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1. Material pré-aula
a. Tema
b. Noções Gerais
1
Atualmente, o atual Código Civil, em seu artigo 421,
complementa esta noção introduzindo no direito brasileiro, do
ponto de vista legislativo, o princípio da função social do
contrato, nos seguintes termos: ‘A liberdade de contratar será
exercida em razão e nos limites da função social do contrato’. E
em que pese o pouco tempo de vigência do atual Código, o
significado e as possibilidades desta nova cláusula geral já são
objeto de viva preocupação dos juristas brasileiros, sendo
inclusive considerada por reconhecidos autores, como a mais
importante inovação do Código Civil no direito contratual”1.
c. Legislação
SÚMULA N. 597
A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para
utilização dos serviços de assistência médica nas situações de
emergência ou de urgência é considerada abusiva se
ultrapassado o prazo máximo de 24 horas contado da data da
contratação. Segunda Seção, aprovada em 8/11/2017, DJe
20/11/2017. (Informativo n. 614).
d. Julgados/Informativos
1
MIRAGEM, Bruno. Curso de direito do consumidor. 5. ed. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2014, p. 234.
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estabelecido em um de seus anexos. Por seu turno, o Anexo II
da referida resolução estabeleceu diferentes quantidades de
sessões ou de consultas obrigatórias mínimas a serem
custeadas pelo plano de saúde conforme o grau de severidade
do transtorno mental. Posteriormente, com a superveniência da
RN n. 387/2015, algumas coberturas mínimas foram ampliadas,
como as sessões de psicoterapia que passaram de 12 (doze)
por ano de contrato para 18 (dezoito). Ocorre que os
tratamentos psicoterápicos são contínuos e de longa duração,
de modo que um número tão exíguo de sessões anuais não é
capaz de remediar a maioria dos distúrbios mentais. Dessa
forma, a restrição severa de cobertura poderá provocar a
interrupção da própria terapia, o que comprometerá o
restabelecimento da higidez mental do usuário, a contrariar não
só princípios consumeristas (art. 51, IV, da Lei n. 8.078/1990),
mas também os de atenção integral à saúde na Saúde
Suplementar (art. 3º da RN n. 338/2013, hoje art. 4º da RN n.
387/2015). Ademais, em conformidade com entendimento
firmado por esta Corte Superior, é de rigor que o médico ou
profissional habilitado – e não o plano de saúde – tenha
autonomia para aferir o período de atendimento adequado
segundo as necessidades de cada paciente, de forma que a
operadora não pode limitar o número de sessões recomendadas
para o tratamento integral de determinado transtorno mental.
Assim, será abusiva qualquer cláusula contratual ou ato da
operadora de plano de saúde que importe em interrupção de
tratamento psicoterápico por esgotamento do número de
sessões anuais asseguradas no Rol de Procedimentos e Eventos
em Saúde da ANS. Logo, o número de consultas/sessões anuais
de psicoterapia fixado pela ANS deve ser considerado apenas
como cobertura obrigatória mínima a ser custeada plenamente
pela operadora de plano de saúde; mas, para não haver o
esvaziamento do tratamento da enfermidade mental, a
quantidade que ultrapassar tais balizas deverá ser suportada
tanto pela operadora quanto pelo usuário, em regime de
coparticipação, aplicando-se, por analogia, o que ocorre nas
hipóteses de internação em clínica psiquiátrica. A estipulação de
coparticipação nessas situações se revela necessária,
porquanto, por um lado, impede a concessão de consultas
indiscriminadas ou o prolongamento em demasia de
tratamentos e, por outro, restabelece o equilíbrio contratual
(art. 51, § 2º, do CDC), visto que as sessões acima do limite
mínimo estipulado pela ANS não 187 foram consideradas no
cálculo atuarial do fundo mútuo do plano, o que evita a
onerosidade excessiva para ambas as partes. (Informativo n.
612). DIREITO DO CONSUMIDOR PROCESSO REsp
3
1.679.190-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por
unanimidade, julgado em 26/09/2017, DJe 02/10/2017.
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disso, a cessão está resumida à integralidade dos direitos
creditícios, participações, direitos acionários, proventos e
valores ainda não recebidos, decorrentes dos contratos de
participação financeira. Trata-se, portanto, de cessão de crédito
e não de cessão de posição contratual, pois não há cessão da
inteira posição no ajuste. Assim, considerando que as condições
personalíssimas do cedente não se transmitem ao cessionário, a
condição de consumidor do promitente-assinante não se
transfere aos cessionários do contrato de participação
financeira. (Informativo n. 600). REsp 1.608.700-PR, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, por unanimidade, julgado
em 9/3/2017, DJe 31/3/2017.
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o princípio da inafastabilidade da jurisdição faz com que a
sanção administrativa oriunda desse órgão da Administração
Pública voltado à defesa do consumidor seja passível de ser
contestada por ação judicial. Salienta-se, por fim, que a sanção
administrativa prevista no art. 57 do CDC é legitimada pelo
poder de polícia (atividade administrativa de ordenação) que o
Procon detém para cominar multas relacionadas à transgressão
dos preceitos da Lei 8.078/1990. Precedente citado: REsp
1.256.998-GO, Primeira Turma, DJe 6/5/2014. REsp
1.279.622-MG, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em
6/8/2015, DJe 17/8/2015. 2ª Turma.
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apreensão - Impossibilidade - Afronta, inclusive, à norma
constitucional, que garante o direito de ação. - A pretensão do
agravante de que o Juízo impeça a agravada de promover a
busca e apreensão judicial do bem garantido em alienação
fiduciária é ilegal, ferindo inclusive norma constitucional, que
garante a todos o acesso ao Judiciário para defesa de lesão ou
ameaça a direito (artigo 5º, inciso XXXV, CF/88). - Ajuizar ação
de busca e apreensão é um direito do credor fiduciário, já que o
bem dado em garantia lhe pertence. Encontrando-se o devedor
em mora com as prestações avençadas ou inadimplente com as
obrigações por ele assumidas, o credor fiduciário pode manejar
ação de busca e apreensão, para que a propriedade e a posse
plena do bem alienado fiduciariamente sejam consolidados em
suas mãos. - A nova teoria contratual, que entrou no
ordenamento jurídico brasileiro através do Código de Defesa do
Consumidor e que foi consolidado pelo novo Código Civil,
assegura a função social dos contratos. Mas isso não quer dizer
que o Judiciário possa autorizar uma das partes a descumprir o
avençado em um contrato. O que o Judiciário pode e tem o
dever de fazer é buscar o equilíbrio.
(TJ-MG 200000046157210001 MG 2.0000.00.461572-1/000(1),
Relator: PEDRO BERNARDES, Data de Julgamento: 23/11/2004,
Data de Publicação: 18/12/2004)
e. Leitura sugerida
7
<http://www.tepedino.adv.br/wp/wpcontent/uploads/2012/09/
biblioteca6.pdf>.
f. Leitura complementar