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PERFIL BACTERIOLÓGICO DO CÓRREGO LAVAPÉS – MUNICÍPIO DE

MOGI MIRIM – SP.

Adilson José Rossini1; Gustavo Henrique Assis Borim2

1
Tecnólogo Sanitarista formado pela UNICAMP em 1976. Professor da Faculdade de Tecnologia da Universidade Estadual de
Campinas – UNICAMP.

2
Tecnólogo em Saneamento Ambiental formado pela UNICAMP em 2009. Exerce atividade junto à Assessoria de Planejamento e Meio
Ambiente do Serviço Autônomo de Água e Esgotos de Mogi Mirim – SAAE. Correspondência: Rua Santo Agostinho, nº98, Vila Bianchi.
Mogi Mirim – SP. CEP: 13801-470. gustavo.borim@hotmail.com

II Congresso Estadual de Comitês de Bacia


1 - INTRODUÇÃO
Os recursos hídricos (água doce) representam 2,5% do total do volume estocado nos
principais reservatórios hídricos do planeta Terra. Destes, 0,3% representam rios e lagos
e 29,9% a água doce subterrânea.
A avaliação da qualidade da águas envolve estudos e pesquisas que visam determinar
os padrões de qualidade para uso humano dos diferentes sistemas hídricos e as
interferências humanas sobre esses padrões, por meio, por exemplo, de contaminação. O
tema evoca estudos relacionados ao abastecimento e esgotamento de cidades, vilas e
povoados e outros usos da água onde a influência humana interfere sobre a quantidade e
qualidade do recurso água. Os fatores físicos, químicos e biológicos da água fornecem
importantes subsídios à tipologia dos principais cursos d´água, sua produtividade e,
aliados aos dados do regime de cheias, podem indicar potencialidades e vulnerabilidade
dos sistemas hídricos e das populações locais, notadamente, relacionadas à saúde e à
qualidade de vida (REBOUÇAS, 2002).

Mogi Mirim, município localizado na região administrativa de Campinas (SP), possui


uma área de 499,1 Km² e conta com uma população de 87.800 habitantes (IBGE, 2008).
Possui fragilidades ambientais como a rede fluvial, que tem o rio Mogi Mirim como
espinha dorsal, apresentando, várias vezes, margens desprovidas de vegetação ciliar e
cursos d´água urbanos, com nascentes localizadas dentro da área urbana.

O Córrego do Lavapés, afluente do rio Mogi Mirim, é formado pelos córregos Maria
Beatriz, proveniente do bairro de mesmo nome da zona Sul do município, e por um
córrego sem nome comumente conhecido por córrego Parque Industrial por ter sua
nascente do distrito em questão. Nos anos 80, o poder público municipal realizou uma
barragem no córrego, criando assim o denominado Complexo Lavapés. Hoje, uma grande
área de lazer com área para caminhada, Cooper, ciclovia e outros esportes. Anualmente,
na época da estiagem, o lago sofre processo de eutrofização, pois, devido à baixa vazão
e falta de chuvas, característica de épocas de estiagem, é favorecido o crescimento algal,
com a possibilidade de mortandade da fauna aquática devido às baixas concentrações de
oxigênio dissolvido (Borim, G. 2009).

2 – OBJETIVO
Diagnóstico da qualidade do córrego Lavapés, município de Mogi Mirim – SP, através
da análise de organismos coliformes totais e coliformes termotolerantes.

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3 – METODOLOGIA
Foram realizadas coletas das águas para determinação laboratorial de organismos
coliformes totais e coliformes termotolerantes desde a nascente do córrego Maria Beatriz
até a foz do córrego Lavapés, conformes descritos na tabela 01:
Sub-bacia Ponto de Localização Coordenadas
amostragem UTM

7.515.875,98
Lavapés PLavapés01 Ponte da Rua Afonso Arcuri
296.487,42

7.515.955,03
Lavapés PLavapés02 Ponte da Rua Benedito Pena Forte
296.500,69

7.516.030,52
Lavapés PLavapés03 Ponte da Rua Antonio Janini
296.520,30

7.516.093,03
Lavapés PLavapés04 Ponte da Rua Cristiano Cruz
296.551,51

7.516.156,42
Lavapés PLavapés05 Ponte da Rua Henrique Stort
296.587,84

7.516.202,52
Lavapés PLavapés06 Ponte da Rua João Antunes de Lima
296.646,67

Córrego Maria Beatriz, 10 metros antes da 7.516.328,02


Lavapés PLavapés07
junção com córrego Pq. Industrial 297.217,40

Córrego Lavapés, na junção dos córregos 7.516.325,37


Lavapés PLavapés09
Maria Beatriz e Pq Industrial 297.230,94

Ponte córrego Lavapés, antes da chegada no 7.516.433,68


Lavapés PLavapés10
Lago I – Complexo Lavapés 297.415,90

7.516.532,55
Lavapés PLavapés11 Lago I – Complexo Lavapés
297.527,12

7.516.610,70
Lavapés PLavapés12 Lago II – Complexo Lavapés
297.611,21

Ponte da elevatória de água projetada pelo 7.516.714,48


Lavapés PLavapés14
SAAE, 15 metros após Lago II 298.024,31

7.516.786,03
Lavapés PLavapés15 Ponte na altura da rua São Marcos
298.152,12

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7.516.928,20
Lavapés PLavapés16 Ponte da rua Dona Sinhazinha
298.411,31

7.517.081,74
Lavapés PLavapés17 Ponte da rua 7 de Setembro
298.682,05

7.517.281,65
Lavapés PLavapés18 Ponte da rua Aprígio G. da Silveira
298.915,33

7.517.378,42
Lavapés PLavapés19 Ponte da Av. Adib Chaib
299.005,76

7.517.427,29
Lavapés PLavapés20 Ponte dentro do clube Mogiano
299.037,26

Ponte dentro do clube Mogiano, 70 metros 7.517.617,37


Lavapés PLavapés21
antes da desembocadura no rio Mogi Mirim 299.171,47

Tabela 01: Descrição dos pontos de amostragem

4 - RESULTADOS
Coli Coli E.Coli E.Coli VMP x
(NMP/100mL (NMP/100mL x (NMP/100mL x (NMP/100mL x 10³)
x 10³) em 10³) em 10³) em 10³) em
Ponto Agosto/2009 Outubro/2009 Agosto/2009 Outubro/2009

PLavapés1 840 82 31 3,9 1

PLavapés2 790 70 25 3,1 1

PLavapés3 680 63 34 3,7 1

PLavapés4 630 56 27 3,1 1

PLavapés5 540 49 31 2,7 1

PLavapés6 390 41 34 3,0 1

PLavapés7 160 94 35 2,6 1

PLavapés9 540 58 31 2,7 1

PLavapés10 330 48 27 4,1 1

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PLavapés11 390 43 34 3,8 1

PLavapés12 200 18 31 2,6 1

PLavapés14 120 94 92 8,3 1

PLavapés15 400 36 17 2,2 1

PLavapés16 980 83 54 5,8 1

PLavapés17 790 70 41 3,9 1

PLavapés18 630 59 39 4,1 1

PLavapés19 680 54 55 4,7 1

PLavapés20 540 45 38 4,0 1

PLavapés21 410 56 17 2,6 1

Tabela 02: Resultados da análise de organismos coliformes totais e fecais.

Através desta campanha de amostragem, nota-se um valor alto de organismos


coliformes termotolerantes no córrego Lavapés. Tais organismos estão associados à
poluição por esgotos domésticos. No entanto, com a implantação e funcionamento do
novo sistema de afastamento e tratamento de esgotos do município, objeto de concessão
pública, espera-se eliminar a contribuição de esgotos domésticos nos corpos hídricos,
recuperando assim a qualidade deste recurso natural cada dia mais valioso e escasso.

5 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

• BORIM, Gustavo H. A. Monitoramento Ambiental dos Corpos D´Água do Município


de Mogi Mirim – SP. Monografia Tecnologia em Saneamento Ambiental.
Universidade Estadual de Campinas, 2009.
• REBOUÇAS, A. C. Águas Doces no Brasil – Capital Ecológico, Uso e
Conservação. 2ªEdição. Escrituras, São Paulo – 2002.
• Plano Diretor de Desenvolvimento do Município de Mogi Mirim - Relatório
Suplementar (Anexo 15) - 2007.

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