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TRIBUNAL MARÍTIMO

IF/GAP PROCESSO Nº 28.991/14


ACÓRDÃO

“EXPRESSO SOARES” e “EXPRESSO MJ SOARES”. Suposto excesso de


passageiros provocado por um possível transbordo entre duas embarcações da
mesma proprietária, que se encontravam atracadas a contrabordo na margem
esquerda do Rio Solimões, próximo do Furo do Paracuuba, Manaus, AM. Causa
determinante não foi apurada com a devida precisão. Exculpar. Arquivamento.

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.


Trata-se de analisar um suposto fato da navegação envolvendo as lanchas
“EXPRESSO SOARES” e “EXPRESSO MJ SOARES”, propriedades de Maria Januária Soares
de Lima, que se encontravam a contrabordo nas proximidades da saída do furo do Paracuuba, na
margem esquerda do Rio Solimões, Manaus-AM, quando, no dia 09/02/2013, e estariam
realizando transbordo de passageiros provocando o excesso de passageiros na lancha
“EXPRESSO MJ SOARES”.
Dos depoimentos colhidos e documentos acostados extrai-se que a lancha
“EXPRESSO SOARES”, inscrita, casco em alumínio, com 17,80 metros de comprimento e 20
AB, sendo conduzida pelo Marinheiro Fluvial de Convés Célio Roberto da Cunha Lopes, com
capacidade para transportar 86 passageiros, dois tripulantes e a lancha “EXPRESSO MJ
SOARES”, em processo de inscrição, casco em alumínio, com 21,15 metros de comprimento e
34 AB, com capacidade para transportar 85 passageiros, três tripulantes, sendo conduzida pelo
Contramestre Fluvial Erimar Soares de Lima, foram denunciadas através de e-mail de fl. 06
enviado à DPC, relatando que uma das lanchas, o expresso “EXPRESSO SOARES”, após passar
pela fiscalização da CP atracou a contrabordo da “EXPRESSO MJ SOARES” que a aguardava
no rio Solimões, próximo do Furo do Paracuuba, Manaus, AM, para realização de transbordo de
passageiros, fazendo com que o expresso “EXPRESSO MJ SOARES” ultrapassasse a sua
lotação autorizada de 86 passageiros ficando com mais de 150 a bordo para seguir viagem para a
Comunidade de Janauacá, Manaquiri, agravado pela informação de que os condutores não eram
habilitados. Que a embarcação “EXPRESSO SOARES”, após realizar o transbordo, retornou
para Manaus. Que as embarcações se utilizavam de tripulantes habilitados para passar pela
fiscalização, e após isso, quem comandava a embarcação eram os donos do barco. Cópia do e-
mail foi enviada à CFAOC para providências cabíveis. A CFAOC instaurou o IAFN, no qual o
Laudo Pericial Indireto foi realizado no dia 18/06/2013, momento em que os Peritos
identificaram deficiência de equipagem, e exposição a risco pela segurança das embarcações e
das vidas de bordo, nas duas embarcações.

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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 28.991/2014....................................................)
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Erimar Soares de Lima, Contramestre Fluvial, Condutor da lancha “EXPRESSO MJ
SOARES”, em seu depoimento declarou, em resumo, que a lancha realiza o trajeto Janauacá -
Manaus – Janauacá que não faz despacho da embarcação; que às vezes, por não contar crianças
como passageiros, a embarcação transportava excesso de passageiros; que o excesso
normalmente é de 4 a 5 passageiros.
Célio Roberto da Cunha Lopes, Marinheiro Fluvial de Convés, Condutor da lancha
“EXPRESSO SOARES”, em seu depoimento declarou, em resumo, que as lanchas nunca viajam
lotadas e nunca houve necessidade de retirar passageiros da lancha que comandava para outra
embarcação.
Maria Januária Soares de Lima, Marinheiro Auxiliar Fluvial de Máquinas (MMA),
tripulante da lancha “EXPRESSO MJ SOARES”, em seu depoimento declarou, em resumo, que
não sabia que a sua habilitação estava abaixo da prevista no CTS, o que não lhe permitia tripular
a embarcação “EXPRESSO MJ SOARES”; que em algumas viagens houve excesso de
passageiros, pois na lista de passageiros só constava os nomes dos adultos excluindo os nomes
das crianças.
Que a embarcação “EXPRESSO SOARES” lota 2 tripulantes, enquanto que o CTS
provisório da embarcação “EXPRESSO MJ SOARES” lota 1 MFC, 1 MFM e 1 MAF.
Documentação de praxe anexada.
No relatório, o Encarregado do Inquérito apontou a causa determinante como
superlotação no transporte de passageiros das lanchas “EXPRESSO SOARES” e “EXPRESSO
MJ SOARES” no trajeto entre Manaus e Janauacá (Manaquiri), as quais segundo a denúncia,
faziam transbordo de passageiros no meio do percurso. Após resumir a sequência dos
acontecimentos, e a análise dos dados obtidos do Laudo Pericial e depoimentos, concluiu que a
denúncia é procedente no que concerne ao transbordo de passageiros, além do que foi constatada
pela Perícia que a embarcação “EXPRESSO MJ SOARES” tem capacidade para embarcar 150
passageiros, pois além dos 86 passageiros sentados, é possível acomodar mais 60 em pé, embora
essa prática contraria as normas de segurança do tráfego aquaviário. Que no tocante à habilitação
dos comandantes, durante suas inquirições, eles apresentaram suas CIR válidas. Que o fator
material contribuiu eis que o excesso de passageiros a bordo é responsabilidade do comandante
de acordo com a LESTA. Apontou como possíveis responsáveis pelo fato os comandantes
Erimar Soares de Lima e Célio Roberto da Cunha Lopes que poderiam evitar que as lanchas
navegassem com excesso de passageiros e a proprietária das lanchas a MMA Maria Januária
Soares de Lima que desconsiderou os riscos advindos da superlotação.
Notificados, os indiciados Erimar Soares de Lima e Maria Januária Soares de Lima
apresentaram defesa prévia.
Erimar Soares de Lima alegou que no dia 09/02/2013 os Inspetores Navais não

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constataram superlotação nas embarcações “EXPRESSO MJ SOARES” e “EXPRESSO
SOARES”, tornando a denúncia improcedente. Maria Januária Soares de Lima afirmou também
que a denúncia não é procedente, e que, além disso, nunca precisou fazer transbordo de
passageiros com qualquer embarcação.
A D. Procuradoria ofereceu representação contra Erimar Soares de Lima, na
qualidade de Comandante da lancha “EXPRESSO MJ SOARES”, contra Célio Roberto da
Cunha Lopes, na qualidade de Comandante da lancha “EXPRESSO SOARES” e contra Maria
Januária Soares de Lima, na qualidade de proprietária das duas embarcações, com fulcro no art.
15, alíneas a e e, da Lei nº 2.180/54, sustentando, em resumo, que analisados os presentes autos,
o primeiro representado Erimar Soares de Lima agiu com inobservância dos deveres de cautela
tendo em vista ser responsável pela quantidade de passageiros a bordo e conduziu seu agir de
modo contrário ao direito, no instante em que suspendeu com a lancha, ciente do número
excessivo de passageiros e da ausência de equipamento de salvatagem suficiente a bordo. Que o
segundo representado Célio Roberto da Cunha tinha conhecimento da operação de transbordo
efetuada, pois conduzia os passageiros até a lancha “EXPRESSO MJ SOARES”, expondo a risco
a vida daquelas pessoas bem como a segurança da embarcação.
Que a terceira representada Maria Januária Soares de Lima desconsiderou os riscos
advindos da superlotação a que estava exposta a L/M “EXPRESSO MJ SOARES” e os
passageiros que nela eram transportados, cabendo ainda a sua responsabilização pela deficiência
de equipagem da L/M “EXPRESSO MJ SOARES” posto que exercia a função de condutora,
pois é Marinheiro Fluvial Auxiliar de Máquinas, estando abaixo da habilitação exigida no CTS
da embarcação.
Recebida a representação e citado, os representados, que não possuem antecedentes
no Tribunal Marítimo, foram regularmente defendidos.
Erimar Soares de Lima alegou, por I. advogado, alegou que as provas apresentadas
são frágeis e insustentáveis, pois se embasam unicamente pelo depoimento prestado pelo
Representado; que segundo o IAFN, o Representado é confesso, mas que a confissão foi tirada
de pessoa rude, sem a presença de advogado; que os autos carecem de provas, uma vez que os
depoimentos extraídos das testemunhas não são meios idôneos de provas, não podendo levar a
uma condenação; que não há provas nos autos da realização do transbordo, da existência de 60
pessoas viajando em pé e de que a embarcação era deficiente de salva-vidas (contava com cerca
de 90 a 100 coletes).
Maria Januária Soares de Lima alegou, por I. advogado, que as provas apresentadas
são frágeis e insustentáveis, pois se embasam unicamente pelo depoimento prestado pelo
Representado; que segundo o IAFN, o Representado é confesso, mas que a confissão foi tirada
de pessoa rude, sem a presença de advogado; que os autos carecem de provas, uma vez que os

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depoimentos extraídos das testemunhas não são meios idôneos de provas, não podendo levar a
uma condenação; que não há provas nos autos da realização do transbordo, da existência de 60
pessoas viajando em pé e de que a embarcação era deficiente de salva-vidas (contava com cerca
de 90 a 100 coletes).
Célio Roberto da Cunha Lopes alegou, por I. DPU, a ausência de responsabilidade
do Representado pois não há qualquer prova concreta nos autos capaz de comprovar que
qualquer das embarcações estava mal aparelhada, tampouco eram impróprias para o serviço de
transportes de passageiros. Ressalvada a fragilidade de uma denúncia anônima, mormente se
considerada a inexistência de números exatos em relação à contagem de passageiros, muito por
conta da impossibilidade fática para tanto, o Laudo de Exame Pericial Indireto atestou que é
capaz de transportar, além dos 86 passageiros, outros “mais ou menos” 60, totalizando os cerca
de 150 que se estimou estarem presentes ao tempo do suposto fato da embarcação; que em
momento algum o Representado Célio era o responsável pelo transbordo, tampouco teria ele
admitido a ocorrência de tal prática e que tal prática consta dos autos que o suposto transbordo
teria sido conduta imputável a um terceiro, despachante José Fernandes, que teria prestado tal
serviço mediante acerto financeiro com a proprietária das embarcações; que não houve
comprovação alguma da ausência de deficiência de equipagens, mau estado das embarcações,
indícios de poluição ou insuficiência de equipamentos de segurança; que a quantidade de
passageiros da “EXPRESSO MJ SOARES” tenha sido considerada capaz, de fato, expor a risco
a referida embarcação e seus passageiros, não poderia o Representado Célio ser
responsabilizado, seja por não ser o proprietário ou comandante da embarcação alegadamente
sobrecarregada; que a conduta do ora Representado decorreu do estrito cumprimento de seu
ofício e, quando muito, do não se imiscuir em determinações de seu empregador, pelo que se
exclui eventualmente a ele imputável, uma vez que ausente conduta dolosa ou culposa que,
direta ou indiretamente, possa ter causado ou ameaçado qualquer bem alheio de lesão.
Adicionalmente, o I. DPU impugnou os fundamentos elencados na Representação
por negativa geral.
Na instrução, nenhuma prova foi produzida.
Em alegações finais, nada foi acrescentado.
Decide-se.
De tudo o que consta nos presentes autos, conclui-se que a natureza e extensão do
fato da navegação sob análise, tipificado no art. 15, letra “e”, da Lei nº 2.180/54, ficaram
caracterizadas como suposto excesso de passageiros provocado por um possível transbordo entre
duas embarcações da mesma proprietária, que se encontravam atracadas a contrabordo na
margem esquerda do Rio Solimões, próximo do Furo do Paracuuba, Manaus, AM.
A causa determinante não foi apurada com a devida precisão.

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Analisando-se os autos, verifica-se que a Diretoria de Portos e Costas recebeu, por
meio de um e-mail datado de 11/02/2017, uma denúncia de uma usuária do serviço de transporte
fluvial entre as cidades de Manaus e Manaquiri, de que a lancha “EXPRESSO MJ SOARES”
transportava excesso de passageiros, tendo em vista um possível transbordo da lancha
“EXPRESSO SOARES” para a outra lancha, e que com isso, a lancha “EXPRESSO MJ
SOARES” seguiu em direção ao município de Manaquiri com excesso de passageiros, com mais
de 150 pessoas, superior à lotação de 80 passageiros. Que tal prática ocorria também no retorno
com o transbordo inverso para que as embarcações passassem pela fiscalização da CP sem que
pudessem ser constatado o excesso de passageiros na confluência dos Rios Negro e Solimões.
Denúncia foi encaminhada pela DPC à CFAOC mediante o ofício n º 40-3 de 15/02/2013. A
CFAOC em 25/02/2013 determinou a abertura do IAFN para apurar as causas e as
responsabilidades do fato da navegação.
De acordo com o Relatório de Embarcação Nacional de fl. 07 a lancha
“EXPRESSO SOARES” possui a capacidade de 2 tripulantes e 86 passageiros, totalizando 88
pessoas a bordo e a lancha “EXPRESSO MJ SOARES” de acordo com a licença provisória para
entrada em tráfego de fl. 12, possui capacidade para transportar 3 tripulantes (1 MFC, 1 MFM e
1 MAF – CTS provisório de fls. 09/10) e 85 passageiros, totalizando 88 pessoas a bordo.
Os Representados Erimar e Maria Januária em seus depoimentos negaram que
tenham transportado excesso de passageiro eis que alegaram que poderia ter havido um excesso
quanto ao número de crianças já que só computam os adultos presentes para efeito da capacidade
plena da lancha. Em suas defesas técnicas, da mesma forma, negaram o fato da navegação e que
as provas apresentadas são frágeis e insustentáveis, pois se embasam unicamente pelo
depoimento prestado pelos Representados.
O Representado Célio negou que tenha realizado transbordo entre as embarcações.
Em sua defesa técnica alegou a ausência de sua responsabilidade, pois não há qualquer prova
concreta nos autos capaz de comprovar que qualquer das embarcações estava mal aparelhada,
tampouco eram impróprias para o serviço de transportes de passageiros.
Assiste razão às defesas dos Representados.
O Relatório do IAFN considerou para suas conclusões os dados obtidos do Laudo
Pericial e nos depoimentos dos Representados. Os Representados durante os depoimentos
negaram que tenha havido um excesso de passageiros no montante apontado pela denúncia, com
mais de 150 passageiros a bordo, confirmaram sim, que poderia ter havido excesso de crianças,
de 4 a 5, pois que computavam apenas os adultos para compor a lotação máxima de passageiros.
De fato nos autos não se verifica a existência de prova inconteste de que a embarcação
“EXPRESSO SOARES” tenha realizado o transbordo de passageiros e que a lancha
“EXPRESSO MJ SOARES” tenha embarcado passageiros totalizando cerca de 150 passageiros

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para navegar com destino a Manaquiri.
No mesmo diapasão, no que se refere à deficiência de equipagem não foi
comprovado que a MMA Maria Januária conduzira a embarcação “EXPRESSO MJ SOARES”,
após o suposto transbordo de pessoas a despeito de sua qualificação como Marinheiro Auxiliar
Fluvial de Máquinas, até porque o Laudo Pericial constatou que ambos os Condutores, o CMF
Erimar e o MFC Célio eram habilitados para a função que exerciam.
Outrossim, na Jurisprudência Brasileira consta que são requisitos para admissão de
uma delação anônima que a Autoridade que está determinada a apurar os fatos, ao receber tal
denúncia, terá que se convencer da veracidade dos fatos narrados, e isso deve ser feito por meio
das investigações preliminares que deverão ser realizadas antes da abertura do inquérito. E se
confirmada a justa causa, ou seja, indícios de autoria e materialidade do ilícito, a Capitania dos
Portos, no caso, deveria, então, instaurar o inquérito, com provas suficientes a comprovar a
realidade fática do fato da navegação denunciado à Autoridade Marítima.
A Denúncia Anônima por si só não produz provas suficientes e necessárias para
imputar culpa a outrem, devendo para tanto ser precedida de averiguações preliminares por parte
da Capitania dos Portos, de modo que, venham aos autos do IAFN a comprovação do
descumprimento de qualquer Norma da Autoridade Marítima, e em consequência, a aplicação ou
não da Sanção Administrativa prevista na LOTM, após concedidos a ampla defesa e o
contraditório em face do devido processo legal.
No caso presente, observa-se que durante o IAFN não foram produzidas provas
suficientes a ensejar o Processo Administrativo e, com isso, a culpabilidade dos Representados.
Portanto, por insuficiência de provas, devem ser exculpados o Contramestre Fluvial Erimar
Soares de Lima, o Marinheiro Fluvial de Convés Célio Roberto da Cunha Lopes e a Marinheiro
Auxiliar Fluvial de Máquinas Maria Januária Soares de Lima.
Quanto ao excesso de passageiros, referente ao transporte adicional de 4 a 5
crianças, este não configurou, a meu ver, um fato da navegação que expusesse a risco à
segurança da navegação, mas tão somente uma infração ao RLESTA. Tal excesso de crianças,
confessos pela proprietária MMA Maria Januária e pelo Comandante CMF Erimar da lancha
“EXPRESSO MJ SOARES”, portanto solidários nessa conduta, um como Comandante e a outra
como proprietária embarcada, deve-se atribuir as infrações ao RLESTA: art. 22, inciso II –
transportar excesso de passageiros e, da mesma forma solidários quanto a incidência no art. 13,
inciso III, - não dispor de todos os tripulantes conforme o CTS da embarcação, referente à lancha
“EXPRESSO MJ SOARES”.
Pelo exposto, deve-se considerar improcedente a fundamentação da PEM,
exculpando os Representados por falta de provas. Deve ser oficiado à Capitania Fluvial da
Amazônia Ocidental as infrações ao RLESTA, art. 13, inciso III (não dispor a bordo de todos os

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tripulantes exigidos conforme o Cartão de Tripulação de Segurança), e art. 22, inciso II –
transportar excesso de passageiros cometidas pela proprietária MMA Maria Januária Soares de
Lima e pelo CMF Erimar Soares de Lima, da lancha “EXPRESSO MJ SOARES”.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à natureza
e extensão do fato da navegação: suposto excesso de passageiros provocado por um possível
transbordo entre duas embarcações da mesma proprietária, que se encontravam atracadas a
contrabordo na margem esquerda do rio Solimões, próximo do Furo do Paracuuba, Manaus, AM;
b) quanto à causa determinante: não foi apurada com a devida precisão; c) decisão: julgar o fato
da navegação previsto no art. 15, alínea e, da Lei nº 2.180/54, como de origem indeterminada,
exculpando-se os Representados CMF Erimar Soares de Lima, o MFC Célio Roberto da Cunha
Lopes e a MMA Maria Januária Soares de Lima, mandando-se arquivar os autos do Processo; e
d) medidas preventivas e de segurança: oficiar à Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental as
infrações ao RLESTA, art. 13, inciso III (não dispor a bordo de todos os tripulantes exigidos
conforme o Cartão de Tripulação de Segurança), e art. 22, inciso II – transportar excesso de
passageiros cometidas pela Proprietária MMA Maria Januária Soares de Lima e pelo
Comandante CMF Erimar Soares de Lima, da lancha “EXPRESSO MJ SOARES”.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 24 de agosto de 2017.

GERALDO DE ALMEIDA PADILHA


Juiz-Relator

Cumpra-se o Acórdão, após o trânsito em julgado.


Rio de Janeiro, RJ, em 7 de novembro de 2017.

MARCOS NUNES DE MIRANDA


Vice-Almirante (RM1)
Juiz-Presidente
PEDRO COSTA MENEZES JUNIOR
Primeiro-Tenente (T)
Diretor da Divisão Judiciária
AUTENTICADO DIGITALMENTE

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COMANDO DA MARINHA
c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
2018.03.07 14:55:47 -03'00'

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