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Apostila Administração2016 PDF
Apostila Administração2016 PDF
CENTRO TECNOLÓGICO
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
ADMINISTRAÇÃO DA CONSTRUÇÃO
ECV 5307
Florianópolis, 2008.
Última atualização: março 2016.
ECV 5307 - Administração da construção
a
Prof Cristine N. Mutti – UFSC – atualização 2013
Conteúdo
1. Administração da construção
1.1 Introdução: contexto
1.2 Indústria da construção: importância e gargalos
1.3 O gerenciamento no Brasil
1.4 Administração
1.5 Modelos de liderança
1.6 Empreendimentos
1.7 Empresas/Organizações
2. O orçamento
2.1 Definições e visões do orçamento
2.2 Finalidade dos orçamentos
2.3 Exemplo de fases do processo construtivo que devem ser orçadas
2.4 O orçamento produto
2.5 O projeto
2.6 Documentos de projeto
2.7 Memorial descritivo, especificações técnicas e cadernos de encargos
2.8 O Plano de contas ou discriminação orçamentária
2.9 Levantamento de quantitativos
2.10 Estimativas: levantamentos na inexistência de projetos completos3
2.11 Preço, custos e lucro
2.12 Classificação dos custos
2.13 Composição de preços e custos
2.14 Encargos sociais
2.15 BDI
2.16 Apresentação do orçamento: orçamento sintético e analítico3
2.17 Metodologia para a realização de orçamentos - resumo 3
2.18 CUB - Custo Unitário Básico2
2.19 Curva ABC
3. Contratos, gerenciamento e licitações
3.1 Contratos
3.2 Formas básicas de gerenciamento
3.3 Licitações
4. Abertura de empresas e aprovação de projetos
5. Recursos humanos, processos de trabalho, produtividade e competitividade
5.1 Configuração atual
5.2 Iniciativas de mudança: investindo em melhorias
5.3 Tendências em estratégia
Referências e bibliografia
Anexos
I- Material para exercícios
II- (A) Impostos – alíquotas; (B) Regimes de tributação
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Apostila elaborada pela professora Cristine Mutti para a disciplina ECV 5307.
Nota: Esta apostila contém trechos da apostila elaborada pelos professores Ávila e Jungles
para a disciplina ECV 5307 até 1997 (referenciado nos títulos das seções com o número “1”
sobrescrito). Inclui também partes da apostila elaborada por Librelotto para a disciplina
Construção Civil III da Unisul (referenciado nos títulos com o número “2” sobrescrito), e do
material elaborado por Ávila, Librelotto e Lopez também para a Unisul (referenciado nos
títulos com o número “3” sobrescrito). O bloco do BDI é o arquivo-base para o capítulo 3 do
livro de Jungles e Ávila (2006), disponibilizado pelos autores antes da publicação do livro. O
material elaborado pela professora Cristine Mutti não é particularmente referenciado,
apresentando somente as fontes bibliográficas utilizadas pela mesma ao longo do texto.
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1. Administração da construção
1.1 Introdução: contexto
O ambiente empresarial da construção está a cada dia sujeito a maior competição. Empresas
precisam lucrar mais, algumas lutam mesmo apenas para assegurar sua sobrevivência. Neste
ambiente, é importante que uma empresa seja competitiva, isto é, que ela faça o melhor uso de
seus recursos através de uma boa administração, atingindo a missão da empresa. Esta missão
é basicamente relacionada ao lucro, mas vem assumindo a cada dia maior importância no que
diz respeito ‘a consciência ambiental, qualidade, e satisfação dos envolvidos no processo
(figura 1).
Competitividade
Figura 1: Contexto de uma empresa para ser competitiva. Fonte: Adaptada de Mutti 2004.
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Resumindo: ele precisa saber administrar a construção. Uma boa administração pode ser
decisiva no sucesso de uma empresa, ou de qualquer instituição.
Muitos são os aspectos importantes a serem considerados para uma boa administração, mas
boa parte vem do nível de conhecimento, empenho, criatividade e ética do profissional.
1.2 Indústria da construção: importância e gargalos
A indústria da construção é muito importante para a economia brasileira, representando (cadeia
do Construbusiness) 8 % do PIB (Construbusiness, 2010). Desempenha também uma função
social, por ser grande geradora de empregos. Para cada R$ 1 milhão produzido na construção,
70 pessoas são empregadas. O pessoal ocupado na cadeia da construção atingiu 11,3 milhões
em 2010, representando 14% do total de ocupados na economia. A construção é o 4º maior
gerador de empregos do país. Entre 2005 e 2010 houve crescimento de 101% de trabalhadores
formais na cadeia da construção (frente a 24% do total). A construção remunera seus
trabalhadores 11,7% mais que os outros setores da economia (Construbusiness, 2010).
Também é importante por ter o potencial para resolver o déficit habitacional do país. A
importância da indústria também está conectada com o seu potencial para resolver gargalos de
infra-estrutura (necessidade de construção e manutenção da infra-estrutura no país: estradas,
portos, aeroportos, saneamento, energia).
A cadeia do Construbusiness é formada por:
(Construbusiness 2010) (Construbusiness 2015)
Construção: 65,4% Construtoras: 51,1%
Indústria de materiais: 15,6% Indústria de materiais: 13 %
Comércio de materiais: 7,1% Comércio de materiais: 12,12%
Serviços: 6,2% Serviços: 12,12%
Máquinas e equipamentos: 2,2% Máquinas e equipamentos: 1,5%
Outros fornecedores: 3,6% Construção informal: 9,9%
De acordo com um estudo realizado pelo Comitê do Construbusiness (1999), muitos gargalos
limitam a contribuição da indústria da construção para o desenvolvimento sustentável do país,
e, em particular para a criação de empregos. A figura 2 mostra os gargalos, e suas
conseqüências para a própria indústria e para o país.
Conseqüências Conseqüências
para o país Gargalos para a construção
•Altas taxas de juros
Déficit •Falta de financiamento
habitacional
•Sistema fiscal pesado
•Custo das taxas de
Gargalos em infra- trabalho Retração no
estrutura •Custo da burocracia nível de
•Baixa proteção jurídica atividade, com
Perda de •Alta informalidade perda de
emprego •Tendência à
competitividade e
desnacionalização
aumento do
Aumento dos •Obstáculos à desemprego
custos e da industrialização e
dívida racionalização dos
nacional processos
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1.4 Administração
1
1.4.1 Definições e classificação
Gerenciar/administrar significa definir metas, prover recursos (materiais, humanos e financeiros)
e cobrar resultados. Gerenciar um projeto pode ser definido como:
“...a arte de dirigir e coordenar recursos humanos, materiais e financeiros, durante a vida do
projeto, usando técnicas de administração, visando atingir objetivos pré definidos quanto a
tempo, custo, qualidade e segurança, necessários á satisfação do cliente” (Ávila e Jungles) 1.
Administrar, para diferentes autores significa1:
Henry Fayol: Gulik: Peter Drucker:
Planejar Planejar Fixar objetivos
Organizar Organizar Organizar
Comandar Recrutar Motivar e comunicar
Coordenar Dirigir Avaliar
Controlar Coordenar Desenvolver pessoas
Informar
Orçar
A administração pode ser classificada nos seguintes ramos1:
Administração de pessoal
Administração de patrimônio
Administração documental
Relações públicas
Relações humanas
Administração orçamentária
Organização e métodos
Para uma boa administração, para que o engenheiro possa gerenciar bem um
empreendimento, é importante que ele possa entender o funcionamento do processo de
construção como um todo, bem como o interelacionamento entre as partes e os envolvidos no
processo.
1.4.2 Princípios de administração1
a) Princípios da administração introduzida por Taylor (administração científica)
1ª fase:
Racionalização de tarefas, eliminando movimentos inúteis;
Explorar melhor as aptidões dos indivíduos, ou seja, selecioná-lo mais cientificamente,
de acordo com sua capacidade;
Distribuição uniforme do trabalho;
Remuneração móvel, segundo o nível de produção de cada indivíduo.
2ª fase:
O administrador deveria desenvolver um método científico para cada elemento do
trabalho de um homem;
O administrador deveria cooperar para com os trabalhadores, a fim de que as tarefas
fossem executadas da melhor forma;
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Comportamento ´apoiador´
+ APOIADOR TREINADOR
S3’ S2
DELEGADOR DIRETOR
- S4 S1
Comportamento diretivo
- +
Figura 9: Comportamentos e estilos de liderança.
Líderes eficientes são versáteis. Não existe um estilo certo, mas existe o estilo que mais
combina com cada um.
Nível de desenvolvimento: o estilo de liderança depende das pessoas sendo lideradas – o
seguidor. No modelo Blanchard e Hersey, o estilo de liderança é regido pela competência e
compromisso do seguidor:
D4 (corresponde ao estilo S4, e assim sucessivamente): alta competência /alto compromisso:
experiente no trabalho e confortável com sua habilidade. Pode até ser mais hábil do que o líder.
D3: alta competência / compromisso variável: experiente e capaz, mas com pouca auto-
confiança para fazer sozinho, ou motivação para fazer bem feito e rápido.
D2: Alguma competência / baixo compromisso: pode ter alguma habilidade importante, mas não
consegue fazer o trabalho sem ajuda. A tarefa ou a situação podem ser novas para ele.
D1: Baixa competência, pouco compromisso. Geralmente não têm as habilidades específicas, e
não tem auto-confiança ou motivação para encarar o trabalho.
O estilo de liderança deve corresponder ao nível de desenvolvimento – e é o líder quem tem
que se adaptar.
1.5.2 Dawson / Handy
Lideres orientados para tarefas
Líderes orientados para pessoas
´O melhor estilo´ (best-fit approach)
Requer que as preferências do líder, subordinados, e a tarefa sejam alocados numa escala de
rígido a flexível. Para um desempenho efetivo, tudo deve ficar no mesmo ponto na escala.
a) Fatores a avaliar:
O poder do líder
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1.6 Empreendimentos
1.6.1 Fatores de sucesso 1
Os principais fatores que definem o sucesso de um empreendimento são comentados abaixo.
Não havendo o cumprimento do abaixo estabelecido, é muito pouco provável que um
empreendimento alcance o sucesso planejado. Para tanto, todo o cuidado, atenção e preparo
profissional devem ser metas pessoais de comportamento pessoal do engenheiro.
Dimensionamento do empreendimento bem definido, neste caso considerando uma
correta análise de viabilidade, onde é estudado o adequado tamanho e a inserção do
empreendimento na região desejada, frente às exigências de mercado;
Projetos bem detalhados, com a devida consideração de suas interfaces;
Gerenciamento e supervisão na linha de frente constante e competente, com controle
efetivo tanto da força de construção, como de fornecimento e aplicação de materiais e
equipamentos;
Bom relacionamento interpessoal entre os atores e com os clientes, favorecendo um
bom processo de comunicação;
Rápida resposta a mudanças exigidas, não só por força de projeto ou especificação,
mas também para atendimento ao mercado;
Gerenciamento global do projeto, sem perder de vista o fim a que se destina,
executando-o ao tempo, custo e qualidade estabelecida pelos empreendedores.
1.6.2 Ciclo de vida 2
Todos os organismos vivos possuem um ciclo de vida, assim como objetos materiais. É
importante o engenheiro ter em mente que o custo de um empreendimento ultrapassa a fase de
construção, alcançando, também, a de operação. A figura 3 apresenta o ciclo de vida de um
empreendimento para a construção civil2.
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Demanda de
mercado ou
necessidades
percebidas
Definição dos objetivos
e escopo do projeto
Planejamento
conceitual ou
estudo de
viabilidade
Plano conceitual ou projeto preliminar
Projeto e
engenharia
Planejamento e especificações da construção
Obtenção de
recursos e
construção
Complementação da construção
Início da
ocupação
Aprovação da obra
Operação e
manutenção
Término da vida útil
Desmonte ou
demolição
PREPARAÇÃO MANUTENÇÃO
CUSTO DE
MANUTENÇÃO
CUSTO ACUMULADO
CUSTO DE
AQUISIÇÃO
CICLO DE VIDA
Figura 4: Custos associados ao ciclo de vida de um produto. Fonte: (adaptada de A. L. van der Moren,
“Maintenance Aspects in Design of Mechanical Systems” , por Librelotto).
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Figura 5: Habilidade para Influenciar Custos ao Longo do Tempo ( R. W. Sievert Jr. “A Review of Value
Engineering as an Effective System for Planning Building Projects,” ibidem). Fonte: (Librelotto).
Discussão1
Com o mercado consumidor cada vez mais consciente na escolha e avaliação dos produtos
ofertados e tendo o amparo da Lei nº 0.078, de 11 de março de 1991, que define o “Código de
Defesa do Consumidor”, tem ocorrido uma crescente preocupação com o “pós-venda”, face a
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exigência do cliente com o desempenho do produto e da consciência dos cidadãos frente aos
seus direitos1.
Assim, recomenda-se ao engenheiro quando especificar e projetar, ter em vista a manutenção e
a operação de seu produto. Uma obra prevista para oferecer baixo custo de operação e
manutenção terá vantagem competitiva quanto a produtos concorrentes, situação esta possível
de ser explorada já na fase de vendas1.
A qualidade de uma obra é definida na fase de projeto quando se realiza as especificações,
sem falar na de construção, que deve ter um bom planejamento, fiscalização, acompanhamento
de suprimento e testes de pré-operação. Projeto bem especificado pode ser bem fiscalizado,
pois a qualidade do produto final e a conseqüente avaliação de custos é definida nas
respectivas especificações1.
O engenheiro deve estar consciente de que em cada fase ou etapa de um empreendimento, as
atividades requerem técnicas gerenciais especificas, exigindo do engenheiro capacidade de as
identificar e utilizar a metodologia de que dispõe de forma adequada1.
1.7 Empresas/Organizações
1.7.1 Objetivos de uma Empresa1
Empresas têm como características:
Serem orientadas para o lucro;
Correrem riscos;
Serem dirigidas por uma filosofia de negócios;
Serem geralmente avaliadas sob o ponto de vista contábil.
A empresa, sendo um sistema aberto, é um conjunto de elementos que são as partes
componentes do sistema, os quais são dinamicamente relacionados, desenvolvendo uma
atividade ou função, para atingi um ou mais objetivos.
Os objetivos naturais de uma empresa são:
Proporcionar satisfação das necessidades de bens e serviços para a sociedade;
Proporcionar emprego produtivo para todos os fatores de produção;
Aumentar o bem-estar da sociedade; Proporcionar um retorno justo do investimento
realizado.
1.7.2 Funções de uma empresa (funções gerenciais) 1
a) Função técnica (produção)
Elabora a transformação da matéria-prima em utilidade ou serviços, realizando o objetivo
principal da empresa. Caracteriza a função técnica reproduzir bens ou serviços que venham ao
encontro das necessidades humanas e sociais. Esta função é também denominada de
produção, e sempre dá o nome à organização.
b) Função comercial (vendas)
A prosperidade de uma empresa depende tanto da função técnica como da função comercial.
Se o produto não vende, tem-se a ruína da empresa. Saber comprar e vender é tão importante
como saber fabricar bem. È a mais difundida de todas as funções porque faz retornar o capital
investido acrescido do lucro. Devido à sua amplitude, a função comercial pode ser decomposta
nas seguintes subfunções:
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literatura começou a defender que uma boa estrutura deveria conter doses de planejamento em
longo prazo, enriquecimento das tarefas e estruturas matriciais, entre outros fatores (Mintzberg,
1983: 2)
Mintzberg (1983: 23) definiu cinco configurações para estrutura organizacional:
Estrutura simples: baseada na supervisão direta, na qual a valorização da estratégia
era o ponto chave.
Máquina burocrática: baseada na padronização de processos de trabalho, na qual a
tecnoestrutura é a parte-chave.
Burocracia profissional: baseada na padronização de habilidades, na qual o núcleo de
operação é a parte-chave.
Forma divisionalizada: baseada na padronização de resultados, na qual a linha-média
é a parte-chave.
Adocracia: baseada no ajuste mútuo no qual a equipe-suporte (algumas vezes o
núcleo operacional) é a parte-chave.
a) Formas de organizações – mecanísticas e orgânicas
Burns e Stalker (1961) sugeriram que através do projeto da estrutura da organização, empresas
poderiam aumentar sua capacidade de assegurar sua posição no mercado em que atuam. Eles
identificaram duas formas extremas de organizações: mecanística e orgânica.
Uma organização mecanística é caracterizada por forte especialização, formalização,
padronização e hierarquia.
Uma organização orgânica é caracterizada por flexibilidade na definição das tarefas, uma
hierarquia mais fraca, e maior importância dada à coordenação e comunicação entre as redes
de trabalho, tanto nas relações laterais quanto entre os níveis hierárquicos.
b) Formas de organizações – relações verticais e horizontais
Há dois limites importantes entre as diferentes partes de uma organização: os níveis entre o
plano vertical, e níveis entre grupos no plano horizontal (geralmente funções). As relações entre
níveis relacionam-se ao controle e resistência, enquanto as relações entre funções estão
ligadas à coordenação e fragmentação.
a) Relações verticais entre grupos:
Estruturas ‘altas’ são muito hierárquicas, enquanto estruturas ‘planas’ apresentam uma
hierarquia menos forte.
Consultores em organizações preocupam-se com o equilíbrio entre o número de níveis da
hierarquia de uma empresa e o número de subordinados a cada chefe (este número é também
referido como ’alcance do controle’).
As vantagens de estruturas ‘altas’ (além da redução do número de subordinados por chefe – o
que reduz a carga de trabalho do chefe) também se relacionam à política de pessoal. Isto quer
dizer que há mais degraus para promoção – o que pode ser uma razão para o compromisso e
lealdade dos funcionários (apesar destes níveis de promoção não precisarem ser
necessariamente verticais. Pode-se receber uma promoção dentro do mesmo nível de
hierarquia). As desvantagens de uma hierarquia alta é que os problemas de comunicação
geralmente são maiores do que numa estrutura plana, dificultando a implantação de
procedimentos ditados pela alta direção.
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Muitos autores defendem estruturas planas, que tenham menos ênfase em hierarquia e
autoridade formal, e mais ênfase na criação de envolvimento e compromisso dos funcionários
com a organização. Na verdade, a situação ideal depende da função e objetivos da empresa
(teoria das contingências). Fatores decisivos são, por exemplo, a necessidade de controle
hierárquico, ou a grande freqüência de problemas inesperados (o que pede uma estrutura
hierárquica), ou a necessidade de forte controle administrativo e técnico (que pedem uma
estrutura mais plana). A similaridade a distância geográfica entre as atividades também é
relevante na decisão sobre alcance do controle e número de níveis de uma organização.
b) Relações horizontais entre grupos:
Considerando limites horizontais entre grupos, três formas básicas podem ser identificadas.
Organizações onde a divisão horizontal é predominantemente em termos de diferentes funções
possuem uma estrutura funcional (figura 6).
Diretor geral
A autora Rosemary Stewart sugere que estruturas funcionais são geralmente as primeiras a se
desenvolverem. Este tipo de estrutura emerge em fases iniciais, em resposta a crises surgidas
nas organizações (como solução para problemas do tipo: Estamos crescendo muito? Queremos
diretrizes? Há muitos incêndios para apagar aqui!!! Temos que ter uma forma de definir
prioridades!!, etc.). Uma estrutura funcional possui sistemas claros, linhas de responsabilidades
claras, possibilita que as pessoas façam parte de grupos especialistas e responde às
aspirações de pioneiros que precisam de uma estrutura para suas organizações. Os problemas
de uma estrutura deste tipo são que pode haver falta de integração entre os especialistas, pode
aumentar a burocracia (quantidade de papéis a serem preenchidos), criar tentativas ‘insalubres’
de criar impérios de uma especialidade ou outra, e a construção de barricadas contra o cliente.
Organizações onde os limites horizontais predominantes sejam entre grupos de produtos, têm
se a estrutura de organização por produto (figura 7). A adoção deste tipo de estrutura seria a
solução para os problemas mencionados acima. De qualquer forma esta não seria uma
estrutura livre de problemas, já que agrupamentos por produtos demandam maior autonomia
para que cada grupo possa se desenvolver independentemente dos outros.
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Diretor geral
Gerente do Gerente do
produto A produto B
Desta forma, a mesma autora argumenta que se pode entender o desenvolvimento de uma
forma de estrutura divisionalizada,na qual a tomada de decisão operacional e responsabilidade
pelo lucro sejam delegadas a gerentes gerais destas divisões. Nesta estrutura, a direção está
principalmente envolvida no planejamento estratégico e tomada de decisão, definição de
empreendimentos e diretrizes, alocação de recursos entre divisões, controle financeiro global e
desempenho organizacional. Isto permite o desenvolvimento de uma sinergia em termos de
gerenciamento financeiro e política estratégica, e ainda assim preserva a autonomia
operacional. A estrutura divisionalizada é, em outras palavras, a melhor forma de conseguir o
melhor das duas versões: centralizada e descentralizada.
Centralização: tomada de decisão nas mãos de poucos – alta direção, pouca autonomia;
Descentralização: gerentes têm mais autonomia para tomada de decisão.
Na construção, esta forma de organização acontece em empresas grandes, sendo que cada
empreendimento é um produto.
Uma terceira forma de relação entre grupos é a organização tipo matriz (figura 8). Ela combina
os dois tipos mencionados anteriormente, sem que nenhum deles predomine. Esta forma foi
desenvolvida na NASA, para ter o melhor das estruturas funcionais e de produto. Nesta forma,
especialistas dedicam-se ao grupo de um produto claramente identificado, onde existe a figura
do gerente de produto ou processo, mantendo, ao mesmo tempo, uma relação formal com o
gerente funcional. Este tipo de estrutura oferece soluções para as dificuldades em trabalhos
que exijam alta qualidade em mercados que sofrem mudanças rápidas.
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Gerente de trabalhos
Chefe: 4
engenheiro de engenheiros
processo júnior
Chefe: 3
engenheiro de engenheiros
qualidade júnior
Chefe dos 3
serviços de especialistas
gerenciamento júnior
Gerente de 2
pessoal especialistas
de pessoal
Implicações deste tipo de estrutura: adequada para quando ‘tempo’ é uma variável muito
importante; funcionários devem responder a dois chefes (gerente especialista e o chefe da
equipe de projeto), o que é desconfortável; muito tempo gasto com reuniões; estrutura custosa;
estrutura altamente burocrática e formal (Dawson 1996).
c) Teoria das contingências
É uma perspectiva de projeto de organizações que é baseada na idéia de que cada solução
depende do contexto na qual a empresa está inserida. Não há ‘a melhor forma’ de organizar
(Woodward 1965). Cada empresa deve planejar sua estrutura em função do contexto em que
está inserida.
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2. O orçamento
2.1 Definições e visões do orçamento3
Orçar é:
Quantificar insumos, mão de obra, ou equipamentos necessários à realização de uma
obra ou serviço;
Quantificar os respectivos custos e o tempo de duração dos mesmos.
O orçamento é um forte instrumento de planejamento e controle.
O orçamento pode ser visto sob duas óticas:
Como produto
Como processo
a) Orçamento processo
Quando o objetivo é definir metas empresariais em termos de custo, faturamento e
desempenho. Envolve todo o corpo gerencial da empresa.
Possibilita efetuar as projeções futuras dos balancetes mensais, permitindo elaborar o balanço
projetado de exercícios futuros, o que contribui para a empresa conhecer ou avaliar os lucros
futuros.
b) Orçamento produto
O objetivo é definir custo e o preço de algum produto da empresa
Influencia o desempenho da empresa e vice-versa, pois a empresa funciona como um sistema,
um todo.
O orçamento produto visa definir o custo e preço de bens e serviços como:
Elaboração de projetos;
Elaboração de orçamentos, cadernos de encargos, especificações;
Elaboração de laudos técnicos;
Serviços de fiscalização, auditoria ou assessoria técnica;
Orçamento de serviços ou mão de obra;
Orçamento de construção ou empreitada;
Orçamento de canteiros de obras ou obras complementares;
Etc.
2.2 Finalidade dos orçamentos (Lima)
a) Gerencial: quando em função da disponibilidade de recursos e oportunidade, embasam
decisões empresariais sobre o que deve ser construído, qual a forma desejada e quando se dar
a execução. Neste caso apenas interessam os valores finais.
b) Pericial: quando embasam decisões sobre pendências ou solucionam dúvidas a respeito dos
custos de execução segundo técnicas e/ou métodos diferentes. Neste caso interessam, além
dos valores finais, os valores intermediários das etapas de execução.
c) Planejamento: onde interessa o maior detalhamento possível. Os valores iniciais servem
apenas como referência, já que o próprio planejamento os altera significativamente.
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Planejamento e projeto
conceitual
Aquisição do terreno
Elaboração do ante-
projeto
Orçamento preliminar
Estudo de viabilidade
Desenvolvimento projeto
básico
Orçamento e planejamento
executivo
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Como os prazos da construção são longos, a tendência é imaginar que alguns dos projetos
complementares e detalhamentos possam ser realizados durante o andamento da obra. Mas
com os prazos apertados, muitas vezes a complementação não é realizada a tempo,
acarretando atrasos e prejuízos.
2.7 Memorial descritivo, especificações técnicas e cadernos de encargos 2
O projeto (plantas, cortes, fachada, etc), em geral, explica bem a forma do que irá ser feito,
porém não esclarece que material vai ser empregado e o seu acabamento. Por exemplo, um
projeto, geralmente constituído de plantas, não diz se uma determinada esquadria será de
cedro e que terá como ferragens uma fechadura tipo Yale e três dobradiças de 4", niqueladas,
não diz que tipo de revestimento será usado, tipo e marca de piso, etc.
Surge então a necessidade do memorial descritivo, especificações técnicas e de acabamento
de uma obra.
Estes documentos têm como objetivo primário fornecer informações complementares quanto às
especificações técnicas e detalhadas dos materiais previstos em obra (fabricantes, dimensões,
cores, modelos, etc.), bem como os métodos, normas e técnicas construtivas a serem seguidas.
Este conjunto de variáveis incide diretamente em:
Custos da construção;
Métodos construtivos para a execução dos serviços;
Prazo técnico da obra;
Padrão de acabamento do empreendimento,
Qualidade na aquisição de materiais em obra, etc.
As especificações técnicas, que devem ser definidas ainda na fase do planejamento da obra
(portanto antes do início da construção), são aquelas que definem métodos e técnicas para a
execução de serviços de construção, descritos ou não nos projetos.
As especificações técnicas devem, ainda, providenciar a indicação correta de locais de
aplicação de cada um dos tipos de serviços, indicar as normas para verificação específica de
materiais, elementos, instalações, equipamentos.
O memorial descritivo representa a relação dos materiais e equipamentos que irão constituir
cada parte da obra, devendo constar todos os detalhes que possam interessar à gestão
eficiente do empreendimento.
O caderno de encargos normalmente é fornecido pelo contratante (por exemplo, em caso de
Licitações), contendo Especificações Técnicas e Memorial Descritivo, bem como demais
determinações estabelecida no contrato entre as partes.
Estas informações são primordiais para a elaboração de um orçamento de obra, para fins de
acompanhamento físico-financeiro. A falta destas informações leva o orçamentista a fazer
considerações a respeito das características técnicas da obra que, muitas vezes, fogem
bastante da realidade construtiva.
As definições prévias das especificações técnicas beneficiam o engenheiro da obra quanto a
cometer o mínimo possível de improvisos, além de possibilitar uma programação para
fechamento de contratos (materiais e serviços), com a antecedência conveniente.
Para se elaborar as especificações técnicas de uma obra, há necessidade de identificar, a partir
das plantas dos diversos projetos que compõem a obra, os elementos que podem ser
considerados relevantes de serem especificados.
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Entre estes elementos podemos citar: detalhamento dos projetos; equipe de administração;
projeto de canteiro de obra; trabalhos em terra; tipo de fundação; tipo de estrutura; elevadores,
alvenaria; soleiras, rodapés e peitoris; esquadrias; ferragens; vidros; cobertura; tratamentos;
revestimentos; pinturas; pavimentação; instalações: elétricas, hidráulicas, telefone, gás,
incêndio; esgoto sanitário; águas pluviais; lixo; aparelhos; elementos decorativos;
complementação da obra; fachadas, dimensionamento e detalhes de fixação de mobiliário, etc.
As especificações de acabamentos definem claramente quais serão os materiais que comporão
os revestimentos e acessórios do empreendimento, em cada compartimento e no seu todo.
O caderno de especificações deve caracterizar as condições de execução e o padrão de
acabamento dos serviços. Vários são os critérios a serem usados para a definição dos
acabamentos do projeto.
Podemos citar, entre outros:
Conforto na sua utilização
Aspecto estético;
Conservação e manutenção dos materiais;
Aspecto de redução dos custos;
Limitação da legislação local;
Característica de comercialização do empreendimento.
Muitas vezes as especificações de acabamento são alteradas durante a obra, motivadas por
situações como falta de material no mercado, materiais que não são mais fabricados, alteração
do padrão de especificação, por parte da diretoria, para adequar às condições de mercado.
Quanto mais detalhado for o conjunto de especificações, mais detalhado e preciso será o
planejamento técnico.
Existe um conjunto de normas técnicas (ABNT), além dos parâmetros definidos pela empresa,
que devem ser respeitados e efetivamente seguidos na elaboração de projetos e que são fonte
fundamental de informação para documentar o conjunto de especificações.
Além das normas da ABNT, há uma série de normas de órgãos públicos contratantes; normas
de empresas concessionárias de água, energia, gás e telefone; normas do Ministério do
Trabalho para edificações destinadas às diversas atividades industriais.
2.8 O Plano de contas ou discriminação orçamentária3
O processo de construção precisa ser bem caracterizado quanto a seus insumos, materiais,
mão de obra, recursos financeiros e equipamentos – para que possam ser feitos um bom
orçamento e controle da construção. Por isto, é importante que exista um plano que discrimine
e organize as várias fases de execução da obra. Tal plano chama-se discriminação
orçamentária ou plano de contas de construção. Ele relaciona a seqüência dos diferentes
serviços de obras que entram na composição de um orçamento. Organizar a seqüência é
necessário para que nenhum dos serviços da construção seja omitido. Cada obra apresenta
características particulares, por isto, o plano de contas deve ser adaptado à peculiaridades de
cada empreendimento, de cada empresa, e de cada forma de trabalho.
Em função da discriminação orçamentária é possível subdividir uma obra ou empreendimento
em atividades, o que possibilita o controle dos insumos. Quanto mais preciso e específico for o
detalhamento das atividades e serviços, melhores as condições para controlá-los, e melhor o
resultado econômico a ser obtido.
23
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Para o plano de contas cada obra ou serviço deve receber um código de identificação. Além
disto, para cada item que compõe o serviço, deverá ser atribuído um sub-código de
identificação.
Exemplo:
001. Serviços preliminares
0001.1 Limpeza do terreno
0001.2 Execução de tapume
0001.3 Ligação provisória de água e luz
0001.4 Construção do barracão
002. Fundações
0002.1 Escavação das valas
0002.2 Apiloamento do fundo das valas
0002.3 Fabricação e montagem de formas
0002.4 Fabricação e montagem de armaduras
0002.5 Concretagem
Recomenda-se que a obra seja subdividida em etapas construtivas (grupos de serviços que
evidenciam os componentes mais importantes da obra – EAP – Estrutura Analítica do Projeto).
Esta divisão deverá obedecer a critérios de afinidade e observar a ordem cronológica de
execução. Cada serviço deverá ser discriminado uma única vez, evitando, assim, a
consideração dupla de serviços.
Com a divisão adequada dos serviços torna-se fácil orçar e administrar uma obra. Tal
procedimento auxilia na administração dos trabalhos, no controle das quantidades dos insumos
efetivamente empregados – o que auxilia na análise e redução de custos.
Classificação dos serviços
Como exemplos de discriminações orçamentárias podem ser citadas:
A da norma NBR 12721 da ABNT ;
A classificação da TCPO (Ed. PINI);
As de softwares específicos para orçamentos.
Também é possível elaborar uma discriminação de serviços própria, na ordem cronológica da
execução, a qual poderá ser composta dos seguintes grupos de serviços:
Serviços preliminares;
Terraplenagem;
Fundações (infra-estrutura);
Estrutura (superestrutura);
Elementos de vedações;
Cobertura; revestimentos; Instalações elétricas;
Instalações hidrossanitárias;
Esquadrias;
Vidros e pintura;
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Serviços complementares;
Instalações especiais;
Serviços complementares.
2.9 Levantamento de quantitativos3
Esta etapa é de crucial importância, já que é nela que se definirão as quantidades a serem
adquiridas para a realização do empreendimento, obra ou serviço, bem como o
dimensionamento das equipes de produção em função dos prazos estabelecidos.
Para a determinação do custo de uma obra, antes da execução, precisa-se dos seguintes
dados:
Projeto completo especificações do que vai ser construído;
Cálculo das quantidades reais de serviços;
Preços atualizados de materiais e mão de obra.
Para efetuar o levantamento das quantidades de serviços, é necessário seguir os projetos e
especificações, que indicam o que e como é construído.
O levantamento de quantitativos a partir das plantas e desenhos de projetos completos
geralmente apresenta aproximação satisfatória. Porém, quando estas quantidades forem
levantadas a partir de anteprojetos, o nível de precisão do orçamento diminui, gerando maior
discrepância entre o orçado e o realizado. Se o custo real for maior do que o valor orçado, isto
poderá gerar problemas de lucratividade para a empresa, podendo, inclusive, causar prejuízos.
A pesquisa e aproximação na cotação dos preços também são importantes para a precisão do
orçamento. É importante lembrar que preços de materiais e mão de obra podem variar de
região para região.
A seguir, são apresentados alguns critérios para auxiliar na quantificação de serviços. Mais
detalhes podem ser encontrados em material anexo à apostila (Lima).
a) Preparação do terreno: medição pelas quantidades, comprimento, área e volumes
definidos nos projetos e especificações. Especificamente nos projetos planialtimétricos.
Lembrar de considerar o percentual de empolamento para definir os volumes de corte e
aterro a serem transportados.
b) Fundações: medição pelas quantidades, comprimento, áreas, volumes e pesos definidos
nos projetos e especificações.
c) Estrutura: medição pelas quantidades, comprimento, áreas, volumes e pesos definidos
nos projetos e especificações.
d) Instalações: medição pelas quantidades, comprimento e áreas reais.
e) Elevadores: medição pelas quantidades e conjuntos definidos nos projetos e
especificações.
f) Paredes: medição pelas quantidades, comprimentos, áreas e volumes reais.
g) Cobertura: medição pela área projetada no plano horizontal.
h) Esquadrias: medição pelas quantidades, comprimentos e áreas reais. Podem ser
levantados com metros quadrados, mas geralmente são contadas por unidades de
determinados tipos.
i) Revestimentos: medição pelas quantidades, comprimentos e áreas reais.
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armado
Baldrames, blocos e cintas 6 m2/m3 de concreto
Aços CA-50 e CA-60 Lajes maciças PLM = 50 X VL kg de aço (em
kg)
Vigas (somente considerar a PVG = 85 X VV (em kg)
parte que se destaca da laje)
Pilares PPL = 95 X VP (em kg)
Blocos e cintas PBC = 105 X VBC (em kg)
3
Fonte: Ávila, Librelotto e Lopez
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Figura 12: Evolução da equação para formação de preços. Fonte adaptada: Kliemann Neto & Antunes
2
Júnior por Librelotto .
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$
$$ LUCRO AUMENTO DO MERCADO
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b) Indiretos: são aqueles onde se faz necessário qualquer fator de rateio para a
apropriação. Uso de estimativas. Ex.: ferramentas, trabalhos de apoio, instalações
auxiliares, administração e manutenção da obra, entre outros.
c) A tabela 3 mostra alguns exemplos de custos diretos e indiretos.
Tabela 3: Custos Diretos e Indiretos com relação a um empreendimento.
Como se pode observar, os custos diretos são de fácil determinação e contabilização, enquanto
que com os custos indiretos ocorre o contrário. Para alocar estes custos indiretos (despesas
administrativas, etc.) à obra, é utilizado o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas) que tenta
através de equações matemáticas encontrar um índice que multiplicado pelo custo direto,
fornece o preço de venda do imóvel já embutido o lucro desejado.
2.13 Composição de preços e custos3
Os preços e custos na construção civil são orçados por serviço e determinados segundo a
produção de acordo com as composições unitárias. Estas composições, conforme os serviços,
têm por unidade: m, m2, m3, homens-hora despendidos na execução do serviço, horas de
máquina, etc.
2.13.1 Composições de preços3
Na construção civil, o preço é formado pelos custos diretos da execução, multiplicado por um
índice, o IBDI (índice de Benefícios e Despesas indiretas), o qual engloba os custos indiretos
associados a cada serviço (ou aos serviços da empresa).
PREÇO = CD X IBDI
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Custo da obra
Orçamentos
Composição
Custos unitários de produção unitária
Custo da obra
CUB
Estimativas ou avaliações SINAPI
Custo unitário da construção Custo Unitário Pini
O custo total de mão de obra, por sua vez, é função do custo unitário calculado e da quantidade
de serviço a realizar.
Então, sendo “S” a quantidade de serviço a ser realizado e CT (MO) o custo total da mão de
obra conexa a um dado serviço, tem-se:
CT (MO) = CU (MO) X S
Produtividade da mão de obra: é recomendável que cada empresa estabeleça, através de
acompanhamento estatístico, a própria produtividade para cada serviço. Assim, dispondo de
índices de produtividade próprios, é possível ter sob controle e domínio seu processo
orçamentário, e assim conseguir que os desvios entre o custo orçado e o custo real sejam
mínimos.
Existem referências para a produtividade de serviços, tais como a TCPO (Tabelas para
composições de preços para orçamentos - Ed. PINI), mas podem ocorrer diferenças
substanciais entre os índices ali apresentados e os de cada empresa: os índices de
produtividades podem variar de empresa para empresa, de região para região.
A produtividade é a razão entre a quantidade de serviço a ser realizado e o número de horas
necessário para realizá-lo.
Assim: ρ = (quantidade de serviço) / horas
Por exemplo: considere que, depois de acompanhada a execução de 300 m2 de reboco, foi
registrado que o pedreiro demorou 51 horas para efetuar o serviço.
A produtividade deste pedreiro, então, é de:
ρ = (300 m2) / 51 horas = 5,88 m2/hora
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Produtividade Variável (TCPO 2003): vários fatores influenciam os consumos que constam
das composições unitárias (mão de obra e material). Se conhecermos algumas condições de
trabalho e equipe, podemos alterar os coeficientes/consumos de forma que os custos fiquem
mais próximos do real (Figura 15).
Claro que isto é uma ferramenta de apoio: o melhor é sempre a empresa conhecer a
produtividade das equipes que trabalham para ela.
Figura 15: Fatores para a produtividade variável.
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CU (EQ) = πE X puE
A produtividade do equipamento é fornecida pelo catálogo do fabricante. Porém, há que se
considerar a queda de produtividade propiciada pela utilização do mesmo.
O preço unitário é função de composição onde são considerados:
Depreciação;
Juros sobre capital investido;
Seguros;
Reparos e manutenção;
Reposição de peças rodantes;
Manutenção de pneus;
Custos de operação; combustível, lubrificante e graxa;
Mão de obra de operação.
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Metodologia para o cálculo dos coeficientes das composições unitárias: os coeficientes já estão
lá, mas atenção: o dos juros foi calculado para uma taxa de 12% ao ano. Deve ser recalculado
quando outras taxas de juros se aplicarem!!!
Custos de propriedade ou fixos
a) Vida útil (H)
H = a.n o
(a) N de horas de utilização/ano
o
(n) N de anos de vida útil
b) Depreciação (D)
D = (Vo – Vr)/H = (0,9 X Vo)/H
(Vo) Valor inicial do equipamento
(Vr) Valor residual
(H) Vida útil - horas
c) Juros (J)
lm = (Vo – Vr).[(n+1)/2n]+Vr
J = lm.i/a
(lm) Valor médio do equipamento durante a vida útil
(i) Taxa de juros anual (taxa selic)
Custos de operação ou variáveis (1)
• Óleo diesel
• Pneus
• Graxa
• Filtros
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Tabela 6b
Grupo A
Encargos sociais básicos
A.1 Previdência social 20,00%
A.2 Fundo de garantia por tempo de serviço 8,50%
A.3 Salário-educação 2,50%
A.4 Serviço Social da Indústria (SESI) 1,50%
A.5 Serviço Nacional de aprendizagem Industrial (SENAI) 1,00%
A.6 Serviço de apoio à pequena e média empresa (SEBRAE) 0,60%
A.7 Instituto de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) 0,20%
A.8 Seguro acidentes de trabalho (INSS) 3,00% (depende do
grau de risco)
A.9 Serviço social da indústria da construção e do mobiliário (Seconci) 1,00%
Total Grupo A 38,3%
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Grupo C
Encargos sociais que não recebem a incidência de A
C.1 Depósito por despedida sem justa causa: 40% sobre [A2 + (A2XB)] 4,81%
C.2 Aviso prévio indenizado 13,73%
Total Grupo C 18,54%
Os encargos relativos ao grupo D correspondem às reincidências dos encargos do grupo A
sobre o grupo B.
Tabela 6e
Grupo D
Taxas das reincidências
D.1 Reincidência de A sobre B 19,78%
Total Grupo D: 38,3% X 51,67% 19,79%
Tabela 6f
Grupo E
Dias de chuva e outras dificuldades
E.1 Dias de chuva e outras dificuldades 1,5%%
Total Grupo E 1,5%
Percentual total dos encargos sociais (A+ B + C + D + E) = 129,8%
2.14.1 Cálculos-base para o cálculo dos encargos sociais do grupo B (para horista):
Para se obter os percentuais especificados no grupo B, são observados os seguintes
procedimentos:
Os encargos sociais são definidos em base anual relacionados ao número de horas
efetivamente trabalhadas. O número de horas trabalhadas é obtido deduzindo do número total
de horas disponíveis anuais o número de horas improdutivas.
I) Cálculo do número de horas anuais disponíveis:
Horas de trabalho por semana = 44 h;
Horas de trabalho por dia = 44 / 6 = 7,3333h;
Semanas por mês = (365/12) / 7 = 4,3452;
Horas por semana, incluindo repouso = 7,3333 X 7 = 51,3331 h;
Horas por mês com repouso = 51,3331 X 4,3452 = 223,0526 h;
Horas disponíveis por ano incluindo repouso = 365 X 7,333 = 2.676,6545 h.
II) Horas anuais indisponíveis:
Os fatores que contribuem para a existência de horas não trabalhadas ou indisponíveis para o
trabalho, legalmente, são devidos às seguintes situações:
a) Repousos semanais remunerados e feriados
É igual ao número de semanas por mês X horas de trabalho por dia X número de meses
trabalhados (1 mês de férias) + horas de feriados
Horas de repouso semanal remunerado = 4,3452 X 7,333 X 11 = 350,511 h.
Feriados: pode-se considerar um total de 12 dias feriados por ano, 1 deles caindo num
domingo.
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Essas taxas podem variar conforme a região, pois dependem de parâmetros do mercado local e das
condições específicas de cada empresa. Entretanto, para a uniformidade de procedimentos, costuma-se
recorrer a dados estatísticos de cotação de preços e média dos valores vigentes. Por exemplo, no caso
de transporte, costuma-se adotar uma viagem de ida e outra de volta em ônibus urbano (metrô só em
algumas grandes cidades), embora haja empregados que tomam duas, três e até quatro conduções num
único trajeto. No caso das refeições, não havendo fornecimento nos locais de trabalho, o valor é o do
tíquete refeição, estabelecido no acordo sindical. De qualquer modo, cada empresa deve calcular as
taxas com os seus custos específicos na hora de comparar com o apresentado pelo órgão.
Como são calculadas essas taxas?
Para cada tipo de taxa pode-se usar fórmulas específicas muito fáceis de serem utilizadas, bastando
conhecer os parâmetros de preços médios do mercado e de piso salarial vigentes na região.
Onde encontrar essas fórmulas?
A revista Construção Mercado, da PINI (antiga Construção São Paulo), ciosa de sua responsabilidade
como órgão de publicação técnica especializada, tem insistido desde o início da década de 1990 em
colocar na Composição de Leis Sociais as fórmulas básicas para o cálculo de transportes, refeições, EPI
e seguro de vida em grupo, para que cada órgão calcule as suas próprias taxas, pois os seus
parâmetros dependem de cada região e de mercado.
Se são obrigados por lei, por que até hoje a maioria dos órgãos não cumpre as determinações?
Existem várias explicações sobre isso: uma delas é a inércia natural dos órgãos públicos em se atualizar
diante de sucessivas modificações que ocorrem na legislação brasileira. A outra é a preocupação dos
agentes públicos responsáveis pela aprovação dos orçamentos de obras de que essa atualização legal
possa vir a onerar seus custos de obra, o que no fundo se trata de um equívoco, pois esses itens saem
das Despesas Indiretas da Composição Tradicional do BDI, para passarem a ser Custos Diretos de
Produção.
Explique melhor essa questão de Custos Diretos e de Despesas Indiretas. Não é a mesma coisa?
A rigor são coisas diferentes. Quando falamos genericamente de custos, esses se referem aos custos
de produção que podem ser diretos ou indiretos. Diretos são aqueles que se incorporam ao produto final
ou a realização física da obra pronta, que pode ser uma edificação, estrada ou qualquer outro tipo de
construção. Os custos indiretos são aqueles que são necessários para a realização do objetivo final, que
são os serviços de apoio e de infra-estrutura como administração local, construção do canteiro de obras,
mobilização e desmobilização, placas de obra etc. Portanto, embora indiretos, são custos e não devem
ser confundidos com despesas indiretas que falarei a seguir.
As despesas indiretas, como diz o próprio nome, são aquelas necessárias fora da fábrica, ou fora do
local onde está sendo produzida, tais como, parte (rateio) das despesas de Administração Central,
tributos, despesas financeiras, comerciais e o lucro, que são os principais componentes do BDI. Para
maior clareza, quando falamos de custos, eles se referem à produção da obra e quando falamos de
despesas, se referem ao BDI.
Existe alguma penalidade para quem não cumpre essas leis?
Sim. Não é difícil saber o que acontece com o órgão que deixar de cumprir qualquer lei. No caso de
licitação pública o caminho pode ser a impugnação do edital ou processo judicial anulatório da licitação.
Se o orçamento estiver devidamente identificado com a assinatura e o número de registro do Crea do
profissional que o elaborou, conforme determina o art. 14 da Lei 5.194/66; e se houver omissões que
prejudiquem os colegas de profissão, a responsabilidade poderá recair sobre ele e poderá ser punido
por falta ética pelo Conselho. Se o orçamento apresentado numa licitação pública não for
expressamente identificado por um profissional habilitado, a própria licitação poderá ser impugnada e
até anulada, conforme o que estabelecem os artigos 12o e 15o da mesma Lei 5.194/66.
Se forem considerados esses encargos complementares, como ficaria o total das taxas de Leis
Sociais a serem aplicadas nos salários dos horistas?
A PINI, pela sua equipe especializada, calculou para este ano uma taxa de 171,55%. O SindusCon-SP
(Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo), que se vale da assessoria técnica
da Fundação Getúlio Vargas, calculou em 184,55% (julho 2006) e o Instituto de Engenharia estima em
176,08% ( Regulamento do BDI - 30/08/04). Esses índices estão sendo revisados pelas equipes
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técnicas das três entidades com objetivo de uniformizar as taxas e poderão sofrer alguma variação para
mais ou para menos.
Total = 126,68%
+
• Vale transporte
• Refeição mínima (café da manhã)
• Refeições
• Seguro de vida e acidentes em grupo
(C/S) X 100
(http://sinduscon-
fpolis.org.br/MyFiles/CUB2006_2008/2016/CUB2006%20Inqu%C3%A9rito%20de%20
pre%C3%A7os%20mar%C3%A7o2016.pdf)
43
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c) Sinapi
http://www.caixa.gov.br/poder-publico/apoio-poder-publico/sinapi/Paginas/default.aspx
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Esta seção é extraída com algumas adaptações do material-base para o capítulo 3 do livro de
Jungles e Ávila (2006). A numeração de figuras e tabelas foi mantida idenpendente do texto da
apostila.
2.15.1.1 Formação do BDI
I) Importância do BDI
O BDI - Benefícios e Despesas Indiretas, como o próprio nome diz, é um valor monetário que
engloba o lucro bruto desejado sobre um empreendimento, o somatório das despesas indiretas
incorridas, aí incluídos os tributos.
O objetivo de determinar o BDI é calcular, de forma expedita, o preço de uma obra ou serviço
em função dos custos diretos orçados, de forma a garantir a margem de lucro desejada.
Assim, no valor do preço será considerado, além do custo direto orçado, os custos
administrativo e financeiro da empresa, o lucro desejado, o risco do empreendimento e os
tributos incorridos. Esses outros custos, denominados de custos indiretos, estão aglutinados
dentro do BDI.
O BDI pode ser considerado sob duas óticas: como valor monetário e como índice. Este índice
é aquele comumente denominado de BDI e destinado a simplificar o orçamento na obtenção do
preço das propostas.
Ao ser definido o preço por qualquer das duas óticas, como não poderia deixar de ser, o
resultado final será o mesmo.
O Preço, então, pode ser calculado em função do BDI e dos Custos Diretos de dois modos
distintos, segundo apresentado nas equações abaixo, em que a primeira expressa o BDI como
valor monetário e a segunda como índice:
Dada a particularidade de cada empresa, é recomendado definir seu próprio índice. Esse índice
pode ser distinto de obra para obra, variar segundo a composição dos tipos de serviços em
carteira e, também, segundo o número de obras ou do volume de contratos disponíveis.
É importante notar que, quanto maior for o número de obras e/ou serviços em carteira, menor
pode ser o valor do BDI, já que há maior número de contratos a suportar os custos fixos de
administração da empresa, com expressão direta na sua competitividade.
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aumento significativo no lucro. Entretanto, esse lucro deve ser cuidadosamente acompanhado,
pois atribuído a uma sazonalidade favorável do mercado. Tal fato pode ser interrompido devido
a possíveis mutações nas condições do ambiente externo à empresa e, mantido inalterado o
BDI anteriormente praticado, decorrerá em perda de competitividade.
O aumento de lucro nas condições acima mencionadas ocorre quando, mantido constante o
nível de recursos a ser despendido em custo indireto, a contribuição à estes custos realizada
pelos diversos empreendimentos for superior às reais necessidades da empresa.
Estando coberto o custo indireto por um grupo de obras já contratadas e sendo mantida a
capacidade de produção, é possível a empresa elaborar propostas desconsiderando este tipo
de custo na composição de seu BDI, situação que permite aumentar a sua vantagem. Esta,
sem dúvida, é uma situação excepcional e deverá ser efetuada e acompanhada com cuidado.
Além dos custos acima comentados, a adequada apropriação contábil dos custos
administrativos, fixos, favorece a realização do processo de acompanhamento e controle de
evolução do próprio BDI. Nessas condições, a empresa dispõe de forte instrumento para
acompanhar com efetividade o seu desempenho financeiro e consequentemente dispor de
informações e dados necessários a elaborar um bom Plano Orçamentário.
Do ponto de vista operacional, o que interessa é uma rápida informação quanto aos custos
praticados. Assim, quanto mais rapidamente as áreas orçamentárias e gerenciais dispuserem
de informações confiáveis sobre custos, mais efetivo será o processo decisório.
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Assim, aquele profissional que esteja informado sobre sua real condição de competitividade e
desempenho, que saiba qual o ganho real esperado, sabe o limite de suas propostas de preço
e a real possibilidade de sucesso nos contratos!
O BDI definido em forma de índice é obtido partindo do conhecimento dos custos diretos da
empresa, do montante dos valores monetários dos benefícios desejados e das despesas
indiretas praticadas ou orçados, devidamente reconhecidos.
Como definido no item I, o preço de uma obra ou serviço pode ser composto pela soma de duas
principais parcelas, do custo direto e do BDI – Benefícios e Despesas Indiretas.
Realizando a expressão do BDI em função do custo direto, define-se o índice “k”, denominado
comercialmente de mark up, ou multiplicador que permite o estabelecimento do
preço de um produto, sendo conhecido o seu custo de aquisição.
Então,
IBDI = ( 1 + k ) Eq. 6
Conhecida a relação existente entre os dois modos de expressar o BDI, Eq. 1 e Eq. 2, a etapa
seguinte é a demonstração da metodologia da composição e da obtenção do benefício e
despesas indiretas, BDI, de uma empresa.
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Além disso, estas informações e obrigações legais, no Brasil, costumam ser alteradas de um
exercício fiscal para outro e o gerenciador de projetos deve estar atento quanto ao impacto que
alterações causam no valor dos contratos e, consequentemente, na mutação dos valores dos
BDI’s praticados.
O BDI, Benefícios e Despesas Indiretas, podem ser formados e considerados como função do
somatório de quatro principais variáveis, a saber:
O modelo a seguir define a expressão para obtenção do valor monetário do BDI em função de
suas principais variáveis:
Cada variável apresentada na equação acima, por sua vez, pode ser subdividida em outras
variáveis cujo tratamento é distinto quanto à metodologia de obtenção do valor correspondente
a cada uma delas. Algumas destas podem ser calculadas diretamente a partir de dados
disponíveis. Outras, por meio de algum método de rateio.
Especial cuidado deve ser atribuído à definição dos impostos. A inadequada avaliação da
metodologia do seu cálculo pode influir na redução de lucros esperados e na competitividade da
empresa. Primeiro, pôr subestimar os impostos inclusos no BDI e acarretando uma redução do
lucro ao ter de recolher, futuramente, imposto em valor superior ao previsto. Segundo, pôr
superestimá-los e resultar na prática de preços fora da realidade de mercado.
Nos itens seguintes, serão analisadas cada uma das variáveis acima descritas e a forma de
como podem ser decompostas e definidos os seus respectivos valores.
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O montante dos custos indiretos pode ser efetuado com a utilização da expressão abaixo, cuja
definição e forma de obtenção de cada termo é realizada a seguir.
Podem, também, ser consideradas neste item alguma despesa vinculada à estrutura de apoio,
tais como engenheiros de suporte à obra, os integrantes da estrutura de compras lotados na
sede da empresa e escritórios de apoio, desde que vinculados e destinados a atender,
exclusivamente, determinado contrato.
Pelo exposto, fica visível que estas despesas são de cunho indireto, porém especificamente
vinculadas a determinado empreendimento e, em termos de despesa, tem comportamento
variável segundo a mutação da carteira de contratos disponíveis pela empresa.
Nestes custos estão apropriados todos os custos indiretos, fixos ou variáveis, relativos à
administração da empresa. Como exemplo: o salário de diretores, de pessoal técnico e
burocrático vinculados ao quadro permanente da empresa, os encargos sociais relativos a esse
pessoal, despesas administrativas e de representação, aluguel de sede e almoxarifados,
despesas com serviços públicos, etc.
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Cada contrato, então, deverá contribuir para a amortização desses custos e que deverão ser
rateados atendendo algum critério objetivo. No item IV será discutida a questão de rateio.
No caso da empresa ter apenas uma obra ou um contrato, este deverá suprir a totalidade dos
fundos necessários à cobertura das despesas apropriadas sob a rubrica Custos Gerais de
Administração da Empresa.
Porém, quando a empresa dispõe de uma carteira de contratos, é recomendado que os custos
gerais de administração da empresa sejam rateados pelos diversos contratos em andamento.
Na indústria da construção civil, como todo contrato tem um tempo determinado para a
contribuição à conta CGA, é recomendável que a cada nova proposta seja revisto o rateio
desses custos e a avaliação de sua devida contribuição aos contratos futuros.
No item IV o assunto será analisado em maior detalhe, explorando a situação do curto prazo.
Isto é, partindo da premissa que a empresa deseja manter intacta a sua capacidade de
produção e, em decorrência, o nível dos custos gerais de administração que vem incorrendo.
Os custos financeiros são caracterizados como aqueles a serem pagos pela utilização de
capital de giro necessário à realização do empreendimento.
Esse capital de giro pode abranger o total dos custos diretos e dos custos indiretos vinculado ao
empreendimento, segundo o interesse da empresa.
Uma abordagem quanto à definição dos custos financeiros é considerá-los como o montante do
valor monetário a ser efetivamente pago a instituições financeiras pelo capital delas tomado.
As duas abordagens comentadas são situações limite, sendo muito provável que o capital de
giro disponível para a execução de um empreendimento seja oriundo das duas fontes citadas.
Nessa situação, a recomendação é efetuar o cálculo dos custos financeiros utilizando a média
ponderada dos custos inerentes a cada fonte de capital utilizada pela empresa.
Além desses, é importante levar em consideração o tempo que a empresa deverá financiar o
capital de giro, a ocorrer entre a incidência dos custos necessários a sua realização e a
quitação dos mesmos pelo contratante.
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Dois aspectos devem ser observados de forma específica nas despesas com propaganda.
Àquelas referentes à promoção institucional da empresa e as referentes a um determinado
empreendimento.
Este último caso reflete a situação de qualquer comissão ou pagamentos incidentes sobre
serviços contratados.
Na construção, o risco deve ser quantificado em termos monetários, visando dispor a empresa
de capital para a cobertura de eventual sinistro. E, evitar sua descapitalização caso lhe seja
atribuída culpa em alguma eventualidade.
O valor de risco pode, então, ser considerado como uma importância a ser paga pelo prêmio de
um seguro efetuado com o objetivo de garantir a cobertura de perdas devido a possíveis
acidentes, inadimplemento ou atraso contratual.
Pode, também, ser apropriado como o custo direto previsto para cobrir prejuízos causados por
eventuais danos a propriedades vizinhas ao empreendimento, a exigências da legislação
ambiental ou a suspensão de faturamento por motivo de chuva ou imprevistos do gênero,
quando não cobertos por seguro.
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O montante de lucro consiste no valor do benefício a ser auferido pela empresa proveniente da
realização de um contrato ou empreendimento.
O valor em causa normalmente é calculado sobre o somatório dos custos diretos, dos custos
indiretos e da margem de risco, pois são estes os valores movimentados e trabalhados pela
empresa para o cumprimento de seus fins.
Após definida uma margem de lucro, isto é, a porcentagem de ganho que a empresa deseja
obter pelo capital ou custos a serem movimentados, esta é multiplicada pelo somatório dos
recursos já mencionados, o que permite obter o montante do lucro, o benefício a ser auferido.
Pelo exposto, matematicamente, o cálculo do lucro “ML” é efetuada pela seguinte expressão:
A margem de lucro “µ“ é definida, então, como um percentual incidente sobre o somatório dos
custos diretos, dos indiretos e do valor de risco.
Considerando que µ caracteriza a margem de lucro desejada, após a dedução dos custos de
produção, administrativos e tributos do faturamento esperado, ela compatível com a taxa de
mínima atratividade da empresa.
II.e) Tributos
Sob o conceito de tributo, estão considerados os impostos, taxas e contribuições devidas aos
fiscos da União, estados e municípios.
Estas situações deverão ser previstas durante a fase de elaboração das propostas, visando
inibir a frustração dos lucros esperados.
Os tributos incidentes sobre os serviços de engenharia podem ser agrupados em três principais
categorias:
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• Encargos Sociais.
Nesta seção são analisados os dois primeiros, sendo os Encargos Sociais analisados em seção
anterior.
Quanto ao fisco estadual, os impostos considerados são o IPI - Impostos sobre Produtos
Industrializados e o ICMS - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços. Como as
empresas de engenharia são enquadradas como consumidores finais, estão dispensadas do
recolhimento deste tributo sobre seus serviços e empreendimentos.
A lei de formação do BDI, Equação 7, mostra que ele é função de quatro variáveis principais,
em que os impostos são a quarta variável da expressão.
Para o cálculo do preço, uma das abordagens é estabelecer todos os custos que contribuem
para sua formação, a partir dos quais poderá ser definido o montante, em valor monetário, dos
impostos a serem recolhidos e, após, leva-los à equação do BDI como acima expressa.
a) da taxa de lucro desejada, devido à influência dos impostos incidentes sobre o lucro
da empresa;
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b) e, do IBDI a ser utilizado no cálculo final dos preços, visando considerar tributos
incidentes, diretamente, sobre o faturamento.
Receita, por sua vez, é entendida como todo e qualquer ganho que contribui ao caixa, a
exemplo da venda de algum bem integrante do ativo imobilizado ou proveniente de aplicação
financeira e sobre ela não incide diversos dos tributos como no caso do faturamento.
Em outras palavras, a margem de lucro estabelecida como objetivo empresarial será mantida,
após ocorrer o devido recolhimento de todos os tributos.
Como já citado, a metodologia utilizada por facilidade de procedimento, nos dois casos em
pauta é a que efetua a majoração da margens de lucro e do IBDI devido, respectivamente, aos
tributos incidentes sobre o lucro e aqueles incidentes sobre o faturamento.
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É importante ressaltar, que a “µLÍQUIDA“ exprime a margem de lucro liquido esperado, após o
desconto de todos os impostos e taxas incidentes sobre o lucro e sobre o faturamento, sendo
compatível com a taxa de atratividade arbitrada pela administração da empresa. Então:
µL = ƒ (µ , αCS , αIR)
Esta margem bruta é aquela a ser adotada nos procedimentos propostos para o cálculo do BDI,
em que αL corresponde ao total das alíquotas incidentes sobre o lucro.
µL = µL / (1- αL)
Se houvesse apenas o Imposto de Renda incidindo sobre o lucro, a expressão acima poderia
ser utilizada na forma como exposta na Eq. 10, quando αL seria idêntico a αIR.
No Brasil, porém, dois são os impostos incidentes sobre o lucro: a contribuição social e o
imposto de renda. e, conforme estabelece a legislação específica, o imposto de renda é
descontado do lucro do exercício após o abatimento da contribuição social. Em outras palavras,
estes tributos não são cumulativos.
Dado este fato, o fator de majoração da margem líquida a ser adotado é função do produto das
alíquotas estabelecidas para ambos os tributos.
Adotando como nomenclatura: αIR para a alíquota do Imposto de Renda e αCS para a
Contribuição Social e não sendo cumulativo o desconto dos dois tributos citados, o fator de
majoração da margem passa a ter a seguinte expressão:
Então, a margem de lucro bruta a ser utilizada no cálculo do IBDI, é obtida levando o resultado
da expressão da Eq. 11, na Eq 10. Deste modo:
Eq. 12
Analisando a expressão acima, é fácil concluir que µ > µL pois a expressão em denominador é,
necessariamente, menor que 1. Por isso a expressão é denominada de fator de majoração da
margem de lucro.
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Neste caso, o IBDI já deve ter sido calculado. Porém, o recomendado é não utilizar o valor
obtido, diretamente, no estabelecimento do preço, dado ainda não terem sido considerados os
tributos cuja base de cálculo é o faturamento.
O objetivo, deste modo, é garantir que o faturamento disponível da empresa seja mantido
segundo o desejado ou planejado, após o recolhimento dos tributos incidentes sobre o valor
total de cada nota fiscal, valor este denominado de preço.
Adotando, como nomenclatura: IBDI, ou Índice bruto, como o índice de BDI a ser utilizado na
definição final do preço; I*BDI , definido como o índice líquido, calculado antes da consideração
dos tributos incidentes sobre o faturamento; e αF representando o somatório das alíquotas
relativas a todos os impostos incidentes sobre o faturamento; o índice a ser utilizado na
definição do preço é:
Preço = CD X IBDI
Em que:
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Ressalta-se que este IBDI, é o índice a ser adotado na definição do preço dos produtos.
A legislação brasileira considerara a indústria da construção civil como consumidores finais, não
recolhendo tributo sobre o valor agregado de seus produtos.
Assim, os tributos analisados são aqueles incidentes sobre o total da prestação de serviços,
podendo ou não serem retidos na fonte. Assim sendo, tributos como o IPI, de atribuição da
União e o ICMS, dos estados, não serão considerados para fins de cálculo formação do BDI,
pois não são incidentes em serviços de engenharia, havendo ou não fornecimento de materiais.
Neste item é demonstrada a metodologia de tratamento dos tributos incidentes sobre o lucro,
quando foi adotado o regime de tributação baseado no lucro real.
• a Contribuição Social;
• o Imposto de Renda.
Antes de analisar qual a alíquota do Imposto de Renda e da Contribuição Social a que esta
sujeita a empresa, há que se conhecer qual o regime que ela adota para recolher esses
tributos. Se os recolhe tendo por base de cálculo do imposto o lucro real ou o lucro presumido.
No primeiro caso, a empresa recolhe o tributo após ter apurado o lucro do exercício.
Neste caso, a metodologia apresentada recomenda que seja majorada a margem de lucro, µ.
No segundo caso, o recolhimento é efetuado apuração trimestral tendo como base de cálculo a
receita bruta, havendo a presunção de que uma porcentagem fixa, dessa receita seja
convertida em lucro.
IR = αIR Faturamento
Assim, no caso da empresa ter optado pelo regime do lucro presumido, o Imposto de Renda
pode ser tratado como um tributo incidente sobre o faturamento a ser tratado mais adiante.
Especialistas em tributação têm alertado para haver precaução quando da opção do Imposto de
Renda sob o regime de lucro presumido, pois, sendo alto o nível de despesa da empresa, o
recolhimento deste tributo com base no lucro real pode ser inferior ao do lucro presumido.
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Atualmente, a pessoa jurídica que não esteja obrigada à tributação pelo lucro real, poderá optar
pela tributação com base no lucro presumido.
A receita bruta das vendas e serviços, segundo o fisco, compreende o produto da venda de
bens nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido
nas operações de conta alheia.
Há, porém, que se considerar que na receita bruta não se incluem as vendas canceladas, os
descontos incondicionais concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente
do comprador ou contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja
mero depositário.
a) A Contribuição Social.
Ao ser considerada a influência desta contribuição, deve ser constatado qual o regime de
tributação e a respectiva base de cálculo que a empresa optou junto à Receita Federal.
Especificando, se a empresa tem a obrigatoriedade de recolher o Imposto de Renda e a
Contribuição Social tendo como base de cálculo do tributo o Lucro Real ou o Lucro Presumido.
No caso da base de cálculo ser o Lucro Presumido (LP), a assunção deste regime deve,
anteriormente ao exercício fiscal corrente, ser participado à Receita Federal, sendo a base de
cálculo do imposto a receita bruta presumida e o seu recolhimento efetuado, durante o
exercício fiscal.
Sendo a base de cálculo do tributo o lucro real, o imposto será pago sobre o lucro apurado, isto
é, após o desconto das despesas operacionais, das taxas e dos impostos do montante do
faturamento auferido no exercício e demonstrado no respectivo balanço social.
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*e 15% (quinze por cento), no caso das pessoas jurídicas consideradas instituições financeiras, de seguros
privados e de capitalização.
Fonte:
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=690
84
b) O Imposto de Renda
O Imposto de Renda é calculado tendo como base de tributação o Lucro Bruto, denominado
pela Receita Federal de Lucro Real, obtido após serem descontados do faturamento, todas as
despesas efetuadas pela empresa, taxas, impostos e contribuições devidas. O contribuinte
somente estará obrigado apagar o IR caso apure lucro real positivo, indicador de renda
tributável.
O recolhimento deste imposto varia segundo alíquotas definidas pela Receita Federal, sendo
importante ter o cuidado de, a cada exercício fiscal, verificar se as alíquotas a serem praticadas
no exercício seguinte permaneceram as mesmas do exercício anterior. Caso contrário, sua
influência na expressão do BDI deve ser reconsiderada.
A legislação brasileira permite que, havendo alteração na legislação fiscal, haja alteração dos
contratos, sendo possível a repactuação tanto em contratos firmados com a administração
particular como a administração pública.
Para calcular a incidência do Imposto de Renda, um primeiro cuidado a verificar é qual o correto
enquadramento da empresa junto ao fisco federal para fins de estabelecimento da base de
cálculo deste tributo. É importante notar que, mesmo havendo o recolhimento do Imposto de
Renda sobre o Lucro Real, a Contribuição Social também incide, e prioritariamente, sobre este
Lucro, conforme o especificado na tabela acima.
Sendo, como já definido: µLiquida como a margem líquida definida como meta da empresa; µ
sendo a margem bruta e a ser utilizada não calculo do BDI; αTL equivale ao somatório das
alíquotas dos tributos incidentes sobre o lucro. No caso, o Imposto de Renda - IR e a
Contribuição Social - CS; LL, o Lucro Liquido, definido como o valor do lucro após descontado o
Imposto de Renda e a Contribuição Social; e, LB, representando o Lucro Bruto, antes do
desconto do Imposto de Renda e da Contribuição Social.
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µ = ƒ ( µ Liquida ,α IR , α CS )
µ Liquida = µL = µ – ( IR + CS )
µL = µ – (αLXµ)
µ = µL / ( 1 - αL ) Eq. 14
ML = µ ( CI + CD + VR ) Eq.15
Através da Eq. 16, é possível calcular o Montante do Lucro expresso em valor monetário, em
função da margem líquida estabelecida, conhecido o fator de majoração da margem líquida.
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Estes impostos e taxas incidem sobre o total da Nota Fiscal, isto é, do montante dos serviços a
serem cobrados. Não sendo devidamente considerados na definição do BDI, reduzem o lucro
arbitrado proporcionalmente ao seu montante.
Considerando que a influência dos impostos e taxas incidentes sobre o faturamento, nesta
abordagem de cálculo, é efetuada conjuntamente, o objetivo a alcançar é a manutenção do
valor disponível para a empresa após o desconto destes tributos.
Como o IFAT, por definição legal, é calculado pela multiplicação da soma das alíquotas dos
tributos pelo preço a ser cobrado, então: I = α × PC.
Das equações definidas nos dois parágrafos anteriores, chega-se a seguinte expressão:
Eq.17
Como VD pode ser obtido efetuando o produto do custo direto pelo IBDI, sem haver a
incidência dos tributos, então VD = CD × IBDI. Levando esta expressão na do Preço, obtém-se
a expressão do Preço considerando a influência dos tributos que incidem sobre o faturamento.
Quando calculado apenas o segundo termo do produto expresso na expressão abaixo, chega-
se ao valor do IBDI possível de ser diretamente aplicado ao custo direto e, expeditamente,
calculado o Preço de obra ou serviço pois já houve a devida consideração da influência dos
tributos devidos.
αF = ƒ ( Σ αi )
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A tabela III mostra a relação dos tributos e a composição de suas alíquotas quando os serviços
de engenharia são prestados a clientes situados no município de Florianópolis, Estado de Santa
Catarina.
A composição das alíquotas efetuada na Tabela 3.4, apresenta dois totais para a sua soma. O
Total-1 indica o somatório das alíquotas quando a empresa recolhe o Imposto de Renda tendo
por base de cálculo o lucro real. Neste caso, a Contribuição Social não incide sobre o
faturamento.
O Total-2 é utilizado no caso da base de cálculo do Imposto de Renda ser o lucro presumido,
caso este em que a Contribuição Social incide sobre o faturamento.
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modo, é possível reduzir em 2% a carga tributária incidente sobre o faturamento deste tipo de
empresa.
c) Exemplo Comparativo.
1º ) O primeiro, é simplesmente somar ao valor dos serviços o valor dos tributos, definindo o
preço a ser proposto.
Calculando:
Preço (1) = 950.000,00 + (950.000,00 × 0,1127) = R$ 1.057.065,00
Novo Imposto = 1.057.065,00 x 0,1127 = R$ 119.131,23
Valor Disponível = 1.057.065,00 – 119.131,23 = R$ 937.933,77
Neste caso:
Preço (2) = 950.000,00 ÷ (1 - 0,1127) = R$ 1.070.663,81
Imposto = 1.070.663,81 x 0,1127 = R$ 120.663,80
VD2 = 1.070.663,81 – 120.663,80 = R$ 950.000,00
Deduzindo do VD2 o valor do tributo, fica disponível para a empresa exatamente o valor orçado
de R$ 950.000,00, o que é o desejado. No caso de ter sido escolhido primeiro procedimento, a
importância disponível após a dedução dos tributos seria R$ 937.933,77.
A diferença pode ser pequena, mas proveniente de um procedimento que reduz o lucro
desejado. Em conseqüência, a taxa de lucro realmente obtida é distinta e inferior àquela
arbitrada pela direção da empresa.
O rateio dos custos atinge apenas os custos fixos ou indiretos, já denominados de CGA –
Custos Gerais de Administração da empresa, porque incorridos pela administração central da
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Sem um procedimento adequado no rateio dos custos indiretos pode ocorrer redução da
competitividade da empresa, pois eles podem influir na composição da proposta de preços
propiciando a formação de um valor acima daquele praticado pelo mercado. Ou, em caso
oposto, contribuir para a formação de uma proposta irreal, pois os preços orçados são
compostos por custos inferiores aos que serão incorridos, com a decorrente expressão na
redução dos lucros, situação que pode levar a empresa a conviver com dificuldades financeiras.
Para o rateio dos custos fixos, ou custos indiretos, é recomendado estabelecer algum critério
que apresente racionalidade, para que não haja distorção nas informações e apropriações
indevidas a qualquer serviço.
No exemplo exposto nos quadros acima, os custos fixos são apropriados, classicamente, nas
contas 3.7; 3.8 e 3.9 do Demonstrativo de Resultados do Exercício, a partir das Fichas de
Controle de Custos.
I) Critérios Globais
o Rateio e superávit
o Manutenção do nível de produção
o Aproveitamento da capacidade ociosa
A literatura disponível recomenda que o rateio dos custos fixos deva ser definido em função de
algum fator diretamente vinculado ao volume produzido.
Neste item é apresentada uma discussão sobre o rateio dos Custos Indiretos da empresa,
também denominados Custos Gerais de Administração - CGA – considerando como critério de
rateio a participação percentual do valor de cada contrato no conjunto da carteira.
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O objetivo de definir como fator de rateio a proporcionalidade do valor dos contratos em função
do volume total da carteira, permite, de forma simples, o estabelecimento de uma distribuição
eqüitativa de custos indiretos entre eles.
Devido a sua peculiar característica, a indústria da construção civil favorece a redução dos tipos
de critérios de rateio normalmente encontrados na literatura que trata o assunto.
Na construção civil, o rateio dos custos indiretos pode ocorrer em dois níveis:
a) o primeiro, visando definir qual fração dos custos indiretos será absorvido por cada
contrato componente da carteira de serviços da empresa. Esta situação será
analisada nos items (I) e (II);
b) o segundo nível, relativo a rateio intra-contrato, visa definir o valor dos custos
indiretos atribuído a um contrato que será alocado a cada serviço que o compõe.
Este caso será discutido no item (III).
É fácil de entender que a carteira da empresa tendo apenas um contrato, os custos totais da
empresa e nesses incluídos os custos gerais de administração ou custos indiretos, deverão ser,
indiretamente, absorvidos por esse contrato.
Frente a esse cenário, é exigida habilidade na definição do critério de rateio dos custos
gerais de administração da empresa, isto é, dos custos indiretos a serem atribuídos à uma nova
proposta.
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Como exemplo, é analisada a situação de uma empresa que dispõe de uma carteira de
contratos cuja monta é de 4,41 milhões.
Considerando que a empresa deseja realizar novos contratos, a questão que surge é como
será efetuado o rateio para uma nova proposta, dado a conclusão, em futuro próximo, do
contrato relativo à obra “x”.
a) Como primeira hipótese, os custos gerais de administração, até então suportadas pela obra
“x”, passarão inteiramente a serem cobertos pela nova proposta, no momento de R$ 80 mil,
independentemente do valor a ser fixado para o novo contrato.
b) A segunda hipótese considera que o valor dos custos gerais de administração a serem
cobertos pela Obra-k será proporcional ao futuro montante da carteira, na data de
adjudicação dessa obra.
Nesta situação, o valor da contribuição aos Custos Gerais de Administração propiciada pela
obra-k, será de R$ 92,73 mil, equivalentes a 25,75% do total que é R$ 360 mil.
A assunção de qualquer das hipóteses comentadas, como critério de rateio, deve ser precedida
do reconhecimento da situação de mercado, para que a empresa não se equivoque nos
procedimentos que adotar, com expressão na perda de competitividade ou sub-avaliação dos
custos rateados.
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Considerando ser comum aos contratos de engenharia atingir o médio ou o longo prazos, a
implementação de uma política gerencial de forte redução de custos pode causar redução no
faturamento, com impacto direto na diminuição do volume de lucros.
Um exemplo de rateio para cada hipótese acima pode ser calculado da seguinte forma (para os
6 meses em questão):
Rateio 1ª Hipótese 2ª Hipótese 3ª Hipótese
Obra - ρ2 = 360.000,00/5.600.000,00 ρ 3 = 60.000,00/4.620.000,00
x 80.000,00 980X ρ2 = 63.000,00 980X ρ2 = 76.363,63
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O caso a seguir analisa a situação em que um novo contrato será assumido, face a conclusão
de outro, situação a ocorrer em futuro próximo. Além desse fato, a carteira de obras é composta
por contratos que estarão em vigor durante um prazo suficientemente longo.
O cronograma mostra que o contrato relativo à obra-x está em vias de conclusão e a empresa
pretende dar início à nova obra - k.
Como premissa, é estabelecido que a empresa deseje manter em atividade o mesmo nível de
produção ora praticado.
Porém, sendo o volume financeiro do novo contrato expressivamente inferior, a empresa terá
que obter um outro contrato que justifique a manutenção de sua capacidade de produção nos
níveis anteriores, em outras palavras, manter o mesmo nível dos custos fixos praticados.
No caso em pauta, a empresa dispõe de diversos contratos em andamento, tem seus custos
totais cobertos por esses contratos e dispõe de alguma capacidade ociosa.
Surgindo a oportunidade de assumir um novo contrato “k”, cujo tempo de execução seja
significativamente inferior aos demais, o rateio dos custos indiretos pode ser reduzido no todo
ou em parte.
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980,00 22,22%
Montante de
1.320,00 29,93% carteira até
aqui: 4.410,00
2.110,00 47,85%
1.087,00 22,22%
Essa redução de custos permite alavancar a competitividade, sem alterar a margem de lucro.
Definido o montante dos custos indiretos a ser suportado por um contrato, cabe a tarefa de
rateá-lo entre os diversos serviços que o compõem.
Os critérios específicos de rateio podem ser divididos em duas vertentes, segundo “Pizzolato –
Introdução À Contabilidade Gerencial”, pgs. 160 e 162:
o Quanto à capacidade instalada;
o Quanto à utilização observada.
Nesta vertente, os custos são rateados segundo o metro quadrado disponível; a potência
nominal instalada; o número de funcionários empregados na atividade; a produção nominal dos
equipamentos; etc.
a) Rateio dos Custos Totais de Iluminação. Esses podem ser realizados proporcionalmente à
área iluminada ou o número de pontos de luz instalados por sessão. Medidores de
consumo podem ser instalados em cada sessão, procedimento que propicia a precisão do
rateio, porém com aumento do custo do processo.
b) Rateio dos Custos de Energia Elétrica. Podem ser efetuados proporcionalmente à potência
instalada em cada sessão, ou ao número de horas de operação dos equipamentos.
Nesta situação, o critério de rateio é efetuado segundo a utilização dos recursos disponíveis:
homens-hora apontados; quilowatts consumidos; custos diretos orçados; horas de utilização ou
quilometragem apropriada na utilização de veículos. Como exemplos:
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• Rateio de veículos de transporte – Neste caso o fator de rateio de custos pode ser o
número de horas utilizadas para a realização de um serviço, ou a quilometragem
despendida para o mesmo. Ou, um misto das duas acima.
Activity Based Costing, como o próprio nome diz, é uma metodologia de rateio de custos
baseados na atividade. Ela permite distribuir o custo indireto segundo a contribuição de cada
serviço para o faturamento global.
Utilizando essa metodologia, o montante do custo indireto pode ser rateado segundo o preço
final ou o custo de cada serviço.
Tal procedimento propicia evitar que um item qualquer do contrato, principalmente aqueles
onde conste orçamento com planilha de preços detalhadas, seja excessivamente onerado e se
mostre como irreal, quando comparado àqueles praticados pelo mercado concorrente.
Como exemplo de procedimento, da metodologia ABC, é efetuado o rateio dos custos indiretos
de um contrato que apresenta a seguinte situação:
No exemplo, o critério de rateio dos custos indiretos adotado foi o de mesmo percentual dos
custos diretos orçados.
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Custos
Custo % Sobre %
Nº. Item Indiretos
Direto R$ Contrato Rateio
R$
1 Preliminares 80.550,00 9,00 9,00 8.730,00
2 Fundações 49.225,00 5,50 5,50 5.335,00
3 Alvenaria 35.800,00 4,00 4,00 3.880,00
4 Estrutura de 107.400,00 12,00 12,00 11.640,00
Concreto
5 Forros 17.900,00 2,00 2,00 1.940,00
6 Cobertura 89.500,00 10,00 10,00 9.700,00
7 Revestimento 40.275,00 5,50 5,50 4.365,00
Interno
8 Revestimento 31.325,00 3,50 3,50 3.395,00
Externo
9 Barras 4.475,00 0,50 0,50 485,00
10 Lastro do Piso 13.425,00 1,50 1,50 1.455,00
11 Pisos Internos 22.375,00 2,50 2,50 5.820,00
12 Rede Hidráulica 13.425,00 6,00 6,00 2.425,00
13 Rede Sanitária 4.475,00 2,50 2,50 1.455,00
14 Funilaria 24.165,00 1,50 1,50 485,00
15 Rede Elétrica 51.015,00 0,50 0,50 2619,00
16 Esquadrias 22.375,00 5,70 5,70 5.529,00
17 Ferragens 20.585,00 2,70 2,70 2.425,00
18 Serralheria 16.110,00 2,50 2,50 2.231,00
19 Vidros 51.015,00 2,30 2,30 1.746,00
20 Pintura 24.165,00 1,80 1,80 5.529,00
21 Louças Sanitárias 22.375,00 5,70 5,70 2.619,00
22 Equipamentos 40.275,00 2,50 2,50 2.525,00
Elétricos
23 Elevadores 11.635,00 4,50 4,50 4.365,00
24 Limpeza & 15.215,00 1,30 1,30 1.261,00
Raspagem
25 Pisos Externos 17.900,00 1,70 1,70 1.649,00
26 Muros 14.320,00 2,00 2,00 1.940,00
27 Ajardinamento 53.700,00 1,60 1,60 1.552,00
Total dos CD 895.000,00 100 % 100 % 97.000,00
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1º Passo: Definições:
ML maj = [µlíquido / ( 1 – αl )] X ( CI + CD + VR )
k = BDI / CD ∴ I*BDI = ( k + 1 )
IBDI = I*BDI / ( 1 – αF )
Preço = CD x IBDI
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1º Passo: Definições:
BDI = CI + VR + ML + IMP
Obs: neste caso, o ML é conhecido, é o valor presumido pela Receita Federal, quando da
opção pelo lucro presumido. O IMP é um percentual do valor do ML, ou seja, é o percentual do
IR sobre o lucro (presumido – da tabela II). A Contribuição Social não incide aqui, neste caso.
Ela incide junto com as outras alíquotas sobre o faturamento (ver tabela III).
k = BDI / CD ∴ I*BDI = ( k + 1 )
IBDI = I*BDI / (1 – αF )
Preço = CD x IBDI
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O custo de uma casa monta a R$ 100.890,00, qual será o preço de venda sabendo-se que:
a) A empresa construtora tem regime de tributação de lucro real, o serviço é com fornecimento
de material, e o markup da empresa é de 33,33%;
b) No BDI não constam impostos incidentes sobre o faturamento;
c) O valor atual do terreno onde será construída a edificação está avaliado em R$ 132.000,00.
Defina o índice de BDI, I BDI , para uma obra a ser construída, conhecidos os dados
apresentados nos quadros abaixo. Regime: Lucro Real, com fornecimento de material.
Dos Custos
i. Custos Diretos de Construção R$ 6.450.000,00
ii. Administração Central – Rateio sobre a obra R$ 660.000,00
iii. Administração do Canteiro R$ 570.000,00
iv. Custos Financeiros R$ 530.000,00
v. Seguro contra terceiros R$ 360.000,00
vi. Recuperação ou reforma de equipamentos alocados à R$ 250.000,00
construção
Dos Benefícios e Encargos %
vii. Margem de lucro 12,00
viii. Impostos incidentes sobre faturamento 11,27
ix. Impostos incidentes sobre o lucro 9%(CS) 15% ou 25%(IR)
Definir o BDI, a ser utilizado na definição dos preços da proposta do novo empreendimento.
(duração 1 ano)
De custos Milhões de R$
a) Custo Direto do empreendimento 125,00
b) Custos de Administração do empreendimento 12,50
c) Possibilidade de desabamento de um muro de propriedade na 0,35
divisa
d) Custos – médios – de administração da empresa 54,00
e) Carteira de obras da empresa, não incluindo o empreendimento. 580,00
f) Capital de giro do empreendimento 50,00
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Sobre o Lucro/Encargos/Impostos %
g) Lucro Líquido Desejado 15,00
h) Imposto sobre Faturamento 11,27
i) Imposto de Renda 25,00
j) Encargos financeiros sobre o capital de giro necessário à construção 4,00
k) Seguro contra riscos como porcentagem do custo direto 1,50
A empresa onde você é o responsável técnico, está preparando uma proposta para a
construção de um conjunto poli – esportivo. Empresa: regime de lucro real, obra com
fornecimento de material. Ficou sob sua responsabilidade definir qual poderá ser o BDI a ser
utilizado pela empresa no citado empreendimento.
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e) Impostos (IMP)
Tabela 7c
IMPOSTOS FEDERAIS
Nome Receita bruta Estimativa lucro Alíquota % Receita bruta
Cofins 100% 3,00% 3,00%
PIS 100% 0,65% 0,65%
I. Renda 100% 8,00% 15,00% 1,20%
C. Social 100% 12,00% 9,00% 1,08%
CPMF 100% 0,38% 0,38%
IMPOSTOS MUNICIPAIS
Nome Receita bruta Estimativa lucro Alíquota % Receita bruta
ISS 100% 40 a 100% 1,50 a 5,00% 0,60 a 5,00%
Para o fornecimento apenas de mão de obra...
Tabela 7d
IMPOSTOS FEDERAIS
Nome Receita bruta Estimativa lucro Alíquota % receita bruta
I. Renda 100% 32,00% 15,00% 4,80%
C. Social 100% 12,00% 9,00% 1,08%
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Tabela 8: Exemplo de apresentação de orçamento detalhado .
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3
Tabela 9: Exemplo de apresentação de orçamento sintético .
80
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Até março de 2008 era possível calcular o CUB pelas metodologias da versão de 1999, e da
versão de 2006 da norma, para fins de comparação de valores, de contrato, por exemplo. A
partir de março de 2008 passou a ser utilizada somente a metodologia da norma vigente.
Na construção civil utiliza-se o CUB freqüentemente como indexador que representa o custo,
em padrão monetário vigente do metro quadrado da edificação em cada Estado, para os
diversos padrões de construção definidos pela NBR 12721/06. Este indexador adota
quantidades constantes, preços variáveis e coletas de dados para cada Estado. No entanto, a
Norma prevê que os custos unitários básicos sejam destinados a fins exclusivamente
comparativos no início das incorporações.
O orçamento é feito para cada projeto padrão (tipos e valores na tabela 10). Os projetos padrão
são projetos selecionados para representar os diferentes tipos de edificações, definidos por
suas características principais: número de pavimentos, número de dependências por unidade,
áreas equivalentes à área de custo padrão privativas das unidades autônomas (por exemplo, o
apartamento, sua garagem, e parcelas da edificação a estes conectadas), padrão de
acabamento da construção, número total de unidades.
A Norma especifica as características principais dos projetos-padrão (padrão de construção,
número de pavimentos, número de quartos, banheiros e área privativa), bem como os materiais
e os equipamentos considerados nas áreas de uso comum privativo e nas instalações distintas
para cada nível de acabamento (tabela 11 a e b).
81
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Tabela 10 a,b,c: Valores do CUB por tipologia de projeto padrão – preencher em aula (Fonte:
http://www.sinduscon-fpolis.org.br/?dep=57&nomeDep=planilha-completa)
Residencial
Projetos-padrão Tipo Pavimentos Padrão acabamento
Residencial (R) Unifamiliar 1 Baixo Normal Alto
Prédio Popular Multifamiliar 4
(PP)
Projeto Interesse Multifamiliar 4
Social (PIS)
Residencial (R) Multifamiliar 8
Tabela 11a: Características dos principais projetos-padrão. Fonte: NBR 12721/06 (projeto de norma).
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Tabela 11b: Especificações dos acabamentos nos orçamentos dos projetos-padrão residenciais. Fonte:
NBR 12721/06 (projeto de norma).
Com base nos projetos-padrão e nas especificações técnicas, elabora-se o orçamento para
cada projeto padrão, o qual é atualizado pelos Sinduscons regionais, os quais atualizam
mensalmente este orçamento utilizado lotes básicos de materiais e mão de obra (exemplo na
tabela 12).
Tais tabelas a seguir fornecem as quantidades do insumos, por metro quadrado de construção,
derivados das relações completas de materiais e mão-de-obra, levantadas a partir das
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quantidades dos serviços considerados na formação do custo unitário básico dos projetos-
padrão. Essas quantidades dos insumos foram extraídas do agrupamento de todos os insumos
em famílias cujos itens são correlatos.
Nota: Nas regiões do país em que seja usual o emprego de materiais diferenciados, porém
equivalentes em custo, fica facultado aos Sindicatos da Indústria da Construção Civil introduzir
nas especificações de acabamentos as alterações adequados, dando a necessária divulgação.
Tabela 12: Exemplo de lote Básico. Fonte: NBR 12721/06 (projeto de norma).
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A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), desde sua edição anual de 2003, determina que os
custos do SINAPI sejam utilizados como referências para a razoabilidade de preços de obras
públicas executadas com recursos federais do Orçamento Geral da União.
Implantado pelo BNH em 1969 com o objetivo de atender a necessidade de informações mais
detalhadas sobre o custo de construção e sobre índices de evolução. O SINAPI exclui do seu
custo unitário os custos de projetos, licenças e seguros, instalações provisórias, administração
e lucro da construtora e incorporadora. É similar ao CUB.
http://www.caixa.gov.br/poder-publico/apoio-poder-publico/sinapi/Paginas/default.aspx
2.20 Curva ABC (atenção! Não é a mesma coisa que o ABC da seção sobre o BDI)
O objetivo do planejamento e controle de estoques é não deixar faltar material, mas também
não imobilizar demasiadamente os recursos financeiros.
A curva ABC (figura 16) permite identificar aqueles itens (matérias-primas, material auxiliar,
material em processamento, produtos acabados) que justificam atenção e tratamento
adequados à sua administração.
%Cust o
acumulado
Curva de
Faixas de C
Cont role B Classificação
A ABC
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O estoque e aplicação dos itens de classe A devem ser rigorosamente controlados, com o
menor estoque de segurança possível. O estoque e a aplicação dos itens de classe C devem
ter controle simples e estoque de segurança maior, pois esta política traz pouco ônus ao custo
total.
CUSTO TOTAL = CUSTO UNITÁRIO X CONSUMO DO INSUMO
Formas de fazer a classificação ABC:
Fichas, tabela (ambos em ordem decrescente)
Método gráfico (ver figura 16b)
Softwares
% Custo
acumulado
C
B
Mesma medida A
90
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Residência
unifamiliar
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Projeto
Proprietário
Engenharia
Construtora
Sub-contratados Fornecedores
Figura 17: Esquema contrato DBB. Fonte: Gómez et al (2006)
Proprietário
Projeto
Construtora
Engenharia
Gerenciamento
Sub-contratados Fornecedores
Figura 18: Esquema contrato DBB-CM. Fonte: Gómez et al (2006)
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Proprietário/
contratante
Construtora/
contratada
É semelhante ao D&B;
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3.1.4.3 Pagamentos
a) Métodos
No final do contrato (soma total);
Pagamentos mensais (Parcelas pré-definidas);
Por eventos (atingimento de metas, ou por medição).
b) Situações relacionadas
Atraso: a contratada pode suspender os trabalhos.
Adiantamento: deve ser evitado, salvo proporção do valor total.
Retenção: 10 a 20%: percentual dos pagamentos mensais que são retidos pelo
contratante como garantia. São liberados ao contratado ao final da fase de garantia do
empreendimento (após a constatação de que não há defeitos).
Incentivos: participação nos lucros. Incentivos são mais eficientes para garantir
conclusão no prazo do que as multas.
Penalidades: são multas por atraso ou não construção.
Garantias e impostos: contratante e contratada são co-responsáveis.
3.1.4.4 Riscos
De mercado: suposição errada de crescimento econômico, de demanda específica, etc.
Financeiros: dificuldades de atrair investidores e obter financiamentos.
Tecnológicos: dificuldades de engenharia, de interação com elementos naturais.
De construção: todas as dificuldades de execução.
Operacionais: possibilidade que o empreendimento não atinja o desempenho
planejado.
Regulatórios: empreendimentos dependem de leis e normas. Riscos estão associados
a fatores macroeconômicos (flutuação de moeda, ou dificuldades burocráticas, tais
como demora para a obtenção de licenças ambientais.
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3.2 Licitações
Processo regulado pela Lei 8.666 de 21 de junho de 1993:
http://www.comprasnet.gov.br/legislacao/leis/lei8666.pdf#search='Lei%208.666'
3.2.1 Definições1
Licitação é o processo de disputa da adjudicação de bens e/ou serviços insusceptíveis
de divisão.
Adjudicar é declarar, formalmente, que o fornecimento do bem e/ou serviço foi atribuído
a um determinado proponente.
Proponente é todo aquele que participa de um processo liquidatário, segundo as regras
estabelecidas no edital de licitação.
A licitação é um processo exigido pela constituição: a Lei 8.666: Regulamenta o art. 37, inciso
XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração
Pública e dá outras providências.
100
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Modalidades Valores
Obras e serviços de Compras e serviços
engenharia
Inexigibilidade - -
Dispensa de licitação Até R$ 15.000,00 Até R$ 8.000,00
Convite Até R$ 150.000,00 Até R$ 80.000,00
Tomada de preços Até R$ 1.500.000,00 Até R$ 650.000,00
Concorrência Acima de R$ 1.500.000,00 Acima de R$ 650.000,00
Concurso - -
Leilão - -
Criado para ampliar a eficiência nas contratações públicas e competividade, promover a troca
de experiências e tecnologia e incentivar a inovação tecnológica.
Lei nº 12.462, de 2011
Aplicável exclusivamente às licitações e contratos necessários à realização:
• dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016;
• da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação - Fifa
2013;
• da Copa do Mundo Fifa 2014;
• de obras de infraestrutura e de contratação de serviços para os aeroportos das capitais
dos estados da federação distantes até 350 km das cidades sedes dos mundiais;
102
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b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo "melhor técnica" ou "técnica e preço";
III - quinze dias para a tomada de preços, nos casos não especificados na alínea "b" do
inciso anterior, ou leilão;
IV - cinco dias úteis para convite.
§ 3o Os prazos estabelecidos no parágrafo anterior serão contados a partir da última
publicação do edital... § 4o Qualquer modificação no edital exige divulgação pela mesma
forma que se deu o texto original...
c) Até a data do Edital...
Deve-se levar 2 envelopes, no local especificado no edital, contendo: (1) documentação para
Habilitação; (2) propostas.
c.1) Documentos básicos para Habilitação
Sanidade financeira da empresa: LG, SG e LC ≥ 1 (provam que a empresa tem mais
do que deve).
Se índices forem menores que 1, comprovar patrimônio líquido de 10% do valor da
licitação (último balanço da empresa).
ARTs similares ao objeto;
Declaração de ter vistoriado o local onde será construído o empreendimento em
licitação;
Declaração de inexistência de fato superveniente (não deve existir fato que ompeça a
participação da empresa na licitação).
c.2) Documentos básicos para Proposta:
Inclui o valor da proposta, numérico e por extenso, a validade da proposta e outros,
Mais detalhes são definidos no Edital.
d) Sessões de licitação Habilitação
Proposta
Desempate
e) Valores desclassificados
Valores com muito desvio em relação ao objeto orçado (consultar o artigo 48 da Lei 8666 para
valores de limites para cada caso).
Parágrafo único. Quando todas as propostas forem desclassificadas, a Administração poderá fixar aos
licitantes o prazo de 8 (oito) dias úteis para a apresentação de outras propostas escoimadas das causas
referidas neste artigo.
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente inexeqüiveis,
assim considerados aqueles que não venham a ter demonstrada sua viabilidade através de documentação
que comprove que os custos dos insumos são coerentes com os de mercado e que os coeficientes de
produtividade são compatíveis com a execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente
especificadas no ato convocatório da licitação.
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Parágrafo único. Quando todos os licitantes forem inabilitados ou todas as propostas forem
desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito dias úteis para a apresentação
de nova documentação ou de outras propostas escoimadas das causas referidas neste artigo, facultada,
no caso de convite, a redução deste prazo para três dias úteis.
a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela
administração, ou
f) Empate
Em caso de empate, será dada preferência para empresas brasileiras; em seguida, o
desempate é feito por sorteio.
g) Penalidades
Advertência por escrito;
Suspensão do direito de licitar, por até dois anos;
Declaração de inidoneidade.
Penalidades são lançadas no sistema SICAF: automaticamente, as empresas com penalidades
são excluídas.
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5.1 Configuração
5.1.1 Construção no Brasil
a) Panorama geral
A construção civil apresenta uma série de características / peculiaridades, muitas destas
responsáveis pelo estigma de setor atrasado tecnologicamente. Entre elas, podem-se citar:
1. Emprego de métodos de gestão ultrapassados;
2. Predominância de mão de obra sem qualificação profissional, com baixo grau de instrução
formal;
3. Falta de organização do trabalho;
4. Baixa produtividade e preços elevados em relação à produção em países desenvolvidos.
5. Predomínio de condições de trabalho adversas: excessivo esforço físico, falta de higiene,
precárias condições de saúde para os trabalhadores, ausência de segurança, utilização
intensiva de horas-extra;
6. Grande disponibilidade de mão de obra - possibilidade de pagar baixos salários, de recorrer
sistematicamente à extensão da jornada de trabalho;
7. Resistência às inovações tecnológicas;
8. Falta de comunicação entre as fases do processo (concepção, projeto, produção de
materiais e componentes, produção no canteiro e uso);
9. Uso de materiais, componentes, sistemas construtivos e serviços inadequados;
10.Ocorrência significativa de desperdícios ao longo da produção, tanto de materiais quanto de
tempo;
11.Dificuldades de padronização do produto;
12.Alta incidência de problemas de qualidade do produto final;
13.Dispersão espacial dos empreendimentos, o que dificulta a produção em escala, e inviabiliza
a utilização intensiva, em longo prazo, de máquinas e equipamentos;
14.Longo período de rotação do capital, implicando imobilização de recursos, por períodos
relativamente grandes;
15.Instabilidade do mercado da construção habitacional;
16.Defasagem constante entre as necessidades de moradia da população e a oferta feita pelo
setor formal. A parcela da população que consegue ingressar no mercado tende a minimizar
suas exigências quanto à qualidade da habitação.
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b) Mão de obra
Intenso uso de mão de obra e baixa mecanização;
Extensa subcontratação de mão de obra;
Nível educacional dos trabalhadores em canteiro de obra é geralmente baixo;
Alta rotatividade;
Altos índices de acidentes no trabalho;
Perigo de doenças ocupacionais;
Baixa produtividade (1/3 da produtividade americana para o subsetor edificações).
c) Produtividade
c.1) Mão de obra
Estados Unidos: produtividade média no sub-setor edificações era 85 m2 para cada
1.000 horas trabalhadas - no Brasil era de 27 m2 para cada 1.000 horas trabalhadas
(dados 1998);
Nossa produtividade poderia alcançar os níveis americanos através da melhoria de
métodos de planejamento e aplicação de materiais e componentes racionalizados.
c.2) Indústria
Produtividade da indústria é medida em termos de participação da indústria no PIB
Estudo (2002) mostrou que a produtividade geral aumentou no Brasil nos anos 90 -
empresas tiveram que aumentar a produtividade devido ao aumento da competição
d) Clientes e financiamento
Governo: maior cliente para investimentos em infraestrutura no país + maior investidor
na construção das habitações para população de baixa renda;
Falta de capital: fator que limita o crescimento do setor;
Sub-setor edificações: clientes privados e públicos;
PPP (Parcerias público-privadas).
Total construção
Construção pesada
90
80
70
60
Percentual
50
60 80.5 52.4 70.6
40
30
20
10
0
1996 2002
Ano
Figura 20: Percentual de trabalho executado para clientes públicos (Fonte: IBGE 2002 adaptado por Mutti,
2004).
e) Distribuição
Em 2002 o mercado formal da construção contratou 1.032.656 novos empregados;
São Paulo: 257.673 destas contratações.
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600.000
Número de admissões
500.000
400.000
300.000
200.000
100.000
Centro
-oeste
Sudeste
Norte
Nordeste
Cidade
de São
Paulo
Sul
Região brasileira
Figura 21: contratações do mercado formal da construção em 2002 (Fonte: IBGE 2002 adaptado por Mutti,
2004).
5.2 Iniciativas de mudança: investindo em melhorias
5.2.1 Iniciativas na última década
Na última década, a indústria da construção no Brasil vem experimentando uma série de
iniciativas que visam modernizar e melhorar o desempenho do setor. Estas enfocam qualidade,
produtividade e competitividade. Exemplos destas iniciativas são o Qualihab – lançado em
1996, e o PBQPh, lançado em 1998 (com posteriores modificações). A ênfase na certificação
com as normas ISO 9000 cresceu, sendo que muitas empresas foram certificadas nestes
últimos dez anos. Universidades têm trabalhado em parceria com empresas e entidades,
desenvolvendo programas de qualidade, treinamento de mão de obra, e controle do
desperdício.
O Ministério da Ciência e Tecnologia publicou, em 1994, o ECIB (Estudo da Competitividade da
Indústria Brasileira (Coutinho and Ferraz 1994)), o qual analisou o setor de materiais de
construção, e analisou os fatores sistêmicos que influenciam a competitividade.
A Amcham (Câmara Americana de Comércio de São Paulo) criou, em 1999 o Comitê do
Construbusiness, o qual é composto por representantes multidisciplinares da cadeia produtiva
da construção. O objetivo do comitê é criar diretrizes para a maximização dos benefícios sociais
e econômicos para o país. O comitê se reúne periodicamente. No seminário anual de novembro
de 2003 a agenda incluía aspectos como: tecnologia: qualidade e competitividade na cadeia
produtiva da construção (Coutinho 2003).
O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior criou o fórum da
competitividade, o qual visa conduzir ações que melhorem a competitividade do setor produtivo
brasileiro no mercado mundial (MDIC 2002a). Há um Fórum específico para a indústria da
construção (dos 8 fóruns de discussão). O Foco deste Fórum atualmente é nas relações
internacionais (Mercosul e ALCA), bem como em estimular mais empresas a exportarem
serviços de engenharia e construção.
Todas estas iniciativas vêm contribuindo para a melhoria do setor da construção.
Representantes de entidades ligadas à construção dizem que o mais importante não é o
estágio em que a construção se encontra hoje, no que diz respeito a tecnologia e qualidade,
mas as melhorias que foram atingidas na última década.
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Organização
do cant eiro
Recursos Planejament o
humanos e organização
Gerência de da produção
cant eiros
Gerenciament o Máquinas,
dos mat eriais Cont role de equipament os
qualidade e e ferrament as
produt ividade
no cant eiro
Figura 22: Fatores fundamentais para boa gerência de canteiros.
110
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b) Organização do canteiro:
Projeto e padronização de canteiros;
Melhorias relativas às instalações elétricas e hidráulicas;
Controle de perdas de materiais no canteiro;
Limpeza da obra;
Organização de ferramentas.
Exemplo de organização: Programa 5s
O nome deste programa deriva de palavras japonesas iniciadas com a letra S: seiri, seiton,
seisoh, seiketsu, shitsuke. A tradução exata do japonês para o português é difícil, optando-se
por utilizar palavras como: arrumação (seiri), ordenação (seiton), limpeza (seisoh), asseio
(seiketsu), auto-disciplina (shitsuke) como idéias básicas.
Os objetivos do programa 5S são:
Melhoria da qualidade;
Prevenção de acidentes;
Melhoria da produtividade;
Redução de custos;
111
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Conservação de energia;
Prevenção quanto a paradas por quebra;
Melhoria da atmosfera e ambiente de trabalho;
Melhoria do moral dos empregados;
Incentivo à criatividade.
Estes objetivos devem ser estabelecidos pela alta administração, com metas que possam ser
acompanhadas e mensuradas.
Definições:
a) Seiri (Senso de Arrumação) CIMENTO
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Coletor de entulhos
Garfo porta-pallet
Garfo porta masseira
Dobradeira de estribos
Argamassadeira
Acabadora de superfície
Nível laser
Nível alemão
Régua vibratória para concretagem
Aplicador de chapisco
Equipamentos de projeção de argamassa
$
INVESTIMENTO:
INCENTIVOS; ROTATIVIDADE
TREINAMENTO
Figura 26: Dúvida: vale à pena investir em melhorias na área de recursos humanos?
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recebe orientações sobre a técnica em si, e de como demonstrá-la para seus subordinados.
Este tipo é feito por órgãos como o SENAI e consultorias privadas.
A elaboração de vídeos didáticos como elementos “difusores” das técnicas (ótimo para locais
onde é difícil (distância, custo) o acesso de equipes de treinamento.
Uma etapa importante após a realização de um programa de treinamento é a avaliação dos
resultados obtidos, em termos de sua eficiência. Estes resultados devem ser considerados sob
dois aspectos:
Apurar até que ponto o treinamento produziu as modificações desejadas no
comportamento dos empregados;
Verificar se os resultados do treinamento contribuíram para a consecução das metas
da empresa.
No sentido de que o treinamento é um esforço de fazer uma equipe atingir os objetivos da
empresa da maneira mais econômica possível, CHIAVENATO (1989) defende o treinamento,
não como uma despesa, mas como "investimento precioso cujo retorno é altamente
compensador para a organização".
O treinamento de mão de obra envolve investimento e constitui-se um desafio, pois se estará
transformando uma mão de obra mal preparada em uma equipe de profissionais competentes.
Assim, ao atuar para que os operários dominem as técnicas de execução, conseqüentemente
ter-se-á um produto final de melhor qualidade, e a execução dos serviços provavelmente será
mais rápida.
f1.1) Infraestrutura p/ educação e treinamento
Com o objetivo de melhorar a qualificação de seus operários, algumas empresas realizam
cursos de formação profissional no próprio canteiro de obras, em parceria com entidades como
o SENAI e entidades de ensino e pesquisa, ou empregando seu quadro técnico interno,
utilizando as técnicas acima mencionadas.
A realização destes eventos nos canteiros de obra, gera nas empresas necessidade de infra-
estrutura básica, ou seja, a preparação de locais para a realização dos cursos e a aquisição de
materiais e equipamentos para fins didáticos (filipchart, quadro negro, vídeo cassete, cadeiras
ou bancos feitos pelos próprios treinandos, etc.).
f1.2) Curso de alfabetização e de formação profissional para os operários
A baixa escolaridade da mão de obra do setor decorre, entre outros fatores, da entrada precoce
dos operários no mercado de trabalho, das dificuldades para o ingresso no sistema
educacional, tanto nos locais de origem como nos centros urbanos, e do desgaste excessivo
que reduz a capacidade de aprendizagem do trabalhador. Esta situação, aliada às
necessidades de mudanças nas formas de organização do trabalho, tem levado à promoção de
cursos de alfabetização e formação profissional (SENAI e universidades) para os operários.
predominantemente própria permite absorver as variações dos níveis de ocupação, sem perder
a cultura tecnológica da empresa.
f2.2) Eliminação da hora-extra e aumento do salário-base
A realização de horas-extra ou a adoção do regime de tarefa são artifícios empregados pelas
empresas para o aumento da remuneração, que, na maioria dos casos, não garantem melhoria
significativa na produtividade, ou qualidade de serviços, nem na qualidade de vida do
trabalhador. Diante disto, algumas empresas optaram por aumentar o salário-base, a partir da
eliminação prática das horas extras.
f2.3) Pagamento pontual
Para evitar o descontentamento provocado pela desconfiança dos operários quanto à forma de
pagamento, algumas empresas procuram, além da pontualidade, manter total transparência dos
procedimentos adotados, fornecendo memória de cálculo dos valores pagos, prêmios por
tarefas ou empreitadas, discriminação de descontos sobre o salário, e benefícios concedidos.
f2.4) Quadro de presença e astral dos operários
Considerando as dificuldades em registrar as variações de humor e comportamento dos
operários (para, assim, saber como tratar com estes), e para amenizar as rotinas e dificuldades
do trabalho, algumas empresas adotam o painel para o registro de humor dos operários. Cada
um coloca seu cartão na faixa pintada do quadro que corresponde ao seu estado emocional no
dia.
f2.5) Galeria de fotos com operário do mês e de bons e maus serviços
Com o objetivo de estimular a participação e o bom desempenho qualitativo e quantitativo,
algumas empresas adotam painéis onde são exibidas fotos de empregados que se destacaram
ao longo do mês. Também é organizada uma galeria de fotos mostrando os bons e maus
serviços realizados na obra.
f2.6) Premiações especiais
Premiação para férias: forma de permitir ao operário que mora longe, visitar seus familiares;
Premiação por tarefas grupais: os próprios trabalhadores terão o máximo interesse em distribuir
adequadamente as tarefas, visando atingir as metas.
f2.7) Concurso para sugestões e criação de frases / caixas de sugestões
Forma utilizada pelas empresas para envolver e motivar os trabalhadores, considerando que as
pessoas sentem-se mais estimuladas quando elas próprias estão participando do processo.
f2.8) Introdução de células de trabalho e ampliação dos trabalhos das equipes
As células de trabalho são formadas por grupos de pessoas capacitadas e designadas para
desempenhar uma ou várias funções, que distribuem entre si as atividades e dividem a
premiação obtida. Ampliando-se o trabalho, a célula pode ter atribuições mais completas na
construção, desde a preparação da cancha, abastecimento de materiais, produção
propriamente dita, até a verificação de itens de qualidade que devem ser atendidos.
f2.9) Formação de trabalhadores polivalentes
Para contornar o problema decorrente da estrutura de ofícios em que se encaixa a construção
civil e evitar a elevada rotatividade, algumas empresas estão adotando a polivalência ou
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de engenharia mundial são: (a) a escala, força e estabilidade financeira das empresas, às
vezes traduzida por disponibilidade de financiamentos pelo governo; (b) a identidade cultural e
operacional, com a importância de mercados regionais; e a (c) presença forte do país (garantida
por financiamento, prospecção, diplomacia e pesquisa).
Apesar de alguns pontos fracos (especialmente do ponto (a) e (c), as construtoras brasileiras
são boas exportadoras de serviços. O Brasil já desenvolveu grandes projetos em maiis de 50
países (MDIC 2002c).
O Brasil também é o maior exportador de serviços da América Latina (ver figura 28). Entretanto,
a parcela nas exportações mundiais ainda é muito pequena, já que aAmérica Latina tem uma
parcela de apenas 1% nas exportações mundiais de serviços (Coutinho 2003).
2.5
Brazil
Latin America
2
1.5
US$ billion
2.4
1 2
1.7 1.7
1.5 1.5 1.5
1.4 1.4 1.4 1.4
1.3 1.3 1.3 1.3 1.3
1.1 1.1
0.5 1 1 1 1
0
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001
Year
Figura 29: Exportação de serviços de engenharia de 1991 a 2001, do pelo Brasil e América Latina. Fonte:
COUTINHO (2003).
125
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c) Financiamento
O governo brasileiro, especialmente através do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento)
financia parte do trabalho de construção das empresas exportadoras – a parte que é
desenvolvida dentro do Brasil. COUTINHO (2003) mostra o mecanismo de financiamento para
projetos construídos no exterior. Financiamento é dado para a parte do projeto que é
desenvolvida no Brasil, do projeto à compra de equipamentos. Esta parcela deve constituir um
mínimo de 40% do custo do projeto. O financiamento é dado em Reais (não há financiamento
em dólares).
Figura 30: Mecanismo de exportação de serviços de engenharia, arquitetura e montagem industrial. Fonte:
COUTINHO (2003).
d) Investimento Estrangeiro Direto / concorrentes estrangeiras no país
A concorrência por construtoras estrangeiras no Brasil veio com a abertura de mercado nos
anos 90. Ainda assim, o Investimento Estrangeiro Direto na construção é relativamente limitado
(MDIC 2002c). de acordo com ENR (2003), o número de construtoras estrangeiras operando no
Brasil é 42. Exemplos são a alemã Hochtief (chegou ao Brasil nos anos 69, e hoje é quase
considerada uma empresa local); a argentin Technit, e a italiana CIGLA. A construção é
provavelmente um dos popucos setores da economia onde o número de empresas estrangeiras
não é significante no total. A concorrência por construtoras estrangeiras no Brasil não é uma
ameaça às empresas nacionais.
e) Missões comerciais
A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), com o apoio de instituições como
o MDIC (Ministério do Desenvolvimento Indústria e comércio Exterior), CAMEX (Câmara de
Comércio Exterior), e o Banco do Barsil, promove missões comerciais para diferentes países,
das quais participam representantes de muitos setores industriais. Estas iniciativas estimulam a
exportação e as relações entre os países.
f) Diversificação
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A diversificação é utilizada pelas empresas como estratégia para manter o balanço em ciclos
difíceis para a construção. Algumas empresas diversificam países de atuação, para diversificar
os ciclos econômicos nos quais atuar. Outras empresas diversificam atividades – incluindo
atividades muito distantes da área da construção, tais como calçados ou têxteis.
5.3.2 Consciência social e ambiental
Um outro ponto importante em estratégia é o respeito ao aspecto social e ao meio ambiente.
Estes pontos não são importantes somente como um diferencial para as empresas, mas para a
sua sobrevivência e a do planeta. A necessidade de adoção de normas como a ISO 14000
(ambiental) e a OSHAS 18000 (social) será uma realidade num futuro bem próximo. Enquanto
isto, ações como reciclagem de materiais (entulho), controle do desperdício, e monitoramento
dos agentes nocivos à saúde dos operários, por exemplo, são passos responsáveis a serem
dados pelas empresas.
a) Tendências
Clientes e partes interessadas cada vez mais exigentes
Crescimento da atividade de certificação
Integração: ambiente / qualidade / segurança / ética
b) Prêmios e certificações
Certificação ISO 14000 (http://www.iso.org/iso/en/iso9000-14000/index.html)
Certificação SA 8000 (http://www.sa-
intl.org/index.cfm?fuseaction=Page.viewPage&pageId=473)
OSHAS 18000 (http://www.ohsas-18001-occupational-health-and-safety.com/)
c) Exemplos de iniciativas
Ações de universidades em conjunto com Sinduscons;
Iniciativas de empresas na área social e ambiental;
Avanços na área edificações eficientes, rumo à sustentabilidade.
d) Destaques
d1) Projeto PESCAR
A empresa…
Recebeu certificação ISO 9002 na área de recursos humanos , com relação a
treinamento e segurança;
Investe em cursos de pós-graduação para seus engenheiros;
Operadores de equipamentos pesados recebem treinamento, inclusive em direção
defensiva, primeiros socorros e prevenção de acidentes;
Desenvolveu um forte programa educacional (PESCAR), que visa dar treinamento
específico a meninos de famílias muito pobres. Cada bloco de curso dura por 6 meses.
A empresa completou 14 turmas em 2003;
Depois de terminar o curso, 50% dos meninos são empregados pela empresa.
d2) Reciclagem (Programa de gestão ambiental – criado em 1998 – em certificação
ISO14001)
A empresa...
Instalou uma central de reciclagem de entulho - centro do RJ;
Entulho; eliminação do aço, gesso e outros materiais que possam afetar a qualidade do
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agregado;
Entulho gerado (5.000 m3) foi transformado em 1 milhão de blocos + ladrilhos +
argamassa;
Construiu um protótipo de casa popular.
Dados:
1m3 de entulho = 227 blocos de concreto 14X19X39 cm
Casa popular de 38 m2+ 1.100 blocos
Cada 5.000m3 de entulho = 1 casa popular
Hipótese:
200.000 m3 de entulho por ano = 40 mil novas casas populares
Menos consumo de óleo diesel + menos emissão de gás carbônico + melhores condições
de trânsito
Futuro:
Estudos para reduzir impacto nomeio ambiente; coleta seletiva p/ não descartar
material tóxico; controle de emissão de gases; controle de ruídos.
Disponibilizar este know how para entidades e órgãos governamentais.
128
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ANEXOS
I- Material para exercícios
II- (A) Impostos – alíquotas; (B) Regimes de tributação
OPCIONAIS
Artigos
Diretrizes para levantamento de quantitativos
BDI -TCPO
Planejamento e controle de estoques
Edital licitação
Outros
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1. Levantamento de quantitativos
2,0
3,6
1,5
4,0
4,0
6,0
Considerar: largura das portas: externa 1,0 m; internas 0,7 ; altura de parede para alvenaria = 2,5
m; para reboco interno = 2,7; externo = 2,85 m; paredes internas 15 cm, externas 20 cm.
Levantar os quantitativos de:
a) alvenaria: interna:____________ m2; externa:____________ m2
b) reboco interno (parede e teto): parede:____________ m2; teto:____________ m2
c) Reboco externo: _____________ m2
d) piso (considerar piso cerâmico simples em toda a casa): ____________ m2
e) portas internas:__________ unidades
f) portas externas:__________ unidades
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2. Composições Unitárias
Alvenaria de vedação com bloco cerâmico furado, juntas de 12mm com argamassa mista de cimento, cal
2
hidratada e areia sem peneirar traço 1:2:8 – e= 19cm – unidade m .
Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O.
Mat. MO
Pedreiro 0,74 h
Servente 0,91 h
Areia lavada tipo média 0,0207 m3
Cal hidratada CH III 3,09 kg
Cimento Portland CP II - 3,09 kg
E – 32
Bloco cerâmico vazado 13,00 un
de vedação
Leis sociais 170 %
Custo
Custo Total
2
Reboco para parede interna e teto com argamassa de cal e areia, e = 5 mm – unidade m .
Componentes Consumos unidad Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O.
e Mat. MO
Pedreiro 0,50 h
Servente 0,65 h
Areia lavada tipo média 0,0061 m3
Cal hidratada CH III 1,83 kg
Leis sociais 170 %
Custo
Custo Total
Piso cerâmico esmaltado 30X30, assentado com argamassa mista de cimento, cal hidratada e areia sem
2
peneirar traço 1:0,5:5, e=2,5cm – unidade m .
Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O.
Mat. MO
Ladrilhista 1,50 h
Servente 1,35 h
Areia lavada tipo média 0,0304 m3
Cal hidratada CH III 1,83 kg
Cimento Portland CP II - 8,60 kg
E – 32
Piso esmaltado liso 30 X 1,19 m2
30
Leis sociais 170 %
Custo
Custo Total
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Serviços
Componentes Consumos unidade Custo Unitário Custo Mat. Custo M.O.
Mat. MO
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Equipamentos
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3. Curva ABC
a) Fazer a classificação ABC para os seguintes insumos:
Custo Custo Participação Participação
Item Unidade Quantid. Unitário Total percentual acumulada
Cimento Portland, saco 50 kg um 5400 26,00
Servente Geral hs 27501 5,86
Pedreiro hs 9218 8,91
Azulejo branco extra (15X15) m2 1003 13,51
Brita 1 m3 458 69,17
Tijolo 8 furos (10X20X20) mil 90 460,00
Carpinteiro hs 4382 8,91
Cerâmica esmaltada m2 420 30,00
Areia media m3 618 61,22
Tinta PVA látex l 20000 10,86
Pintor hs 3500 8,91
Aço CA-50, 12,5 mm kg 2950 4,01
137
ECV 5307 - Administração da construção
a
Prof Cristine N. Mutti – UFSC – atualização 2013
ANEXO II (A)
IMPOSTOS - ALÍQUOTAS
http://www.receita.fazenda.gov.br/ (março 2016)
CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira - não é mais cobrada
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/consulta.action?termoBusca=cpmf (março 2016)
PIS/Pasep e Cofins
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/PisPasepCofins/RegIncidencia.htm (março 2016)
Imposto de Renda de Pessoas Jurídicas Tributadas pelo Lucro Real, Presumido ou Arbitrado
http://idg.receita.fazenda.gov.br/acesso-rapido/tributos/IRPJ (março 2016)
Contribuição social
http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/consulta.action?termoBusca=contribuicao+social (março 2016)
ANEXO II (B)
REGIME DE TRIBUTAÇÃO
1) Lucro real:
http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/2005/pergresp2005/pr242a264.htm
2) Lucro presumido:
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2000/Orientacoes/PessoasJuridicasSubmetidasApuracaoLu
croPresumidoLucroArbitrado.htm
138