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4fubini PDF
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Departamento de Matemática
Secção de Álgebra e Análise
Exercı́cios Resolvidos
Teorema de Fubini
x+y+z =3
PSfrag replacements
1
x+y−z =1
1 2 y
1
2
x
Figura 1: Esboço de S
R R R
i) Para o integral da forma dz dy dx fixamos x = a, ou seja, consideramos a inter-
secção de S com o plano x = a em que 0 < a < 2.
Fixando x = a obtemos o corte em S descrito pelas linhas
Dado que 0 < a < 2 da equação y − z = 1 − a devemos considerar dois casos: ou 0 < x =
a < 1 ou 1 < x = a < 2, tal como se representa na figura 2.
Para 0 < x = a < 1 o corte em S é o quadrilátero
1
z z
0<x<1 1<x<2
PSfrag replacements
3−x
y+z =3−x
y+z =3−x
1 1
y−z =1−x
y−z =1−x
0 1−x 2−x y 0 2−x y
R R R
ii) Para o integral da forma dx dy dz fixamos 0 < z = c < 3.
Dado que os planos x + y + z = 3 e x + y − z = 1 se intersectam para z = 1 devemos
considerar dois casos ou 0 < z = c < 1 ou 1 < z = c < 3, tal como se representa na figura
3.
Para 0 < z = c < 1 o corte em S é limitado por três segmentos de recta
Para 1 < z = c < 3 o corte em S é limitado também por três segmentos de recta
2
y y
0<z<1 1<z<3
PSfrag replacements
1+z 3−z
0 x 0 3−z x
1+z
3
y
x2 + y 2 = 1 − z 2
1
x2 + y 2 = 4
1
0 2 x
PSfrag replacements
p
Há agora duas situações a distinguir: se |y| ≥ 12 , x simplesmente varia entre − 1 − y 2 − z 2 e
p q
1 − y 2 − z 2 ; se |y| ≤ 21 , x satisfaz a condição adicional |x| ≥ 14 − y 2 . (Isto acontece porque se
|y| ≥ 12 a recta obtida fixando (y, z) e fazendo variar x não intersecta o cilindro x 2 + y 2 ≤ 12 , e
portanto a sua intersecção com S é um único segmento; se |y| ≤ 12 esta recta intersecta o cilindro
e portanto intersecta S em dois segmentos).
Assim, o volume de S pode ser escrito como
Z Z
vol (S) = χS = 1
R3 S
√
Z 3 Z 1 2
Z √ 2 2
−2
! !
1−y −z
= √ √ √ 1dx dy dz
− 23 − 1−z 2 − 1−y 2 −z 2
Z √
2
3 Z 1
2
Z −
√1
4 −y
2 Z √1−y2 −z2 ! !
+ √ √ 1dx + √ 1dx dy dz
3
− 2 − 12 − 1−y 2 −z 2 1
4 −y
2
Z √
2
3 Z √1−z2 Z √1−y2 −z2 ! !
+ √ √ 1dx dy dz,
3 1
− 2 2 − 1−y 2 −z 2
4
z z
1 1
|y| > 2 |y| < 2
x2 + z 2 = 1 − y 2 x2 + z 2 = 1 − y 2
1
x2 = 4 − y2
PSfrag replacements x x
5
Exercı́cio 3 Escreva a expressão para o momento de inércia, relativo ao eixo Ox, do sólido
p
S = {(x, y, z) ∈ R3 : y ≥ 0, z ≥ 0, y 2 + z 2 ≤ 1, 0 ≤ x ≤ y 2 + z 2 }
com densidade de massa f (x, y, z) = x, em termos de integrais iterados de cada uma das seguintes
formas:
R R R
a) dx dy dz
R R R
b) dz dy dx
Resolução: O sólido S tem simetria cilı́ndrica em torno do eixo Ox pelo que para ter uma ideia do
seu aspecto basta esboçar a sua intersecção com um plano perpendicular ao plano Oyz contendo
o eixo Ox. p
Designando por r = y 2 + z 2 a distância ao eixo Ox temos
2
z2 ≤ 1
y +p r≤1
=⇒
x ≤ y2 + z 2 x≤r
Assim o sólido S consiste na figura 6 rodada em torno do eixo Ox sobre o quadrante do plano
Oyz em que y ≥ 0 e z ≥ 0.
0 r
1
a) Claramente a projecção de S no plano Oyz p é o quarto de cı́rculo de raio 1, e para cada ponto
(0, y, z), nesta região, x varia entre 0 e y 2 + z 2 .
Portanto temos
Z 1 Z √
1−z 2 Z √y2 +z2 !
2 2
Ix = x(y + z )dx dydz
0 0 0
b) É claro da figura 7 que x varia entre 0 e 1. Resta ver para cada destes valores de x qual é o
domı́nio de variação de y e z, isto é, determinar os cortes de S por planos perpendiculares
6
z
y2 + z 2 = 1
1 y
PSfrag replacements
p
x= y2 + z 2
1
Figura 7: Esboço de S
ao eixo Ox. Estes são dados pelas condições que definem o sólido S fazendo x constante:
y≥0
z≥0
p
y2 + z 2 ≥ x
y2 + z 2 ≤ 1
y2 + z 2 = 1
x
PSfrag replacements
y 2 + z 2 = x2
x 1 y
7
Exercı́cio 4 Considere a região A ⊂ R3 obtida a partir da intersecção do primeiro octante com
o conjunto definido pelas condições seguintes:
0 ≤ z ≤ 4 − 2(x2 + y 2 ),
se 0 ≤ x2 + y 2 ≤ 1
0 ≤ z ≤ 3 − (x2 + y 2 ),
se 1 < x2 + y 2 ≤ 3
R R R
a) Escreva uma expressão para o volume de A na forma ( ( dx)dy)dz.
R R R
b) Escreva uma expressão para o volume de A na forma ( ( dz)dx)dy.
R
c) Calcule A f onde f é definida por
p
y 3 − z − y2, se 0 ≤ z ≤ 2
f (x, y, z) =
0, c.c.
Resolução:
a) Como A é um sólido de revolução, tendo simetria cilı́ndrica em torno do eixo dos z, os cortes
com z constante vão ser cı́rculos.
Para 2 ≤ z = z0 ≤ 4, vamospter o corte {(x, y, z) ∈ R3 : z = z0 , x2 + y 2 ≤ (4 − z)/2} que
representa um disco de raio (4 − z)/2 centrado no eixo dos z e à altura z = z0 .
3 2 2
Para 0 ≤ z = z0 < 2, vamos √ ter o corte {(x, y, z) ∈ R : z = z0 , x + y ≤ 3 − z} que
representa um disco de raio 3 − z centrado no eixo dos z e à altura z = z0 .
Então,
Z 2 Z √
3−z Z √3−z−y2 Z 4 Z √(4−z)/2 Z √(4−z)/2−y2
V ol(A) = ( ( dx)dy)dz + ( ( dx)dy)dz.
0 0 0 2 0 0
b) É claro que S é um sólido de revolução limitado por cima pela superfı́cie obtida por revolução,
à volta do eixo dos z, do gráfico da função
z = 4 − 2y 2 ,
se 0 ≤ y ≤√1
z = f (y) =
z = 3 − y 2 , se 1 < y ≤ 3.
Então,
Z √1−y2 Z 4−2(x2 +y2 )
Z 1
V ol(A) = ( ( dz)dx)dy
0 0 0
Z 1 Z √3−y2 Z 3−(x2 +y2 ) Z √
3 Z √3−y2 Z 3−(x2 +y 2 )
+ ( √ ( dz)dx)dy + ( ( dz)dx)dy.
0 1−y 2 0 1 0 0
c) Como f está definida por ramos que dependem de z é conveniente utilizar a expressão da
alı́nea a). Temos f = 0 para z > 2 logo,
Z Z 2 Z √3−z Z √3−z−y2 p
f= ( ( (y 3 − z − y 2 )dx)dy)dz =
A 0 0 0
√
2 3−z 2
1 1
Z Z Z
= ( y(3 − z − y 2 )dy)dz = ( (3 − z)2 − (3 − z)2 )dz = (6 + 8/3)/4 = 13/6.
0 0 0 2 4
8
Exercı́cio 5 Escreva uma expressão para o volume do sólido
p 1
S = (x, y, z) ∈ R3 : 0 ≤ z ≤ 1 − x2 + y 2 e x2 + y 2 ≥
4
Resolução: O sólido S é obtido do cone com base no cı́rculo de raio 1 centrado na origem do
plano xOy e vértice (0, 0, 1) retirando-lhe os pontos que pertencem ao cilindro circular de raio 21
e eixo x = y = 0. A intersecção das fronteiras do cone e do cilindro é a circunferência de raio 21
centrada na origem do plano xOy e a curva dada por
p 1 1 1
z = 1 − x2 + y 2 e x2 + y 2 = ⇔ z = e x2 + y 2 = ,
4 2 4
1 1 1
i.e., a circunferência de raio 2 e centro 0, 0, 2 contida no plano z = 2 .
É fácil ver que todos os pontos de S têm valores de z no intervalo 0, 12 ; por exemplo, basta
Z 1
2
Z 1−z Z √(1−z)2 −y2 ! !
+ √ 1dx dy dz,
1
0 2 − (1−z)2 −y 2
9
correspondendo à ordem de integração pedida em (i).
Para escrever o mesmo integral na ordem de integração (ii), notamos que a projecção de S no
plano xOy é a coroa circular
1
≤ x2 + y 2 ≤ 1
4
o que implica que |y| ≤ 1. Para cada valor de y tem-se
1
− y 2 ≤ x2 ≤ 1 − y 2
4
p q p
e portanto se |y| ≥ 12 tem-se |x| ≤ 1 − y 2 , e se |y| ≤ 21 tem-se 14 − y 2 ≤ |x| ≤ 1 − y 2 . Como
para cada valor de (x, y) os valores de z são apenas restritos pela equação do cone, vemos que o
volume de S pode ser escrito como
Z 1 Z √ 2 Z √ 2 2
−2 1−y
! !
1− x +y
√ 1dz dx dy
−1 − 1−y 2 0
1
√1 2
√ ! Z √1−y2 √ ! !
Z 2
Z − 4 −y
Z 1− x2 +y 2 Z 1− x2 +y 2
+ √ 1dz dx + √ 1dz dx dy
− 21 − 1−y 2 0 1
4 −y
2 0
Z 1 Z √1−y2 Z 1−
√
x2 +y 2
! !
+ √ 1dz dx dy.
1
2 − 1−y 2 0
10
Exercı́cio 6 Escreva uma expressão para a massa do sólido
1
S = {(x, y, z) ∈ R3 : 1 ≤ x2 + z 2 ≤ 4, 0 ≤ y ≤ (x2 + z 2 ) 4 , x ≥ 0, z ≥ 0}
com densidade de massa f (x, y, z) = ey , em termos de integrais iterados de cada uma das seguintes
formas:
R R R
a) dy dx dz
R R R
b) dz dx dy
R R R
c) dx dy dz
Resolução: O sólido S tem simetria cilı́ndrica em torno do eixo Oy pelo que para ter uma ideia do
seu aspecto basta esboçar a sua intersecção com um plano perpendicular ao plano Oxz contendo
o eixo Oy. √
Designando por r = x2 + z 2 a distância ao eixo Oy temos
1 ≤ x2 + z 2 ≤ 4
1 ≤ r√≤ 2
1 =⇒
y ≤ (x2 + z 2 ) 4 y≤ r
Assim o sólido S consiste na figura 9 rodada em torno do eixo Oy sobre o quadrante do plano Oxz
em que x ≥ 0 e z ≥ 0.
√
y= r
PSfrag replacements
0 1 2 r
√ 1
√ 1
Z 1 Z 4−z 2 Z (x2 +z 2 ) 4 Z 2 Z 4−z 2 Z (x2 +z 2 ) 4
M= √
ey dy dxdz + ey dy dxdz
0 1−z 2 0 1 0 0
√
b) É claro da figura 10 que y varia entre 0 e 2. Resta ver para cada um destes valores de y qual
é o domı́nio de variação de x e z, isto é, determinar os cortes de S por plano perpendiculares
11
z
y = (x2 + z 2 )1/4
1
x2 + z 2 = 4
x2 + z 2 = 1
PSfrag replacements
√
1 2 y
1
ao eixo Oy. Estes são dados pelas condições que definem o sólido S fazendo y constante:
z, x ≥ 0
p
x + z 2 ≥ y2
2
x2 + z 2 ≤ 4
x2 + z 2 ≥ 1
Isto
√ é, se 0 ≤ y ≤ 1, x e z variam entre os quartos de2cı́rculo de raio 1 e 2 e para y entre 1 e
2, x e z variam entre os quartos de cı́rculo de raio y e 2. Portanto na ordem de integração
pretendida temos:
√ √ !
Z 1 Z 1 Z 4−x2 Z 2 Z 4−x2
y y
M = √ e dzdx + e dzdx dy
0 0 1−x2 1 0
√ √ √
y2 Z
!
Z 2 Z 4−x2 Z 2 Z 4−x2
y y
+ √ e dzdx + e dzdx dy
1 0 y 4 −x2 y2 0
y, x ≥ 0
p
x2 + z2 ≥ y2
1 ≤ x2 + z 2
4 ≥ x2 + z 2
12
Resolvendo em ordem a x e z obtemos as condições:
y, x ≥ 0
1
y ≤ (x2 + z 2 ) 4
p
x ≤ 4 − z2
x ≥ 1 − z2
2
Note-se que a última condição só tem algum efeito se z ≤ 1. Na figura 11 apresenta-se o
esboço dos cortes segundo z fixo.
y y
0<z<1 1<z<2
PSfrag replacements
√ √
2 2
y = (x2 + z 2 )1/4 √ y = (x2 + z 2 )1/4
1 z
0 √ √ x 0 √ x
1 − z2 4 − z2 4 − z2
√ √ √ !
Z 1 Z 1 Z 4−z 2 Z 2 Z 4−z 2
y y
M = √ e dxdy + √ e dxdy dz
0 0 1−z 2 1 y 4 −z 2
√ Z √ √ Z √ !
Z 2 Z z 4−z 2 Z 2 4−z 2
y y
+ e dxdy + √ √ e dxdy dy
1 0 0 z y 4 −z 2
Nota: Também seria fácil, neste caso, escrever os limites de integração pensando no domı́nio de
variação de x para cada ponto da projecção do sólido no plano yOz.
13
Exercı́cio 7 1. Determine o valor do integral
Z Z
(x + y)dxdy
S
S = {(x, y) ∈ R2 : |x + y| ≤ 1, |x − y| ≤ 1}.
Supondo que este sólido tem uma densidade de massa dada por uma função f (x, y, z), escreva
expressões para a sua massa usando integrais iterados da forma
R R R
a) ( ( (· · · )dz)dy)dx;
R R R
b) ( ( (· · · )dx)dy)dz
Resolução:
1. A região de integracão pretendida é a representada na figura 12.
y
y−x =1 x+y =1
−1 1 x
PSfrag replacements
x+y=−1 y − x = −1
x + y = −1 −1
14
Z Z 0 Z 1+x Z 1 Z 1−x
(x + y)dxdy = (x + y)dy dx + (x + y)dy dx
S −1 −1−x 0 x−1
Z 0 Z 1
y=1+x
= [xy + y 2 /2]y=−1−x dx + [xy + y 2 /2]y=1−x
y=x−1 dx
−1 0
Z 0
= x(1 + x) + (1 + x)2 /2 − x(−1 − x) − (−1 − x)2 /2dx+
−1
Z 1
+ x(1 − x) + (1 − x)2 /2 − x(x − 1) − (x − 1)2 /2dx
0
Z 0 Z 1
2
= (2x + 2x)dx + (−2x2 + 2x)dx
−1 0
= [2x /6 + x2 ]0−1 + [−2x3 /6 + x2 ]10
3
= 0.
2
x2 + y 2 + z 2 = 4
√
3
x2 + y 2 = 1
PSfrag replacements
1 2 y
p
x z = −2 + x2 + y 2
−2
15
√ ! !
Z 1 Z 4−x2 Z 0
+ √ √ f (x, y, z)dz dy dx
−1 1−x2 x2 +y 2 −2
Z 2 Z √4−x2 Z 0
! !
+ √ √ f (x, y, z)dz dy dx
1 − 4−x2 x2 +y 2 −2
x2 + y 2 = 1 x2 + y 2 = 4
1 2 x
PSfrag replacements
2
√
3
1 2 y
PSfrag replacements
−2
16
Z Z Z Z 0 Z z+2 Z √(z+2)2 −y2 ! !
f (x, y, z)dx dy dz = √ f (x, y, z)dx dy dz
S −2 −z−2 − (z+2)2 −y 2
Z √
3 Z 1 Z √ 21−y
! !
+ √ f (x, y, z)dx dy dz
0 −1 − 1−y 2
Z 2 Z √
4−z 2 Z √4−y2 −z2 ! !
+ √ √ √ f (x, y, z)dx dy dz.
3 − 4−z 2 − 4−y 2 +z 2
17