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UNIVERSIDAD DE LA INTEGRACIÓN DE LAS AMÉRICAS

ESCOLA DE PÓS-GRADUAÇÃO
MESTRADO EM CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

O IMPACTO DO ENSINO ONLINE NA ALFABETIZAÇÃO E LEITURA DE


CRIANÇAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I (PRIMEIRO ANO)

KAMILA LEAL DE SOUZA

ASSUNÇÃO, PARAGUAI
2021
KAMILA LEAL DE SOUZA

O IMPACTO DO ENSINO ONLINE NA ALFABETIZAÇÃO E LEITURA DE


CRIANÇAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I (PRIMEIRO ANO)

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-Graduação em Ciências da
Educação da Universidad de la Integración de las
Américas, como requisito parcial à obtenção do
título de Mestre em Ciências da Educação.
Orientador: Dr. Arlindo Costa

ASSUNÇÃO, PARAGUAI
2021
KAMILA LEAL DE SOUZA

O IMPACTO DO ENSINO ONLINE NA ALFABETIZAÇÃO E LEITURA DE


CRIANÇAS NO ENSINO FUNDAMENTAL I (PRIMEIRO ANO)

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências


da Educação da Universidad de la Integración de las Américas, como requisito
parcial à obtenção do título de Mestre em Ciências da Educação.

Nota: ____________________ Aprovado ( ) Reprovado ( ) Reformular ( )

Assunção – Paraguai, _______ de _____________________ de 2021

Nome membros da Banca


Assinaturas:
Examinadora:

________________________________ ________________________________

________________________________

________________________________ ________________________________

Observações:
___________________________________________________________________

ASSUNÇÃO, PARAGUAI
2021
SOUZA, Kamila Leal
O impacto do ensino online na alfabetização e leitura de
crianças no ensino fundamental I (PRIMEIRO ANO)
Total de páginas: 118 p

Orientador: Dr. Arlindo Costa


Dissertação de Mestrado em Ciências da Educação
Universidad de la Integración de las Américas, Paraguai, 2021

Áreas temáticas: 1. Alfabetização. 2. Métodos educacionais. 3. Ensino on


line.

Código da biblioteca: ________


DEDICATÓRIA

DEDICATÓRIA

Este trabalho é dedicado ao meu pai,


Antônio Carlos Valente de Souza (In
Memoriam), pelo exemplo de ser humano e
pelo pai incrível que foi. Por todos os
ensinamentos, direcionamentos,
orientações, conselhos e pelas cobranças
que fizeram de mim quem sou hoje. E por
ser o meu maior incentivador nos estudos.
No momento em que eu fazia a minha
segunda viagem ao Paraguai para
realização deste trabalho, Deus te chamou.
E foi Nele que eu encontrei forças para
continuar e aqui estou eu a menina dos teus
olhos, te dando orgulho e concluindo mais
uma etapa da minha vida dedicada a você.
Te amo pra sempre meu pai!
AGRADECIMENTOS

Escrevo essa dedicatória com lágrimas nos olhos, coração apertado, mas
cheia de Gratidão. Quero agradecer primeiramente a Deus por me abençoar,
iluminar os meus caminhos, me dando a oportunidade de realizar esse Mestrado
com coragem para enfrentar os desafios e concluir mais uma etapa da minha vida.
Agradeço ao meu pai Antônio Carlos Valente de Souza (In Memoriam) e a minha
mãe Sônia Regina Leal de Souza, que me ensinaram a viver a vida com dignidade,
respeito, me deram todo amor do mundo, e fizeram de mim uma mulher
determinada, responsável, cheia de metas e objetivos, do qual o principal sempre foi
enchê-los de orgulho. Obrigada por serem meu porto seguro, por todo apoio e
incentivo que me deram durante a minha vida escolar e acadêmica, se eu cheguei
até aqui foi por ouvir os conselhos e orientações de vocês que sempre estiveram
orando por mim no decorrer de toda a minha vida e nessa etapa oraram para que
Deus me acompanhasse e me protegesse nessa jornada de mestranda em outro
país, e deu tudo certo. E mesmo meu pai não estando mais presente fisicamente,
pois virou o meu anjo protetor no céu, sei que de onde ele estiver, ele deve estar
cheio de orgulho, assim como a minha mãe está. Sou muitíssimo grata a Deus por
ter vindo a essa terra como filha de vocês. Amo vocês daqui até a eternidade,
incondicionalmente. As minhas irmãs Kelly Regina Leal de Souza Assis e Katy Carla
Leal de Souza pela nossa união, por todo amor e cuidado, por estarem ao meu lado
sempre, torcendo por mim e cheias de orgulho da irmã caçula. Eu amo vocês. A
minha amiga Poliana Neves Pereira Perrone que entrou na minha vida para me dar
coragem de encarar a vida de mestranda e embarcar com ela rumo ao Paraguai.
Sou grata principalmente por me acompanhar na viagem mais difícil da minha vida,
quando tivemos que antecipar a volta do Paraguai para Manaus em Janeiro deste
ano, pelo falecimento do meu pai. Serei eternamente grata por não ter me deixado
só nesse momento tão difícil da minha vida. Obrigada por todo apoio, parceria e
também por todas as aventuras que vivemos juntas. E um obrigado especial a
Alleane Sátila Grana Martins e Liriléia Sanches de Araújo que também foram mega
parceiras nesse processo, compartilhando conosco muitos momentos juntos, de
estresses, ansiedades, trabalhos em equipe, trocas de conhecimento, momentos
bons de muitas risadas e outros nem tanto, mas mesmo assim uma segurou a mão
da outra até o fim. Obrigada por tudo meninas! Ao meu orientador Professor Dr.
Arlindo Costa pela orientação, sugestões e estímulos dados e todo suporte
necessário no decorrer desta caminhada, que foram determinantes para a
concretização deste trabalho. A todos aqui deixo minha sincera gratidão!
“Procure a sabedoria e aprenda a
escrever os capítulos mais
importantes da sua história nos
momentos mais difíceis da sua
vida” (Augusto Cury
RESUMO

Esta dissertação foi desenvolvida com a finalidade de verificar de que forma seis professoras da rede
municipal de ensino, lotadas na Escola Municipal Zilda Arns Neumann, da cidade de Manaus,
atuaram no processo de alfabetização no ensino remoto para alunos da primeira série do ensino
fundamental. A dissertação objetivou verificar como ocorreu esse processo de desenvolver a leitura
para esses alunos, a partir do início da pandemia, no início de março de 2020. Para a obtenção de
dados, foi elaborada uma entrevista estruturada com onze perguntas, utilizando a abordagem da
análise de conteúdo a partir desse estudo de caso focalizado. Na fundamentação teórica, procurou-se
abordar o tema, desde a conceituação de alfabetização, até a abordagem sobre letramento e método
fônico, além da relação da pandemia com a aprendizagem dos alunos através de plataformas virtuais
como, por exemplo, o Google Classroom e materiais impressos. Ressaltou-se nesta dissertação a
importância da família e a dificuldades de aprendizagem na ausência do ensino presencial em que o
professor atua como mediador. Destacou-se as dificuldades dos professores frente às tecnologias
vinculadas às metodologias ativas de aprendizagem. Conclui-se a partir do que foi respondido pelas
professoras de que o afastamento dos alunos no processo de alfabetização acarretou num deficit de
aprendizagem com relação ao ensino presencial, cujas atividades, como leitura oral e escrita,
atividades lúdicas como jogos e bricandeiras devidamente planejadas e organizadas pelos
professores são de suma importância para níveis de complexidade de oralidade e escrita. No que
concerne às tecnologias, evidenciou-se que os professores não têm a formação necessária para
utilizarem tais ferramentas no processo ensino-aprendizagem.

Palavras-chave: Alfabetização. Aprendizagem. Educação. Ensino remoto. Plataformas digitais.


RESUMEN

Esta disertación se desarrolló con el propósito de verificar cómo seis docentes de la red de
enseñanza municipal, con sede en la Escola Municipal Zilda Arns Neumann, de la ciudad de
Manaus, actuaron en el proceso de alfabetización en educación remota para estudiantes de
primer grado de primaria. La disertación tuvo como objetivo verificar cómo ocurrió este
proceso de desarrollo de la lectura para estos estudiantes, desde el inicio de la pandemia, a
principios de marzo de 2020. Para la obtención de los datos se elaboró una entrevista
estructurada con once preguntas, utilizando el enfoque de análisis de contenido de este
estudio de caso enfocado. En la base teórica se intentó acercar la temática, desde la
conceptualización de la alfabetización, hasta el abordaje de la alfabetización y el método
fónico, además de la relación entre la pandemia y el aprendizaje de los estudiantes a través
de plataformas virtuales como Google Classroom y materiales impresos. En esta disertación
se enfatizó la importancia de la familia y las dificultades de aprendizaje ante la ausencia de
una enseñanza presencial en la que el docente actúa como mediador. Se destacaron las
dificultades de los docentes ante las tecnologías vinculadas a las metodologías de
aprendizaje activo. Se concluye de lo contestado por los docentes que el alejamiento de los
estudiantes en el proceso de alfabetización resultó en un déficit de aprendizaje con relación
a la enseñanza presencial, cuyas actividades, como la lectura y escritura oral, actividades
lúdicas como juegos debidamente planificados y organizados por los profesores, son de
suma importancia para los niveles de complejidad del habla y la escritura. Con respecto a
las tecnologías, se evidenció que los docentes no cuentan con la formación necesaria para
utilizar tales herramientas en el proceso de enseñanza-aprendizaje.

Palabras clave: Alfabetización. Aprendizaje. Educación. Enseñanza remota. Plataformas


digitales.
LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas


BNCC Base Nacional Comum Curricular
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação
PCNs Parâmetros Curriculares Nacionais
MEB Ministério da Educação
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................ 1

1 ALFABETIZAÇÃO.......................................................................................................................................... 6

1.1 ASPECTOS PEDAGÓGICOS DA ALFABETIZAÇÃO...........................................................................................6


1.2 CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO...............................................................................................................8
1.2.1 Aspectos Fundamentais sobre o Processo de Alfabetização...............................................................11
1.2.2 Método Fônico e Alfabetização............................................................................................................20
1.3 ALFABETIZAÇÃO: LEITURA E ESCRITA EM QUESTÃO..................................................................................26
1.3.1 Letramento e Alfabetização................................................................................................................28
1.3.2 Linguagem Escrita................................................................................................................................30

TUDO ISSO ACONTECE PORQUE SIMPLESMENTE MUITOS PROFESSORES NÃO PERCEBEM QUE O HOJE SER
VIVIDO; ACABAM PREOCUPANDO-SE SOMENTE COM O FUTURO VESTIBULAR.............................................37

1.4 AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: LEITURA E ESCRITA......................................................................37


1.5 A NECESSIDADE DE UMA PREPARAÇÃO PARA A ALFABETIZAÇÃO.............................................................38
1.6 POR UMA NOVA CULTURA DOCENTE.......................................................................................................40
1.7 ENSINO REMOTO E A ALFABETIZAÇÃO......................................................................................................45
1.7.1 Metodologias Ativas no processo ensino-aprendizagem na Alfabetização........................................55
1.7.2 Atividades em Casa..............................................................................................................................66
1.8 PANDEMIA E A ALFABETIZAÇÃO................................................................................................................71

2 METODOLOGIA......................................................................................................................................... 81

2.1.1 Desenho da pesquisa............................................................................................................................82


2.1.2 Enfoque da pesquisa............................................................................................................................82
2.1.3 Alcance.................................................................................................................................................85
2.1.4 Fonte de dados.....................................................................................................................................85
2.1.5 Técnica e instrumento de coleta de dados...........................................................................................86
2.1.6 População e amostragem....................................................................................................................88
2.1.7 Técnica de análises de dados...............................................................................................................88

3 ANÁLISE DE RESULTADOS.......................................................................................................................... 89

3.1 ORGANIZAÇÃO DOS RESULTADOS.............................................................................................................89


3.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS..................................................................................................................94

CONCLUSÃO................................................................................................................................................ 96

RECOMENDAÇÕES....................................................................................................................................... 99

REFERÊNCIAS............................................................................................................................................. 100
APÊNDICES................................................................................................................................................ 105

APÊNDICE 1...................................................................................................................................................106
APÊNDICE 2...................................................................................................................................................107
1

INTRODUÇÃO

Esta dissertação resultou de uma reflexão sobre minha prática docente no


ensino fundamental I, além dos desafios frente às alternativas viáveis para substituir
o ensino presencial. Essa angústia diante de uma nova forma de ensinar, de que as
universidades de Licenciatura não ofereceram, a exemplo do ensino remoto ou on
line, o desafio parece ser maior para professores alfabetizadores desde a educação
infantil. Esse conflito de como que ensinar? Como ensinar? Por onde ensinar? São
questionamentos de inúmeros colegas, o que endossa a relevância desta
dissertação.
Desde março de 2020, as atividades escolares foram suspensas na maior
parte do país devido à pandemia covid-19. Pais, alunos, professores, comunidade
escolar e sociedade em geral permaneceram isolados para não agravar a já elevada
taxa de mortalidade causada pelo vírus.
Para superar as perdas no processo de aprendizagem dos alunos, muitas
escolas optaram pelo ensino fora da sala de aula. No entanto, aulas online e pela
Internet de boa qualidade não são a realidade que percebemos no sistema
educacional brasileiro, especialmente escolas públicas nos rincões do Brasil.
Mais de 1,5 bilhão de jovens não vão à escola em todo o mundo devido à
pandemia Covid-19 (fonte: UNESCO), o que equivale a 88% da população mundial
resultado do fechamento de escolas em mais de cem países
O novo coronavírus tem impacto em todas as etapas da educação, em todo o
mundo. Porém, para os alunos que se encontram no período de alfabetização,
faltam incrementos no âmbito das tecnologias, que venha substituir o professor nas
aulas presenciais no processo ensino-aprendizagem.
Desde então, a maioria dos países viveu um estado de alarme em que os
processos de ensino-aprendizagem mudaram de maneira repentina onde a
tecnologia e o acesso a ambientes tecnológicos se tornaram em ferramentas
fundamentais (Huang et al., 2020). Isso tem sido um desafio para ambos alunos
como professores, mostrando em muitas ocasiões a falta de formação em seu uso e
aplicação, bem como as implicações em modelos de ensino-Tecnologia como eixo
da mudança metodológica da aprendizagem em muitas áreas do conhecimento.
2

Além disso, novas situações são geradas que promovem a aplicação nos alunos de
conhecimento relacionado às competências do século 21.
Em um contexto global onde COVID-19 modificou nossa sociedade, o a
educação foi afetada em seu próprio modelo de ensino, exigindo mudanças onde a
tecnologia é essencial. Este processo vivido em poucos meses foi o cenário anterior
que nos levou a um modelo de ensino híbrido no início do ano letivo 2020/2021.
A alfabetização passa a ser um desafio nessas circunstâncias, que se
potencializa nessa situação de isolamento social, que nos preocupa muito com os
prejuízos gerados”.
Se a alfabetização historicamente no Brasil é permeada de desafios, com os
dados mais recentes mostrando que menos da metade dos alunos do 3º ano do
ensino fundamental atingiu níveis suficientes de proficiência em leitura, em tempos
de pandemia essa situação pode piorar.
A alfabetização é um processo desafiador porque além de ler, escrever e
contar números, o papel do profissional que trabalha que leciona na primeira série
do ensino fundamental I no processo de alfabetiza, tem como objetivo permitir que
essa criança tenha a capacidade de interpretar, compreender, criticar, ressignificar e
produzir conhecimento.
Em tempos de pandemia, os desafios enfrentados por escolas e alunos para
garantir esse processo foram muito discutidos.
O contexto da pandemia mostrou ao Brasil o quanto os professores estavam
apegados aos modelos tradicionais de ensino. No contexto da pandemia, a escola e
o mundo educacional estiveram em um estado de paralisia por pelo menos 8 meses,
então o ano letivo de 2020 foi comprometido tanto na aprendizagem dos alunos
quanto no papel da escola.
Esta pandemia trouxe novos desafios, tirando crianças das escolas e
alfabetizadores na fase fundamental do processo de escolarização. Por outro lado, o
processo de alfabetização foi interrompido no início do período em que a interação
alfabetização-criança é fundamental, uma vez que o aprendizado do sistema de
escrita alfabética depende de uma compreensão bem orientada das relações oral-
escritas.
Por outro lado, a criança afastada da escola devido à Covid-19, fez que a
escola interrompesse um processo apenas iniciado, no qual a criança interaje com
seus pares sob mediação desse professor.
3

O processo de identidade (escrita e o nome), além da leitura oral, passa a ser


um processo relevante na caminhada do aprendizado, e a partir disso, surge um
questionamento (enunciado do problema), assim descrito: Quais as implicações das
aulas do ensino remoto (on line) até o ensino híbrido para alunos em fase de
alfabetização na primeira série do ensino fundamental no que tange à leitura oral e
escrita?
As perguntas norteadoras que ancoram o enunciado acima, são descritas da
seguinte forma:
- Quais as dificuldades na produção on line de materiais que atendam os
alunos em fase de alfabetização?
- Quais os subsídios oferecidos aos professores para utilizarem tecnologias
da educação na mediação com os alunos?
- Qual o papel dos pais nessa excepcionalidade de maior tempo do aluno em
casa para a aprendizagem?

-De que forma o


professor pode desenvolver
estratégias didácas
signi'cavas para crianças a
distância, como os pais podem
ajudar, qual o limite de
cobrança e exigência
cognivas
4

para o desenvolvimento
emocional não seja
prejudicada.
De que forma o
professor pode desenvolver
estratégias didácas
signi'cavas para crianças a
distância, como os pais podem
ajudar, qual o limite de
cobrança e exigência
cognivas
para o desenvolvimento
emocional não seja
prejudicada.
- O ensino online foi realmente adotado pela turma em estudo, não só para
utilizar a tecnologia da informação no ambiente escolar, mas também para
torná-la uma ferramenta capaz de contribuir para a formação dos alunos?
- Quais são os impactos positivos e negativos do uso dessas tecnologias no
contexto em estudo, especialmente na alfabetização e nas habilidades de
leitura dos alunos selecionados?
5

- A alfabetização é uma das etapas mais importantes do desenvolvimento da


criança e começa na primeira infância. Porém, com a suspensão das aulas,
vários questionamentos surgiram. Como ocorre a interrupção ou adiamento
desse processo? Continuar a distância ou esperar pelas aulas presenciais?
Os professores, tão habituados aos métodos tradicionais relacionados com a
mediação oral, perante a crise educacional exigida pela distância social, foram
retirados da sua zona de conforto. As gerações atuais, imersas em facilidades para
administrar recursos tecnológicos, enfrentaram as anestesias que se aplicam
diariamente nas aulas tradicionais com exposição oral e o que se visualizou é que as
práticas pedagógicas nunca foram adaptadas às tecnologias, que, mesmo, não eram
novas para muito tempo.
Partindo do pressuposto acima, levantou-se o seguinte objetivo geral:
Verificar quais as estratégias utilizadas pelos professores no ensino on line na fase
de alfabetização dos alunos. Entre os objetivos específicos, foram elencados:
Descrever os desafios de educadores no ensino on line na promoção da linguagem
oral e escrita no processor de alfabetização. Identificar de que forma os professores
estão interagindo com plataformas virtuais para atendimento aos alunos frente ao
desafio da alfabetização. Ressaltar o emprego de atividades com envolvimento dos
pais de alunos diante da necessidade da alfabetização na fase inicial do ensino
fundamental. Analisar as alternativas encontradas pelas professoras
alfabetizadoras para oferecer as condições necessárias para a apropriação da
leitura e da escrita. Refletir sobre as limitações existentes no processo de
alfabetizar remotamente.
Discutir o que professores(as) do primeiro ciclo do Ensino Fundamental I de
escolas públicas têm a dizer sobre as vivências e experiências de seu trabalho com
a alfabetização no contexto de suspensão de aulas presenciais e realização de
aulas remota
Há muito que a tecnologia está envolvida na educação, mas em muito poucas
ocasiões o maior benefício é obtido, por falta de conhecimento, por medo do erro ou
simplesmente pela acomodação dos professores ao seu sistema tradicional.
Hoje, professores e alunos precisam atualizar seus métodos de ensino e
aprendizagem, para os quais devem ser aplicadas estratégias de aprendizagem
modernas que ajudem a combinar o pré-conhecimento com novos conhecimentos e
6

as tecnologias de informação e comunicação é uma das estratégias de


aprendizagem que auxiliam na aquisição de significados.
Não foram criadas plataformas tecnológicas durante a pandemia, profissionais
da área de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) já vinham
desenvolvendo utilitários há algum tempo que poderiam ser usados durante as
aulas. Mais do que isso, é necessário destacar que utilizar plataformas de
comunicação não significa garantir desenvolvimento educacional e adaptação às
tecnologias, uma vez que muitas plataformas de comunicação não são
exclusivamente educacionais. Nesse sentido, a trajetória das tecnologias
educacionais mostra apenas a inserção de recursos tecnológicos, mas não a
educação tecnológica.
Em sua abordagem do tema, de 1974 a 2004, a Unesco (2009) mostra uma
evolução que responde a novas demandas sociais. Relaciona a alfabetização com a
identificação, compreensão, interpretação, criação, cálculo, comunicação e atuação
efetiva em um grupo, uma comunidade, em diferentes contextos e na sociedade em
geral. Também vincula a alfabetização a um contínuo de aprendizagem que permite
que as pessoas atinjam seus objetivos e desenvolvam seus conhecimentos e
habilidades potenciais. Pode-se dizer que implicitamente nesta concepção de
alfabetização inclui para TICs (metodologias ativas)
O que a maioria das escolas tem feito, no esforço de reduzir os prejuízos
causados por essa interrupção repentina e imprevista das atividades escolares, logo
no início do ano letivo, é persistir em continuar, de alguma forma, dentro das
possibilidades e recursos de que dispõe a população. . escolas e na rede pública, ao
ensino interrompido, por meio da educação a distância, solicitando a colaboração
das famílias.
O distanciamento social obrigatório, devido à crise global da saúde, obrigou a
educação a repensar práticas baseadas exclusivamente na exposição oral, gerando
a necessidade de uma educação aprofundar conceitos de ferramentas tecnológicas
com uso aplicado e adequado aos objetivos que se propõe.
O contexto da educação básica, neste tom, apresenta-se como
particularmente peculiar, pois é o momento em que a criança adquire não só a
capacidade de leitura, mas também a própria alfabetização, por isso o uso de tais
ferramentas em conjunto com o presencial. As aulas remotas afetaram, sem dúvida,
o ensino e a aprendizagem dos mais pequenos.
7

No percurso da dissertação, adotou-se o seguinte roteiro:


- Introdução: Contempla o foco de pesquisa e seu respectivo objeto de
estudo, sendo o enunciado do problema, questões norteadoras e, os objetivos.
- Capítulo um: faz uma descrição teórica dos tópicos, revendo conceitos primordiais
de linguagem, letramento, linguagem escrita, ensino remoto e, a pandemia. Entre os
autores destacam-se: Cagliari, Capoviila, Ferreiro, Koch, Moran, Vigostky entre
outros.
- Capítulo dois: contempla o “como fazer”, isto é os passos da pesquisa, desde a
tipologia da pesquisa até os instrumentos de coleta de dados.
- Capítulo três: Momento da pesquisa em que os dados são explicitados e
devidamente interpretados à luz do referencial teórico.
Em seguida, nos pós-textuais, as considerações que em se faz um feedback do
problema e objetivos, e os apêndices.
8

1 ALFABETIZAÇÃO

1.1 ASPECTOS PEDAGÓGICOS DA ALFABETIZAÇÃO

Tanto a Constituição Federal, as Leis de Diretrizes e Bases, as Diretrizes


Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica e o Plano Nacional de Educação,
foi implementada a Base Nacional Curricular de Educação. Compreende-se por
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) o documento oficial que prevê técnicas e
estratégias de ensino que em relação à prática docente estabelecendo direitos e
objetivos da aprendizagem e do desenvolvimento.
No eixo do conhecimento, a proposta da BNCC é a de que o professor deverá
dominar os conteúdos e saber como ensiná-los, demonstrar conhecimento sobre os
alunos e seus processos de aprendizagem, reconhecer os diferentes contextos e
conhecer a governança e a estrutura dos sistemas educacionais. Prevê, ainda, no
que se refere ao âmbito de linguagens e leitura
O Parecer CNE/CEB nº 11/201029, no mesmo sentido, aponta que “os
conteúdos dos diversos componentes curriculares [...], ao descortinarem às crianças
o conhecimento do mundo por meio de novos olhares, lhes oferecem oportunidades
de exercitar a leitura e a escrita de um modo mais significativo”.
É nesse contexto que as práticas dos saberes dos docentes, como já
colocado, não implicam somente o manejo de técnicas, mas também de outras
habilidades que demandam um trabalho de mediação, no campo ideológico, dos
professores, que se tornam verdadeiros tradutores da linguagem.
Essa visão vai ao encontro do dialogismo bakhtiniano (1986), que considera
que a escrita e a leitura são partes de um processo no qual o texto não apenas
existe na realidade, como também revela e, como um espelho, refrata a existência
de outras.
Apesar de interativas e sociais, Koch (2010) defende que tanto escrita quanto
leitura envolvem mecanismos práticos elaborados (planejar, agir, revisar) que,
considerando o caráter dialógico e interativo desses processos, envolvem, ainda, um
9

saber-fazer do que se discute, de caráter ideológico. Não à toa, a prática docente do


professor de Língua Portuguesa implica em nuances de saberes profissionais, como
salienta Tardif (2000).
O professor é, portanto, protagonista das práticas dos saberes, sem o qual é
impossível modificar a realidade educacional, que desempenha, de acordo com
Gauthier e Mellouki (1998) o papel de um intelectual na escola e na sociedade.
Dessa forma, é o professor quem, através de suas práticas e saberes
pedagógicos, quem transforma não apenas o mundo educacional, mas o mundo
para fora do ambiente escolar, já que o professor, enquanto intelectual transformar,
contribui para a visão de mundo de seus alunos, para a forma como eles vão se
comportar para além da unidade escolar.
Isso porque o professor detém um poder simbólico e institucional que é capaz
de conduzir formas culturais do imaginário social do aluno. O professor é, que é
capaz de transformar o agir e o pensar de seus discentes na sociedade e é por esse
motivo que essa abordagem profissional, intelectual e pedagógica deve estar em
harmonia com o contexto histórico-social de seus alunos.
Nesse sentido, como enfatiza Faria (2004, p. 2),

... que os educadores devem estar comprometidos para interagir com


meios de comunicação modernos, com os procedimentos didáticos
mediados pela tecnologia e com a inovação pedagógica fundamentada nos
recursos da informática. Isso porque, como coloca a autora, ainda que num
ambiente virtual ou tecnológico, o professor continua sendo o protagonista
da prática pedagógica, já que a partir da escolha dos softwares educativos e
das funcionalidades da web, ainda é o professor quem deve possibilitar um
espaço não apenas de transmissão de conteúdos, mas de ativa
aprendizagem para o aluno.

Cabe destacar, no entanto, que o professor, apesar de protagonista, não pode


selecionar aleatoriamente suas práticas pedagógicas. Apesar de, como aponta
Rodrigues (2009), na relação cotidiana, os próprios alunos demandarem pela
diversificação de recursos e aproveitamento das possibilidades destes nas
atividades educacionais, realidade que foi drasticamente enfatizada, após a chegada
do coronavírus, a formação e prática docentes são pautadas em diversas fontes, tais
como previsões legais e normativas, legislações vigente, documentos oficiais e por
constructos e entendimentos desenvolvidos pela própria comunidade científica
educacional.
10

1.2 CONCEPÇÕES DE ALFABETIZAÇÃO

Se pensarmos que a escola é o lugar que se compromete a garantir o acesso


da criança à escrita, a criança está tendo perdas na alfabetização fônica (oral) e
escrita, afinal, é na escola que os profissionais estão preparados para trabalhar com
esse processo. Mas, por outro lado, se pensarmos que vivemos envoltos pelaescrita
e para crianças que já se iniciaram na alfabetização, mesmo fora da escola passam
a observar, ainda que intuitivamente, o que está acontecendo, porém, carente de
métodos no processo de alfabetização.
Sabe-se que a natureza do processo de apropriação do sistema de escrita
alfabética, que representa os sons da língua por meio das letras, requer práticas
pedagógicas que levem a criança a ter consciência dos sons da língua - consciência
fonológica, estar atento. da possibilidade de segmentar a cadeia da linguagem os
sons nas sílabas, para finalmente explorar os sons decrescentes nas sílabas, os
alguns fonemas, que são identificáveis por procedimentos baseados na linguística, e
entendem que são pequenos sons, os fonemas , que são representados por letras
ou grafemas, que constituem a linguagem escrita.
Se a criança tiver o apoio dos professores com aulas a distância, além da
mediação dos familiares, chamando sua atenção para o objeto escrito, ela
continuará se desenvolvendo. O que vai acontecer é que algumas crianças em
processo de aquisição seguem ritmos diferentes, caminhos diferentes, e isso
acontece até na sala de aula. Os alunos têm individualidades, se relacionam de
maneira diferente com a escrita, e essa é a norma.
Integração de pares, trabalho colaborativo, jogos, música, artes e várias
outras atividades também são conhecidas por serem usadas para enriquecer e
orientar o período de alfabetização.
As crianças aprendem juntas, entre si, por isso a interação é de suma
importância e vale ressaltar, que com a escrita não há diferença, pois ela se
descobre com os pares e, talvez, aqui esteja o maior desafio
11

Além disso, em relação às pesquisas já desenvolvidas sobre o assunto, sabe-


se que há referências bibliográficas, estudos e materiais diversos e extensos sobre o
contexto da formação de professores e novas tecnologias de longa data. No entanto,
não foi possível identificar nenhum trabalho no contexto da educação que visasse
encontrar abordagens intersetoriais com atividades de letramento e leitura,
evidenciando a relevância desta proposta de pesquisa.
Inicialmente, parte-se da ideia de que a compreensão da formação da prática
docente, foco deste estudo, envolve não apenas ensino-aprendizagem puramente
sintático e lexical, mas também outros aspectos relacionados às chamadas
interfaces externas (ex. mundo, incluindo aspectos culturais e tecnológicos).
Os estudos sobre aprendizagem durante muito tempo foi tratado
pedagogicamente apenas do ponto de vista psicológico, privilegiavam sobretudo
as relações entre a inteligência e a aquisição de novos conhecimentos.
A teoria ambientalista ou behaviorista, está centrada na influência do
ambiente sobre a vida e o desenvolvimento da criança. Considera a
aprendizagem como aquisição ou modificação do comportamento através de
estímulos reforçados. Resume-se em situações de treinamento, através de
elementos reforçadores e de controle, ambiente rico de estímulos e
manipuláveis. O aluno é considerado um 'recipiente de informações', aos
educadores caberia o controle do processo de aprendizagem como um processo
mecânico. O recurso utilizado é o da repetição, que a criança aprende quando
estimulada.

Os defensores dessa posição consideram como prioridade no processo


de alfabetização, o domínio mecânico da leitura e da escrita em que o
processo mental parte de unidades menores – no caso as letras – em
direção a unidades maiores, para compor gradativamente sílabas,
palavras e frases. Dá-se ênfase à forma, em detrimento e das funções
da linguagem. A tarefa da criança seria a de internalizar padrões
regulares de correspondência entre grafema e fonema. Não há
contribuição do leitor no ato da leitura, pois o texto é dado como pronto
e acabado (ALVES, 1993, p. 20).

Aquilo que a criança aprende é incorporado em seu pensamento e


elaborado com o tempo, de modo que acabe por influenciar o desenvolvimento.
A partir de estudos e experiências do suíço Jean Piaget, que foi um dos
pioneiros das teorias construtivista do desenvolvimento cognitivo, que mais
reuniu elementos teóricos sobre o estudo da inteligência humana. Ele coletou
12

informações sobre como as crianças de várias idades resolviam problema de


raciocínio, comunicavam seus sonhos, faziam julgamentos morais e conduziam
outras atividades mentais. Ele sugeriu que o sistema de pensamento de uma
criança se desenvolve através de uma série de estágios comuns às crianças de
todas as culturas.
A criança vai aprender a partir de estágios de desenvolvimento.
Desenvolve para aprender, o desenvolvimento antecede a aprendizagem.
Piaget (1970) classificou quatro estágios primários de desenvolvimento
cognitivo: sensório motor (do nascimento aos 2 anos), o pré-operatório (2 aos 7
anos) o operatório concreto (dos 7 aos 11 anos) e o estágio operatório formal
(dos 11 ou 12 anos).
A teoria piagetiana sugere um papel ativo para a alfabetização. Os
professores devem evitar dizer para as crianças o que devem saber, direta ou
indiretamente. Ao invés disso, deve-se planejar atividades que ofereçam
oportunidade de pensar, relacionadas a manipulação de materiais concretos,
levantando questões, propondo perguntas que levem as crianças a pensarem de
forma mais madura, oferecendo experiências que lhes permitam construir o
conhecimento.
A concepção sociointeracionista é a abordagem histórico-cultural ou
sociocultural, tem influenciado significativamente a educação de crianças na
educação infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental. O trabalho de
VYGOTSKY tem influenciado o ensino da leitura e da linguagem, em programas
de alfabetização.
O modelo de concepção histórico-cultural ou sociointeracionista nos
estudos de Vygotsky e Wallon, compreende a alfabetização como a apropriação
de várias linguagens. Nessa perspectiva, o conhecimento não se constrói com
verdades prontas e acabadas. Ao contrário, ele se transforma constantemente,
de acordo com o movimento histórico de cada sociedade.
Vygotsky demonstrou em seus estudos que o desenvolvimento não
precede a aprendizagem. Então entende-se que a criança quando domina a
linguagem oral, já está se preparando para dominar a escrita. Acreditava-se que
o período preparatório era indispensável para que a criança adquirisse a leitura
escrita na alfabetização. É importante considerar os conhecimentos prévios
adquiridos pela criança antes de entrar na escola, mas a alfabetização não
13

acontece apenas na 1ª série, é um processo contínuo nas quatro primeiras


séries do Ensino Fundamental.
"Para aprender a ler e escrever, é necessário que o aluno conceba a
sala de aula como [...] como um ambiente rico em experiências no
desenvolvimento de habilidades" (FOUCAMBERT apud PROPOSTA
CURRICULAR DE SANTA CATARINA, 1998, p. 36). A criança precisa perceber
a importância de ler e escrever e ter razões para realizar esta atividade com
entusiasmo, por isso a metodologia utilizada pelo professor deve ser baseada
em situações de interesse e vivenciadas por ela, em momentos significativos e
marcantes de sua vida, que poderá expressar em situações discursivas e
dialética em sala de aula.
Interpretando os trabalhos de Vygotsky, todas as funções do
desenvolvimento do indivíduo aparecem duas vezes: primeiro no nível social e
depois no nível individual; primeiro entre as pessoas (interpsicológico) e
posteriormente no interior do sujeito (intrapsicológico).
O trabalho em grupos auxilia o desenvolvimento das funções do
desenvolvimento e fornece melhores condições de aprendizagem, pois a
interação e troca de experiências é importante no processo de alfabetização.
A criança adquire e constrói conhecimentos, através desta relação
dialética no meio cultural em que está inserida e não pode ser vista ao ingressar
na escola, com pressupostos inatistas, como se estivesse uma faixa etária para
aprender. Também não é um ser passivo, que depende dos estímulos do meio,
que só recebe informações, mas é participativa, realiza atividades, que interage
com o mundo sendo capaz de inovar a própria cultura.

O alfabetizando não é um ser passivo que aprende através de associações


viso, áudio-motoras, estimulado por métodos onipotentes, é ser ativo que
pensa e, enquanto tal, constrói hipóteses sobre a escrita, em interação com
outros sujeitos. Ou seja, a substituição do olho que vê e da mão que
escreve por um cérebro que pensa (AZEVEDO; MARQUES, 1994, p. 40).

A teoria construtivista-interacionista rejeita práticas mecânicas e


repetitivas de alfabetização.

A alfabetização no sócio-interacionismo induz a a tarefa de


aprendizagem em um desafio intelectual sempre significativo e
emocionante, e o clima da sala de aula em um espaço de encontro de
competências diversas sobre a língua escrita, cujo objetivo final é o de
fazer com que todas as crianças construam uma teoria adequada sobre
14

a relação fonema-grafema na língua portuguesa, isto é, fazer com que


todas cheguem ao domínio da hipótese alfabética. (AZEVEDO;
MARQUES, 1994, p. 43).

Esta abordagem quando trabalhada poderá formar o leitor capaz de


desenvolver a competência para extrair significado das linhas e entrelinhas de um
texto, capaz de sentir o prazer da leitura e de desenvolver o hábito de ler.
Neste pensamento, a alfabetização pode ocorrer com êxito maior, se o
professor agir como mediador nesta zona de desenvolvimento proximal, com
ajuda dos colegas mais maduros, a criança está se esforçando para dar sentido
ao mundo, aprendendo e sistematizando seu conhecimento prévio, sendo que a
aprendizagem influencia o desenvolvimento e o desenvolvimento intelectual
acontece dentro do contexto cultural da criança.

1.2.1 Aspectos Fundamentais sobre o Processo de Alfabetização

A criança deve na alfabetização trazer à tona sua visão de mundo, seus


pensamentos intrínsecos através de frases, com suas próprias palavras, escutar e
contar estórias em sequência apropriada e dar identidade verbal aos objetos e
símbolos. Da mesma forma que a leitura, a escrita requer que a criança possua uma
maturidade intelectual que lhe permita manejar as letras como símbolos e dominar a
estruturação espaço temporal necessária para sua codificação e decodificação.
Implica, por último, um amadurecimento emocional e social: a criança deve
ser capaz de permanecer longe da mãe sem angustiar-se.
A faixa etária da criança, muitas vezes é um parâmetro para critério de
seleção para os alunos que ingressam na alfabetização e não consideram o aspecto
de maturidade para a iniciação da aprendizagem da leitura.
A imaturidade na iniciação da aprendizagem, constitui uma causa frequente de
dificuldades na aprendizagem da leitura.
Podemos concluir então que, para que a criança aprenda normalmente, faz-
se necessário que algumas estruturas básicas estejam presentes e que interajam
entre si. São elas: - a estrutura lógica; - a estrutura emocional; - o corpo; - o
organismo.
A estrutura lógica: se ocupa da aquisição dos conhecimentos da realidade
objetiva. É comumente chamada de inteligência, ou fator intelectual.
15

A inteligência, segundo Piaget, constitui uma forma de adaptação do organismo ao


ambiente.
A estrutura emocional: aprender significa desenvolver-se e crescer, e as
crianças com problemas emocionais, tendem comumente a refugiar-se num estado
regressivo infantil. Está demonstrado que tanto a angústia como a depressão
diminuem a eficiência da aprendizagem.
Tal como ocorre com a saúde física, os problemas afetivos implicam na
possibilidade de a criança ter uma aprendizagem exitosa.
O corpo: é o lugar onde se realizam as percepções, os mecanismos, que se
interiorizam para o funcionamento tanto da estrutura lógica como simbólica
(emocional).
Desde o princípio até o fim, a aprendizagem passa pelo corpo. É pelo corpo
que nos aproximamos do organismo.
A participação do corpo no processo de apropriação do conhecimento dá-se,
principalmente, pela ação, pelo movimento.
É fundamental para a aprendizagem da escrita a atuação eficiente de funções
psicomotoras, já que o trabalho gráfico exige o controle de movimentos coordenados
e rítmicos dos dedos sobre o papel. Portanto, é essencial para a criança que entra
na alfabetização, dispor de uma motricidade espontânea, rítmica, liberada e
controlada, para que possa obter sucesso e sentir-se motivada.
O organismo: constitui a infraestrutura neurofisiológica. Para aprender, uma
série de fatores físicos pode intervir, tais como: disfunção glandular, deficiências
vitamínicas, problemas nutricionais, de visão, audição, etc.
Um dano cerebral, manifestado por um déficit neurológico evidente, dificulta
severamente o aprendizado.
Enfim, uma saúde deficiente, pode constituir a base de dificuldades no
rendimento escolar.
É importante destacar ainda o valor do contexto sociocultural como elemento
essencial para a aprendizagem.
Ler e escrever são tarefas na escola, privilegiamento em cada aula, mas
também no pátio, na biblioteca, enfim a escola é sempre um espaço de estímulo as
diferentes relações com a leitura. A biblioteca de uma escola é outro espaço de
convivência e de vivência da leitura, pois, é neste espaço que o aluno explora o seu
acervo, expande os seus interesses, e este ato deve ser estimulado em sala de aula.
16

Visto que a sala de aula é o lugar de criação de vínculo com a leitura, de inserção do
aluno na tradição do conhecimento.
A escolha dos métodos educativos é bastante necessária, por isso, alguns
cuidados durante o processo de alfabetização em todos os níveis escolares são
fundamentais por parte dos docentes. Deve-se optar por um trabalho que contenha
vários gêneros discursivos e que cada aluno possa optar pelo gênero que mais lhe
agrade e principalmente proporcionar exercícios associados a um contexto, a fatos
significativos aos estudantes. O docente deve sempre estar revisando sua prática
em sala de aula.
Partindo desses pressupostos é que se busca uma educação que possibilite o
desenvolvimento da criticidade dos alunos para que estes possam perceber e refletir
sobre as várias linguagens ao seu redor, representadas por imagem, frases e muito
enfaticamente por sons, ou seja, não só pela linguagem escrita, mas
significativamente pela oral.
Leitura sempre foi um tema complexo e repleto de sentidos. Lendo, é possível
viver emoções, por vezes inenarráveis. A leitura nos surpreende nos seduz e nos faz
pensar nas muitas relações que podemos estabelecer.
Ao estudar a leitura, no contexto educacional, é apropriado recordarmos sua
história. É necessário um breve histórico, ressaltando a origem e função do leitor.
Em seguida, resgataremos algumas concepções de leitura e suas relações
com o conhecimento de mundo.
A leitura tem uma história. Seus primórdios, segundo arqueólogos, estão na
Babilônia, onde hoje é o Iraque. Aproximadamente, no quarto milênio a.C.,
aconteceram, nessa região, mudanças climáticas, que obrigaram as comunidades
agrícolas a se reagruparem em torno de centros urbanos, que se transformaram em
cidades-estados. Para manter e organizar a vida, nessa sociedade, desenvolveram
a arte de escrever, que mudou para sempre a natureza da comunicação entre os
seres humanos.
É possível afirmar, que a escrita foi inventada por motivos comerciais, para
lembrar a quantidade de bens pertencentes a uma família. Um sinal escrito: a figura
de um boi, por exemplo, significava um boi, para lembrar ao leitor que a transação
era em bois e, talvez, tivesse outros sentidos. A lembrança dos acontecimentos
ativava a memória como um documento, um registro. Quando surgiram as primeiras
tabuletas escritas, elas apresentavam vantagens sobre a memorização: uma, era
17

que a quantidade de informação armazenável era infinita, enquanto a capacidade de


lembrança do cérebro é limitada; outra é que, para recuperar a informação, as
tabuletas não exigiam a presença de quem guardava a lembrança.
O fato de que a língua escrita é fundamentalmente um objeto social, que não
esta distribuída democraticamente em extratos da população, explica em parte, a
maior dificuldade das crianças de classe de baixa renda na aprendizagem da leitura/
escrita. A criança necessita de informações para poder construir seu conhecimento.
Mas, este conhecimento, não é simplesmente, uma cópia da informação recebida. A
informação é o alimento que permite a criança à elaboração do conhecimento.
Embora esta realidade seja condizente com o que se propõem, é importante
ressaltar que para o aluno essa mudança pode ser traumática e deve ser realizada
sem pressa e sem cobranças. É o aluno que ditará o seu tempo e espaço, tornando
assim sua interação linguística mais agradável e concreta.
A relação entre escritor e leitor produz frutos e confusões quanto à
importância de cada um deles. Sem um escritor, não há um leitor e sem alguém que
leia, “toda escrita está morta”. Desde o início, leitura é glorificação da escrita. Na
Antiguidade, a leitura tinha prestígio. O leitor era digno de honra, pois além de
decifrar o código escrito, ele compreendia seu papel na sociedade. Entretanto, nem
sempre a leitura foi tida como algo positivo. Em algumas épocas, sucederam-se
movimentos de interdição da leitura, como a queima de livros.
Assim como hoje, a leitura não se dirige ao contato com livros em geral. A
crise da leitura está presente. Segundo dados da UNESCO, compram-se mais livros;
mas são escolhas inadequadas, parece haver uma diminuição do interesse pelos
livros sugeridos pela escola. A regra geral dos textos escritos, que permite assegurar
a disseminação dos valores culturais da elite, parece ameaçado.
A palavra leitura, segundo o Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa,
se origina do latim medieval– lectura, é ato ou efeito de ler; arte de ler; hábito de ler;
aquilo que se lê, arte de decifrar e fixar um texto de autor, segundo um critério. Os
critérios podem ser: ler para aprender, para informar-se ou por puro prazer.
Entretanto, a leitura envolve não só critérios, mas também várias concepções, que
devem respeitar alguns pressupostos sobre a natureza social da leitura. Cada autor
pode definir o que é ler, alicerçado na própria trajetória enquanto leitor.
A definição do ato de ler, para Silva (1995), é uma possibilidade e não uma
verdade absoluta, pode ser explicada com base em fatos históricos e políticos sobre
18

a falta de acesso a livros, sendo um privilégio da classe dominante, como


antigamente.
Nos Estados Unidos e na Europa, realizaram-se muitas pesquisas de leitura.
Jolibert (1994) lembra que ler é atribuir um sentido a algo escrito de forma direta. Ler
é questionar o texto, a partir da “expectativa real” englobada numa verdadeira
situação de vida. Afirma Solé (1998) que ler é se envolver em um processo de
previsão e “inferência contínua”. Quando isso não se realiza, a leitura é muito
ineficaz.
Procuramos, porém, de forma ponderada, somente a informação da qual
precisamos. A concepção de Smith (1999) – a leitura é fazer perguntas ao texto
escrito - demonstra esse caráter seletivo. Nesse sentido, a leitura com compreensão
se torna uma questão de obter respostas para as perguntas feitas.
Alunos querem ler bilhetes que colegas escreveram sobre eles. Querem ler
regras quando estão diante de um novo jogo. Candidatos a empregos ficam curiosos
sobre o que o entrevistador escreveu sobre sua entrevista. Essas são circunstâncias
em que se pode fazer a opção por ler, mas sem garantias de que poderão gostar do
que irão ler.
Toda leitura tem uma intenção, ela não é passiva e depende da relação texto-
leitor. Smith (1989) informa que a palavra leitura carrega em seu significado a
dependência de tudo o que está ocorrendo, do que está sendo lido e inclusive do
porquê de determinado leitor estar lendo aquele texto. A leitura está na moda, muito
se tem escrito e comentado a respeito dela. Revistas, jornais e outros portadores de
textos estão divulgando a importância de ler e também como o brasileiro lê mal.
Bibliotecas ambulantes, comunitárias ou itinerantes, maletas de leituras, hora da
história... São algumas iniciativas contemporâneas para instigar a população, e
principalmente o público infantil, a ter contato e ser despertado para o prazer de ler.
Piaget (1977) afirma que, enquanto a ação constitui um conhecimento
autônomo, sua conceituação só é possível mediante as tomadas de consciência.
Para ler, não basta somente a ação, a interpretação exige graus diversos de
conceituação envolvendo a tomada de consciência. Para Piaget (ibid.), a tomada de
consciência não é uma iluminação, mas é regida por mecanismos funcionais,
regulações ativas que implicam em todos os níveis, graus de conceituação.
Complementa que essa tomada de consciência parte da periferia para o centro da
ação.
19

Na leitura, se os aspectos centrais da ação permanecem inconscientes, o


sujeito não conseguirá compreender o texto, dar sentido às palavras. Para alcançar
o como, ou o porquê da ação, que são os aspectos centrais, é preciso torná-los
conscientes.
Envolve, então, a leitura um alto grau de coordenações, na medida em que
compreender não consiste em uma tarefa fácil se o indivíduo não possuir estruturas
subjacentes que lhe possibilitem a compreensão. Segundo Piaget (1978, p. 176), o
fazer com êxito caracteriza-se por coordenações de ações, que por sua vez implica
compreender na ação para atingir o que se pretende realizar. Compreender é fazer
no pensamento, é “[...] dominar em pensamento as mesmas situações até poder
resolver os problemas por elas levantados” (p.176).
Resumindo, compreender implica ser capaz de representar as ações que o
sujeito deve realizar e, nesse nível, efetuar as operações; testar hipóteses, fazer
combinações das mais diversas formas, considerando os resultados obtidos.
Nem toda ação envolve compreensão. Piaget (1977) apresenta as relações
existentes entre a ação e compreensão. Existem ações, principalmente em crianças
até seis ou sete anos em média, que não dependem de compreensão, são um saber
autônomo, um fazer independente do compreender.
Em um segundo nível, as ações, no estágio das operações concretas,
dependem de sua adequada compreensão, pois, caso contrário, são casuais,
inconsequentes e caracterizadas por fracassos. Por fim, quando o sujeito atinge o
estágio das operações formais, é capaz de fazer conceituações de conceituações,
ou seja, operações efetuadas ao nível da reflexão. Assim, a leitura depende de
ações e de compreensão. O valor da experiência e do conhecimento de mundo se
amplia através da leitura.
Para Tereza Colomer a voz narrativa é um convite. Pode ser que o narrador
convide o leitor a:
- sentar e escutar;
- a ser seu confidente;
- a permanecer com ele fora da narração;
- a ver diretamente o ocorrido (o narrador se faz imperceptível).
Vimos, com esses estudos, um pouco da história da leitura, o que é ler e a
importância das ações do sujeito, nesse processo. Observamos a pluralidade
20

existente nas várias concepções sobre o ato de ler e que todas concordam que a
leitura é um ato em si, onde o indivíduo deve agir com responsabilidade.
Por sua vez, os modelos interacionistas enfatizam que a aprendizagem das
crianças ocorre na interação com seus pares e adultos na comunidade da qual
fazem parte; Entre esses integrantes, o professor desempenha um papel de
destaque. O processo de alfabetização é um instrumento sociocultural que, além de
ser adquirido socialmente, requer habilidades específicas. Para esses modelos, a
interação verbal é considerada a matriz de toda aprendizagem. Nele, a intervenção
docente em sala de aula é acentuada e seu desempenho é analisado de acordo com
as estratégias postas em jogo na interação verbal. Nesse grupo, destacam-se o
modelo de participação orientada), o modelo inicial de aprendizagem da leitura
(Borzone e Signorini, 2002) e o modelo da origem cultural da leitura.
Nessa perspectiva, a psicogênese da linguagem escrita, descrita por Emilia
Ferreiro e Ana Teberosky, 2 (2008) -, sustenta que crianças em processo de
alfabetização constroem hipóteses sobre o que a escrita representa. Em 2
Videoconferência, com o nome de A psicogênese da linguagem escrita e da didática,
apresentada pela Dra. Telma Weisz para o programa de formação continuada de
professores.
Nesse contexto, há um vaivém de ideias relacionadas à escrita, onde a
criança, na interação com o outro, tem a possibilidade de expor suas ideias, opor
seu pensamento, modificando suas hipóteses até atingir um nível convencional de
escrita. Isso não significa, como afirmam muitas interpretações errôneas, que a
criança aprende sozinha ou que constrói seu conhecimento apenas por estar
cercada por um mundo letrado, sendo o professor apenas um intervencionista no
processo (WEISZ, 2008).
Para os modelos apoiados nas correntes teóricas neovigotskyanas, a
intervenção pedagógica provoca avanços que não aconteceriam espontaneamente
sem a intervenção do professor. Assim, esses modelos reconhecem que as crianças
aprendem a partir de suas formas de interação com outras pessoas que já possuem
algum conhecimento sobre leitura e, portanto, o professor desempenha um papel de
destaque.
Partindo então do princípio integrador de ambos os modelos teóricos,
segundo o qual, o conhecimento é construído pelo aluno em situações de interação,
o professor precisaria de estratégias que ajudassem a compreender o que cada um
21

de seus alunos sabe e o que precisa desenvolver, para criar situações e


intervenções condizentes com o momento em que se encontra, facilitando assim o
progresso na aprendizagem.
Método, proposta e intervenção. Diferentes formas de abordagem do ensino
da literacia Consideramos importante descrever a distinção entre, por um lado,
método e proposta e, por outro, entre método e teoria, devido à utilização de novas
estratégias aninhadas em métodos clássicos enraizados na teorias clássicas.
Método deriva da palavra grega métodos, que por sua vez é composta da
preposição meta (em direção a, através, por, além) e pelo substantivo odos
(caminho). Ou seja, é definido como uma forma de dizer ou fazer algo em ordem).
Se a esse termo adicionarmos o adjetivo didático (do grego, adequado ou adequado
para o ensino), seria uma forma de proceder com fins didáticos.
É justamente a frase com ordem que confere rigidez ao sentido da palavra
metodologia, levando a comunidade educacional a limitar seu uso ou substituí-lo por
outro como o de proposta.
Tradicionalmente, os métodos de alfabetização deviam estabelecer uma
sequência fixa e pré-estabelecida de etapas que deviam ser necessariamente
respeitadas, sob o pressuposto de que a criança não era capaz de organizar o
conhecimento. Porém, se a expressão com ordem é entendida como ação
organizada -em oposição à ação anárquica- esta proposta é um método porque se
constitui por um conjunto de estratégias didáticas, organizadas em um processo
sistemático de ações, baseado em princípios de espinha dorsal e orientado por
objetivos pedagógicos claramente definidos.
Por sua vez, o termo proposta pedagógica refere-se a certa flexibilidade em
suas abordagens e em suas estratégias de ensino. O que não se modifica na
proposta são os objetivos e princípios que sustentam o desenho de situações de
aprendizagem, visto que constituem um fundamento psicogenético e linguístico.
O que está sujeito a modificações é a forma como esses princípios e objetivos
se refletem na prática escolar, uma vez que se adaptam aos interesses de cada
grupo de crianças, à criatividade do professor e à história da comunidade
educacional. Uma expressão comum na comunidade educacional é o método da
psicogênese, utilizado para se referir às estratégias de ensino de alfabetização a
partir das contribuições da psicologia genética para a aprendizagem escolar.
22

Quanto ao uso dessa expressão, é importante entender a diferença entre uma


teoria psicolinguística e um método didático. Uma teoria, como a psicolinguística, é
descritiva e explicativa, tenta dar conta de um processo da realidade, a partir de uma
determinada posição.
Por outro lado, “uma aplicação pedagógica geralmente provém de uma teoria,
que deve ser reformulada como uma teoria pedagógica, que também irá propor um
método didático, ou seja, um caminho a seguir, de caráter bastante descritivo
Por fim, é importante acrescentar que, no caso da alfabetização inicial, o
termo intervenção é utilizado em estudos que visam avaliar os efeitos de programas
com a implementação sistemática de atividades voltadas ao desenvolvimento de
habilidades cognitivas específicas.
No caso da alfabetização, o desenvolvimento e implantação de programas de
estímulo à habilidade de consciência fonológica, devido ao seu efeito favorável, vem
ganhando força como estratégia pedagógica que favorece o processo de
identificação de palavras escritas nos primeiros dois anos de escolaridade. Esta
intervenção não é em si um método, mas um complemento que pode preceder do
ponto de vista preventivo e depois acompanhar, no primeiro ano do Ensino
Fundamental, um método fônico sintético.
Assim, o ensino da alfabetização requer uma estratégia, metodologia ou
proposta pedagógica específica. Como afirma Paula, Mota e Soares (2005): “O
código escrito é uma forma de representação linguística que implica a capacidade
de compreender ideias e conceitos, e transmitir mensagens, possibilitando ao
indivíduo interagir com o mundo letrado em que está inserido mas que exige uma
instrução formal (ou não) para ser adquirida
Tal instrução, ocorre em um lugar específico: a escola. Tradicionalmente, é
possível identificar duas grandes categorias em relação aos métodos de ensino da
alfabetização: sintéticos e analíticos.
Nesse sentido, o o termo análise deriva do grego e significa decompor o todo
em suas partes. Ao contrário, o termo síntese, proveniente da mesma linguagem,
refere-se ao processo inverso, posterior, de recomposição das partes em um novo
todo.
Assim, métodos sintéticos como o grafêmico ou alfabético, o fonêmico ou
fonético e o silábico partem do ensino de pós-graduação das unidades mínimas da
língua (fonemas ou grafemas) para chegar a unidades maiores como a palavra e a
23

frase. Métodos analíticos, como Construtivista, Global ou Palavra Geradora, ao


contrário, partem de um todo para decompô-lo gradativamente em suas partes Além
disso, durante esse processo, as partes devem ser integradas novamente em um
todo para que o aprendizado seja alcançado. A seguir, detalharemos brevemente
em que consiste cada um dos métodos mencionados que caracterizaram a primeira
etapa da prática escolar, para posteriormente desenvolvermos as propostas mais
atuais.

1.2.2 Método Fônico e Alfabetização

Para que a criança aprenda normalmente, faz-se necessário que algumas


estruturas básicas estejam presentes e que interajam entre si. São elas: a estrutura
lógica; a estrutura emocional; - o corpo; - o organismo.
O método global e o fônico são os dois mais utilizados hoje no mundo. Aqui, o
método global é o utilizado pelo MEC. O método fônico resolve melhor e mais
rapidamente a alfabetização de nossas crianças. O método global começa dando o
texto para a criança. Assim, incentiva a criança a deduzir o sentido das palavras que
ela não conhece a partir das que ela conhece. Ela não está extraindo informação do
texto, mas da memória de longo prazo. Tudo bem até os 12 anos, quando a
complexidade do texto aumenta. Aquilo que ela sabe vai ser cada vez menos
suficiente. E essa criança entra em colapso, porque as professoras de Química, por
exemplo, precisam que as crianças extraiam informações exclusivamente do texto.

Método Fônico é pautado na estrutura fonológica das palavras. A


consciência fonológica é um dos quesitos indispensáveis à alfabetização.
Para eles a intervenção realizada pelo professor necessita desse fator pois
é necessário que haja o conhecimento por parte do aluno “[...] de que as
palavras constituem-se de pequenas unidades sonoras, denominadas
fonemas. Reforçando nossa colocação, a noção de fonema é um dos pilares
do sistema alfabético de escrita. Sãos os fonemas que se transformam em
letras”. (ZORZI; CAPELLINI, 2009, p. 152)

O movimento dos defensores do método fônico, ainda incipiente no Brasil,


conta com representantes renomados, como os especialistas nacionais e
estrangeiros.
24

É ensinado um número de correspondências entre letras e sons. Assim, o


aprendiz é levado a: - combinar letras para produzir sílabas; - combinar sílabas para
produzir palavras
Mas até chegar a isso, passará por todos os estágios da alfabetização, que
muitas vezes são pulados, o que pode também acarretar problemas emocionais.
Os estágios são o logográfico, o alfabético e o ortográfico.
No primeiro, a criança lê de maneira visual direta; a leitura depende da cor e
da forma do texto. No segundo estágio, a criança começa a codificar os sons, mas
escreve de forma irregular. Por exemplo, ela pode escrever “dedo” só com um d e
um o. Se você pedir para ela ler, ela não consegue, pois não codifica, mas está
começando a aprender que a escrita mapeia o som da fala. No terceiro estágio, a
criança começa a escrever como ela fala, e aí ocorrem erros de regularização grafo-
fonêmicas. A criança começa a escrever casa com “z”, pois está aplicando regras da
escrita por meio do som e é correto que ela faça isso. Logo em seguida, você dá as
regras gramaticais, pois agora ela já pode apreendê-las.
Para os autores que defendem o método fônico, a escolha do modelo
construtivista é uma opção ideológica, pois não se baseia em evidências científicas.

Em um passado já distante, a soletração; depois a silabação, ou a


palavração, a sentenciação, o método global... De forma mais abrangente, o
caminho da parte para o todo (da letra ou da sílaba à palavra, à sentença,
ao conto ou ao texto), isto é, o caminho em direção à síntese - os métodos
sintéticos; ou o caminho do todo para a parte (do conto ou texto à sentença, a
palavra, à sílaba, à letra). (ARAÚJO, 1996 p. 55)

Não há alfabetização sem método, como inadvertidamente, muito vêm


defendendo, numa concepção ingênua, pretensamente alicerçada em teorias
recentemente incorporadas à prática da alfabetização, de que é possível ensinar
alguma coisa sem método.

A discussão sobre métodos de alfabetização é hoje, difícil, porque se


apresenta sempre contaminada por duas questões. Em primeiro lugar, o
fato de que o quadro dos paradigmas conceituais tradicionais, como um
problema, sobretudo metodológico. tem levado a rejeição de esses
paradigmas que já não mais são aceitos. (SOARES, 2004 p. 93)

Durante séculos, a abordagem sintética considerou como sendo as letras a


fase mais simples, para o mais complexo, que seria o texto em si. Só se passava
para a fase seguinte se a anterior tivesse sido dominada
A consciência fonológica, segundo Soares (1999), é a percepção pela criança,
25

de que a língua é som. Essa consciência, que a criança tem quando começa
aprender a falar, se perde com o correr do tempo. Quando falamos, emitimos sons,
sílabas, fonemas, palavras: juntamos fonemas em sílabas, sílabas em palavras e
palavras em sentenças, mas não prestamos atenção nesses sons, prestamos
atenção no conteúdo do que estamos falando, nas ideias. O mesmo acontece
quando ouvimos: prestamos atenção no sentido, e não nos sons. A criança, vencida
a etapa inicial de aprender a emitir os sons da fala, também passa a prestar atenção
no sentido, não nos sons.
"Para que uma pessoa possa aprender a ler e escrever, há alguns saberes
que ela precisa atingir e algumas preocupações que ela deve realizar
conscientemente." (LEMLE, 1993 p. 07).
Após compreender o trabalho de representação da escrita, a criança precisa
entender a ideia de símbolo, entender que os 'risquinhos pretos' no papel
expressões simbólicas de sons da fala. Uma criança que ainda não consegue
compreender o que seja uma relação simbólica entre dois objetos não conseguirá
aprender a ler. explica que:

... no início do processo de aquisição da escrita, a criança depende muito do


desenvolvimento do componente léxico e fonológico. Do léxico,
principalmente, porque o elemento da escrita a ser trabalhado precisa ser
'reconhecido' de alguma forma pelo educando. Para a construção de
significados, é preciso haver elementos de compreensão da palavra. O
componente fonológico também é muito apoiado pelo desenvolvimento
léxico, O desenvolvimento das relações entre fonemas (linguagem oral) e
grafemas (representação escrita das unidades de som) é realizado com o
envolvimento do léxico, mas depende do conhecimento ortográfico.

Segundo Lemle (1993), o aluno deverá saber discriminar as formas das


letras, que são bastante semelhantes e precisam ser claramente distinguidas.
Deverá também discriminar os sons da fala, ouvindo as diferenças de cada som, de
modo que se possa selecionar a letra correta para simbolizar cada som. A criança
deverá ter consciência dos 'pedacinhos'.
O sistema de escrita da língua portuguesa utiliza vários tipos de letra, mas
não é totalmente alfabético, pois usa caracteres ideográficos como os sinais de
pontuação e os números. As letras, segundo Cagliari (1989, p. 117), têm uso
alfabético, isto é, cada letra corresponde a um segmento fonético. A relação entre as
letras e os sons da fala é bastante complicada, pois muitas vezes a escrita não se
faz espelho da fala. Em consequência disso, o aluno deve aprender no processo de
apropriação da grafia, as diversas relações entre a representação gráfica e a
26

unidade sonora (letra).


O sistema de signos da linguagem escrita representam as linguagem
falada,. Aos poucos esse elo intermediário (linguagem falada) desaparece e
a linguagem escrita transforma-se em um sistema de signos, identificando
diretamente as entidades reais e suas relações. (CAGLIARII, 1989, p. 101)

De acordo com Lebayert apud Capovilla (2000, p. 84):

(...) são importantes instrumentos que os profissionais podem usar para


melhorar as habilidades de leitura e escrita de seus educandos. É evidente
que, além das variáveis fonológicas, há outros fatores importantes para a
aquisição de leitura e escrita, tais como as condições da escola e os níveis
socioeconômico e educacional dos pais. Contudo, diferentemente de tais
variáveis sociológicas que não são acessíveis à manipulação, pode-se
efetivamente operar sobre a consciência fonológica.

A consciência fonológica faz parte do que se considera como conhecimento


metalinguístico, mais precisamente, uma forma de conhecimento ligado à
capacidade de o sujeito poder pensar sobre a linguagem e operar com ela em seus
distintos níveis: textual, pragmático, semântico, sintático e fonológico.
Segundo Zorzi (2003) a habilidade para lidar com as palavras no sentido de
segmentá-Ias em sílabas e fonemas é um aspecto crucial para se entender a
aquisição da escrita assim como suas dificuldades. Diferentes níveis de consciência
fonológica desenvolvem-se espontaneamente, independente do ensino formal da
língua escrita. Entretanto, os conhecimentos fonológicos mais elaborados têm sido
considerados como dependentes dos próprios avanços que a criança realiza em
termos da alfabetização.
Segundo Capovilla (2002) a relação entre grafemas e fonemas vai atuar no o
desenvolvimento da leitura, da escrita e da compreensão de texto por parte de
crianças da pré-escola à sexta série. Para o trabalho de consciência fonológica, há
dois tipos de instrução fônica:
 a sintética: onde os alunos são explicitamente ensinados a relacionar
as letras e os conjuntos de letras individuais (os grafemas simples e
compostos e os dígrafos) aos seus respectivos sons, a converter as letras em
sons e, então, a combinar os sons para formar palavras reconhecíveis;
 a analítica: associa letras específicas da palavra com seus respectivos,
sendo que eles só analisam as relações entre letras e sons de palavras que já
tenham aprendido anteriormente, de modo a evitar pronunciar sons fora da
27

palavra.
Ao contrário do que há muito tempo acreditava-se, a alfabetização não
restringe-se apenas ao primeiro ano do Ensino Fundamental. A criança aprende a
decodificar os símbolos e a grafá-Ios primeiramente. Depois, aprende a usar
corretamente a Língua Portuguesa, em todos os seus complexos aspectos. Porém,
a base deste trabalho deve ocorrer na primeira série, estruturando uma
aprendizagem que aprimorar-se-á ao longo dos quatro anos.
A essência da alfabetização, então, consiste em analisar o código alfabético,
identificar ou descobrir as relações entre os dois polos do código, as letras e os
sons. O ensino da fonologia, realça a relação entre sons e signos, imprescindíveis
para a alfabetização. Para desenvolver a consciência fonológica - isto é, a
capacidade metalinguística que permite refletir sobre a estrutura sonora das
palavras faladas, é necessário um trabalho pedagógico em práticas de atividades
como ler, compreender, falar e ouvir.
Através destas atividades diárias, as crianças terão oportunidade para
construir competências e habilidades para o desenvolvimento da consciência
fonológica. Quando a criança inicia possíveis relações entre a capacidade de
analisar os sons que compõem as palavras, ela descobre relações entre oral idade e
escrita, possibilitando a formação de hipóteses silábicas, na construção da escrita,
que tem como base um sistema alfabético.
A adoção de um método eficaz no processo de alfabetização já vem
ocorrendo no Brasil, o que se justifica pelos números apresentados no que tange à
alfabetização dos alunos nos anos iniciais nos anos iniciais do ensino fundamental.
Os estudos de Capovilla, conforme as leituras realizadas neste trabalho
demonstram a eficácia do método fônico no processo de alfabetização.
Conclui-se que o método fônico viabiliza às crianças em sala de aula muitas
possibilidades de aprender, contribuindo para que decifrem mais facilmente o
código alfabético, uma vez que o aluno deve aprender a decodificar e a codificar
fonemas e grafemas, e, por consequência ler qualquer palavra.
Pensar essas questões envolve uma reflexão que não se esgota neste
estudo, mas se multiplica e cria ressonâncias no contexto educacional.

A leitura requer um processamento visual da palavra escrita


(decodificação), seguido da compreensão de que estes símbolos podem ser
fragmentados em elementos fonológicos subjacentes e a partir disso, extrair
seu significado (DEUSCHLE; CECHELLA, 2009, p. 3)
28

Para ter sucesso na alfabetização é fundamental compreendermos que o


método nada significa se não definirmos muito bem os nossos objetivos
educacionais. Assim, ao modo de fazer as coisas, ou de como fazê-las, antecede a
intenção de fazê-las e a competência de quem as faz.
A alfabetização e letramento devem caminhar juntos, pois é muito pouco para
o exercício da plena cidadania apenas saber ler e escrever, decodificar as letras.
É preciso saber aplicar a escrita e a leitura no contextp social que a requeiram
com autonomia e criticidade. A Educação Infantil é apenas o início dessa formação,
e, como o que vem antes serve de base para o que vem depois
O ato de alfabetizar apresenta-se carregando de concepções empíricas e
individuais, onde se faz necessário refletir sobre o mesmo, já que alfabetização não
é um estado a que se chega, mas um processo, cujo início é anterior à escola e se
desenvolve durante a vida.

A alfabetização não é, pois um processo mecânico de mera correlação entre


dois sistemas de representação; de fato, é preciso considerá-la nesse
quadro em que a linguagem se concebe em seu caráter social e construtivo
dos sistemas de representação das relações da criança consigo mesmo,
com os outros e com o mundo. Isso, porém, não implica uma
desconsideração dos aspectos técnicos e manipulados da escrita
(CAGLIARI, 1989, p.22).

Percebe-se esta situação nas tentativas em que a criança demonstra


compreender os diferentes textos e ações que fazem parte do seu dia-a-dia.
A alfabetização vai além da expressão cultural, das tradições, ela vai em
busca de novas realidades, e acaba por transformar-se em cultura universal.
Sabe-se que a alfabetização é um processo gradativo, que traz ao contexto
atuais enormes preocupações quanto a pratica pedagógica, bem como a
metodologia aplicada em sala de aula.
Portanto, faz-se necessário dispensar maior atenção para esta fase tão
significativa do processo ensino-aprendizagem, bem como as consequências
causadas durante esta etapa na escola do educando.
Quanto à criança, sabe-se que todo o início da vida escolar é recheado de
expectativas, este é o momento crucial, decisório, na vida do futuro aprendiz. A
criança ao entrar para a escola, obrigatoriamente rompe com o padrão de vida livre,
e passa a ser responsabilizada por uma série de coisas, que deixa sensível.
29

Refletir com referência à alfabetização, é antes de qualquer coisa, rever a


prática pedagógica, já que toda prática, por certo se compromete com alguma
teoria, e vice-versa.
Nesse sentido, é preciso dar sentido à alfabetização, compreendê-la como
uma atividade cognitiva e conceitual, como processo que acontece na
interdiscursividade.
Entre tantas mudanças, o professor é chamado a renovar a sua postura
pedagógica, a fim de abandonar os resquícios de concepções ultrapassadas, e
adotar no seu discurso sua nova prática.
Para Vigotsky (1990), é através da atividade prática e nas interações que os
homens se estabelecem entre si e com e com o mundo vivido.
No processo ensino-aprendizagem na fase de alfabetização, ocorre uma
enorme gama de integrantes, ou seja, as habilidades inter e intrapessoais, a
disponibilidade permanente para autoestima e interesse que podem facilitar a
caminhada rumo ao saber ser.
A consciência fonêmica, ou seja, a capacidade de identificar unidades de
sons nas palavras, e a ideia de que sons específicos podem ser representados por
letras específicas. Uma vez que o aluno domina o princípio alfabético, ele reúne
condições de aprender as regras que, na Língua Portuguesa, estabelecem as
relações entre fonemas e grafemas, isto é, o código alfabético. É nisso que reside a
aprendizagem da decodificação. Para desenvolver consciência fonêmica, outras
competências se fazem necessárias, tais como: - consciência fonológica, isto é, a
capacidade de discriminar sons; - a familiaridade com livros e textos impressos, pois
a aprendizagem da leitura se dá por meio de letras, livros e textos impressos de
vária natureza; - a metalinguagem: o vocabulário adequado que permite conversar
sobre letras, sons, palavras, verbos, ou seja, conversar e pensar sobre a língua.
Portanto, a alfabetização não se inicia e não se esgota na descoberta ou
apropriação do código alfabético pelo aluno. Antes do início da alfabetização
propriamente dita, a preparação para a alfabetização se inicia e deve se iniciar no lar
e na pré-escola, onde houver por meio de atividades relevantes como as
mencionadas anteriormente.
O programa de ensino deve priorizar, mas não se limitar ao ensino da
decodificação. Além de aprender as regras de decodificar, o aluno precisa ser
levado a identificar as palavras automaticamente, adquirindo fluência na leitura.
30

1.3 ALFABETIZAÇÃO: LEITURA E ESCRITA EM QUESTÃO

O conceito de fonema é uma abstração – o fonema /b/ é o que resta quando


tiramos a vogal de sílabas como ba, be, bi, bo, bu. O fonema é a abstração do que
seria o som que sobra quanto retiramos a vogal que acompanha a consoante. Mas
essa abstração não se aprende por acaso, ou a partir do mero contato com textos
escritos.
Alfabetizar é construir a escrita, é organizar o modo de produção desse
instrumento sociocultural. É considerado como um processo que se estende por
toda a vida, amplo, profundo e contínuo, pois diz respeito à leitura do mundo, à
construção do saber e à compreensão da realidade. Para fins desse estudo,
considerar-se-á o processo de alfabetização no seu sentido restrito, como
habilidades básicas de leitura e escrita, capacitando o aluno a decodificar a escrita
de maneira compreensiva, a traduzir em sons as palavras escritas e as palavras
escritas em sons.
Devido a suspensão das aulas nas escolas desde o início da pandemia
ampliou-se o desafio da alfabetização, tanto pelas escolas e pais o que motivou uma
maior série de atividades criativas. Emilia Ferreiro, nos levou a repensar a
aprendizagem na ótica da linguagem escrita sob o viés da teoria e prática.
Todo o pedagogo sabe que a escrita não está apenas como proposta na
alfabetização nas escolas, mas os contextos permitem que os sujeito sociais atuem
como mediadores nas interações de aprendizagem, promovendo a apropriação
plena da linguagem escrita.
É evidente, que as crianças inseridas num ambiente em que a linguagem
escrita se faz presente, ao adentrar na escola, traz consigo a diferença entre de
concepção entre a leitura e a escrita. Dessa forma, a criança ao interagir a
linguagem escrita aos gêneros textuais acontecem nos grupos em que está inserida
passa a ter consciência disso.
A proposta de testes elaborados pela Emilia Ferreiro, assumem um caráter
lúdico, como proposta de diversos desafios para as crianças.
31

Nessa pandemia, toda atividade lúdica vai contribuir para o desenvolvimento


da linguagem oral e escrita pela criança.
Sabe-se que a criança aprende nas diversas modalidades de interações da
linguagem escrita, elaborando hipóteses, observando e interagindo com adultos que
leem e que estão escrevendo (tanto para a criança como também para si mesma) e,
assim, estão envoltas com representações textuais, seja de forma digital ou escrita.
Esses textos possibilitam relacionar com seu nome pelas sílabas ou palavras,
na histórias (literatura infantil) pelos livros infantis, entre outros.
São vários os ambientes favoráveis às aprendizagens infantis, que o
professor pode utilizar para que as crianças aprendam a ler e a escrever com o
desenvolvimento, de forma lúdica, criativas e prazerosas.
Na escola em turmas presenciais, a aprendizagem da leitura e da escrita
ocorre de forma mais criativa com um nível de significado maior do que outros
ambientes.
O professor, com o ensino remoto tem para si, o de manter esse conceito e
promover esse tipo de organização lúdica com as turmas fora da escola, porém,
pode-se propor aos pais criarem em casa um ambiente permeado de ludicidade.
Temos de buscar nas tecnologias digitais atividades que vão contribuir na
melhoria da qualidade do aluno no desenvolvimento e do ensino linguagem escrita,
estando o professor como principal mediador pela internet, diferentes plataformas
virtuais, acesso a vídeos de literatura infantil, dentre outras. Ou seja, são muitas as
alternativas para a interação com as crianças.

1.3.1 Letramento e Alfabetização

Se pudéssemos assumir isso, permanentemente, não haveria necessidade de


distinção, nós o chamaríamos [apenas] de alfabetização, como fazíamos no
passado. No entanto, reconhecendo que essa não é a nossa realidade, é preciso
distinguir letramento de letramento, pelo menos em termos técnicos.
É o que nos alerta Magda Soares (2004), ressaltando o quanto o surgimento
e as discussões sobre o letramento ampliaram, sim, o conceito multifacetado de
letramento, mas que uma distinção entre os dois é necessária, principalmente em
países onde a questão da alfabetização não era. degradado. Assim, de forma
introdutória e simplificada, pude definir a alfabetização como a aprendizagem técnica
32

do código escrito e a alfabetização como o uso da experiência da leitura e da escrita


para se comunicar na prática social. Sem, com isso, perder o horizonte de trabalhar
sobre eles simultaneame
Já a alfabetização constitui uma atividade interdiscursiva de apropriação de
diferentes linguagens produzidas culturalmente. Entre eles está a escrita como um
artefato presente em todas as atividades das sociedades jurídicas.
Alfabetizar é ensinar o segredo do código alfabético. É ensinar a ler e
escrever. No entanto, algo que parece tão simples tem sido objeto de muita
controvérsia. Portanto, é importante refletir sobre os conceitos de alfabetização. A
própria definição de letramento deve ser esclarecida, pois diversos estudos têm
constatado que esse termo não é suficiente para definir e abranger todos os
processos que estiveram envolvidos na aquisição da leitura e da escrita, surgindo
assim "um novo termo, o letramento" (Soares, 1998, p. 56).
Os estudos sobre letramento passaram por diferentes concepções em sua
trajetória histórica, sendo que, na primeira metade do século XX, o campo da
pesquisa e do discurso acadêmico voltava-se para a questão do ensino, priorizando
os métodos de pesquisa em letramento com o embasamento teórico centrado. em
Psicologia, especialmente em Associacionismo.
Naquela época, de modo geral, a preocupação girava em torno de pelo
menos dois métodos distintos, com duas formas distintas de pensar a alfabetização:
os métodos sintéticos (que faziam questão da correspondência entre a linguagem
oral e a escrita e que esta deveria partir de elementos mínimos, “os letras "ou"
fonemas "no caso do método fonético, para os mais antigos," sílabas / palavras /
frases ", como no caso do método alfabético) e os métodos analíticos (em que a
leitura é entendida como um" global ato "e" ideovisual ", que, portanto, deve começar
com unidades significativas para a criança, deixando partir de tudo para o elemento
menor).
Paralelamente a estos métodos y tratando de utilizar lo que sería mejor para
los dos, se ha propuesto aún el llamado método "misto" o "global”.
Segundo Silva (2004), na década de 1960, a questão da alfabetização
começou a ser estudada desde o fracasso escolar. A ideologia do déficit é
amplamente difundida, atribuindo uma desvantagem aos alunos das classes
populares, uma vez que o ambiente em que viviam não lhes oferecia condições
33

ideais para o pleno desenvolvimento e a escola teria a função de compensar essa


deficiência.
Na segunda metade do século XX, intensifica-se o esforço para compreender
os processos de aquisição da leitura e da escrita. Ferreiro e Teberosky, a partir da
teoria de Piaget, desenvolvem seus estudos buscando descobrir o sujeito
cognoscente, ou seja, "o sujeito que busca adquirir conhecimentos [...] que busca
ativamente compreender o mundo que o cerca e tenta solucionar o problemas.
questões que este mundo provoca ”(1999, p. 29) e publicam os resultados no
trabalho:“ Os sistemas de escrita no desenvolvimento da criança ”traduzido para o
português como Psicogênese da língua escrita.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky, em suas pesquisas, afirmam que é da maior
importância que o professor, principalmente da série inicial, tenha um maior
conhecimento da psicogênese da linguagem escrita para compreender a forma e o
processo pelo qual um criança aprende a ler e escrever, a detectar e compreender
os erros construtivos característicos das fases em que se encontra, e a saber
desafiar seus alunos, levando-os ao conflito cognitivo, ou seja, obrigando a criança a
modificar seus esquemas assimila -dores versus um objeto de conhecimento não
assimilável.

1.3.2 Linguagem Escrita

A importância da língua escrita na comunicação é o ponto fundamental desta


pesquisa, que visa responder o seguinte problema: Quais as principais dificuldades
encontradas pelos educandos em expressarem-se através da língua escrita? Tal
pergunta é pertinente, uma vez que nas salas de aulas percebe-se a objeção dos
alunos em expor suas ideias; usar corretamente as pontuações; organizar
parágrafos; fugir do tema proposto; realizar a concordância das palavras em gênero
e numero verbo e sujeito; repetições desnecessárias através dos pronomes e
sinônimos. Espera-se da escola a pretensão de formar leitores e produtores de
texto, permitindo com mais frequência o exercício dessas atividades. Entre os
inúmeros objetivos decorrentes da problemática de pesquisa, optou-se em verificar
os tipos de textos que os alunos gostam e tem facilidade em escrever, bem como as
principais dificuldades apontadas pelos professores ao incitar a escrita.
34

Sabe-se que a linguagem é uma herança social, pois envolve indivíduos e faz
com que todas as suas estruturas sejam reguladas pelo seu simbolismo. Seu
principal objetivo é a comunicação com um outro, pois a língua é um produto
humano e social que articula as experiências comuns aos de determinada
comunidade lingüística.

Na concepção tradicional, a escrita constitui o modelo normativo que se


precisa aprender a seguir. A gramática é oracional, prescritiva e se baseia
exclusivamente no código escrito. A língua se apresenta como monolítica e
neutra, dispensando as diferentes variedades dialetais e também os
registros (CASSANY, 1999, p.41).

A comunicação entre os membros de uma sociedade se expressa como um


processo de construção de significados, fazendo com que o indivíduo interaja
socialmente utilizando a língua como instrumento que o define como pessoa entre
pessoas, não pode ser separada do seu contexto social.
Não é fácil enumerar todos os motivos pelos quais se escreve, pois tantos são
eles. Eis alguns: escreve-se para dar ordens, avisar alguém, reclamar, receitar,
advertir, tirar uma boa nota, pedir socorro, para não esquecer, para dizer um pouco
de tudo que se sente num diário, para contar uma história e por muitas outras
razões.
A escrita atravessa o tempo: pode-se saber hoje o que foi escrito há milhares
de anos, há cinquenta anos, há quatro anos, há dois dias, ontem e até o que foi
escrito alguns minutos atrás. Se alguém guardar bem a folha de caderno seus
descendentes poderão saber o que estava escrito quando tinham a idade dele. Já a
fala... essa vai mesmo com o vento! Sabe-se com certeza o que os gregos
escreveram 500 anos antes de Cristo, mas tudo o que se sabe sobre os que falavam
é no dia-a-dia, aquilo que os roteiristas de Hollywood mostram nos filmes históricos!
É importante esclarecer que a norma culta não é nem melhor nem pior que a
fala de todos os dias. Ela é simplesmente uma convenção que se estabeleceu ao
longo dos séculos por todo um sistema de comunicação da escrita que se sustente
pelo controle social e se produz pelo aprendizado sistemático nas instituições
escolares.
Uma língua não é apenas um conjunto de sinais neutros trocados entre um
emissor e um receptor. Na verdade, o conjunto de sinais - conjunto de sons, no caso
de fala ou de letras, no caso da escrita - é apenas o ponto de partida para o que
35

realmente importa e o que realmente significa - a intenção de alguém que fala ou


daquele que escreve.
Quando alguém diz, por exemplo, “a casa caiu”, um conjunto de sons mais ou
menos como a “a kaza kaiu”, esses sons só significam alguma coisa quando
entende-se a intenção de quem fala, isto é, o que a pessoa quer dizer quando diz “a
casa caiu”. Pode ser um pedido de socorro, pode ser uma simples informação, pode
ser um exagero, pode ser uma casa feita de cartas de baralho, numa brincadeira de
crianças, pode ser um pedido de empréstimo no banco para construir uma casa,
pode ser uma desculpa pelo atraso ao encontro, pode ser uma mentira... É preciso
conhecer o contexto para saber do que está se falando.
Enfim, as palavras só ganham significado no momento em que acontecem.
Só então se consegue sair do “sinal de código” do “valor de dicionário”, para a vida
real do significado.
E o ato de falar ou de escrever revela muito mais do que simplesmente foi dito
ou escrito. Por exemplo: pela fala das pessoas pode-se saber imediatamente de
onde elas são (do Rio de Janeiro ou da Bahia), se são pobres, ricas ou remediadas,
se frequentam escola ou não, se leem livros e revistas ou se nunca leram nada, até
mesmo qual a atividade profissional delas, mesmo que o que elas estejam dizendo
não tenha nenhuma relação com esses dados.
Para Bagno (2000, p.16), quando alguém diz, por exemplo: “Nóis vai assisti o
jogo agora”, não só se recebe a informação de que as pessoas vão assistir a um
jogo nesse momento, mas também o fato de que a pessoa fala uma variedade da
língua portuguesa não – padrão, que provavelmente não teve a oportunidade de
freqüentar a escola por mais tempo, que muito provavelmente pertence à camada
mais pobre da população e aí as informações “secretas” se desdobram: mora na
periferia da cidade, é um trabalhador não–especializado, etc. Observe que é levado
em consideração toda essa informação implícita quando se prossegue a conversa. E
o que “diz” tudo isso na sentença acima? Unicamente um sinal: o conjunto “nóis vai“.
Porque o “nóis”, por si só, é de largo uso em todas as faixas da população, pobres
ou ricas; o corte do “r” de assistir é praticamente universal no português do Brasil; o
uso desse verbo sem preposição “assistir o jogo e não assistir ao jogo“, como
exigem as gramáticas normativas também já está disseminado pelo país afora. Mas
o “nóis vai” é uma forma não–padrão estigmatizada. Isto é, alguns “erros“ podem ser
ditos sem problema, outros, em hipótese alguma.
36

Em geral, tende-se a identificar o correto como a forma que mais se aproxima


do sistema da escrita. Esse é um dos motores do poder da escrita na história dos
povos modernos. Como a escrita é mais homogênea, estabelecida, vigiada e
controlada pelos meios da comunicação e pela máquina educacional, é quase
irresistível a tendência a vigiar também a fala das pessoas. Mas há um detalhe:
quando se diz que alguém não sabe, por exemplo, que o Everest é a montanha mais
alta do mundo, trata-se apenas de um detalhe sem importância, uma questão de
decoreba. Mas quando se diz que alguém “fala errado“, quer dizer que esse alguém
“não sabe falar“, como se a fala fosse única. Dizer que a pessoa “fala errado” é
também dizer que a pessoa “é errada” ...
Como rigorosamente ninguém fala como escreve, todos são “errados”? É
obvio que não! Significa apenas que a escrita é uma modalidade muito especifica da
língua e pode conviver pacificamente com toda a riqueza e a diversidade da
linguagem oral de todos os dias e de todas as regiões do país. Bem, se no Brasil as
pessoas em geral se sentem um tanto inseguras com relação à língua, sempre
achando que são “erradas”, em outros países a situação não é muito diferente.
Uma distinção bastante importante entre a fala e a escrita é a do vocabulário.
Quando alguém fala, dispõe de todo o vocabulário que a memória consegue
guardar, em torno de 3000 palavras. Mas a língua é claro, dispõe de muito mais
palavras, no caso do português, cerca de 400000! Como ninguém tem tanta
memória assim, esse arsenal de palavras está armazenado nos dicionários, por
escrito, para não esquecer!
Esta é uma típica distinção entre as línguas que dispõem de um sistema de
escrita e as que sobrevivem apenas pela oralidade. E é uma distinção que está
relacionada diretamente com o processo civilizatório. Isto é, cada vez há um invento
novo, um avião, por exemplo, cria-se junto com ele uma centena de palavras novas
para designar objetos que não existiam antes.
Qual o significado de palavras como: “virabrequim”, “carburador”, “platinado”
para uma tribo de índios que nunca viu um carro na vida? Nenhum! Em
compensação, um índio é capaz de dar 300 nomes diferentes para aquilo que para
alguns não passa de “mato” ou “planta”.
Isso não quer dizer que uma língua seja melhor que outra, significa apenas
que as línguas que têm um sistema de escrita têm mais palavras que as outras. O
latim, a poderosa língua do Império Romano que tomou conta de boa parte da
37

Europa, em sua origem nada mais era do que uma espécie de dialeto caipira,
exclusivamente oral, falada por meia-dúzia de gatos-pingados da região do Lácio, na
Itália. E o português, hoje uma das dez línguas mais faladas no mundo, começou
humildemente como um dialeto de camponeses da Galícia.
O vocabulário tem uma importância especial na escrita pelo fato que, na
ausência do interlocutor, as palavras devem ser muito mais precisas, de modo a
evitar duplos-sentidos ou ambiguidades.
De acordo com Koch; Travaglia (1991, p. 56), a produção de textos englobaria
não só o ensino de redação, mas também o de expressão oral. O trabalho com a
compreensão de textos ampliaria o trabalho de leitura, incluindo o trabalho de
compreensão de textos orais. O ensino de vocabulário apareceria como fundamental
tanto para a produção quanto para a compreensão de textos.
Na produção de textos escritos, o vocabulário da oralidade, ótimo para
conversar, revela-se quase sempre insuficiente ou inadequado para resolver as
exigências de sínteses e de clareza da escrita.
Na leitura de textos escritos, com muita freqüência encontram-se palavras de
pouco ou de nenhum uso da oralidade, se não conhecidas, o acesso à informação
fica prejudicado.
Imagina-se uma pessoa na fila do ônibus e, sem querer, ouve o seguinte
diálogo:

Como é, foi lá? Fui. E daí? Falou com ele? Ele não tava. Mas o outro
atendeu. O que foi que te disse? Que faltava aquela folha. Aquela que você
disse que nem precisava. Aquela? Ih... Então você vai ter mesmo que falar
com ela. Mas ela perdeu. Ela disse pra ele. E perdeu onde? Lá mesmo, eu
acho. Quem é que iria querer roubar aquilo? (FARACO; TEZZA, 1999, p.
33).

Naturalmente não se entendeu nada dessa conversa. Tanto podem ser dois
perigosos contrabandistas falando em código, quanto dois inocentes estudantes
comentando de uma página perdida de um trabalho escolar.
Entretanto, é obvio que as duas pessoas que conversam sabem exatamente
do que estão falando. Isso porque, na linguagem oral, grande parte das informações
não precisam ser expressas.
Assim, falar é também “encurtar caminho”.
38

A aprendizagem da língua que tanto desafia os estudiosos tem pelo menos


um aspecto indiscutível; fala-se porque se ouve, e, é claro, se fala a Língua
Portuguesa porque os pais falam português, assim como as crianças suecas falam
sueco porque os pais dela falam sueco!
Simplesmente ouvindo, todos os recém-nascidos do mundo são verdadeiros
gênios da língua. Ouvindo o pouco que os adultos falam em volta, em nenhuma
explicação gramatical ou aulas de cópia, criancinhas de dois anos já são verdadeiras
enciclopédias, sendo capazes de produzir um número infinito de sentenças.
E aprende-se a língua de uma maneira tão sólida, que se chega a botar ordem no
que é desordenado. Os chamados erros infantis são, na verdade, uma organização
gramatical.
Quando uma criança diz, em vez de quando eu for grande, quando eu ser
grande, mesmo sem jamais ter ouvido um adulto falar assim, ela está regularizando
a forma verbal, de acordo com o sistema dos verbos regulares.
E é claro que, junto com os sons e as formas das palavras que se ouve,
recebem-se também informações, opiniões, pontos de vista, avaliações, etc.
Forma-se na interação diária com os outros, aquilo que se chama consciência
individual - a língua, o sotaque, a opinião, o jeito de ver e de entender o mundo.
Concorda-se com esse, discorda-se daquele, reparte-se informações e opiniões com
a comunidade em que se vive.
Em síntese, falar e escrever é recortar o texto a essa linguagem, o mundo de
outros textos e outras línguas.
Assim, as palavras dos outros já estão presentes nas pessoas desde o
momento do nascimento.
Na linguagem oral, representa o tempo todo a fala dos outros. Observa-se
ouvindo um papo na cantina, quantas vezes usa-se expressão como ele disse, ele
falou, o professor reclamou, o presidente assinou, etc.
A presença de outros é tão forte na vida de todos que, fica difícil pensar num
texto em que não se faça referência a alguém. Às vezes isso é muito chato, mas na
verdade é que sem os outros ninguém existe!

Ao aprender a escrever, a criança formas de linguagem, processos de


escrita e usos da linguagem escrita. É de se supor, portanto, que quanto
maior a vivência com o material escrito, tanto maior a facilidade em
compreender os usos da linguagem escrita. Quanto mais a criança partilha
39

de atos de leitura e de atos de escrita, mais fácil será para ela interpretar a
aprendizagem da leitura e da escrita. Ela descobre usos significativos da
escrita partindo de seus esquemas de assimilação, construindo pontes das
atividades familiares com a linguagem escrita.

Na maioria das escolas, a escrita é ensinada como habilidade motora, como a


aquisição de registrar sons e letras e não com uma atividade cultural complexa.
A escrita se objetiva em textos que, por sua vez, constituem totalidades
comunicacionais (simples ou complexas). O texto elaborado passa a ser, numa
totalidade comunicacional, a relação sujeito-objeto. Escrever, pois, não é apenas
produzir um texto, mas nele trazer uma leitura do contexto.
Hubner (1996 p.36-37) relacionou algumas estratégias e atividades para
estimular os alunos a escreverem textos, resumidas da seguinte forma:
 estimular os alunos a escreverem textos, como se estivessem vivendo
uma situação de comunicação real, com objetivos bem definidos e para
diferentes leitores. Esta prática é muito importante mesmo quando os alunos
ainda não sabem escrever textos;
 propor que os alunos escrevam textos coletivamente, partindo de
alguns pontos de interesse (leituras, situações vividas, histórias trazidas da
comunidade onde eles vivem, etc.). Isto pode ser feito em duplas, pequenos
grupos ou a classe toda com a professora;
 propor projetos de escrita, por exemplo, um jornal ou um mural
semanal/mensal, livros de receita, de instruções de jogos, ou outros tipos de
livros, que podem também envolver as demais áreas;
 propor que os alunos reescrevam o texto coletivamente, a partir de
conversas sobre a estrutura, completando ideias, reorganizando-as,
modificando palavras e conectivos próprios da fala oral, cortando repetições,
etc;
 dividir os alunos em pequenos grupos e ajudá-los a avaliar os textos
que eles mesmos produziram. Ajudá-los a perceber os erros que existem nos
textos, os trechos confusos, se o texto está coeso, etc. Uma vez que eles
tenham feito esta avaliação, propor que eles reescrevam o texto;
 apresentar para os alunos o texto de uma história infantil (ou apenas
um trecho contextualizado). Desenvolver atividades de leitura com o texto e,
depois disso propor a eles que reescrevam a história com pequenas
40

alterações: eles podem mudar o final acrescentar à história personagens que


eles conheçam;
 também a partir do texto de uma história infantil, propor a eles que
recontem a história, mas em um gênero diferente. Por exemplo, propor que
eles criem uma história em quadrinhos a partir da leitura de um conto de
fadas, escrever uma história com base em uma poesia, etc.;
 planejar um texto que vai ser escrito em pequenos grupos, a partir da
análise da estrutura de um texto parecido com o que vai ser escrito. Por
exemplo, uma carta para um amigo querido, uma receita, uma poesia, uma
história de aventuras, etc.
Há muito que se fazer em relação à produção de textos escritos, mas com a
melhor boa vontade do professor e da escola, com mais criatividade, certamente
haverá uma renovação na prática de produção escrita e certamente haverá um
consenso entre professor e aluno de que o texto escrito pode ser desenvolvido com
prazer, criatividade e imaginação, quanto à criatividade, os alunos possuem, cabe ao
professor despertá-la, pois só se escreve a partir da criatividade, da espontaneidade,
da liberdade e de diferentes tipos de leitura, a tarefa do professor consiste em
fornecer a seus alunos os meios de trabalhar o raciocínio, de estimular o espírito de
observação dos fatos e a criar ideias, ensinar a pensar.
Na maioria das escolas, não se produzem textos como se deseja, onde o
aluno possa realmente expor seus sentimentos, sua liberdade. O que ocorre de fato
é a simulação da escrita, pois o aluno se obriga a mostrar ao professor que sabe
escrever. E, acaba fazendo isso sem nenhuma motivação, sem muito pensar, de
qualquer jeito, pois sabe que está sendo julgado, testado e às vezes até mesmo
competindo.
Tudo isso acontece porque simplesmente muitos professores não percebem
que o hoje ser vivido; acabam preocupando-se somente com o futuro vestibular.

1.4 AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM: LEITURA E ESCRITA

Para que seja possível uma prática pedagógica competente e socialmente


comprometida, levando em consideração os contrastes do país onde vivemos, é
41

necessário ter-se uma visão bem clara sobre a escola bem como o tipo de aluno que
se pretende formar.
Os recentes estudos sobre alfabetização têm procurado evidenciar alguns
problemas como o fato de que mesmo tendo surgido novas propostas de trabalho
para o ensino da leitura e da escrita ainda estamos longe de possuirmos um ensino
moderno, justo e democrático. Outra questão é a falta de segurança de nossos
professores em sala de aula, pois, perdem-se em meio a propostas metodológicas
mal compreendidas.
Os seres humanos, ao contrário de outras espécies, são dotados de uma
expressividade típica e que possibilita uma interação com o meio. Sendo que a
maior expressão dessa interação é a própria linguagem. Esse notável conjunto de
recursos expressivos surge do convívio entre muitos povos através dos tempos e se
estabeleceu por meio de normas e convenções revelando-se primordialmente como
mediadora na interação social.
Segundo Rizzatti (2002, p.. 25), “[...] o nascimento da linguagem se relaciona
a vontade de realização de uma atividade”. É através desse vinculo que são
transmitidas ideias, convicções que permita ao homem representar uma visão de
mundo, de realidade. Por esse motivo, a escola deve estar mais preocupada com o
ensino da linguagem, já que estamos rodeados de signos que fazem parte do nosso
dia-a-dia e que indicam determinada ideia, convicção pessoal.
Ainda se pensa que ensinar a criança a falar na escola é ensinar-lhe uma fala
na escola bonita, correta, da maneira como se escreve e se baseando na linguagem
materna.
Numa língua existem valores sonoros diferentes para cada símbolo alfabético,
que são as variações linguísticas. A maior parte dos problemas ligados à escrita e a
fala estão ligados a esta questão.
A linguagem possui várias funções que vão além de apenas comunicação.
Conforme a linguagem utilizada pode se manter relações de poder em outras,
“camuflar” uma situação ou até mesmo ofender, ou seja:

A convencionalidade da linguagem não só rege as relações entre os signos


linguísticos e o mundo, mas está presa também a valores sociais,
econômicos, ideológicos, políticos e religiosos. Dependendo de contextos
desse tipo o próprio sentido literal das palavras muda (CAGLIARI, 1993, p.
80,81).
42

1.5 A NECESSIDADE DE UMA PREPARAÇÃO PARA A ALFABETIZAÇÃO

Por muito tempo concebeu-se a criança como um ser passivo. Acreditava-se


que o conhecimento era adquirido pela absorção do meio.
Com relação às práticas de escrita, elas se voltaram nesta perspectiva para o
desenvolvimento da prontidão, no caso das crianças que ainda não escreviam. Essa
prontidão seria alcançada por meio da exercitação das habilidades percepto-
motoras, atendendo ao pressuposto de que o domínio prévio dessas habilidades
garantiria a aquisição da escrita.
Para as crianças que já sabiam escrever, os recursos utilizados eram cópias
de letras e palavras isoladas, cujos significados as crianças ignoram e as redações
com temas aprisionados, apresentando grande preocupação com a gramática e
ortografia.
No que diz respeito às práticas de leitura, as estratégias mais usadas eram
ainda e são as cartilhas e os livros didáticos. A ênfase, neste caso, recai na
sonorização da escrita (sinais gráficos em sonoros) onde a criança vai a duras
penas identificando cada palavra escrita sem conseguir, no entanto, atribuir-lhes
significados.
Contrariamente à anterior, a Teoria Interacionista Construtivista, que tem em
Piaget seu principal representante, concebe a criança como um ser ativo, inteligente,
que constrói o seu conhecimento com base na interação com o ambiente. Por
intermédio dos processos mentais de assimilação e acomodação, o sujeito vai se
modificando para se adaptar ao meio.
Ferrero e Teberosky, com base na psicogênese do conhecimento elaboram
uma psicogênese da escrita. Tomando como base a escrita como objeto do
conhecimento, elas observam que, na sua interação com esse objeto, a criança vai
desenvolvendo hipóteses cada vez mais avançadas sobre a escrita.
A Teoria sóciointeracionista difere das duas anteriores. A criança, para
Vygotsky, é sujeito social criador e recriador de cultura. Baseado na construção de
uma epistemologia sóciogenética.
A concepção da linguagem como fonte de conhecimento traz para a prática a
noção de que a produção escrita não alienada é aquela que materializa a
consciência do escritor.
43

Tem-se uma imagem empobrecida da língua escrita e da criança que


aprende: [...] a reduzimos a um par de olhos, uma mão que pega um
instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso
há um suspeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói
interpretações, que age sobre o real para fazê-lo seu" (FERRERO, 1985, p.
14).

Sempre ocorre no processo evolutivo uma revolução conceitual. Torna-se


imprescindível fazê-la a respeito à concepção de criança, de escola e de
alfabetização. Faz-se urgente ressignificar o lugar da infância, da instituição escolar
e da leitura e da escrita na sociedade.
Saber ler e escrever o próprio nome ou um bilhete simples e a consideração
de ser alfabetizado
Ler e escrever o seu próprio nome ou um bilhete simples é muito pouco em
uma sociedade letrada como a nossa. Precisa-se ir mais além.
A sociedade mudou muito e hoje esse conceito de alfabetização não atende
mais às necessidades da sociedade atual.
O cidadão que sabe ler é aquele que consegue dar sentido ao material a
quem tem acesso. Ler não significa apenas decifrar a palavra escrita. Estamos lendo
o mundo o tempo todo.
A leitura tem uma relação direta com a história de vida de cada pessoa. Por
isso, a leitura que duas ou mais pessoas fazem de um determinado texto, nunca é
igual, nunca é homogênea.

1.6 POR UMA NOVA CULTURA DOCENTE

O mundo em que vivemos atravessa uma época de perplexidades com a


mudança de paradigmas em todos os campos do conhecimento humano. Nos alerta
o clube de Roma através dos estudos de Adam Schaff (1995).
Notamos a preocupação com o aspecto de evolução tecnológica,
sobrepujada pela preocupação maior com os efeitos sociais, que se originam desta
evolução e revolução. Presenciamos uma sociedade conturbada e preocupada cada
vez mais com as incertezas que geram inquietude em todos os campos do
conhecimento humano.
44

Correndo o risco de cair em um reducionismo que pode prejudicar a


compreensão do todo de sua obra, podemos resumir muitas das citações de
Giddens, quando analisa as consequências da pós-modernidade, como
esclarecedoras de parte do panorama que desejamos compreender, quando lemos
na junção de diversos excertos:

(...)Esta mudança é considerada de uma rapidez extrema e de escopo


global. A modernidade envolve a institucionalização da dúvida, é
globalizante e vive-se em um mundo em que a presença e a ausência se
combinam de formas historicamente novas, ocorrendo em um pano de
fundo perturbador e de riscos de alta conseqüência e exige novos
relacionamentos de confiança nos encontros sem rosto, característico dos
processos à distância (GIDDENS,1991, p.132).

O ambiente pós-moderno apresenta um cenário com vocação informática e


informacional no qual, segundo Lyotard (1998, p. 56) “(...) se descobre a informação
como a fonte de todas as fontes”, um conjunto de mensagens possível de ser
traduzido em quantidades (bits) de informação, fato este antevisto por Negroponte
(1995), ao analisar a vida digital. Neste contexto aumentará nos próximos anos a
demanda de experts em todas as disciplinas relacionadas com a telemática,
estabelecidas como prioritárias na formação dos professores. O aspecto de
reciclagem permanente deve atingir todos os adultos ativos ou esperando sê-los em
função de suas novas competências e de sua promoção.
Os conhecimentos traduzíveis em linguagem informática, não apresentam
como indispensável a presença do professor diante de estudantes mudos, sendo o
tempo para perguntas transferido para secções de “trabalhos”, dirigidas por
assistentes.
Proliferam em escala crescente os cursos disponibilizados na Internet e o
processo de melhoria de comunicação e cooperação entre culturas diferentes, em
um ambiente que se define como “comunidades colaborativas de informação”, onde
podemos antever os processos de inteligência coletiva preconizada por Lévy (1998,
p. 66), postos em prática constante e ainda não muito bem observados.
A necessidade da transformação da informação, cada vez mais vista, em
conhecimento útil e em boas decisões, torna-se um dos fatores principais do
sucesso das mais diferenciadas organizações. O conhecimento toma lugar do
capital como força motriz das empresas em todo o mundo, sendo muito fácil
45

confundir dados com conhecimento e tecnologia da informação com informação


(CASTELLS, 1999, p. 86).
A proliferação de ideias atingirá as mais remotas partes do mundo
estabelecendo novas relações de confiança na sociedade, como aquelas estudadas
por Giddens (1991, p. 37), onde se passa a creditar mais na palavra dada. As
comunicações escritas via e-mail passam a criar uma geração mais preparada para
escrita e leitura, exigindo maiores cuidados na intercomunicação pessoal, onde a
necessidade de entender o outro, passa a ser prioritária como bem colocado por
Moran (1995, p. 93), quando estabelece as dimensões da comunicação real, como
aquela “(...) na qual os parceiros estão abertos e querem trocar ideias, vivências,
experiências, das quais ambos saiam enriquecidos”.
Grande parte da literatura predominante nos meios acadêmicos compreende
a situação de mudança que está ocorrendo no mercado em termos de organização
formal e que, esta mudança, exige novos posicionamentos das instituições de
ensino e de seus professores.
Estes relatos não buscam endeusar a tecnocracia, rendendo-se a seu
imperativo, nem considerar sua adoção como uma panaceia universal. Pretende-se
alertar a consciência que refute a exclusão social, característica na tecnologia,
preparando o corpo docente para sua utilização em um enfoque crítico e humanista,
sem o qual corremos o risco de presenciar a barbárie high-tech tomar conta dos
ambientes educacionais e sociais.
Frente a este programa, notamos que se elege o professor como elemento
fundamental, que pode favorecer as mudanças necessárias, pelas suas
características condições de dar à prática pedagógica, os contornos necessários
para se atingir, mesmo em uma época de crises na qual ele mesmo está envolvido,
os condicionantes históricos, culturais e sociais necessários.
O professor, principal ator de muitas decisões universitárias, passa a ser
considerado a solução para todos os problemas, acarretados pela necessidade de
formação de um novo profissional, sem ele mesmo ter a oportunidade de atualização
necessária e as condições financeiras mínimas para sua exequibilidade.
Devemos inicialmente reconhecer que, muitos de nossos professores
trabalham ainda na perspectiva de reprodução do conhecimento, como o fizeram
seus mestres e os mestres de seus mestres e que, principalmente, esta é uma
atitude estimulada pelos seus alunos, preparados apenas para receber os
46

ensinamentos, sem questionamentos ou incentivos para aprendê-lo pela pesquisa,


tendo o seu professor em uma nova atitude de orientador.
É certos que, muitos destes professores, apresentam um elevado fator
resistência e o medo ou desconhecimento de como podem ser alteradas, de forma
benéfica para a qualidade da educação, as relações de poder hoje vigentes nas
salas de aula tradicionais.
Constata-se então que a mudança necessária passa não apenas pela
alfabetização tecnológica do corpo docente das instituições de ensino, exigindo
atitudes que façam os professores compreenderem a mudança e adotarem novas
formas de ação em sua prática docente.
Ao revelar a escola de seus sonhos Libâneo (1998) nos diz que (...) ser
aquela que assegura a todos, formação cultural e científica para as vidas pessoais,
profissionais e cidadã, possibilitando umas relações autônomas, críticas e
construtivas.
Presenciamos muitos educadores idealizarem uma nova escola, a escola de
seus sonhos, revelando as utopias que habitam no pensamento daqueles que
desejam uma educação de qualidade para a nossa sociedade.
Percebe-se na prática a necessidade de uma nova cultura que incorpore na
práxis docente a utilização da mediação tecnológica e o assumir de posturas
inovadoras na prática pedagógica.
No mundo contemporâneo, muito se tem questionado sobre o papel do
professor, que é constantemente analisado e redefinido, como consequência de
novos paradigmas sobre a educação, sobre o impacto das tecnologias da sociedade
da informação, sobre os processos de ensino e aprendizagem, proposto através de
novas metodologias, técnicas e meios de suporte diferenciados.
As novas demandas de formação continuada gerada pelas mudanças sociais
que atravessamos neste novo milênio encontra as instituições educacionais,
formadoras de professores despreparadas para formar este novo profissional.
A preocupação maior com uma nova prática docente busca a incentivar os
professores a assumirem papéis inovadores frente ao acelerado desenvolvimento
das tecnologias da sociedade da informação e das mudanças no entorno social da
pós-modernidade, onde não se compreendem mais as práticas sob uma perspectiva
reprodutivista do conhecimento adquirido pela humanidade.
47

Salas de aula dos ambientes tradicionais onde os professores continuam em


seu papel de reprodutores do conhecimento, amarrados a uma relação de poder
anacrônica, precisam mudar para enfrentar as necessidades de formação de um
profissional, preparado para os desafios da sociedade em que vivem.
Esta necessidade de mobilização dos professores em exercício se faz
necessária não pelo viés da crítica e do descrédito que a função enfrenta, mas
através de iniciativas que resgatem o papel dos professores como intelectuais, como
bem coloca Giroux (1995).
Uma nova prática docente poderá permitir aos professores:
 superar a formação baseada em generalidades por uma formação científica,
tecnológica e profissional;
 assumir o papel de mediadores e orientadores da aprendizagem de seus
alunos;
 trabalhar na compreensão da diversidade e pluralidade cultural;
 utilizar novas metodologias, estratégias e materiais de apoio com
interferência da mediação eletrônica;
 desenvolver os hábitos para o trabalho nas comunidades virtuais onde se
afirmam os processos da aprendizagem colaborativa;
 desenvolver os hábitos de utilização dos recursos das bibliotecas eletrônicas
e recursos tecnológicos como auxiliares nas atividades de pesquisa de seus
alunos;
 tomarem consciência da importância do avanço e disseminação das novas
tecnologias da sociedade da informação, não como um fenômeno apenas
tecnológico, mas um fenômeno social que está a mudar todas as formas de
comunicação oral e escrita nas relações interpessoais e de convivência no
contexto do aluno;
 superar o fator resistência que impede o controle do meio técnico-científico-
informacional.
Este posicionamento dos professores irá permitir que as instituições de ensino que
investem na formação deste profissional, ofereçam o diferencial de qualidade no
processo educacional, possibilitando investimento seguros no estabelecimento de
uma infraestrutura tecnológica e comunicacional que permitirá a estas instituições
melhorarem significativamente o relacionamento entre alunos e professores, nos
48

ambiente tradicionais de ensino, reencantando os ambientes de sala de aula


tradicionais, bem como trabalharem em iniciativas inovadoras nos ambientes dos
cursos ofertados na modalidade da educação a distância, em ambientes de
aprendizagem colaborativa, nos ambientes virtuais de aprendizagem utilizando a
solução de problemas como uma nova abordagem no tratamento dos currículos
As lacunas de geração causadas por atualizações tecnológicas representam
uma oportunidade. Embora alguns professores tenham interagido mais do que
outros no campo da tecnologia e da mídia, também existem aqueles que têm melhor
capacidade de perceber as particularidades dos alunos em relação às suas
afinidades com uma ou outra linguagem da mídia.
Nesse sentido, “nos processos de formação de professores, não se leva em
conta apenas o uso básico das línguas e as potencialidades dos meios de
comunicação; também é reforçada a capacidade dos professores de selecionarem o
meio mais adequado de acordo com os processos. aprendizagem, em que devem
ser identificadas as afinidades das crianças com os diferentes suportes, o que
permite ao professor ir à aprendizagem individual e orientar as suas práticas através
da utilização dos suportes mais adequados, de forma a potenciar este
desenvolvimento de competências.
Não se pode ignorar que existem grandes professores, daqueles que
quebram a espinha pelos seus alunos, mesmo aqueles que lutam com a família para
que tenham uma maior implicação no processo educacional do aluno. Porque tem
tudo, e é verdade que os professores dos 9 aos 5, aqueles que vão cumprir o horário
e pouco mais, não são a maioria, embora haja. Mas também é verdade que há
professores que têm de enfrentar desafios para os quais ninguém os preparou e
acabam procurando por conta própria a formação de que precisam e, claro, pagando
do bolso.
Como em tudo na vida, existem grandes professores, bons, normais,
regulares e maus solenes. Mas se não houver acesso a programas de treinamento e
aperfeiçoamento de professores, então temos um problema. É imprescindível que os
educadores tenham bons programas de formação, ferramentas, técnicas, ..., para
poderem realizar adequadamente o seu trabalho. Mas, acima de tudo, é
fundamental que o professor se sinta motivado. Se tivermos treinamento e
motivação, o aluno aprende com certeza. Mesmo os alunos em que o sistema não
confia.
49

1.7 ENSINO REMOTO E A ALFABETIZAÇÃO

As TICs foram progressivamente incluídas na educação. No entanto,


pesquisas afirmam que essa implementação não tem sido ótima. A literatura sobre o
assunto na formação profissional a distância é inexistente.
Os processos educacionais estão passando por mudanças significativas,
incluindo o proliferação de novas metodologias associadas às TIC.
A mistura cultural e comunicativa na qual a sociedade está imersa hoje
evoluiu a tal ponto da alfabetização ao audiovisual em um curto espaço de tempo
que seu características não são consistentes com as práticas educacionais
contemporâneas. Por isso Por isso, é chegado o momento de admitir e adaptar
essas mudanças significativas. o atual sistema educacional para essas demandas.
A introdução das TIC na sala de aula tem um grande impacto na educação
alunos e representam uma renovação didática que atinge professores e alunos.
Surgiu uma revolução na forma de ensinar os alunos, uma vez que agora
incluímos novas tecnologias para apresentar os conteúdos em sala de aula e
interagir com o informações através da plataforma digital, tablets etc. Portanto, os
alunos devem ter das competências e habilidades necessárias para interagir com as
tecnologias do informação e comunicação e, assim, desenvolver as habilidades
necessárias para se adaptar ao mundo que nos rodeia, uma vez que a cultura social
e educacional é mudando constantemente.
O uso adequado das ferramentas digitais instiga a autonomia e participação
nas redes redes sociais localizadas em espaços reais e virtuais de aprendizagem, e
levam à criação de pedagogias pessoais e participativas. Essas experiências
autênticas satisfazem desejos dos alunos, que “tenham grandes expectativas de
como devem aprender, selecionando a tecnologia como eixo da mudança
metodológica tecnologias e ambientes de aprendizagem que melhor atendam às
suas necessidades com um sofisticado compreensão de como manipulá-los a seu
favor.

Nesta breve explanação do termo pedagogia está o ato de educar, que tem
seu sucesso pautado nos conhecimentos e técnicas pedagógicas conforme
50

a habilidade de cada mestre. Compreende-se que o ato de educar envolve


diversos fatores, alguns específicos e outros flexíveis, e não se limita a
lugares restritos e/ou pessoas definidas, pois envolve o aprender constante
e amplo de uma pessoa, quer esteja na função de aluno oficial ou
aprendente social e, entendendo que o modelo de educação que funciona
verdadeiramente é aquele que começa pelos afetos de quem aprende e não
pelos conceitos de quem ensina (CUNHA, 2017, p. 76).

Gerar aprendizagens significativas requer professores que relacionem


conhecimentos e habilidades no cotidiano dos alunos; isso pode ser alcançado por
meio de vivências em sala de aula, que nela incorporem a mídia, ou com trabalhos
extracurriculares que permitam ao aluno relacionar o conteúdo das competências,
expressas em os padrões, e sua realidade, para entender melhor o mundo; ou seja,
dar sentido à educação.
Convém ressaltar que desde o ano passado stamos passando por uma fase
polêmica na humanidade, será uma virada de 360º na vida de todos, essas
mudanças vieram para modificar muitos aspectos do nosso dia a dia; Uma das
coisas que tem um grande impacto mundial é a educação a distância, há anos no
Brasil algumas plataformas têm sido implementadas alternadamente para que os
alunos tenham mais ferramentas tecnológicas, porém, eles não são. Ele deu o peso
ou o reconhecimento para que pode-se trabalhar assim, mesmo quando a tecnologia
já nos ultrapassou, parece que essa forma de estudar é complicada.
Quando foi anunciado que as escolas seriam fechadas por causa da
pandemia e que todos acreditavam que era um período de duas semanas, aceitaram
de bom grado para não irem às aulas presenciais, já se passaram nove meses
desde então e nós pode perceber todas as deficiências que ainda existem na
educação, crianças sem as ferramentas necessárias para continuar o curso, áreas
sem sinal de internet adequado, muitas outras sem computador.
O professor do século 21 deve planejar e orientar suas práticas educacionais
para o demandas iminentes da sociedade da informação e comunicação, com a
objetivo de oferecer aos alunos novas oportunidades de aprendizagem que
contribuam decisivamente para a competência digital, aprendizagem colaborativa e
autônoma. Isto é Por isso, entre suas funções está o desenho de estratégias para
desenvolver e incorporar inovações educacionais que são proativas por natureza
É fundamental que os agentes educacionais busquem recursos e mídias
didáticas que promovem o desenvolvimento de competências. Isso é ainda mais
complicado do que se locomover de um lugar para outro para ter aulas.
51

No entanto, o uso impreciso de novas tecnologias é crescente e exige a


projeto de espaços de aprendizagem personalizados e informais que atendam às
necessidades e preferências dinamicamente, o que fornecerá uma base adequada
para ancorar aprendizagem do aluno. Da mesma forma, os professores devem ser
baseados em abordagens modelos educacionais flexíveis e reais, personalizados,
autorregulados e independentes
Eles estão realmente aprendendo? É um assunto polêmico, que para quem
não estuda parece simples, para os alunos não é. Podemos citar qualquer nível de
escolaridade e na maioria das vezes podemos afirmar que é algo opressor,
cansativo, estressante.
Lembremos que na educação existem três pilares importantes: pais, alunos e
professores, nestes meses tem se mostrado que nenhum está 100% treinado para
esta educação online e é importante que seja assim porque todos desempenham um
papel muito importante função.
Devemos ser mais empáticos e estratégicos para tirar o máximo proveito
dessa situação e que não seja tão desgastante para os alunos.
A alfabetização escolar em crianças de seis anos é, sem dúvida, uma área de
interesse e preocupação por parte de professores e pesquisadores que têm
comprovada tanto pela experiência pedagógica adquirida na área como por meio de
estudos demográficos, que quando um aluno não torna-se totalmente alfabetizado
no início de sua escolaridade, seu possibilidades de aprender facilmente o conteúdo
de outras áreas do conhecimentos ao longo do Ensino Fundamental 1.
As escolas de educação básica no Brasil, desde a Lei nº 11.274 / 2006
(Brasil, 2006) que instituiu a escolaridade obrigatória de nove anos, eles começaram
a receber em dos primeiros aos seis anos para melhor garantir qualidade do
processo de alfabetização, pois ela é responsável pela aprendizagem em outras
áreas do conhecimento ao longo da vida escolar.
Constitui, então, uma forma de prevenir a possível falha demonstrada por os
testes implementados pelo governo federal e o alto índice de analfabetismo
funcional expresso no Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional (INAF).
O ensino remoto apresenta em sua concepção e múltiplas características.
São traços que a identificam como uma modalidade educacional altamente
inclusiva. O tipo de os meios educacionais nele utilizados implicam no uso
permanente da leitura e escrita, no entanto, podem se tornar barreiras à inclusão em
52

ambos os participantes do processo educacional não possuem as competências


necessário fazer uso da leitura e da escrita como ferramentas para construção do
conhecimento e para uma comunicação eficaz.
No que se refere à integração tecnológica, documentos oficiais norteadores
do ensino, como os Parâmetros Curriculares Nacionais, também são unânimes na
recomendação:
É indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos
alunos como instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar
atualizados em relação às novas tecnologias da informação e se
instrumentalizarem para as demandas sociais presentes e futuras (...) As
tecnologias da comunicação e da informação e seu estudo devem permear
o currículo e suas disciplinas (BRASIL, 1999, p. 134).

A despeito da literatura, inclusive, normativa, sobre educação tecnológica,


ensinar não é algo banal . Segundo Costa (2016, apud Moran, 1993), é uma prática
que requer sensibilidade, postura crítica e conhecimento. O autor enfatiza que o
trabalho com as TICs no ensino das artes pode enriquecer a percepção estética, o
gosto e a sensibilidade para o som, para a imagem e para o impresso. Dessa forma,
é evidente que a educação tecnológica, principalmente após o coronavírus, tornou-
se essencial; no entanto, há esparsa literatura que contemple quais as práticas
necessárias para vencer os desafios, para além dos benefícios, que estão inseridos
na prática educacional tecnológica.
Ainda num ambiente virtual ou tecnológico, o professor continua sendo o
protagonista da prática pedagógica, já que, ainda segundo a autora,

É a partir da criteriosa escolha dos softwares educativos e da adequada


utilização da Web (com todas as suas funcionalidades, entre elas o
hipertexto) que podemos almejar maneiras de trabalho mais ousadas e até
mais interativas. A simples ‘transmissão de conteúdos’ realizada através do
computador e da Web não possibilita espaço para que o aluno crie,
aprenda, produza, torne-se cidadão do mundo. É necessário que o aluno
‘ensine’ ao computador e por isso a seleção de softwares que permitem
essas atividades são as linguagens de programação, como BASIC, Pascal,
LOGO; os softwares denominados de aplicativos, como Base ou um
processador de texto; ou os softwares para construção de multimídia
(VALENTE, 1997, p. 20). Em suma, a tecnologia facilita a transmissão da
informação, mas o papel do professor continua sendo fundamental na
escolha e correta utilização da tecnologia, dos softwares e seus aplicativos
para auxiliar o aluno a resolver problemas e realizar tarefas que exijam
raciocínio e reflexão (FARIA, 2004, p. 2).

Cabe destacar, no entanto, que o professor, apesar de protagonista, não


pode selecionar aleatoriamente suas práticas pedagógicas. Apesar da relação
cotidiana, os próprios alunos demandarem pela diversificação de recursos e
53

aproveitamento das possibilidades destes nas atividades educacionais, realidade


que foi drasticamente enfatizada, após a chegada do coronavírus, a formação e
prática docentes são pautadas em diversas fontes, tais como previsões legais e
normativas, legislações vigente, documentos oficiais e por constructos e
entendimentos desenvolvidos pela própria comunidade científica educacional.
Mesmo que nossas escolas públicas e privadas, em sua maioria, ainda não
ofereçam oportunidades de formação mediadas por tecnologias digitais, existem
várias iniciativas no Brasil que visam oferecer recursos, ferramentas e metodologias
que auxiliem no processo de alfabetização e letramento com tecnologias digitais. É
comum encontrar relatos de experiências de professores que incentivam os
estudantes a criarem blogues para se comunicar de forma pública; há aqueles que
fazem uso de aplicativos comuns ao mundo das redes sociais como o Twitter para
produzir narrativas conhecidas como micropontos, de no máximo 280 caracteres.
Mas também existem aplicativos, softwares e plataformas com esses fins, entre
opções pagas e gratuitas. Além disso, existem opções entre softwares proprietários
e softwares livres.
O livre é um tipo de software cuja instruções de como ele foi feito 44
Alfabetização, Letramento e Tecnologias – seu código fonte – é aberto; por isso,
pode ser explorado por qualquer pessoa que saiba ler essas instruções, geralmente
pessoas conhecidas como programadores.
Então, um software livre, além de ser instalado, pode ser copiado,
modificado e compartilhado com licenças abertas, sem necessidade de autorização
de uso. Já o software proprietário tem o código fonte fechado. Quando alguém
adquire um, pode usá-lo, mas não pode explorar, modificar nem copiar para outras
pessoas sem a autorização da empresa que o criou. Além disso, você já deve ter
percebido que existem vários tipos de softwares: há programas e aplicativos que
você pode instalar e usar gratuitamente, sem precisar pagar por eles diretamente.
Há outros que precisam ser comprados antes de instalados. É bom saber que há
muitos softwares grátis que não são livres e softwares livres que não são grátis.
Com o avanço das tecnologias, podemos concluir que a Internet oferece
oportunidade para todos os alunos, independentemente de seu nível de instrução. É
uma ferramenta indiscutivelmente importante para o aluno ter acesso a todo e
qualquer tipo de conhecimento.
54

A utilização de atividades na plataforma digital é uma estratégia exigente,


rigorosa e sistemática; os professores são os principais protagonistas deste
processo. Cada exercício deve ter um propósito pedagógico claro, estar articulado
com o que se passa na sala de aula e ter reflexos na aprendizagem dos meninos,
para a qual a professora monitora constantemente seus efeitos. Não se trata de
fazer uso indiscriminado de mensagens e meios de comunicação, mas de deixar
para trás o isolamento entre a educação e o cotidiano; os meios de comunicação
são recursos que contribuem para esse objetivo.
Os efeitos da aplicação de estratégias pedagógicas que envolvem o uso dos
meios de comunicação são evidenciados em melhores lógicas de pensamento, em
uma maior capacidade de abstração da realidade, em uma atenção mais dedicada
por parte dos alunos e no desenvolvimento de competências e habilidades
consistentes. com o mundo contemporâneo. “Hoje, com os meios eletrônicos, por
exemplo, são feitas operações que antes eram feitas manualmente; passa-se de
mão de obra a inteligência do trabalho, As máquinas estão ajudando a gerar
estruturas de pensamento mais abstratas. O importante é que a criança possa se
aproximar dessas linguagens e entendê-las, e ter aquela capacidade de abstração
que lhes permite entender todos os níveis de comunicação ali expressos..
Nesse contexto é importante ressaltar que a educação a distância no Brasil
vem aumentando de forma acelerada, e um fator crucial é a presença um tutor por
trás desse processo.
O verdadeiro papel do professor no ensino remoto , se coloca hoje muito
mais como um mediador no processo de ensino aprendizagem. Ele pode auxiliar o
aluno na realização das atividades e não apenas apresentar a resposta correta. Ele
pode também demonstrar novas fontes de informação, outro meios de encontrar
textos relevantes ao conteúdo estudado. E quando o tutor entende do assunto, ele
pode contribuir na organização do conteúdo estudado.
Dessa forma, é importante ressaltar que outros fatores que são essenciais
para o bom andamento no processo de aprendizagem, tanto para o professor ,
quanto para o aluno, é a metodologia usada pelo tutor para tornar mais claro o meio
de transmitir determinada informação ou conteúdo.
Com o passar dos tempos, sociedade cada vez mais se torna informatizada
e com isso evolui constantemente. Assim acontece em todas as modalidades de
ensino. Hoje, há um grande número de universidades que oferecem a educação a
55

distância como forma de aprendizado, e por consequência disto houve um aumentou


significativamente. Os alunos procuram a educação a distância principalmente pelas
facilidades de poderem estudar em casa, fazer seu próprio horário, entre outras.
As demandas da sociedade atual exige uma nova postura do docente em suas
atividades pedagógicas que envolvem a valorização das diferenças sociais,
culturais, raciais e de gênero assim como ser capaz de utilizar as tecnologias
atualmente disponíveis na sociedade como um todo, dentro das especificidades do
trabalho docente. A educação está em um processo que envolve tanto a renovação
de práticas e saberes como a sua construção, em que discute-se novos espaços e
tempos escolares; novos e velhos valores, novas abordagens de ensino e de
aprendizagem. Neste cenário, é importante refletir, estudar, enfatizar, conhecer e
aprimorar o uso das tecnologias nas ações pedagógicas desenvolvendo estratégias
de ,como utilizar as tecnologias digitais disponíveis na instituição escolar para tornar
os espaços de ensino e de aprendizagem mais atrativos, dinâmicos e significativos.
Ações que permitam transformar as informações atualmente disponíveis em
conhecimentos significativos para os alunos, que assim poderão ter condições de
compreender reflexivamente o mundo ao seu redor e ter condições de modificá-lo
dentro das necessidades das pessoas de uma vida com melhor qualidade.
Na LDBN nº 9394 há referências explícitas e implícitas sobre a necessidade
do emprego de tecnologias na educação e a preparação de crianças e jovens para
viverem em uma sociedade cada vez mais tecnológica. Ao tratar e legislar sobre as
necessidades descreve ser necessário: a) o domínio dos princípios científicos e
tecnológicos que presidem a produção moderna (art.35); b) o incentivo ao trabalho
de pesquisa e investigação científica, visando o desenvolvimento da ciência e da
tecnologia (art.43); c) a determinação de uma educação profissional, integrada às
diferentes formas de educação ao trabalho, à ciência e à tecnologia (art.39).
Ao interagir, inovar e inventar com as tecnologias o professor pode ajudar a
formar um cidadão mais crítico e consciente da sua realidade. A escola é um
espaço social fundamental para alimentar essa relação analisa Kenski (2007, p. 64)
e afirma: “...a escola precisa assumir seu papel de formar cidadãos para a
complexidade do mundo e dos desafios que ele propõe”. Dentro desta mesma
questão, Moraes (1997, p. 21) analisa que

O papel sociocultural que a escola adquire com a introdução de novas


tecnologias de comunicação no cotidiano escolar, principalmente as redes
56

telemáticas, está sendo redefinido. Irá influenciar a postura de todos os


segmentos, seja enquanto consumidor genérico ou de produtos culturais
diversificados, seja abrindo-lhes perspectiva para inovações econômicas
locais.

Com o acesso às informações, tanto em diversidade quanto em qualidade, a


Escola poderá integrar-se numa expressiva produção cultural, internacionalizando as
manifestações culturais populares, exprimindo assim seu caráter contemporâneo,
multiculturalista.
Essas tecnologias rompem com a segmentação do conhecimento, pois estes
novos suportes permitem conexões entre as várias áreas do saber, tecendo-se uma
rede de significados, inaugurando uma nova curricularização, onde a
interdisciplinaridade como primeiro passo aproximativo entre as várias disciplinas vai
dando lugar à transdisciplinaridade, construção complexa e interminável do
conhecimento.
O processo de ensino aprendizagem deve primar não mais pela memorização,
mas pela capacitação do aluno no pensar, para que ele se expresse corretamente,
identifique e solucione problemas e tome decisões adequadas. Se a
compartimentação e a terminalidade do conhecimento fazem parte do passado, as
estratégias para sua abordagem são desafiadoras.
A organização do currículo escolar deve reconhecer outras formas de
inteligência além da lingüística e da lógico-matemática, que reflita e apreenda o
homem no contexto do seu universo.
Hoje é preciso um ensino flexível às necessidades individuais dos alunos,
estabelecendo novos padrões de comportamentos, onde a ética esteja presente e
tenha valor tanto quanto a formula matemática.
A fase de alfabetização é crucial na vida do aluno, sendo de grande
significado.
Muitos professores questionaram no início da pandemia de que forma seria
tratada a alfabetização no ensino remoto?
Convém ressaltar que na alfabetização presencial, há um conjunto de
particularidades, que devem ser na ótica da observação, da análise e, respeitando a
caminhada de cada aluno nesse processo.
Por outro lado, no ensino remoto (também entendida como “educação), tende
a ser encarada com mais rigor e, torna-se necessário um acompanhamento tanto do
professor alfabetizador como também da família do aluno nesse processo.
57

Evidentemente, encontramos vários métodos de alfabetização, ancorados em


diferentes modais de pedagogia, com suas caraterísticas únicas, o que exige da
equipe pedagógica, buscar a que atende ao projeto político pedagógico da unidade
escolar.
A partir disso, urge a necessidade quanto a escolha do método de
alfabetização, que deva ser acompanhado em tempo integral, pois essa visibilidade
contínua oferecerá indicadores das possíveis dificuldades do aluno e, nesse sentido,
buscar alternativas para orientá-las com alternância de métodos e estratégias.
No que refere à rotina familiar e suas implicações na aprendizagem, é
necessário ressaltar, que historicamente está vinculada ao âmbito escolar.
Se na educação presencial, o papel do professor assume um destaque de
relevância, porém, no ensino remoto, deve-se ampliar o elo entre família e escola, de
forma cooperativa e participativa.
A escola, nesse sentido deve dialogar com mais frequência com as famílias,
estabelecendo metas a serem atingidas na alfabetização, acompanhamento dos
filhos, além de oferecer um auxílio para as dúvidas.
Se, na primeira infância, deve-se incentivar a criança para a alfabetização
como ponto de partida para a aquisição de novos conhecimentos (frases, textos), a
família tem a responsabilidade de participar desse projeto, enquanto durar o ensino
remoto.
Por assim dizer, há uma separação entre aquilo que é teoria e, o que tende a
ser a prática, família e escolas de forma coesa, podem enumerar instrumentos que
vão facilitar a alfabetização durante a educação remota.
Isso posto, é mister ressaltar que os familiares, juntamente com a escolar
devem ser proativas, conciliando deveres durante o ensino remoto em prol da criança
em fase de alfabetização.
A cooperação, assim entendida estabelece um elo entre família e escola,
procurando estabelecer e vivenciar experiências que vão impactar na alfabetização.
A família, se na educação presencial, historicamente era coadjuvante na
alfabetização das crianças, com o ensino remoto, ampliou-se esse papel de sujeito
ativo na participação da vida escolar das crianças, acompanhando-as nesse
processo.
À escola, compete, além do ensino remoto, a produção de materiais impressos
para alunos que não conseguem sinal de wi fi. Assim, a mesma deve estar atenta à
58

vida do aluno, propondo atividades que motivem os pais a participarem de forma


acentuada na vida dos filhos, apontando materiais que estejam nas residências como
por exemplo utensílios domésticos de palavras oxítonas, por exemplo, café, bule, etc.
É necessário que escola entenda que houve uma mudança no dia-a-dia das
famílias, com a criança ficando somente em casa, realizando as tarefas escolares.
Para isso, o professor-pedagogo deve buscar fórmulas para a inserção de
atividades que valorizem o âmbito escolar.
Os pais não devem ficar receosos com essa responsabilidade, devendo assim,
assumirem um papel que até então era exclusivo da escola, quando das aulas
presenciais.
Assim, a alfabetização no atual contexto, os resultados devem ser processuais
e não somente únicos, pois nesse processo deve-se deixar a criança confortável
nessa modalidade de ensino, que supere, possíveis perdas, tais como a mediação do
professor, o convívio com os coleguinhas, atividades lúdicas em grupo e, tantas
outras.
Convém ressaltar que o desafio na alfabetização no ensino remoto pelos
professores está em proporcionar aos familiares das crianças um suporte
pedagógico face ao isolamento familiar.
Urge a necessidade de possibilitar às crianças momentos de aprendizagem, de
forma contínua, num ritmo constante
Para isso, a escola deve sugerir rotinas de estudo, estando lado a lado dos
pais nesse processo, dando suporte aos mesmos, oferecendo auxílio e enviando
atividades como propostas de leituras, textos, interpretação, músicas, etc.
Por outro lado, é necessário que o professor respeite a ritmagem de tempo
cujas causas advêm da pandemia (ansiedade, além de um estresse tanto nas
crianças quanto nos pais)
O acesso à tecnologia on line muitas vezes com limitações de dados móveis
soa também como uma variável interveniente nesse trabalho pedagógico
Conforme foi descrito anteriormente, deve haver um diálogo para a corrida do
tempo, envolvendo a família nesse cenário que ninguém poderia prever.
É importante que a família esteja envolvida no processo educativo da criança,
e é fundamental que ela compreenda a importância da alfabetização e, portanto,
também deve ser um suporte, uma extensão desse processo. Aprender não é tão
difícil, mas apoiar e trabalhar para melhorar o aprendizado é básico.
59

As orientações aos pais dos alunos, através de da internet (whattsap), por


exemplo) e algumas formas de comunicação, acenam com alguns desafios, entre as
quais de acessibilidade.
O professor deverá buscar novas formas de ensinar que não seja no interior da
sala de aula, visando atender as necessidades dos alunos.

1.7.1 Metodologias Ativas no processo ensino-aprendizagem na Alfabetização

Hoje, diante das mudanças e da complexidade desta nova era, aprendendo e o


conhecimento merece metodologias ativas para aprimorar o talento humano para
criar experiências significativas. Nesse sentido, capacitando o professor com esses
metodologias que o convidam a vivenciar “(…) novas formas de aprender,
comunicar, valorizar e conectar-se com a realidade ”Giroux (2008), ou seja,
mudanças na sua relação com os saberes que, por sua vez, promovem
transformações educacionais, fazendo isso de forma interativa e ativa para que, por
meio da experiência, os professores e os alunos têm um treinamento construtivo.
Dentro dessas metodologias ativos são: métodos de caso, ensino baseado em
perguntas, papel de um minuto, aprendizagem entre pares, análise de ilustração,
organizadores gráficos, analogias, palestras, aprendizagem baseada em problemas,
dramatização, trabalho colaborativo, aprendizagem de serviço, entre outros. O
presente trabalho visa analisar o papel das metodologias ativas como ferramentas
para o empoderamento de professores em profissionais não educacionais por meio
de um pesquisa documental sobre o tema em estudo, conforme as metodologias
As atividades ativas permitem: melhorar a comunicação, desenvolver
conhecimentos, habilidades e competências e, finalmente, a criação de ambientes
positivos para a aprendizagem significativo por meio de diversão, tecnologia,
inovação, criatividade e outros
Todos sabemos que a evolução da sociedade implica várias mudanças em
todos os aspectos da nossa vida, mas… que mudanças isso implica na escola? Há
alguns anos, o uso de metodologias ativas tem sido fortemente imposto nas escolas a
partir da necessidade de focar a aprendizagem, não tanto no professor, mas no
próprio aluno. Porém, o que precisamos para mudar a educação? Se focarmos no
professor, é necessário desenvolver uma formação correta na aplicação de novas
60

metodologias e, se focarmos nos alunos, é necessário desenvolver tanto a sua


autonomia como a sua motivação para aprender.
Se a nossa proposta é criar um novo modelo de escola, devemos ter
consciência do papel que a chamada “neuroeducação” desempenha no ensino
destes métodos, bem como da importância de desenvolver as emoções dos nossos
alunos. Descobriremos que emoção e motivação caminham juntas ao longo do
processo de ensino-aprendizagem e que o trabalho em equipe é o motor que
impulsiona o desenvolvimento do espírito crítico e das habilidades sociais,
necessárias em nossa sociedade do século XXI.
As metodologias ativas podem ser definidas como um conjunto de métodos,
técnicas e estratégias que colocam o aluno de qualquer nível de ensino no centro da
aprendizagem, estimulam o trabalho em equipe e estimulam o espírito crítico,
deixando de lado os processos de memória de repetição dos conteúdos que são
ensinados nas aula; uma forma de trabalhar que prepara o aluno para as situações
da vida real e para a sua vida profissional.
Embora seja verdade que esse conceito vem se fortalecendo principalmente
nos últimos anos em nosso sistema educacional, essas metodologias surgiram no
século 19, com o surgimento do movimento de renovação educacional 'Nova Escola'
ou 'Nova Educação' criado pelo pedagogo suíço. Adolphe Ferrière, que propôs uma
mudança na escola tradicional em favor do aluno e de seu método de aprendizagem.
Acesse o link.
Nos últimos anos, temos falado sobre metodologias como gamificação
(aprendizagem baseada em jogos), aprendizagem baseada em projetos (PBL),
aprendizagem cooperativa, a chamada 'aula invertida' ou 'aula invertida' ou o inovador
'pensamento visual '(organização de ideias ou conteúdos através de desenhos
simples ou textos curtos). Todos com um denominador comum: o aluno como
protagonista de sua própria aprendizagem. Essa mudança de papéis entre
professores e alunos é motivada por uma necessidade de mudança em nosso
sistema educacional, uma mudança especialmente ligada à evolução de nossa
sociedade. Devemos ter consciência de que nossos alunos do século XXI já
aprendem de outra forma, sendo necessário transpor a lacuna que caracteriza os
professores do século XX. Portanto, a transformação da escola deve ir nessa direção.
Aqui, abordamos uma das mudanças mais importantes que ocorrem na
aplicação de qualquer metodologia ativa: o papel dos professores. A chave para o
61

sucesso de uma metodologia está na capacidade do professor de apoiar e orientar


seus alunos. É de especial relevância que os professores do século XXI tenham
consciência de que, dentro da sala de aula, já não somos a única fonte de
aprendizagem. Os pontos de acesso à informação e ao conhecimento para nossos
alunos se multiplicaram, o que nos leva a perceber que agora nosso papel é criativo.
Não podemos mais ser meros transmissores de informações, mas devemos nos
tornar guias e orientadores.
Os professores devem renovar e fortalecer nossas habilidades e transformar
nossa missão em algo puramente criativo, onde o principal é conectar-se com nossos
alunos e fazê-los dominar seu próprio aprendizado. Esta mudança de função implica
também a formação contínua de professores. Uma metodologia com tais
características não pode ser aplicada se não tivermos pleno conhecimento de sua
aplicação em sala de aula. Podemos assim dizer que a inclusão deste tipo de
metodologias depende, não só do tipo de corpo discente, mas também da formação
dos nossos professores. Como em qualquer metodologia aplicada em sala de aula, a
formação de professores é a chave para seu sucesso.
Em relação à aprendizagem ativa dos nossos alunos, os professores devem
estar cientes de que, para obter uma maior motivação e participação por parte do
aluno, as expectativas do professor para com eles devem ser sempre positivas e não
devem condicionar atitudes ou comportamentos passados.
Os professores devem gerar climas emocionais positivos que facilitem e
promovam o aprendizado e a segurança do aluno. Para fazer isso, temos que mostrar
respeito, ouvi-los e estar interessados tanto em suas questões acadêmicas quanto
em suas emoções. A empatia é essencial para educar a partir da compreensão e
desenvolver a confiança de nossos alunos em seu próprio aprendizado.
A mudança adotada pelo aluno, passando de sujeito passivo em sala de aula a
sujeito ativo, implica uma mudança em todo o processo de ensino-aprendizagem.
Hoje, os professores estão cientes da nossa mudança de papéis, mas também
conhecemos o trabalho que envolve a implementação de qualquer metodologia ativa.
Os novos tempos exigem a busca de novas estratégias, e o estudo da
neuroeducação revela que a educação atual necessita de uma reestruturação
profunda que não a impeça de ficar desatualizada com a recente avalanche
tecnológica que vivemos.
62

Devemos presumir que os professores devem preparar futuros cidadãos que


devem atuar em um mundo em mudança. Por este motivo, o ensino centrado na
mera transmissão de conhecimentos e conceitos abstratos deve ser erradicado e
orientado para a aquisição de competências úteis que lhes permitam resolver
problemas que possam surgir no cotidiano.
É de vital importância promover um clima positivo de aprendizagem que
permita aos nossos alunos desenvolver atividades agradáveis, distantes de muitas
das atividades teóricas que ainda hoje são realizadas. A aprendizagem não pode se
restringir ao desenvolvimento de conteúdos, mas deve incluir o desenvolvimento de
outros aspectos extremamente importantes: o desenvolvimento da competência de
aprender a aprender e o desenvolvimento das emoções. Façamos da escola um
ambiente de aprendizagem, mas desde outra perspectiva: a da formação dos nossos
alunos como cidadãos do mundo, onde o desenvolvimento integral do aluno nos
aspectos cognitivos, sociais, intelectuais, emocionais e éticos tenha lugar. Segundo
Paulo Freire: “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para a
sua própria produção ou construção”.
Aplicar metodologias ativas implica para o professor conhecer bem os seus
alunos, quais são suas ideias anteriores, que eles são capazes de aprender em um
determinado momento, elementos motivadores e desmotivadores internos e externos,
seus hábitos, valores e atitudes para o estudo.
Aspectos que na prática revelam um desafio para o professor, uma vez que
influenciam uma série de fatores entre os quais: planejamento, organização,
liderança, domínio do grupo, entre outros, porque ensinar não implica apenas
proporcionar informação, mas também ajudam a aprender e a desenvolver-se como
pessoas.
Este fato constitui um ponto alto entre os professores, profissionais da
educação ou não, por como os primeiros, desenvolvem na sua formação profissional,
competências pedagógicas e didáticas que são necessárias para ser um bom
professor. No entanto, os segundos não.
Resumindo, as metodologias ativas são entendidas como aqueles métodos,
técnicas e estratégias que usa o professor para converter o processo de ensino em
atividades que promovem participação ativa do aluno e levar à aprendizagem Ou
seja, são estratégias de ensino que o professor propõe em sala de aula para envolver
o aluno em seu próprio aprendizagem, que é realizada de forma construtiva para
63

desenvolver competências específicos e transversais que garantam a sua formação


integral.
As metodologias ativas são caracterizadas por vários aspectos, incluindo: 1) O
aluno é o centro de aprendizagem, 2) Aprendizagem construtiva, 3) Trabalho em
equipe, 4) Visão realidade complexa, 5) Educação mais sensível e humana, 6)
Integração de tecnologias Informação e Comunicação (TIC) e 7) Pensamento Crítico.
Além disso, metodologias ativas implicam trabalho colaborativo, entre
professores e alunos ou entre os próprios alunos com ou sem material de apoio
envolvido, com o intenção de alcançar uma compreensão profunda do conteúdo, com
base em situações reais de aprendizagem que busca desenvolver certas
competências e objetivos, que geralmente é orientado para a ação.
Para aplicar metodologias ativas é necessário ter três componentes: um
cenário, constituído pelo local onde a aula é ministrada, o que não corresponde
exatamente a uma sala de aula pode ser um centro cirúrgico, um campo, uma
empresa, entre outros; os atores, referindo-se a que fazem parte do processo
educacional: professores, alunos e demais integrantes do comunidade educacional e;
finalmente, uma realidade a enfrentar, que é aquela com um problema ou uma
característica de avaliar, criticar ou analisar, com base em certas orientações dadas
pelo ensino ou conteúdo do programa ou currículo.
Além disso, para os professores escolherem a metodologia ativa mais
adequada, é iminente levar em consideração sua utilidade, ou seja, saber para que
serve ou o que se quer alcançar com este ferramenta, fato que de certa forma obriga
a ter em mente os objetivos de aprendizagem.
Posteriormente, os professores devem projetar as estratégias mais adequadas
que requerem relevância com o objetivo, com o assunto, com a circunstância ou com
a realidade a avaliar, mas ao mesmo tempo inovador, uma vez que constitui o ponto
central das metodologias ativas.
Deve-se destacar que existem vários tipos de metodologias ativas e cada uma
delas possui características distintivas que os professores usam para desenvolver
certas competências e reconstruir todos os dias. Abaixo estão as que considero as
mais frequentes de uso e aquele baseado na minha experiência como professor
universitário, são mais relevantes:
1. Análise de caso: avalia situações reais, ajuda a tomar decisões e a
desenvolver pensamento critico. Para sua implementação é necessário: a seleção de
64

casos relevante e consistente com o conhecimento do aluno, faça uma declaração


geral de maneira de analisar fatos e contexto-chave, leitura e compreensão em um
gerar propostas de solução.
2. Ensino com base em questões: estimula o pensamento crítico e avalia a
aprendizagem. Envolve: identificar objetivos e questões que permitem medir o
conhecimento ou capacidade reflexiva e crítica dos alunos, determinam momentos-
chave para o desenvolvimento de questões centrais (início, desenvolvimento e
fechamento), construção de questões de acordo com o grau de interesse, atenção e
autenticidade dos problemas reais e, finalmente, algumas considerações adicionais:
tempo, escrita, linguagem técnica, entre outras.
3. Artigo de um minuto: é usado no final ou no meio do período escolar,
especificamente no encerramento de uma aula e permite ter feedback do mesmo a
fim de coletar informações, avaliar conhecimentos, melhorar o clima, fazer breves
investigações ou avaliação do impacto de várias atividades, para melhorar
planejamento e organização de estratégias de trabalho. Para fazer isso, é necessário:
definir um objetivo, faça no máximo 2 perguntas, faça-o anonimamente e dê um
tempo de 1-5 minutos para responder em uma página.
4. Aprendizagem entre pares: É uma metodologia de compartilhamento de
aprendizagem que gera contrastes e dinamismo no conhecimento adquirido sobre um
tema. Requer incentivos de leitura, atividades cooperativas e problemas de solução
quantitativa que permitem a gestão de tempo e recursos. Para realizá-lo, é
necessário: estabelecer questões no início relacionadas ao conteúdo, analisar em um
tempo máximo de 2 minutos, gerar resposta individual, discussão entre pares por até
4 minutos, revisão de resposta para ver como eles funcionam e gerar uma explicação
fazendo contrastes entre o antigo e o novo, a classe atual e a seguinte.
5. Aulas invertidas: modelo pedagógico em que os elementos da aula
ministrados são invertidos, uma vez que os conteúdos são elaborados pelo aluno em
um de forma autônoma em casa e antes de cada aula, por meio de uma série de
atividades (ensaios, questionários, apresentações e outros) que o professor os facilita
e depois eles trabalham em sala de aula. Nesse sentido, o aluno pode escolher o tipo
de material que melhor se adapta à maneira como você aprende e você pode
trabalhar no seu próprio ritmo, pois este constrói seu conhecimento por meio da
busca e síntese de informações, e integrando-o com habilidades de comunicação,
investigação, pensamento reflexivo, resolução de problemas e outros. O aluno deve
65

endossar as informações e transformá-lo em conhecimento significativo e funcional


para ele, em alguns casos cumpre o papel de colaborador e às vezes de especialista.
Na sala de aula, no início do aula, o professor tem perguntas específicas em mente
para direcionar seu aprendizado, raciocínio, pelo qual promove a compreensão do
conteúdo (sintetizar, resolver problemas).
Durante a aula, o aluno participa e colabora no grupo para a realização
atividades práticas propostas pelo professor. Os alunos interagem uns com os outros,
e eles se ajudam, adquirindo aprendizagem de uma forma ativa e participativa,
autônomo, comunicativo e colaborativo. Depois da aula, o aluno continua a se
inscrever os conhecimentos adquiridos a partir das recomendações do professor.
6. Análise de ilustrações: Consiste na utilização de imagens para
aprendizagem na Sala de aula. É usado quando não há nenhum objeto na sala de
aula, no início de uma unidade ou tópico, como atividade para gerar dinamismo na
aula e, no final, como síntese. A fim de sua implementação o professor apresenta a
imagem, os alunos observam e perguntam e o professor responde e explica as
ilustrações. Eles podem ser: Descritivos (para explicar algo difícil), Expressivo (para
indagar sobre valores e emoções), Estrutural (para explicar peças ou elementos),
Funcional (para mostrar relações de objeto ou sistema) e Algoritmia (para mostrar
elementos ou fases).
7. Organizadores gráficos: Serve para sistematizar visualmente o conteúdo.
É normalmente utilizado no encerramento de uma aula ou unidade, tendo em
conta que o o conceito básico ou nuclear está localizado no centro ou na parte
superior, para o qual é necessário fazer previamente uma lista de conceitos e, em
seguida, estabelecer relações em diferentes níveis e graus. Esses organizadores
podem ser de vários tipos: Mapas conceitual (para estabelecer relações e classificar
conceitos), mapas mentais (para visualize pensamentos e destaque os recursos
combinados) e mapas de plotagem (estruture visualmente um argumento).
8. Analogias: envolve o uso de similaridade para avaliar um tópico. Entenda:
Design do analógico (para o qual é essencial definir as características do curso,
exploração projetiva e antecipação de dificuldades), Comparação analógica
(apresentação do tema, caracterizar, comparar, identificar limitações) e Avaliação
(apresentação das relações, corrigindo o analógico, levantando aprendizagens e
dificuldades do processar).
66

9. Role play / Role playing: É um exercício de aplicação do conhecimento


simulando situações reais. É composto por três fases: Design e Planejamento (em
que objetivos, conceitos são definidos e instruções são comunicadas), Execução
(estrutura e eles designam as funções, então o procedimento, tempo e rotação são
especificados e definidos o papel do professor) e, finalmente, Avaliação (inclui
avaliação por papel, qualificação feedback ajustado e detalhado). Esta metodologia é
aplicável à área de saúde, educação e até negócios, pois serve para desenvolver a
comunicação eficazes, avaliar competências específicas inerentes à profissão e
diferentes tipos de relacionamento interpessoal.
10. Aulas teóricas: Visa compreender os tópicos de uma aula. Promove o uso
de linguagem técnica. Fornece informações importantes, sintéticas e relevantes.
Compreende dois estágios: a superestrutura (início, desenvolvimento e fechamento)
e macroestrutura (reconhecer conteúdo global, entender do que se trata, ideias
principais, resumo do conteúdo, especificar objetivos, relevância para o treinamento e
aspectos a serem dominados pelo aluno).
Para fazer isso, você deve evocar conhecimentos anteriores, mencionar
conhecimentos ou experiências anteriores conhecidas de todos, pergunte o
conhecimento com questões-chave e relatar em voz alta o que você sabe.
11. Aprendizagem baseada em problemas: começa com um problema dado
pelo professor, permite que você resolva e desenvolva algumas habilidades. Sua
premissa é que o aluno aprende ensaiando ou perguntando sobre a natureza dos
fenômenos e atividades cotidianas. Abrange: Apresentação do problema e condições
de trabalho para a sua resolução, Detecção de necessidades entre os alunos para
resolver problemas, coleta de dados e informações e propostas de soluções ou
ações.
12. Aprendizagem em ambientes simulados: É uma técnica que recria
aspectos do dia a dia de forma controlada e supervisionada, onde o erro é utilizado
como meio de aprender. Serve para desenvolver a capacidade de resolver
problemas, aprender procedimentos e técnicas de interação social, razão pela qual
fortalece fragilidades de métodos tradicionais. Para sua implementação é necessário
observar o contexto, ação na representação, especificar as consequências da ação e
o formas físicas para representar.
13. Debate: busca que os alunos enfrentem diferentes pontos de vista sobre
um tema para por meio de uma conversa estruturada. Serve para desenvolver
67

habilidades de argumentação, para investigar tópicos desconhecidos, para


desenvolver habilidades de apresentação em público. Para realizá-lo, é importante:
definir um tema; procurar de informações sobre o assunto em fontes confiáveis; a
entrega de material de apoio; dividir o curso em dois grupos (a favor / contra);
atribuição de regras, funções, horários e turnos; definir argumentação ou posição;
organização interna do grupo: funções e responsabilidades. Esta atividade está
estruturada em cinco etapas: introdução, a argumentação, entre, contra-argumento e
conclusões.
14. Aprendizagem por projetos: Metodologia que permite adquirir
conhecimentos e competências através da elaboração de projetos desenvolvidos em
cenários / situações reais relacionadas com a formação do aluno. Serve para
desenvolver habilidades de resolução de problemas, trabalho em equipe e
pensamento critico. Compreende três fases: Iniciação (nome do projeto, objetivo,
cronograma, sistema de aconselhamento, formato de avaliação ou definição de rota
treinamento), Desenho e Implementação (Diagnóstico do problema principal,
objetivos, estratégias, ações e resultados esperados) e Fase final (avaliação de
resultados e funções). A proposta / projeto a ser desenvolvido deve conter:
justificativa, diagnóstico, objetivos, destinatários, atividades, cronograma e recursos.
15. Aprendizagem baseada em equipe / Trabalho colaborativo / Aprendizagem
cooperativa:
- Focado na interação de pessoas que trabalham em pequenos grupos para
desenvolver várias tarefas. Os grupos devem ser compostos idealmente por 4 alunos,
são deliberadamente escolhidos pelo professor onde são distribuídos
responsabilidades que são rotativas. Além disso, eles são grupos heterogêneos e
estáveis em conhecimento, sexo, habilidades ou outros. O professor deve cumprir um
papel de guia ou facilitador e para isso deve realizar um plano com base nos
conhecimentos e objetivos prévios do aluno do assunto ou tópico por meio de
perguntas no início de um tópico / aula / disciplina.
Posteriormente, o professor deve monitorar continuamente o progresso,
necessidades e dificuldades que surgem na aprendizagem individual ou em grupo,
ambos no seu desenvolvimento como na obra final. Por sua vez, os alunos
encontram vários funções: na conformação (o coordenador é o mais qualificado,
secretário, moderador e gerente de materiais) e em desenvolvimento (posições
rotativas, tomada de decisões, estabelecimento estratégias, designar tarefas e
68

responsabilidades, estabelecer regras e sanções, processar e apresentar


informações, realizar autoavaliação e avaliação por pares.
16. Aprendizagem no serviço: propõe uma abordagem real através da
realização de um serviço para cobrir as necessidades da comunidade. É usado para
conhecer o contexto, integrar aprendizagem disciplinar, gerar soluções criativas,
mobilizar atividades e / ou recursos pessoais / institucionais, promover a troca de
experiências e instalação de capacidades. É composto por 10 fases: Estabelecer
resultados de aprendizagem, reconhecimento de necessidades ou oportunidade de
melhoria sentida pela comunidade, Seleção de parceiros da comunidade,
identificação de partes interessadas e divisão de funções, cerimônia de abertura,
diagnóstico do projeto, preparação do plano de trabalho, Cerimônia de
Implementação, Avaliação e Encerramento.
17. Gamificação / aprendizagem baseada em jogos / aprendizagem baseada
em jogos: use o mecânica de jogo para fortalecer o conhecimento, melhorar as
habilidades, desenvolver competências ou recompensar ações específicas. O jogo
como estratégia educacional é uma forma de internalizar o conhecimento de forma
lúdica e ajuda a resolver problemas como: falta de atenção, falta de motivação e
outros. Use técnicas mecânicas para recompensar com base na meta alcançada,
incluindo: acúmulo de pontos, escalada de nível, obtenção de prêmios, presentes,
classificações, desafios, missões ou desafios. Além disso, utiliza técnicas dinâmicas
para motivar o usuário e avançar no realização de seus objetivos, tais como:
recompensa, status, conquista e competição.
Portanto, dependendo da dinâmica a ser perseguida, algumas técnicas devem
ser mais exploradas mecânico do que outros. A ideia de gamificação consiste em
usar os sistemas de pontuação-recompensa-objetivo para atingir nossos objetivos
educacionais.
Qualquer uma das metodologias ativas escolhidas deve levar em consideração
fatores reflexivos, tais como: Desafio: Por quê? Que problema de ensino /
aprendizagem irá resolver ?; Inovação: Qual metodologia irei usar? Em que
momento? Quanto tempo vai durar? Tem de o aluno e o professor ?; Evidência:
Gravar classes (Iniciar / Desenvolvimento / Fechar); Resultados: Como foi? O que
pode ser melhorado? Como perceberam a inovação?; Alunos: O que vocês acharam?
Como você se sentiu? experiência será necessário considerar: Memória / Áudio /
Distância; Gravação: Apoie pessoas (Colega / Aluno / Outros).
69

Entre as vantagens que as metodologias ativas nos oferecem estão:


• Transforma a aprendizagem em um resultado educacional autêntico e eficaz.
• A mudança conceitual é estabelecida por meio do comprometimento e da
participação.
• Busque um treinamento abrangente.
• Diferentes métodos ativos podem ser integrados e aplicados.
• Eles acabam com o ensino tradicional baseado em palestras.
• Facilita a geração de conhecimento e aprendizagem autônoma.
• Favorece a motivação do aluno, que passa a ser o seu protagonista.
• Desenvolve a aprendizagem por meio da implementação de TIC.
As desvantagens dessas metodologias são as seguintes:
• Ritmo de aula mais extensa para o professor.
• Difícil de cobrir todo o material curricular.
• Resistência, principalmente no início, de estudar para a metodologia ativa.
• Mudança do modelo tradicional de avaliação.
• Pode causar desordem, indisciplina e perda de tempo, quando as instruções
eles são mal administrados e executados.
• Relações interpessoais fracas entre os alunos influenciam negativamente o
realização de atividades.
• Trabalho injusto.
Para implementar as metodologias ativas em uma aula, é necessário seguir
estes recomendações:
• Avaliar o programa a ser ensinado: desafios, relevância, cumprimento de
objetivos, dificuldades.
• Gerar estratégias para conhecer os alunos.
• Elaborar uma proposta de inovação consistente com os objetivos de
aprendizagem.
• Complementar metodologias ativas com TIC para maior suporte e impacto
• Menos é mais, pequenas mudanças nas rotinas de aula podem gerar grandes
impactos.
• Crie ambientes participativos e colaborativos
• Propor experiências de aprendizagem que promovam a atividade mental.
• Reúna opiniões ou evidências de aprendizagem.
• É importante, divulgue para outros professores.
70

• Investigar e integrar conhecimentos, pois são fundamentais para a utilização


destas metodologias.
• Defina desafios relevantes.

1.7.2 Atividades em Casa

Os pais devem ser orientados pelas escolas de que eles se assumam como
alfabetizadores mergulhando numa seara em que o docente alfabetizador é um
profissional e estudo no mínimo quatro anos, além de especialização lato-sensu.
Para isso, é imprescindível que os pais sejam mais presenciais na vida de
seus filhos nesse processo em alusão às aulas presenciais, especialmente porque as
crianças inicialmente terão dificuldades em manipular as tecnologias sugeridas pela
escola, mostrando-se pacienciosos, pois nessa fase as mesmas estão a mil por hora.
Algumas perguntas são essenciais quando o debate aflora sobre o processo
de alfabetização. Vem a tona a pergunta sobre o que é alfabetizar?
Classicamente na Pedagogia, de forma mais simples de está em jogo o ato de
aprender a ler e escrever. Porém, para os pais e pedagogos surge uma indagação
quanto a forma de aprendizagem no campo da leitura e escrita.
Na construção da linguagem na ótica da alfabetização, pode-se afirmar que o
ato de aprender demanda uma representação no campo do letramento no que tange
a decifração das mesmas, a expressão gráfica e, a posteriori a autonomia de
escrever.
Saindo da leitura oral para a leitura escrita, exigir-se-á a compreensão de
pequenos textos para textos mais explorativos, além de escrever a partir de desafios
sobre diferentes temas e gêneros afins, o que vai resultar em diferentes formas de
comunicação.
Conforme a Base Nacional Comum Curricular (2018), a partir da educação
infantil até o segundo ano do ensino fundamental I, recomenda-se proporcionar aos
alunos vivências/experiências de aprendizagem, desafiando-as a fazer uso da
linguagem escrita a partir de constructos próprios e singulares, tendo como ponto de
partida as visões particulares (hipóteses conceituais), além compreenderem as
narrativas de livros, compartilhando formas de pensar a partir de questionamentos
sobre as perguntas lançadas, dando como exemplo, na história de ‘João e Maria”: -
71

“Por que os pais abandonaram os dois irmãos na floresta”? Outra, “Por que
Chapeuzinho Vermelho resolveu visitar a vovó por um caminho desconhecido”?
Paralelamente à linguagem oral, o modus operandi do sistema de escrita
quanto a sua funcionalidade e o caráter compreensivo, convém lembrar que a
organização da letras, primeiramente individuais e depois silábicas, passa pelos
traços e, consequentemente por uma grafia das letras.
Há um início e um fim no que se refere a escrita, diferenciando-se da letra
cursiva.
Uma possível dificuldade na alfabetização, traz como prejuízo à criança na
forma de identificação da ligação entre as letras, dificultando os traços. Para isso, há
o traçado no modelo de letra (imprensa.
Os pais podem a partir desse sistema treinar as duas formas de expressão da
linguagem escrita.
Mesmo assim, vamos encontrar alunos na alfabetização que vão ter problemas
com erros ortográficos. Muitas vezes confundindo uma palavra com dois “r” e outra
com dois “rr”, o que não é motivo para pânico..
Os pais precisam compreender que essas ressignificações e ajustes
demandam de tempo, o que Piaget chama de “insight”.
Professores que atuam nas séries posteriores do ensino fundamental I,
revelam que os alunos pós-alfabetização apresentam esses erros em virtudes da
complexidade ortográficas.
Entre as competências sugeridas pela BNCC (2018), nas séries finais do
ensino fundamental I, espera-se que os alunos compreendam e utilizem regras
morfológicas, sons da fala, uso de dicionário, contextos das palavras, etc.
No ensino remoto, com as crianças impossibilitadas de frequentarem as aulas
nas escolas e, ficando em tempo integral em casa sob tutela dos pais, as famílias
vêm sofrendo com diversos afazeres além de auxiliarem os filhos nas atividades
pedagógicas, tem o trabalho fora de casa (somente o pai ou ambos), tarefas como
limpeza da casa, etc., tornando-se um desafio duplo, e tendo de estabelecer o que é
principal e o que é secundário, pois há uma imensa responsabilidade com a
educação dos filhos.
Em casa, pode-se afirmar a partir de inúmeros estudos, de que os pais podem
fazer leitura de livros para as crianças, envolvendo-as nesse repertório, o que vai
resultar nas habilidades de uma construção linguística em nível de complexidades,
72

ampliação do vocabulário, ressignificação das leituras em diferentes contextos, o que


permitirá o desenvolvimento da linguagem escrita.
Os pais necessitam colocar em prática um ambiente de leitura visando a
formação de futuros leitores, pois a criança ao perceber que os pais estão envolvidos
no mundo mágico da leitura, passem a adquirir esse hábito, transitando em gibis,
livros e também vídeos.
Crianças “W” - nova geração que utilizam cada vez mais as tecnologias
compreendem com mais facilidade textos e suas interpretações, demonstrando
curiosidade sobre áreas de pesquisa (animais, por exemplo).
Os pais, a efetuarem leituras, devem saber ir além das mesmas, inquirindo,
questionando e dramatizando, visando aguçar a curiosidade das crianças
A conclusão é que as crianças que têm a oportunidade de escutar a leitura de
livros desde cedo desenvolvem um vocabulário mais rico, habilidades de linguagem
mais complexas e se tornam capazes de fazer narrações mais elaboradas.
Assim, na fase alfa, a criança que vivencia a leitura pelos pais, tende a
desenvolver-se mais rapidamente na leitura e escrita. A consequência disso, está na
aquisição de habilidades em nível de complexidade no processo de alfabetização,
implicando no desempenho avaliado positivamente pelo professor.
A interação da criança com a leitura resulta da vontade de ouvir a narrativa
pelos pais, e consequentemente a ampliação do repertório, agora sociolinguístico
quanto as experiências dessas atividades.
Resumidamente, deve-se proporcionar à criança o acesso no mundo da
literatura infantil e sua variedade, sendo as mesmas interpretativas e contextuais,
como por exemplo as obras de Monteiro Lobato (Sítio do Picapau Amarelo). Isso
transforma-se na contação de história embasada pelos clássicos, o que fará com que
a criança adquira na fase de alfabetização a aquisição de novas palavras.
Para isso, os professores devem sugerir aos pais que diversifiquem os livros
infantis, alternando, poesias, cantos, folclore, humor e, o mundo mágico da fantasia.
Esse arcabouço literário tem suas peculiaridades manifestas na forma de palavras,
com suas regras gramaticais, vogais, consoantes, além de iniciar uma interação com
outras áreas do conhecimento, como por exemplo referenciar a Alemanha na obra “O
flautista de Hamelin”. É mister ressaltar que o folclore brasileiro é rico e personagens
e sua manifestações linguísticas.
73

A utilização de vídeos infantis a partir das leituras efetuadas, também contribui


à luz da neurociências para ampliar o repertório linguístico no córtex cerebral,
proporcionando cenários de imaginação.
Os pais também podem baixar jogos na internet, estimulando o
desenvolvimento cerebral das crianças.
Um ateliê de leitura em casa, com livros infantis emprestados pela escola e
biblioteca faz com a criança aproveite o tempo em casa, para que ela treine o método
pré e silábico.
Os professores devem sugerir a releitura das obras infantis e pedir que as
crianças ressignifiquem essas leituras como forma de fixar palavras. Por que reler?
No âmbito da criança, uma primeira leitura faz passar despercebido algum detalhe
que se tornará relevante nas leituras posteriores. Em alguns casos, as crianças
podem fazer uma dramatização do que foi lido, usando as cordas vocais, sons graves
e agudos, conforme foi trabalho na dissertação no método fônico. Essa dramatização
pode oportunizar a criança a escolher um papel principal ou secundário numa
apresentação para a família.
Assim, durante a quarentena, estimular a leitura de forma desvinculada das
obrigações escolares traz diferentes benefícios. Ao mesmo tempo, estimula
aprendizados importantes que terão influência no desempenho escolar
posteriormente e, também, fortalece os laços afetivos entre a criança e a família
nesse momento delicado.
Assim, durante a pandemia, estimular a leitura de forma desvinculada das
obrigações escolares traz diferentes benefícios. Ao mesmo tempo, estimula
aprendizados importantes que terão influência no desempenho escolar
posteriormente e, também, fortalece os laços afetivos entre a criança e a família
nesse momento delicado.
A preocupação de muitos pais é com o tempo excessivo que os filhos passam
frente às telas, seja no celular, na televisão ou no computador. Nesse momento de
isolamento social, precisamos lembrar que a tecnologia pode ser usada de forma
positiva, possibilitando o contato das crianças com os amigos e a continuidade das
atividades escolares. Porém, também é importante oferecer outras opções de
entretenimento e aprendizado, como jogos físicos, atividades lúdicas e, claro, a
leitura.
74

Ausente das aulas presenciais, a presença das crianças em casa o dia todo,
as famílias enfrentam dois grandes desafios: conciliar as tarefas domésticas, o
trabalho e o cuidado com os filhos; e também garantir que as crianças continuem
aprendendo e se desenvolvendo de forma saudável nessa nova rotina.
A preocupação de muitos pais é com o tempo excessivo que os filhos passam
frente às telas, seja no celular, na televisão ou no computador. Nesse momento de
isolamento social, precisamos lembrar que a tecnologia pode ser usada de forma
positiva, possibilitando o contato das crianças com os amigos e a continuidade das
atividades escolares. Porém, também é importante oferecer outras opções de
entretenimento e aprendizado, como jogos físicos, atividades lúdicas e, claro, a
leitura.
Pais comprometidos com a educação das crianças, especialmente na
alfabetização e que acompanham regularmente as atividades, percebem o
desenvolvimento das mesmas de forma fora da normalidade
Outros pais, muitas vezes, acabam substituindo os filhos nas atividades
escolares o que vai implicar negativamente na aprendizagem.
Pais devem estar presentes cotidianamente na vida escolar dos filhos,
mostrando apreço e valorizando os ritmos de aprendizagem, participando das
atividades, estendendo-as para o seio familiar e comunitário, rico na diversidade de
informações.
Um pai que demonstra curiosidade por um fenômeno social ou natural e
compartilha com seus filhos, aguça neles o interesse de aprender, numa perspectiva
de mediação, fazendo perguntas, provocando com indagações, imagens,
representações.
Ou seja, são múltiplas as formas de inserir a criança no processo educativo.
Aos pais, é necessário nesse momento delicado que estamos passando e que
envolve aspectos cognitivos, ter um olhar diferenciados às crianças e suas devidas
manifestações emocionais, uma vez que tiveram suas vidas alteradas em relação a
ida às escolas.
Pais afetivos, dialogando, vivenciando emoções, prazeres, fugindo do estresse
são receitas para ajudar a autoestima.
A BNCC faz menção as competências socioemocionais, cujo momento são de
suma importância na vida dos educandos.
75

Infelizmente, conforme a Unicef, há muitas crianças fora da escola, que é o


caso de Manaus.
Mesmo assim, numa comparação entre aulas presenciais e remotas,
felizmente a segunda opção é válida, pois também é um ambiente de aprendizagem,
mesmo que as crianças não estejam se relacionando colegas e seus professores.

1.8 PANDEMIA E A ALFABETIZAÇÃO

A pandemia do novo coronavírus desencadeou o maior fechamento de escolas


da história mundial. Segundo dados da Unesco, no auge da pandemia, mais de 1,5
bilhão de alunos ficaram longe do ensino presencial – algo em torno de 91% dos
estudantes. Escolas e educadores começaram então a buscar alternativas para que
os alunos não ficassem completamente longe do ensino formal. Um dos caminhos
encontrados foi o ensino emergencial (que difere da educação a distância, já
praticada no Brasil).
Os impactos negativos causados pela pandemia COVID-19 trouxeram grandes
mudanças em todo o mundo. Com o avanço do vírus, as autoridades sanitárias
tomaram diversas medidas para evitar a disseminação da doença. Dentre eles, foi
adotado o isolamento social, medida preconizada pela Organização Mundial da
Saúde (OMS), que acarretou no fechamento de atividades comerciais, industriais,
recreativas, educacionais e outras.
Esta pandemia sem dúvida nos trouxe uma crise e um desafio adicional para
melhorar os níveis de leitura e escrita. No entanto, também temos uma oportunidade
única de reformar nossos sistemas educacionais e repensar a maneira como
ensinamos a ler e a escrever. Esperamos que esta pandemia nos leve a refletir e,
finalmente, oferecer às gerações futuras a educação de qualidade a que têm direito e
merecem. Que ferramentas você põe em prática para trabalhar a leitura com seus
filhos? Quais são seus suportes na alfabetização?
Assim, as escolas foram fechadas, portanto, este ambiente de interação
socioeducativa foi drasticamente modificado, obrigando professores e alunos a migrar
para o ensino não presencial, que consiste em: Uma adaptação necessária e
emergencial em que Professores, de forma aleatória espaços para a sala de aula,
estão reorganizando o ensino para acompanhar o ano letivo. As aulas e atividades,
76

que antes eram presenciais, passaram a ser enviadas por meio de ambientes virtuais
e mídias digitais.
Nessa pandemia, mais do que nunca, precisamos nos ater a esse mundo em
plena mudança, e, atentos as suas transformações, se medo de aproveitar o que vem
com as tecnologias.
Sabiamente, o professor, sabe que as tecnologias também são excludentes, e,
portanto, almejar atividades que possam incluam todos os alunos.
Desta forma, "[...] as metodologias e práticas pedagógicas dos territórios da
aprendizagem física" foram transportadas para ambientes digitais, com a
necessidade de os professores utilizarem diversos recursos como Skype, Google
Meet, Zoom e plataformas de aprendizagem específicas. Como consequência,
professores e alunos tiveram que se adaptar repentinamente a uma nova forma de
aprender, ensinar, interagir e usar recursos tecnológicos, o que evidenciou problemas
crônicos da educação brasileira, como a desigualdade de acesso dos alunos aos
recursos tecnológicos e a falta de treinamento para profissionais da educação.
Diante dessa situação, os princípios da educação, agora a distância, passaram
a seguir o modelo da educação presencial, com palestras gravadas apenas pelos
professores, utilizando o celular, por exemplo, como “[...] uma ferramenta para
reprodução do modelo tradicional de aulas presenciais em sala de aula virtual ”,
utilizando os referidos recursos sem conhecimentos pedagógicos ou didáticos.
Ensinar sem aprender torna-se um processo vazio e inócuo.
Portanto, é necessário que as tecnologias sejam consideradas no
planejamento pedagógico com uma finalidade educacional clara e que seja
significativa para os sujeitos envolvidos. Não pode ser executado às pressas ou de
forma reduzida apenas para atender às demandas e cumprimento do currículo.
Embora a educação a distância praticada na pandemia utilize recursos digitais,
isso não a configura como Educação a Distância (EAD). A EAD envolve uma equipe
de profissionais, como desenvolvedores de conteúdo, designers, produtores de mídia
digital e gestores de ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), e tem como público-
alvo principalmente alunos adultos autônomos, sendo o aluno o centro da
aprendizagem. Vale lembrar que a educação a distância é cursada há vários anos,
com legislação sobre essa modalidade de ensino, enquanto, no ensino não
presencial, pelo aspecto emergencial, consiste em aulas correspondentes ao
presencial. modelo de educação presencial que começou a ser realizado online, com
77

alunos cujo perfil é constituído por jovens que ainda se encontram na fase de
construção da sua autonomia O aluno da educação remota tem pouca interação com
o professor e outros colegas. O perfil dos alunos é o que enfrenta a pandemia: alunos
da educação básica, universitários, pós-graduandos com pouco acesso à tecnologia.
Quanto à formação de professores, ela não existe ou se existe foi muito superficial..
No entanto, a referida alteração legislativa encontra-se defasada com o conjunto de
ações metodológicas necessárias e suficientes que complementam e acompanham
a referida alteração, adaptando-se às necessidades cognitivas da nova faixa etária -
6 anos.
O processo de alfabetização na fase inicial da escolarização está fortemente
ligado às interpretações que, segundo modelos elaborados com base nas correntes
teóricas clássicas da aprendizagem, procuram explicar o processo de
reconhecimento de palavras escritas - competências básicas de leitura - realizado por
crianças. Esse processo é basicamente cognitivo e se origina durante a aquisição da
linguagem. Essa aquisição envolve um duplo processamento: um processamento
direcionado às pessoas, que é instantâneo, sucessivo, ocorre em tempo real, e outro
processamento direcionado
Escolas e educadores começaram então a buscar alternativas para que os
alunos não ficassem completamente longe do ensino formal. Um dos caminhos
encontrados foi o ensino emergencial (que difere da educação a distância, já
praticada no Brasil). Tal fato deu mais visibilidade ao uso da tecnologia no processo
de ensino e aprendizagem.
O ensino remoto é relativamente novo no campo do desenvolvimento
profissional na primeira infância. Consequentemente, são poucas as pesquisas que
identificam práticas eficazes para alunos no processo de alfabetização. No entanto,
são inúmeras as recomendações de quem tem experiência na área em participar ou
ministrar cursos na educação infantil a distância.
Os modelos cognitivos baseiam-se nas correntes teóricas neo-piagetianas e os
interacionistas nas correntes teóricas neovigotskianas. Os modelos cognitivos
enfatizam o papel da criança como participante ativo de sua própria aprendizagem,
em que a aquisição do reconhecimento de palavras escritas ocorre principalmente em
função do desenvolvimento dos processos mentais. Esses modelos buscam
esclarecer os componentes cognitivos envolvidos no processo de reconhecimento da
palavra escrita, bem como as estratégias que as crianças utilizam na leitura e o
78

desenvolvimento dessas estratégias durante os primeiros anos da educação formal.


Entre os cognitivos, existem modelos de caminhos duplos; conexionistas; modelos
que combinam os modelos bidirecional e conexionista; neurocognitivo e o modelo de
linguagem abrangente.
Tal fato deu mais visibilidade ao uso da tecnologia no processo de ensino e
aprendizagem. Em nosso país, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), por
exemplo, já prevê o uso de tecnologias educacionais no processo de ensino e
aprendizagem, estimulando a utilização crítica e responsável dessas ferramentas.
Mas em algumas situações ainda era possível notar a resistência quanto ao uso da
tecnologia no processo educacional – algo que parece ter mudado significativamente
a partir da experiência com o ensino remoto.
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) e a tecnologias digitais de
informação e comunicação (TDIC) estão oportunizando mudanças no processo
ensino-aprendizagem. O processo de letramento vem se remodelando a cada dia
com a emergência da cibercultura. Nessa perspectiva, letramento não é mais uma
tecnologia que nos permite apreender habilidades que possibilitam ler escrever.
Sendo assim, as TIC e as TDIC podem possibilitar as crianças, jovens e adultos
assim como aos professores, oportunidades de acesso a informações diversas,
vídeos, hipertextos, imagens e sons, além de uma gama cultural que somente a
cibercultura poderá nos presentear.
Assim, podemos abordar o letramento, indispensável nos espaços virtuais: o
letramento digital. Segundo Coscarelli, letramento digital é:

O letramento digital envolve as habilidades do sujeito de lidar com textos


digitais que normalmente fazem parte de uma rede hipertextual e exploram
diversas linguagens, ou seja, são multimodais. Essa rede hipertextual é
composta por um conjunto de textos não lineares, que oferecem links ou
elos para outros textos, que podem ser ou conter imagens, gráficos, vídeos,
animações, sons. (COSCARELLI, 2009, p. 554).

Paralelamente a isso, a exemplo do que já vem acontecendo em estados e


cidades brasileiras, o retorno dos alunos ao espaço escolar físico está ocorrendo de
forma gradual, exigindo que as instituições de ensino adotem práticas híbridas de
ensino, ou seja, um modelo que alia momentos de educação presencial com outros
de ensino a distância.
Tudo isso indica que a relação entre educação e tecnologia, que anteriormente
caminhava em um ritmo mais vagaroso, se acelerou e não irá embora. Pelo contrário,
79

o uso das tecnologias digitais e a adoção do ensino híbrido têm se consolidado como
uma tendência mundial, inclusive no Brasil.
Temos que relacionar o futuro à alfabetização. Muitas crianças que vão para a
escola (após a pandemia) devem ter um mínimo de garantias para participar e
aprender a ler. Se não o garantirmos, além do severo impacto que a pandemia
apresentou e, seremos cobrados por não termos agilizado modelos que permitam
processos eficazes, eficientes e competentes para aprender a ler.
O processo de alfabetização, independentemente da metodologia aplicada, é
altamente focado na figura do professor. “Com a pandemia, como em todas as outras
etapas da escola, as crianças no ensino fundamental I passaram a ter dificuldades na
alfabetizaçãoé imprescindível a interação entre professor e aluno
Antes, a desigualdade já estava muito presente no sistema educacional. A
pandemia reforçou até que ponto ainda temos essas lacunas entre os alunos dentro
do sistema educacional. Quanto mais alunos têm muito mais vantagens porque
nasceram no X ou Y.
Considera-se imprescindível o esforço de integração dos alunos em situação
de vulnerabilidade social na educação a distância. “É importante que o sistema
educacional utilize metodologias ativas para a garantia da alfabetização.
É necessário um esforço para avaliar o que as crianças realmente
aprenderam durante o período em que as atividades a distância são ensinadas.
“Precisamos começar a pensar em programas de reforço e recuperação agora, o
quanto antes, ou mesmo antes, devemos ter diagnósticos que sejam capazes de
avaliar o que as crianças aprenderam e não aprenderam, e enumerar novas
estratégias para reucperação desses alunos
Ao repensar a educação, deve-se levar em conta o paradigma da pandemia.
“Uma situação é certa: as perdas pedagógicas nesse período de distância social são
grandes e as perspectivas de recuperação dessa lacuna precisam ser mais
investigadas.
Para superar esse impasse, os educadores têm se dedicado a minimizar os
impactos dessa nova realidade. “Os professores estão investindo na própria
formação, reinventando as práticas pedagógicas, reorganizando o planejamento e
superando as expectativas em termos de oferta de atividades pedagógicas adaptadas
ao contexto atual. Certamente, esses serão profissionais-chave na reconstrução
educacional do país após o período da pandemia.
80

A alfabetização é a "chave de ouro" para as crianças entrarem no mundo


convencional e social. Sem acesso aos sistemas de notação (os códigos que
compõem a escrita), você não poderá abordar o jornal, a lista, as instruções, o livro
de receitas e os livros. Tudo isso vai afastá-la de narrativas e histórias e vai deixá-la
excluída e marginalizada ”, avalia a especialista.
Se a criança, nos primeiros anos, apresentar dificuldades para interagir com
os sistemas convencionais e de código, teremos uma possível“ evasão ”da escola.
O aluno não encontrará graça, não será capaz de entender o que é dito, ele se
sentirá separado, segregado. E ele, de fato, ficará, porque normalmente ninguém
invisível em sala de aula. Não vai voltar um dia. Ele se tornará parte de outras
dinâmicas, nas quais a marginalização e a pobreza o envolverão. Nunca mais
teremos notícias dele. Será um dos “invisíveis” do Estado brasileiro ”, alerta o
especialista em educação.
Uma criança com pouca alfabetização sofrerá muitos impactos na vida escolar.
“É improvável que você adquira outras habilidades mais complexas se não tiver total
controle sobre a questão da compreensão dos textos. A alfabetização, como primeiro
passo em um dia escolar, é absolutamente essencial
No ensino remoto para a alfabetização inicial, mantemos os princípios
didáticos que são: promover a leitura e a escrita; enriquecer o patrimônio cultural dos
alunos; atentar para as competências socioemocionais, a relação entre o adulto, o
menino, a menina e o livro.
Um vínculo afetivo muito importante é criado também no desenvolvimento da
consciência fonológica em contextos significativos utilizando a mídia, seja WhatsApp,
guias educacionais, rádio, telefonemas, plataformas virtuais ou qualquer outro meio
disponível.
Sendo a alfabetização, o aspecto central da educação, e o início do processo
educacional formal das crianças, os recursos didáticos a serem utilizados devem
estar voltados para a aquisição de uma leitura abrangente e uma escrita de
qualidade, que inclua um vocabulário adequado às suas necessidades. que permite
que eles entendam o conteúdo
É importante que os recursos didáticos utilizados pelos alunos para a sua
alfabetização incluam a aprendizagem da leitura e da escrita ao mesmo tempo, pois
muitas vezes em nosso país encontramos cidadãos que sabem ler, mas não sabem
escrever. Isso se deve ao fato de serem alfabetizados com silabários que continham
81

pouco vocabulário e também careciam de cadernos de caligrafia de acordo com o


nível de leitura que alcançavam. O Ministério da Educação deve destinar uma alta
porcentagem de seu orçamento aos três primeiros níveis do ensino fundamental,
base fundamental de qualquer sistema educacional, e declarar a alfabetização infantil
uma prioridade nacional, visto que esses alunos são os mais afetados pela situação
atual. eles são os alunos mais dependentes de outras pessoas no processo de
aprendizagem.
Nesta época de pandemia, uma vantagem desse primeiro estágio da
escolaridade de uma criança é que os alfabetizados, sejam pais, irmãos ou
responsáveis, são treinados para orientá-los no processo de ensino e aprendizagem
da alfabetização, para o qual Você só precisa ter desejos , paciência, tempo e
recursos didáticos sistematizados, além de contar com o apoio permanente do
professor.
A alfabetização é um direito que ajuda a reduzir a pobreza, transforma a vida e
a dignidade das pessoas, aumenta as oportunidades econômicas, promove a
participação na vida pública e a consciência de seu valor. Por outro lado, não saber
ler e escrever é o principal indicador de exclusão e desigualdade, além de obstáculo
para a realização de uma vida plena.
Pela primeira vez, os alunos do primeiro ano aprendem a ler e escrever à
distância e os do segundo ano reforçam a sua aprendizagem neste novo modelo, por
isso promovemos a ideia de partilhar experiências de sucesso vividas neste. novo
ambiente. aprendizagem.
Na ausência da escola como cenário educacional perfeito para construir a
aprendizagem, a educação a distância adquiriu relevância devido à pandemia,
portanto professores, alunos e pais tiveram que se comunicar por meio de diferentes
recursos tecnológicos. O exposto resultou em evidenciar ainda mais a desigualdade
de determinados grupos educacionais e sociais, para ter direito à educação.
A vulnerabilidade educacional está marcada pelo enfraquecimento do vínculo
escolar do aluno na escola, pela pandemia como fator social que produzia efeitos
adversos e, claro, não sendo capaz de construir a aprendizagem da mesma forma
que estava sendo feito com o modelo organizacional da escola. É por isso que outro
grande desafio está chegando; alfabetização a distância na primeira série do ensino
fundamental.
82

O processo de alfabetização dos pré-escolares faltou tempo e situações


escolares no último ano letivo, faltou um contato mais próximo com a linguagem
escrita e as crianças, em sua maioria, descobriram sua função no mundo real,
propriamente na relação que se encontram com a sua. nome, letras e seus sons.
Os alunos perderam momentos na escola em que a abordagem da escrita foi
gradativamente aproveitando o amadurecimento alcançado pela maioria das crianças
para a realização de atividades relacionadas.
Portanto, entendemos que, dentro do sistema educacional mexicano, os
alunos da primeira série são amplamente vulneráveis e é necessário criar condições
mais eqüitativas para eles (métodos de ensino, intervenção docente, acesso a
materiais impressos e audiovisuais, ferramentas tecnológicas, organização
institucional, gestão de treinamentos, entre outros).
Neste momento, meninos e meninas da primeira série têm vivenciado
dificuldades em sua jornada escolar que os impedem de aproveitar o currículo e os
ensinamentos da escola. Em outras palavras, o processo de aquisição da leitura e da
escrita tornou-se ainda mais complexo para os alunos.
A criação de melhores condições de equidade é que os professores, neste
momento, estão ocupados resolvendo questões em relação a: Como as crianças
aprendem a ler e escrever? Como ensinar leitura e escrita? Se conseguirmos
responder a essas questões por meio do treinamento ou do autodidatismo, estaremos
aprimorando o ensino ou a intervenção docente, pois teremos o conhecimento ideal
de métodos, metodologias, técnicas ou estratégias.
Equidade para nossos filhos é que o diretor exerce sua liderança no
estabelecimento de ensino e busca por todos os meios cursos e oficinas para
capacitar permanentemente professores e pais na estratégia de alfabetização a
distância.
Adicionar pais à estratégia seria o elo perfeito, já que é o lar onde nossos
meninos e meninas estão agora. A casa como primeira escola ... tutores desenhando
e preparando um pequeno local de trabalho, realizando o acompanhamento da
melhor forma no processo de alfabetização, agregando o plus da formação a
distância de cursos e oficinas que eles farão e servirão para ajudar seus filhos.
E nesse sentido, em particular, que o sujeito, no caso a criança, precise
interagir com a linguagem escrita, além de conceber a alfabetização como um
processo de aprendizagem, que começa em um momento e nunca termina.
83

Defende-se a ideia de que não é só na escola que podemos criar situações de


trabalho e, nesse sentido, estar em casa vai estimular a leitura e a escrita na vida
social, ou seja, desenhar e soar as letras permitirá que o aluno alcance a reflexão. ,
questiona, analisa, explica e discute com as situações didáticas que o professor cria
para orientar a alfabetização a distância.
O objetivo é que o aluno desenvolva a consciência fonológica, habilidade
essencial para que a criança tenha acesso à leitura e à escrita. Para isso, é
necessário realizar ações em conjunto com pais, professores e gestores escolares
para que a criança tenha certos materiais em casa: arquivo de nomes próprios, letras
em movimento, alfabeto, livros que possa explorar e ler. Aproxime-o do mundo das
letras.
Vamos mostrar que somos profissionais da educação capazes de dar
continuidade aos nossos processos de aprendizagem. Vamos ser a escola que
conseguiu desafiar a alfabetização à distância.
Nestes dias de educação à distância, a frase familiar torna-se ainda mais
importante. A escola como segunda casa e a casa como primeira escola
Para isso, vamos todos ajudar as crianças a continuar sua alfabetização em
seu ambiente familiar e social.
Paralelamente a isso, a exemplo do que já vem acontecendo em estados e
cidades brasileiras, o retorno dos alunos ao espaço escolar físico está ocorrendo de
forma gradual, exigindo que as instituições de ensino adotem práticas híbridas de
ensino, ou seja, um modelo que alia momentos de educação presencial com outros
de ensino a distância. Tudo isso indica que a relação entre educação e tecnologia,
que anteriormente caminhava em um ritmo mais vagaroso, se acelerou e não irá
embora. Pelo contrário, o uso das tecnologias digitais e a adoção do ensino híbrido
têm se consolidado como uma tendência mundial, inclusive no Brasil
Os equipamentos audiovisuais já vêm sendo utilizados crescentemente pelas
escolas nos últimos anos. O rádio, as vitrolas, aparelhos de som, a televisão e o
vídeo. A motivação maior vai de encontro com a opinião de Giroux (1997, p.
105), quando considera...

(...) necessária a contribuição do conhecimento de educadores


pesquisadores, para a cultura pública de muitos professores que mostram
diariamente em suas salas de aula a coragem, a dignidade e a visão
necessária para fazer diferença na vida de seus alunos.
84

Uma marcante conclusão fecha o estudo das colocações de Nóvoa:

Aos professores pede-se quase tudo, e quase nada se lhes dá, sendo no
meio destas contradições que os professores tem de refazer uma identidade
profissional, evitando as metáforas do “professor-escultor”, do “professor-
piloto”, do “professor-espelho”e do “professor-jardineiro”, adotando em seu
lugar as metáforas dos professores como investigadores, como profissionais
reflexivos, como experimentadores, como decisores, etc.. (NÓVOA in
SERBINO, 1998, p. 39).

Belloni (1999, p.57) considera algumas funções como essenciais aos


professores que trabalham nos processos educacionais à distância: “(...) Atuar como
professor formador, como conceptor e realizador de cursos e materiais; como
pesquisador por excelência; como tutor; como tecnólogo educacional; como recurso
de consulta dos alunos; como monitor”.
Com estas novas exigências, muitos são ainda os professores que trabalham
em perspectivas reprodutivistas, não se encontram muitos professores
especialmente voltados para desenvolvimento das habilidades intelectuais de seus
alunos, estando muitos procurando novas relações que impliquem na redefinição de
seu papel, mas devem ser orientados que, parte do próprio professor a escolha do
momento de ruptura, que exige uma formação diferenciada para a atuação dentro de
novas perspectivas didáticas.
85

2 METODOLOGIA

O contexto de investigação desta produção dissertativa possui natureza social


com sistema aberto, onde ocorrem ainda dinâmicas e transformações por meio da
ação humana de formas intencional e não intencional, sendo o desenho de pesquisa
inseparável do contexto, pois ambos explicam o fenômeno social das aulas de
professores no ensino remoto no que tange à alfabetização e leitura de alunos no
ensino fundamental I.
A presente investigação possui caráter essencialmente qualitativo. Esse tipo
de método é utilizado para responder a determinados tipos de questões. As
características apresentadas por Yin (2005) para os estudos de caso e que também
podem ser voltadas para uma pesquisa qualitativa caracterizam bem esta forma de
pesquisar, pois...

Em geral, os estudos de caso representam a estratégia preferida quando se


colocam questões do tipo ‘como’ e ‘porque’, quando o pesquisador tem
pouco controle sobre os acontecimentos e quando o foco se encontra em
fenômenos contemporâneos inseridos em algum contexto da vida real (YIN,
2005, p. 19)

Não há nas pesquisas em educação a construção de quadros sem


referências paradigmáticas para suas orientações, especialmente considerando que
as questões educacionais envolvem o caráter social intricado ao que pode ser
medido, condicionado a regularidades e também a tendências observáveis. O
contexto de investigação desta dissertação é considerado, em seu desenho de
pesquisa, uma abordagem quantitativa, no entanto, abordagem deve valorizar ainda
aspectos que uma análise qualitativa possui, pois analisa de forma mais proximal os
detalhes que cerceiam os fenômenos e quem participa deles, interpretando ao invés
de apenas mensurar e compreendendo melhor a realidade tal como ela é por meio
dos sujeitos e grupos a partir do que pensam e agem, considerando as qualidades
inerentes e sua formação experienciada, como os aspectos de valores,
representações, atitudes crenças e hábitos.
86

A principais variáveis que compuseram essa dissertação foram os


professores e sua disponibilidade no acolhimento a essa pesquisadora

2.1.1 Desenho da pesquisa

O Desenho de pesquisa constitui o arcabouço que apresenta papel de guia


para planejamento, a implementação e também análise de estudo, ou seja, trata-se
do plano de resposta para as hipóteses da pesquisa, admitindo-se que, o desenho de
pesquisa, é moldado de acordo com as perguntas e hipóteses demandadas,
portanto, entender e compreender os diferentes tipos de desenho é importante para
que esse arcabouço seja construído e direcionado de formas corretas.
Por traz do desenho de pesquisa há caminhos a serem percorridos, iniciando-
se em raciocínio dedutivo e generalizado, com teoria estabelecida e conceito
reduzidos a variáveis, nesta pesquisa independentes e preditivas, para
posteriormente realizar coletas e evidências que buscam, dentre outras coisas,
avaliar, testar se a teoria pode ser confirmada.
Dessa forma, os métodos e técnicas escolhidas para esta produção são
definidos por uma pesquisa de classificação empírica com dados obtidos junto aos
professores. Trata-se ainda de uma pesquisa com abordagem qualitativa
Dessa forma, o desenho de pesquisa admite algumas etapas que constroem
o quadro compreensível dos motivos pelos quais a pesquisa ocorre, como ela ocorre,
onde ela ocorre e quais os objetos pesquisados.
Frente aos argumentos apresentados, a presente investigação utilizará os
métodos qualitativos de obtenção de dados. Dentre estes, destacam-se várias
opções, “...que vão desde a análise de conteúdo com toda sua diversidade de
propostas, passando pelos estudos de caso, pesquisa participante, estudos
etnográficos, antropológicos, etc.”, à ...observação cursiva ou participante, análise
documental, histórias de vida, depoimentos, etc..

2.1.2 Enfoque da pesquisa

O enfoque de pesquisa é o emprego de processos cuidadosos, metodológicos


e empíricos com esforço para gerar conhecimento. Sumariamente, o enfoque é a
abordagem da pesquisa, qualitativa. O que busca com a delimitação de um enfoque
87

é a realização da observação e avaliação de fenômenos, criando suposições e ideias


consequentes dessa observação e avaliação, demonstrando ainda o quanto essas
suposições e ideias tenham de fundamento, revisando-as com base em provas e
análises, propondo novas observações e avaliações para esclarecimento,
modificações e fundamentações das suposições e ideias, visando inclusive a geração
de novas.
Numa abordagem qualitativa, Richardson (1989) pode-se avaliar em grau
crescente de complexidade um problema de pesquisa com o fito de entender e
buscar a dinamicidade de possíveis variáveis, propor mudanças nos grupos sociais
ou um grupo singular, seguindo em profundidade quanto ao objeto de estudo, além
da análise comportamental dos sujeitos da pesquisa na sua particularidade.
De acordo com a afirmação de Vieytes (2004) a lógica da pesquisa
quantitativa é a proposta do problema relativo às variáveis usando a observação,
medição e tratamento estatístico dos dados gerados.
Enquanto o paradigma quantitativo é dominante, os dados também são
analisados com alguns elementos qualitativos na avaliação e conclusão dos dados
para o seu show, permitindo uma maior riqueza na análise do mesmo, em Sampieri
et al (2006), chamada o modelo da abordagem dominante, em outras palavras, o uso
de um ou mais elementos da outra abordagem, neste caso, o qualitativo, para dar
maior consistência à pesquisa.
A tipologia descritiva também caracteriza a análise neste trabalho que,
segundo Vieytes (2004), pretende resumir, obter um perfil sobre o objeto de estudo.
Deste modo é obtido um entendimento profundo das situações estudadas, em geral,
ou alguns dos seus aspectos em particular.
Ele não está disponível e é prospetivo, analisa dados de presente para
descobertas de questão que podem levar a melhorias futuras e corte para os dados
serão cruzados porque os dados são tomados apenas uma vez.
A pesquisa utilizada nesta dissertação assume um caráter exploratório, pois
segundo Ludke; André (1986) amplia a compreensão do pesquisador face ao objeto
de estudo, procurando ressignificar conceitos e, mais do que isso advêm de um plano
estruturado que vai se multifacetando à medida que se vai aavançando.
Para Vergara (1998) a pesquisa exploratória se insere no contexto
qualitativo , pois não há um plano de linear e rigoroso da etapas da pesquisa. Nesse
88

sentido, a pesquisa avança num contexto pouco explicado de fundamentação, ou


seja, não há uma sistematização.
Além de exploratória, encontra-se a descritiva, pois acena com novas
fundamentações dos fenômenos sociais.
Com o propósito de atingir os objetivos deste trabalho, buscamos desenvolver
a pesquisa na perspectiva qualitativa, pois, segundo Bogdan e Biklen (1994, p. 47 –
50), a pesquisa qualitativa ou naturalística é aquela em que:

[...] a fonte direta dos dados é o ambiente natural, constituindo o


investigador o instrumento principal; [...] é descritiva; [...] os pesquisadores
mostram interesse mais pelo processo do que o produto, utilizando-se do
método indutivo, assim o as representações sociais é o que interessa.

Para Flick (2004), os aspectos essenciais da pesquisa qualitativa consistem


na escolha correta de métodos e teorias que são adequados para pesquisas que
podem ser estudadas na prática, no reconhecimento e na análise de diferentes
perspectivas estudando o conhecimento e as práticas dos entrevistados, nas
reflexões dos pesquisadores a respeito de sua pesquisa como parte do processo de
produção de conhecimento, assim como suas subjetividades e daqueles que estão
sendo estudados e na variedade de abordagens e métodos.
Para desenvolver uma pesquisa se faz necessário um planejamento, em que
se correlaciona cada fase que envolve a mesma, o planejamento é uma forma
racional e mais econômica de executar num trabalho, FACHIN (1993) considera-se a
pesquisa bibliográfica como o primeiro passo de qualquer tipo de trabalho científico.
Ela pode ser desenvolvida independentemente ou juntamente com outras
modalidades de pesquisa, como a de campo, de laboratório, documental etc.
No que tange à análise de conteúdo, é uma técnica de pesquisa que visa ser
objetiva, sistemática e quantitativa no estudo do conteúdo manifesto da
comunicação. Na opinião de Bardin (1986), a análise de conteúdo é um conjunto de
instrumentos metodológicos, aplicados ao que ele chama de "discursos"
extremamente diversificados (conteúdos e continentes). O fator comum a essas
técnicas múltiplas e multiplicadas - desde o cálculo de frequências que fornecem
dados criptografados que vão sendo desdobrados no plano dedutivo
Como esforço de interpretação, a análise de conteúdo se move entre dois
pólos: o do rigor da objetividade e o da fecundidade da subjetividade. Ela se desculpa
e credita ao Investigador essa atração pelo oculto, o latente, o não aparente, o
89

potencial não publicado, o "não dito", contido em cada mensagem. Segundo este
autor, o maior interesse na obrigação que impõe de prolongar o tempo de latência
entre as intuições ou hipóteses iniciais. E as interpretações finais. Os procedimentos
de análise de conteúdo obrigam-nos a estabelecer um tempo entre a mensagem-
estímulo e a reacção interpretativa (BARDIN, 1986).
Esta técnica constitui um instrumento de resposta àquela curiosidade natural
do homem em descobrir a estrutura interna da informação, quer na sua composição,
na sua forma de organização ou estrutura, quer na sua dinâmica. Esta técnica centra
sua busca nas palavras ou outros símbolos que configuram o conteúdo das
comunicações e se situam dentro da lógica da comunicação inter-humana.
A análise de conteúdo difere das técnicas clássicas de estudo de documentos
(vários tipos de técnicas: históricas, literárias, jurídicas, sociológicas, políticas, ...) nas
quais tende a mediar a subjetividade pessoal do pesquisador. Esta metodologia visa
substituir as dimensões interpretativas e subjetivas do estudo de documentos ou
comunicações por procedimentos cada vez mais padronizados que procuram
objetivar e converter o conteúdo de determinados documentos ou comunicações em
dados para que possam ser analisados e processados mecanicamente.

2.1.3 Alcance

O alcance de pesquisa está diretamente ligado ao que resulta da revisão de


literatura e perspectiva de estudo, assim como dos propósitos da pesquisadora,
combinando os elementos no estudo. Há quatro principais tipos de alcances:
exploratórios, com vistas a pesquisa de problemas pouco estudados, interpelações
sob uma perspectiva inovadora, identificam conceitos promissores, preparando o a
temática para novas pesquisas; descritivos, onde é considerado o fenômeno alvo do
estudo e seus componentes, medindo conceitos e definindo variáveis; correlacionais,
oferecendo prognósticos, explicando e quantificando relações entre as variáveis;
explicativas, onde são determinadas causas de fenômenos, gerando sentido e
compreensão e são altamente estruturados.
O alcance de estudo denota dependência das outras fundamentações de
pesquisa inseridas nas estratégias, portanto, para cada tipo de alcance serão
determinados diferentes tipos de desenho, procedimentos, enfoque, etc. As
90

pesquisas de alcance descritivo propositam-se a especificação de propriedades e


perfis de pessoas, de grupos, de objetos, processos, fenômenos, dentre outros
objetos para análise. Podem ser direcionadas a coleta de informações independentes
ou conjuntas sobre variáveis e conceitos a que se referem.
A luz do exposto acima, esta pesquisa tem seu alcance determinado por seu
caráter de descrição de um fenômeno, sendo a forma como os professores estão
lecionando para alunos em fase de alfabetização, visando interagir com a leitura.

2.1.4 Fonte de dados

A fonte de dados de uma pesquisa advém de duas origens principais, do


próprio pesquisador (fonte de dados primária) ou de estudos feitos por terceiros
(fonte de dados secundária). Uma fonte de dados primária admite coleta pelo
pesquisador com mais proximidade da verdade e maior controle de erros, já a fonte
de dados secundária admite estudos feitos por terceiros, apresentando, portanto, ao
menos um nível interpretativo entre fatos e registro, podendo desconhecer-se erros,
no entanto, pesquisas com fontes de dados secundários não representam desabono
factual, mas exige um maior nível de minucia quanto a veracidade dos fatos, sendo
necessário várias fontes que convergem nas informações obtidas (SAMPIERI);
COLLADO & LUCIO, 2013).

Uma fonte de dados deve ser criteriosamente escolhida e as estratégias


para coleta de dados devem obedecer a responsabilidade em atender as etapas do
processo, com possíveis adequações e redefinições, pois os dados coletados
passaram por outras etapas que transformarão esses dados em informações
relevantes para a pesquisa. Por meio do trabalho com os dados pode-se identificar
tendências, padrões, teste de hipóteses, sendo esta a abordagem confirmatória.
Uma pesquisa que possui dados levantados pelo pesquisador e também
depende de um quadro teórico para construção de suposições, ideias e hipóteses,
bem como, dos propósitos considera que seus dados partem de duas fontes, a
primária e secundária, ambas altamente necessária de critérios e cuidados,
verificando o máximo possível a veracidade desses dados.
Triviños (1992) ressalta que a pesquisa qualitativa apresenta cinco tópicos
para sua execução sendo elas:
91

a) o meio em que o sujeito da pesquisa está inserido serve de fonte de dados


para a pesquisa;
b) assume o caráter descritivo, pois não uma conexão com dados estatísticos
da abordagem quantitativa dos resultados, pois os significados adentram na
subjetividade
c) o pesquisador inserido na pesquisa qualitativa, deve demonstrar apreço
com o processo, ou seja o devir dos resultados (produto);
d) os dados são indutivos, ou seja do particular para o geral;
e) a pesquisa qualitativa hipervaloriza o “significado”, razão de ser dessa
modalidade.
Como é o caso desta pesquisa, o próprio pesquisador levantou seus dados
através de uma entrevista estruturada.

2.1.5 Técnica e instrumento de coleta de dados

O instrumento da pesquisa foi devidamente autorizado respeitando os


procedimentos éticos. Foi pedido autorização por escrito da Gestora da escola, para
que fosse realizada a entrevista com as professoras e a pedagoga, no caso dessas
profissionais não assinaram o consentimento, pois as mesmas não tiveram seus
nomes citados nos textos aqui expostos. A entrevista foi realizada na escola nos
períodos de setembro a novembro de 2020. As professoras foram entrevistadas
durante o seu HTP (Horário de Trabalho Pedagógico).
Para obtenção da coleta de dados nesta dissertação, elaborou-se uma
entrevista estruturada aos professores.
Para Bogdan e Biklen (1994), o modelo de instrumento de coleta de dados,
sendo a entrevista, permite conseguir dados na forma descritiva, sem alterar a
narrativa do sujeito da investigação, facilitando que pesquisador possa de forma
intuitiva partir para suposições sobre a forma como esses sujeitos expressam suas
visões de mundo.
Na pesquisa qualitativa existem diferentes técnicas de coleta de dados, cujo
objetivo principal é obter informações dos participantes a partir de percepções,
crenças, opiniões, significados e atitudes, portanto a entrevista é uma técnica valiosa
que será estudada nesta análise. Será feito um tour teórico com o esclarecimento de
que a pesquisa está envolvida em uma representação complexa de políticas, que se
92

refletem na pesquisa social por meio de interações e práticas, que são realizadas
onde o objeto de investigação constitui o aspecto principal da investigação.
A entrevista é uma conversa, é a arte de fazer perguntas e ouvir as respostas.
Além disso, esta técnica é fortemente influenciada pelas características pessoais do
entrevistador, da mesma forma, tornou-se uma atividade da nossa cultura, embora a
entrevista seja um texto negociado, onde o poder, gênero, raça e interesses das
Classes foram de interesse especial nos últimos tempos. Inicia-se com as origens da
entrevista para que os leitores conheçam sua evolução no campo das ciências
sociais até os dias atuais, a entrevista é discutida a partir de pesquisas qualitativas,
serão explicados os tipos de entrevista (estruturada, não estruturada e em grupo), a
tipologia de grupos de discussão e, algumas novas tendências de entrevistas são
mencionadas.
Dessa forma, a entrevista do tipo estruturada e semiestruturada constituiu-se
no instrumento mais apropriado para a obtenção de dados mais específicos e
inerentes a cada um dos sujeitos.
Lüdke e André (1986) ressaltam uma característica importante da entrevista
semiestruturada como técnica de coleta de dados nas pesquisas qualitativas: o
caráter de interação que a permeia, ou seja, nela a relação que se cria proporciona
uma atmosfera de influência recíproca entre quem pergunta e quem responde, não
havendo imposição de uma ordem rígida de perguntas a serem seguidas pelo
pesquisador. O entrevistado discorre sobre o tema proposto de acordo com as
informações que ele detém e também com base em suas impressões e valores
pessoais.
Para coletar os dados da pesquisa foi aplicado uma entrevista para
professores alfabetizadores da Escola Municipal Zilda Arns Neumann da cidade de
Manaus.

2.1.6 População e amostragem

Foram entrevistados seis professores dos turnos matutino e vespertino que


atuam na alfabetização de alunos na Escola Municipal Zilda Arns Neumann da
cidade de Manaus no ensino fundamental I (primeira série), incluindo professora que
atua também na Educação Infantil.
93

O lócus da pesquisa foi na Escola Municipal Zilda Arns Neumann da cidade


de Manaus

2.1.7 Técnica de análises de dados

A análise dos dados foi efetuada por meio da transcrição das entrevistas pela
própria pesquisadora. As entrevistas foram codificadas e categorizadas.
As entrevistas foram tratadas a partir de categorias de análise na abordagem
da, sendo transcritas e interpretadas pela técnica de análise de conteúdo. Bardin
(2011) resume que a análise de conteúdo, amplia as respostas obtidas por
categorias.
A entrevista é um recurso metodológico de pesquisa social que envolve uma
interação dialogal entre o entrevistador e o entrevistado. Essa interação acaba por
gerar influências no processo de obtenção de informações a partir do momento em
que fatores tais como: ambiente em que ocorreu a entrevista, assunto abordado,
facilidade de acesso e disponibilidade do entrevistado, entre outros, interferem na
dinâmica do diálogo.
Com base nessas considerações, convém explicitar como foram realizadas as
entrevistas e quais as impressões do entrevistador com relação ao conteúdo das
informações obtidas. O critério de seleção das entrevistadas foi baseado por
acessibilidade (indicações e contatos pessoais).
94

3 ANÁLISE DE RESULTADOS

3.1 ORGANIZAÇÃO DOS RESULTADOS

A entrevista estruturada foi aplicada para seis professores que atuam na área
de alfabetização no ano de 2020 na Escola Municipal Zilda Arns Neumann. Esta
entrevista estruturada, face à pandemia, foi realizada através do google forms e
envio de caixa postal.

Dados do Grupo:
01 – Nível de formação cultural:
- 06 professoras com graduação em Pedagogia;
- Dessas seis, quatro com especialização lato-sensu em Educação Infantil e Séries
Iniciais;
- 02 formadas em especialização lato-sensu em Psicopedagogia.

02 – Tempo de serviço na atuação em alfabetização em Educação Infantil e do


primeiro ao segundo ano do ensino fundamental I:
P1: 13 anos de serviço;
P2: 04 anos de serviço;
P3: 07 anos de serviço;
P4: 09 anos de serviço;
P5: 03 anos de serviço (Educação Infantil);
P6: 02 anos de serviço.

03 – Carga horária:
- 05 com carga horária de 40 horas semanais (20 h/a na EI e 20 no EF)
- 01 com carga horária de 20 horas semanais.

Perguntas:
95

01 – Houve orientação quanto às aulas remotas pela Secretaria Municipal de


Educação?
- As seis respondentes afirmaram há uma plataforma virtual para acesso das
escolas, sendo que as escolas se adequaram revendo o Projeto Político
Pedagógico.
02 – De que forma era a interação com os alunos?
- P1 e P2 responderam uma das preocupações foi de não recorrer aos vídeos
de internet ou google classroom, em função do número de alunos e não discriminar
alunos que não dispunham de acesso à internet pelas plataformas virtuais, ou seja,
que recebia materiais impressos. O interesse de enviar materiais impressos pela
demanda de alunos, partiu da escola incentivada SME.
- P3 a P6 afirmaram que fizeram uso das duas modalidades para atender o
universo de alunos. Segundo elas. Os dois modelos de atividades são consequência
do planejamento das aulas, que exige muito, em especial no ensino remoto, porém,
enfatizando que a mesma qualidade de ensino era transposta nas atividades
impressas. O material impresso também era postado na plataforma.

03 – Como é a avaliação de trabalhar com o ensino remoto?

As respondentes enfatizaram que com o auxílio das famílias ficou mais fácil
trabalhar, com exceções. Segundo elas, a alfabetização ensino remoto demonstrou
ser inócuo , entre vários fatores, sendo uma dela o papel mediador do professor, o
que pedagogicamente exige o contato presencial em sala de aula. As narrativas das
seis professoras vêm de encontro de um contato proximal com a criança, sendo que
uma delas citou os níveis de desenvolvimento da aprendizagem segundo Vygotsky,
proximal, real e potencial.
A P6, ressaltou que a falta de convivência com os colegas no ensino
presencial é um agravante na alfabetização, pela diversidade cultural dos colegas,
na construção de textos sob mediação do professor, lembrando que alunos na
alfabetização “adoram” fazer perguntas.
A P3 salientou que muitas atividades ela transfere para as famílias em função
da complexidade das atividades.

04 - Possui formação específica para o uso da tecnologia?


96

As seis professoras responderam que a escola já tem um clima informatizado


com sala de informática, uso de celulares e sinal de wi fi.
As professoras P3, P5 e P6 responderam que fizeram curso de formação
continuada em metodologias ativas que se alinha ao ensino remoto.
A professora P4, enfatiza que os professores que criticam o ensino remoto, é
porque são resistentes às mudanças no âmbito de novas tecnologias. Para ela, as
tecnologias estão acessíveis no dia-a-dia, mesmo que a internet seja deficiente, que
é o caso da escola que leciona.
Para a professora P1, é difícil ensinar apenas na forma remota, pois há um
déficit de aprendizagem, mesmo com tecnologias inovadoras, de que as escolas
públicas não conseguem competir com as privadas.

05 – Como você relaciona o seu trabalho para a alfabetização e ao uso de


tecnologias na alfabetização?
P1 respondeu que o uso de tecnologias exige mais trabalho e a complexidade
de inserir a alfabetização através de um método de forma virtual. O problema é que
bons materiais sobrecarregam a plataforma virtual dificultando o acesso dos alunos.
Os professores P2 a P3 afirmaram que o ensino presencial na alfabetização
dispensa o uso de tecnologias, mas que diante da pandemia, foram obrigadas a
recorrer a materiais que se adequassem tanto no modelo virtual quanto no impresso.
A professora P4, enaltece o uso de tecnologia como um recurso pedagógico
nas salas de aulas, portanto, não se pode negá-la.
A professora P5, por sua vez faz o ensino remoto uma estratégia com um
plano de trabalho, envolvendo atividades para os alunos fazerem com auxílio dos
pais, o que exige comprometimento do professor e responsabilidade.
P6 respondeu que há uma demora no feedback das atividades propostas e
planejadas, porém, não é possível constatar que as atividades de alfabetização da
linguagem escrita, da matemática teve como principal protagonista o aluno, o que
pode despertar uma dúvida de que foram os pais que fizeram. No ensino presencial
o retorno é imediato

06 – Qual o impacto do ensino remoto nas famílias de alunos na fase de


alfabetização?
97

Todas as professoras responderam que o ensino remoto trouxe alterações na


rotina das famílias, que no caso dos pais dos alunos da escola, são de baixa renda
que trabalham para o sustento dos filhos. Essa percepção das famílias está
retratada no projeto político pedagógico. São unânimes em afirmar que o ensino
remoto promove desigualdade social entre os que têm acesso e os vulneráveis
socialmente, muitas vezes com um aparelho celular e poucos dados móveis para
atender mais de um filho que necessita acessar na plataforma virtual.
A professora P4, ressaltou o papel da direção da escola, que no início da
pandemia, enviou um questionário para os pais com o fito de averiguar a condição
socioeconômica, número de pessoas, atividades de trabalho, etc.
A professora P1 respondeu que muitos pais encontram problemas com as
operadoras de telefone e internet. Constatou-se que já nas atividades iniciais, pais
mostraram preocupação devido à dificuldade de acesso aos materiais , pois fazem
uso de dados móveis nos aparelhos.
A professora P6 afirmou que alguns pais, mesmo tendo aparelhos celulares,
não têm o aplicativo do WhatsApp, meio pelo qual algumas atividades eram
enviadas, sem contar que muitos pais sequer possuem aparelho celular.
A professora P3, lembra que os alunos na escola antes da pandemia tinham
acesso à sala informatizada e, agora somente aparelho celular que serve para
alunos de séries mais adiantadas mas não para alunos em fase de alfabetização.
A professora P5, numa enquete com pais, constatou que o melhor seria
enviar para as famílias atividades impressas, mesmo com o custo das impressões.

06 – Com as atividades de educação remota houve um aumento na jornada de


trabalho?
As professoras responderam que paralelo às atividades de ensino remoto,
passaram a auxiliar a equipe pedagógica na impressão das atividades para alunos
que não dispõem de internet, mesmo estando também trabalhando home office.
A professora P3, lamentou que essa sobrecarga acabou levando para casa.
Por outro lado, a professora P5, ao comparar a sobrecarga com os colegas afirmou
que é mais intenso do que os professores do 6º ao nono ano do ensino fundamental
II, uma vez que no primeiro e segundo anos, os pais procuram mais os professores
para sanar dúvidas.
98

A professora P4 lembra que tem crianças que estão acessando as atividades


numa outra semana desaparecem. Ela lembra que seguindo o plano através da
BNCC há um roteiro a ser cumprido quanto aos conteúdos, objetivos e estratégias, e
essa ausência implica em descontinuidade na aprendizagem.

07- No ano de 2020 enquanto alfabetizadora, que importância você credita ao uso
de tecnologias na alfabetização de seus alunos?

Todas as professoras responderam que o ensino remoto através de


tecnologias não supera o professor como mediador presencial na alfabetização,
além do contato físico, atividades coletivas e individuais.
A professora P5 ao referir-se à formação continuada, salienta que é
necessário reensinar o professor nas atividades de processo ensino-aprendizagem,
porém para os dirigentes educacionais basta oferecer novas tecnologias e ficar por
isso mesmo. Para ela, também é necessário que o professor domine novas
ferramentas virtuais.

08 – Sabe-se que a alfabetização traz no seu bojo a interação entre os pares


(colegas), a emoção, ludicidade, jogos e brincadeiras, dialogicidade, revistas, gibis,
livros, afetividade na relação professor-aluno. Diante disso, como garantir que essas
atividades ocorram no ensino remoto?
Todas as professoras responderam que postam atividades com diversidades
que atendem à alfabetização, além do material impresso. Elas são unânimes em
afirmar que para isso é necessário o contexto em que as crianças estão inseridas,
além dos grupos que participam, sendo eles colegas do bairro, futebol, igreja.

09 – Na sua opinião, por que surgiram novos desafios aos professores de


alfabetização a partir do início da pandemia?

De forma resumida, os seis professores ressaltaram que a construção de


mundo começa com a alfabetização a partir da Educação Infantil, sendo mola
propulsora para a alfabetização da linguagem oral e escrita, pois ambas têm
claramente uma função social que exige símbolos e componentes mediadores, com
ênfase no professor. Para a professora P3, é necessário reavaliar o rendimento das
99

crianças que não foram para escola em 2020 e que vão/estão retornando nesse
primeiro semestre.

10 – Para finalizar, qual o desafio de alfabetizar em pleno estágio da pandemia?


A professora P3, destacou que o professor foi pego de surpresa, a exemplo
das crianças e dos pais, o que exigiu pesquisas e cursos em tecnologias para a
prática pedagógica.
A professora P6, colocou como principal desafio a oferta de plataformas
virtuais vocacionadas à alfabetização, além da oferta de internet banda larga com
baixo custo para os pais dos alunos, além de mais materiais impressos, contando
também com a coesão de professores e a gestão escolar nas atividades e
compartilhamento de atividades.
A professora P2, assevera que é de suma importância um planejamento
dialógico, organizado que é imprescindível para a alfabetização. Para ela, conteúdos
diferenciados com mais atividades que consigam manter o aluno em constante
aprendizagem, envolvendo dinâmicas diversas desde os jogos lúdicos à
interpretação de texto.
Para a professora P3, as competências socioemocionais estão em voga, e
devem ser exploradas em relação às as crianças, tais como equidade, igualdade,
solidariedade e afetividades.
A professora P6 salienta o papel da escola na alfabetização no que concerne
ao ato de ler e escrever, criando novos hábitos a partir de atividades. Ela relembra
que cursou Pedagogia no curso EaD (Educação a Distância), mas que nas escolas
deve-se denominar regime especial domiciliar, que tem outro viés de análise
enquanto categoria.

3.2 AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

Segundo a entrevista com as seis professoras que atuam na alfabetização,


todas afirmaram que a pandemia provocou um receio na forma de trabalhar a
alfabetização.
Segundo elas, a transição do ensino presencial para o ensino remoto, gerou
novas perspectivas, inclusive na análise do feedback dos alunos. Assim,
100

consideraram que no ensino remoto e suas tecnologias não supera o ensino


presencial face a dinâmica do processo ensino-aprendizagem que extrapola a
linguagem oral e escrita, o letramento, as atividades afins como jogos e brincadeiras,
dramatização, teatro, interpretações, contação de histórias, mediação professor-
aluno e, aluno-aluno, experiências, convivências, conteúdos atitudinais e
procedimentais, entre outros.
Nesse sentido, veem as tecnologias como deficitárias quando se trata do
ensino remoto, devido as dificuldades de acessibilidade dos alunos nas plataformas
virtuais.
Por outro lado, está claro um comprometimento de equipe de gestão em prol
dos alunos, levando-se em consideração que a maioria dos alunos recebe materiais
impressos com as atividades.
Das variáveis citadas, está a falta de retorno dos alunos entre uma atividade e
outra, lembrando que há um planejamento pedagógico pelo etapismo, conforme a
normatização e adoção da BNCC na escola.
Para as professoras, são inúmeros os desafios, entre os quais, buscar
formação continuada em metodologias digitais para reavaliar a forma de ensinar e, a
forma de aprender.
Com o provável fim da pandemia, quando as escolas votarem à normalidade,
essas professoras compreendem que esse aprendizado no ensino remoto,
proporcionou uma nova forma de alfabetização pelas estratégias utilizadas e
materiais adotados.
São unânimes em compreender a dificuldade dos pais na parceria com a
escola no auxílio aos filhos, uma vez que a maioria dos casais trabalham fora de
casa, alguns com baixa escolaridade e, afazeres domésticos, como também, o
número de filhos para o uso de computador ou celular com dados móveis.
No que se refere à avaliação das atividades, salienta-se que diante desse
quadro, ela é processual, contínua e permanente, não divergindo do ensino
presencial.
101

CONCLUSÃO

Nesta dissertação buscou-se levantar reflexões a partir de uma entrevista


com seis professores alfabetizadores de uma escola pública de Manaus no ano de
2020 sobre a modalidade de educação (ensino) remoto face à calamidade em
decorrência da pandemia, o que impactou a vida das crianças na alfabetização,
escola, equipe pedagógica, famílias.
No ano de 2020, devido à pandemia global do coronavírus, os processos de
alfabetização ativados em diferentes partes do mundo foram, em grande parte,
interrompidos. A crise da COVID-19 tornou muito mais complexa a luta contra a
brecha social criada pelo analfabetismo.
Consequentemente, nesta ocasião, instituições como a ONU e a UNESCO
quiseram enfatizar a alfabetização na época do coronavírus. Assim, serão realizadas
atividades que refletem sobre as possibilidades de aprender hoje.
Por meio da virtualidade, os professores abordaram o ensino da leitura e da
escrita na unidade pedagógica, exigindo o uso de novas estratégias e ferramentas
para enriquecer as propostas didáticas que chegavam às residências nas diversas
modalidades, seja remotamente ou por meio de suporte em papel.
A alfabetização é um direito, um recurso de autonomia pessoal e um fator de
desenvolvimento social e humano.
Muitas são as estratégias aplicadas, desde fazer vídeos explicativos, músicas
gravadas, muito trabalho em grupos WhatsApp colaborativos, aulas virtuais;
videochamadas e muitas atividades lúdicas.
Hoje a criança não está na sala de aula, está em casa e não tem as
intervenções que teria na escola, mas está se alfabetizando com a contenção e
acompanhamento permanente dos professores em diversas modalidades e com o
apoio da família.
As novas exigências sociais e o contexto em que a realidade nos coloca
mostram que alfabetizar não é apenas ler e escrever, é desenvolver as capacidades
tecnológicas e cognitivas das pessoas para funcionar em sociedade.
Os professores, nessa exceção da pandemia, tiveram que remontar equipes
pedagógicas com os pais para orientar o acompanhamento dos filhos nesse
102

processo de ensino da leitura e da escrita e no processo de construção e


sustentação de novos vínculos.
A aprendizagem da alfabetização deve continuar, adaptada às circunstâncias
diante do quadro de covid-19.
Apesar das limitações sociais decorrentes da situação de saúde, é
imprescindível que esses processos de alfabetização continuem, com as ações
preventivas necessárias e com estratégias adaptadas aos novos tempos. Nesta
tarefa, arriscamos o futuro de nossas sociedades.
Uma das conclusões desta dissertação é que os professores estão se
adequando ao ensino remoto e suas tecnologias, proporcionando aos alunos uma
maior autonomia frente as atividades escolares.
Pelo o que narraram os professores, a maioria dos pais já se acostumaram
com essa rotina de atividades remotas e também impressas, dividindo afazeres
domésticos com o auxílio para as crianças.
Os professores concordam que novas habilidades surgiram e serão
incorporadas quando retornarem ao ensino presencial.
Pelas respostas obtidas, evidentemente ficou constatado que pandemia
trouxe perdas, mas provou que os professores têm capacidade e resiliência em
superar desafios, entre as quais o uso de tecnologias no âmbito das metodologias
ativas. Fatores como os familiares são reveses que a escola teve dificuldade de
administrar por uma série de fatores, sendo elas a acessibilidade à internet, tempo
disponível para os filhos, formação cultural, resistência, número de filhos, etc.
Conforme descrito anteriormente, na atividade laboral pela educação remota
(ensino) os professores acusam dificuldades pedagógicas na inserção de
tecnologias, em especial para a alfabetização.
Esse novo paradigma, de usar as tecnologias (TICs) na alfabetização, trouxe
de fato prejuízos na alfabetização das crianças frente ao ensino presencial, o medo
e a insegurança frente o “novo” ficou evidente nas entrevistas.
Essa adaptação à inserção de novas tecnologias e suas metodologias
demanda tempo e, interesse dos professores em se aperfeiçoarem na educação
continuada, durante a crise da pandemia, sendo obrigatório a conviver com ela e
seus elementos impactantes.
Sabe-se que o início da alfabetização de extrema relevância e de grande
significado na educação.
103

Seguramente, pode-se afirmar que é nessa fase que em que se conquista a


forma escrita, tanto para ler como também para escrever. Aí inicia-se os passos de
uma aprendizagem plena para toda vida, influenciando a identidade de nossos
alunos.
Essa identidade, auspiciada por Vygotsky e outros psicólogos inicia-se a partir
do nascimento (interação com a cultura vigente), no trânsito da educação, assume
um status quo através da escrita e o reconhecimento do nome (estabelece aí a
identidade social perante o contexto em que se está inserido.
O processo ensino aprendizagem no contexto da alfabetização, no âmbito da
pandemia, foi obrigada a recorrer para novas tecnologias, alguma das quais já
vivenciadas pelas crianças.
Constatou-se que as tecnologias através fazem parte de um processo
educacional, aproximando escola e família, a partir do que preconiza o PPP da
escola.
A escola em pleno ano de 2020, diante da crise da pandemia, exigiu que os
professores buscassem uma formação continuada diante dos desafios tecnológicos
desse século.
No que se refere ao papel da família, mesmo com a pandemia, as mesmas
têm de estar envolvidas na vida escolar dos filhos, porém o regime especial
domiciliar, demanda uma interface com a escola, adequar espaços de estudo e
auxiliar as crianças no que for necessário.
Conclui-se que com a aprendizagem remota ou híbrida, o professor da
alfabetização, deve estar atento ao aprendizado dos alunos, suas angústias, nível de
aprendizagem, falta de interesse e/ou ausência nas aulas remotas, falta de espaços
(ateliês de aprendizagem), dialogar com os pais, passando ao aluno estima, empatia
e valorização dos mesmos nesse momento difícil pelo qual passa a humanidade.
Acentuar as competências socioemocionais também tende a ser algo a ser
considerado.
104

RECOMENDAÇÕES

A partir desta dissertação, sugere-se para novos pesquisadores que


trabalhem o impacto do ensino remoto nos alunos depois que retornarem para as
aulas presenciais, ou seja, as dificuldades de aprendizagem, entrosamento,
autoestima, fracasso escolar e, na avaliação.
Pode-se também apresentar pesquisas de caráter na pesquisa investigatória,
ação, trazendo para turmas de alunos recém saídos do ensino remoto, metodologias
ativas, como a instrução por pares para avaliar a aceleração da aprendizagem.
No campo bibliográfico e documental, novas pesquisas com o uso de
apostilas, livros, vídeos enquanto estratégia para a aprendizagem dos alunos.
Esse retorno dos alunos pode acenar com inúmeras pesquisas, além de
envolver pesquisas sobre o professor no ensino remoto, tais como a síndrome
Burnoult e a resiliência.
As tecnologias educacionais em evidência podem ser comparadas a partir da
experiência dos professores da educação infantil ao ensino médio.
O papel da família na educação dos filhos em parceria com a escola,
proporciona boas pesquisas no campo da fenomelogia e dialética, além das
representações sociais,.
No que tange ao projeto político pedagógico e o modelo de gestão na escola
decorrente do início da pandemia tende a ser um objeto de estudo para futuras
pesquisas.
105

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Acesso em: 19 jan. 2021.
109
110

APÊNDICES
111

APÊNDICE 1

TERMO DE CONSENTIMENTO - PROFESSORES

Eu,___________________________________________________________
____________, do sexo ____________________________________,
de_________ anos de idade, residente à_____________________________,
______________________________________________________, que leciono na
escola _____________________________________________declaro ter sido
informado e estar devidamente esclarecido sobre os objetivos e intenções desta
PESQUISA. A pesquisadora envolvido com o referido projeto é aluna do Mestrado
em Ciências da Educação, da UNIVERSIDAD DE LA INTEGRACIÓN DE LAS
AMÉRICAS, situada em Ciudad del Leste – República del Paraguay.

______/______/_______
_____________________________________
Assinatura
112

APÊNDICE 2

ROTEIRO DA ENTREVISTA PARA PROFESSORES

As professoras do turno vespertino da escola Escola Municipal Zilda Arns


Neumann da cidade de Manaus, venho solicitar sua participação na pesquisa de
mestrado realizada na Universidad de la Integración de las Américas. Os resultados
obtidos são para fins acadêmicos da dissertação de Mestrado com o tema: O
IMPACTO DO ENSINO ONLINE NA ALFABETIZAÇÃO E LEITURA DE CRIANÇAS
NO ENSINO FUNDAMENTAL I (PRIMEIRO ANO) em Manaus, Amazonas, Brasil
ano de 2020.
Que será realizada através de uma entrevista estruturada, tendo como
objetivo é analisar os principais desafios na alfabetização de alunos no ensino
remoto

01 – Houve orientação quanto às aulas remotas pela Secretaria Municipal de


Educação?
02 – De que forma era a interação com os alunos?
03 – Como é a avaliação de trabalhar com o ensino remoto?
04 - Possui formação específica para o uso da tecnologia?
04 – Como você relaciona o seu trabalho para a alfabetização e ao uso de
tecnologias na alfabetização?
06 – Qual o impacto do ensino remoto nas famílias de alunos na fase de
alfabetização?
07 – Com as atividades de educação remota houve um aumento na jornada de
trabalho?
08- No ano de 2020 enquanto alfabetizadora, que importância você credita ao uso
de tecnologias na alfabetização de seus alunos?
09 – Sabe-se que a alfabetização traz no seu bojo a interação entre os pares
(colegas), a emoção, ludicidade, jogos e brincadeiras, dialogicidade, revistas, gibis,
113

livros, afetividade na relação professor-aluno. Diante disso, como garantir que essas
atividades ocorram no ensino remoto?
10 – Na sua opinião, por que surgiram novos desafios aos professores de
alfabetização a partir do início da pandemia?
10 – Para finalizar, qual o desafio de alfabetizar em pleno estágio da pandemia?

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