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outro lado do
Silêncio
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Esquizofrenia &
Musicoterapia
Índice
Psyche-Pathos-Logos…………………………………………………………………3
IV – Musicoterapia e Esquizofrenia………………………………………………….15
Referências Bibliográficas……………………………………………………………27
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disfuncionais.
psicótico) invocam formas não usuais e exóticas de experiênciar o mundo e agir nele
psicológica utilizados por estas culturas passam pelo jejum, privação de sono,
particular, são emblemáticos do que achamos ser a irracionalidade caótica dos loucos,
esse enigma ancestral que insiste em iludir um olhar atento em busca de ordem.
racional como uma evidência a ser compreendida e explicada. Mas parece-me que a
aprovemos: não tanto a busca por uma verdade ou essência, mas uma necessidade de
aprovação moral, ética, (estética), que nos proteja do sem sentido intuído no acontecer
psicótico.
impor essa moralidade vem dos pilares do estado – o poder judicial, a igreja
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instituída para gerir a sociedade. Esta aprovação moral ganha contornos de “censura
numa determinada época histórica. Desta forma, os pacientes mentais, através do curso
A fenomenologia psíquica revelada no existir psicótico não deve ser negada mas
validada e trabalhada no sentido de poder ser integrada num novo centro ou identidade
esquizofrénico habita é uma viagem à terra dos mortos; uma odisseia existencial que
A Esquizofrenia
- Para se ser diagnosticado com esquizofrenia tem que se ter por mais de 6
meses, dois dos seguintes sintomas:
1) Delírio
2) Alucinações
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Embotamento afectivo
Isolamento social
1) Tipo Paranoíde:
2) Tipo Desorganizado:
3) Tipo Catatónico:
4) Tipo Indiferenciado:
5) Tipo Residual:
Daniel Stern afirma que experiências positivas de relação, onde o cliente partilha
base da mudança.
não julgamento e contenção o que quer que ele diga ou faça. Facilita-se o processo
contenção do agir e a formulação verbal e musical de ideias que constituam uma forma
controlada de expressão.
criando o maior espaço possível para o paciente definir a sua voz musical através do
símbolos pela síntese interpsiquica que a música possibilita. Este material interpsiquico
intrapsiquica do esquizofrénico.
terreno musical não está sujeito às defesas psíquicas associadas ao uso de formas
de conter a sua ansiedade e gerir a sua vida psíquica com relativa autonomia.
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V- A música improvisada do
esquizofrénico
monótono e repetitivo, sem fim, ou um tocar fragmentado que ele não experencia como
algo que lhe pertence; as notas e fragmentos ritmicos não têm coerência entre si, não
individual: ele toca, pensa e existe a partir de um espaço intrapsiquico definido, num
mutual.
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VI – Sintomas Psicótico e
Abordagens Musicoterapêuticas
Disturbios Afectivos:
Embotimento do afecto
Afecto inapropriado
Humor disfórico
Distúrbios motivacionais:
Isolamento social
Disturbios psicomotores:
f) São verificados efeitos ligeiros após 3 a 10 sessões; efeitos médios são alcançados
após 10 a 24 sessões; e efeitos fortes são visiveis após 16 a 51 sessões.
seu mundo habitado, terreno não cosmogonizado que significava o não-ser absoluto. O
(Eliade 2000). Antes do ser humano vir ao mundo, o nada era o conteúdo anterior ao
big bang da criação cósmica. Na tradição psicanalítica ele tem sido encarado como o
sido esboçada.
(Grostein 1999). É através de uma progressiva transformação caótica que ocorre este
psíquicas com que nos habituamos a conviver, deixam de fazer sentido e perdem-se no
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não-lineares que evoluem através de revoluções caóticas descritas por Ilya Prigogine).
Guy Ausloos diz-nos que “…o caos talvez seja fonte de vida, de união, de inovação; o
erro seria considerar que ele é nocivo e fazer tudo para o combater e ordenar.” Hillman
Eros e da criatividade.” Neste sentido, a questão já não seria como eliminar o caos e o
sem sentido, mas como lidar com ele. Como extrair a riqueza deste terreno fértil? Como
Pathos fundador de uma Cosmogonia de Terra Incógnita? Este ser movido impõe-se
estaria envolvida num movimento em direcção à posição depressiva (por isso a ideia
que por de trás de uma psicose encontra-se uma grande depressão – dois pólos de
Tal como a história da música veio a ser uma sobre o aceitar progressivo da
sonora, talvez a história do homem se avizinhe ser sobre uma maior aceitação da
Referências Bibliograficas:
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Climepsi Editores.
Eyre, L. Changes in Images, Life Events and Music in Analytical Music Therapy:
therapy for people with serious mental disorders: Systematic rewiew and meta-
2009.
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Hans, P. S. (2008). “Shut Up and Play!” Improvisational Use of Popular Music for
Heal, M.; Wigram, T. (1993). Music therapy in Health and Education. Jessica
Kingsley Publishers.
Robert, F.; Michael H. (2005). Music therapy in the treatment of adults with
Publishers.
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Ulrich, G.; Houtmans, T.; Gold, C. (2007). The additional therapeutic effect of
different models and methods and their applications in clinical practice, research
Shambhala Publications
Miguel Soares