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Com efeito, são esses os veículos condensadores dos valores fundamentais de certa
sociedade, e por meio deles tais valores são positivados. E mais, positivados no
texto constitucional.
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Luigi Ferrajoli assim também se posiciona sobre o tema, ao afirmar que o direito
positivo tem incorporado grande parte dos valores de justiça elaborados pelo
jusnaturalismo racionalista, através da colocação dos direitos naturais elaborados
nos séculos XVII e XVIII nas modernas Constituições, sob a forma de princípios
normativos fundamentais, de modo a ter perdido, em grande parte, o sentido do
conflito entre positivismo jurídico e jusnaturalismo, ao terem sido mudados os
termos da separação entre Direito e moral, entre validade e justiça, entre direito
como é e direito como deve ser. [02]
Voltando ao tema, a distinção entre princípios e regras deve ser vista a partir do
critério utilizado. Nesse trabalho, utilizar-se-á os critérios do conteúdo, valor e
modo de aplicação, como instrumentos possibilitadores da análise, seguindo-se a
linha traçada por Luís Roberto Barroso e Ana Paula de Barcellos [03],
complementando-a, ainda, com a crítica acerca do critério dos efeitos produzidos.
Porém, por esse critério, as regras teriam suporte fáctico e preceito determinados,
estabelecidos através de relatos objetivos, completos, precisos, perfeitamente
identificáveis e claramente diferentes dos relatos de outras normas, é dizer, os
elementos do suporte fáctico e as consequências atribuídas seriam precisamente
descritos na regra legal; em oposição aos princípios, que possuiriam suporte
fáctico e preceito indeterminados, ou seja, incompletos, com elementos descritos
de forma imprecisa, apenas correlacionáveis entre si, requerendo uma tarefa
complementadora e concretizadora por parte do aplicador.
O entendimento tradicional acerca da tipicidade foi feito com maestria por Alberto
Xavier, [05] em clássica lição até hoje muito difundida, e que encontra suas notas
distintivas nos elementos seletividade (cabe ao legislador escolher os fatos
tributáveis, sendo vedado o recurso a cláusulas gerais etc.), taxatividade (a lei deve
conter uma descrição rigorosa dos elementos constitutivos do tipo tributário,
sendo esses taxativamente postos, é dizer, constituem um numerus clausus, o que
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implica uma descrição perfeita e plena dos elementos, incompatível com lacunas
ou o uso de analogia), exclusivismo (os tipos tributários fazem uma valoração
definitiva e completa dos seus elementos constitutivos, com exclusão de quaisquer
outros) e determinação (os elementos do tipo devem ser expostos de forma
extremamente precisa e determinada, de modo a excluir qualquer margem de
apreciação subjetiva no caso concreto por parte do aplicador da lei, vedando-se os
conceitos indeterminados).
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Nesse quadro, começa a surgir a necessidade de uma revisão desses conceitos, mas
que deve ser norteada pelo cuidado para não se cair no realismo jurídico, no
voluntarismo judicial antidemocrático, incontrolável e imprevisível.
Nessa linha, interessante trazer à tona as lições de Humberto Ávila, para quem a
tradicional separação feita pela doutrina entre o conceito de classe – formado por
"uma soma rígida de elementos distintivos à qual um conjunto de fatos deve ou
não ser subsumido" [07] – e o conceito de tipo – que "representam uma totalidade
graduável e aberta à qual um conjunto de fatos pode ser correlacionado em grau
maior ou menor" [08] –, deve ser revista.
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Conclui o autor em comento que "o tipo não representa nenhuma forma autônoma
de pensamento que possa ser confrontada com o conceito", [10] sendo a discussão
sobre conceito e tipo um problema aparente, fruto de uma anterior e já superada
concepção da norma jurídica como texto geral e abstrato, cujo conteúdo seria
previamente determinado em termos abstratos, independentemente da realidade
fática subjacente. [11]
Essa análise, ainda que mais intensa no direito tributário, é extensível aos outros
ramos, podendo servir como interpretação geral, para fins de esclarecer a extrema
dificuldade de se editar regras totalmente determinadas, cujos elementos sejam
perfeitamente identificáveis, completos, precisos, haja vista todo signo linguístico
possuir uma margem de indeterminação, bem como a possibilidade de graduação
em seus elementos (um núcleo significativo central que serve para os casos típicos,
e pode ser estendido até que se percam seus elementos característicos, hipótese
em que se estará diante de outro signo).
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Portanto, as regras são descritas da forma mais determinada possível, pois uma
certa margem de indeterminação é característica intransponível à linguagem, bem
como uma certa vagueza dos signos linguísticos em particular; ao contrário dos
princípios, que não têm essa pretensão à determinação, sendo caracteristicamente
indeterminados. Contudo, tal critério pode até servir para caracterizar muitas
regras – aquelas mais comuns, mais facilmente perceptíveis, como às relacionadas
a limites de tempo –, mas não é suficiente para a generalidade dos casos, ou seja,
não serve para as regras que também são descritas de forma indeterminada, ainda
que em grau menos impreciso do que nos princípios.
Assim, a diferença é didaticamente útil caso entendida como uma forma de pensar
as regras como normas descritas do modo "o mais determinado possível", em
oposição aos princípios, normas descritas de forma indeterminada, requisitando
um maior esforço exegético do aplicador na tarefa de descrever seus suportes
fácticos e preceitos.
Todavia, percebe-se não ser possível, nos casos extremos, ter-se esse
critério como suficiente para fins de se diferençar uma regra de um
princípio, posto haver regras que também têm um conteúdo de imprecisão. Ou
seja, ainda que o critério sirva para os casos típicos – uma norma que preveja
certo limite de idade como elemento do suporte fáctico, como nos casos de
maioridade ou aposentadoria compulsória –, existem hipóteses de regras cujos
suportes fácticos e preceitos não são tão precisos e completos assim (ex: auferir
renda, transexualidade para fins de mudança de sexo etc.).
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Nesse sentido, as regras também buscam realizar um valor, não sendo, portanto,
avalorativas. Tanto assim que, na hipótese de surgir, num caso concreto, uma forte
razão contrária à realização do valor previsto na regra, pode-se deixar de aplicá-la,
utilizando-se, em seu lugar, outra norma-regra de exceção, ou então se declarando
a sua invalidade.
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Dito isso, parece correto afirmar que o critério do conteúdo não é cientificamente
imune a críticas, pois tanto as regras também contêm valores, como os princípios
também se referem a condutas, ainda que seja didaticamente útil, por reforçar a
ideia de que princípios se referem a valores – inicial e preferencialmente, mas não
exclusivamente –, e regras se referem a condutas – inicial e preferencialmente,
mas não exclusivamente.
Por esse critério, lastreados nas premissas teóricas desenvolvidas por Dworkin [14]
e Alexy [15], as regras seriam aplicadas por "subsunção", de modo que acontecendo
os fatos nelas descritos se dá a incidência e consequente produção dos efeitos
previstos ("tudo ou nada"), e em caso de conflito entre regras igualmente em vigor,
só uma pode ser aplicada, de modo a se expurgar a outra do ordenamento ou se
usar uma exceção, resolvendo-se a questão pelo uso dos critérios cronológico,
hierárquico ou da especialidade [16].
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Um conflito entre regras pode muito bem ser, também, um conflito entre
princípios, caso em que haveria ponderação entre regras. Uma regra proíbe a
entrada de cachorros em ônibus, outra permite aos deficientes visuais entrar com
cães-guias em locais públicos, tendo ambas os mesmos âmbitos de validade
espacial, pessoal, material e temporal, o conflito daí surgido não se dá apenas
entre regras, nem apenas entre princípios, envolve regras e princípios.
Por outro lado, havendo conflito entre regra e princípio é bastante comum a
conclusão – quase automática –, da prevalência do princípio, muitas vezes
usando-se nesse raciocínio o célebre argumento de Celso Antônio Bandeira de
Mello, segundo o qual princípio "é mandamento nuclear de um sistema,
verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes
normas compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata
compreensão e inteligência", e mais adiante "violar um princípio é muito
mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao
princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório,
mas a todo o sistema de comando. É a mais grave forma de ilegalidade ou
inconstitucionalidade." [17](Grifo nosso).
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Mas ainda nos demais casos, útil ter-se na retentiva que regras densificam
princípios, contendo valores, apenas especificados para situações particulares,
sendo, portanto, o resultado do processo de ponderação legislativa acerca dos
fatos que pretendem disciplinar. Princípios orientam a formulação das regras, pelo
Legislador, e auxiliam na sua compreensão, pelo aplicador. As regras representam
disciplinamentos de condutas relativas a certas situações que buscam efetivar
certos princípios, são detalhamentos de princípios aplicados às situações mais
específicas.
Ora, em caso de confronto entre um princípio e uma regra, sendo esta última o
resultado mais detalhado da aplicação de um outro princípio a uma certa situação,
parece mais correto concluir-se pela prevalência da regra. Defender-se o contrário
significa advogar-se pela prevalência do geral em face do especial, numa
argumentação baseada no conteúdo avalorativo das regras, premissa que já se
demonstrou equivocada.
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Agora, em caso de conflito entre regra e princípio, dizer que, normalmente, a regra
deve prevalecer, não significa dizer que a regra sempre deve prevalecer.
Realmente, existem hipóteses onde a prevalência da regra – em seu sentido usual
–, diante de um caso concreto, pode implicar grave violação a certo(s) princípio(s),
donde a necessidade de se declarar a inconstitucionalidade dessa regra, ou então
se produzir uma regra de exceção, aplicável àquelas específicas situações. Dois
exemplos podem auxiliar na compreensão do raciocínio.
Veja-se outro caso, desta feita real. O art. 13 do Novo Código Civil traz uma regra
que busca efetivar o princípio da integridade física da pessoa humana, tendo o
legislador ordinário feito uma valoração sobre o fato da disposição do próprio
corpo (desde que importe diminuição permanente da integridade física, ou
contrarie os bons costumes), para dizer ser isso impossível, salvo por exigência
médica. [19]
Diante dessa regra legal, bem como do princípio da proteção à integridade física
da pessoa natural, parece não restar dúvida de que, caso alguém requeira
autorização judicial para mutilar de forma permanente o próprio corpo (cortar
uma orelha, por exemplo), imotivadamente, esse pedido seria negado por
qualquer juiz deste país (sentido incontroverso). Contudo, caso haja mudança na
situação fática concreta, tal mudança pode importar na alteração do sentido
atribuído ao mesmo texto legal.
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legal, sendo esta mais restrita do que a regra geral, ou seja, estar-se-ia diante de
uma regra de exceção, aplicável a um subgrupo dos fatos previstos no suporte
fáctico da regra geral.
Como não se pode afirmar que em caso de conflito prevalece uma das espécies,
princípio ou regra, essa peculiaridade de ser o ônus argumentativo para superação
da regra maior do que o necessário para se superar o princípio, não serve como
critério de diferenciação, inclusive por ser muito tênue a linha divisória em certos
casos.
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Quanto aos limites objetivos, inclinam-se a ter natureza de regras, ainda quando
derivadas de um mesmo dispositivo (o princípio e a regra, extraídos a partir do
mesmo dispositivo), pois normalmente possuem uma específica determinação de
comportamentos nas situações neles previstas, em caráter primário e completo,
ficando o valor como algo subjacente e secundário. Obviamente, caso um aparente
limite objetivo, no exame concreto, não seja tão objetivo assim, contendo uma
conduta inespecífica e incompleta, estar-se-á diante de um princípio. É dizer,
aqueles princípios tidos como limites objetivos, normalmente, são regras, quando
não, podem ser enquadrados na categoria princípios (por sua inespecificidade e
incompletude), sem necessidade de uma terceira espécie normativa.
Agora, quanto aos efeitos, parece correta a descrição em comento, porém não soa
cientificamente inconteste definir-se a causa justamente pelo efeito que produz, ou
seja, usar-se o critério dos efeitos produzidos pelos princípios como forma de
identificá-los não é a atitude cientificamente mais correta.
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3. CRITÉRIOS DE DIFERENCIAÇÃO
Como visto, o critério da estrutura – pelo qual as regras são descritas da forma
mais determinada possível, em oposição à imprecisão e incompletude dos
princípios –, até pode servir para identificar os casos típicos, porém nos casos
limítrofes, extremos, ele não serve como instrumento identificador da
diferenciação, haja vista também existirem regras imprecisas, sendo um certo grau
de vagueza insuperável pela linguagem.
Diante dessas observações críticas, tem-se que buscar outro(s) critério(s) para
servir de instrumento diferenciador. Nesse momento, útil ter-se em mira ser mais
preciso falar-se em critérios distintivos, posto a soma destes indicar de modo mais
preciso quando se está diante de uma regra ou princípio.
Pelo primeiro, observa-se o tipo da relação que se dá entre o valor que a norma
busca realizar e a conduta específica, se a norma prevê explicitamente, contém,
cristaliza um valor ou finalidade, determinando-se a realização de condutas
inespecíficas frente a casos concretos, está-se diante de um princípio. Por outro
giro, se a norma prevê a realização de condutas específicas para as situações nela
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reguladas, condutas esta que, por sua vez, referem-se à realização de valores ou
finalidades nela (norma) implicitamente contidos, está-se diante de uma regra.
Um exemplo:
Ausente regra lega expressa, pode-se estar diante de uma regra legal implícita, ou
seja, assim como são possíveis os princípios implícitos, também são possíveis as
regras implícitas, a serem descobertas pelo aplicador para certos casos concretos,
onde estão presentes valores tutelados por determinados princípios.
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De outra banda, importante anotar que a expressão "norma jurídica" muita vez é
confundida com o texto dos diplomas legais, ou até mesmo com um artigo em
especial. Na realidade, um único artigo pode conter várias normas, ou uma norma
pode resultar da conjugação de vários artigos, como esclarece Pietro Perlingieri ao
afirmar ser a noção de artigo somente técnica, servindo para expor uma complexa
narrativa, às vezes extremamente concisa, outras mais diferenciadas, mas não
coincidirem as noções de artigo e norma, já que "cada artigo apenas raramente
encerra uma completa previsão normativa. Todavia, um mesmo artigo pode
também conter mais de uma norma". [22]
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Agora, se existe a regra, com conteúdo especificado para os fatos típicos, mas
diante do caso concreto o aplicador percebe que a sua aplicação contrariaria os
princípios que a própria regra busca efetivar, ou então contrariaria outro(s)
princípio(s) com forte carga valorativa para aquele caso, cabe ou a declaração de
invalidade da regra, ou a declaração de haver uma regra de exceção aplicável a
todos os casos semelhantes àquele.
Dito isso, importante salientar que as decisões jurídicas tomam por base normas,
quer princípios, quer regras, positivadas, que atribuem consequências a certos
fatos, donde outros tantos fatos simplesmente não serem normatizados, ficando à
margem do direito [23]. O esclarecimento é útil para reforçar a necessidade de se
estabelecer limites à atividade exegética, evitando-se que, diante da vagueza e
indeterminação dos princípios, o aplicador caia na tentação de ver a incidência dos
princípios sobre todo e qualquer fato, consoante o seu interesse pessoal.
6. CONCLUSÃO: REGRAS
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Pelo primeiro, observa-se o tipo da relação que se dá entre o valor que a norma
busca realizar e a conduta específica, se a norma prevê explicitamente, contém,
cristaliza um valor ou finalidade, determinando-se a realização de condutas
inespecíficas frente a casos concretos, está-se diante de um princípio. Por outro
giro, se a norma prevê a realização de condutas específicas para as situações nela
reguladas, condutas esta que, por sua vez, referem-se à realização de valores ou
finalidades nela (norma) implicitamente contidos, está-se diante de uma regra.
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Agora, se existe a regra, com conteúdo especificado para os fatos típicos, mas
diante do caso concreto o aplicador percebe que a sua aplicação contrariaria os
princípios que a própria regra busca efetivar, ou então contrariaria outro(s)
princípio(s) com forte carga valorativa para aquele caso, cabe ou a declaração de
invalidade da regra, ou a declaração de haver uma regra de exceção aplicável a
todos os casos semelhantes àquele.
NOTAS
1. Nesse sentido BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 11ª
ed. rev., atual e ampl. São Paulo: Malheiros Editores, 2001, especialmente
Capítulo 8; BARROSO, Luís Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do
novo direito constitucional brasileiro (Pós-modernidade, teoria crítica e pós-
positivismo). Revista Diálogo Jurídico, Salvador, CAJ – Centro de
Atualização Jurídica, v. I, nº. 6, set. 2001. Disponível em:
http://www.direitopublico.com.br (http://www.direitopublico.com.br/) . Acesso
em: 10 set. 2004.; BARROSO, Luís Roberto; BARCELLOS, Ana Paula de. O
Começo da História: a nova interpretação constitucional e o papel dos
princípios no direito brasileiro. In: SAMPAIO, José Adércio Leite (Coord.).
Crise e Desafios da Constituição. Belo Horizonte: Del Rey, 2004, p.
469-508; SILVA, Ivan Luiz da. Princípio da Insignificância no Direito
Penal. Curitiba: Juruá Editora, 2004, p. 30 e ss.
2. FERRAJOLI, Luigi. Direito e Razão: teoria do garantismo penal. Trad.
Ana Paula Zomer et ali. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 287 e ss.
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Autor
Angelo Braga Netto Rodrigues de Melo
MELO, Angelo Braga Netto Rodrigues de. Regras vs. princípios?. Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 14, n. 2286, 4 out. 2009. Disponível
em: <https://jus.com.br/artigos/13529>. Acesso em: 17 mar. 2018.
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