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1 ELETRICIDADE I

Material de Consulta para o Aluno

1º Tópico – Estrutura da Matéria e Processos de Eletrização

Estrutura da Matéria
Todas as coisas existentes na natureza são constituídas de átomos ou suas
combinações.

Átomo
Atualmente, sabemos que o átomo é a menor estrutura da matéria que apresenta as
propriedades de um elemento químico.
A estrutura do átomo é semelhante a do Sistema Solar, consistindo em um núcleo, onde
fica concentrada a massa, como o Sol, e em partículas girando ao seu redor,
denominadas elétrons, equivalentes aos planetas.
Como o Sistema Solar, o átomo possui grandes espaços vazios, que podem ser
atravessados por partículas menores do que ele.

Estrutura do núcleo
O núcleo do átomo é formado por partículas de carga positiva, chamadas prótons, e de
partículas de mesmo tamanho, mas sem carga, denominadas nêutrons.

O número de prótons ou número atômico identifica um elemento químico, comandando


seu comportamento em relação aos outros elementos.

O elemento químico natural mais simples, o hidrogênio, possui apenas um próton,


contudo o número de nêutrons pode ser variável e sua quantidade irá definir diferentes
isótopos, e um determinado elemento químico pode existir com diferentes números de
nêutrons. Um exemplo disso é o caso do urânio, que na natureza aparece sob a forma de
três isótopos, que são:
Urânio-234, U-235 e 238.
Todos eles possuem 92 prótons e, respectivamente 142, 143 e l46 nêutrons.

Figura 1 – Átomo
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Condutores e Isolantes
Condutores e isolantes são materiais elétricos que se comportam de maneiras opostas no
que respeita à passagem de corrente elétrica.
Enquanto os condutores permitem a movimentação dos elétrons, os isolantes dificultam
essa movimentação, ou seja, a passagem da eletricidade.
É o mesmo que dizer que os condutores conduzem as cargas, ou facilitam, a sua
passagem e que os isolantes a isolam. Isso acontece em decorrência da estrutura
atômica das substâncias, ou melhor, dos elétrons que os materiais apresentam na sua
camada de valência. A camada de valência é aquela que fica mais distante do núcleo
atômico.

Figura 2

Condutores
Nos materiais condutores, as cargas elétricas se movimentam com mais liberdade em
função dos elétrons livres presentes na sua camada de valência.
A ligação dos elétrons livres com o núcleo atômico é bastante fraca. Assim, esses
elétrons têm tendência para serem doados, movimentam-se e espalham-se facilitando a
passagem da eletricidade. São exemplos de condutores elétricos os metais em geral, tais
como cobre, ferro, ouro e prata.

Tipos de condutores
 Sólidos - também chamados de condutores metálicos, caracterizam-se pelo
movimento dos elétrons livres e pela forte tendência de doar elétrons;
 Líquidos - também chamados de condutores eletrolíticos caracterizam-se pelo
movimento de cargas positivas (cátions) e negativas (ânions). Essa movimentação,
em sentidos opostos, cria a corrente elétrica;

Gasosos - também chamados de condutores de terceira classe, caracterizam-se pelo


movimento de cátions e ânions. Mas, ao contrário dos condutores líquidos, a energia é
produzida através do choque entre as cargas e não de forma isolada.
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Isolantes
Nos materiais isolantes, também chamados de dielétricos, verifica-se a ausência ou
pouca presença de elétrons livres. Isso faz com que os elétrons dos isolantes estejam
fortemente ligados ao núcleo, o que inibe a sua movimentação.
São exemplos de isolante elétricos: borracha, isopor, lã, madeira, papel, vácuo, plástico e
vidro.

Semicondutores
Os materiais semicondutores são aqueles que podem se comportam como um condutor
ou como um isolante mediante as condições físicas.
Os exemplos mais comuns de semicondutores são o silício e o germânio.

Processos de Eletrização
O estudo da eletricidade originou-se de observações que, aparentemente, foram feitas
pela primeira vez pelos gregos. Na realidade, é possível que outros povos tenham
também observado esses fenômenos, mas os relatos mais antigos de que temos registro
são dos gregos. Por essa razão, atribui-se a eles a primazia desse feito.

A primeira observação foi feita com um material denominado âmbar. Semelhante ao


plástico resulta do endurecimento da seiva de árvores de uma espécie extinta. Tales de
Mileto, o primeiro filósofo do qual temos conhecimento, parece ter sido também o primeiro
a chamar atenção para o fato de que o âmbar, após ser atritado com lã ou pelo de animal,
adquire a propriedade de atrair objetos “leves”, como penas, fios de algodão, papel picado
etc.

Após algum tempo e alguns estudos sobre o âmbar, foi constatado que a eletricidade não
era exatamente uma propriedade exclusiva do âmbar, mas tratava-se de um fenômeno
generalizado e que podia ser observado em diversas substâncias. Hoje sabemos que
estamos rodeados de uma série de fenômenos elétricos e de suas incontáveis aplicações
práticas: rádio, transmissão via satélite, internet, chapinha, chuveiro elétrico etc.

Em alguns momentos do nosso cotidiano, deparamo-nos com situações “um pouco


estranhas”, nas quais tomamos choques em maçanetas de portas, na tela da TV ou até
mesmo quando encostamos-nos a outra pessoa. Esses pequenos choques ocorrem em
razão da eletricidade estática que adquirimos diariamente. Essas cargas são adquiridas
por alguns processos de eletrização conhecidos há séculos. São três os processos de
eletrização: eletrização por atrito, eletrização por contato e eletrização por indução.

Processos de eletrização
 Eletrização por atrito: Como o próprio nome diz, atritando-se, ou melhor,
colocando-se dois corpos constituídos de substâncias diferentes e, inicialmente,
neutros em contato, um deles cede elétrons, enquanto o outro recebe. Ao final, os
dois corpos estarão eletrizados e com cargas elétricas opostas.
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 Eletrização por contato: Dizemos que a eletrização por contato é o processo em


que um corpo eletrizado é colocado em contato com um corpo neutro. De
preferência, devem ser usados dois corpos condutores de eletricidade.

 Eletrização por indução: Dizemos que a indução eletrostática é o fenômeno de


separação de cargas elétricas de sinais contrários em um mesmo corpo. Portanto,
esse tipo de eletrização pode ocorrer apenas pela aproximação entre um corpo
eletrizado e um corpo neutro, sem que entre eles aconteça qualquer tipo de
contato.

Figura 3

Você já levou choque ao abrir a porta de um carro ou ao descer do veículo?

Como citado anteriormente, algumas vezes, ao abrirmos a porta do carro, levamos um


pequeno choque. Esse choque é proveniente do processo de eletrização por atrito, pois,
ao se movimentarem, os automóveis e outros veículos eletrizam-se em virtude do atrito
com o ar. Isso é mais notado em locais de clima seco. É muito comum um passageiro
levar um choque quando o ônibus chega à parada: basta ele se encostar a qualquer uma
das partes metálicas do veículo. Nesse caso, o passageiro faz o papel de fio terra. Muitas
vezes, também, é possível levar um choque quando se desce de um automóvel.
Geralmente, o veículo está eletrizado por atrito com o ar e, ao descer do carro, a pessoa
estabelece um contato entre a carcaça metálica eletrizada do carro e a terra. Eis uma das
causas de choque elétrico.

No entanto, existe outra razão para ocorrer o choque elétrico ao se descer de um carro: o
passageiro, por ficar sentado no banco, causa atrito entre o tecido de sua roupa e o tecido
do banco do veículo. Assim, a pessoa fica eletrizada e, ao descer do carro, carrega essas
cargas elétricas espalhadas em seu corpo. Quando, então, toca em um metal (carro), este
faz escoar as cargas para a terra, ocasionando o choque elétrico.

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