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Teorias Éticas: Kant e Stuart Mill

Filosofia - 10º ano


Prof. Paulo Gomes www.filosofarliberta.blogspot.pt
Normas
Morais
Ética: a busca de critérios morais não relativistas

Vimos que a ética tem que refutar o determinismo radical e o


relativismo moral.
Se não fôssemos livres não teria sentido questionarmo-nos
sobre a moralidade ou imoralidade das nossas ações (do
nosso comportamento voluntário).
Por outro lado, se tudo fosse permitido, ou seja, se todos os
juízos morais e todas as ações fossem aceitáveis em termos
éticos (racionais), teríamos que considerar, por exemplo, que
os criminosos têm o direito de fazerem o mal, não podendo
ser castigados por isso.
Ora, o mal não é relativizável: qualquer ação que provoque destruição gratuita,
sofrimento, morte, atente contra a dignidade humana, é, por natureza má e não é
possível mascarar isso em nome da religião, da política, da liberdade de escolha,
etc.
Daí a Razão ser levada, naturalmente, a procurar critérios
morais que permitam fundamentar escolhas que promovam o
bem. Ou seja, que permitam evitar o mal.
Assim, na Ética surgiram historicamente duas orientações
dominantes no que respeita à busca de critérios morais
racionais: as éticas teleológicas e as éticas deontológicas
As éticas teleológicas
As éticas teleológicas
Estas éticas colocam a ênfase da análise das ações nas
suas consequências: as ações boas são aquelas que têm
boas consequências, independentemente da intenção do
agente.
Teleológica = (Grego)Telos (fim/meta) + Lógos
(Razão)
Etimologicamente uma ética é teleológica se privilegiar os fins, os objetivos ou
metas das ações.
As éticas teleológicas
A intenção é interior à consciência do agente e as consequências das ações são
exteriores.

Como observadores externos das ações dos outros só podemos avaliá-las


moralmente a partir das suas consequências.
As éticas teleológicas
Daí considerar-se que as éticas teleológicas são consequencialistas.
As éticas teleológicas

Por isso para as éticas teleológicas um critério moral racional deve ter como
base as consequências das ações.
As éticas deontológicas
As éticas deontológicas consideram que o valor moral das ações deriva da
intenção do agente e não das suas consequências: uma ação que tenha más
consequências (que provoque sofrimento, morte, etc.) será má, mesmo que a
intenção do agente tenha sido ‘boa’.
As éticas deontológicas
Dentológica = (Grego)‘Deontos’ (dever) + Lógos.

Etimologicamente as éticas deontológicas são éticas do


dever, ou seja, que consideram que o critério moral das
ações deve ser o dever moral.
As éticas deontológicas
O dever moral pode estar, muitas vezes, em contradição com
a realidade, com o contexto em que as ações são praticadas,
exigindo ao agente moral uma posição de confronto com
esse contexto.
As éticas deontológicas
É o que se pode ver em muitas situações em que as pessoas
lutam contra as injustiças, pondo em causa a moral
dominante da sua sociedade.
As éticas deontológicas
A sua luta pode até pôr as suas vidas em risco.
As éticas deontológicas
Por outro lado, o dever moral pode exigir que as pessoas
abdiquem dos seus interesses individualistas e imediatos.
As éticas deontológicas
Ou que tenham que tomar decisões difíceis sabendo que
nunca terão o reconhecimento pelos seus ‘sacrifícios’. Muitas
dessas decisões serão tomadas sem que a pessoa espere
ser recompensada.
Limitações das éticas teleológicas
1. Tendem a esquecer a importância do desenvolvimento do
carácter dos indivíduos. Por exemplo, a bondade
intrínseca das pessoas leva-as a praticar boas ações.
Limitações das éticas teleológicas
2. É difícil avaliar as consequências das ações, uma vez que
pode haver consequências aparentemente negativas que
acabam por ter um impacto positivo na vida das pessoas.
Limitações das éticas teleológicas
3. Aprender com os erros é importante em termos éticos.
Muitas aprendizagens dos seres humanos são feitas por
tentativa e erro.
Limitações das éticas deontológicas
1. O conceito de dever moral é muito difícil de definir, uma
vez que existem muitas concepções diferentes sobre o que
são as nossas obrigações morais.
Limitações das éticas deontológicas
2. Ao colocar a tónica no dever moral, as éticas
deontológicas tendem a incentivar o conformismo. A ética
pode ser criativa e a criatividade está ligada ao
inconformismo.
Limitações das éticas deontológicas
3. Há a tendência para universalizar o dever moral. Contudo,
muitas decisões importantes só podem ser tomadas
atendendo às circunstâncias particulares que envolvem as
ações.
As teorias éticas devem ser capazes de resolver
dilemas morais de uma forma minimamente
satisfatória.
O que é um dilema moral?
Exemplo 1

Um automóvel, deslocando-se a
50 Kmh, subitamente fica sem
travões.
O condutor vê-se impossibilitado
de travar ou abrandar
significativamente a velocidade,
mas pode mudar de direção.
Exemplo 1

Pouco mais à frente, o condutor


confronta-se com uma passadeira
cheia de peões e não consegue
travar nem desviar-se da
passadeira.
Só pode escolher por que lado da
passadeira o carro irá passar.
Exemplo 1

Que decisão deve


tomar o condutor?
Exemplo 1

Ele pode decidir


sem olhar às
consequências da
sua ação?
Exemplo 1

Mas em qualquer
das situações a
sua ação vai ter
consequências
(muito) negativas.
Exemplo 2- O dilema do
agulheiro
Exemplo 3 - O dilema do cirurgião
Exemplo 3 - O dilema do cirurgião
Exemplo 3 - O dilema do cirurgião
concepção.
Anthony Kenny
Como ser humano, afirma Kant, não sou apenas um fim em
mim mesmo, sou um membro do reino dos fins — uma
associação de seres racionais sob leis comuns a todos.
Anthony Kenny
A minha vontade, como se disse, é racional na medida em
que as suas máximas puderem transformar-se em leis
universais. Anthony Kenny
Portanto, a lei universal é a lei feita por vontades racionais
como a minha. Um ser racional "só está sujeito a leis feitas
por si mesmo e que, no entanto, sejam universais". Anthony Kenny
É aqui que entra a distinção kantiana entre autonomia e
heteronomia.

A pessoa só pode assumir-se como um fim em si mesma se


for autónoma, ou seja, se se guiar pela sua razão em todas
as dimensões da sua vida, inclusive no campo da
moralidade.
Anthony Kenny
A autonomia, neste sentido, significa independência racional
(aquilo a que Kant também chama maioridade) – a palavra
autonomia tem origem em duas palavras gregas: ‘autos’, que
significa ‘si próprio’ e ‘nomos’ que significa ‘norma’ ou ‘lei’,
daqui se depreende que quem é autónomo segue as suas
próprias leis, ou seja, não está dependente de normas
morais exteriores. Anthony Kenny
Isto é interessante, porque, de acordo com Kant, se
seguirmos a nossa razão estamos a ser autónomos e, ao
mesmo tempo, estamos a instituir uma legislação universal,
porque a razão é universal (é idêntica em todos os sujeitos e
permite o acordo da ação de todos os sujeitos racionais, se
estes cumprirem a lei moral). Anthony Kenny
A heteronomia é, pelo contrário, um estado de dependência –
‘heteros’, em Grego antigo significa ‘outro’, o que nos leva a
concluir que a heteronomia significa seguirmos as
normas/leis/máximas ditadas por outros, é sermos
dependentes da vontade dos outros (sejam eles pessoas,
instituições, grupos sociais ou a sociedade). Anthony Kenny
Kant
“A boa vontade não é boa por aquilo que promove ou
realiza, pela aptidão para alcançar qualquer finalidade
proposta, mas tão somente pelo querer, isto é, em si
mesma” (KANT)
Anthony Kenny
Os tipos de ação de acordo com Kant
Anthony Kenny
Objeções às teorias éticas de Kant e Stuart Mill

© Rodney Smith
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

1 – As regras morais não são absolutas.


Kant defende que para agirmos moralmente temos de
respeitar de forma incondicional um conjunto de algumas
regras morais (deveres ditados pela nossa razão).

Para Kant, essas regras morais são absolutas, são para


serem respeitadas de forma incondicional, sem excepções,
em todas as situações do nosso quotidiano.
Rolando Almeida, http://rolandoa.blogs.sapo.pt/78221.html
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant
1 – As regras morais não são absolutas.

Uma dessas regras é o nosso


“dever de não mentir”.

Para Kant, não devemos mentir em


toda e qualquer situação.

Mas quererei eu que este princípio


de acção se aplique universalmente
a todos os casos possíveis de
acção?
Rolando Almeida, http://rolandoa.blogs.sapo.pt/78221.html © Rodney Smith
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant
1 – As regras morais não são absolutas.

Imagina que vais na rua e de repente vês um rapaz a correr


aflito na tua direcção, entrando, logo de seguida, numa casa
abandonada que se encontrava ao seu lado.

Poucos segundos depois, quando retomava o seu percurso,


avistas um homem com uma pistola na mão que te pergunta
de relance se viste algum rapaz a correr, percebendo de
imediato, naquele momento, que o homem teria a intenção
de disparar contra o rapaz e, provavelmente, de matá-lo. O
que dizes ao homem? Tens duas possibilidades de acção.
© Rodney Smith

Rolando Almeida, http://rolandoa.blogs.sapo.pt/78221.html


As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant
1 – As regras morais não são absolutas.

Uma das possibilidades é dizer a


verdade ao homem, dizendo-lhe
que o rapaz se encontra mesmo
ali ao teu lado, no interior da casa
abandonada, sabendo que as
consequências do que disseres
poderão eventualmente resultar
na morte do rapaz.
Rolando Almeida, http://rolandoa.blogs.sapo.pt/78221.html
© Rodney Smith
© Rodney Smith
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant
1 – As regras morais não são absolutas.

A outra das possibilidades é


mentir, dizendo ao homem que o
rapaz seguiu em frente.
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© Rodney Smith
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant
1 – As regras morais não são absolutas.

Mentir? Mas isso Kant não o


permitiria.

Mas o que é que para si é


moralmente mais correto, dizer a
verdade e pôr em causa a vida de
uma pessoa ou mentir e
provavelmente salvar a vida de
uma pessoa?
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© Rodney Smith
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant
1 – As regras morais não são absolutas.

De acordo com uma das


formulações do imperativo
categórico de Kant, como irias
querer que todas as pessoas
agissem quando confrontadas
com essa situação:
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As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant
1 – As regras morais não são absolutas.

1 – Que mentissem e não


pusessem em causa a vida de um
jovem
2 – Que dissessem a verdade e
pusessem em causa a vida de um
jovem.
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As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant
1 – As regras morais não são absolutas.

Ora, este exemplo revela que nem


sempre é moralmente correcto
termos de respeitar de forma
incondicional as regras morais da
nossa consciência racional, tal
como Kant nos tinha dito. Logo,
concluímos que as regras morais
não são absolutas.
© Rodney Smith

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As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

2 – A situação dos casos de conflito


Uma certa pessoa tem de optar entre duas possibilidades de
acção (fazer A ou fazer B).

Verifica-se que fazer A é moralmente incorrecto e fazer B é


moralmente incorrecto.

O que faria o defensor da teoria ética de Kant perante esta


situação?
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As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

2 – A situação dos casos de conflito

“Durante a Segunda Guerra Mundial, os pescadores


holandeses transportavam, secretamente nos seus barcos,
refugiados judeus para Inglaterra e os barcos de pesca com
refugiados a bordo eram por vezes interceptados por barcos
patrulha nazis.
Rolando Almeida, http://rolandoa.blogs.sapo.pt/78221.html
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

2 – A situação dos casos de conflito

O capitão nazi perguntava então ao capitão holandês qual o


seu destino, quem estava a bordo, e assim por diante. Os
pescadores mentiam e obtinham permissão de passagem.
Ora, é claro que os pescadores tinham apenas duas
alternativas, mentir ou permitir que os seus passageiros (e
eles mesmos) fossem apanhados e executados. Não havia
terceira alternativa.”
Rolando Almeida, http://rolandoa.blogs.sapo.pt/78221.html
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

2 – A situação dos casos de conflito

Os pescadores holandeses encontravam-se então na


seguinte situação: ou “mentimos” ou “permitimos o homicídio
de pessoas inocentes”. Os pescadores teriam de escolher
uma dessas opções. De acordo com Kant, qualquer uma
delas é errada, na medida em que as regras morais “não
devemos mentir” e “não devemos matar” (ou permitir o
assassínio de inocentes, no caso do exemplo dado) são
absolutas. O que fazer então?
Rolando Almeida, http://rolandoa.blogs.sapo.pt/78221.html
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

3 - Por vezes é impossível decidir sem olhar às


consequências da ação
"A teoria de Kant não dá atenção às consequências da
acção. Isto significa que idiotas bem intencionados que,
involuntariamente, causem várias mortes em consequência
da sua incompetência, podem ser moralmente inocentes à
luz da teoria de Kant, uma vez que seriam primariamente
julgados pelas suas intenções.
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

3 - Por vezes é impossível decidir sem olhar às consequências da


ação

Mas, em alguns casos, as


consequências das acções parecem
relevantes para uma apreciação do seu
valor moral: pense como se sentiria em
relação a uma babysitter que tentasse
secar o seu gato no micro-ondas.
Contudo, para ser justo com Kant a este
respeito, é verdade que ele considera
condenáveis alguns tipos de
incompetência."
Nigel Warburton
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

4 - As emoções e os sentimentos são


componentes essenciais da natureza humana,
não podendo ser descartados
As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

5 - O amor e a compaixão têm importância ética


As críticas (objeções) à ética deontológica de Kant

6 - O formalismo kantiano é desumano


Objeções ao utilitarismo
Dificuldade de cálculo
– impossibilidade de medir as consequências
Em muitas circunstâncias concretas é impossível
saber quais as consequências das nossas
decisões.
Se no momento em que temos que tomar uma
decisão não pudermos saber quais
consequências que decorrerão da nossa ação,
então o critério da utilidade não pode orientar
todas as nossas escolhas morais, porque uma
ação que nos parece boa pode vir a revelar-se
má, caso esta venha a ter consequências
negativas que não pudemos prever.
A felicidade não é mensurável
(reduzir a felicidade ao prazer é demasiado redutor)
O conceito de felicidade é muito mais
abrangente do que o prazer.
O prazer e a dor são emoções
ligadas à nossa animalidade.
Todos os seres sencientes sentem
prazer e dor, mas o ser humano tem
dimensões que ultrapassam o nível
das emoções básicas.
Stuart Mill faz a distinção entre prazeres superiores e
prazeres inferiores, que permite ultrapassar esta
objeção, mas parece reduzir os sentimentos a
formas de prazer e dor, quando os sentimentos não
se reduzem ao campo das emoções – há
sentimentos positivos que não se reduzem a uma
dimensão emocional – o amor, a compaixão, por
exemplo, vão muito além das sensações e das
emoções.
As emoções são respostas físicas que a nossa
mente dá aos estímulos do meio, mas os
sentimentos não são meras respostas a
estímulos, têm uma dimensão intelectual e até
podem estar na base do controlo emocional:
por exemplo, uma pessoa pode com base na
compaixão, controlar a sua agressividade e
tornar-se uma pessoa benevolente, afável,
mesmo perante aquelas pessoas que a
prejudicam ou a contrariam.
Por outro lado, existem sentimentos
que, mesmo envolvendo sofrimento,
podem levar as pessoas a
compreenderem dimensões de si
mesmas e dos outros que não
poderiam ser acedidas de outra forma.
Por exemplo, os filósofos
existencialistas valorizam a experiência
da angústia como forma de nos
porporcionar uma via para a
compreensão do que somos e para a
interpretação do sentido da nossa
existência.
A felicidade pode não ser vista
como um sentimento, mas
como uma forma de vida (ou
de encarar a vida). Para
Aristóteles, por exemplo, a
felicidade é a vida boa, uma
vida orientada para o bem, por
isso a coloca como o principal
objetivo da ética: nós seres
humanos temos que procurar
alcançar uma vida boa, uma
vida digna, assente no
equilíbrio e na razão.
Há valores que não são relativizáveis – como é o caso dos direitos
humanos

Como o utilitarismo admite exceções às normas morais em nome do princípio


da utilidade, isso pode levar a que se violem direitos fundamentais dos
indivíduos (a liberdade, a vida, etc.), em nome da felicidade do maior número.

Em certo sentido, para o utilitarismo os fins justificam os meios, o que pode


levar a excessos que podem ir da violação dos direitos das minorias, até à
imposição de um regime totalitário, se isso pudesse contribuir para o aumento
da felicidade
O utilitarismo não tem em conta a individualidade dos seres humanos e o
direito à diferença.
Cada ser humano é único e tem o direito
inalienável de ter um projeto de vida
autónomo, sem que deva ser obrigado a
abdicar da sua individualidade (no todo ou em
parte) em nome dos interesses da maioria.
A liberdade dos indivíduos, e o seu direito à
diferença, devem ter como limite, apenas o
respeito pela liberdade, pelos interesses e
pelos direitos de cada um dos outros.
Neste sentido, os direitos
humanos são também deveres
humanos: por exemplo, o nosso
direito à vida impõe aos outros o
dever de respeitarem a nossa
vida e inversamente.
O mesmo se passa com as
minorias.
E aqui não são admissíveis
excepções (ao contrário do que
defende o utilitarismo).
A distinção entre prazeres inferiores e
superiores não dá conta das verdadeiras
necessidades dos seres humanos – matar
a fome a uma ou a algumas pessoas é
mais importante do que satisfazer os
prazeres superiores da maioria.

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