciatura em Pedagogia, da
Universidade Estadual do Ceará – UECE. A escrita deste texto monográfico se baseou nos
períodos das observações e posteriores regências durante minha estadia em uma escola pública
da Prefeitura de Fortaleza. A relevância desse tema se constitui na apresentação de relato de
experiência das práticas e vivências pedagógicas dos alunos em processo de alfabetização do 2º
ano do Ensino Fundamental, em que se se utilizou em sala de aula a metodologia de grupos de
aprendizagem cooperativa.
Como dito acima, foi tomando como base para a realização dessa escrita, as vivências
ocorridas dentro do Estágio Supervisionado. Num olhar autorreferencial, para o estudante de
licenciatura, essa disciplina é de grande importância na formação do professor, pois pude
experenciar e articular os saberes e conhecimentos que tivemos contato no percorrer da
graduação. A minha estadia em um ambiente escolar para observar e intervir pedagogicamente
nesse momento importante para a aprendizagem das crianças naquele contexto. Portanto, afirmo
que as experiências vivenciadas nesse período consideram muito significantes para o docente,
visto que o processo de alfabetização é muito importante para a criança, pois é a partir dela se
adquire o domínio sob o sistema de escrita ortográfico e a leitura.
Esta pesquisa, como conceituada por Minayo (1993, p.23), é “atividade básica das
ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática teórica de
constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É uma
atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma combinação
particular entre teoria e dados”. Nesse caso, tem como o objetivo geral de analisar a importância
da aprendizagem cooperativa como metodologia facilitadora do processo de ensino-
8
aprendizagem
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de alunos em processo de alfabetização, portanto será utilizado uma revisão bibliográfica, sobre
a concepção teórica de cada um dos autores e em seguida, foi realizada a observação da prática
docente e posterior intervenção. Nesse sentido, será descrito um relato de experiência, no qual
situando-se no terceiro capítulo, tem o objetivo de destacar os aspectos metodológicos desta
vivência, onde foi se estruturando a reflexão sobre a importância dos grupos cooperativos para a
alfabetização.
Para deixar este trabalho mais diligente, foi realizada a divisão de 3 capítulos, contando
também com esta introdução e a conclusão. Tais capítulos irão contextualizar a alfabetização e
suas interfaces, onde no primeiro será realizada uma análise histórica deste processo, abordando
as concepções pedagógicas, papel do professor e metodologias de aprendizagem que foram
sendo permeadas durante o vasto período educacional brasileiro.
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LINGUAGEM E INTERAÇÃO
Bagno (2014), afirma que existem duas linguagens, isso se dá quando pretendemos
representar o que pensamos e o que conhecemos, o que sentimos e desejamos partilhar: a
linguagem verbal e a linguagem não verbal. Esta primeira, é expressa por meio da palavra, da
língua falada em nosso meio social, pois o autor compreende que a linguagem é o “sistema de
signos mais completo, complexo, flexível e adaptável de todos” (BAGNO, 2014, 192-193). Já a
segunda, a linguagem não verbal “se vale de outros signos, não linguísticos, signos que podem
ser dos mais diversos e diferentes tipos: cores, sons, figuras, bandeiras, fumaça, ícones, nos quais
pode-se utilizar para representação e expressão “linguagem musical, linguagem cinematográfica,
linguagem teatral, linguagem corporal, linguagem da dança...” (BAGNO, 2014, 192-193).
Diante do exposto, podemos afirmar que a linguagem é uma das condições de
socialização, na qual o homem comunica suas ideias, expressa-se sobre o mundo e possibilita
aos indivíduos ao se relacionarem em sociedade por meio do diálogo e também transmite a
cultura em que se está inserido, através da fala, da escrita e de outros signos representativos.
Dentro desse contexto, para que o significado do que se expressa seja compreendido, é
necessário que a fala e as palavras sejam um dos instrumentos para que isso ocorra. Portanto,
inicialmente essa relação entre fala e palavra é fundamental a existência de um indivíduo com
raciocínio lógico. Nessas condições, no estudo da linguagem e desenvolvimento, Bacelar e
Garcia (2001) afirmam:
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Nesse caso, a teoria piagetiana compreende o desenvolvimento da criança analisado por
um viés da biologia, Piaget (1975) compreende que a inteligência se organiza em meio de uma
lógica da ação orientada pelo biológico (reflexos inatos do bebê), se adaptando ao meio físico
que está inserido. Nas palavras de Piaget (1970) ele afirma:
No âmbito da linguagem, Dias (2010) afirma que para Piaget, o surgimento da mesma
apresenta estreitas relações com as instâncias cognitivas, sugerindo que o desenvolvimento
linguístico depende do desenvolvimento da inteligência e que para o autor “o desenvolvimento
cognitivo que irá possibilitar o nascimento do simbolismo.” (DIAS, 2010, p.7). Nas palavras de
Zorzi (2002), a linguagem e seu desenvolvimento em Piaget, “se origina relacionada com
desenvolvimento sensório-motor” (p. 13) e que a função simbólica aparecerá dentro de uma série
de atividades próprias dessa fase. O autor ainda considera que as condutas de transição ou pré-
simbólicas possuem relação com o uso convencional dos objetos, aos esquemas simbólicos e ao
esboço de aplicação de ações em outros objetos. Nesse período, dentro da concepção piagetiana
pode-se afirmar que existe uma pré-linguagem.
Ainda em Dias (2010), a autora postula que “em uma determinada etapa do
desenvolvimento infantil, observam-se alguns comportamentos que poderiam ser identificados
como uma simples brincadeira” (pág. 7), tratando-se do jogo de faz de conta, que é um brincar
ou jogar simbólicos. Em relação a isso, Piaget (1978) afirma que a função simbólica consiste na
capacidade que a criança adquire de diferenciar significantes e significados e que por meio de
suas manifestações, a criança se torna capaz de representar um significado (objeto,
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acontecimento)
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através de um significante diferenciado e apropriado para essa representação. Nas palavras de
Piaget (2011) ele considera que:
Portanto, em relação a citação acima, pode-se afirmar que a base da teoria marxista para
Vygotsky foi fundamental para a compreensão dos fenômenos sociais em seu pleno movimento,
acompanhando seu desenvolvimento, analisando a “questão biológica e os aspectos externos ao
sujeito” (SILVA, 2016, p. 37), e complementado por Oliveira (1992, p. 27) o ser humano
“constitui-se enquanto tal na sua relação com o outro social. A cultura torna-se parte da natureza
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humana num processo histórico que, ao longo do desenvolvimento [...] do indivíduo, molda o
funcionamento psicológico do homem”. Sendo assim, na abordagem sócio-histórica, os
indivíduos vão se constituindo a partir dos processos oriundos do meio social. Resumindo pelos
autores Meier e Garcia (2007):
Sendo assim, a natureza da aprendizagem para Vygotsky ocorre dentro do âmbito social,
sendo por meio das relações que os indivíduos vão tendo que a aprendizagem vai ocorrendo,
pois tais relações possibilitam a aquisição de novos conhecimentos, propiciando o
desenvolvimento. Esse desenvolvimento, Vygotsky (2007, p. 100) conceitua que é o resultado de
um processo de internalização da interação social com o que está sendo oferecido pela cultura, se
construindo externamente ao ser. Ele considera que o cérebro é a matriz biológica, definindo
limites e possibilidades para o desenvolvimento humano, ou seja, as funções psicológicas vão
sendo construídas ao longo da história do ser, necessitando para que isso aconteça a presença de
outro ser humano e sua relação com os valores culturais que o rodeiam. Essa relação dialética
que ocorre em função do desenvolvimento, ocorre de forma intermediada pelos seres, visto no
pressuposto de Vygotsky (2007, p. 235) “na ausência de outro, o homem não se faz homem”, ou
seja, o conhecimento é gerado a partir das relações. Partindo disso, podemos afirmar que a
aprendizagem é constituída pautada na relação dialética entre os sujeitos e a sociedade ao seu
redor.
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conceituar o desenvolvimento intelectual a partir das relações histórico-sociais, assim, com a
aprendizagem, o sujeito internaliza as determinações históricas e culturais do contexto que está
19
inserido, onde irá viver, recriar e repassar, sendo produto e produtor da realidade histórica.
Shaffer (2012), afirma que:
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Nesse âmbito, pode-se afirmar que a linguagem é um sistema no qual o homem se
comunica, expressa ideias e sentimentos, acontecendo através da fala e da escrita, na qual se
constrói no social. Travaglia (2009), ratifica que “a linguagem é, pois, um lugar de interação
humana, de interação comunicativa pela produção de efeitos de sentido entre interlocutores, em
uma dada situação de comunicação e em um contexto sócio-histórico e ideológico” (p. 23).
Como dito acima, as implicações da linguagem possuem relação pelo fato do ser humano
viver em um meio social em que as interações e comunicações ocorrem à medida dos contextos
inseridos, porém sua aquisição não ocorre naturalmente, pois a mediação de um adulto é
necessária para esse processo, servindo de base referencial para que isso ocorra, então podemos
afirmar que o adulto é uma “[...] instância da língua constituída” (LEMOS, 1998, p. 128).
Mediante a citação acima, podemos afirmar que as crianças desde muito cedo são
inseridas em mundo de diálogos, no qual elas vivenciam situações de comunicação com outras
pessoas, onde as situações que eles vivem, possibilitam construir significados dentro das suas
experiências, pois a linguagem é algo único do sujeito, que a utiliza para se expressar e
representar, portanto o pensamento se constitui a partir da linguagem que, como enfatizado
acima, acontece somente em contato com o outro, reafirmando que é um produto social.
Portanto, para Vygotsky (1991) é importante que a aprendizagem ocorra com o contato com os
demais, visto que o autor considera que a semelhança entre desenvolvimento e aprendizagem
está interligada pela condição de vivermos em um meio social.
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Vygotsky (2007) ao discutir sobre essas relações de aprendizagem, ele apresenta que
existem dois tópicos separados, no qual um irá tratar de forma mais geral sobre o aprendizado e
desenvolvimento e o outro, mais especificamente dessa relação quando a criança está em idade
escolar. O primeiro tópico, já discutido acima, vai afirmar que o aprendizado da criança se inicia
antes dele estar inserido na escola, pois já estiveram com a família, com a cultura e com a
comunidade e já vivenciaram experiências que, mesmo diferindo do aprendizado escolar estão
ligadas à assimilação de conteúdos escolares.
Em relação a essa citação acima, é cabível afirmar que essa concepção do aprendizado
das crianças preceder à escolarização é partilhado pela a autora Emília Ferreiro (1999), na qual
ela compreende que a escolarização é importante para a criança, porém ela chega a escola com
ideias pré-estabelecidas sobre a escrita, cabendo ao professor possibilitar momentos que possam
favorecer a aprendizagem e incentivar suas potencialidades. Nas palavras de Ferreiro (1999), ela
ratifica que:
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assistência. A zona de desenvolvimento proximal
define aquelas funções que ainda não amadureceram,
mas que estão presentemente em estado em
embrionário. (...) O nível de desenvolvimento real
caracteriza o desenvolvimento mental
retrospectivamente, enquanto a zona de
desenvolvimento proximal caracteriza o
desenvolvimento mental prospectivamente.
(VYGOTSKY, 2007, p.94-98)
Portanto, pode-se afirmar que a ZDP para Vygotsky se potencializa por meio da interação
com algum indivíduo mais experiente. Em contexto escolar, significa que o professor deve
estimular estimule ao desenvolvimento cooperativo e colaborativo, procurando promover assim,
um caminho de aprendizagem adequado, capaz de conduzir o aprendiz de sua Zona de
Desenvolvimento Proximal ao Nível de Desenvolvido Real.
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A partir de tais considerações, podemos reafirmar que o conceito de Vygotsky (2007)
quando reconhece que o aprendizado pode acontecer por meio de mediações entre seres, é
cabível pensar que o aperfeiçoamento do conhecimento do aluno em processo de alfabetizaçõa
se estrutura nas interações entre o professor no seu papel de mediador e ente as trocas de
conhecimentos com os seus iguais (os alunos), vivenciando experiências em que possibilitem
uma internalização da aprendizagem no momento em que estão juntos resolvendo alaguma
atividade proposta.
Afirmado isso, a aprendizagem cooperativa/colaborativa pode ser uma metodologia de
ensino que é enfática para que a mediação do ensino ocorra, visto que afirmado por Vygotsky
(2007) a linguagem “tem como objetivo principal a comunicação sendo socialmente
construída e transmitida culturalmente”(VYGOTSKY, 1998. p. 07), adequa o conceito das
palvras colaborar e cooperar para designar o processo em que alunos sejam membros de uma
equipe, que ajudem e acreditem uns nos outros para chegar objetivos comuns.
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Conforme a citação acima, os alunos passam a ter um papel mais ativo no processo de
aprendizagem, visto que o desenvolvimento do trabalho em equipe realizado depende da
cooperação de todos para que possam alcançar um bem comum, e para que isso ocorra é
necessário que a partir da divisão de tarefas deixe claro que cada integrante do grupo é
responsável pelo todo. O professor, nessa abordagem vem como o condutor desse processo,
mediando a aprendizagem na medida em que cada atividade proposta venha ser realizada. Para
que aprendizagem seja de fato, cooperativa se faz fundamental a presença de 5 (cinco) elementos
básicos, sendo elas: Interdependência positiva, que “caracteriza-se por um sentido de
dependência mútua que se cria entre os alunos da célula e que pode conseguir-se através da
implementação de estratégias específicas de realização, onde se incluem a divisão de tarefas de
diferenciação de papéis” (JOHNSON & JOHNSON apud FIRMIANO, 2011, p. 9).
Responsabilidade individual que implica em cada grupo tem a responsabilidade pela
aprendizagem, no “ninguém pode aproveitar o trabalho dos outros. A responsabilidade
individual implica que cada estudante da célula seja avaliado e que a célula saiba que a sua
avaliação é o resultado dessas avaliações individuais” (JOHNSON & JOHNSON apud
FIRMIANO, 2011, p. 10).
Interação frente a frente, “se caracteriza por manter os alunos numa situação física permitindo
que cada um esteja frente a frente com os outros e assim, os diferentes estudantes se encorajem e
facilitem os esforços de cada um de modo a alcançarem os esforços da célula” (JOHNSON &
JOHNSON apud FIRMIANO, 2011, p. 9).
Desenvolvimento de competências interpessoais e grupais, pois “os estudantes, tal como
necessitam de aprender os conteúdos acadêmicos, também necessitam de aprender as
competências sociais necessárias para funcionar como parte de uma célula cooperativa”
(FIRMIANO, 2011, p. 11)
A avaliação grupal, que “ocorre quando os estudantes da célula analisam em que medida os
objetivos da célula estão sendo alcançados, tendo em conta as 12 regras definidas. Devem ainda
determinar quais as atitudes positivas e negativas e quais as condutas que a célula deve manter
ou modificar” (JOHNSON & JOHNSON apud FIRMIANO, 2011, p. 11, 12).
Tais condições são medidas essenciais para que a aprendizagem cooperativa aconteça de
fato. Orientar sua prática pedagógica pautada nessa metodologia em sala de aula não é um
trabalho que se faz da noite pro dia, requer uma construção desde o primeiro dia de aula e
depende da capacidade do professor em criar o espaço propício para colocar em prática,
explicando que irá utilizar uma “forma nova” de aula, descrevendo como será a rotina, instigar
para que os alunos se conheçam e descubram que são responsáveis e capazes de auxiliar os
26
demais colegas no processo
27
de ensino aprendizageem, pois conforme diz Olson (1997):
cada um virá com os seus próprios objectivos,
propósitos, necessidades, compreensões e através do
processo de partilha, cada um partirá tendo aprendido
a partir do outro. Cada um aprenderá mais acerca de si
próprio, mais acerca do outro, e mais acerca do tópico
em questão (OLSON, 1997, p. 25).
Tais competências possibilitam de uma forma significativa para bom funcionamento das
atividades que serão realizadas dentro do grupo. Portanto, a a implementação da aprendizagem
cooperativa na sala de aula para o desenvolvimento de atitudes cooperativas com vistas à
alfabetização, na medida em que se estimula competências que servem para a vida, conforme
28
enfatiza Freire (1983, p.49):
É construir um conhecimento. Alfabetizar-se é
adquirir uma língua escrita através de um processo de
construção do conhecimento com uma visão da
realidade. A criança é o sujeito do processo educativo,
não havendo dicotomia entre o aspecto cognitivo e
afetivo, mas uma relação dinâmica, prazerosa,
dirigida para o ato de conhecer o mundo.
(FREIRE,1983, p.49).
A citaçao acima, implica que Vygotsky tem uma consideração grande sobre a questão da
interação do sujeito que está em processo de aprendizagem, com o mundo que está inserido e
que essas relações servirão para efetivar seu desenvolvimento, como já afirmado acima. Ao se
explicitar a importância de se trabalhar com grupos de aprendizagem cooperativa e que o
professor vai mediar esse processo, é necessário se esclarecer alguns pontos quando se fala do
contexto de alfabetização.
O processo de alfabetização é uma questão bastante discutida sobre vários autores. As
compreensões partilhadas por alguns acerca desse processo é conceituada em algumas
concepções. Segundo Kramer (1986, p.17) alfabetizar "vai além do saber ler e escrever inclui o
objetivo de favorecer o desenvolvimento da compreensão e expressão da linguagem” ou seja, a
autora considera que não é somente ler e escrever, mas compreender o que é leitura e escrira.
Morais e Albuquerque (2007, p. 15) compreendem como “processo de aquisição da tecnologia
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da escrita”, e que esse processo é um conjunto de técnicas de domínio sobre o sistema de escrita.
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Magda Soares (2005) conceitua que “alfabetizar significa adquirir a habilidade de decodificar a
língua oral em língua escrita [...]. A alfabetização seria um processo de representação de
fonemas em grafemas (escrever) e de grafemas em fonemas". (pags. 16,17.)
Os autores acima são enfáticos ao afirmar, cada um partindo de um princípio, que a
alfabetização é um processo que é abrangente, visto que a compreensão de saber apenas ler e
escrever não é capaz para suprir as necesssidades atuais sobre como a língua e a linguagem vem
sendo utilizada no meio social. Afirmado isso, considerando que a alfabetização é um processo
que ocorre por meio da interação, Luna e Silva (2010) afirmam que as interações favorecem o
desenvolvimento do processo de alfabetização, “durante essa relação, ambos os alunos podem
avançar em seus conhecimentos sobre leitura e escrita, uma vez que os aprendizes trocam
informações positivas, entre si, que acarretarão a mediação de um novo aprendizado.” (LUNA E
SILVA, 2010, p. 44). A partir dessa perspectiva, podemos destacar o trabalho em grupos
cooperativos, visto que:
[...]constitui uma fonte de conflitos, visto que as
crianças utilizam suas próprias hipóteses para
assimilar a informação do meio, e as põem à prova ao
confrontá-las com as hipóteses de outros, nem sempre
idênticas às suas (FERREIRO; PALACIO, 1987,
p.125).
Sendo assim, observa-se que por meio da interação em grupo o educando vai se
utilizando dos conhecim,entos que ele possui acerca da língua escrita e vai assimilando as
informações que o professor vai trabalhando e fomentando esse aprendizado com os colegas.
Porém, deve-se atentar para os níveis de aquisição da língua escrita que cada aprendiz se
encontra, pois Cagliari (2001, p. 27) afirma as crianças não descobrem a escrita ao mesmo
tempo, visto que o seu tempo de aprrendizagem também não é o mesmo, portanto deve ser
enfatizado na alfabetização de jeito que as crianças possam construir concepções de escrita,
coerentes a com a natureza desse objeto cultural. Souza (2010) caracteriza que Emília Ferreiro
classifica que a aquisição da escrita tem divisões em períodos determinados, no qual o início se
estabelece:
32
representação escrita estão relacionadas com o "som"
das palavras, o que a leva a sentir a necessidade de
usar uma forma de grafia para cada som. Utiliza os
símbolos gráficos de forma aleatória, usando apenas
consoantes, ora apenas vogais, ora letras inventadas e
repetindo-as de acordo com o número de sílabas das
palavras.
Silábico-Alfabético- convivem as formas de fazer
corresponder os sons às formas silábica e alfabética e
a criança pode escolher as letras ou de forma
ortográfica ou fonética.
3) Nível Alfabético- a criança agora entende que:
A sílaba não pode ser considerada uma unidade e que
pode ser separada em unidades menores a
identificação do som não é garantia da identificação
da letra, o que pode gerar as famosas dificuldades
ortográficas a escrita supõe a necessidade da análise
fonética das palavras. (SOUZA, 2010, p. 30).
A citação descrita acima possuem uma importância imensa em como o professor irá
realizar o trabalho em grupo, pois conhecer esses níveis e se orientar por eles para que de fato os
alunos serão agrupados, respeitando cada exigência que cada nível requer do aluno, onde a
aprendizagem possa ser “homogênea” no sentido de que cada aprendiz possa estar em um “nível
próximo”, pois vale resalvar que agrupá-los em níveis bem distantes não será muito produtivo na
medida em que um dos integrantes esteja em uma etapa muito distante, ele apenas será passivo
nesse processo, devido os demais do grupo interagirem e contruirem o conhecimento referente a
leitura e escrita.
Portanto, pode-se afirmar que as relações de troca de informação que as crianças realizam
em grupo durante o processo de alfabetização é importantante para o domínio do sistema de
escrita alfabética, inferindo que a necessidade de pensar uma prática pedagógica em que eles
possam estar mais próximos uns dos outros cooperando se faz necessário, pois ao se realizar em
sala de aula, permite que o conflito de pensamentos, a ajuda mútua e as interações possibilitem
um bom progresso da aprendizagem.
O professor nesse caso, em uma postura de mediador deve desde o início do ano letivo
explicar como se realizará a prática docente e estruturar a divisão dos grupos na finalidade de
beneficiar dos alunos ao usar essa metodologia, pois conforme explicitado no decorrer do
capítulo é necessário enfatizar a cooperação entre os aprendizes para que possa assim favorecer
o desenvolvimento cognitivo, a linguagem e consequentemente a aprendizagem, estando
relacionado com que as situações de interações sociais os demais indivíduos.
Entretanto, cabe a partir dessa afirmação, pode-se pensar sobre a atuação docente dentro
da aprendizagem cooperativa dentro da sua postura mediadora desse processo, visando “
valorizar processos complexos de pensamento e melhorar a aquisição de competências” (Pato,
1995, p. 9). Entretanto, questionar se de fato como trabalho cooperativo se estrutura em sala
33
de aula é
34
importante para reafirmar essa constatação, na medida em que a prática não seja de fato apenas
em manter o individualismo, mas sim de fato aprenderem coletivamente, dentro da demanda
desse objetivo comum.
A escrita desse capítulo, se deu graças a uma disciplina de Estágio Supervisionado II, a
qual foi ministrada no período de Agosto a Outubro de 2019, esta contou com um período de
observação metodológica e, posteriormente, a regência e em como toda disciplina de estágio,
finalizando com a entrega de um relatório, o qual detalha a experiência vivida durante tal
período. O estágio supervisionado em educação é compreendido como uma extensão pedagógica
fundamental para o desenvolvimento profissional, pois no percorrer do caminho acadêmico que
o estudante trilha, essa etapa é momento em que se estabelece as relações mais concretas com as
teorias e validá-las na prática, proporcionando assim seus saberes docentes para a sua formação,
conforme explica A Lei 11.788/2008 regulamenta em um dos seus artigos que o estágio é:
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supervisionado, desenvolvido no ambiente de
trabalho, que visa à
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preparação para o trabalho produtivo de educandos
que estejam frequentando o ensino regular em
instituições de educação superior, de educação
profissional, de ensino médio, da educação especial e
dos anos finais do ensino. (BRASIL, 2008, p. 1)
38
implicações pedagógicas do processo de ensino-aprendizagem e as experiências exitosas com o
uso da metodologia de aprendizagem cooperativa.
Nesse caso, o letramento afirma-se na medida em que a criança se introduz cada vez
mais dentro das práticas sociais de leitura e escrita, estando interligado a alfabetização, pois é
necessário que o aluno domine a técnica de leitura e escrita. Então, o que viria a ser a
alfabetização? Nas palavras de Val (2006):
Portanto, a partir dessa citação, podemos considerar que o sujeito, quando alfabetizado,
consegue codificar e decodificar a escrita e a forma de como ela se estrutura. A alfabetização é
um processo de construção do conhecimento que se evidencia no ato de leitura e a escrita com
autonomia acerca do código escrito de sua língua materna. Entretanto, adquirir com maestria a
escrita e a leitura não é suficiente para que o indivíduo “participe de práticas letradas em outras
esferas de atividade” (SANTOS, 2016, p. 7), no qual possibilite o sujeito a compreender em
diferentes contextos a compreensão da palavra e do texto que são necessárias em diferentes
modalidades em que a escrita possa se estruturar, ou seja, permitir que os alunos que estão em
processo de alfabetização possam ser sujeitos que:
Sendo assim, como já afirmado no capítulo anterior, Soares (2003) defende que a leitura
e a escrita não se resumem apenas a codificação e decodificação, mas na função de utilizar essa
aprendizagem na possibilidade de utilizá-la para as variáveis formas de comunicação e
expressão humana em relação a cada contexto cultural que cada um esteja inserido. Brotto
(2008), define o letramento como um “termo recente que tem sido utilizado para conceituar e/ou
definir variados âmbitos de atuação e formas de participação dos sujeitos em práticas sociais
relacionadas de algum modo à leitura e à escrita” (BROTTO, 2008, p. 1). Ou seja, Broto (2008)
define acima que o letramento é relacionado as práticas de uso da leitura e da escrita, visto que
é um fenômeno que vai para além de ler e escrever, compreende que as práticas discursivas
letradas são compreendidas como práticas discursivas sociais. Acerca disso, Soares (2003) vai
defender de que alfabetização e letramento são:
40
perigosamente a especificidade do processo de
alfabetização; por outro lado, a aproximação é
necessária porque não só o processo de alfabetização,
embora distinto e específico, altera-se e reconfigura-
se no quadro do conceito de letramento, como
também este é dependente daquele. (SOARES, 2003,
p. 90).
Portanto, tais conceitos devem estar presentes no processo de aquisição da língua escrita
e na leitura, pois “a entrada da criança no mundo da escrita se dá simultaneamente pela aquisição
do sistema convencional de escrita” que é a alfabetização e também “pelo desenvolvimento de
habilidades de uso desse sistema em atividades de leitura e escrita, nas práticas sociais que
envolvem a língua escrita” que é o letramento”. (SOARES, 2003, p. 9). Entretanto, vale ressaltar
que no fazer pedagógico, o aluno deve interagir da mesma maneira com o caráter social escrita e
a leitura de textos que sejam significativos, visto que o caráter prático desse conhecimento se
estende no que o professor fornece metodologicamente para o aluno, partindo de premissas de
êxito na aprendizagem. Nesse caso, ratificando por Soares (2005):
41
letrando, onde as atividades a serem trabalhadas devem incorporar a leitura e a escrita como
uma práticas
42
sociais, pois “os alunos aprendem a ler e escrever, com melhor qualidade, quando o professor
enxerga a dimensão da alfabetização e do letramento de modo indissociável.” (CEARÁ, 2014,
p. 12). Portanto, as atividades de alfabetização e letramento devem:
Em seguida, foi sugerido que os alunos se direcionassem a seus respectivos grupos, nos
quais já estavam estabelecidos, que nas palavras da professora “É onde cada aluno tem uma
43
proximidade do que estão aprendendo.” Logo após, foi colado um texto na lousa, no qual
pertencia ao material estruturado do PAIC, que é fornecido a cada professor e caderno de
atividades aos alunos, o texto se intitulava “Cearino pescador”, de Amália Simonetti e Régia
Cipriano. A professora fez uma explicação inicial sobre o gênero textual conto e mostrou alguns
exemplos para situar os alunos e posteriormente, solicitou que os mesmos realizassem uma
atividade direcionada, em grupo.
Ao realizarem tal atividade, os alunos nos grupos, que tinham 4 integrantes, foram dando
sequência ao solicitado à professora. Segundo a própria docente, os que possuíam mais
dificuldade em questões de leitura e escrita, tinham um suporte maior por parte dela, os demais,
conforme apontado por ela “iam fazendo sozinhos, pois já tinham um bom domínio sobre a
escrita, depois a ortografia vai sendo trabalhada”, porém, não significava que a professora
focava somente em alguns alunos, mas sim considerava que eles já tinham adquirido
conhecimentos acerca da língua escrita. Vale ressaltar que essa fala da professora é cabível
quando se trata de alunos de 2° ano do Ensino Fundamental, pois mediante a Base Nacional
Comum Curricular:
45
possibilitar que “mais do que estar perto dos colegas a discutir a matéria com os outros,
ajudarem- se, ou partilharem os materiais, embora cada uma destas situações seja importante na
aprendizagem cooperativa” (LOPES; SILVA, 2009, p. 14).
Algumas percepções acerca do que se compreende por alfabetizar e letrar foram sendo
descritas e relacionadas com as práticas pedagógicas que ocorreram na referida instituição, onde
se realizou o período de observação do estágio supervisionado. Este tópico da pesquisa também
é apoiado no referido estágio, que por sua vez será detalhado a minha atuação professoral dentro
da perspectiva da aprendizagem cooperativa numa sala de 2º ano do Ensino Fundamental, que
consiste no período da alfabetização. Durante as observações e as reflexões levantadas, ficou
notório que alguns alunos se encontram em estágios diferentes de aquisição da leitura e da
escrita. Tais estágios, segundo Guaresi (2009), são definidos pelas autoras Ferreiro e Teberosky
em níveis, os quais se dividem em:
46
(...) caracteriza-se por formas de concepção que atuam
da mesma maneira que qualquer esquema assimilador:
absorvendo a informação dada, deixando de lado parte
da informação disponível, mas não assimilável e
introduzindo sempre um elemento interpretativo
próprio. O resultado são construções originais, tão
estranhas ao nosso modo “alfabetizado” de ver a
escrita, que parecem caóticas à primeira vista. Nossa
tarefa foi (e ainda é) a de compreender a “lógica
interna” desses modos de organização, bem como a de
compreender as razões da substituição de um modo de
organização por outro, isto é, os processos de
construção do conhecimento neste campo específico.
(FERREIRO, 2009, p.10)
Contudo, no contexto da sala de aula que estava a ser observada, os alunos que a
compunham estavam, segundo a professora divididos em “alguns níveis”, os quais ela
considerava importante para o desdenhar da aula. No total, a sala possuía 24 alunos dentre eles,
seis (6) se encontravam no nível silábico, dois (2) no nível silábico-alfabético e os demais,
dezesseis (16) alunos que segundo a docente estavam “quase chegando” no nível ortográfico.
Em relação a alunos com algum transtorno neurológico, foi constatado que dentre as crianças,
duas (2) tinham características de necessitar de uma avaliação de um especialista, porém os
responsáveis por eles tinham uma certa resistência quando se tocava no assunto, conforme a
tabela abaixo:
Com relação com as estratégias que foram observadas que a docente utiliza no cotidiano
da sala, ela afirma que “alfabetizar se faz com tudo o que acontece na sala de aula”, portanto na
rotina é utilizado constantemente a leitura apontada, tanto em textos que são fornecidos quanto
na escrita da agenda. A docente também faz o uso constante de instrumentos que auxiliem os
alunos nesse processo, utilizando de alfabeto móvel e textos que sejam de tamanho adequado
para que todos os alunos possam visualizar. Acertado isso, abaixo será relatado as experiências
ocorridas durante a minha regência, explicitando os ocorridos com os aportes teóricos.
Logo após o período das observações, ficou estabelecido com a professora responsável
pelo estágio supervisionado que seriam 4 regências a serem realizadas, nas quais ficaram
acertadas que o foco da minha atuação fosse na Língua Portuguesa. Com a certeza de que seria
trabalhado com os grupos cooperativos, antes da tutoria das aulas, ocorreu um planejamento no
qual foi discutido as atividades a serem realizadas, analisando a proposta e objetivo de cada
uma, sugerindo inclusões ou adaptações, no intuito de nortear a minha prática, pois nas palavras
47
de Buriolla (1999, p.10) “o estágio é o lócus onde a identidade profissional é gerada,
construída e
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referida; volta-se para o desenvolvimento de uma ação vivenciada, reflexiva e crítica e, por isso,
deve ser planejada gradativa e sistematicamente”. Acertada as questões do planejamento, deu-se
o momento de ministrar as aulas, que serão descritas em pares, por conta da temática. Os grupos
em sala, eram divididos conforme o quadro abaixo:
As intervenções que irão ser relatadas abaixo serão descritas em pares, pois ambas
utilizaram o mesmo texto de apoio, mas, com propostas diferentes. A primeira regência, teve
como objetivo inicial tratar em sala de aula da Produção Textual. Primeiramente, realizamos
uma roda de leitura do texto base: “Como isso seria se assim não fosse?, iniciamos mostrando a
capa do livro, lendo o título da história para instigar a imaginação do que seria explanado para
eles e realizando uma conversa dirigida, ponderando tais perguntas:
49
importante, uma vez que ajuda a evitar a sobrecarga
de informações a serem processadas durante a leitura.
Prever, ou seja, ativar previamente informações que
podem ser úteis, é uma estratégia adotada pelo
cérebro para otimizar seus recursos, evitando
sobrecarregar a memória e os mecanismos de
processamento de informação. (COSCARELLI, 2016,
p.1)
Posteriormente, com os alunos já nos seus respectivos grupos, deu-se início a atividade,
em que consistia em que eles fizessem um reconto da história, no intuito de propor aos alunos
realizarem uma reconto literário do texto, na qual foi disponibilizado um conjunto de papéis
dobrados ao meio grampeados, para que lembrasse um pequeno livro. Também foi colocado à
disposição deles lápis de cor, canetas coloridas e canetinhas, para que ficasse bem ilustrado.
Após concluírem, foi colocado em uma espécie de mural em um local da sala. Vale ressaltar que
por mais que dentro dos grupos, todos os alunos não possuíssem uma escrita “ortográfica”, cada
um deles foi se organizando para cumprir determinada demanda que a atividade exigia, pois a
cooperação de todos se fazia necessária para tal momento.
Também é importante destacar que elementos pictóricos são importantes para a aquisição
da língua escrita, pois mesmo antes de saber os nomes das letras e até mesmo ler, a criança já
está inserida no universo letrado e que dentro dele “o desenho antecede, organiza e estrutura o
pensamento narrativo, serve como auxiliar de significação do texto verbal e escrito num primeiro
momento de aprendizagem da língua escrita.” (FASSINA, 2007 p.3). Portanto, a importância
dessa atividade faz-se necessária na medida em que:
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-Sílaba é o pedacinho de cada palavra!
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Em seguida, colei próximo da lousa algumas palavras pertencentes ao livro lido, feitas
em cartolina, com cada sílaba de uma cor, sendo elas: BOLA, BONECA, CHAVE, XÍCARA,
SAPATO, LASANHA, PICOLÉ, para deixar bem destacado cada sílaba, para posteriormente
conceituar sobre a posição inicial, medial e final de cada sílaba. Logo após, foi feita a atividade,
que consistia que os alunos em seu respectivo grupo, distribuindo um material, conforme
mostrado abaixo:
Figura 1 – Atividade
Na terceira e quarta regência, foi explanado para os alunos sobre o gênero textual
cartaz. Para realizar tal atividade, foi iria utilizado uma sequência didática acerca dessa temática,
na qual seriam feitas em 2 aulas. Inicialmente, em uma roda de conversa foi fazendo
levantamentos sobre o que eles compreendiam sobre tal tipo de texto, com perguntas do tipo:
-O que é um cartaz?
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movimento de caráter político ou social. Ao realizar tal atividade ficou notório que para que
alunos utilizassem a linguagem como uma prática social, foi necessário analisar o que existia na
escola que precisava ser alertado, se utilizando de um gênero textual para atuar em uma situação
problemática. Portanto, pode-se afirmar que a alfabetização e letramento se afirmam na prática
pedagógica para um efetivo funcionamento dentro da sociedade, dentro das interações sociais da
linguagem. Portanto, no pedagógico “o trabalho com produção de textos tem como finalidade
formar escritores competentes capazes de produzir textos coerentes, coesos e eficazes.” (PCN,
1997, p. 65).
A jogo consistia em dispor os alunos em um grande círculo no chão, deixar uma música
tocar enquanto uma bola passava na mão de cada um e a parar a música, o “escolhido” se dirigia
até o jogo, lendo a pergunta e procurando a palavra que a correspondia e ao encontra-la, lia em
voz alta e dizia a quantidade de sílabas. Tal atividade, foi escolhida e pensada por mim e pela
docente da turma, visto que nesse dia em questão não poderíamos estender muito a aula, pois a
mesma teria que ser encerrada mais cedo por conta que seria necessário liberar a turma mais
cedo. Vale ressaltar que esta atividade em questão tinha como foco em realizar um momento
55
mais
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lúdico, devido essa prática ser “de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades
educacionais, pois favorece o desenvolvimento corporal (...) contribui para a adaptação ao grupo,
preparando a criança para viver em sociedade, participando e questionando os pressupostos das
relações sociais tais como estão postos. (KISHIMOTO, 1996 p. 26). Portanto, tal atividade tinha
como objetivo de proporcionar por meio da brincadeira uma aprendizagem forma cooperativa,
na medida em que os alunos tinham que se ajudar para finalizar a trilha.
A partir dessas experiências dentro de sala de aula com o uso de grupos de aprendizagem
cooperativa ficou notório que essa prática “implica numa outra organização do trabalho escolar,
suscetível de otimizar as situações de aprendizagem, se possível para todos os alunos, dando
prioridade àqueles que têm dificuldades” (PERRENOUD, 1998, p. 25), visto que durante o
percorrer da aula, a atenção maior se direcionava aos alunos que estavam com mais dificuldade
de compreender certo assunto e também tinha ajuda dos demais componentes do grupo.
Afirmo também que por mais que as demais crianças fossem mais independentes, elas
eram norteadas, caso precisassem. Portanto, essa metodologia aplicada nas aulas contribui no
desenvolvimento de “competências sociais e cognitivas, porque os alunos são desafiados a
explicar as suas ideias, a elaborar projetos, entre outras tarefas.” (UVA; CUNHA, 2016, p. 154).
Portanto, contribui para que o aluno aprenda com os demais e possa interagir mais efetivamente
com os saberes que ainda não foram sistematizados por parte dos alunos que nesse processo, o
professor dentro do seu papel de mediador permite que isso ocorra, possibilitando que a
aprendizagem da leitura e da escrita se reconfigure em uma articulação maior entre os alunos e o
objeto de conhecimento, onde ele assume o protagonismo da sua aprendizagem.
4 CONCLUSÃO
57
Posteriormente, o segundo capítulo abordou as reflexões sobre a linguagem e interação
social, fundamentando a necessidade de ambas para o desenvolvimento e aprendizagem do
sujeito, sua interação e a função social exercida que possibilita desenvolver elementos
necessários para as possibilidades de participação, facilitando assim a cooperação. E o último
capítulo, relatando a experiência ocorrida no Estágio supervisionado para fomentar as reflexões
elencadas anteriormente, enfatizando o desdenhar da prática pedagógica na visão da
aprendizagem cooperativa.
Diante disso, pode-se afirmar que essa pesquisa teve como objetivo a busca pela resposta
da questão de como se realizava o fazer pedagógico alfabetizador inserida no olhar da
aprendizagem cooperativa, pois a preocupação sobre um ensino focado no individualismo era
recorrente pra ser compreendido e que para isso, ao realizar o Estágio Supervisionado pude
através da minha observação e prática e ainda dentro do exercício investigativo perceber que ao
se apresentar ênfase aos grupos em sala de aula, o sujeito enquanto estava se relacionando com a
leitura e a escrita, estava também contribuindo no desenvolvimento da sua autonomia da
construção do conhecimento, tanto individual quanto coletivo.
59
se, na ética de afirmações da vida. (DORNELES
APUD DELEUZE, 2010, p. 25)
60
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