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SALVADOR
2012
ANA CAROLINA SOUZA NAZARIO SACRAMENTO
SALVADOR
2012
ANA CAROLINA SOUZA NAZARIO SACRAMENTO
BANCA EXAMINADORA
Orientador: ________________________________
Membro: ________________________________
Membro: ________________________________
Ninguém é sujeito da autonomia de ninguém. Por outro lado, ninguém
amadurece de repente, aos vinte e cinco anos. A gente vai amadurecendo
todo dia, ou não. A autonomia enquanto amadurecimento do ser para si, é
processo, é vir a ser.
Resumo
Observa-se que na maioria das IES os professores são Bacharéis sem nenhuma
fundamentação, formação e até mesmo experiência pedagógica. A formação dos
professores é algo preocupante, pois quando estes aprimoram suas práticas na sala
de aula, os alunos aprendem sempre. Paulo Freire, Patrono da Educação Brasileira,
também conhecido como Pai da pedagogia moderna, revolucionou a educação com
métodos inovadores de ensino, que facilitavam o aprendizado permanente, deixando
de lado mecanismos metódicos e robotizados. Por meio de revisões bibliográficas,
este artigo visa a mostrar como os professores de ensino superior podem aprender,
aprimorar e utilizar os métodos freirianos aliados à formação continuada.
1 PAULO FREIRE
Nascido em Recife em 1921, Paulo Freire teve uma irmã e dois irmãos mais
velhos. Veio de uma família de classe média, porém vivenciou a fome durante a
infância, devido a problemas econômicos no ano de 1929. Alfabetizado por sua mãe
com pequenos galhos de árvore no quintal de casa, com palavras do seu cotidiano
que estava acostumado a ouvir, Freire fala como foi importante esse momento para
sua vida no futuro e como essa forma de aprender interferiu na criação de sua
metodologia de ensino. Valorizando sempre os seus mestres, lembra com carinho
de sua primeira professora, como ela ensinava com carinho e amorosidade.
Devido à crise, a sua mãe teve que se esforçar muito para encontrar uma
escola em que ele pudesse estudar gratuitamente. Os seus irmãos tiveram que
trabalhar desde cedo para que Freire conseguisse dar continuidade aos seus
estudos. Na adolescência, teve o desejo despertado pela língua portuguesa e
ingressou no magistério como professor de Português. Aproveitou ao máximo esse
período para aprofundar a leitura e fazer pesquisas sobre Português e gramática.
É notório que o início da vida de Paulo Freire, a forma como foi educado, a
convivência com a pobreza, a relação com sua irmã e sua esposa, ambas
professoras primárias, e suas pesquisas com olhar crítico, durante a faculdade, o
influenciaram bastante para que ele descobrisse um método tão inovador de
aprendizado.
Em 1947, Freire recebeu um convite que daria inicio à sua história como
revolucionário da educação, ao ser chamado a assumir a diretoria do SESI com um
projeto de alfabetizar jovens e adultos da indústria, junto com sua equipe, pôde
exercitar e amadurecer suas ideias revolucionárias.
O método freire não visava apenas a alfabetizar. A meta era o meio social em
que o alfabetizando encontrava-se. O próprio Freire participava dos problemas
vividos por esses alunos e, a partir daí, fazia reflexões mostrando as possíveis
causas. Durante toda a vida, Paulo Freire se mostrou “um pensador, um filósofo da
educação, um educador e, por ser educador, um político” (Centro Paulo Freire
Estudo e Pesquisas).
A seguir será feita uma breve reflexão sobre alguns tópicos desse livro
pertinentes à formação docente no ensino superior.
O professor autoritário, que a todo tempo poda e reprime as ideias dos alunos
só porque são contrárias às suas, está desrespeitando a liberdade de pensamento,
expressão e autonomia do educando, impedindo o seu desenvolvimento crítico e
intelectual, deixando de lado a ética profissional.
Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a
indagações, à curiosidade, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um
ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho – a de ensinar e
não a de transferir conhecimento. (Freire, 1996, p.47)
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Penso que a principal mudança a ser feita no que diz respeito à formação
docente no ensino superior seria na Legislação educacional brasileira, permitindo
apenas que profissionais licenciados exercessem a profissão ou que tivessem uma
especialização em docência ou metodologia de ensino.
No que diz respeito aos cursos de especialização em metodologia ou
docência do ensino superior que as faculdades oferecem, deveriam preparar mais
os profissionais, que em sua maioria não têm experiência em sala de aula ou o
curso de licenciatura, oferecendo menos teoria e mais prática de ensino, tendo em
sua grade curricular algumas horas reservadas ao estágio supervisionado, assim
como ocorre nos cursos de licenciatura.
Fazer mudanças na Legislação e alterações com a inclusão de estágio na
grade curricular dos cursos de especialização é uma solução a ser pensada e que
demandará tempo para ser aplicada. Desse modo, pensando em soluções
emergenciais e próximas da realidade do educador e das instituições de ensino
superior, penso na formação continuada como uma saída para a solução das
questões levantadas neste artigo. É conhecida a dificuldade quando se tem de
trabalhar com a mente e os costumes das pessoas, com a inserção e aceitação do
novo. Fala-se muito em formação continuada para os professores da rede de ensino
básico, mas acredito também nessa formação para os docentes do ensino superior.
Antigamente havia muita resistência no convencimento do professor da
necessidade da formação continuada, mas, devido às mudanças sociais, intelectuais
e politicas dos alunos, os docentes se tornaram mais flexíveis às mudanças quando
se viram inseridos nesse contexto. A arte de ensino não consiste em apenas
ensinar, é uma troca mútua de ensino e aprendizado. Para que o docente exerça
sua profissão, ele precisa estar envolvido também com os estudos. A sua formação
é algo constante e inacabado.
A formação continuada não é para formar, ensinar e até mesmo capacitar o
professor a lecionar. Isso ele já sabe, seja de sua formação inicial ou com a
experiência adquirida ao longo do tempo. A formação continuada visa a fazer uma
reflexão dos saberes docentes, saberes curricular, metodológico e principalmente
dos saberes adquiridos e acumulados ao longo da vida profissional, e de suas
práticas pedagógicas, sobre o que precisa melhorar, transformar.
Outra solução que algumas instituições de ensino superior tem feito com bons
resultados é a criação de um núcleo de orientações pedagógicas com pedagogos
que ficam à disposição dos professores para dar sugestões sobre novas
metodologias de ensino e as diferentes formas de aplicação dos conteúdos.
Segundo Freire “não é falando aos outros [...] que aprendemos a escutar, mas é
escutando que aprendemos a falar com eles.” (FREIRE, 1996, p. 111). Saber
escutar leva ao aprendizado de como saber falar com os discentes, e é uma das
maiores virtudes do professor. Utilizar a educação como instrumento de
emancipação, libertação do indivíduo, sempre foi a bandeira levantada por Paulo
Freire.
Abstract
It is observed that most of the teachers are Graduates IES without any reasoning,
even training and teaching experience. The training of teachers is of concern,
because when enhance their practices in the classroom where students learn. Paulo
Freire Patron of the Brazilian Education, also known as the father of modern
pedagogy revolutionized with innovative teaching methods that facilitated lifelong
learning not only superficial, leaving aside methodical and robotic mechanisms by
means of literature review this article aims to show how teachers higher education
can learn, improve and use the methods Freirian coupled with continued training.
REFERÊNCIAS
ALVES, Maria Bernardete Martins; ARRUDA, Sussana Margaret de. Como Elaborar
Um Artigo Científico, 2003. Disponível em: <
http://www.bu.ufsc.br/ArtigoCientifico.pdf>. Acesso em 17 de mai. 2012.
BRASIL. LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. Brasília, 20 de
dezembro de 1996; 175º da Independência e 108º da República. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/l9394.htm>. Acesso em 02 de ago. 2012.
DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. 12.ed. São Paulo: Cortez,
2006.
FREIRE, Paulo. Carta de Paulo Freire aos professores, 2001. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
40142001000200013&lng=en&nrm=iso&tlng=pt>. Acesso em 26 de Ago. 2012.