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1º Seminário Franco-Brasileiro sobre Saúde Ambiental

Água, Saúde e Desenvolvimento

PROGRAMA NACIONAL DE SANEAMENTO RURAL

Pedro Antonio Gvozdanovic Villar


Departamento de Engenharia de Saúde Pública - DENSP
Coordenação Geral de Engenharia Sanitária – CGESA
Coordenação de Saneamento e de Edificações em Áreas Especiais - COSAN

30 de Junho de 2011 / Brasília-DF


Política Federal de Saneamento Básico

 Lei nº11.445/2007: Estabelece as diretrizes nacionais para o


saneamento básico

Entre as diretrizes (art.48), destaca-se:


VII - garantia de meios adequados para o atendimento da população
rural dispersa, inclusive mediante a utilização de soluções compatíveis
com suas características econômicas e sociais peculiares

Entre os objetivos (art. 49), destaca-se:


IV - proporcionar condições adequadas de salubridade ambiental às
populações rurais e de pequenos núcleos urbanos isolados
Política Federal de Saneamento Básico

 Lei nº11.445/2007

Art. 52: determina a elaboração do Plano Nacional de Saneamento Básico


sob coordenação do Ministério das Cidades

Plansab

Saneamento Saneamento Saneamento


Básico Integrado Rural Estruturante
O Brasil Rural

O que é
o Brasil Rural?
Rural
O Brasil Rural
O Brasil Rural

 Diversidade: raças, origens étnicas, povos, religiões, culturas, sistemas


de produção, segmentos sociais e econômicos, ecossistemas

 Conflitos: concentração de terra, trabalho escravo, trabalho infantil,


lutas populares, movimentos sociais

 Economia diversificada: agronegócio, modernização tecnológica,


agricultura familiar, serviços, turismo

 Precárias condições de vida: problemas socioeconômicos > migração


 Populações: adensadas, dispersas, isoladas e próximas a centros urbanos

 Carência: de políticas públicas e de recursos financeiros aplicados

 Questões ambientais: Código Florestal


O Brasil Rural

Os atuais estudos sobre a conceituação do rural são


importantes para uma nova concepção de saneamento
rural, de forma que a elaboração do Programa não se
restrinja exclusivamente à dimensão demográfica e
geográfica do mundo rural e que este não seja mais visto
como um mundo romântico, distante, fechado e isolado
das cidades e do restante do País.
População Rural no Brasil

 30 milhões de pessoas residem em localidades rurais no Brasil,


representando aproximadamente 16% da população brasileira (IBGE/2010)
 8,8 milhões de domicílios rurais (PNAD/2009)

Fonte: IBGE - Censo 2010


População Rural no Brasil

Situação de extrema pobreza em relação à população rural por UF

Fonte: IBGE - Censo 2010


Contextualização do Saneamento Rural no Brasil

 Condições precárias de abastecimento de água e de esgotamento sanitário


 Elevado déficit de saneamento
 Atuação dos prestadores de serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário focada na área urbana

Fonte: IBGE/PNAD (2009)


Contextualização do Saneamento Rural no Brasil

Fonte: IBGE/PNAD (2009)


Contextualização do Saneamento Rural no Brasil

Fonte: IBGE/PNAD (2009)

Resíduos Sólidos:
Somente 26,3% dos domicílios rurais tem acesso à coleta direta
Fonte: IBGE/PNAD (2009)
Programa Nacional de Saneamento Rural

SANEAMENTO BÁSICO

PROMOÇÃO DA SAÚDE ERRADICAÇÃO DA DESENVOLVIMENTO


EXTREMA POBREZA RURAL SOLIDÁRIO
- Lei 8080/1990 SUSTENTÁVEL
(Lei Orgânica da Saúde), art. 3º - Relatório de
Desenvolvimento Humano - - Relatório CONDRAF/2008
PNUD/2006 - Programa Territórios da
- Lei nº 11.445/2007,
Cidadania
art. 2º, Inciso VI e art. 29, - Plano Brasil Sem Miséria - Programa de
§1º, Inciso I Desenvolvimento Rural
Sustentável

Saneamento básico como Saneamento básico como


um dos fatores um dos fatores
Saneamento básico como
determinantes e determinantes do
estratégia de erradicação
condicionantes da processo de
da extrema pobreza
promoção da saúde desenvolvimento
Programa Nacional de Saneamento Rural

O Programa deve considerar:


 Compreensão sobre as características e as necessidades encontradas
nas comunidades rurais nas diferentes regiões brasileiras;
 Integração e interface com outras políticas públicas e programas de
governo em andamento: Programa Brasil Quilombola e Comunidades
Tradicionais, Territórios da Cidadania, Plano Brasil Sem Miséria, entre outros;

 Relação saneamento, meio ambiente e saúde;


 Tecnologias de saneamento apropriadas às peculiaridades regionais;
 Operação e manutenção dos serviços;
 Participação e controle social; Tecnologia
 Medidas estruturantes para garantia dos três eixos: Gestão
Educação
Programa Nacional de Saneamento Rural

Objetivo do Programa:
Universalização do acesso às ações e serviços de saneamento básico
por meio de estratégias que garantam o financiamento, a
sustentabilidade e a participação social.

Público alvo:
População rural dispersa, adensada, residente em localidades de
pequeno porte: vilas, aglomerados rurais, povoados, núcleos, lugarejos e
aldeias, assim definidos pelo IBGE.
Programa Nacional de Saneamento Rural

Linhas de Ações:
Abastecimento de água, esgotamento sanitário, melhorias sanitárias
domiciliares, manejo de resíduos sólidos, educação e mobilização social,
cooperação técnica aos municípios na execução das ações e no apoio à
gestão, inclusive na elaboração de projetos.

Metas:
As metas serão voltadas para a universalização de forma gradual e
progressiva e terão como base referencial o déficit das condições de
saneamento na área rural.
 Metas de curto prazo: projetadas para o período do PPA 2012-2015.
 Metas de médio e longo prazo: serão definidas após a publicação do
resultado do Censo 2010.
Programa Nacional de Saneamento Rural

EIXOS DO PROGRAMA

TECNOLOGIA  Diagnóstico das principais tecnologias


adotadas para Saneamento Rural;
 Definição de alternativas de tecnologias
GESTÃO
apropriadas às diversas situações de
saneamento em áreas rurais.
EDUCAÇÃO
 Apoio na elaboração de projetos de
engenharia para abastecimento de água e
esgotamento sanitário.
Programa Nacional de Saneamento Rural

EIXOS DO PROGRAMA

 Diagnóstico das diversas alternativas de


TECNOLOGIA
gestão:
Cesb, SAAE, Prefeitura Municipal, Comunidade
GEST ÃO
GESTÃO Organizada e Solução Unifamiliar.

 Definição de gestão das ações e


EDUCAÇÃO serviços de saneamento em áreas rurais;
 Estratégias para a implantação e
implementação das alternativas de gestão.
Programa Nacional de Saneamento Rural

EIXOS DO PROGRAMA

 Diretrizes das ações de Educação em


TECNOLOGIA
Saúde e Mobilização Social no processo
participativo e do controle social;
GESTÃO
 Proposta de ações de educação e
Participação da população na implantação
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO e sustentabilidade dos serviços de
saneamento na área rural.
Programa Nacional de Saneamento Rural
Participantes:
- Ministério da Saúde (coordenador do Programa, por meio da Funasa);
- Ministério das Cidades;
- Ministério da Integração Nacional;
- Ministério do Desenvolvimento Agrário;
- Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome;
- Ministério da Educação;
- Ministério do Meio Ambiente;
- Ministério da Pesca e Aquicultura;
- Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama);
- Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir);
- Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra);
- Governos Estaduais e Municipais;
- Conselhos;
- Sociedade civil organizada;
- e outros relacionados ao tema.
Programa Nacional de Saneamento Rural

Próximas Etapas – Fase de elaboração do Programa:

 Reuniões com cada órgão participante que atua no saneamento rural;

 Oficina com os órgãos federais participantes;

 Oficinas Internas – Presidência da Funasa;

 Oficinas / Seminários Regionais – Superintendências Estaduais da


Funasa, órgãos públicos atuantes em saneamento, sociedade civil
organizada e outros;

 Versão Final para apreciação das instâncias colegiadas em nível


federal.
Atuação da Funasa em Saneamento Rural

Nas últimas décadas, a Funasa tem voltado sua atenção para áreas
especiais, populações tradicionais e comunidades rurais.

Atendimento de comunidades rurais e especiais entre os anos de 2004 e 2010


Atuação da Funasa em Saneamento Rural

Série histórica (1999-2010) dos recursos financeiros empenhados em áreas


indígenas com sistemas de saneamento e populações beneficiadas
Atuação da Funasa em Saneamento Rural

Ação de Melhoria Habitacional para o Controle da Doença de Chagas


Atuação da Funasa em Saneamento Rural

Ação de Melhoria Sanitária Domiciliar


Atuação da Funasa em Saneamento Rural

Universalização do acesso à água para


consumo humano no semiárido

Meta da Funasa 2011-2012 - Beneficiar 50 mil


famílias por meio das ações:

- Implantação de 20 mil cisternas com


capacidade de 16m³
- Implantação de sistemas de abastecimento de
água em 140 comunidades quilombolas e em
370 comunidades rurais
- Construção de 150 poços
Atuação da Funasa em Saneamento Rural

Universalização do acesso à água para consumo humano no semiárido

Ação/Projeto Nº de Famílias Custo (R$)

1-Construção de 20.000 Cisternas (16m³) 20.000 80.000.000,00

2 – Sistemas de abastecimento de Água em


7.000 35.000.000,00
140 comunidades Quilombolas
3 – Sistema de Abastecimento de água em
18.500 92.500.000,00
370 comunidades rurais
4 – Perfuração de 150 Poços 4.500 3.000.000,00

5 – Elaboração de Projetos - 11.400.000,00

Total 50.000 221.900.000,00


Referências

Abramovay, R. Funções e medidas da ruralidade no desenvolvimento contemporâneo. Rio de


Janeiro: Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada – IPEA, 2000.
Brasil. Ministério das Cidades. Plano Nacional de Saneamento Básico – Plansab – Versão
Preliminar. Brasília: M. Cidades, novembro/2010.
Brasil. Ministério das Cidades. Transversal: saneamento básico integrado às comunidades rurais e
populações tradicionais: guia do profissional em treinamento: nível 2. Realização do NUCASE –
Núcleo Sudeste de Capacitação e Extensão Tecnológica em Saneamento Ambiental. Brasília: M.
Cidades, 2009.
Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável - CONDRAF. Relatório da 1ª Conferência
Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário. Brasília: MDA-CONDRAF. 2008.
Girardi, E. P. O Rural e o Urbano: É Possível Uma Tipologia? Presidente Prudente: FCT/UNESP,
2008.
INSTITUTO TRATA BRASIL E FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS. Benefícios Econômicos da
Expansão do Saneamento Brasileiro. Rio de Janeiro: Trata Brasil-FGV, 2010.
Kageyama, A. Desenvolvimento rural: conceito e um exemplo de medida. In: Congresso Brasileiro de
Economia e Sociologia Rural, 42, 2004, Cuiabá. Anais... Brasília: SOBER, 2004.
Macinko, J.; Guanais, F. C.; Souza, M. F. M.. Uma avaliação do impacto do PSF na mortalidade
infantil no Brasil, 1990-2002. New York University, 2005.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE/OMS. Water, sanitation and hygiene link to health. Disponível
em: <http:/www.who.int/water_sanitation_health/publications/facts2004>, Acesso em: 22 jan. 2010.
Referências

Ponte, K. F. Pensando o Conceito do Rural. Revista Nera, ano 7, n° 4. Presidente Prudente:


FCT/UNESP, 2004.
PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. Relatório do Desenvolvimento
Humano. Nova Iorque: ONU/PNUD, 2006.
Teixeira, J. B. Saneamento rural no Brasil: perspectivas. In: Rezende, S.C. (org.). Cadernos temáticos.
(Vol. 7). In: Heller, L.; Moraes, L. R. S.; Britto, A. L. N. P.; Borja, P. C.; Rezende, S. C. (coord.).
Panorama do saneamento básico no Brasil. Brasília: Ministério das Cidades, 2010.
Verde, V. V. Curitiba: IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social, 2004.
Territórios, Ruralidade e Desenvolvimento.
Ministério da Saúde
Fundação Nacional de Saúde
Departamento de Engenharia de Saúde Pública
(61) 3314-6262
www.funasa.gov.br

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