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BALNEÁRIO CAMBORIÚ
2022
MILENA PEREIRA GALDINO
BALNEÁRIO CAMBORIÚ
2022
FICHA CATALOGRÁFICA
MILENA PEREIRA GALDINO
BANCA EXAMINADORA
Membros:
O presente artigo tem como objetivo discutir as contribuições da literatura infantil para
a aquisição da leitura e da escrita nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, a partir
de reflexões em torno da experiência do estágio curricular supervisionado, realizado
no Curso de Pedagogia do CEAD/UDESC. O estudo dialoga com o relato de
experiência da acadêmica, sustentado por um referencial teórico sobre alfabetização,
letramento e literatura infantil. Além disso, o debate é permeado pela defesa da
importância da literatura infantil para a alfabetização e letramento dos alunos nos anos
iniciais do Ensino Fundamental, bem como sobre a importância das práticas
pedagógicas entorno dessa temática. A metodologia utilizada para o desenvolvimento
do estudo foi a narrativa autobiográfica, a partir das vivências de campo do estágio
curricular supervisionado. Os resultados mostraram que a literatura infantil é
subutilizada nas práticas e ações pedagógicas daquele contexto e, dada a importância
de seu uso para a formação do sujeito leitor, fundamentada teoricamente no presente
artigo, isso caracteriza uma condição de empobrecimento do processo de
alfabetização e letramento dos educandos em questão.
This article aims to discuss the contributions of children's literature to the acquisition
of reading and writing in the early years of elementary school, based on reflections
about the experience of the supervised curricular internship. The study dialogues with
the student's experience report, supported by a theoretical framework about literacy,
literacy and children's literature. Moreover, the debate is permeated by the defense of
the importance of children's literature for the literacy and literacy of students in the
early years of elementary school, as well as the importance of pedagogical practices
around this theme. The methodology used to develop the study was autobiographical
narrative, based on field experiences during the supervised curricular internship. The
results showed that children's literature is not present in the pedagogical practices and
actions of that context and, given the importance of its use for the formation of the
reader, theoretically grounded in this article, this characterizes a condition of
impoverishment of the literacy and literacy process of the students in question.
1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………… 15
1.1 NARRATIVA AUTOBIOGRÁFICA…………………………………………... 16
2 ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO………………………………………. 19
3 LITERATURA INFANTIL E O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO……. 27
4 LITERATURA INFANTIL E A PRÁTICA PEDAGÓGICA DOCENTE…… 32
4.1 O ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO NOS ANOS INICIAIS:
A AUSÊNCIA DA LITERATURA INFANTIL ………………………………… 33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS………………………………………………….. 37
REFERÊNCIAS………………………………………………………………… 39
15
1. INTRODUÇÃO
2. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
[...] primeiro, era preciso aprender a ler, para só depois ler. Embora
pareça uma afirmação contraditória, acreditava-se que a criança não
podia ler antes que soubesse ler: não podia “ler de verdade” antes que
fosse capaz de “decodificar” a língua escrita, aprendida em “textos”
construídos não para ler, mas para ensinar a ler (SOARES, 2010, p.14).
Os métodos analíticos, por sua vez, entendem que a leitura deve ter seu
início em elementos significativos para a criança, partindo de um todo para os
elementos menores. Entretanto, de acordo com Mortatti (2006), “a forma de
processuação deste método foi se modificando ao longo do tempo dependendo
do que seus defensores consideravam o “todo”: a palavra, ou a sentença, ou a
“historieta”” (MORTATTI, 2006, p.7). Nessa mesma perspectiva, Leda Verdiani
Tfouni, define o termo alfabetização como aquele que:
exigência rigorosa: uma sílaba por letra, sem omitir sílabas e sem
repetir letras. (FERREIRO, 2001, p. 27).
Há, assim, uma diferença entre saber ler e escrever, ser alfabetizado,
e viver na condição ou estado de quem sabe ler e escrever, ser letrado
(atribuindo a essa palavra o sentido que tem literate em inglês). Ou
seja: a pessoa que aprende a ler e a escrever - que se torna
alfabetizada - e que passa a fazer uso da leitura e da escrita, a
envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita - que se torna
letrada - é diferente de uma pessoa que ou não sabe ler e escrever - é
analfabeta - ou, sabendo ler e escrever, não faz uso da leitura e da
escrita - é alfabetizada, mas não é letrada, não vive no estado ou
condição de quem sabe ler e escrever e pratica a leitura e a escrita.
(SOARES, 1998, p.03)
Bragatto Filho afirma que a literatura infantil permite que o pequeno leitor
participe de experiências de vida através da representação do mundo. Através
da literatura é possível: aprender, refletir, questionar, comparar, investigar,
imaginar, emocionar, divertir, transformar, viver, amadurecer, desenvolver a
sensibilidade estética e a expressão linguística, adquirir cultura, diferentes visões
de mundo e etc. (BRAGATTO FILHO, 1995).
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa mencionam
que
De acordo com Faria (2004), ao ler um texto literário a criança não está
apenas decifrando um código, ela está buscando o sentido das palavras,
aventurando-se na leitura, percebendo a realidade que a cerca, absorvendo
conhecimento e transformando-o constantemente, pois o texto literário provoca
no leitor inúmeras reações. Dessa forma, a criança amplia e modifica seu
conhecimento continuamente. Esse processo contribui para o seu
desenvolvimento intelectual e da sua criticidade, elementos fundamentais para
a sua formação enquanto sujeito analítico e crítico.
Para Abramovich (1997), a literatura é uma aprendizagem estética, em
que, através de histórias lidas ou contadas, a criança aprende sobre o mundo
sob a perspectiva de seu próprio universo.
Paulo Freire (1997), novamente é lembrado, pois sua obra toda reforça
que ler não é puro entretenimento nem tampouco um exercício de memorização
mecânica de certos trechos de texto. Para ele, ler é buscar a compreensão do
lido, portanto a importância do ensino correto da leitura e da escrita. Freire diz,
ainda, que ensinar a ler é adentrar em uma experiência criativa em torno da
compreensão e da comunicação.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FREIRE, P. Professora sim tia não: cartas a quem ousa ensinar. São Paulo:
Olho d`água, 1997.