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ESTUDOS ANTROPOLÓGICOS

E SOCIOLÓGICOS

Tópico 2
Contexto do surgimento das Ciências Sociais
e da Sociologia:
a Reforma Religiosa e o Iluminismo.

Fevereiro, 2007
Tópico
2 O surgimento das Ciências Sociais e da Sociologia

O que veremos neste tópico?

ƒ Raízes do pensamento científico moderno

ƒ Renascimento: quando tudo começou

ƒ A Reforma Religiosa (Luterana)

ƒ O Iluminismo

ƒ Exercícios e Atividades sugeridas

Núcleo Geral

EAS 1
Tópico
2 O surgimento das Ciências Sociais e da Sociologia

Raízes do pensamento científico moderno


A História traça, como marcos da sociedade moderna, que vai do
século XVIII até à Segunda Guerra Mundial, a Revolução industrial
(tecnológica) e a Revolução Francesa (política).

Entretanto, esses dois processos têm suas raízes fincadas na


antiguidade, no pensamento filosófico, social e grego político e na
descoberta e na introdução de novos materiais, instrumentos e
técnicas no melhoramento da produção agrícola e artesanal de então,
do comércio e da navegação.

Estes conhecimentos foram espalhados por todo o Oriente Médio por


Alexandre, o Grande, Rei da Macedônia e Imperador do Império
Helênico, que ia desde o Egito ao Norte da Índia.

Leitura Complementar
http://pt.wikipedia.org/wiki/Helenismo
http://plato.if.usp.br/1-2003/fmt0405d/apostila/helen8/node14.html

Alexandre, o Grande
"...fazia empenho em enfrentar a fortuna com a ousadia e ao poder com o valor, pois nada
parecia-lhe inconquistável para os ousados, nem forte se defendido pelos covardes."

Plutarco - Vidas Paralelas - Alexandre o Grande, LVIII.

Apesar de morrer aos 32 anos de idade, na cidade de Babilônia, no


ano de 323 a.C., Alexandre III, rei da Macedônia, foi o maior
conquistador da história ocidental. Em apenas onze anos de marchas
e combates nos mais variados territórios, controlou uma extensão de
terras equivalente ao tamanho da Europa Ocidental. O império dele ia
desde os Balcãs até a fronteira da Índia, do Mar Cáspio até o Mar
Mediterrâneo. Nunca mais nenhum outro general, nem César, nem
mesmo Napoleão, que o imitaram, conseguiu repetir-lhe o feito.
Não se sabe até hoje se foram as lições do seu preceptor, o filósofo
grego Aristóteles, que muito lhe ensinaram sobre um possível rei-
filósofo governado um império universal, ou se ainda teriam sido os
discursos inflamados do orador Isócrates, morto em 338 a.C., a favor
de uma guerra contra a Pérsia, que fizeram de Alexandre Magno um
Alexandre o Grande conquistador. Ou se simplesmente eram as palavras de Homero, que
(356-323 a.C.)
sabia de cor, que lhe incendiavam a imaginação.
O que parece ser certo é que o jovem Alexandre da Macedônia, tornado rei precocemente aos
vinte anos, sentiu-se a encarnação de Aquiles, o maior dos heróis gregos. O próprio pai, o rei
Filipe, assassinado em 336. a.C., sabia que aquela águia audaz não se satisfaria com a pequena
Macedônia, recomendando-lhe que cavasse um outro reino para si na vastidão da Ásia.
http://educaterra.terra.com.br/voltaire/antiga/2005/01/23/001.htm

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Os conhecimentos filosóficos gregos se juntaram aos conhecimentos


pragmáticos egípcios e foram consolidados e expandidos no Museu de
Alexandria, Biblioteca e Centro de Pesquisas que reuniu os melhores
pensadores a partir do século IV a.C. para desenvolverem o
conhecimento cientifico e elaborarem os métodos apropriados para
adquirir esses conhecimentos.

A fundação do Museu
A fundação do Museu deve-se a Ptolomeu I, homem de confiança de Alexandre Magno.
General e historiador, foi ele quem, depois da morte de Alexandre, estabeleceu para si e para
seus sucessores um novo reino no Egito.
Decidido a transformar Alexandria na capital intelectual do helenismo, Ptolomeu vai procurar
retirar a hegemonia cultural de Atenas em favor da sua capital, convidando poetas, sábios e
filósofos. Assim, consegue atrair à sua cidade alguns filósofos, poetas, médicos ilustres,
matemáticos e astrônomos.

O funcionamento do Museu

O Museu não era só uma escola, no sentido próprio do termo. Era também um instituto de
investigação. Ao contrário da Academia de Platão que, pelo menos de início, suportou todas as
despesas de funcionamento, no Museu de Alexandria a manutenção dos sábios, poetas e
filósofos que viviam no estabelecimento, cerca de uma centena, estava a cargo do rei. Era ele
que os alimentava e, provavelmente, lhes concedia as remunerações destinadas às suas
despesas. Não lhes era estabelecido qualquer trabalho obrigatório. Dessa forma, livres e sem
problemas materiais de qualquer espécie, podiam empreender os seus trabalhos, dedicar-se
às suas investigações e dar algumas aulas.

Os sábios não seriam obrigados a ensinar, mas, provavelmente, todos o faziam. O clima entre
professores e alunos seria de companheirismo. Como forma de manifestar o seu apreço pelo
Museu, Ptolomeu visitava-o com freqüência, participava nas refeições comunitárias assim
como nos debates dos sábios, aceitando sempre de bom grado qualquer observação crítica.

Ser admitido no Museu representava uma grande distinção. Nem todos os homens da ciência,
ou que se tomavam como tal, receberam semelhante honra. As condições em que se
desenvolviam os estudos eram para a época insuperáveis, vindo a ter um significado histórico
universal. Segundo se sabe, o Museu era constituído por dez laboratórios de investigação
(cada um deles dedicado a um assunto diferente), jardins botânicos, um jardim zoológico,
salas de dissecação e um observatório.

A direção do Museu estava entregue a um grande sacerdote das musas (esta instituição tinha
caráter religioso) e daí o nome de MUSEU – Templo das Musas, e a um presidente que se
ocupava da parte administrativa.
Mas a glória do Museu era, sem dúvida, a sua magnífica Biblioteca.

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A Biblioteca de Alexandria

Reconstituição de um dos átrios da Biblioteca de Alexandria. Os dois quadros representam, à


esquerda Alexandre, e à direita o deus Serápis.

O Império Macedônico estendeu-se, como vimos, por todo o mundo conhecido, da Sicília à
África do Norte, da Península Balcânica à Ásia Menor, do Irão à Índia e ao Afeganistão. Vimos
também que Filipe II, e posteriormente Alexandre, desenvolveram uma política de
aproximação às culturas dos povos conquistados. É neste contexto que se deve entender o
significado ecumênico da Biblioteca. Com o intuito de compreender melhor os povos
conquistados, era necessário reunir e traduzir os seus livros, em especial os livros religiosos
uma vez que a religião era considerada “a porta de suas almas".

Interessa também realçar que o Egito era um país onde a tradição da cultura e das coleções
sempre tinha existido. Na verdade, desde o tempo dos antigos faraós que existiam bibliotecas.
Por outro lado, alguns soberanos Assírios e Babilônicos possuíam também bibliotecas. Em
Ninive, foi mesmo encontrada em 1849, a biblioteca cuneiforme do rei assírio Assurbanipal,
cujos livros eram placas de argila. No entanto, a primeira biblioteca particular realmente
importante, antes da biblioteca de Alexandria, foi a biblioteca de Aristóteles acumulada, em
parte, graças aos generosos subsídios de Alexandre.

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A fundação da Biblioteca

Assim, Ptolomeu I, vai fundar uma nova biblioteca. O edifício será construído no mais belo
bairro da nova cidade, nas proximidades do porto principal, onde também se encontrava o
palácio real, prova bem clara da importância que o rei, desde o princípio, lhe atribuiu. Para
além dos inúmeros livros comprados para a biblioteca, esta foi crescendo também graças à
contribuição que os sábios e os literatos da época iam dando (refira-se, por exemplo, o caso
do filólogo Dídimo (313 - 398 d.C.), que terá composto cerca de três mil e quinhentos volumes
de comentários).

A coleção de base acumulada por Ptolomeu I aumentou com enorme rapidez nos dois reinados
seguintes. Ptolomeu III, (reinado: 246 - 221 a.C.), usou de todos os métodos para obter
livros. Assim, todos os navios mercantes fundeados no movimentado porto de Alexandria,
eram revistados e os livros encontrados retidos e copiados. Conta-se também que Ptolomeu
III pedira emprestado a Atenas os manuscritos originais ou as cópias oficiais das grandes
tragédias de Ésquilo (525 - 456 a.C.), Sófocles (496 - 406 a.C.) e Eurípedes (480 - 406 a.C.).
Acontece, porém que, para os Atenienses, esses textos eram um patrimônio cultural de valor
incalculável, razão pela qual se mostraram reticentes em deixar os manuscritos sair das suas
mãos. Só depois de Ptolomeu ter assegurado a devolução através de um enorme depósito em
dinheiro, aceitaram ceder as peças. Mas Ptolomeu, que atribuía maior valor a esses
manuscritos do que ao próprio ouro, preferiu perder a caução e conservar os originais na sua
biblioteca. Os Atenienses tiveram que se contentar com as cópias que Ptolomeu lhes enviou.

A Biblioteca continha tudo o que a literatura grega produzira de interessante. É certo também
que existiam obras estrangeiras traduzidas ou não. Dentro das obras traduzidas pelo corpo de
tradutores do próprio museu, distingue-se a tradução em língua grega dos chamados Setenta,
livros sagrados dos Judeus a que chamamos Antigo Testamento. Uma lenda diz que Ptolomeu
II (rei do Egito entre 283 e 246 a. C.) reuniu setenta e dois sábios judeus e lhes pediu que
traduzissem para o grego as suas Escrituras. No entanto, a tradução foi na realidade bem
mais demorada. O Pentateuco só foi acabado de traduzir no séc. III, os livros dos Profetas e
os Salmos no século II, e o Eclesiastes cerca de cem anos após a era cristã.

A dedicação e devoção revelada pelos soberanos do


Egito e pelos responsáveis pelo Museu permitiram
reunir a maior coleção de livros da antiguidade.
Pensa-se que a Biblioteca chegou a reunir cerca de
400 mil volumes. Tendo-se tornado insuficiente o
espaço, o Serapeion (templo de Serápis) recebeu
um outro depósito, de cerca de 300 mil volumes,
totalizando assim 700 mil volumes.

Dada a sua riqueza, a Biblioteca foi alvo de atenção


dos falsários. Assim, uma das tarefas dos
funcionários do Museu consistia em distinguir as
obras apócrifas das autênticas.

Por exemplo, os poemas homéricos foram


analisados por um filólogo do Museu, Zenódoto de
Estátua do deus Serápis séc. IV Éfeso (final do séc. III a.C.) que assinalou as
a.C.. Adorado tanto pelos Gregos passagens mais suspeitas, o mesmo ocorrendo com
como pelos Egípcios, Serápis os poemas trágicos e a literatura grega. Assim,
simbolizava a influência do saber nascia no Museu a crítica dos textos.
grego no Egito.

www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/museu/index.htm

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Com a destruição da Biblioteca e do Museu de Alexandria os


pensadores e pesquisadores que ali atuavam nas áreas de astronomia,
matemática, geografia, medicina física e literatura, se dispersaram
pelo Império Romano do Oriente, com sede em Constantinopla e
alguns vieram até o ocidente, à Península Ibérica, onde os árabes
haviam construído uma grande civilização e onde a religião permitia o
livre pensamento.

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http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/momentos/museu/index.htm

Renascimento: quando tudo começou


A queda do império Romano do Oriente em 1453 facilitou as viagens
comerciais e possibilitou a transferência, para o ocidente, de produtos
e conhecimentos desenvolvidos até então no Oriente Médio e Ásia
Menor. É exemplar deste período a historia do mercador Marco Pólo e
suas relações com a China.

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http://cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/view/2849

O primeiro momento desta transferência de conhecimentos configurou


um dos mais importantes momentos da historia do desenvolvimento
da Europa ocidental que foi o RENASCIMENTO, entre os séculos XIV e
XVII. Este foi o período de decadência do feudalismo, das formas
feudais de produção e das relações sociais de servidão, e o inicio do
novo sistema capitalista, fundado no livre comércio que caracterizou
a sua primeira fase, o mercantilismo.

Renascimento
O termo Renascimento é comumente aplicado à civilização européia que se
desenvolveu entre 1300 e 1650. Além de reviver a antiga cultura greco-romana,
ocorreram nesse período muitos progressos e incontáveis realizações no campo das
artes, da literatura e das ciências, que superaram a herança clássica. O ideal do
humanismo foi sem duvida o móvel desse progresso e tornou-se o próprio espírito
do Renascimento. Trata-se de uma volta deliberada, que propunha a ressurreição
consciente (o re-nascimento) do passado, considerado agora como fonte de
inspiração e modelo de civilização. Num sentido amplo, esse ideal pode ser
entendido como a valorização do homem (Humanismo) e da natureza, em oposição
ao divino e ao sobrenatural, conceitos que haviam impregnado a cultura da Idade
Média.

Características gerais:
ƒ Racionalidade;
ƒ Rigor Científico;
ƒ Ideal Humanista;
ƒ Reutilização das artes greco-romanas.

http://www.historiadaarte.com.br/renascimento.html

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O Renascimento aconteceu nas cidades-Estado italianas, enriquecidas


pelo comercio de especiarias e comandadas por governantes que
pagaram aos artistas o preço necessário à restauração da arte e da
arquitetura ocidental. Entre estes artistas estão o florentino Sandro
Botticcelli, que retrata temas da mitologia; Leonardo da Vinci,
escultor, desenhista e pintor genial, autor das conhecidas telas A
Última Ceia, Mona Lisa (ou La Gioconda) e a Virgem dos Rochedos;
Michelangelo, que recebeu de seus contemporâneos o título de divino
porque as suas esculturas traduzem movimento e sentimento. Suas
obras mais conhecidas são as esculturas Pietá, Moisés e David e as
muitas pinturas que compõem o teto da Capela Sistina; e Rafael,
pintor e arquiteto que se dedicou a pintar imagens sacras, como A
Virgem com o Menino, e também figuras femininas. Na literatura
podemos destacar Dante Alighieri, italiano, ator da Divina Comédia, a
obra mais importante da poesia italiana; François Rabelais, francês,
escreveu dois textos, Gargantua e Pantagruel, onde satiriza o
comportamento do clero e os dogmas católicos; Luís de Camões
português, autor d´Os Lusíadas, um poema épico que narra o
heroísmo português na expansão marítima; e Miguel de Cervantes
espanhol, autor de Dom Quixote e la Mancha, uma obra-prima
literária e histórica que narra a impossibilidade da manutenção dos
valores medievais no mundo burguês em formação, que não desperta
para a realidade dos novos tempos.

Estes e outros artistas menos conhecidos se dedicaram a recriar os


antigos conceitos e formas greco-romanas e orientais, perdidas desde
o fim do Museu de Alexandria e produziram peças artísticas e
arquitetônicas e literárias das mais belas que a humanidade conhece.

Michelangelo - A criação de homem - Capela Sistina (http://renascimento.clio.pro.br/)

Entretanto, a importância deste período não se caracteriza apenas pela


recuperação de formas e conceitos artísticos, mas pela recuperação do
humanismo e do pensamento científico produzido até então, dos
gregos aos Museu de Alexandria dos romanos aos pensadores
medievais.

A recuperação dos conhecimentos e princípios científicos, não


reconhecidos pela Igreja Católica da Idade Média, porque contrariavam
os dogmas da fé, trouxe situações conflituosas, ideológicas e pessoais,
para pensadores e filósofos, mas trouxe incomensuráveis benefícios

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para o desenvolvimento social e cultural da Humanidade. Foi o caso de


Galileu Galilei, matemático e astrônomo que, baseando-se nas idéias
de Copérnico, afirmou então que a terra é redonda e gira em torno do
sol, contrariando o dogma da Igreja católica de que a terra seria fixa,
não se movia e era plana, quadrada, cercada por abismos aos quais os
navegadores nunca deveriam se aventurar. Em 1632 publica em
Florença o Dialogo sopra i due massimi sistemi del mondo (Diálogo
sobre os Dois Maiores Sistemas do Mundo), criticando de o sistema
aristotélico e defendendo Copérnico. Meses depois, o livro é proibido
pela Igreja Católica. No ano seguinte inicia-se o processo contra
Galileu e o cientista é obrigado a abjurar suas convicções sob pena de
ser morto na fogueira da Santa Inquisição. Condenado a cárcere
privado, volta para sua terra natal, retoma seus estudos de mecânica e
segue suas investigações. (http://minerva.ufpel.edu.br/~histfis/entrada_g.htm)

Os principais filósofos do período foram: Erasmo de Roterdã, da


Holanda, considerado um dos principais humanistas do Renascimento,
que escreveu “Elogio da Loucura”, no qual faz duras críticas às elites
no poder e à Igreja Católica; Nicolau Maquiavel, italiano, autor do
famoso “O Príncipe”, onde escreve sobre as estruturas do Estado
moderno; e Thomas Morus inglês, autor de “Utopia” onde fez a crítica
à sociedade de sua época e propõe uma sociedade solidária.

O Renascimento Científico
Um certo distanciamento adotado pelos
renascentistas em relação às pregações católicas
que condenavam a investigação científica favoreceu,
a partir do século XVI, o desenvolvimento de vários
ramos da ciência. A principal contribuição do
Renascimento ao conhecimento científico foi o
desenvolvimento da observação e da
experimentação. Foi a partir dessas práticas que os
renascentistas avançaram no conhecimento. As
duas principais figuras do Renascimento Científico
foram Leonardo da Vinci e Nicolau Copérnico (1473
1543). Da Vinci inventou inúmeros mecanismos e
instrumentos bélicos. Projetou máquinas novas e
Projeto de Helicóptero, por Leonardo da Vinci aperfeiçoou outras já conhecidas.

Dedicou-se ao estudo da analmumiia humana, da Física, da Botânica, da Astronomia.


Como já foi salientado, ele foi o modelo do renascentista, pois se dedicou a várias áreas de
conhecimento.
Copérnico contribuiu na ampliação do da Matemática, da Mecânica e da Astronomia.
Formulou em 1543, a teoria heliocêntrica, que afirma que a Terra gira em torno do Sol,
contrariando a doutrina católica medieval que defendia a idéia de que a Terra é o centro
do universo. Às ciências naturais progrediram graças à contribuição de muitos estudiosos,
como Gesner e Rondelet, que investigaram a fauna; o geólogo Georg Bauer, que descobriu
novas formas de aproveitamento dos minérios; na Medicina, André Vesálio e Miguel Servet
aprofundaram os estudos de Leonardo da Vinci sobre anatomia humana e circulação
sangüínea, enquanto Ambroise Paré criava a técnica de usar ataduras para estancar a
hemorragia.

Fonte:PETTA, Nicola Luiza de. História - Uma Abordagem Integrada. 1ª Ed.


São Paulo: Moderna. 1999
http://www.saberhistoria.hpg.ig.com.br/nova_pagina_52.htm

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Um dos mais importantes benefícios do Renascimento Cientifico foi a


invenção da imprensa por Gutenberg, o que possibilitou a
disseminação das informações através de jornais e estimulou o
aprendizado o exercício da leitura e permitiu aos indivíduos
apoderarem-se de diversos conhecimentos que antes eram privativos
dos letrados da Igreja e das classes abastadas e poderosas.

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http://educaterra.terra.com.br/voltaire/cultura/2004/10/29/000.htm

Imprensa e a Reforma
Se o encontro de Erasmo com aquele fragmento de papel impresso apontou para a associação
entre a imprensa e os humanistas, foi preciso esperar a rebelião de Lutero, no início do século
XVI, para que o livro feito nas oficinas por mestres impressores superasse o dos monges
copistas. A polêmica religiosa foi tão apaixonada que o latim, limitado às esferas sociais
superiores, começou a ser abandonado. Para conquistar o povo para uma das causas, a dos
protestantes ou a dos católicos, era preciso que se escrevesse na fala da gente comum:
Lutero, apelando diretamente para o povo, traduziu a Bíblia para o alemão e o mundo católico,
por sua vez, encheu-se de "vulgatas" do Novo Testamento. Foi a Reforma e não o
Renascimento quem disseminou o livro de Gutenberg, pois os teólogos e os doutrinadores
religiosos tiveram que apelar diretamente para os povos daquela época para ganhar o apoio
deles na grande Guerra Teológica que dividiu a Europa ao meio.

A literatura científica e sentimental

Daquela guerra teológica, que não demorou muito para tornar-se numa guerra de fato, foi um
passo para chegar-se às publicações profanas.

Copérnico, percebendo as conseqüências que a descoberta do heliocentrismo provocaria (a


Igreja defendia o geocentrismo de Ptolomeu), tardou o que pode para evitar imprimir De
revolutionibus orbitae coelestium ("A Revolução das Órbitas Celestes", 1543), pois temia que
"a água límpida da ciência virasse lama ao chegar ao conhecimento do povo".

O povo não transformou o conhecimento em lama, mas sim, por meio dos intelectuais
seculares, num instrumento para sua emancipação das amarras feudais. Em todos os lugares
onde o livro impresso difundiu-se foi acompanhado pelo desejo da liberdade de pensamento e
de palavra. Desde então, nunca mais foi admissível sustentar-se com argumentos outros que
não fossem o do interesse material, a servidão ou a escravidão. Por mais que as tiranias, os
dogmatismos e as fanáticas ortodoxias o tenham perseguido, censurado, proibido ou
incinerado, o livro mostrou-se capaz de sobreviver a tudo.

Não foi, todavia, só a ciência e a sabedoria dos teólogos e dos humanistas que o livro
impresso difundiu. Ele abriu-se também aos sentimentos. Com a descoberta do continente do
romance, a partir do século XV, homens e mulheres de todas as idades passaram a ver nele,
no livro, o mais extraordinário objeto para expor, a si e aos outros, as suas venturas e
desventuras, seus amores e paixões, fazendo com que a literatura deixasse de ser uma arte
aristocrática e cortesã para democratizar-se e popularizar-se.

A Revolução do Livro Impresso já completou mais de cinco séculos e graças a ela a


humanidade deu seu maior salto de qualidade em todos os tempos, proporcionando a que
milhões de indivíduos de todas as partes da terra passassem a ter ao seu alcance as mais
diversas noções do conhecimento.

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A Reforma Religiosa (Luterana)


Contudo, o movimento de reforma religiosa deve também ser
compreendido à luz do quadro histórico e social das transformações
que caracterizam a transição do sistema feudal ao sistema capitalista.
Durante a Idade Média, a Europa havia passado por um conjunto de
transformações sociais econômicas e políticas, que permitiram à nova
sociedade, questionar o comportamento do clero e a doutrina da
Igreja. E a sociedade do período do Renascimento refletia, então, o
desenvolvimento de uma nova forma de pensar, caracterizada pelo
individualismo e pelo racionalismo. Essa mentalidade, por sua vez,
permitiu o desenvolvimento do senso crítico, determinando um
conjunto de críticas ao comportamento do clero que está na base da
quebra da unidade religiosa.

Possuidora dessa nova mentalidade inicia-se a ascensão da nova


classe, a burguesia, originária dos burgos ou vilas feudais Mas,
vinculada ao espírito do lucro, encontrava na Igreja Católica um
obstáculo a essas idéias. A Igreja desde a Idade Média procurava
regular as atividades econômicas a partir de seus dogmas e nesse
sentido condenava o lucro e a usura (empréstimo de dinheiro a juros)
inibindo a atividade mercantil, burguesa. É preciso lembrar que a
burguesia européia nasce cristã e dessa forma passará a procurar uma
forma de conciliar suas atividades econômicas e o ideal de lucro com
sua fé.

O poder dos reis, em ascensão século XVI, formava e consolidava o


regime absolutista em diversos países da Europa e o controle da Igreja
ou da religião passou a interessar aos reis como forma de ampliar e
legitimar seu poder, o eu explicando a intolerância religiosa que
marcará a Europa nos séculos seguintes. O melhor exemplo desse
vínculo entre a nova forma de poder e a religião surgirá na Inglaterra
com a criação de uma Igreja Nacional, subordinada a autoridade do
Rei.

Entretanto, o comportamento imoral de parte do clero, situação que se


desenvolvera por séculos desde a Idade Média, estabelece a crise
interna à Igreja.

A venda de objetos considerados sagrados, ou a venda de cargos


religiosos era uma prática comum. Os grandes senhores feudais
compravam cargos eclesiásticos como forma de aumentar seu poder
ou garantir uma fonte de renda para seus filhos, originando um
processo conhecido como "investidura leiga", principalmente no Sacro
Império. A preocupação com as questões materiais - poder e riqueza -
levou principalmente o alto clero a um maior distanciamento das
preocupações religiosas ou mesmo de caráter moral.

A Reforma do século XVI foi precedida por várias manifestações


contrárias ao monopólio da Igreja sobre a religiosidade e contra o
comportamento imoral do clero: as heresias medievais, a Querela das
Investiduras, o Cisma do Oriente e os movimentos reformadores. Teve
como precursores importantes John Wycliffe e Jan Huss.

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Wycliffe desenvolveu, no século XIV, uma "teoria da comunidade


invisível dos eleitos" e defendeu também a devolução dos bens
eclesiásticos ao poder temporal, na pessoa do soberano. Em 1381
defendeu em público a insurreição camponesa. Jan Huss adquiriu
grande popularidade com seus sermões, marcados pela influência de
Wycliffe, carregados de críticas aos abusos eclesiásticos. Suas críticas
foram radicalizadas na obra De ecclesia (Sobre a Igreja). Foi
condenado à morte na fogueira pelo Concílio de Constança, e morreu
em 1415.

Martim Lutero, o principal autor das idéias e propostas da


Reforma Religiosa, nasceu em 1483 na cidade de
Eisleben. Iniciou os estudos de Direito em 1505 e os
abandonou no mesmo ano, trocando-os pela vida
religiosa. Tornou-se monge e depois padre. Apesar de
dedicado à Igreja, sempre esteve atormentado por duas
grandes dúvidas: o poder da salvação atribuído a lugares
santos e posteriormente a venda de indulgências.

Professor na Universidade de Wittenberg, onde


aprofundou seus estudos bíblicos e passou a acreditar que
a Salvação não dependia do que as pessoas fizessem, do
que acreditassem. Não considerava Deus como um
personagem do comercio espiritual ou mesmo um pai
severo a ser aplacado com boas ações. De Cristo viera
Martim Lutero (tela de 1543)
para salvar os pecadores, a salvação não seria alcançada
com qualquer esforço, mas com a fé no próprio Deus.

Assim, muitos dos princípios da Igreja lhe pareceram irrelevantes e


blasfemos. Eram especialmente suspeitos a noção de que Deus
recompensa um cristão na proporção das orações, peregrinações ou
contribuições e o culto dos santos e de suas relíquias, além da venda
de Indulgências. A venda de indulgências pode ser considerada a gota
d’água para o movimento da Reforma.

A venda de indulgências
No interior do Sacro Império (Áustria), o pregador Johann Tetzel era o responsável pela venda
do perdão; para ele não era preciso o arrependimento do comprador das indulgências para
que elas fossem eficazes. Oficialmente Tetzel estava levantando fundos para a reconstrução
da Basílica de São Pedro, em Roma, mas ao mesmo tempo estava a serviço do arcebispo de
Mainz, endividado junto ao banco de Fugger.
Esse foi o momento em que Lutero percebeu que as críticas internas à Igreja não surtiriam
efeito. Aliás, tais críticas eram feitas desde antes de 1517, quando foram publicadas as "95
teses", tornando suas críticas públicas e tornando-se uma ameaça à Igreja de Roma.
Para Lutero a salvação era uma questão de FÉ e, portanto, dependia de cada fiel; a Igreja não
era necessária, mas útil à salvação, sendo que as Escrituras Sagradas eram a única fonte de
fé. Lutero preservou apenas dois sacramentos: o batismo e a comunhão, acreditando que na
eucaristia havia a presença real de cristo, porém sem transubstanciação. O culto foi
simplificado, com a instrução e comunhão, substituindo o latim pelo alemão.

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=228

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Lutero e seu tempo


No início do século XVI o Sacro Império abrange
principalmente os Estados Germânicos, divididos em
grandes Principados. Em seu interior predomina o
regime feudal e o trabalho servil na terra ao mesmo
tempo em que algumas cidades viviam de um
comércio próspero.

Apesar do termo "Império", a situação esta longe da


existência de um poder absolutista e centralizado, ao
contrário do que ocorre em Portugal e na Espanha.
Em 1519, assumiu o trono Carlos V, que era rei dos
Países Baixos desde 1515 e rei da Espanha desde
1516.
Frontispício da Edição de 1534 da
tradução do Antigo Testamento
feita por Lutero Pretendendo unificar seus domínios e a instaurar uma
monarquia universal católica, o Imperador foi
obrigado a enfrentar os príncipes germânicos, contrários a
centralização do poder.

As disputas políticas envolvendo a tendência centralizadora do


imperador e os interesses dos príncipes foram uma constante desde a
formação do Sacro Império. Esta situação de disputa política foi
aproveitada por Lutero, que conseguiu dividir a cristandade atraindo os
Príncipes para suas idéias reformistas. Na medida em que o imperador
era católico buscou utilizar o apoio da Igreja Católica para reforçar sua
autoridade. Parcela significativa da burguesia também apoiou as
teorias de Lutero, que reforçavam o individualismo.

Leitura Complementar
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O Iluminismo e os Enciclopedistas
Os escritores franceses do século XVIII provocaram uma revolução
intelectual na história do pensamento moderno. Suas idéias
caracterizavam-se pela importância dada à razão: rejeitavam as
tradições e procuravam uma explicação racional para tudo. Filósofos e
economistas procuravam novos meios para dar felicidade aos homens.
Atacavam a injustiça, a intolerância religiosa, os privilégios. Suas
opiniões abriram caminho para a Revolução Francesa, pois
denunciaram erros e vícios do Antigo Regime.

As novas idéias conquistaram numerosos adeptos, a quem pareciam


trazer luz e conhecimento. Por isto, os filósofos que as divulgaram
foram chamados iluministas; sua maneira de pensar, Iluminismo; e o
seu movimento, Ilustração.

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2 O surgimento das Ciências Sociais e da Sociologia

A ideologia burguesa
O Iluminismo expressou a ascensão da burguesia e de sua ideologia.
Foi a culminância de um processo que começou no Renascimento,
quando se usou a razão para descobrir o mundo, e que ganhou
aspecto essencialmente crítico no século XVIII, quando os homens
passaram a usar a razão para entenderem a si mesmos no contexto da
sociedade. Tal espírito generalizou-se nos clubes, cafés e salões
literários.

A filosofia considerava a razão indispensável ao estudo de fenômenos


naturais e sociais. Até a crença devia ser racionalizada: Os iluministas
acreditavam que Deus está presente na natureza, portanto no próprio
homem, que pode descobrir Deu através da razão.

Para encontrar Deus, bastaria levar vida piedosa e virtuosa; a Igreja


tornava-se dispensável. Os iluministas criticavam-na por sua
intolerância, ambição política e inutilidade das ordens monásticas.

Os iluministas diziam que leis naturais regulam as relações entre os


homens, tal como regulam os fenômenos da natureza. Consideravam
os homens todos bons e iguais; e que as desigualdades seriam
provocadas pelos próprios homens, isto é, pela sociedade. Para corrigi-
las, achavam necessário mudar a sociedade, dando a todos a liberdade
de expressão e culto, e proteção contra a escravidão, a injustiça, a
opressão e as guerras.

O princípio organizador da sociedade deveria ser a busca da felicidade;


ao governo caberia garantir direitos naturais: a liberdade individual e a
livre posse de bens; tolerância para a expressão de idéias; igualdade
perante a lei; justiça com base na punição dos delitos; conforme
defendia o jurista milanês Beccaria. A forma política ideal variava:
seria a monarquia inglesa, segundo Montesquieu e Voltaire; ou uma
república fundada sobre a moralidade e a virtude cívica, segundo
Rousseau.

Principais Filósofos Iluministas


Podemos dividir os pensadores iluministas em dois grupos: os filósofos,
que se preocupavam com problemas políticos; e os economistas, que
procuravam uma maneira de aumentar a riqueza das nações.

Os principais filósofos franceses foram Montesquieu, Voltaire, Rousseau


e Diderot. Montesquieu publicou em 1721 as Cartas Persas, em que
ridicularizava costumes e instituições. Em 1748, publicou O Espírito
das Leis, estudo sobre formas de governo em que destacava a
monarquia inglesa e recomendava, como única maneira de garantir a
liberdade, a independência dos três poderes: Executivo; Legislativo,
Judiciário.

Voltaire foi o mais importante. Exilado na Inglaterra publicou Cartas


Inglesas, com ataques ao absolutismo e à intolerância e elogios à
liberdade existente naquele país. Ao voltar para a França, exerceu
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2 O surgimento das Ciências Sociais e da Sociologia

grande influência por mais de vinte anos, até morrer. Sus discípulos se
espalharam pela Europa e divulgaram suas idéias, especialmente o
anticlericalismo.

Rousseau teve origem modesta. Nascido em Genebra, era contrário ao


luxo e à vida mundana. Em Discurso Sobre a Origem da Desigualdade
Entre os Homens (1755), defendeu a tese da bondade natural dos
homens, pervertidos pela civilização. Consagrou toda a sua obra à tese
da reforma necessária da sociedade corrompida. Propunha uma vida
familiar simples; no plano político, uma sociedade baseada na justiça,
igualdade e soberania do povo, como mostra em seu texto mais
famoso, O Contrato Social. Sua teoria da vontade geral, referida ao
povo, foi fundamental na Revolução Francesa e inspirou Robespierre e
outros líderes.

Diderot organizou a Enciclopédia, conjunto das idéias cientificas a


época, publicada entre 1751 e 1772, com ajuda do matemático d'
Alembert e da maioria dos pensadores e escritores. Proibida pelo
governo por divulgar novas idéias, sua obra passou a circular
clandestinamente. Os economistas pregaram essencialmente a
liberdade econômica e se opunham a toda e qualquer regulamentação.
A natureza deveria dirigir a economia; o Estado só interviria para
garantir o livre curso da natureza. Eram os fisiocratas, ou partidários
da fisiocracia (governo da natureza).

Quesnay afirmava que a atividade verdadeiramente produtiva era a


agricultura. Gournay propunha total liberdade para as atividades
comerciais e industriais, consagrando a frase: “Laissez faire, laissez
passer” (Deixe fazer, deixe passar).

O escocês Adam Smith, seu discípulo, escreveu A Riqueza das Nações


(1765), em que defendeu: nem a agricultura, como queriam os
fisiocratas; nem o comércio, como defendiam os mercantilistas; o
trabalho era a fonte da riqueza. O trabalho livre, sem intervenções,
guiado espontaneamente pela natureza.

Bibliografia
Aquino, Denize e Oscar. História Geral. Ed. Ao Livro Técnico

Arruda, José Jobson. Toda a História. Ed. Ática

Koshiba, Luiz. História. Ed. Atual

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O Iluminismo e a Ciência
"Nos séculos XVII e XVIII, enquanto as idéias iluministas se espalhavam pela Europa, uma
febre de novas descobertas e inventos tomou conta do continente. O avanço científico dessa
época colocou à disposição do homem informações tão diferentes quanto a descrição da órbita
dos planetas e do relevo da Lua, a descoberta da existência da pressão atmosférica e da
circulação sangüínea e o conhecimento do comportamento dos espermatozóides”.
A Astronomia foi um dos campos que deu margem às maiores revelações. Seguindo a trilha
aberta por estudiosos da Renascença, como Copérnico, Kepler e Galileu, o inglês Isaac
Newton (1642.1727) elaborou um novo modelo para explicar o universo. Auxiliado pelo
desenvolvimento da Matemática, que teve em Blaise Pascal (1623.1662) um de seus
maiores representantes, ele ultrapassou a simples descrição do céu, chegando a justificar a
posição e a órbita de muitos corpos siderais. Tanto para o estudo dos corpos celestes como
para a observação das minúsculas partes do mundo, foi necessário ampliar o campo de visão
do homem. Os holandeses encarregaram-se dessa parte, descobrindo que a justaposição de
várias lentes multiplicava a capacidade da visão humana.
Tanto para o estudo dos corpos celestes como para a observação das minúsculas partes do
mundo, foi necessário ampliar o campo de visão do homem. Os holandeses encarregaram-se
dessa parte, descobrindo que a justaposição de várias lentes multiplicava a capacidade da
visão humana.
Tal invento possibilitou a Robert Hooke (1635-1703)
construir o primeiro microscópio, que ampliava até 40
vezes pequenos objetos (folhas, ferrões de abelha,
patas de insetos). Esse cientista escreveu um livro
sobre suas observações e criou o termo célula, hoje
comum em Biologia.
As primeiras experiências com a então recém-
descoberta eletricidade demonstraram que o corpo
humano é um bom condutor elétrico, O menino
suspenso por cordas Isolantes recebe estímulos
Desenho esquemático do elétricos nos pés, os quais são transmitidos a outra
microscópio de Robert Hooke criança (à esquerda), a quem está dando a mão.
A Biologia progrediu também no estudo do
homem, com a identificação dos vasos capilares
e do trajeto da circulação sanguínea. Descobriu-
se também o princípio das vacinas — a
introdução do agente causador da moléstia no
organismo para que este produza suas próprias
defesas.
Na Química, a figura mais destacada foi Antoine
Lavolsier (1743-1794), famoso pela precisão
com que realizava suas experiências. Essa
característica auxiliou-o a provar que, “embora a
matéria possa mudar de estado numa série de
reações químicas, sua quantidade não se altera,
conservando-se a mesma tanto no fim como no
começo de cada operação”. Atribuiu-se a ele
igualmente a frase: “Na natureza nada se perde,
nada se cria, tudo se transforma”.
Além dos nomes citados, houve muitos outros inventores e estudiosos que permitiram, por
exemplo, a descoberta da eletricidade; a invenção da primeira máquina de calcular; a
formulação de uma teoria, ainda hoje aceita, para explicar a febre; a descoberta dos
protozoários e das bactérias. Surgiu mesmo uma nova ciência — a Geologia —, a partir da
qual se desenvolveu uma teoria que explicava a formação da Terra, refutando a versão bíblica
da criação do mundo em sete dias. Tendo herdado o espírito curioso e indagador dos
estudiosos renascentistas, os pesquisadores dos séculos XVII e XVIII construíram teorias e
criaram inventos, em alguns casos posteriormente contestados pela evolução da ciência. Sua
importância, entretanto, é inegável, tendo sido fundamental para os progressos técnicos que
culminaram na Revolução Industrial.
http://www.saberhistoria.hpg.ig.com.br/nova_pagina_110.htm

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2 O surgimento das Ciências Sociais e da Sociologia

Neste quadro de revolução do pensamento surgem de dentro da


filosofia, mãe de todas as ciências, as ciências modernas, classificadas
em dois grandes ramos: as Ciências Naturais e as Ciências Sociais e
assim fragmentando o conhecimento. Os avanços das metodologias de
abordagem da realidade, fosse ela natural fosse ela social, permitiam
que a construção de teorias e o estabelecimento da regras do método
de investigação configurassem uma ciência, um instrumental preciso
para analisar os fenômenos da natureza e da sociedade.

Nas Ciências Sociais vemos surgir então, a Historia, a Economia, a


Sociologia, a Antropologia, entre outras. A Filosofia continuou a discutir
os princípios e os valores da sociedade, bem como os princípios lógicos
para apoiar as ciências a sua busca incessante da VERDADE.

Exercícios e atividades sugeridas

Exercícios:

Pesquise e tente responder às seguintes questões!

1) Qual a importância do Museu de Alexandria para a


Ciência moderna?
2) O que foi o Renascimento científico?
3) Como as idéias de Lutero e a Reforma Religiosa
contribuíram para o estabelecimento do pensamento
racional?
4) Qual a relação entre o pensamento iluminista e a classe
burguesa em ascensão?
5) Qual a diferença entre Ciência Pura e Ciência Aplicada?

Atividades:

1) Busque na biblioteca mais próxima ou na internet, um


livro de Historia da Idade Média e leia um capítulo que se
refira ao cisma da cristandade – Reforma e Contra-
Reforma. Faça um resumo com as suas próprias palavras.

2) Busque na biblioteca mais próxima ou na internet, um


livro que trate sobre os pensadores da Idade Moderna e leia
um capitulo que se refira ao seu papel na divisão das
Ciências. Compare com a divisão atual, procurando
observar porque elas se tornaram “aplicadas”.

Site recomendado para download de livros

www.dominiopublico.gov.br

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