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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO

Departamento de Farmácia

Controle de Qualidade Microbiológico de Medicamentos e Cosméticos

Relatório de Aula Prática

Alunos: Leonardo Moreira Damasceno e Pâmela Costa dos Santos

Título da Prática: Controle de Qualidade Microbiológica das Mãos

Data: 05/05/2017

1. INTRODUÇÃO

Programas de saúde que visam à segurança no cuidado do paciente tratam com


prioridade o tema higienização das mãos, como exemplo da “Aliança Mundial para a
segurança do paciente”, de iniciativa da Organização Mundial da Saúde acordado entre
diversos países no ano de 2004. A higienização das mãos é reconhecida,
mundialmente, como uma medida primária, mas muito importante no controle de
infecções relacionadas à assistência à saúde. Por isso tem sido considerada como um
dos pilares da prevenção e controle de infecções dentro dos serviços de saúde,
incluindo aquelas decorrentes da transmissão cruzada de microrganismos
multirresistentes (BRASIL, 2007; BRASIL 2009)

Diversos estudos demonstram que a adesão à correta higienização das mãos


constante e diariamente ainda não é ideal que expõe os pacientes aos riscos de
contaminações e infecções, já que as mãos são os principais instrumentos de trabalho
dos profissionais de saúde.

A contaminação das mãos dos profissionais pode ocorrer durante o contato direto
com o paciente ou por meio do contato indireto com produtos e equipamentos no
ambiente próximo a este, como bombas de infusão, barras protetoras das camas e
estetoscópio, entre outros. Bactérias multirresistentes e mesmo fungos como Candida
parapsilosis e Rhodotorula spp. podem fazer parte da microbiota transitória das mãos
e assim se disseminar entre pacientes (CDC, 2002; HUANG et al., 1998; SILVA et al.,
2003; CHAKRABARTI et al., 2001).

Para prevenir a transmissão de microrganismos pelas mãos, três elementos são


essenciais para essa prática: agente tópico com eficácia antimicrobiana; procedimento
adequado ao utilizá-lo, com técnica adequada e no tempo preconizado; e adesão
regular ao seu uso, nos momentos indicados (ROTTER, 1996). Dentro os agentes
antissépticos está o álcool, muito utilizado em ambientes hospitalares e que de modo
geral apresentam rápida ação e excelente atividade bactericida e fungicida (BRASIL,
2009).

Portanto, é nítido que a prática da higienização das mãos reduz de forma


significativa a transmissão de microorganismos e por consequência diminui a
incidência de infecções preveníveis e a morbimortalidade em serviços de saúde.

2. OBJETIVO

Realizar o controle de qualidade microbiológico das mãos dos alunos da disciplina


antes e depois da assepsia.

3. MATERIAL E MÉTODOS

Para a realização da prática foram utilizadas duas placas de Petri com meios de
cultura: águar nutriente. Inicialmente, com o auxílio de um swab umedecido em soro
fisiológico (NaCl 0,9%) foi coletado amostra de todas a superfície das mãos do aluno e
posteriormente semeada no meio. Em seguida, fez a assepsia das mãos com água e
sabão, secagem naturalmente e em seguida com o produto de higienização Protex
Álcool em Gel Antibacteriano. Novamente foi feita a coleta da amostra da superfície
das mãos após a secagem natural do produto e semeada na segunda placa. Os meios
foram incubados em estufa de cultura microbiológica para acompanhar o crescimento
de colônias. Após o tempo de incubação as placas foram analisadas quanto a presença
ou não de crescimento microbiano.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Houve crescimento bacteriano no meio antes da assepsia e após a higienização


com o produto Protex Álcool em Gel Antibacteriano não houve diminuição significativa
crescimento de microorganismos, como observado na figura 1.
Numerosos estudos têm documentado a atividade antimicrobiana in vivo dos
álcoois, que efetivamente reduzem a contagem bacteriana das mãos (ANVISA, 2009).
No entanto, o produto em questão não foi eficaz na diminuição dos microorganismos,
isso pode ser explicado, pois o mesmo estava fora da validade, portanto não é
garantida a sua eficácia.

No entanto, ressalta-se que a eficácia de preparações alcoólicas para a higienização


das mãos é afetada por vários fatores: tipo, concentração, tempo de contato, fricção e
volume de álcool utilizado, e também se as mãos estavam molhadas no momento da
aplicação do álcool (ANVISA, 2009). Aplicar pequenos volumes de álcool (0,2 ml a 0,5
ml) nas mãos não é mais efetivo que lavar as mãos com água e sabonete comum. Não
é conhecido o volume ideal de aplicação, mas se houver a sensação das mãos secas
após 10 a 15 segundos de aplicação, o volume aplicado não foi suficiente. Fato que
ocorreu na aplicação do produto na prática.

Portanto, deve atender às recomendações dos guias e estudos para correta


higienização e utilização dos produtos antissépticos.

Figura 1. Placas de águar nutriente com crescimento microbiano antes (à esquerda) e


depois (direita) da assepsia das mãos.

5. CONCLUSÃO

A prática foi satisfatória para realizar o controle microbiológico e para


conscientização dos alunos em relação à correta higienização das mãos e utilização dos
produtos de assepsia.
6. BIOGRAFIA

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Segurança do Paciente em Serviços de


Saúde: Higienização das Mãos / Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília:
Anvisa, 2009. 105p

BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Higienização das mãos em serviços de


saúde. Brasília, 2007. Disponível em: . Acesso em: maio 2017.

CDC (CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION). Guideline for hand hygiene in
health-care settings: recommendations of the Healthcare Infection Control Practices Advisory
Committee and the HICPAC/SHEA/APIC/IDSA Hand Hygiene Task Force. MMWR Recomm Rep,
Atlanta, v. 51, n. RR-16, p. 1-45, Oct. 2002.

CHAKRABARTI, A. et al. Outbreak of Pichia anomala infection in the pediatric service of a


tertiary-care center in Northern India. J Clin Microbiol, Washington, DC, v. 39, n. 5, p. 1702-
1706, May 2001.

HUANG, Y. C. et al. Yeast carriage on hands of hospital personnel working in intensive


care units. J Hosp Infect, London, v. 39, n. 1, p. 47-51, 1998.

Rotter, M. L. Hand washing and hand disinfection. In: Mayhall, C. G. (Ed.) Hospital
epidemiology and infection control. Baltimore: Williams & Wilkins, 1996. p. 1052-1068.

SILVA, V. et al. Yeast carriage on the hands of Medicine students. Rev Iberoam Micol,
[S.l.], v. 20, n. 2, p. 41-45, 2003.

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