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O PACTO
C. H. SPURGEON
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Traduzido do original em Inglês


The Covenant — Sermon Nº 3261
Metropolitan Tabernacle Pulpit — Volume 57
By C. H. Spurgeon

Via SpurgeonGems.org
Adaptado a partir de The C. H. Spurgeon Collection, Version 1.0, Ages Software.

Tradução e Capa por William Teixeira


Revisão por Camila Almeida

1ª Edição: Janeiro de 2015

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida
Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com permissão de


Emmett O’Donnell em nome de SpurgeonGems.org, sob a licença Creative Commons Attribution-
NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,
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O Pacto
(Sermão Nº 3261)

Sermão publicado na quinta-feira, 3 de agosto de 1911.


Proferido por C. H. Spurgeon. No Tabernáculo Metropolitano, Newington.

“Lembrar-se-á sempre da sua aliança.” (Salmos 111:5)

É algo maravilhoso que Deus condescenda em entrar num Pacto gracioso com os homens.
Que Ele houvesse feito o homem e sido gracioso para com o homem é fácil de ser conce-
bido, mas que Ele desse as mãos à criatura com sua natureza e colocasse a Sua augusta
majestade sob vínculo com ele por meio de Sua própria promessa é maravilhoso! Deixe-
me saber que Deus fez um Pacto e eu não acho que seja surpreendente que Ele atente
para isso, pois Ele é o “Deus que não pode mentir”. “Porventura diria ele, e não o faria?”
[Números 23:19]. Será que Ele uma vez fez uma promessa? É inconcebível que Ele alguma
vez deixe de cumpri-la. A doutrina do texto recomenda-se a cada homem sensato e racio-
nal, se Deus fez um Pacto, Ele sempre será fiel a ela. É a esse ponto que eu agora chamo
a sua atenção com o desejo de usá-lo na prática.

Pois o fato de Deus fazer um Pacto gracioso conosco é um dom tão grandioso que eu espe-
ro que todos aqui presentes estejam dizendo em seu coração: “Oh! que o Senhor tivesse
pactuado comigo!”.

Analisaremos praticamente essa questão, em primeiro lugar, respondendo à pergunta: O


que é esse Pacto? Em segundo lugar, levantaremos a pergunta: eu tenho parte nele? E,
em terceiro lugar, convidando cada um a dizer: “Se, de fato, estou em Pacto com Deus, en-
tão cada parte desse Pacto será realizada, pois Deus lembrar-se-á sempre do Seu Pacto”.

I. Primeiro, então, O QUE É ESSE PACTO?

Se você for a um advogado e perguntar como está o seu processo, ele pode responder:
“Eu posso dar-lhe um resumo, mas é melhor eu ler para você”. Ele pode dizer-lhe a soma
e a substância do mesmo, mas se você quiser informações específicas, pois é um negócio
muito importante, você dirá: “Sim, por favor, leia para mim”. Vamos agora ler certas partes
da Escritura que contêm o Pacto da Graça, ou um resumo do mesmo. Vamos a Jeremias
31:31-34: “Eis que dias vêm, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de

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Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz com seus pais, no dia em que
os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha aliança
apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor. Mas esta é a aliança que farei com a casa
de Israel depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei
no seu coração; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. E não ensinará mais cada
um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos
me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a
sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”.

Grave cada uma destas palavras em diamantes, pois o sentido é inconcebivelmente precio-
so! Deus no Pacto promete ao Seu povo que, em vez de escrever Sua Lei em tábuas de
pedra, que Ele vai escrevê-la nas tábuas de seus corações. Em vez de a Lei de Deus ser
mandamentos penosos e esmagadores, ela será colocada dentro deles como objeto de
amor e prazer, pois será escrita na natureza transformada dos amados objetos da escolha
de Deus! “Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração”, quão grande é
este privilégio do Pacto! “E eu serei o seu Deus”. Portanto, tudo o que há em Deus pertence
a eles. “E eles serão o Meu povo”. Eles Me pertencem. Eu vou amá-los como meus. Vou
guardá-los, abençoá-los, honrá-los e sustentá-los como o Meu povo. Eu serei a sua porção
e eles serão o Meu quinhão.

Observe o seguinte privilégio. Todos eles receberão instrução celestial sobre o ponto mais
vital: “Todos me conhecerão”. Pode haver algumas coisas que eles não saberão, mas “to-
dos me conhecerão”. Eles Me conhecerão como seu Pai. Eles conhecerão a Jesus Cristo
como seu irmão. Eles conhecerão o Espírito Santo como seu Consolador. Eles terão comu-
nhão e relacionamento com Deus! Quão grande privilégio pactual é este! Daí vem o perdão,
“porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”. Que
purificação do pecado! Deus perdoará e esquecerá, os dois vão juntos: “Eu perdoarei a sua
maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”. Tudo se foi, todas as suas trans-
gressões foram perdoadas, para nunca mais serem mencionadas contra você novamente,
para sempre! Oh! que favor indizível! Este é o Pacto da Graça! Chamo a atenção para o
fato de que não há “se” e nem “mas”, no mesmo; não há nele exigências feitas ao homem.
É tudo, “Eu vou”, e, “eles serão”. “Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”. É uma
carta escrita em um tom real e o majestoso esforço não é marcado por um “talvez” ou um
“porventura”, mas permanece sempre seguro, “farei”, e, “serão”. Estas são duas palavras
prerrogativas da Majestade Divina e neste ato maravilhoso da graça, em que o Senhor con-
cede o Céu gratuitamente aos pecadores culpados, Ele concede este dom segundo a
soberania de Sua própria vontade, sem que este dom corra o menor risco, nem haja qual-
quer incerteza em relação à esta promessa!

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Assim, eu li o Pacto para você de uma forma.

Vire algumas páginas e você chegará a uma passagem de Ezequiel. Ali teremos o profeta
de olhos brilhantes — aquele que poderia viver entre as rodas e os serafins — dizendo-nos
o que é o Pacto da Graça. Em Ezequiel 11:19-20, lemos: “E lhes darei um só coração, e
um espírito novo porei dentro deles; e tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei
um coração de carne; para que andem nos meus estatutos, e guardem os meus juízos, e
os cumpram; e eles me serão por povo, e eu lhes serei por Deus”. Você encontrará o Pacto
descrito de uma outra forma mais adiante, no capitulo 36, começando no versículo 25: Quão
atentamente você deveria ouvir isso! Ouvir as próprias palavras do Pacto de Deus é algo
melhor do que ouvir qualquer pregação de homens mortais. Este é um Pacto que salva
todos os que estão incluídos nele! A menos que você tenha uma participação nele, você é,
verdadeiramente, infeliz. Vamos lê-lo: “Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis puri-
ficados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-
vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o
coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito,
e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis... e vós
sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus”. Essa promessa vem sempre no encerramento:
“eu serei o vosso Deus”. Nestes termos do Pacto, eu lhe chamo novamente para testemu-
nhar que Deus não exige nada, não pede nenhum preço, não exige nenhum pagamento
em relação às pessoas com quem Ele entra em Pacto, Ele faz promessas e mais promes-
sas, tudo por e de graça, tudo de forma incondicional, tudo feito segundo a generosidade
de Seu coração real!

Vamos ressaltar um pequeno detalhe sobre o Pacto. Deus fez um pacto com certas pesso-
as para as quais Ele tudo fará e, em cada caso, é de pura graça. Ele tirará os seus próprios
corações, pois é evidente a partir da promessa de que quando Deus iniciou Sua obra neles,
eles possuíam corações de pedra. Ele perdoará as iniquidades deles, pois quando Deus
iniciou Sua obra neles, eles tinham muitas iniquidades. Ele lhes dará um coração de carne,
pois quando Deus iniciou Sua obra neles, eles não possuíam um coração de carne. Ele irá
transformá-los para que guardem os Seus estatutos, pois quando Deus iniciou Sua obra
neles, eles não guardavam os Seus estatutos. Eles eram pessoas degeneradas, pecamino-
sas, dolosas, malignas, e Deus havia lhes chamado muitas vezes para vir a Ele e se arre-
penderem, mas eles não quiseram. Aqui Ele fala como um rei e já não solicita, Ele decreta!
Ele diz, Eu farei isso e aquilo por vocês e vocês serão isso e aquilo em retribuição. Oh,
bendito Pacto! Oh, poderosa, graça soberana!

Como este ocorre? Conheça a Doutrina dos dois Pactos.

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O primeiro pacto do qual passamos a falar é o pacto de Obras, o pacto feito com o nosso
primeiro pai, Adão. Este não é primeiro em propósito, mas foi o que primeiramente foi reve-
lado no tempo. Este pacto funcionou assim: Você, Adão, e sua posteridade devem viver e
serem felizes se vocês guardarem a Minha Lei. Para testar a sua obediência a Mim, há uma
certa árvore, se somente você não tocar nela, você viverá. Se você tocá-la, então, você
morrerá, e até os que você representa morrerão.

Nossa primeira cabeça pactual comeu avidamente o fruto proibido e caiu, e que Queda foi
aquela, meus irmãos e irmãs! Nela você e eu, e todos nós, caímos enquanto ele provou de
uma vez por todas que pelas obras da lei nenhum homem será justificado! Pois se o perfeito
Adão quebrou a lei tão prontamente, então, se dependesse disso, você e eu quebraríamos
qualquer lei que Deus houvesse feito! Não havia esperança de felicidade para qualquer um
de nós, por um pacto que continha um “se”, em seus termos. Este Antigo Pacto foi abolido,
pois fracassou totalmente. Ele não trouxe nada para nós, senão maldição, e nós estamos
contentes que tenha envelhecido e, na medida em que os crentes são intencionados,
desapareceu!

Em seguida, veio o segundo Adão. Você sabe o seu nome, Ele é o sempre bendito Filho
do Altíssimo. Este segundo Adão entrou no Pacto com Deus algo como dessa forma: disse
o Pai: Eu Lhe dou um povo; Eles serão o Seu povo e Tu deves morrer para resgatá-los e
quando Tu tiveres feito isso; quando, por causa deles Tu guardares a Minha Lei e a fizeres
honrosa; quando, por causa deles suportares a Minha ira contra as transgressões deles,
então eu os abençoarei. Eles serão o meu povo. Eu perdoarei as suas iniquidades. Eu
mudarei suas naturezas. Eu os santificarei e os aperfeiçoarei. Houve um aparente, “se”,
neste Pacto como no primeiro. Esse “se” dependia da questão de saber se o Senhor Jesus
obedeceria a Lei e pagaria o resgate, a questão de Sua fidelidade ficou além de dúvidas!
Não existe “se” nele, agora. Quando Jesus inclinou a cabeça e disse: “Está consumado!”,
não restou “se” no Pacto! Ele permanece, portanto, agora como um Pacto totalmente unila-
teral, um Pacto de promessas — de promessas que devem ser mantidas porque a outra
porção do Pacto foi completamente cumprida — a porção do Pai no Pacto deve permane-
cer! Ele não pode e Ele não vai voltar atrás e deixar de cumprir o que Ele pactuou com
Cristo! O Senhor Jesus receberá a alegria que Lhe estava proposta: “Ele verá o fruto do
trabalho da sua alma, e ficará satisfeito” [Isaías 53:11] [...]. Como pode acontecer qualquer
outra coisa senão a aceitação daqueles por quem Cristo foi o Fiador? Você vê por que é
que o Pacto, como eu o li, fica tão absolutamente sem, “ses”, “mas” e “talvezes”, e é execu-
tado somente com base em, “farei” e “serão”? É por causa de um lado dele que parecia
incerto, mas que foi entregue nas mãos de Cristo, que não pode falhar ou desanimar! Ele
completou a Sua parte no Pacto e agora Ele permanece firme e assim permanecerá para
todo o sempre! Este é agora um Pacto de pura graça e nada mais, somente a graça! Que

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nenhum homem tente misturar obras com ele, ou qualquer coisa semelhante a mérito hum-
ano! Deus salva agora, porque Ele escolhe salvar, e sobre a cabeça de todos nós vem um
som como de trombeta marcial e ainda com uma música calma e profunda nele: “Compa-
decer-me-ei de quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia”
[Romanos 9:15]. Deus nos vê como perdidos e arruinados e, em Sua infinita misericórdia,
vem com promessas absolutas de graça Divina para aqueles por quem Ele deu o Seu Filho
Jesus.

Tudo isso, então, é o que diz respeito ao Pacto.

II. Agora vem a pergunta importante: “EU TENHO PARTE NELE?”. Que o Espírito Santo
nos ajude a apurar a verdade de Deus sobre este ponto! Vocês que estão realmente ansio-
sos em seus corações para saberem, eu sinceramente lhes recomendo ler a Epístola aos
Gálatas. Leia essa Epístola buscando saber se você tem qualquer parte ou porção no Pacto
da Graça. Será que Cristo cumpriu a Lei por mim? As promessas de Deus, que são absolu-
tas e incondicionais, foram feitas a mim? Você pode saber, respondendo a três perguntas.

Em primeiro lugar: Você está em Cristo? Será que você não percebe que eu disse que
todos nós estávamos em Adão e em Adão todos nós caímos? Agora, “como pela desobedi-
ência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos
serão feitos justos” [Romanos 5:19]. Você está no segundo Adão? Você certamente estava
no primeiro Adão, pois foi assim que você caiu! Você está no Segundo? Porque se você
está nEle, você está salvo nEle! Ele cumpriu a Lei por você. O Pacto da graça O levou a
fazer isso por você, se você está nEle, pois, tão certo como Levi estava nos lombos de A-
braão quando Melquisedeque saiu ao seu encontro, assim também todos os crentes esta-
vam nos lombos de Cristo quando Ele morreu na cruz! Se você está em Cristo, você faz
parte de Sua descendência a quem a promessa havia sido feita, mas há apenas uma des-
cendência, e nos diz o Apóstolo: “Não diz: E às descendências, como falando de muitas,
mas como de uma só: E à tua descendência, que é Cristo” [Gálatas 3:16]. Se, então, você
está em Cristo, você está na descendência, e o Pacto da graça foi feito com você!

Devo fazer outra pergunta. Você tem fé? Com esta questão, você será ajudado a responder
a anterior, pois os crentes estão em Cristo. Na Epístola aos Gálatas, você vai encontrar que
a marca daqueles que estão em Cristo é que eles têm fé em Cristo. A marca de todos os
que são salvos não é a confiança nas obras, mas a fé em Cristo. Na Epístola aos Gálatas,
Paulo insiste sobre este ponto: “O justo viverá pela fé”, e a Lei não é por fé. Uma e outra
vez ele enfatiza isto.

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E, então, você crê em Jesus Cristo com todo o seu coração? Ele é a sua única esperança
para o Céu? Você inclina todo o seu peso, e todas as preocupações da sua salvação sobre
Jesus? Então você está nEle e no Seu Pacto, e não é uma bênção que Deus decretou te
dar, antes Ele dará a Sim mesmo a você! Não há dom da grandeza do Seu coração que
Ele determinou conceder a Seus eleitos, senão o que Ele concederá a você! Você tem a
marca, o selo, o emblema de Seus escolhidos, caso, você, verdadeiramente creia em Cristo
Jesus!

Outra pergunta irá te ajudar, trata-se desta: Você já nasceu de novo? Refiro-me novamente
à Epístola aos Gálatas, que eu gostaria que cada pessoa ansiosa lesse com muito cuidado.
Lá você verá que Abraão teve dois filhos. Um deles nasceu segundo a carne. Este foi
Ismael, o filho da escrava. Embora ele fosse o filho primogênito, ele não era o herdeiro, pois
Sara disse a Abraão: “Ponha fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não
herdará com Isaque, meu filho” [Gênesis 21:10; cf. Gálatas 4:30]. Ismael que nasceu segun-
do a carne não herdou a promessa do Pacto! A sua esperança do Céu está fixada no fato
de que você teve uma boa mãe e um bom pai? Então, sua esperança é gerada segundo a
carne e você não está no Pacto! Estou constantemente ouço dizer que os filhos de pais
piedosos não precisam se converterem. Permitam-me denunciar essa mentira perversa! “O
que é nascido da carne é carne” [João 3:6], e nada melhor do que isso! Os que nascem
segundo a carne não são filhos de Deus! Não confie em transferência de graça por geração
natural, ou em ancestrais sagrados! Vocês têm que nascer de novo, cada um de vocês, ou
vocês perecerão para sempre, não importando quem seus pais sejam ou deixem de ser!
Abraão teve outro filho, Isaque, este não nasceu da força de seu pai, e nem segundo a
carne, pois nos é dito que tanto Abraão e como Sara envelheceram. Isaque nasceu pelo
poder de Deus de acordo com a promessa. Ele era o filho dado por graça.

Agora, você já nasceu assim, não pela força humana, mas pelo poder de Deus? A vida que
está em você é uma vida dada por Deus? A verdadeira vida não provém da vontade do ho-
mem, nem do sangue, nem da excelência natural; vem pela ação do Espírito Santo e é de
Deus. Se você tem essa vida, você está no Pacto, pois está escrito: “Em Isaque será cha-
mada a tua descendência” [Romanos 9:7; Hebreus 11:18; cf. Gênesis 17:19]. Os filhos da
promessa, estes é que são contados como descendência. Deus disse a Abraão: “E em tua
descendência serão benditas todas as nações da terra” [Gênesis 22:18], e nisto Deus men-
cionou que justificaria, pela fé, os gentios, para que a bênção dada ao crente Abraão che-
gasse a todos os crentes! Abraão é o pai dos fiéis, ou o pai de todos os que creem em
Deus, e com estes é que o Pacto foi estabelecido.

Aqui, então, estão as perguntas do teste: Eu estou em Cristo? Estou crendo em Jesus?
Sou nascido pelo poder do Espírito de Deus, segundo a promessa, e não somente pelo

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nascimento carnal, ou de acordo com as obras? Então eu estou no Pacto! Meu nome está
no registro eterno! Antes das estrelas começarem a brilhar, o Senhor tinha feito um Pacto
para me abençoar. Ou antes da noite e da manhã comporem o primeiro dia, o meu nome
estava em Seu Livro da Vida. Cristo, antes de fundação do mundo, deu as mãos com o Pai
na câmara do conselho da eternidade, e comprometeu-Se a me redimir e trazer a mim e a
uma multidão de outros para Sua glória eterna! E Ele vai fazê-lo também, pois Ele nunca
quebra Seus compromissos de Fiador. E nem o Pai quebra Seus compromissos Pactuais!
Eu quero que você tenha certeza sobre esses pontos, pois oh! que paz isso produzirá em
sua alma, que sossego de coração você obterá quando compreender o Pacto e saber que
seu nome está nele!

III. Este é o nosso último ponto. Se, de fato, podemos acreditar na boa evidência da Palavra
de Deus, a saber, que somos da descendência com quem o Pacto foi feito em Cristo Jesus,
então todas as bênçãos do Pacto virão até nós. Colocarei isto de forma mais pessoal: todas
as bênçãos do Pacto virão até você!

O Diabo diz: “Não, não, não”. Por que não, Satanás? “Por que”, diz ele, “você não é capaz
de fazer isto ou aquilo”. Encaminhe o Diabo ao texto! Diga a ele que leia as passagens que
eu li para você e pergunte se ele pode ver algum, “se”, ou um, “mas”, pois eu não posso.
“Oh”, ele diz, “mas, mas, mas, mas, mas você não pode fazer o suficiente, você não pode
sentir o suficiente”. Diz alguma coisa sobre sentimento lá? Diz apenas: “Eu lhes darei um
coração de carne”. Eles sentirão o suficiente, então! “Oh, mas”, o Diabo diz, “você não pode
amolecer seu coração duro”. Será que a promessa diz que você pode fazer isto? Será que
ela não diz: “tirarei da sua carne o coração de pedra, e lhes darei um coração de carne”? O
teor da promessa é: EU FAREI ISSO. Eu farei. O Diabo não se atreve a dizer que Deus não
pode fazer isso, ele sabe que Deus pode nos capacitar a esmagá-lo debaixo dos nossos
pés. “Oh, mas”, ele diz, “você nunca vai se manter no caminho, caso você comece a ser
um Cristão”. O Pacto não diz sobre isso: “andarão nos meus estatutos”? E se não tivermos
poder em para andar nos estatutos de Deus? Contudo, Ele tem poder para nos fazer andar
e perseverar neles! Ele pode operar em nós obediência e perseverança final em santidade.
Seu Pacto praticamente promete essas bênçãos para nós. Para voltar ao que disse antes,
Deus não exige de nós, antes Ele nos dá! Ele nos vê mortos e Ele nos ama, mesmo quando
estamos mortos em nossos delitos e pecados! Ele nos vê fracos e incapazes de ajudarmos
a nós mesmos, e Ele entra e opera em nós tanto o querer como o realizar, segundo a Sua
boa vontade e, em seguida, nós operamos nossa própria salvação com temor e tremor. O
cerne e o próprio fundamento do Pacto são o próprio Deus! E Ele não encontra nada em
nós para ajudá-lO. Não há fogo nem madeira em nós, muito menos o cordeiro para o
holocausto, tudo que há em nós é vazio e condenação! Ele vem com: “Eu farei” e “vocês

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serão”, como um ajudante real proporcionando auxílio gratuito para pecadores miseráveis
e desamparados, segundo as riquezas da Sua graça! Agora esteja certo que, após ter feito
tal Pacto como este, Deus lembrar-se-á sempre do Seu Pacto!

Ele fará isso, em primeiro lugar, porque Ele não pode mentir. Se ele diz que fará, ele fará.
Seu próprio nome é o “Deus que não pode mentir”. Se estou em Cristo, eu serei salvo,
ninguém pode impedir que isso aconteça. Se eu sou um crente em Cristo, serei salvo, todos
os demônios do inferno não podem impedir isso, porque Deus disse: “Quem crer e for bati-
zado será salvo”, “quem nele crê não é condenado” [Marcos 16:16; João 3:18]. A palavra
de Deus não é sim, e depois não. Ele sabia o que dizia quando falou do Pacto e Ele nunca
mudou, nem se contradisse. Se, então, eu sou um crente, eu devo ser salvo, porque eu
estou em Cristo a quem a promessa é feita! Se eu tiver a nova vida em mim, eu necessaria-
mente serei salvo, pois esta não é a vida espiritual e incorruptível da Descendência que
vive e permanece para sempre? Jesus não disse: “a água que eu lhe der se fará nele uma
fonte de água que salte para a vida eterna” [João 4:14]? Bebi a água que Cristo me deu e
ela saltará para a vida eterna! Não é possível que a morte mate a vida que Deus me deu,
nem é possível para qualquer um dos espíritos caídos apague a chama Divina que o próprio
Espírito de Cristo acendeu em meu peito! Devo ser salvo, porque Deus não pode negar a
Si mesmo!

Outrossim, Deus fez o Pacto livremente. Se Ele não tivesse a intenção de mantê-lo, Ele
não o teria feito. Quando um homem é impulsionado para um canto por alguém que diz: “A-
gora você me pagará”, então ele está apto a prometer mais do que ele pode fazer. Ele de-
clara solenemente: “Eu vou te pagar ao fim desta quinzena”. Coitado, ele não tem dinheiro,
agora, e não terá em qualquer época, mesmo assim ele faz uma promessa, porque ele não
pode ajudar a si mesmo. Essa necessidade não pode ser imaginada em relação ao nosso
Deus! O Senhor não estava sob compulsão, Ele poderia ter deixado os homens perecerem
por causa do pecado, não havia ninguém que o impelisse a fazer o Pacto da Graça, nem
mesmo para sugerir a ideia! “Com quem tomou ele conselho, que lhe desse entendimento,
e lhe ensinasse o caminho do juízo, e lhe ensinasse conhecimento, e lhe mostrasse o cami-
nho do entendimento?” [Isaías 40:14?]. Ele fez o Pacto por Sua vontade real e, depois de
ter feito isso, você pode descansar na certeza de que Deus nunca esquecerá Seu Pacto!
Um Pacto tão livremente feito deve ser plenamente cumprido.

Além disso, no documento do Pacto existe um selo. Você viu o selo? A coisa mais importan-
te em uma Escritura de doação é a assinatura ou selo. O que é isto, estes respingos verme-
lhos na parte inferior do mesmo? É sangue! Sim, é sangue. Sangue de quem? É o sangue
do Filho de Deus! Este ratificou e selou a Pacto. Jesus morreu. A morte de Jesus assegurou
o Pacto! Deus pode esquecer o sangue do Seu Filho amado, apesar de Seu Sacrifício?

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Impossível! Todos aqueles por quem Ele morreu como um Substituto pactual Ele salvará!
Seus remidos não devem ser deixados em cativeiro, como se o preço do resgate não
houvesse sido pago. Será que Ele não disse: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que
vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora” [João 6:37]? Esse Pacto está seguro, em-
bora as velhas colunas da terra arqueiem, pois o Pai jamais desprezará este sangue.

Deus também se deleita no Pacto e assim temos a certeza de que Ele não retrocederá a
partir dele. Esta é a própria alegria de Seu santo coração! Ele tem prazer em fazer o bem
ao Seu povo. Passar pela transgressão, iniquidade e pecado é a recreação de Jeová! Você
já ouviu falar de Deus cantando? É singular que o Ser Divino conforte a Si mesmo com mú-
sica, mas ainda um profeta revelou que o Senhor: “se deleitará em ti com alegria; calar-se-
á por seu amor, regozijar-se-á em ti com cânticos” [Sofonias 3:17, tradução livre]. O Pacto
é o coração de Deus escrito com o sangue de Jesus, e uma vez que toda a natureza de
Deus corre em paralelo com o teor do Pacto Eterno, você pode estar certo de que até mes-
mo seus “jotas” e seus “tis” estão seguros!

E então, por fim, ó vocês que estão no Pacto, não tenho dúvida de que Deus irá salvá-los,
guardá-los, abençoá-los vendo que vocês estão crendo em Jesus, estão em Jesus e são
ressuscitados para viver em novidade de vida! Você não ousa duvidar se eu te disser mais
uma coisa: se o seu pai, se o seu irmão, se o seu melhor amigo houvesse solenemente de-
clarado um fato, você suportaria que alguém dissesse que ele mentiu? Eu sei que você fica-
ria indignado com tal acusação! Mas suponha que o seu pai, da maneira muito solene, hou-
vesse feito um juramento; você por um só minuto pensaria que ele houvesse cometido
perjúrio e jurado uma mentira? Agora volte-se para a Palavra de Deus e você descobrirá
que Deus, sabendo que um juramento entre os homens é o fim de toda a contenda, foi do
agrado dEle selar o pacto com um juramento. “Para que por duas coisas imutáveis, nas
quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o
nosso refúgio em reter a esperança proposta” [Hebreus 6:18]. Deus levantou a mão para o
céu e jurou que Cristo terá a recompensa de Sua paixão, que os Seus adquiridos, serão
atraídos por Sua influência, que depois de ter assumido o pecado e tê-lo tirado, jamais o
pecado recairá uma segunda vez sobre os redimidos!

Em suma. Você crê em Cristo? Então, Deus trabalhará em você para querer e fazer a Sua
boa vontade! Deus derrotará o seu pecado! Deus lhe santificará! Deus lhe salvará! Deus irá
guardá-lo! Deus conduzirá você a Si mesmo, finalmente! Descanse neste Seu Pacto, em
seguida, movido por uma intensa gratidão, vá e sirva ao seu Senhor de todo o teu coração,
alma e força! Ao ser salvo, viva para louvá-lO! Trabalhe não para que você possa ser salvo,
mas porque você está salvo, o Pacto garante e sua segurança! Liberte-se do temor servil
que Ismael pode ter conhecido, viva a vida feliz de um Isaque! E movido pelo amor do Pai,

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gaste e seja gasto pela causa dEle! Se a esperança egoísta de ganhar o Céu pelas obras
moveu alguns homens para um grande sacrifício, muito mais motivo piedoso da gratidão
para com Aquele que fez tudo isso por nós deverá nos mover para o serviço mais nobre e
nos fazer sentir que ele não é nenhum sacrifício! “Porque o amor de Cristo nos constrange,
julgando nós assim: que, se um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por
todos, para que os que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu
e ressuscitou” [2 Coríntios 5:14-15]. “Não sois de vós mesmos... fostes comprados por bom
preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a
Deus” [1 Coríntios 6:19-20]. Se você é salvo sob o Pacto da Graça, a marca dos pactuados
está sobre você e o caráter sagrado dos pactuados deve ser exibido em você! Bendiga e
magnifique o Pacto de Deus! Tome o cálice do Pacto e invoque o Seu nome! Pleiteie as
promessas da Pacto e tenha tudo o que você precisa! Amém.

EXPOSIÇÃO de JEREMIAS 31:1-22a, por C. H. SPURGEON:

Verso 1. NAQUELE tempo, diz o SENHOR, serei o Deus de todas as famílias de Israel, e
elas serão o meu povo. Durante o banimento dos israelitas para a Babilônia, a Pacto de
Deus com eles havia sido, por assim dizer, suspenso. Mas nesta promessa de sua restau-
ração, Ele o traz à lembrança, mais uma vez, e Ele graciosamente faz uma volta graciosa
peculiar a ele: “serei o Deus de todas as famílias de Israel”. Que misericórdia é uma família
de Deus e ter toda a nossa família em Cristo! Irmãos e Irmãs, vocês têm uma Bíblia da
família e vocês, têm, espero, um altar familiar — que toda a sua família venha a pertencer
a Deus!

2. Assim diz o SENHOR: O povo dos que escaparam da espada achou graça no deserto.
Israel mesmo, quando eu o fizer descansar. Faraó tentou matar Israel. Quando ele puxou
a sua espada, parecia que toda a nação seria morta. Mas Deus os levou para longe de Fa-
raó, para o deserto, e ali lhes deu descanso. Deus ainda tem um povo que Ele certamente
salvará e o adversário não será capaz de destruí-los. Agora vem este versículo glorioso:

3-4. Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo: Porquanto com amor eterno te amei,
por isso com benignidade te atraí. Ainda te edificarei, e serás edificada. Jerusalém estava
toda devastada. Suas casas estavam vazias e seus palácios estavam em ruínas, mas a
promessa de Deus para ela foi: “Ainda te edificarei, e serás edificada”. Se o pregador tenta
reconstruir aqueles que estão quebrados espiritualmente, o seu trabalho pode ser falho.
Mas quando Deus o faz, então, isso é efetivamente realizado.

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4. Ó virgem de Israel! Ainda serás adornada com os teus tamboris, e sairás nas danças dos
que se alegram. Deus pode tirar a dor de Seu povo, e enchê-los de alegria exultante. Seus
pés ligeiros devem seguir a música, e eles serão extremamente felizes. Que o Senhor faça
o Seu povo alegre, agora, em Sua Casa de Oração!

5. Ainda plantarás vinhas nos montes de Samaria; os plantadores as plantarão e comerão


como coisas comuns. O povo de Deus tornará a trabalhar, mais uma vez, e eles verão o
fruto do seu trabalho e se alegrarão diante de Deus, porque eles não trabalharam em vão
nem se esforçaram inutilmente.

6. Porque haverá um dia em que gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos,
e subamos a Sião, ao SENHOR nosso Deus. Os homens de Efraim não subiam a Sião para
adoração, abandonaram o altar em Jerusalém. Mas o dia virá em que eles se converterão
novamente para o Senhor! Vigias devem estar à procura de inimigos, mas o dia virá em
que, mesmo eles serão capazes de deixar as suas torres de vigia e dizer: “Levantai-vos, e
subamos a Sião, ao SENHOR nosso Deus”. Estão alguns de vocês vigiando exatamente
agora com olhos ansiosos? Vocês têm vigiado durante a noite toda? Bem, vocês ainda não
viram o bastante, e seus olhos doem ao olharem para o mal — então [...] digam um para o
outro: “Levantai-vos, e subamos a Sião, ao SENHOR nosso Deus”.

7-8. Porque assim diz o SENHOR: Cantai sobre Jacó com alegria, e exultai por causa do
chefe das nações; proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, SENHOR, ao teu povo, o res-
tante de Israel. Eis que os trarei... Observe a oração e a resposta. A oração é colocada em
nossas bocas e antes que mal tenhamos tempo para proferi-la, a resposta vem — “Salva,
SENHOR, ao teu povo, o restante de Israel. Eis que os trarei!”.

8. Da terra do norte, e os congregarei das extremidades da terra; entre os quais haverá ce-
gos e aleijados. Como eles podem vir? Será que eles ajudarão um ao outro? Deus mesmo
será olhos para o cego, e pés para o coxo!

8. Grávidas e as de parto juntamente; em grande congregação voltarão para aqui. Elas não
estavam aptas para viajar, no entanto, Deus, em Sua grande misericórdia, pode fazer o ma-
is fraco de seu povo forte! E quando Ele os traz para Si mesmo, eles virão mesmo que pare-
ça como se não pudessem vir!

9. Virão com choro. Não importa o choro, enquanto eles vierem, o que importa é que ve-
nham, e lembre-se que não há verdadeira fé sem lágrimas de arrependimento em seu olho
— “Virão com choro”.

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9. E com súplicas os levarei. O caminho da oração é o caminho para Deus.

9. Guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, no qual não tropeçarão. Felizes
são as pessoas que têm promessas tão preciosas como essas! O caminho é reto e os pés
serão tão firmemente plantados que “não tropeçarão”.

9-11. Porque sou um pai para Israel, e Efraim é o meu primogênito. Ouvi a palavra do
SENHOR, ó nações, e anunciai-a nas ilhas longínquas, e dizei: Aquele que espalhou a Is-
rael o congregará e o guardará, como o pastor ao seu rebanho. Porque o SENHOR resga-
tou a Jacó. O segredo de todas as outras bênçãos é a redenção! Se Deus redimiu, Ele
salvará — dependa disso — o precioso sangue de Jesus nunca será derramado em vão!

11-12. E o livrou da mão do que era mais forte do que ele. Assim que virão. Se eles forem
resgatados, “eles virão”. Cristo não morreu em vão! A redenção que Ele operou será eficaz:
“Assim que virão”.

12. E exultarão no alto de Sião, e correrão aos bens do SENHOR, ao trigo, e ao mosto, e
ao azeite, e aos cordeiros e bezerros. Estas são todas as misericórdias temporais e é uma
grande bênção ver a bondade de Deus nelas. Se Deus abençoa misericórdias comuns, elas
são verdadeiramente bênçãos! Mas, sem a Sua bênção elas podem se tornar ídolos, e
consequentemente podem tornar-se maldições.

12. E a sua alma será como um jardim regado. Oh! que símile agradável! É de pouca utilida-
de para o corpo ser alimentado a menos que a alma também esteja bem nutrida! “Sua alma
será como um jardim regado”.

12-14. E nunca mais andarão tristes. Então a virgem se alegrará na dança, como também
os jovens e os velhos juntamente; e tornarei o seu pranto em alegria, e os consolarei, e lhes
darei alegria em lugar de tristeza. E saciarei a alma dos sacerdotes com gordura. Deus dará
aos líderes espirituais de Seu povo o suficiente e mais do que suficiente, mais do que eles
podem tomar, Ele vai saciá-los com gordura.

14. E o meu povo se fartará dos meus bens, diz o SENHOR. Que deleitosa promessa é
esta! Escutem-na e levem-na consigo para casa, todos vocês que são verdadeiramente o
povo do Senhor.

15. Assim diz o SENHOR: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel
chora seus filhos; não quer ser consolada quanto a seus filhos, porque já não existem. Há

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aqui uma alusão profética para o massacre das crianças por Herodes no momento do nas-
cimento de nosso Senhor. Foi, de fato, um momento de tristeza.

16-17. 16 Assim diz o SENHOR: Reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos;
porque há galardão para o teu trabalho, diz o SENHOR, pois eles voltarão da terra do ini-
migo. E há esperança quanto ao teu futuro, diz o SENHOR, porque teus filhos voltarão para
os seus termos. Raquel é representada como chorando por seus filhos, ou como que enlu-
tada pelas tribos que foram levados para o cativeiro. No entanto, ela é consolada pela graci-
osa garantia do Senhor: “eles voltarão da terra do inimigo”. E assim aconteceu, e haverá
um futuro ainda mais glorioso para o povo de Deus da antiga raça de Abraão!

18. Bem ouvi eu que Efraim se queixava, dizendo: Nunca haverá um penitente neste mundo
que se queixe de que Deus não o ouviu! Não pense que um único grito penitencial de um
coração contrito ficou sem ser ouvido! Isso não pode acontecer, os ouvidos de Deus são
prestos para ouvir os clamores dos penitentes.

18. Castigaste-me e fui castigado, como novilho ainda não domado. “Eu suportei o castigo,
mas não derivei qualquer benefício do mesmo. Não me arrependi do meu pecado, eu não
me converti a Ti”.

18. Converte-me, e converter-me-ei, porque tu és o SENHOR meu Deus. Se o Senhor nos


converter, nós seremos convertidos, seremos verdadeiramente convertidos, ou seja, trans-
formados.

19. Na verdade que, depois que me converti, tive arrependimento; e depois que fui instruído,
bati na minha coxa; fiquei confuso, e também me envergonhei; porque suportei o opróbrio
da minha mocidade. Há alguém aqui relembrando o passado com terror, e lamentando di-
ante de Deus por causa de seus pecados? Então, ouça o que Deus diz! Ele parece ecoar
a voz de Efraim. Assim como Efraim lamenta-se, Deus lamenta-Se dele!

20. Não é Efraim para mim um filho precioso, criança das minhas delícias? Você pode espe-
rar que a resposta seja: “Não, ele perdeu os direitos da infância. Ele tem sido desagradável
e tem provocado a Deus”. No entanto, Deus não dá uma resposta assim como esta para
as Suas próprias perguntas, antes Ele diz:

20. Porque depois que falo contra ele, ainda me lembro dele solicitamente. Não obstante o
Senhor tê-lo ameaçado, e enviado profetas para prever o mal para Ele por causa de seu
pecado, contudo Ele diz: “ainda me lembro dele solicitamente”.

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20. Por isso se comovem por ele as minhas entranhas; deveras me compadecerei dele, diz
o SENHOR. Oh! que discurso maravilhoso Deus faz aqui! Até mesmo o Deus infinitamente
bendito representa a Si mesmo como passando por problemas a respeito de pecadores pe-
nitentes, lembrando deles em piedade e desejando ter compaixão deles.

21. Levanta para ti sinais, faze para ti altos marcos, aplica o teu coração à vereda, ao cami-
nho por onde andaste; volta, pois, ó virgem de Israel, regressa a estas tuas cidades. Na tra-
vessia do deserto, os viajantes levantam montículos de pedra para lhes servir de direção
em uma ocasião futura através daquele mar de areia sem veredas. E assim Deus os convi-
da a levantarem sinais e fazerem altos marcos para que eles possam saber como voltar
para Ele.

22. Até quando andarás errante, ó filha rebelde? Deus ainda pergunta misericordiosamente:
“Por quanto tempo vocês procurarão consolo aqui e ali?”. Vocês nunca vão encontrá-lo até
que vocês voltem para o seu Deus! O vazio está escrito sobre tudo até que o coração en-
contre o seu Salvador e Senhor!

ORE PARA QUE O ESPÍRITO SANTO use este sermão para trazer muitos
Ao conhecimento salvador de JESUS CRISTO.

Sola Scriptura!
Sola Gratia!
Sola Fide!
Solus Christus!
Soli Deo Gloria!

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2 Coríntios 4
1
Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;
2
Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem
falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,
3
na presença de Deus, pela manifestação da verdade. Mas, se ainda o nosso evangelho está
4
encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os
entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória
5
de Cristo, que é a imagem de Deus. Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo
6
Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. Porque Deus,
que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,
7
para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém,
este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós.
8
Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.
9 10
Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre
por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus
11
se manifeste também nos nossos corpos; E assim nós, que vivemos, estamos sempre
entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na
12 13
nossa carne mortal. De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. E temos
portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,
14
por isso também falamos. Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará
15
também por Jesus, e nos apresentará convosco. Porque tudo isto é por amor de vós, para
que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de
16
Deus. Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o
17
interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação
18
produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas
que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se 18
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não veem são eternas. Issuu.com/oEstandarteDeCristo

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