Industria Brasileira 2018-02

CARTA AO LEITOR
E
m todo o mundo, os governos vêm buscando reduzir o tem-
po que as empresas dedicam para o cálculo e o pagamen-
to de tributos. Ter regras claras e simples, que não gerem
insegurança jurídica e estimulem o investimento, contribui para
reduzir os custos de produção e aumentar a competitividade no
mercado internacional. Nesse sentido, a cobrança de impostos
no modelo de valor agregado é adotada, atualmente, em mais
de 150 países. Cobrado sobre o consumo, não afeta a produção
e não onera a exportação. Outro ponto importante é não tribu-
tar investimentos e exportações, o que contribui para aumen-
tar a competitividade dos produtos brasileiros.
A simplificação de tributos é uma necessidade para o Brasil
modernizar sua legislação e caminhar para reduzir o volume de
impostos pagos pela sociedade. A reforma tributária, em discus-
são no Congresso Nacional desde a estabilização da inflação,
obtida com o Plano Real, é o tema da reportagem de capa des-
ta edição. Relator da proposta mais recente, discutida ao lon-
go de 2017 com diversos segmentos da sociedade, o deputado
Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) diz que as mudanças que está pro-
pondo, com a criação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS)
e outros ajustes, poderão fazer o país crescer à taxa de tigres
asiáticos, entre 6% e 7% ano.
Um passo importante para dar maior segurança jurídica às
empresas na área tributária foi a aprovação, pelo Conselho Na-
cional de Política Fazendária (Confaz), que reúne os secretários
estaduais da Fazenda, de regras validando os incentivos fiscais
do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) con-
cedidos nos últimos anos. A medida, também abordada na re-
portagem principal, deve gerar novos investimentos.
Essa edição traz ainda uma reportagem sobre o ATA Carnets,
documento que facilita a vida dos importadores e exportado-
res brasileiros. Em apenas um ano de operação, já foram emi-
tidos 103, transformando o Brasil no maior emissor desse tipo
de papel na América Latina. Outra reportagem mostra como o
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) elaborou
um mapeamento do perfil socioemocional do seu corpo docen-
te usando recursos da inteligência artificial.
Boa leitura!
2 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 3
SUMÁRIO
Revista INDÚSTRIA BRASILEIRA
Publicação Mensal da Confederação Nacional da Indústria - CNI
www.cni.org.br
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
PRESIDENTE
Robson Braga de Andrade ARTIGO DO PRESIDENTE CAPA AGENDA LEGISLATIVA GIRO BRASIL
VICE-PRESIDENTES
Paulo Antonio Skaf; Antônio Carlos da Silva; Paulo Afonso Ferreira; Paulo
Gilberto Fernandes Tigre; Flavio José Cavalcanti de Azevedo; Glauco José
Côrte; Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira; Edson Luiz Campagnolo; Jorge Parente
Frota Júnior; Eduardo Prado De Oliveira; Jandir José Milan; José Conrado
Azevedo Santos; Antonio José De Moraes Souza Filho; Marcos Guerra; Olavo
Machado Júnior.
6
DIRETORES
8 28 40
Francisco de Assis Benevides Gadelha; José Carlos Lyra de Andrade; Proposta de reforma tributária Pauta do Congresso Nacional Confiança do empresário
Alexandre Herculano Coelho de Souza Furlan; Jorge Wicks Côrte Real; Sérgio simplifica, mas mantém carga traz grande número de projeto capixaba completa um
Marcolino Longen; Antonio Rocha da Silva; Heitor José Müller; Carlos Mariani
Bittencourt; Amaro Sales De Araújo; Pedro Alves De Oliveira; Edílson Baldez
tributária importantes para a economia ano de otimismo
Das Neves; Roberto Proença De Macêdo; Roberto Magno Martins Pires;
Rivaldo Fernandes Neves; Denis Roberto Baú; Carlos Takashi Sasai; João INFOGRAFIA COMPETITIVIDADE GIRO GLOBAL
16
Francisco Salomão; Julio Augusto Miranda Filho; Roberto Cavalcanti Ribeiro; Entenda a proposta em
32
Ricardo Essinger.
discussão na Câmara dos Brasil supera 100 Ata
CONSELHO FISCAL Deputados Carnet em primeiro ano de
João Oliveira de Albuquerque; José da Silva Nogueira Filho; Francisco de operação
18
Sales Alencar; Célio Batista Alves; José Francisco Veloso Ribeiro; Clerlânio INCENTIVOS FISCAIS
Fernandes de Holanda.
Confaz aprova convalidação NOVAS TECNOLOGIAS
34
Superintendência de Jornalismo de incentivos fiscais do ICMS Indústria 4.0 deve chegar
CNI/SESI/SENAI/IEL a 21,8% das empresas
42
LUIZ CARLOS HAULY em dez anos Empresários do
22
Superintendente de Jornalismo
Deputado diz que reforma Reino Unido estão
José Edward Lima
tributária pode ser aprovada TERMÔMETRO ECONÔMICO mais animados
Gerente-executivo de Jornalismo neste ano
36
Rodrigo Caetano Indicadores mostram SESI / SENAI / IEL
BERNARD APPY que 2017 encerrou com
24 44
DESENVOLVIMENTO e PRODUÇÃO
FSB COMUNICAÇÃO Para especialista, recuperação consistente SENAI usa inteligência
transição longa poderá artificial para traçar perfil
Consultor editorial: Vivaldo de Sousa; Jornalista Responsável: Rachel Mello reduzir resistências dos seus docentes
(DF 3877/95); Reportagem: Andrea Mesquita e Vivaldo de Sousa; Projeto
Editorial, gráfico e editoração: Armando Salmito, Daniel Barroca, Daniel INDÚSTRIA EM AÇÃO
26
Santiago e Tayelen Castro; Revisão de texto: Renata Portella. Informações
técnicas: (61) 3317-9472, fax (61) 3317-9456. Email: revistacni@cni.org.br
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Autorizada a reprodução desde que citada a fonte. indústria será trimestral
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ARTIGO DO PRESIDENTE
A PRÓXIMA viabilizar a reforma desde 1995. Essa medida con- peso sobre o setor produtivo funcionariam como um
tinua sendo fundamental para facilitar a vida dos forte impulso à competitividade. Após tantas tenta-
contribuintes. Outras diretrizes devem ser a deso- tivas frustradas, o país espera que União, estados e
REFORMA
neração das exportações e dos investimentos, a não municípios possam superar desentendimentos polí-
cumulatividade dos tributos e a utilização mais rápi- ticos, viabilizando essa imprescindível reforma. As-
da de créditos acumulados pelas empresas. sim, o Brasil crescerá num ritmo mais condizente
O subproduto da racionalização do sistema se- com suas necessidades de criação de empregos.
ria uma bem-vinda redução da carga tributária, hoje
calculada em torno de 33% do Produto Interno Bru-
to (PIB). O peso dos impostos na nossa economia é
O
sistema tributário brasileiro é complexo, dis- e taxas. Sem esse passo decisivo, será muito difí- excessivo em comparação com países de semelhan-
funcional e caro. Em vez de atuar a favor do cil conseguirmos consolidar um cenário propício à te nível de desenvolvimento. Além disso, os cida-
aumento da competitividade do setor produ- expansão vigorosa e duradoura da economia. dãos reclamam, com razão, do retorno insatisfató-
tivo, acaba por prejudicar o ambiente de negócios A ideia básica é simplificar procedimentos e di- rio na forma de infraestrutura pública e de serviços
e o crescimento da economia. Da maneira como minuir os custos relacionados ao pagamento dos providos pelo Estado, ambos de baixa qualidade.
foram instituídas, a partir da edição de um emara- tributos, que são altíssimos no Brasil. A complica- Por mais de 20 anos, os brasileiros vêm deba-
nhado de leis, decretos, portarias e instruções nor- da legislação demanda o esforço de equipes nume- tendo a premência de uma reforma tributária. Nesse
mativas, as obrigações tributárias se tornaram um rosas nas companhias médias e de grande porte período, perdemos uma oportunidade atrás da ou-
dos mais recorrentes pesadelos de quem produz e para tentar compreendê-la e recolher os impostos tra. Estamos atrasados. Estados Unidos e Argenti-
gera empregos no Brasil. de modo apropriado. Mesmo as microempresas ne- na, dois dos nossos maiores concorrentes no merca-
Foto: Miguel Ângelo / CNI

Após as recentes medidas de modernização do cessitam do auxílio de contadores experientes. Sem do externo, aprovaram, recentemente, mudanças no
país, pendente ainda a reforma da Previdência So- ajuda técnica especializada, é impossível dar con- sistema de cobrança de impostos, reduzindo a car-
cial, devemos atacar uma das maiores causas da ta da tarefa. ga sobre as empresas. Como resultado, devem ter
ineficiência nacional: os altos custos tributários. O A unificação de tributos, especialmente os um aumento nos investimentos e nas exportações.
desenvolvimento do Brasil exige uma ampla revisão que incidem sobre a circulação de bens e servi- O regime tributário brasileiro sufoca a ativida-
do regime de cobrança de impostos, contribuições ços, foi um ponto central em todas as tentativas de de econômica. Sua simplificação e a diminuição do
Robson Braga de Andrade é empresário e presidente

da Confederação Nacional da Indústria (CNI)

CAPA
É HORA DE DESATAR
O NÓ TRIBUTÁRIO
PROPOSTA REDUZ CUSTOS INDIRETOS, MAS PROJETO
PRECISA AVANÇAR NA ELIMINAÇÃO DA CUMULATIVIDADE
8 INDÚSTRIA BRASILEIRA
8 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO
FEVEREIRO2018
2018 2018 INDÚSTRIA
FEVEREIRO2018
FEVEREIRO BRASILEIRA 9
INDÚSTRIA BRASILEIRA
CAPA
E
m 2017 existiam, no Brasil, 63 tribu- conta, é 1,4 mudança por dia”, afirma mas outra pessoa olha e tem uma inter- simplificação, o texto ainda mantém alto
tos e 97 obrigações acessórias, for- Sheila Pieroni, diretora tributária da Bos- pretação diferente ou mesmo um tribunal nível de tributação cumulativa no siste-
mando um conjunto de documentos, ch, multinacional de origem alemã. Se- tem uma outra decisão. E nem sempre as ma tributário. Acabar com a cumulati-
registros e declarações usado para o cál- gundo ela, uma empresa que atua em pessoas sabem como aplicar a determi- vidade é fundamental para aumentar a ALGUMAS CURIOSIDADES
culo de tributos, que precisam ser envia- todo o território brasileiro tem de enten- nação de um tribunal”. Em países com competitividade da indústria e da econo-
dos às autoridades fazendárias em âmbi- der e se adaptar à legislação de cada operação do porte da empresa no Brasil mia brasileiras. Na opinião da Confede-
to federal, estadual e municipal dentro de uma das unidades da Federação. “Embo- e legislação mais clara, a equipe é, em ração Nacional da Indústria (CNI), aca-
prazos pré-estabelecidos sob pena de as ra haja uma regra geral clara, há muni- média, de quatro pessoas. bar com a cumulatividade é a principal
empresas serem multadas, conforme es- cípios que têm regras específicas e pre- Com o objetivo de mudar essa situ- mudança a ser feita. Existem hoje, em vigor no Brasil, 63 tributos
timativa do Instituto Brasileiro de Plane- cisamos olhar aquilo”, afirma. ação, melhorar o ambiente de negócios Apesar da patente necessidade de e 97 obrigações acessórias (conjunto de
jamento e Tributação (IBPT). Além disso, À frente de uma equipe de 37 pes- e estimular o setor produtivo, a Câmara o Brasil elevar sua taxa de investimen-
havia mais de 3.790 normas que precisa- soas, responsáveis por cuidar dos pro- dos Deputados discute, há mais de um to e as vendas para o exterior, o país es- documentos, registros e declarações usados
vam ser seguidas de acordo com o ramo cessos e cálculos do pagamento de im- ano, uma proposta de reforma tributá- barra em velhos problemas do sistema para o cálculo de tributos e que precisam
de atividade empresarial. postos, Pieroni destaca outro ponto que ria que busca simplificar o sistema de tributário. No caso do investimento, os ser enviados à Receita Federal dentro de
“O sistema tributário brasileiro hoje dificulta o dia a dia das empresas: a fal- cobrança e de pagamento de impostos impostos que incidem sobre aquilo que prazo pré-estabelecido, sob pena de multa)
é muito complexo. Os estudos mostram ta de clareza. “Você olha uma legislação, no Brasil, o que poderá contribuir para se adquire para a realização de um novo
que temos mais de uma mudança de uma pessoa entende que aquela altera- uma redução indireta do custo dos tri- projeto – máquinas, equipamentos, ma-
legislação tributária por dia. Na nossa ção significa uma determinada mudança, butos nos produtos. Embora avance na teriais de construção – vão parar em seu
custo final, um ônus que chega a 10,6%,
segundo estudo da CNI. Em países com
EMPRESAS GASTAM 1.958 HORAS POR ANO PARA CALCULAR E PAGAR TRIBUTOS NO BRASIL regras mais funcionais, os impostos in- Cada empresa tem de seguir mais de 3.790
Veja abaixo a situação em alguns países selecionados (em horas)
cidentes sobre investimentos são rapi- normas e, diariamente, uma média de 30
damente restituídos. nova regras ou atualizações tributárias
Além disso, as empresas exporta- são editadas
doras perdem competitividade ao terem
de embutir no preço das mercadorias o
Brasil 1.958 Colômbia 239 Japão 151 Bolívia 1.025 custo de tributos que não são recupera-
dos e de outros que dificilmente serão
recuperados.
Itália 238 Nova Zelândia 140 Venezuela 792 Alemanha 218 A redução da carga tributária está Fonte: IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário)
fora de discussão por hora. Um almeja-
do alívio no peso dos tributos deve ficar
França 139 Equador 666 Índia 214 Bélgica 136 para um segundo momento. A propos-
ta que vem sendo discutida na Câmara incluir multas e juros, os contribuintes Discutida com representantes dos
dos Deputados, cujo relator é o deputado brasileiros, pessoas físicas e empresas, diferentes ramos empresariais, com
Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), não prevê recolheram aos cofres públicos R$ 2,02 os partidos políticos e com especialis-
Paraguai 378 África do Sul 210 Canadá 131 Argentina 311,5 redução da carga tributária porque, para trilhões em tributos federais, estaduais tas, a reforma em discussão elimina a
avançar nas mudanças, um dos pressu- e municipais Contribuição Social sobre o Lucro Líqui-
postos foi o de manter a mesma distri- Ainda em negociação e sem prazo do (CSLL) cobrada das empresas, que
China 207 Dinamarca 130 Chile 291 Uruguai 190 buição de recursos para União, estados definido para ser votada, a proposta co- será incorporada ao Imposto de Renda.
e municípios, que passam por uma crise ordenada por Hauly deve incluir oito pro- Além dele, as discussões conduzidas por
fiscal e enfrentam, nos últimos anos, di- jetos de lei e uma Proposta de Emenda Hauly preveem a manutenção da contri-
Reino Unido 110 Peru 260 Estados Unidos 175 Austrália 105 ficuldades em pagar suas contas. à Constituição (PEC). A expectativa de buição previdenciária, do Imposto sobre
Caso o projeto de reforma se torne quem participa das conversas é que o Propriedade Territorial Urbana (IPTU), do
realidade, a previsão é de que a carga texto esteja pronto no primeiro semes- Imposto sobre Propriedade de Veículos
caia à medida que houver recuperação tre deste ano, com votação na Câmara Automotores (IPVA) e dos impostos de
Portugal 243 Rússia 168 Finlândia 93 México 240,5 das receitas tributárias, que virão com dos Deputados até julho e, no Senado, importação e de exportação.
a arrecadação mais robusta em cima de até dezembro. Na versão mais recente, Também não haverá alteração no
uma base que incluirá novos contribuin- nove tributos seriam extintos para dar Simples Nacional, regime tributário sim-
Espanha 152 Singapura 4 Fonte: Doing Business 2018 = Banco Mundial tes. Assim, pode-se esperar que a car- lugar a um imposto sobre valor agrega- plificado para micro e pequenas empre-
ga se mantenha em torno dos a 32,38% do, denominado até agora de Imposto sas. Está prevista ainda a criação de um
do Produto Interno Brasileiro (PIB), regis- sobre Bens e Serviços (IBS). Mas ainda Imposto Seletivo, que incidiria sobre al-
trados pela Receita Federal, em 2016 e faltam os detalhes de como esse tribu- guns produtos como energia elétrica,
divulgados no fim do ano passado. Sem to será regulamentado. combustíveis, comunicações, veículos,
CAPA
BRASILEIRO TRABALHOU 153 DIAS EM 2017 PARA PAGAR IMPOSTOS

Veja evolução vier acompanhada de uma legislação cla- uma hora para outra”, mas de maneira penalizando as atividades produtivas. Os
ra que não crie insegurança jurídica. É paulatina. Olenike defende uma tributa- tributos incidentes sobre bens e serviços
preciso detalhar mais como será regula- ção menor sobre consumo e maior sobre no Brasil representam 43,6% da carga tri-
mentada. Há muito conflito: essa mudan- renda e patrimônio. “Deveria tirar o su- butária total, enquanto os tributos sobre
153 153 ça vem dentro da lógica de que nenhum foco tributário do governo em cima das renda e propriedade representam 21,2%
ente federativo terá perda de arrecada- empresas, tanto federal como estadual, e 5,7%, respectivamente. Nos países da
ção, mas por outro lado vai haver a cen- e tributar apenas o lucro e os resultados OCDE, essas proporções são, respectiva-
tralização da legislação. O ideal é uma positivos das empresas”. mente, 33,1%, 33,2% e 5,4%.
única legislação clara em âmbito fede- Castelo Branco, da CNI, diz que a A carga é elevada para a maior parte
ral, o que evitaria termos de ficar acom- questão da carga tributária deve estar dos setores da economia, mas sua inci-
151 151 panhando a legislação de cada estado. relacionada à discussão do controle de dência sobre a atividade industrial é ain-
A legislação confusa é um dos maiores gastos e à maior eficiência no uso de da mais acentuada. A indústria, que re-
pecados do Brasil no campo tributário”, recursos públicos. “A reforma tributá- presenta 21,2% do Produto Interno Bruto
150 150 afirma ela. ria tem de ser neutra do ponto de vista (PIB), é responsável por recolher 40,3%
fiscal. Em relação à carga tributária, o da carga tributária.
REDUÇÃO DA CARGA limite de teto dos gastos públicos, ado- Para Pieroni, da Bosch, a redução da
149 TRIBUTÁRIA tada em 2017, deve contribuir, ao lon- carga tributária é necessária e precisa
“A reforma tributária é importante go do tempo, para diminuir o volume acontecer. “No entanto, esse não pare-
para mudar a forma como são cobrados de tributos pagos, uma vez que as des- ce ser o caso, agora, da proposta em dis-
148 os tributos no Brasil. A proposta que está pesas do governo federal vão crescer cussão. Ao simplificar a legislação, ha-
em discussão no Congresso Nacional vai num ritmo menor nos próximos anos”, verá redução de obrigações acessórias e
basicamente no caminho da simplifica- avalia ele. isso vai gerar um ganho indireto de cus-
ção. Vai ajudar, mas não deve resolver o Não só a carga tributária é elevada e tos para a indústria”, destaca. O núme-
problema da alta carga tributária”, afir- complexa no Brasil, como também o peso ro de obrigações acessórias, que no ex-
ma João Eloi Olenike, contador e presi- dos tributos sobre a produção e comercia- terior é menor, entre duas e três vezes,
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 dente do IBPT. Segundo ele, a redução lização de bens e serviços é proporcio- é outro aspecto danoso do sistema tri-
Fonte: IBPT da carga tributária “não pode ser feita de nalmente maior do que em outros países, butário brasileiro. “São cerca de 80 obri-
gações totais que entregamos na Bosch
cigarros e bebidas. O texto em discussão cumulatividade no sistema tributário, de- de tributos ao longo da cadeia produti- todos os meses, considerando as obriga-
prevê que a nova cobrança entre em vi- vido à incidência do Imposto Seletivo so- va manteria os conhecidos problemas de ções federais, estaduais e municipais”,
gor no segundo ano após a aprovação bre insumos fundamentais para diversas competitividade das mercadorias nacio- CARGA TRIBUTÁRIA CHEGOU A 32,38% DO PIB EM 2016 informa ela.
da PEC, com um período de 15 anos para atividades econômicas”, avalia. nais frente a seus concorrentes no co- Veja evolução nos últimos 10 anos “O que mais nos afeta é o volume
que o setor publico possa se adaptar a Em 2015, segundo cálculos da CNI, mércio mundial. de obrigações a cumprir e isso exige
elas. Nesse período de transição, como 7,14% da carga tributária total gerada Castelo Branco ressalta que o percen- um compliance muito forte. Hoje, a le-
nova etapa da reforma, deverá ocorrer a pelo atual sistema tributário foram re- tual de 9,3% foi calculado com base na gislação não está alinhada com os ne-
diminuição da cobrança de impostos so- colhidos através de incidências cumu- premissa da proposta de reforma tribu- gócios. O que eu quero dizer: hoje, por
bre o consumo e o aumento da tributa- lativas existentes nos tributos a serem tária de que a arrecadação do Imposto exemplo, temos a Internet da Coisas,
ção sobre a renda extintos pela proposta de reforma tribu- Seletivo será idêntica ao montante atu- 33,66% tema no qual todas as empresas estão
tária, diz Castelo Branco. “Com o novo almente recolhido por tributos federais e 33,36% buscando negócios, mas se você olhar
AUMENTO DE CUMULATIVIDADE sistema proposto, estimamos que 9,3% estaduais sobre as atividades econômicas 33,52% a legislação, ela não sabe como tratar
Para Flávio Castelo Branco, gerente- da carga tributária total passaria ser ge- nas quais ele irá incidir (energia elétrica, esse modelo de negócios. A empresa
-executivo de Política Econômica da Con- rada por incidências cumulativas provo- combustíveis, telecomunicação, veículos 32,50% 32,56% 32,38% quer vender um produto, mas não sabe
federação Nacional da Indústria (CNI), cadas pelo Imposto Seletivo”. automotores e suas peças, cigarro e bebi- 32,63%
32,11% como deve ser o tratamento tributário.
a proposta de reforma tributária aproxi- A cumulatividade no sistema em das). Essa premissa pode não se concre- A área tributária da empresa tem de
ma o sistema brasileiro do padrão ado- discussão decorre, segundo ele, da não tizar, pois existe o risco de que se eleve a 32,26% decidir, mas sabe que vai ser um risco
tado pela maioria dos países desenvolvi- geração de crédito do Imposto Seletivo tributação com o Imposto Seletivo, dado 31,87% para o negócio. Isso acaba afetando as
dos, cujas principais características são para as fases seguintes da cadeia pro- que o seu recolhimento é de fácil adminis- vendas”, avalia Pieroni.
a existência de um imposto sobre valor dutiva e do não creditamento do IBS tração e a variação da demanda em res- Embora tenha tido uma redução de
adicionado totalmente não cumulativo, recolhido nas etapas anteriores, em posta a aumentos de preços não é muito 80 horas na comparação com a pesquisa
um único tributo sobre renda e impos- aquisições realizadas por atividades tri- grande. Nesse caso, o nível de cumulati- anterior do Banco Mundial, o Brasil se-
tos seletivos. “O problema da propos- butadas pelo Imposto Seletivo. É o caso, vidade presente no novo sistema tributá- 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2010 gue como país onde mais se gasta tem-
ta de reforma tributária, em termos dos por exemplo, da energia elétrica, insumo rio seria ainda maior. po com as obrigações tributárias: 1.958
ganhos de competitividade que poderia básico da indústria. No caso de mercado- Pieroni, da Bosch, vai na mesma li- horas. Na Bolívia, que ocupa o penúlti-
gerar, é que manterá elevado nível de rias destinadas à exportação, o acúmulo nha. “A ideia de simplificação é boa se Fonte: Receita Federal mo lugar do ranking, são em média 1.025
CAPA
BRASIL TEM MAIOR CARGA TRIBUTÁRIA ENTRE OS PAÍSES DO MERCOSUL

demorado. Temos, aqui na empresa, de- país. Estudo da CNI, feito em parceria os investimentos fora do Brasil são mais
(VEJA COMPARAÇÃO COM OUTROS PAÍSES, EM % DO PIB ,DADOS DE 2014)
manda judicial de 17 anos”, diz Sheila com a Ernest Young, mostra que o Bra- baratos. Além disso, a alta carga tributá-
Pieroni, da Bosch. sil está cada vez mais distante da média ria desestimula os investimentos brasilei-
mundial, hoje em 22,96%. Nos Estados ros no exterior.
França 45,22% Bélgica 44,66% Itália 43,64% Alemanha 36,16% EUA REDUZ IMPOSTO Unidos, as empresas brasileiras pagam “O sistema de tributação das subsi-
EMPRESARIAL 21% de IR, assim como as demais es- diárias brasileiras que atuam no exterior
Outro fato que reforça a importância trangeiras, mas precisam recolher ainda é mais oneroso e complexo que a maio-
Portugal 34,44% Reino Unido 32,57% Argentina 32,19% Canadá 30,82% da reforma tributária no Brasil é a recente a diferença de 13 pontos percentuais so- ria dos demais países. Com ou sem refor-
redução do Imposto de Renda para empre- bre o lucro ao Fisco brasileiro. ma tributária, precisamos enfrentar isso
sas nos Estados Unidos e na Argentina, Essa situação acontece com as em- o mais rápido possível para que não blo-
Bolívia 28,74% Uruguai 26,98% Estados Unidos 26% Chile 19,82% que acabou reduzindo a competitividade presas que operam na Argentina e as que queie ou crie obstáculos adicionais à in-
das multinacionais brasileiras com inves- investem nos 172 países que têm o im- ternacionalização das empresas brasilei-
timentos no exterior. Essa redução deixou posto menor que o brasileiro. Entre 2000 ras. Precisamos buscar uma forma mais
o Brasil isolado no movimento mundial de e 2016, a média dos impostos dos países próxima da que a maioria dos países uti-
México 19,5% Equador 19% Peru 18,77% Venezuela 18,29% redução da alíquota do IR. EUA e Argen- da OCDE passou de 32% para 23,98%. Já liza. E a maior parte não está tributando
tina reduziram este ano a taxação para no Brasil manteve-se em 34% nesse perí- as subsidiárias no exterior porque elas já
21% e 25%, respectivamente. odo. Essa diferença tem impacto bastan- estão submetidas à tributação dos países
Paraguai 17,06% No Brasil, o imposto é de 34% e as te negativo para a economia brasileira. O onde estão localizadas”, afirma Dan Ios-
empresas pagam à Receita Federal a di- país perde recursos direcionados às ex- chpe, presidente do Fórum das Empresas
ferença entre a alíquota dentro e fora do portações, à pesquisa e à inovação, pois Transnacionais Brasileiras (FET) da CNI.
Fonte: OCDE e Receita Federal
horas. Na Argentina, por exemplo, o tem- Sistema Público de Escrituração Digital dos estados com redução nas receitas A GRAMA DOS VIZINHOS É MAIS VERDE
po médio é de 311,5 horas anuais. Esse (SPED), que consiste numa plataforma com o tributo. Como a simplificação e
IR ELEVADO REDUZ COMPETITIVIDADE DE EMPRESAS BRASILEIRAS COM INVESTIMENTO NO EXTERIOR
número cai para 240,5 horas por ano no de envio de documentos fiscais, declara- a harmonização das regras dificultam o
México. A título de exemplo, os países ções e informações exigidas pelo gover- uso do ICMS como instrumento de estí-
da Organização para a Cooperação e De- no. Essa plataforma, projeto desenvol- mulo ao desenvolvimento regional, a CNI
senvolvimento Econômico (OCDE) é de vido em conjunto pela Receita Federal, propõe, como forma de preservar o pa-
160,7 horas anuais, menos de 10% do secretaria estaduais da Fazenda, CNI e pel dos estados nas políticas de desen- Índia 34,61% África do Sul 28% China 25% Brasil 34%
tempo gasto no Brasil. Grupo de Estudos Tributários Aplicados volvimento, a criação do fundo que pro-
(GTAP), busca simplificar as obrigações verá recursos para tais políticas.
OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS acessórias e eliminar declarações e for- “Além das obrigações acessórias, al- Austrália 25% Itália 24% México 30% Canadá 25%
Ex-auditor da Receita Federal, Milton mulários estaduais redundantes. gumas leis são obscuras e conflitantes
Carmo de Assis, diretor do Grupo Assist Parte dessas medidas vai na direção com princípios constitucionais e normas
– Assessoria e Planejamento Tributário, do que pediu a CNI no documento “Para legais, dificultando para as empresas a
também destaca as obrigações acessó- Sair da Crise 2016-2018”, divulgado em definição de procedimentos e controles Coréia do Sul 28,74% Japão 29,74% Espanha 25% Média Mundial 22,96%
rias como uma fonte de custo adicional 2016. A reformulação do ICMS, em dis- e obrigando-as a lançarem mão de pro-
para as empresas. Segundo ele, as nor- cussão na proposta de reforma tributária, cedimentos administrativos e planeja-
mas para recolhimento do Imposto sobre é uma medida fundamental para reduzir mento tributário na tentativa de reduzir França 28% Indonésia 25% Estados Unidos 21% Alemanha 28%
Circulação de Mercadorias e Serviços a insegurança jurídica, facilitar o plane- legalmente a carga tributária”, afirma
(ICMS) são divulgadas de maneira dife- jamento das empresas e estimular novos Assis. Segundo ele, “a análise de clas-
rente em cada uma das 27 unidades da investimentos, assim como a convalida- sificação fiscal deve estar presente des-
federação. Segundo ele, a classificação ção dos incentivos fiscais do ICMS, apro- de o momento da concepção de novos Argentina 25%
de mercadorias, usada como base para vada pelo Conselho Nacional de Política mercadorias”.
o pagamento de tributos, representa um Fazendária (Confaz) em dezembro de 2017 Tal situação acaba, também, geran-
alto risco para as empresas em diversos (leia reportagem na página 18). do insegurança jurídica e muitas deman-
tributos como Imposto sobre Propriedade Para a CNI, a reforma do ICMS deve das judiciais. “Há um número elevado de
Industrial (IPI) e ICMS. incluir a mudança da cobrança do local demandas, muitas ligadas à interpreta-
Com base em medidas anunciadas no de origem para o local de destino da ção da lei. Você olha e tem de saber se
ano passado pelo Ministério da Fazen- mercadoria ou serviço. Como essa alte- aquilo compõe a base de cálculo ou não
da, a Receita Federal estima que esse ração afetará a arrecadação dos estados e aí começa uma discussão judicial. Esse
tempo médio no Brasil seja reduzido de maneira diferente, deverá ser criado também é um ponto de desgaste, uma
para menos de 600 horas até o final de um fundo que permita, durante a transi- vez que a empresa tem de ficar adminis-
2018. Entre outras coisas, foi criado um ção para o novo sistema, a compensação trando riscos, além de ser um processo Fonte: Ernest Young/CNI

CAPA
COMO SERÁ A TRAMITAÇÃO COMO FICARIA A DIVISÃO

ENTENDA A PROPOSTA EM DISCUSSÃO DOS PRINCIPAIS TRIBUTOS
APÓS A TRANSIÇÃO
NA CÂMARA DOS DEPUTADOS 1. Proposta será votada na Câmara
dos Deputados. A PEC é votada em
dois turnos.
União
2. Depois segue para votação no Senado. Imposto de Renda, Imposto Seletivo,
ITR, ITCMD e Contribuição Previdenciária
3. Se aprovado sem alterações, os textos
Criação de um IVA (Imposto Fim das isenções tributárias e dos projetos de lei seguem para sanção Estados
sobre Valor Agregado), que vai tributos que seriam mantidos: presidencial e a PEC para promulgação IVA, IPVA e Contribuição Previdenciária
substituir os seguintes tributos: pelo presidente do Congresso Nacional
Municípios
4. Mudanças podem começar a ser IPTU, ITBI e Contribuição Previdenciária
Imposto sobre Circulação Imposto de Renda (IR) implantadas em 2019, com transição
de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 15 anos.
Imposto Predial e
Imposto sobre Territorial Urbano (IPTU)
Serviços (ISS)
Imposto sobre Propriedade
Imposto sobre Produtos de Veículos Automotores (IPVA)
Industrializados (IPI)
Imposto sobre a Propriedade O QUE PROPÕE A CNI
Programa de Territorial Rural (ITR)
Integração Social (PIS)
Imposto de Transmissão Carga tributária Redução e eliminação da cumulatividade de tributos
Contribuição para o Financiamento de Bens Imóveis (ITBI)
da Seguridade Social (Cofins) Investimentos e exportações Desoneração de investimentos e exportações
Imposto sobre Transmissão
Contribuição sobre Intervenção de Causa Mortis e Doação (ITCMD) Simplificação e transparência Simplificar a estrutura tributária
de Domínio Econômico (Cide)
Contribuição
Programa de Formação do Patrimônio Previdenciária
do Servidor Público (Pasep)
Imposto de
Imposto sobre Operações Importação (II) VEJA O PESO DOS TRIBUTOS PARA ALGUNS PRODUTOS SELECIONADOS
Financeiras (IOF)
Imposto de
Salário-educação Exportação (IE)
Simples Nacional Relógio 56,14% Telefone celular 39,80% Sabão em pó 40,80%
Açúcar 30,60% Geladeira 46,21% Bicicleta 45,93%
Manteiga 33,77% Cosméticos 55,27% Calça jeans 38,53%
Criação do Imposto Seletivo, a ser pago pelos setores de energia elétrica, combustíveis, Água mineral 37,44% Pasta de dentes 31,37% Sapato 36,17%
telecomunicações, cigarros, bebidas, veículos, eletrodomésticos e aparelhos eletroeletrônicos
Garrafa térmica 44,63% Cimento 30,05% Cigarro 83,32%
Diesel 46,60% Telha 33,95% Protetor solar 34,74%

Fim da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), cobrada sobre o lucro das
empresas e que será incorporada ao Imposto de Renda

CAPA
CONFAZ APROVA CONVALIDAÇÃO

DE INCENTIVOS FISCAIS DO ICMS
MEDIDA ATENDE DETERMINAÇÃO DA LEI COMPLEMENTAR NO 160 E DEVE TRAZER
MAIS SEGURANÇA JURÍDICA PARA AS EMPRESAS

FEVEREIRO2018
FEVEREIRO2018
CAPA
Q
uase cinco meses depois de o Com base no que foi aprovado, os informações sobre os convênios deve- a decisão do Confaz demonstra o empe- pautada numa determinada decisão de in- cheio de ICMS pela empresa que pagou
presidente Michel Temer ter san- estados têm prazos determinados para rão ser públicas. nho em garantir um ambiente mais favo- centivo de um estado”, afirma. No entan- imposto com desconto em outro estado.
cionado a Lei Complementar no publicar seus incentivos, levar sua le- “O convênio no 190/2017 do Confaz é rável aos negócios. to, ele destaca que “a guerra fiscal que se “O convênio tende a estabilizar as
160/2017, o Conselho Nacional de Po- gislação ao Confaz e republicar as re- essencial para garantir a segurança jurí- Pimentel disse que não há estimati- estabeleceu no Brasil nos últimos tempos expectativas e conferir um pouco de se-
lítica Fazendária (Confaz), que reúne os gras restituindo os incentivos, agora dica dos investimentos que foram feitos va sobre o montante de recursos relativo virou um jogo de soma negativa, com nin- gurança jurídica a um ambiente há mui-
secretários estaduais da Fazenda, apro- devidamente convalidados e com se- pelas indústrias como contrapartida pelos aos incentivos fiscais, mas que foram es- guém ganhando e todo mundo perdendo”. to instável. Contudo, é necessário que os
vou acordo que convalida incentivos fis- gurança jurídica. “O principal ganho é benefícios fiscais. Ela garante que serão senciais para os investimentos de diver- Além de orientar as secretarias esta- estados fiquem atentos às condições a
cais do Imposto sobre Circulação de a segurança jurídica”, avalia Renato La- respeitados os termos contratados entre sas empresas. “Não sei o montante en- duais da Fazenda sobre como proceder serem cumpridas, tanto para efetivar os
Mercadorias e Serviços (ICMS) conce- cerda, secretário da Fazenda de Santa os estados e as empresas, muito embora volvido, mas todos os incentivos fiscais para validar os incentivos concedidos sem efeitos da remissão dos créditos tributá-
didos nos últimos anos. A medida reduz Catarina. Ele destaca, ainda, a possibi- reconheçamos ser necessária uma tran- concedidos que foram considerados fora autorização, para tentar reduzir a guerra rios quanto para reinstituir validamente
insegurança jurídica e deve estimular no- lidade de estados da mesma região co- sição do modelo de guerra fiscal para um do contexto legal estavam sub judice e fiscal do ICMS, o convênio aprovado pelo os benefícios. Isso depende de um esfor-
vos investimentos por parte das empre- piarem os incentivos fiscais um dos ou- sistema isonômico e competitivo para pro- de maneira retroativa. Imagine uma em- Confaz exige que as empresas desistam ço conjunto e coordenado, sob pena de
sas. A lei, que tem como objetivo acabar tros, uma vez que a Lei Complementar mover o desenvolvimento econômico sus- presa que esteja instalada há dez anos das ações ajuizadas contra os autos de fracassar”, avalia Guilherme Leite, ad-
com a guerra fiscal, ao criar regras mais no 160, sancionada em agosto de 2017, tentável”, destaca Fernando Figueiredo, e, de repente, poderia se ver obrigada a infração decorrentes da guerra fiscal. Em vogado especialista em direito tributá-
flexíveis para os incentivos fiscais, fixou só restringe a cópia a estados de outros presidente da Associação Brasileira da In- pagar impostos passados e desmontar geral, essas autuações são lançadas quan- rio do escritório Machado, Leite e Bue-
um prazo de 180 dias para que aqueles regiões. De acordo com a legislação, as dústria Química (Abiquim). Segundo ele, toda uma estrutura de negócios que foi do o estado não permite o uso do crédito no Advogados.
em vigor considerados irregulares fos-
sem validados.
“A convalidação veio no sentido de
regularizar o passado e abrir um cam-
po futuro para que as empresas tomem
VEJA OS TIPOS DE BENEFÍCIO FISCAL
suas decisões de investimento de ma-
neira mais segura. É uma medida funda-
CONVALIDADOS PELO CONFAZ
mental para a indústria. Vivíamos uma
grande insegurança jurídica, de que po-
deria haver uma decisão do Judiciário Isenção de tributos Antecipação do prazo para apropriação do crédito do ICMS
Isenção de tributos
que, em tese, levaria a uma quebradei-
ra geral. Isso olhando para o passado.
Olhando para a frente, você cria condi- Redução da base de cálculo Financiamento do imposto
ções para que as empresas tomem de-
cisões de investimento pautadas numa Manutenção de crédito Crédito para investimento
lógica de que haverá mais segurança
jurídica para se trabalhar e investir”,
afirma Fernando Pimentel, presidente Devolução do imposto Remissão
da Associação Brasileira da Indústria
Têxtil e de Confecção (Abit).
São Paulo, Paraná e Amazonas se
Crédito outorgado ou crédito presumido Anistia
manifestaram contra o acordo aprovado
pelo Confaz (convênio no 190/2017). Es- Dedução do imposto apurado Moratória
tados da região Sudeste que se opunham
à aprovação revisaram suas posições e
o quórum necessário, de dois terços das Dispensa do pagamento Parcelamento em prazo superior ao estabelecido em acordos do Confaz
unidades federadas e ao menos um ter-
ço das unidades federadas de cada re- Dilatação do prazo para pagamento do imposto
gião, foi atingido. O convênio não prevê
nenhum mecanismo de redução gradu-
al. Os prazos finais dos incentivos fiscais Outro benefício ou incentivo, sob qualquer forma, condição ou denominação, do
ficaram definidos da seguinte forma: 15
anos para atividades agropecuária e in- qual resulte, direta ou indiretamente, a exoneração, dispensa, redução, eliminação,
dustrial; 8 ano para importações; 5 anos total ou parcial, do ônus do imposto devido na respectiva operação ou prestação
para atividades comerciais; 3 anos para
operações interestaduais com produtos
in natura (extrativos vegetais e agrope-
cuários); e 1 ano para os demais.
CAPA
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“REFORMA TRIBUTÁRIA
PODE AVANÇAR ATÉ
COMEÇO DE JULHO”
PARA O DEPUTADO LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR),
AS MUDANÇAS PROPOSTAS VÃO SIMPLIFICAR O
SISTEMA TRIBUTÁRIO E REDUZIR BUROCRACIA A reforma vai tirar todas as gorduras que atrapalham a formação de preços relativos e a livre concorrência, diz Hauly
R
elator da reforma tributária na Como a reforma vai estimular o au- Nossa proposta prevê a extinção de nove estados, além dos partidos políticos Também vamos eliminar a elisão fiscal. fator importante nessa perda do ritmo
Câmara dos Deputados, Luiz Carlos mento de produtividade? tributos sobre o consumo (ISS, ICMS, IPI, no Congresso Nacional, e entendo que Há uma gordura imensa que pode ser de crescimento da economia brasilei-
Hauly (PSDB-PR) acredita que a Ao reduzir a burocracia, nós vamos dimi- PIS/Pasep, Cofins, Cide, salário-educa- estamos conseguindo um consenso so- trabalhada. Outro fator importante é a ra. Outros fatores relevantes foram as
proposta que está negociando pode nuir um custo de mais de R$ 100 bilhões ção, IOF), que seriam substituídos pelo bre os principais pontos. Para reduzir diminuição da sonegação, uma vez que questões trabalhistas, resolvidas com a
ser votada ainda no primeiro semes- por ano, relativo ao cumprimento das IVA clássico e alguns itens do IVA que as divergências em relação à partilha haverá mais gente pagando imposto por- reforma aprovada em 2017, e o endivi-
tre e começar a ser adotada em 2019. exigências fiscais. Depois, vai diminuir seriam cobrados seletivamente, como dos recursos, propomos uma transi- que vai sair da informalidade. damento público. Metade do problema
“Para reduzir as divergências em rela- o contencioso administrativo e judicial, energia elétrica, combustíveis, embarca- ção de cinco anos, em que as arreca- está relacionado ao sistema tributário.
ção à partilha dos recursos, propomos que hoje gira em torno de R$ 2 trilhões. ções, veículos, cigarros, bebidas e tele- dações federal, estadual e municipal Quando a proposta poderia ser apro- Se ele fosse simples e funcional, como
uma transição de cinco anos em que as Além disso, vai reduzir a renúncia fiscal, comunicações. A cobrança seria dos dois vão permanecer nos mesmos percen- vada na Câmara dos Deputados? estamos propondo, estaríamos crescen-
arrecadações federal, estadual e muni- em torno de R$ 500 bilhões anuais, e a lados, como IVA e como imposto seleti- tuais dos últimos cinco ou seis anos, Espero fechar o apoio das lideranças do à taxas de tigres asiáticos.
cipal vão permanecer nos mesmos per- sonegação, estimada atualmente em R$ vo. Em relação ao Imposto de Renda, ha- com cobrança automática e recursos partidárias em fevereiro, bem como de
centuais dos últimos cinco ou seis anos”, 460 bilhões por ano. As mudanças tam- veria a unificação da Contribuição Social repassados diretamente aos entes fe- entidades representativas setoriais. Aprovada em 2018, quando a propos-
diz ele. bém devem eliminar a elisão fiscal, que sobre o Lucro Líquido (CSLL). Haveria a derais, sem necessidade de passar por Pelas conversas que tive, acredito que ta entraria em vigor?
tem acumulada uma dívida ativa de R$ 3 manutenção da contribuição previdenci- um fundo para serem distribuídos. No deputados e senadores querem votar Acredito que poderíamos começar a
Quais são os principais pontos da trilhões. A reforma vai tirar todas as gor- ária e dos impostos patrimoniais. sexto ano começa a mudança de co- a reforma tributária ainda no primei- testar a ferramenta de cobrança, com
proposta de reforma tributária? duras que atrapalham a formação de pre- brança, que passa da origem para o ro semestre, antes das eleições gerais uma alíquota experimental de 1%, já
O primeiro ponto é a redução do custo ços relativos e a livre concorrência e tam- Reforma tributária é um tema polê- destino gradualmente ao longo de dez marcadas para outubro. As mudanças em 2019. Se tudo funcionar como o pre-
de produção. O segundo é a redução de bém reduzirá a burocracia, uma vez que a mico e sobre o qual as divergências anos. Mas esse é um ponto que ainda que estamos propondo poderão fazer visto, com os ajustes sendo feitos ao
custo do capital aplicado. O terceiro é cobrança poderá ser feita online, sem ato estão nos detalhes. Há condições de está em aberto. o Brasil crescer à taxa de tigres asi- longo do ano, a proposta poderia ser
a redução do custo dos encargos da fo- declaratório, com a implantação de uma aprová-la neste ano? áticos, entre 6% e 7% ao ano. Entre integralmente implementada a partir
lha de pagamento. E o quarto ponto é a tecnologia que está sendo desenvolvida. Desde que virei relator do tema, já fiz É possível fazer tudo isso sem au- 1930 e 1970, nosso crescimento foi, em de 2020. Mas lembro que há uma sé-
redução do preço dos insumos básicos, 136 palestras e 180 reuniões com todo mentar a carga tributária? média, de 6% ao ano. De 2011 a 2017 rie de incentivos fiscais já concedidos,
como comida, remédios e bens do ati- Quais impostos deixarão de existir o setor produtivo nacional, auditores, Sim. Lembro que há R$ 500 milhões em crescemos, em média, 2,5% ao ano. para os quais ainda precisamos encon-
vo fixo, como máquinas e equipamentos. com a simplificação tributária? representantes dos municípios e dos renúncia fiscal que deixarão de existir. E a questão fiscal e tributária foi um trar uma solução.
CAPA
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TRANSIÇÃO LONGA
PODE REDUZIR
RESISTÊNCIAS
BERNARD APPY, DIRETOR DO CENTRO DE CIDADANIA FISCAL, DIZ
QUE A REFORMA TRIBUTÁRIA PODE ELEVAR O PIB POTENCIAL DO
PAÍS ENTRE 10% E 20% EM PERÍODO DE 10 A 20 ANOS
Há problemas relevantes nos regimes simplificados de tributação do país, que precisam ser alterados, afirma Appy
A
melhor forma de lidar com a re- negativo sobre a produtividade e o PIB para pagar menos imposto. Por outro benefícios assistenciais tão bons ou até tributação de bens e serviços, por meio dos microempreendedores individuais
sistência a uma reforma tributá- potencial do país. Embora seja possível lado, em um contexto de guerra tribu- melhores que a aposentadoria recebida da substituição dos cinco tributos atuais (MEI). E uma revisão dos tributos bra-
ria é por meio de uma transição fazer mudanças que melhorem cada um tária mundial, a elevada alíquota inci- por um trabalhador que contribuiu duran- por um imposto do tipo IVA. Depois, uma sileiros sobre a propriedade, especial-
relativamente longa, na qual o impacto desses tributos, uma parte importante dente sobre o lucro das corporações no te 30 anos para a previdência sobre um reforma da tributação da renda no país, mente por meio de uma incidência mais
da mudança seja diluído durante vários dos problemas é de caráter estrutural, Brasil, de 34%, torna nosso país pouco salário mínimo. voltada a tornar as empresas domésticas progressiva do imposto sobre heranças
anos, diz o economista Bernard Appy, di- e não pode ser resolvida mantendo-se atrativo como polo de investimento in- mais competitivas e, ao mesmo tempo, e doações.
retor do Centro de Cidadania Fiscal. No os tributos atuais. ternacional. Por fim, a tributação da ren- Além disso, há problemas relevantes fechar brechas que permitem que mui-
longo prazo, com o aumento do cresci- da também tem várias distorções que nos regimes simplificados de tributa- tas pessoas de alta renda paguem pou- Como isso poderá afetar a economia?
mento da economia, todos seriam bene- Neste contexto, para resolver estas dis- prejudicam o funcionamento eficiente ção do país, como o SIMPLES e o lu- co IR no Brasil. O impacto das mudanças propostas so-
ficiados, afirma ele, que considera difí- torções, o ideal seria uma reforma tri- da economia, como a existência de uma cro presumido. Embora haja razões para bre a economia seria enorme. Haveria
cil aprovar uma reforma ampla em 2018, butária ampla, que resultasse na subs- série de regimes diferenciados de tribu- que pequenas empresas sejam tributa- Em terceiro lugar, a desoneração da fo- um crescimento muito grande da pro-
ano eleitoral. tituição desses tributos por um único tação de aplicações financeiras, que le- das por regimes simplificados, o modelo lha de salários dos trabalhadores de dutividade do país. Embora um cálculo
imposto sobre o valor agregado (IVA), vam a uma alocação ineficiente da pou- brasileiro está longe do ideal. E a tribu- baixa renda, substituindo-se a perda de preciso seja inviável, é razoável supor
Qual a importância da reforma baseado nas melhores práticas interna- pança do país. tação exclusiva com base no faturamen- arrecadação pela tributação de outras que uma reforma que contemplasse as
tributária? cionais, cuja receita seria partilhada en- to favorece empresas que operam com bases, preferencialmente a renda. Esta mudanças listadas elevaria o PIB poten-
É preciso, primeiro, entender quais são tre a União, os estados e os municípios. E a tributação sobre a folha de altas margens, em detrimento de empre- mudança precisaria ser complementa- cial do país entre 10% e 20% em um
os principais problemas do sistema tri- salários? sas que operam com baixas, que usual- da por uma alteração na concessão de período de 10 a 20 anos. Haveria tam-
butário brasileiro. Isso fica mais claro A segunda categoria são os tributos so- A alta tributação da folha de salários mente são aquelas que competem com benefícios, com uma separação clara e bém um impacto positivo sobre a dis-
quando agrupamos os problemas por bre a renda das pessoas físicas e jurí- acaba gerando uma série de distorções, a economia informal e que mais preci- completa entre benefícios assistenciais tribuição de renda, contribuindo para
categorias de tributos. A primeira ca- dicas. As distorções dos tributos sobre sendo a principal um forte desestímulo à sariam de apoio. e benefícios previdenciários. reduzir as fortes desigualdades sociais
tegoria são os tributos sobre bens e a renda são de várias ordens. Por um formalização dos trabalhadores de baixa que caracterizam nosso país, sem pre-
serviços, como o IPI, o ICMS, o ISS, o lado, parcela importante das pessoas renda no país. Este problema é agrava- Quais as principais mudanças que Em quarto lugar, uma revisão dos re- judicar o crescimento. Teria ainda um
PIS/Pasep e a Cofins. As distorções rede alta renda é pouco tributada, como, do pelo fato de, no Brasil, pessoas ido- devem ser feitas no sistema tribu- gimes simplificados de tributação no impacto positivo sobre o nível de inves-
sultantes da forma como estes tribu- por exemplo, no caso dos trabalhado- sas de baixa renda, que nunca contribu- tário brasileiro? Brasil, não apenas do SIMPLES, mas timento, bem como sobre a competitivi-
tos são cobrados têm um impacto muito res que se constituem como empresa íram para a previdência, terem direito a Em primeiro lugar, a reforma da também do lucro presumido e do regime dade da produção nacional.
INDÚSTRIA EM AÇÃO
VOTAÇÃO DA REFORMA DA SOLUÇÕES À VISTA

PREVIDÊNCIA FICA PARA
DEPOIS DAS ELEIÇÕES O Serviço Social da Indústria
(SESI) tem agora um ambien-
Com a decisão de intervir na área de seguran- te virtual com soluções ino-
ça pública do Rio de Janeiro, o governo admi- vadoras em saúde e seguran-
tiu que a votação da reforma da Previdência ça na indústria. A Plataforma
Social deve ficar para depois das eleições ge- Nacional de Soluções SESI re-
rais, marcadas para outubro. Segundo o mi- úne serviços, produtos e pro-
nistro Carlos Marun (Secretaria de Governo), cessos inovadores desenvol-
a proposta será retomada em novembro. Mas vidos pelos oito Centros de
integrantes da base de apoio da administra- Inovação do SESI. O objetivo
ção Temer avaliam que essa reforma deve fi- é facilitar o contato e a inte-
car para o próximo governo. A CNI apoia a gração do SESI com as indús-
reforma e, entre outras ações, tem ajudado a trias, com soluções adaptadas
divulgar a campanha Todos pela Previdência às demandas de cada empre-
– Pro Brasil não quebrar, com material para sa. Há projetos de ergonomia,
as redes sociais, cartazes e cartilha. longevidade, sistemas de ges-
tão, higiene ocupacional e
prevenção da incapacidade.
BOLETIM JURÍDICO DA INDÚSTRIA ESTÁ ANIMADA COM
INDÚSTRIA SERÁ TRIMESTRAL NOVAS REGRAS TRABALHISTAS
Edição especial da pesquisa Sondagem, da CNI, mostra que a indústria está oti- NOVA LEI PARA TODOS
mista com relação à nova legislação trabalhista. Parcela significativa dos em-
presários considera que o maior avanço da reforma é reconhecer que empre- A CNI defendeu que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) aguarde decisões sobre a nova lei trabalhista antes de revisar sú-
sas e trabalhadores podem determinar o que é positivo para ambos. A pesquisa mulas, que orientam decisões da Justiça do Trabalho em todo o país. A entidade entende que, neste momento, a revisão po-
mostra, ainda, que 63% dos industriais acreditam que a nova lei vai aumentar deria provocar ambiente de insegurança jurídica caso, por exemplo, se entender que a nova lei trabalhista só seria aplicada a
a segurança jurídica para as empresas e 70%, no aumento do nível de empre- novos contratos de trabalho. Para a CNI, os efeitos da nova lei devem valer para todos os contratos, independentemente de
go na indústria. A pesquisa foi feita em dezembro de 2017. quando forem celebrados.
Foto: Portal da Indústria
O Boletim Jurídico da Indústria é o novo

canal de comunicação sobre a atuação ju-
rídica do Sistema Indústria. Iniciativa da
Diretoria Jurídica da CNI, será publicado
trimestralmente. Reúne informações, pa-
receres e artigos sobre temas que cons-
tam da Agenda Jurídica da Indústria, do-
cumento com o posicionamento da CNI
sobre as ações de maior relevância para a
indústria. O boletim é gratuito. Para rece-
bê-lo, basta se cadastrar em: http://www.
portaldaindustria.com.br/cni/canais/
atuacao-juridica/boletim/
AGENDA LEGISLATIVA
JANELAS DE
OPORTUNIDADE
PAUTA DO CONGRESSO NACIONAL TRAZ GRANDE NÚMERO DE PROJETOS IMPORTANTES
PARA A ECONOMIA QUE PRECISAM SER VOTADOS. MAS CALENDÁRIO PERMEADO
POR FERIADOS, COPA DO MUNDO E ELEIÇÕES EXIGIRÁ MOBILIZAÇÃO
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

AGENDA LEGISLATIVA
O
Congresso Nacional costuma en- precisa ser programado”, resumiu o lí- também por centrais sindicais, o texto PAUTA PRIORITÁRIA
gatar marcha lenta em ano elei- der do governo no Senado, Romero Jucá que estabelece padrões de transparên- Propostas importantes que podem avançar em 2018
toral. Com a atenção dos parla- (PMDB-RR), diante de uma plateia de cer- cia assegura a representação qualifica-
mentares voltada a assegurar um novo ca de 350 executivos e representantes do da da sociedade organizada e prevê san-
Aprovação na Câmara dos Deputados Avançar no debate Aprovação pelo Congresso Nacional
mandato, os debates se arrefecem e há setor produtivo, em 6 de fevereiro, num ções a condutas inadequadas.
uma predileção natural por temas de debate promovido pela Confederação “Embora carregue a pecha de con-
Regulamentação do lobby: PL 1202/07 Reforma Tributária: PEC 31/07
apelo popular. Para 2018, no entanto, Nacional da Indústria (CNI) para discu- travenção, a regulamentação do lobby é
as expectativas do setor produtivo são tir o cenário legislativo de 2018. salutar. É preciso ter uma regra para que
Lei Geral do Licenciamento Lei Geral das Agências
de que o Legislativo dê continuidade à É certo que o curto mês de feverei- os envolvidos na defesa de interesse sai- Privatização da Eletrobras: MP 814/17
Ambiental: PL 3.729/04 Reguladoras: PL 6621/16
agenda de projetos estratégicos e refor- ro terá sido dedicado às discussões so- bam o que podem fazer ou não”, afirmou
mas que, em 2017, entregou ao Brasil bre a reforma da Previdência. Votado ou o deputado André Figueiredo (CE), líder
*ainda serão analisados pelo Senado Nova Lei de Licitações: PL 6814/17
uma nova e moderna legislação traba- não, o assunto deve dar espaço a outros do PDT na Câmara e uma das principais
lhista. A pauta é extensa, mas as jane- projetos que se encontram em estágio vozes da oposição. “É muito importante
las de oportunidade para que as propos- avançado de discussão. Na Câmara dos que se regulamente o lobby para os se- ter chances de votação projetos já in- se desfazer conquistas recentes. Nes- se manter uma pauta positiva para o am-
tas de interesse da indústria avancem Deputados, a expectativa é de que seja tores estruturados que interagem com os cluídos na pauta do Plenário. se grupo, o principal tema é a Medida biente de negócios, especialmente em
são poucas e apertadas. apreciada a nova lei do licenciamento parlamentares. É preciso que essa inte- Presidente-executivo da Associação Provisória no 808/17, que altera partes caso de fracasso da votação da reforma
Significa dizer que qualquer avan- ambiental (PL 3.729/04). “Avançamos na ração aconteça sem se ter vergonha de Brasileira da Indústria Têxtil e de Con- da Lei nº 13.467/17, também conhecida da Previdência. “A reforma tributária pre-
ço legislativo terá de acontecer neste negociação de um texto de ampla aceita- ter representatividade”, completou Jucá. fecção (Abit), Fernando Pimentel ava- como reforma trabalhista. Líder do DEM cisa ser discutida e votada ainda este ano,
primeiro semestre. Além de entrar em ção junto ao Executivo e entidades repre- lia como difícil a atual agenda de dis- na Câmara durante as discussões da pro- até porque perpassa a dicotomia situação
recesso branco a partir de 20 de julho, sentativas do setor privado, o que pode MOBILIZAÇÃO cussões do Congresso. Ele espera um posta, em 2017, o deputado Efraim Filho x oposição”, afirmou Figueiredo.
quando tem início a campanha eleitoral, facilitar a aprovação ainda em 2018”, Embora a lista de prioridades seja ambiente polarizado e de discussões (PB) reconhece que a discussão da MP Pela complexidade do tema, no en-
o Congresso deve ter baixa produtivida- analisou Paulo Afonso Ferreira, vice-pre- grande, o número de projetos com as intensas, por exemplo, sobre temas re- ressuscita o debate, mas prevê que os tanto, a expectativa é de que o primeiro
de também em junho, quando a bancada sidente da CNI e presidente de seu Con- mesmas chances de avanço que têm levantes para a recuperação do equilíbrio avanços serão preservados. “Não pode- semestre seja dedicado a amadurecer os
do Nordeste faz o tradicional périplo pe- selho de Assuntos Legislativos. os marcos para o lobby e o licencia- fiscal. Assim, a definição de uma agen- mos retroceder nas conquistas da refor- debates sobre a reforma tributária para
las festas juninas e o restante dos par- Pronto para votado em Plenário, o mento ambiental é mais restrita. As da prioritária da indústria ganha mais re- ma trabalhista”, disse. uma votação no fim de 2018. O que deve
lamentares dedica-se às suas bases. Ao projeto reduz a burocracia, padroniza e comissões temáticas devem ter seus levância. “Nós vamos ter de ser muito avançar, por sua vez, é a discussão da
mesmo tempo, o país deve parar diante dá maior transparência ao processo de trabalhos suspensos, até o início de mais cirúrgicos para nos mobilizar e fa- TRIBUTAÇÃO E ENERGIA proposta de privatização da Eletrobras.
da TV para assistir à Copa do Mundo. concessão de licenças ambientais a em- abril, enquanto deputados e senado- zer avançar aqueles projetos estruturan- Uma das mais antigas discussões Apoiada pelo setor produtivo e uma das
“Teremos de fazer esforços concen- preendimentos e há a expectativa de que res buscam acomodação em novas tes e que impactam de maneira relevan- travadas no Congresso Nacional, a re- principais apostas do governo em 2018,
trados. Temos carnaval em fevereiro, de- seja aprovado na Câmara e discutido no legendas durante a janela de troca te o futuro do país”, ponderou. forma tributária é assunto que gera ex- entretanto, a proposta colocará situação
sincompatibilização em março, Semana Senado ainda em 2018. O assunto é prio- partidária. Novos presidentes dos co- Não é só pela aprovação de proje- pectativas no governo e no setor produti- e oposição em embates frontais até 2
Santa, convenções partidárias, festa ju- ridade na ordem do dia, ao lado da regu- legiados só então serão eleitos, com tos estratégicos que o setor produtivo vo. A proposta de emenda à Constituição de abril, data limite inicial para votação
nina e depois eleições. Há alguns nichos lamentação do lobby (PL 1202/07). Pau- a nova correlação de forças entre par- terá de se mobilizar. O ano eleitoral em- (PEC) relatada pelo deputado Luiz Carlos da medida provisória, mas que pode ser
de alguma capacidade de votação e isso tado em regime de urgência e apoiado tidos já consolidada. Assim, só devem bute o risco de uma maior pressão para Hauly (PSDB-PR) é considerada aposta de prorrogada por mais 60 dias.
ATUAÇÃO CIRÚRGICA
Calendário eleitoral, feriados, Copa do Mundo e festas juninas consumirão tempo de trabalho do Congresso Nacional. Sem votação Só plenário Janela de oportunidade
Ainda assim, há janelas de oportunidades para votação de projetos estratégicos:
FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO
5 de fevereiro 1o a 30 de março 7 de abril 30 de abril a 4 de maio 28 de maio a 1o de junho 14 de junho a 15 de julho

início dos trabalhos do Legislativo comissões suspensas na Câmara por conta fim do prazo para trocas partidárias semana do Dia do Trabalho semana de Corpus Christi Copa do Mundo
da janela de troca partidária
12 a 16 de fevereiro 1o a 23 de março 9 a 13 de abril 7 a 25 de maio 4 a 8 de junho 18 de julho

semana de Carnaval Plenário da Câmara: MPs e projetos já na indicação do comando das comissões janela de oportunidade janela de oportunidade início do recesso parlamentar
Ordem do Dia temáticas da Câmara
19 a 28 de fevereiro 26 a 30 de março 16 a 27 de abril 28 de maio a 1o de junho 11 a 29 de junho

discussão e previsão de votação da Semana Santa janela de oportunidade semana de Corpus Christi festas juninas
reforma da Previdência
30 de abril a 4 de maio 14 de junho a 15 de julho
semana do Dia do Trabalho Copa do Mundo

COMPETITIVIDADE
BRASIL SUPERA
Com o ATA Carnet, empresas
podem entrar com bens
e produtos em 77 países
100 ATA CARNETS

durante 12 meses
EM PRIMEIRO ANO
DE OPERAÇÃO
PAÍS SE TORNOU O MAIOR EMISSOR NA AMÉRICA LATINA DO DOCUMENTO
QUE SIMPLIFICA EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO TEMPORÁRIAS. AO TODO,
FORAM US$ 2,6 MILHÕES EM BENS ASSEGURADOS
O
Brasil emitiu 103 ATA Carnets, do- congressos. Outros 43 garantiram o trân- semijoias, materiais esportivos, móveis,
cumento que veio para facilitar a sito de material profissional. obras de arte, roupas e itens têxteis.
vida dos importadores e exporta- Com a exceção de produtos perecí- “Tivemos avanços significativos do
dores brasileiros, em apenas um ano de veis, de consumo ou para fins comerciais, ATA Carnet em 2017, pois a crescen-
operação. Com isso, o país se transfor- a variedade é praticamente ilimitada. Po- te utilização desse instrumento refor-
mou no maior emissor do documento na dem transitar amostras comerciais, arti- ça as operações de promoção de ne-
América Latina, com US$ 2,6 milhões em gos para apresentação ou utilização em gócios realizadas por empresas. Nossa
bens assegurados. feiras, mostras e exposições, equipa- expectativa é que em 2018 consiga-
Passaporte aduaneiro internacional, mentos profissionais e esportivos. mos quadruplicar a emissão de passa-
o ATA Carnet permite a exportação e a Os principais destinos das merca- portes pelo Brasil”, afirma o diretor de
importação temporárias de bens e produ- dorias brasileiras, dentre os usuários Desenvolvimento Industrial da CNI, Car-
tos pelo período de um ano. Com ele, os do ATA Carnet, foram Estados Unidos, los Abijaodi.
bens podem circular por 77 países sem Europa (Rússia, França, Alemanha, Es- O ATA Carnet reúne, em um único do-
pagamento de tributos e sem qualquer panha, Itália, Reino Unido e Portugal) e cumento, todas as informações que de-
complicação burocrática, uma vez que América Latina (México e Chile). vem ser apresentadas na aduana de sa-
facilita a realização de trabalhos, negó- No Brasil, cabe à Confederação Na- ída e de entrada, reduzindo a burocracia
cios, atividades culturais e esportivas ao cional da Indústria (CNI) – entidade cre- e tornando mais rápidos os trâmites adu-
redor do mundo. denciada junto à Receita Federal – emitir aneiros, tanto para pessoas físicas quan-
Neste primeiro ano de desburocrati- o documento por meio da Rede Brasilei- to jurídicas.
zação do trabalho aduaneiro internacio- ra de Centros Internacionais de Negócios As tarifas para emissão do ATA
nal, o Rio de Janeiro foi o estado que (Rede CIN), presente nas federações de Carnet são calculadas a partir do valor
mais emitiu o documento: 34 carnês. indústrias de todo o país. dos bens, do número de países que irão
Na sequência vêm São Paulo, com 25, Em 2017, os produtos mais frequen- visitar, do seguro e de outros serviços.
e Rio Grande do Sul, com 22. Dos 103 tes foram alimentos e bebidas, auto- A um custo pré-determinado, que varia
documentos solicitados, 48 foram usa- móveis, calçados e artigos de couro, entre R$ 442,97 e R$ 931,14, em até 48
dos para que produtos brasileiros fos- equipamentos audiovisuais, equipa- horas o documento é emitido, a partir da
sem exibidos em exposições, feiras ou mentos médicos e hospitalares, joias e solicitação no sistema online.
COMPETITIVIDADE
INDÚSTRIA 4.0 DEVE

CHEGAR A 21,8%
DAS EMPRESAS
SONDAGEM DA CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA
PROJETA SALTO TECNOLÓGICO DA PRODUÇÃO BRASILEIRA
NOS PRÓXIMOS DEZ ANOS
O
parque industrial brasileiro deve (Unicamp). O objetivo do projeto é identi- As empresas foram classificadas em
passar por uma ampla mudan- ficar como inovações disruptivas vão im- quatro gerações de tecnologias digitais.
ça nos próximos dez anos, com pactar a competitividade do setor produ- Geração 1 é a produção rígida, com uso
a ampliação do processo produtivo to- tivo brasileiro. pontual de Tecnologia da Informação e
talmente digitalizado. Pesquisa inédita, “Se isso se concretizar, haverá um Comunicação (TIC) e automação rígida
realizada pelo Projeto Indústria 2027 no salto significativo de produtividade na e isolada. A Geração 2 inclui automa-
ano passado, mostra que 21,8% das in- indústria brasileira. A adoção de novas ção flexível ou semi-flexível, com uso de
dústrias projetam estar atuando de acor- tecnologias vai permitir que a indústria TICs sem integração ou integração ape-
do com o conceito de indústria 4.0 den- ganhe flexibilidade e também feche al- nas parcial entre áreas da empresa. O uso
tro de uma década. Hoje, esse índice é gumas lacunas de competitividade”, ava- de TICs integradas e conectadas em todas
de 1,6%, conforme a pesquisa, realiza- lia Gianna Sagazio, superintendente na- as atividades e áreas da empresa caracte-
da com 759 grandes e médias empresas, cional do IEL. riza a Geração 3. A Geração 4 tem produ-
entre junho e novembro de 2017. A pesquisa também averiguou o pla- ção conectada e inteligente, tecnologias
Também conhecida como quarta re- nejamento das empresas quanto a es- da informação integradas, fábricas conec-
volução industrial, a indústria 4.0 resulta tudos e perspectivas para incorporar tadas e processos inteligentes, com capa-
do uso integrado de tecnologias avança- tecnologias digitais de última geração, cidade de subsidiar gestores com informa-
das de automação, controle e tecnologia como Internet das Coisas, inteligência ções para tomada de decisões.
da inovação em processos de manufa- artificial, armazenamento em nuvem, big O Indústria 2027 passará por mais
tura. O Indústria 2027 é uma iniciativa data, entre outros. Apenas 15,1% delas duas etapas: avaliar os impactos das oito
da Confederação Nacional da Indústria têm projetos em execução. A maioria – tecnologias estudadas no projeto sobre a
A adoção de novas tecnologias (CNI) e do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), 45,6% – está realizando estudos iniciais competitividade empresarial e construir
vai permitir que a indústria ganhe em parceria com os institutos de econo- ou tem planos aprovados sem execução. propostas e estratégias públicas e priva-
flexibilidade e também feche algumas mia das universidades Federal do Rio de Por fim, 39,4% não têm nenhuma ação das para que o setor industrial brasileiro
lacunas de competitividade Janeiro (UFRJ) e Estadual de Campinas prevista no tema. caminhe rumo à indústria 4.0.
TERMÔMETRO ECONÔMICO
CURVA ASCENDENTE (mês x mês anterior)
CORRIDA DE Faturamento Emprego
RECUPERAÇÃO
4,9
0,1 0,1 0,1 0,3
2,5 2,4 0,0
1,5 0,1
0,6 0,3 Jan/17
0,0 Dez/17
0,2 -0,2 -0,2
-0,1 -0,1
0,2 0,2 -0,5
INDICADORES INDUSTRIAIS MOSTRAM QUE, APÓS UM PRIMEIRO SEMESTRE DE QUEDA FORTE,
-0,8
ATIVIDADE INDUSTRIAL ENCERROU 2017 COM RECUPERAÇÃO CONSISTENTE Jan/17 -3,0 -1,8 Dez/17
Horas trabalhadas UCI*(%)
1,6
77,6 77,4 77,5 77,9
77,1 77,4
0,8
0,7 78,0
0,4 0,4 0,4 0,5 77,1 77,7 77,7
76,6 76,6
-0,9
-0,5 -0,5
-0,7
Jan/17 -1,1 Dez/17 Jan/17 Dez/17
Fonte: Indicadores Industriais – Ano 25 – Número 12 – Dezembro 2017 *Utilização da Capacidade Instalada (dessazonalizada)
A
ntes erráticos, os sinais de recu- ocupação de seu parque industrial. Em- o índice registrou um discreto aumento
peração mostrados pela indústria bora ainda baixa, foi 1,3 p.p. acima da em relação ao do ano passado: 0,8%.
parecem, enfim, consolidar a rede dezembro de 2016. A continuidade da recuperação da in-
tomada consistente do setor após anos A sequência de bons resultados na dústria em 2018 depende de uma série
de recessão. No ritmo de uma economia segunda metade de 2017, porém, não foi de fatores, como o aumento dos inves-
que aos poucos se reaquece, as empre- o suficiente para reverter os efeitos de timentos e a alta na demanda. “Isso tra-
sas industriais chegaram ao fim de 2017 um primeiro semestre de fortes perdas. rá o aumento da produção e reativará as
com alta de 0,2% no faturamento, fren- No consolidado do ano, os números mos- máquinas paradas, ampliando o uso da
te a novembro, marcando o quarto cres- tram que a atividade da indústria per- capacidade instalada. Também possibi-
cimento seguido nas receitas no com- maneceu aquém da de 2016 na maioria litará o aumento do investimento, que
parativo com o mês anterior. Em relação dos índices. O faturamento, por exemplo, trará mais empregos e sustentará o pro-
a dezembro de 2016, o faturamento foi recuou 0,2%, as horas trabalhadas caí- cesso virtuoso de recuperação da econo-
3,2% maior. ram 2,2% e o emprego – ainda que te- mia”, analisa Marcelo Azevedo, econo-
As boas notícias estão nos Indicado- nha crescido ao longo do último trimes- mista da CNI.
res Industriais de dezembro, que reúnem tre – está 2,7% abaixo no comparativo. O desempenho mais sólido da indús-
os principais dados da atividade indus- Na contramão dos índices de ativi- tria nos últimos meses também foi cap-
trial de 2017. Conforme a pesquisa, além dade do setor, a massa salarial e o ren- turado em outras pesquisas que acom-
do faturamento real, os demais índices dimento médio tiveram um segundo se- panham o desempenho do setor. No
que medem o desempenho do setor en- mestre de contração. Com queda de início de fevereiro, por exemplo, o Insti-
cerraram o ano com taxas positivas: ho- 0,6% em dezembro, a massa salarial na tuto Brasileiro de Geografia e Estatísti-
ras trabalhadas na produção (0,8%), indústria foi 0,4% inferior à do mesmo ca (IBGE) anunciou crescimento de 2,5%
emprego (0,3%) e utilização da capaci- mês de 2016 e 1,9% menor que a do na produção física; a pesquisa da CNI,
dade instalada (0,1 p.p.). Este último in- ano passado. O rendimento médio, por por sua vez, mensura o faturamento das
dicador mostra que o setor teve 78% de sua vez, caiu 0,4% no fim do ano, mas empresas.
36 INDÚSTRIA
36 BRASILEIRA FEVEREIRO
FEVEREIRO2018
2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 37
TERMÔMETRO ECONÔMICO
CONFIANÇA NA CONSTRUÇÃO CONSUMIDOR MAIS OTIMISTA

Otimismo com futuro puxa confiança na construção civil É A MAIOR DESDE 2013 Como anda pensando o consumidor (Jan/18 x Dez/17)* COM INFLAÇÃO E EMPREGO
65,6 Em trajetória de alta desde A virada do ano marcou uma

62,7 agosto, a confiança do em- Confiança 2,4% recuperação na confian-
61,4 presário da construção ini- ça do consumidor. Em ja-
59,3
ciou 2018 no maior patamar neiro, o Índice Nacional de
54,6 desde 2013. Na primeira afe- Inflação 4,0% Expectativa do Consumidor
60,2 rição deste ano, o Índice de (INEC) registrou 102,9 pontos,
58,3 49,7 Confiança do Empresário da alta de 2,4% em relação ao
57,2
55,0 Indústria da Construção (ICEI- Expectativa de desemprego 6,0% mês anterior. No entanto, os
Construção) atingiu 57,2 pon- dados do início de 2018 per-
50,0 49,6 tos. O número supera, com fol- manecem abaixo dos de um
39,8 48,2 49,1 ga, os 48,2 pontos de janeiro Renda pessoal ano atrás (-0,9%) e da média
46,6 5,3%
44,6 de 2017 e os 52,8 pontos da histórica (-4,7%), de 108 pon-
média histórica. O bom resul- tos. A pesquisa mostra que
tado decorre do otimismo dos o brasileiro espera melhora
empresários com o cenário fu-
Compra de bens de maior valor 0,7% na inflação, no desemprego
35,1 35,7 turo (61,4 pontos), embora ain- e em sua renda pessoal, nos
34,5 da estejam reticentes quanto próximos seis meses. Por ou-
ao atual momento da econo- Endividamento 1,2% tro lado, o consumidor mostra
mia (49,1 pontos). cautela na compra de bens de
25,6 maior valor.
Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Dez/15 Dez/16 Dez/17 Situação financeira 1,9%
Fonte: INEC – Ano 20 – Número 1 –
Janeiro 2018
Fonte: Sondagem Indústria da Construção –
ICEI-Construção Expectativas Condições atuais Ano 8 – Número 12 – Dezembro 2017
*quando maior o índice, maior o número de pessoas que esperam a queda do emprego e a melhora dos indicadores de finanças pessoais.
INDÚSTRIA ENCERRA 2017 IMPOSTOS PRESSIONAM

COM ACOMODAÇÃO Queda na produção em dezembro foi menor em seis anos CUSTOS DA INDÚSTRIA O que está puxando os custos industriais (3o tri x 2o tri/17)
MENOS INTENSA
A alta no custo tributário
Apesar da redução sazonal puxou o aumento nos cus- Custo tributário 2,9%
no ritmo de atividade indus- 71% 70% 70% tos da indústria pelo se-
trial em dezembro, 2017 ter- 68% gundo trimestre consecu-
minou com uma acomodação tivo. Conforme o Indicador Custo de energia 2,5%
64%
mais branda, em comparação 62% 63% de Custos Industriais, o pa-
a anos anteriores. De acordo gamento de impostos subiu
com a Sondagem Industrial, a 2,9% do segundo para o ter-
evolução da produção ficou em ceiro trimestre de 2017. Com Custo de pessoal 1,8%
42,4 pontos, acima dos 40,7 isso, o indicador cresceu
pontos de dezembro de 2016 0,4% no período, que também
e o maior nível desde o fim de refletiu elevação nos custos Indicador de custos industriais: 0,4%
2012. Além disso, a utilização com energia (2,5%) e pessoal
da capacidade instalada ficou (1,8%). Na contramão, o pre-
em 64%. Embora ainda indi- 42,6 42,4 ço dos produtos manufatura-
41,2 40,7 Custo com produção 0,1%
que alta ociosidade, esta foi 40,2 dos brasileiros apresentou
38,2
a melhor marca para o indica- queda de 0,8%, no compa-
dor nos últimos três anos. Os 35,5 rativo, apontando para nova Custo com bens intermediários -0,6%
números são mais um indica- compressão nas margens de
tivo de recuperação sólida na lucro da indústria.
atividade industrial. Dez/11 Dez/12 Dez/13 Dez/14 Dez/15 Dez/16 Dez/17
Custo com capital de giro -5,4%
Fonte: Sondagem Industrial – Ano 20 – Fonte: Indicadores de Custos Industriais –
Número 12 – Dezembro 2017 Produção Utilização da Capacidade Instalada (UCI) Ano 6 – Número 3 – Julho/Setembro 2017

GIRO BRASIL
INDÚSTRIA DE
TRANSFORMAÇÃO BAIANA
TEVE QUEDA DE 2% EM 2017
A produção da indústria de transformação

da Bahia fechou 2017 com queda de 2%,
ocupando a penúltima posição no ranking
dos 14 estados que participam da Pesquisa
Industrial Mensal – Produção Física (PIM-
PF), somente acima do Pará (-5,5%).
Pernambuco também registrou queda, de
0,9%.Os seguintes estados apresentaram
CONFIANÇA DO EMPRESÁRIO crescimento no ano: Rio de Janeiro (4,8%),
CAPIXABA COMPLETA UM ANO NÚMEROS MOSTRAM A CAPILARIDADE Amazonas (4,7%), Santa Catarina (4,5%),
DE OTIMISMO DO SISTEMA INDÚSTRIA NA PARAÍBA Paraná (4,4%), Mato Grosso (3,9%), Goiás
(3,8%), São Paulo (3,5%), Ceará (2,1%),
O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) do O Sistema Indústria da Paraíba divulgou seus “Grandes Números”, docu- Espírito Santo (1,5%), Minas Gerais (0,9%)
Espírito Santo completou um ano de otimismo em janeiro mento que quantifica as ações e os serviços realizados junto às indústrias e Rio Grande do Sul (0,1%).
de 2018. O indicador registrou 58,9 pontos, o melhor de- paraibanas por meio do SESI, SENAI e IEL. Em 2017, foram realizadas mais
sempenho para o mês desde 2012. Esse resultado repre- de 16 mil matrículas em Educação Profissional e a gratuidade atingiu a
senta uma redução de 1,3 pontos em relação ao mês an- marca de mais de 26 mil matrículas. Assim, educação continua sendo um
terior, revelando otimismo do empresariado capixaba com dos pilares do desenvolvimento e a área de maior demanda no estado.
as perspectivas da economia para os próximos seis me-
ses. Na comparação com janeiro de 2017, o índice acumu- Foto: Divulgação / FIES
la alta de 9,7 pontos.
SINDICATOS APOIAM MODELO Em dezembro do ano passado, a Federação das Indústrias

DE ATUAÇÃO ARTICULADA DO de Rondônia (FIERO) concluiu o ciclo de implantação do pro-
jeto de atuação articulada entre as áreas sindical e o mer-
SISTEMA FIERO cado. O modelo de integração sindicatos e empresas em
Rondônia foi o 14° desenvolvido no país e os resultados
foram muito positivos. Fortaleceu-se a relação entre sindi-
catos e empresas, houve aumento de associações e cres-
ceu o uso dos serviços oferecidos pelo SESI-SENAI-IEL no
estado, sempre de acordo com as demandas da indústria.
FIES PROMOVE SEGUNDO
“INDÚSTRIA EM DEBATE”
A Federação das Indústrias do Estado de Sergipe (FIES), em parceria com SESI,
SENAI e IEL, realizou, no final de janeiro, o segundo “Indústria em Debate”.
O evento contou com palestras de Paulo Freitas, representante da CNI, e da
economista Zeina Latif, da XP Investimentos, que falou sobre os desafios e
as oportunidades em tempos de incerteza no cenário econômico. O encontro
teve como objetivo indicar tendências que podem afetar seus negócios direta
e indiretamente e discutir temas relevantes para a ampliação da inteligência
competitiva no mercado sergipano, além de entrega do Prêmio IEL de Estágio.

GIRO GLOBAL
NOVAS REGRAS PARA Foto: Divulgação
PRODUÇÃO DE CARRO
EMPRESÁRIOS DO REINO UNIDO AUTÔNOMO NOS EUA
ESTÃO MAIS ANIMADOS
Entre novembro de 2017 e janeiro de 2018, A Câmara Americana de Comércio pediu pu-
a produção das pequenas e médias indús- blicamente que o governo americano atua-
trias no Reino Unido (PME) cresceu 21% com lize os marcos legais e regulatórios para a
relação ao trimestre anterior. Pesquisa re- produção e o uso de carros autônomos. Em
alizada pela Confederação das Indústrias 2017, o Congresso americano fez avanços
Britânica, que ouviu 339 pessoas, mostrou importantes na legislação e tornou mais cla-
ainda aumento no otimismo dos empresá- ro e forte o papel do governo federal na re-
rios num ritmo que não se via há três anos. gulamentação desses veículos autônomos
Uma das razões: o maior incremento no nú- (VA). Agora, diz a indústria, é preciso revisi-
mero de novas encomendas desde abril de tar as normas de segurança ainda em 2018.
1995, tanto com pedidos domésticos quan- A Intel, fabricante de chips, estima que os
to para exportação. O número de emprega- carros sem motoristas podem girar até US$
dos cresceu 18%. 7 trilhões até 2050.
FRANÇA TEM NOVA

ENTIDADE INDUSTRIAL ÍNDIA PASSA A SER O 5º A Índia subiu uma posição e superou o Japão como o 5º destino de investi-
DESTINO DE INVESTIMENTOS mento mais atraente do mundo, segundo pesquisa feita com CEOs globais
A França ganhou uma nova entidade industrial neste 1º de fe- da PricewaterhouseCoopers (PWC). No estudo, os Estados Unidos continu-
vereiro de 2018. A France Industrie nasce da fusão do Cercle de
MAIS ATRAENTES DO MUNDO am sendo o destino prioritário para empresas de todo o mundo, seguidos
l’Industrie, que reúne 40 grandes empresas públicas e privadas, por China, Alemanha e Reino Unido. A Federação das Indústrias indiana co-
e do Groupe des Fédérations Industrielles (GFI), que agrupa 19 memora. Além dos dados da PWC, o FMI disse, recentemente, que a Índia
federações nacionais. “Nossa representação unificada nos per- será, entre as grandes economias, a de crescimento mais rápido em 2018.
mite ter uma voz mais forte para voltar a colocar a indústria no
coração da política econômica francesa”, explica o presidente
da nova entidade, Philippe Varin. A indústria representa, hoje,
12,6% do PIB francês.
INDÚSTRIA DO CHILE DEBATE

TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Para o setor privado, o desafio é ser capaz de identificar e in-
corporar transformações tecnológicas cada vez mais rápidas.
Para o setor público, uma oportunidade para desenvolver po-
líticas mais precisas, com o uso de dados e de avaliações.
Essas são duas das conclusões de um debate organizado
Foto: Shutterstock.com
pela Federação das Indústrias do Chile, no final de janeiro,

sobre os impactos da transformação digital. Outra conclu-
são é que sofisticação, diferenciação e produtividade serão
cada vez mais essenciais para a indústria 4.0.

SESI/SENAI/IEL
SENAI USA INTELIGÊNCIA D

e forma pioneira, o Serviço Na- O Persona, aplicado no caso do SENAI,
cional de Aprendizagem Industrial analisou informações não estruturadas
(SENAI) aplicou a inteligência ar- provenientes da coleta de textos pesso-
ARTIFICIAL PARA TRAÇAR

tificial a serviço da Educação Profissio- ais produzidos pelos docentes por meio
nal. Por meio do sistema computacional dos questionários respondidos durante a
mais avançado e conhecido atualmen- aplicação das provas do Sistema de Ava-
PERFIL DE SEUS DOCENTES

te – o IBM Watson – foi feito um ma- liação da Educação Profissional (SAEP),
peamento do perfil socioemocional dos em setembro de 2017.
docentes do SENAI. O objetivo é forne- A ferramenta identificou perfis de
cer insumos para o alinhamento da for- grupos e também perfis individuais de
FERRAMENTA DIGITAL É CAPAZ DE DIAGNOSTICAR PERFIL SOCIOEMOCIONAL mação profissional às demandas da in- todos que participaram da experiência.
dústria 4.0, que requer cada vez mais o Esses perfis resultaram no mapeamen-
DOS PROFESSORES. PRECISÃO DOS RESULTADOS É SUPERIOR A 95% desenvolvimento de competências socio- to de três grandes grupos de caracterís-
emocionais específicas para adequação ticas psicológicas: Big Five (capacidades
qualificada do profissional ao mercado socioemocionais), necessidades básicas
de trabalho. A iniciativa mostra a preo- do ser humano e valores básicos de cada
cupação do SENAI em prover ferramen- um de nós.
tas e técnicas inovadoras de suporte ao Importante salientar, no entanto,
ensino que possibilitem maior qualidade que o destaque dessa ferramenta não
à Educação Profissional. O nível de con- está apenas em definir o perfil do edu-
fiabilidade da pesquisa é de 95%. cador, mas, principalmente, em possibi-
O IBM Watson é um sistema com- litar a aplicação dos resultados em ou-
putacional cognitivo que, literalmente, tras ações, tais como formar melhor os
“aprende” como os seres humanos. Ele docentes, atualizar os currículos e ava-
aplica, de forma totalmente automatiza- liar o desenvolvimento das capacidades
da, uma teoria testada em áreas como socioemocionais pelos estudantes.
Psicologia e Marketing, onde se identi- Trata-se de uma solução de alta re-
ficou que a linguagem humana reflete a levância no sentido de ser um primei-
personalidade de cada um dentro de as- ro passo na utilização dos potenciais
pectos como estilo, conexões sociais e da inteligência artificial, ou melhor,
estados emocionais. A frequência com a da inteligência cognitiva na Educação
qual usamos certas categorias de pala- Profissional.
vras, por exemplo, pode fornecer pistas “Diversas áreas do conhecimento já
para essas características. Alguns pes- estão se beneficiando dessas soluções
quisadores descobriram que as variações como ferramenta para aprimoramento
no uso da palavra em textos como blo- de produtos e serviços e os potenciais
gs, ensaios e tweets pode prever aspec- para a educação são evidentes tanto em
tos da personalidade. Com essa capaci- processos estruturantes como no dese-
dade de análise desenvolvida pelo IBM nho dos cursos como solução para auxi-
Watson, os potenciais de aplicação são liar o professor na prática pedagógica”,
ilimitados para diversos campos do co- afirma o gerente-executivo de Educação
nhecimento, desde a indústria até a edu- Profissional e Tecnológica do SENAI, Fe-
cação. Diversas aplicações são deriva- lipe Morgado.
das desse sistema, entre elas o Persona Para ele, “o benefício do uso de
(ou Personality Insights), que foi utiliza- uma ferramenta tecnológica é o rápido
da no projeto realizado pelo SENAI com ganho de escala, a agilidade na ope-
seus professores. racionalização do processo e os cus-
Nessa experiência, participaram tos reduzidos na adoção de sistemas
2.155 docentes de 21 Departamentos informatizados”.
Regionais, e o resultado foi um detalha- Os resultados apontaram um incre-
do perfil socioemocional, estratificado mento da qualidade da Educação Pro-
para 10 cursos técnicos de maior oferta fissional, bem como sinalizaram um im-
A aplicação da inteligência artificial se adequa pelo SENAI, além do perfil nacional e de pacto social positivo no sentido dos
às necessidades do setor produtivo industrial perfis de sete Departamentos Regionais. resultados individuais dos docentes que
FEVEREIRO2018
FEVEREIRO2018
SESI/SENAI/IEL
vislumbraram os potenciais de aprimo- capacidades socioemocionais junto aos Além disso, o SENAI implementará,
ramento pessoal, de acordo com os re- estudantes”. no primeiro semestre de 2018, essa fer-
latórios individuais. No que tange ao currículo, explica ramenta no portal Mundo SENAI para
Segundo Morgado, “os resultados Felipe Morgado, os resultados serão que a sociedade tenha um auxílio na
das características socioemocionais já considerados na revisão dos Itinerários escolha profissional. Junto aos docen-
estão sendo analisados e contribuindo Nacionais de Educação Profissional, no tes, a intenção é que o mecanismo seja
para as ações de capacitação docen- sentido de ser mais uma ferramenta que utilizado anualmente para acompanhar
te, numa perspectiva de prover ações auxilie na definição do perfil de saída dos a evolução dos resultados e, desta for-
direcionadas ao perfil dos docentes estudantes e das estratégias de desen- ma, sejam feitos ajustes às diferentes
e também trabalhar as competências volvimento dessas capacidades ao lon- ações que se tenham desdobrado a par-
necessárias ao desenvolvimento das go dos cursos. tir deles.
OS RESULTADOS OBTIDOS BENEFICIAM

TODOS OS ENVOLVIDOS NO PROCESSO,
EM DIFERENTES DIMENSÕES
PARA OS DEPARTAMENTOS PARA AS AÇÕES DE

REGIONAIS CAPACITAÇÃO DOCENTE
Objetivos atingidos Objetivos atingidos

Melhor conhecimento do corpo docente Obtenção de insumos para a melhora
do SENAI e suas características dos itinerários de capacitação docente
Impacto junto aos envolvidos Impacto junto aos envolvidos

Subsídio no processo de Definição de estratégias de
gestão de talentos capacitação considerando as
características do grupo
PARA OS CURRÍCULOS DOS

CURSOS TÉCNICOS QUE
PARTICIPARAM DO PROCESSO
Objetivos atingidos PARA OS DOCENTES

Mapeamento das capacidades
socioemocionais dos docentes Objetivos atingidos
Melhora do autoconhecimento
Impacto junto aos envolvidos e do aprimoramento pessoal
Auxílio na melhora dos itinerários
quando evidenciadas características Impacto junto aos envolvidos
socioemocionais do curso ou área tecno- Desenvolvimento dos docentes mediante
lógica que podem ser trabalhadas com ações de capacitação considerando-se
os alunos de acordo com sua ocupação os resultados dos perfis

48 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018

Industria Brasileira 2018-02

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CARTA AO LEITOR

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI

4 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 5

Foto: Miguel Ângelo / CNI

Robson Braga de Andrade é empresário e presidente

6 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 7

BRASILEIRO TRABALHOU 153 DIAS EM 2017 PARA PAGAR IMPOSTOS

BRASIL TEM MAIOR CARGA TRIBUTÁRIA ENTRE OS PAÍSES DO MERCOSUL

14 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 15

COMO SERÁ A TRAMITAÇÃO COMO FICARIA A DIVISÃO

Simples Nacional Relógio 56,14% Telefone celular 39,80% Sabão em pó 40,80%

Açúcar 30,60% Geladeira 46,21% Bicicleta 45,93%

Manteiga 33,77% Cosméticos 55,27% Calça jeans 38,53%

Diesel 46,60% Telha 33,95% Protetor solar 34,74%

16 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 17

CONFAZ APROVA CONVALIDAÇÃO

18 INDÚSTRIA BRASILEIRA

VOTAÇÃO DA REFORMA DA SOLUÇÕES À VISTA

Foto: Portal da Indústria

O Boletim Jurídico da Indústria é o novo

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

28 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 29

FEVEREIRO MARÇO ABRIL MAIO JUNHO JULHO

5 de fevereiro 1o a 30 de março 7 de abril 30 de abril a 4 de maio 28 de maio a 1o de junho 14 de junho a 15 de julho

12 a 16 de fevereiro 1o a 23 de março 9 a 13 de abril 7 a 25 de maio 4 a 8 de junho 18 de julho

19 a 28 de fevereiro 26 a 30 de março 16 a 27 de abril 28 de maio a 1o de junho 11 a 29 de junho

30 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 31

100 ATA CARNETS

INDÚSTRIA 4.0 DEVE

CURVA ASCENDENTE (mês x mês anterior)

CORRIDA DE Faturamento Emprego

Horas trabalhadas UCI*(%)

CONFIANÇA NA CONSTRUÇÃO CONSUMIDOR MAIS OTIMISTA

65,6 Em trajetória de alta desde A virada do ano marcou uma

INDÚSTRIA ENCERRA 2017 IMPOSTOS PRESSIONAM

38 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 39

A produção da indústria de transformação

la alta de 9,7 pontos.

SINDICATOS APOIAM MODELO Em dezembro do ano passado, a Federação das Indústrias

40 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 41

FRANÇA TEM NOVA

INDÚSTRIA DO CHILE DEBATE

pela Federação das Indústrias do Chile, no final de janeiro,

42 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 43

SENAI USA INTELIGÊNCIA D

ARTIFICIAL PARA TRAÇAR

PERFIL DE SEUS DOCENTES

OS RESULTADOS OBTIDOS BENEFICIAM

PARA OS DEPARTAMENTOS PARA AS AÇÕES DE

Objetivos atingidos Objetivos atingidos

Impacto junto aos envolvidos Impacto junto aos envolvidos

PARA OS CURRÍCULOS DOS

Objetivos atingidos PARA OS DOCENTES

46 INDÚSTRIA BRASILEIRA FEVEREIRO 2018 FEVEREIRO 2018 INDÚSTRIA BRASILEIRA 47

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