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LIGAÇÃO CONTÍNUA VIGA-PILAR EM

ESTRUTURAS PRÉ-MOLDADAS DE BETÃO

PEDRO RIBEIRO REIS VÁLTER LÚCIO


Assistente Convidado Professor Associado
Faculdade de Engenharia Investigador do ICIST
Universidade Católica Fac. Ciências e Tecnologia
Portuguesa Univ. Nova de Lisboa
Oeiras Caparica

SUMÁRIO

Apresenta-se uma nova ligação contínua viga-pilar para estruturas pré-moldadas de betão,
disponível para utilização pela indústria. Esta ligação foi desenvolvida e testada
experimentalmente no IST, ao abrigo de um protocolo de Investigação e Desenvolvimento com
a Cimpor. Os resultados experimentais revelaram boa performance sísmica, facilidade de
execução e de dimensionamento e competitividade económica.

1. INTRODUÇÃO

As estruturas de betão armado pré-moldado têm uma grande implantação em todo o mundo e
têm demonstrado serem um sistema seguro, durável e económico de construir. No entanto a sua
implementação em regiões sísmicas tem sido limitada, especialmente no que se refere à
construção em altura. A principal razão para a reduzida implantação deve-se ao défice de
desenvolvimento das ligações viga-pilar sismo-resistentes.

Nos EUA um vasto programa de investigação o PRESSS (Precast Structural Reseach Program)
dedicou-se ao desenvolvimento sísmico resistente das estruturas pré-moldadas, resultando essa
investigação em novas ligações comerciais viga-pilar, novos métodos de dimensionamento, e
novas normas que aumentam as vantagens estruturais e económicas da utilização de estruturas
pré-moldadas em regiões sísmicas [1].

Na Europa, o novo regulamento para estruturas em regiões sísmicas, o Eurocódigo 8 [2], é


muito conservativo relativamente à performance sísmica das estruturas pré-moldadas
comprometendo seriamente a sua competitividade económica, o factor global de segurança
chega a ser 2.6 vezes superior ao das estruturas moldadas em obra [3].

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Nesta comunicação apresenta-se uma ligação viga-pilar, economicamente competitiva, de fácil
execução, e simples de dimensionar. Um provete representativo do sistema foi sujeito a um
carregamento cíclico tendo demonstrado uma resposta estável até um deslocamento em
ductilidade de 3, viabilizando assim a utilização deste sistema para estruturas com um
coeficiente de comportamento até 2,5 [3].

2. SISTEMA DE LIGAÇÃO DESENVOLVIDO

2.1 Motivação

As estruturas pré-moldadas de betão têm vindo a incrementar a sua utilização pela indústria da
construção, existem ainda, no entanto, preconceitos quanto à performance estrutural deste tipo
de soluções sendo as ligações o seu ponto crítico. A ligação contínua viga-pilar é a mais
referenciada por ser a mais decisiva para a performance estrutural e para a economia da
solução.

Nas estruturas reticuladas pré-moldadas mais comuns, devido ao modo de funcionamento das
lajes pré-moldadas, apenas existe necessidade de pórticos resistentes às cargas verticais numa
das direcções. Na direcção perpendicular, os pórticos apenas terão que resistir, para além de
pequenas cargas permanentes, às cargas horizontais.

As normas modernas para concepção sísmica, nomeadamente o EC8, impõem que os pilares
sejam dimensionados segundo os princípios do “capacity design”, ou seja pilar forte / viga
fraca. Este tipo de concepção garante que toda a deformação plástica da estrutura se concentre
nas extremidades das vigas e na ligação dos pilares à fundação. As zonas de deformação
plástica designam-se de zonas críticas.

SIM NÃO
DEFORMAÇÃO PLÁSTICA DEFORMAÇÃO PLÁSTICA
NAS VIGAS NOS PILARES
"CAPACITY DESIGN"

Figura 1: Capacity Design

Neste contexto a ligação viga-pilar pode ser concebida de forma a estar localizada dentro ou
fora das zonas críticas; estando nas zonas críticas podem ser classificadas como dissipativas ou
não dissipativas.

A ligação contínua viga-pilar a desenvolver tem como objectivo:

1. Em termos de função ter flexibilidade para ser utilizada em pórticos concebidos para
resistir a cargas gravíticas e horizontais ou apenas para resistir a cargas horizontais.

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2. Em termos de performance sísmica ser classificada como ligação dissipativa e ter uma
performance no mínimo equivalente às estruturas de betão de ductilidade normal,
segundo o REBAP, ou de baixa ductilidade, segundo o EC8.
3. Em termos construtivos ser de fácil execução, rápida montagem e aceitar elevadas
tolerâncias.
4. Ter um dimensionamento simples, o mais próximo possível das estruturas moldadas
em obra, de forma a ser acessível a todos os projectistas.
5. Ser economicamente competitiva relativamente às estruturas moldadas em obra assim
como com as restantes soluções pré-moldadas.
6. Credibilizar a performance estrutural das estruturas pré-moldadas.

2.2 Sistema de Ligação Viga-Pilar

No sistema de ligação desenvolvido a continuidade é conseguida nas armaduras através de


emendas mecânicas para ligação das armaduras de continuidade e no betão por injecção da
junta com calda de cimento.
armadura
superior com
emendas mecânicas continuidade

emendas bainha para janelas para


armadura armadura
mecânicas injectar com manuseamento
inferior sem inferior com
calda da armadura
continuidade continuidade

Figura 2: Ligação viga-pilar em vigas


rectangulares com betonagem complementar

As soluções para a continuidade dos varões diferem conforme se trata da armadura superior ou
inferior. A armadura superior é colocada em obra, sendo a viga posteriormente completada na
operação de betonagem complementar do pavimento, não havendo assim um aumento de
operações e sendo a espessura da camada complementar do pavimento aproveitada para
incrementar a altura útil da viga. A armadura inferior é colocada num negativo realizado por
uma bainha de pré-esforço, que viabiliza a operação de ligação do varão à emenda mecânica,
sendo a bainha posteriormente injectada com calda de cimento.
armadura
superior com
emendas mecânicas continuidade

emendas bainha para injectar


armadura armadura
mecânicas com calda
inferior sem inferior com
continuidade continuidade

Figura 3: Ligação viga-pilar em vigas em T com espessamento


no apoio e betonagem complementar

3
Na figura 2 está esquematizado o sistema de ligação viga pilar com vigas de secção rectangular
com betonagem complementar em obra. Neste sistema são previstas janelas para
manuseamento da armadura inferior da viga, que podem ser dispensadas em vigas com
geometrias diferentes. Na figura 3 ilustra-se o sistema com vigas em T com espessamento da
alma junto ao apoio, geometria muito comum nas vigas pré-moldadas, em que as janelas
puderam ser dispensadas sendo a armadura manuseada na extremidade final do espessamento.
Nos casos em que não se pretende uma betonagem complementar na viga a continuidade da
armadura superior poderá ser conseguida com o mesmo sistema adoptado para a armadura
inferior, ver figura 4.
janelas para armadura
manuseamento superior com
emendas continuidade
da armadura
mecânicas

emendas bainha para injectar


armadura armadura
mecânicas com calda
inferior sem inferior com
continuidade continuidade

Figura 4: Ligação viga-pilar em vigas em T com


espessamento no apoio e sem betonagem complementar

2.3 Soluções Tecnológicas

As soluções tecnológicas adoptadas nesta ligação basearam-se nos princípios de simplicidade e


economia, pelo que foram adoptadas tecnologias comercialmente disponíveis e com larga
utilização noutras áreas.

Os varões roscados e as emendas mecânicas adoptados, ver figura 5, são representados há


vários anos pela Dywidag, VSL, MCalloy e MK4, e segundo os autores são a solução com a
melhor relação custo / eficiência. As bainhas são as utilizadas pelos sistemas de pré-esforço por
pós-tensão, assim como a calda de injecção.

Figura 5: Varão roscado e emenda mecânica

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3. PROGRAMA EXPERIMENTAL

O programa experimental consistiu em 4 fases: (i) montagem (ii) materiais (iii) pré-
carregamento (iv) carregamento cíclico. Na primeira fase o objectivo foi determinar e ensaiar a
facilidade de montagem, na segunda fase determinar os valores médios e característicos de
cada material, a terceira teve por objectivo determinar as características de cedência da ligação
(deslocamentos e forças) e finalmente a quarta destinou-se a determinar a performance sísmica
do sistema.

3.1 Configuração do ensaio

Na figura 6 apresenta-se um esquema com a configuração geral do ensaio, por razões de


suporte o pilar está deitado e a viga está na vertical. O actuador está ligado à parede de reacção
através de uma substrutura de aço. A célula de carga encontra-se entre o actuador e o topo da
viga. O pilar está pré-esforçado contra a laje de reacção e contra a parede de reacção.

Figura 6: Configuração geral do ensaio


(alçado lateral), dimensões em m

O sistema de ensaio, ver figura 7, é comandado através de um sistema automático de controlo e


aquisição de dados, baseado no sistema utilizado por Proença [4], constituído pelos seguintes
componentes:

1. Controlador – Computador pessoal que através de um programa em Visual Basic,


desenvolvido por Proença e adaptado pelo autor, gere as restantes unidades do sistema e
armazena os dados.
2. Unidade de aquisição de dados – Data logger HP3852A com um voltímetro HP44701A. O
voltímetro efectua a conversão do sinal de analógico para digital. O data logger dispõe de
um conjunto de “slots” nos quais são colocados acessórios de leitura de 10 canais por “slot”
(multiplexers HP44717A e HP44719A) e a unidade de output digital HP44724 de 16
canais.
3. Transdutores eléctricos – Extensómetros, transdutores de deslocamentos e célula de carga.

5
4. Comando do Actuador – Unidade que dispõe de um conjunto de botoneiras que controlam
o estado de movimento, a velocidade e o sentido do motoredutor eléctrico que move o
actuador. O comando pode ser operado localmente ou em modo remoto através de ligação
digital ao controlador (computador).

Figura 7: Vista geral do sistema de ensaio

3.2 Procedimento de Ensaio

Adoptou-se o procedimento de ensaio desenvolvido e adoptado pelo programa PRESSS para


uniformidade dos resultados, ver figura 8. Este procedimento é baseado em incrementos de
ductilidade em deslocamento, d, definidos por, /y, onde  é o deslocamento de um
determinado ponto e y o deslocamento de cedência.

Figura 8: Procedimento PRESSS

Neste procedimento o primeiro ciclo é controlado pela força para determinação dos
deslocamentos de cedência. Após o primeiro ciclo o provete é sujeito a três ciclos para cada um
dos patamares de ductilidade em deslocamento 1, 1.5, 2, 3, 4, etc., com um pequeno ciclo de
0.75 de ductilidade em deslocamento entre cada patamar. Os ciclos repetidos destinam-se à
determinação da estabilidade de reposta do provete face a um sismo de longa duração. Os
pequenos ciclos pretendem determinar o comportamento da estrutura pós sismo. O
procedimento de ensaio adoptado é descrito em [5].

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3.3 Características do Provete

O provete representa parte de um pórtico de uma estrutura, nomeadamente parte do pilar e da


viga, estando a ligação dos elementos na interface entre a viga e o pilar. O pilar tem 2.43 m de
comprimento e uma secção rectangular de 0.300.70 m. A viga tem secção em T, para
incorporar a laje no comportamento do modelo. No topo da viga a secção não é em T devido à
configuração da ligação ao actuador. As vigas têm janelas para manuseamento da armadura
inferior.

O pilar foi dimensionado segundo o princípio do “capacity design” (pilar forte / viga fraca), as
armaduras do pilar estão ilustradas na figura 9.

PILAR VIGA

Figura 9: Armaduras do pilar e da viga

As principais variáveis de dimensionamento do provete foram (i) o coeficiente de vão de corte,


(ii) a percentagem de armadura total e (iii) a relação de armadura superior/inferior.

De acordo com o documento “State of art report of RC frames under earthquake loading” [6]
quando o coeficiente de vão de corte é inferior a 2 a rotura é condicionada pela resistência ao
corte, e quando é superior a 4 por flexão. Verifica-se também que quanto maior for o
coeficiente de vão de corte adoptado, melhores serão os resultados em termos de ductilidade
em deslocamento.

Vigas sujeitas a esforços sísmicos têm tipicamente um coeficiente de vão de corte de


aproximadamente 5, enquanto que quando sujeitas a esforços gravíticos esse valor é de cerca
de 1,7. Uma vez que a ligação em estudo poderá ser utilizada em vigas com todos os tipos de
esforços, adoptou-se para efeitos de ensaio um coeficiente de vão de corte de 3, valor este que
irá condicionar os nossos resultados conservativamente em termos de ductilidade em
deslocamento.

Segundo o documento [6] quanto maior for a taxa de armadura total menor serão os resultados
em termos de ductilidade em deslocamento, os autores adoptaram um valor comum total=1.5%.

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Para a relação armadura inferior / superior adoptou-se o valor inf/sup= 0.5, que corresponde à
menor relação permitida pelo EC8 [7] e que confere assimetria ao provete que de acordo com o
documento [6] pode condicionar a rotura.

Refere-se ainda que na revisão bibliográfica [3] efectuada pelos autores quase todos os
trabalhos experimentais de ligações viga-pilar tinham uma relação armadura inferior / superior
de inf/sup= 1.0 e um coeficiente de vão de corte de 5. Portanto, e pelo acima exposto, pode-se
assumir que os resultados experimentais deste trabalho são conservativos quando comparados
directamente com os da revisão bibliográfica.

4. RESULTADOS EXPERIMENTAIS

O ensaio decorreu no Instituto Superior Técnico nos dias 27 e 28 de Setembro de 2000.

4.1 Carregamento preliminar

O carregamento preliminar, ver figura 10, destina-se a determinar os parâmetros de cedência


do provete.
250

200

150

100
F (kN)

50

-50

-100

-150
-15 -10 -5 0 5 10 15 20 25
 (mm)

Figura 10: Diagrama F- do carregamento preliminar

O provete foi carregado em ambas as direcções até à sua resistência última. O deslocamento de
cedência é definido como o deslocamento a 75% da força última divido por 0.75. Este método
é similar aos usados por Cheok e Lew [8], French e outros [9] e Bull e Park [10], com a
diferença que os mesmos utilizaram uma estimativa da resistência última e neste trabalho
utilizou-se o próprio valor experimental.

Como ilustrado na figura 11, o deslocamento de cedência positivo é  y  16.5 mm e o

negativo  y  15.7 mm.

8
-15.7 11.7
-
250 0
227
200 -20

170 -40
150

F (kN)
F (kN)

-60
100 - 79
-80
-
50 -100
105-
-

0 -120
12,3 16,5 23,9
0 5 10 15 20 25 -20 -16 -12 -8 -4 0
 (mm)  (mm)

Figura 11: Determinação dos parâmetros de cedência

4.2 Carregamento cíclico

A ligação completou 3 ciclos para uma ductilidade em deslocamento de 3, d=3, com uma boa
estabilidade de resposta, a máxima degradação de resistência foi de 5.6% para este nível de
deslocamento.

Na figura 12 mostram-se os resultados experimentais em termos de força – deslocamento, a


rotura deu-se no carregamento de momentos positivos por rotura da armadura inferior.
250

200

150

100
F (kN)

50

-50

-100

-150
-60 -40 -20 0 20 40 60 80
 (mm)

Figura 12: Diagrama F-

Segundo Tassios [10] o coeficiente de comportamento de uma estrutura pode ser determinado
através da ductilidade em deslocamento das regiões responsáveis pela dissipação de energia
sísmica, ou seja a ligação pilar-fundação e viga-pilar, em estruturas concebidas pelos princípios
do “capacity design”. A equação 1 exprime a relação entre ductilidade em deslocamento e
coeficiente de comportamento.

d= (q+1)2/4 (1)

Para o resultado da ductilidade em deslocamento de d=3 obtemos um coeficiente de


comportamento de q=2.5 Este valor é equivalente ao indicado pelo EC8 para estruturas em
pórtico de baixa ductilidade, ou em pórtico de ductilidade normal segundo o REBAP.

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5. CONCLUSÕES
O dimensionamento da ligação pode ser efectuado com as regras habituais para as estruturas
moldadas em obra, devendo haver apenas cuidados especiais na pormenorização devido às
condicionantes próprias das estruturas pré-moldadas. A construção em laboratório revelou que
o sistema é de simples execução, rápida montagem e aceita elevadas tolerâncias.

O provete representativo do sistema desenvolvido foi sujeito a um carregamento cíclico e


demonstrou estabilidade de resposta até uma ductilidade em deslocamento de 3, viabilizando
assim a utilização deste sistema em estruturas com um coeficiente de comportamento até 2.5.

Esta performance é similar à das estruturas de betão armado moldadas em obra de baixa
ductilidade defenida pelo EC8. Estes resultados experimentais demonstram que o EC8 é muito
conservativo no que respeita à performance sísmica das estruturas de betão pré-moldado.

6. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Cimpor pelo financiamento deste estudo e ao Instituto Superior


Técnico, em especial ao Grupo de Betão Armado e Pré-esforçado onde decorreu este trabalho.

7. REFERÊNCIAS

[1] Nakaki et al. – “An Overview of the PRESSS Five Story Precast Test Building”, PCI
Jornal, March-April 1999
[2] ENV 1998-1-1:1994 – “Eurocode8 – Design provisions for earthquake resistance of
structures – Part 1-1: General rules - Seismic actions and general requirements for structures”,
CEN
[3] Reis, Pedro – “Ligação Contínua Viga-Pilar em Estruturas Pré-moldadas de Betão”,
Dissertação de Mestrado, IST, Lisboa, 2000
[4] Proença, Jorge – “Comportamento Sísmico de Estruturas Pré-Fabricadas –
Desenvolvimento de um sistema recticulado continuo”, Dissertação de Douturamento, IST,
Lisboa, 1996
[5] Vasconez, Rosa et al. – “Behaviour of HPFRC connection for precast concrete frames
under reversed cyclic loading”, PCI Journal, November-December 1998
[6] CEB – “RC frames under earthquake loading – State of art report”, Thomas Thelford,
London, 1996
[7] ENV 1998-1-2:1994 – “Eurocode8 – Design provisions for earthquake resistance of
structures – Part 1-2: General rules - General rules for buildings”, CEN
[8] Cheok, G.; Lew, H. – “Performance of precast concrete beam-to-column connections
subject to cyclic loading”, PCI journal, May-June 1991
[9] French et al. – “Connections between precast elements – failure within connections
regions”, ASCE – Journal of Strutural Engineering, pg. 3171-3192, December 1989
[10] Park, R.; Bull, D. – “Seismic resistance of frames incorporating precast prestressed
concrete beams shells”, PCI Journal, July-August 1986
[11] Tassios, T – “Background document for chaper 2 – Part 1.3, Specific rules for concrete
structures”, Nat. Techn. University Athens, Maio 1998

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