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COORDENAÇÃO:
Departamento Nacional do Trabalho com Crianças
EQUIPE DO DEPARTAMENTO:
Roséte de Andrade (Coordenadora)
Lucia Leiga de Oliveira (assessoria)
Holney Antonio Mendes (assessoria)
Regina Juncker Guenoe (assessoria)
Rogéria de Souza Valente (1ª RE)
Edínia Ataídes Esteves (1ª RE)
Lia Eunice Hack Rosa (2ª RE)
Suzana Contieri e Julia Torres (3ª RE)
Eunice Abreu Moreira de Freitas (4ª RE)
Helena Maria Vieira Borges Aredes (5ª RE)
Cirlene Almeida Vachtchuk (6ª RE)
Janaína Vieira Cavalcanti Monteira (REMNE)
Elizabete C.Costa Campos (CMA).
COLABORAÇÃO:
Edínia Ataídes
Elci Lima
Luiz Carlos Ramos
MÚSICAS:
Fábio Henrique Pereira da Silva
Regina Junker Guenoe
Roberto Mendes
ILUSTRAÇÃO CAPA:
Claudia Moraes
ILUSTRAÇÕES MIOLO:
Melissa Rudalov Plaça
Maio de 2001
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
PARTE 1
q Reflexão Bíblico-Teológica
q Orientações Gerais
PARTE 2
q Planejando os encontros
PARTE 3
q Passeata pela paz – atividade com todas as crianças
q Gincana da paz
q Carta aberta
q Pintando a visão de um mundo melhor
PARTE 4
q Vigília Nacional pela Criança - Celebração
ANEXOS
q Sugestões de atividades
q Partitura dos cânticos
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INTRODUÇÃO
7
PARTE 1
q Reflexão bíblico-teológica
8
tocantes no Antigo Testamento. Uma das mais conhecidas é a das parteiras no Egito (Êx 1.15-22).
A vinda de uma criança era celebrada como sinal de alegria por diversas razões. Um filho, especialmente
do sexo masculino1, era a garantia da preservação do nome e da memória do povo pela proliferação de seus
membros. A mulher, ao dar à luz, livrava-se da vergonha e do medo da esterilidade 2, vista como maldição divina
pelo povo. Era um alívio ser mãe!
Observe-se aqui a quantidade de narrativas sobre mulheres estéreis que foram mães: Sara (mãe de Isaque,
Gn 21.1-7), Rebeca (mãe de Jacó e Esaú, Gn 25.21), Raquel (mãe de José e Benjamim, Gn 30.1), a esposa de
Manoá (mãe de Sansão, Jz 13.3), Ana (mãe de Samuel, 1Sm1), a mulher sunamita (a quem Eliseu concedeu um
filho, 2Rs 4.8-17), Isabel (mãe de João Batista, Lc 1.7-25), entre outras. Além disso, as crianças eram recebidas
como bênçãos divinas (Sl 127.3-5; 128.3-4). Mas ao lado da aclamação da vida, as crianças corriam muitos riscos
de morte, como veremos a seguir.
1. Crianças sacrificadas
Parece aos estudiosos que as crianças do povo de Israel não eram freqüentemente vitimadas pelos sacrifícios
humanos. O povo de Israel parecia desenvolver um sentimento de abominação por esses atos. Isso, contudo,
não impediu diversas ações de sacrifícios e assassinatos de crianças em momentos históricos cruciais, alguns
deles por influência direta ou indireta da presença de religiões cananéias em Israel. Carlos Mesters cita algumas
dessas situações3:
a) por influência das religiões cananéias, algumas casas, cidades, palácios ou construções tinham debaixo
de seus fundamentos uma criança enterrada, vitimada por um sacrifício com o fim de garantir a proteção
divina sobre o local. Um exemplo de Mesters para isso encontra-se em 1 Reis 16.34 (veja também
Josué 6.26).
b) sacrifícios que visavam à garantia de proteção contra inimigos num confronto, ou para apaziguar
as divindades frente a calamidades e pragas. Alguns reis fizeram passar os seus filhos pelo
fogo (2Rs 3.27; 16.3; 21.6; 23.10). Também os profetas denunciaram tais práticas (Jr 7.31;
19.5 - observe-se nesses versículos a ênfase de Deus, pelo profeta, em afirmar que na religião
javista de Javé, nome hebraico de Deus isso nunca foi pedido ou esteve nos planos. E
ainda, Ez 16.21; 36.13). Com a influência tão próxima de seus vizinhos, Israel fincou em suas tradições
um relato surpreendente que, do ponto de vista do gênero literário, era uma etiologia, isto é, uma
história com a função de ensinar e fundamentar uma prática: o relato do sacrifício de Isaque (Gn 22).
Guardado pela memória, esse texto servia para lembrar ao povo que Deus não exigia ao contrário,
reprovava e revogava os sacrifícios de crianças.
c) controle populacional através da mortalidade infantil, como fez o Faraó em Êxodo 1.15-22. Esse controle
visava não à questão numérica diretamente, mas a evitar que o aumento populacional dos hebreus
gerasse um ambiente propício para rebeliões. Aqui, é interessante destacar a luta, pela vida, de todas as
mulheres envolvidas no relato, bem como a expressão: as mulheres hebréias são cheias de vida, usada
pelas parteiras para dizer que não era possível matar as crianças!
Podemos encontrar ainda outras situações nas quais as crianças eram assassinadas brutalmente.
Uma delas ocorria durante as guerras, quando os soldados matavam as mulheres grávidas abrindo seus
ventres a espada ou matavam as crianças pequenas (2Rs 8.12; 2Rs 15.16; Jr 31.15). Ou quando ocorriam
períodos de grande fome, uma vez que os exércitos costumavam destruir toda a plantação das áreas
1. Aqui é válido um comentário de ordem histórica. A importância dos filhos do sexo masculino estava ligada à manutenção das propriedades
da família (em geral, apenas os homens herdavam os bens, porque as mulheres, ao se casarem, iam para a outra família ou tribo e eram
legalmente inaptas para receber heranças). Outro fator relevante para essa prática era que a mulher, como acontece até hoje, herdava o
nome do marido e não do pai. Assim, com o tempo, temia-se que o nome de uma família desaparecesse se não houvesse herdeiros do
sexo masculino. Mas mesmo entre os irmãos havia diferenças, pois o primogênito herdava metade dos bens familiares, bem como
devia ser o responsável pela segurança e manutenção de todos os membros da família, quando da morte do pai. Além de tudo isso,
devemos considerar que estamos aqui tratando de uma sociedade patriarcal, na qual o homem desempenhava uma função social mais
relevante do que a mulher. Atualmente, as leis da maioria dos países colocam filhos e filhas em igualdade de condições legais.
2. Os relatos bíblicos apresentam sempre a esterilidade como um problema relacionado com a mulher, porque esta era vista como uma
espécie de terra na qual o homem depositava sua semente (significado da palavra grega sêmen). Como mesmo os homens estéreis
têm emissão de sêmen, ainda que não haja espermatozóides, é fácil compreender que pensassem ser um problema da mulher, uma
espécie de terra seca, improdutiva. Com os avanços médicos e científicos atuais, sabemos que tanto homens como mulheres podem
ter problemas de saúde que gerem esterilidade, mas naquela época o medo da esterilidade pesava apenas sobre a mulher.
3. MESTERS, Carlos. Criança não é problema! Ela é solução. In: Criança na Bíblia. Petrópolis: Vozes, São Leopoldo: Sinodal, 1997
(Estudos Bíblicos, 54), p.10
9
conquistadas (2Rs 3.25; Lm 4.4,9).
Outro fato horripilante eram os atos de canibalismo, quando as mães, famintas, chegavam a cozinhar seus
bebês para ter o que comer (2Rs 6.28-29; Lm 4.10). Além disso, um sem-número de crianças ficavam órfãs
nesses combates, vindo a morrer em decorrência do abandono e da falta de proteção.
2. Crianças escravizadas
O comércio humano era algo largamente experimentado pelos povos dos tempos do Antigo Testamento.
As crianças eram uma mercadoria à mão num momento crucial. Muitas vezes, viúvas endividadas após a perda
do marido viam seus filhos lhes serem tomados como pagamento de dívidas (2Rs 4.1; Ne 5.1-5). Muitos desses
pequenos eram então empregados em serviços braçais, da casa, ou prostituídos (Jl 3.3-6). Resgatá-los, então, era
praticamente impossível a essas mães, que não possuíam renda própria e acabavam, elas mesmas, por serem
forçadas à prostituição.
Foi uma menina escrava que contou à esposa de Naamã que Eliseu poderia curá-lo de sua lepra (2Rs 5.1-
3). Nesse caso, ela havia sido capturada pelo exército inimigo e levada como escrava. José foi vendido como
escravo por seus próprios irmãos e, segundo a narrativa, deveria ser ainda bem menino quando isso aconteceu,
já que era o penúltimo filho de Jacó (Gn 37.28).
Havia leis em Israel com relação a essa prática. Em Deuteronômio 24.7, se afirma que ninguém poderia
roubar e escravizar um do próprio povo, sob pena de morte. Essa lei não impediu que mulheres e crianças
fossem escravizadas dentro de sua própria nação, sob o protesto de um profeta (2Cr 28.8-15). Algumas leis
tencionavam que as filhas de hebreus vendidas não poderiam tornar-se escravas sexuais de seus patrões, mas
teriam direito de esposas. Se seus direitos não fossem cumpridos, não poderiam ser mantidas como escravas,
embora não tivessem nenhuma indenização. Era uma forma de preservá-las da prostituição (Êx 21.7-11). Não
se sabe exatamente até que ponto essas leis de proteção eram cumpridas.
3. Crianças órfãs
Num tempo como o do Antigo Testamento, em que as guerras eram freqüentes visando à estabilidade dos
povos nas terras, o número de órfãos e viúvas era elevado. Quando ainda não existia monarquia em Israel, o
povo se organizava em grandes famílias os clãs, e grandes grupos sociais unidos por afinidades de parentesco
ou de tradições as tribos. Esses grupos eram essencialmente agrários, alguns deles nômades. Aos poucos,
foram construindo aldeias e cidades, adotando normas sociais mais complexas. Tinham um alto grau de proteção
familiar para sustentar as mulheres e crianças desamparadas pela perda do chefe da casa num combate ou em
outra situação qualquer, já que os perigos eram muitos.
Muitas tradições de proteção aos órfãos e viúvas vêm desse ambiente. Um exemplo é a lei do
levirato, quando um homem deveria se casar com a esposa de seu irmão, se este tivesse morrido sem
descendentes, para que ele pudesse ter um nome em sua posteridade. Outra lei para proteger viúvas e
órfãos encontra-se em Êxodo 22.22.
Com a monarquia, essa rede de proteção desintegrou-se, gerando um grande número de órfãos
e viúvas dos soldados mortos em combates. Some-se a isso a mescla religiosa que Israel adotou em
nome dos acordos políticos dos reis, gerando uma grande avalanche de deuses e costumes que
deturparam a relação entre Javé e seu povo.
É nesse ambiente que surgem as denúncias dos profetas. Uma das falas mais contundentes sobre esse
desamparo é a de Oséias. Ele se casa com uma mulher que, de acordo com a narrativa, era uma participante dos
cultos de fertilidade cananeus.
As mulheres, em alguns momentos da história de Israel, eram obrigadas a participar desses cultos para
garantir a suas famílias um ano de prósperas colheitas ou de guerras vitoriosas. Oséias denuncia que muitas
meninas eram levadas a se prostituir por imposição de suas próprias famílias. Essas famílias, e não essas meninas
e mulheres, eram culpadas pelos filhos de prostituições, isto é, crianças geradas nesse ambiente de opressão
religiosa, quase sempre abandonadas pelas ruas, sem amparo legal, religioso ou social.
É o que quer dizer os nomes que Oséias dá simbolicamente aos seus próprios filhos: Lo-Ruhamah (Sem
misericórdia, Desfavorecida) e Lo-Ammi (Não-meu-povo). Eram crianças abandonadas à própria sorte por
causa de uma religião sem amor e de um governo sem justiça. Qualquer semelhança com a história de muitos
meninos e meninas de rua hoje não é mera coincidência, mesmo que o aspecto religioso não seja relevante,
nesses casos, hoje.
Porém, ao lado dessas manifestações de morte e violência contra as crianças, Israel não deixou de criar
10
meios de protegê-las e preservá-las. De modo geral, a instituição familiar era valorizada pelos israelitas. Dentro
dela, a criança, como vimos no início, ocupava uma posição especial, como guardiã da bênção divina para o
futuro, como promessa de posteridade.
Além disso, Israel desenvolveu uma teologia muito interessante, na qual a criança ocupa local de destaque.
Em um de seus messianismos, a esperança do reino de justiça residia numa criança. Muitas promessas estão a ela
associadas.
1. A criança messias
Israel teve dois reis meninos dos quais se tem uma avaliação positiva, de modo geral. Um deles é o rei
Joás, que começou a reinar com sete anos e o outro é Josias, que começou aos oito anos de idade, e fizeram o
que era reto (2Rs 12.2; 2Rs 22.2). Tércio Machado Siqueira afirma que esses relatos têm uma mensagem
teológica originária na narrativa da unção de Davi, também um menino4 (1Sm 16.1-23).
Quando a tradição de Davi como rei ideal se solidifica, especialmente nos momentos de crise vivenciados
pelo povo ante seus adversários, a imagem do menino-pastor-rei se cristaliza na memória e na esperança populares.
Para Siqueira, havia um grupo em Israel que guardava a tradição do menino-rei e colocou-a em prática no caso
dos dois reis acima, pequenos demais para assumir a função real: o povo da roça, pessoas do campo. Essa
tradição, guardada e experimentada por esse grupo, aparece também nos profetas.
Em Isaías 8.18, o profeta afirma que as crianças que Deus lhe havia dado eram sinais e maravilhas da parte
de Deus para o povo. De fato, ao lermos esses escritos, identificamos que os nomes dos filhos do profeta têm
sempre um sentido simbólico para a nação. E em 9.6-7, ele afirma a chegada do menino-rei, cujo governo seria
de paz, juízo e justiça eternos. No capítulo 11.1, afirma que um broto novo, um rebento, era a esperança do
povo. Novamente, uma imagem infantil para falar de um governo justo.
O lobo, o leopardo e o leãozinho estarão ao lado de suas antigas presas, guiados todos por um pequenino
(Is 11.6). A criança que mama e a criança desmamada brincarão com os animais peçonhentos, sem que haja
qualquer dano. A visão paradisíaca de Isaías se resume na segurança, na paz proporcionada às crianças. Em Isaías
65.20, os novos céus e a nova terra são lugares nos quais crianças não morrem.
Aqui, a criança é percebida pelo profeta como causa e conseqüência da paz fruto da existência da justiça
divina nas relações humanas. Quando se fala em paz (ou xalom 5) no Antigo Testamento, como vemos, está se
falando de algo mais que ausência de guerras. É todo o conjunto social que opera justiça e juízo, no qual existe
respeito e mutualidade, honestidade e decência, imparcialidade e preocupação social. Como já dissemos, paz é
fruto da justiça. Por isso é que a criança, nesse ambiente de paz ansiado por Isaías, pode se sentir segura.
Quando a criança é levada em conta, em sua essência e como pessoa, a paz é produzida. E quando existe
paz, há garantias de vida para os pequenos. Os frutos da paz, para o Antigo Testamento, são também, e
especialmente, crianças felizes.
4. SIQUEIRA, Tércio Machado. O rei menino. In: Criança na Bíblia. Petrópolis: Vozes, São Leopoldo: Sinodal, 1997 (Estudos Bíblicos,
54), p.44-51
5. O dicionário define essa palavra como: paz, tranqüilidade, prosperidade, bem-estar, serenidade, calma, concórdia, sossego. Enfim, é a
condição de uma vida que está em plenitude, que tem tudo de que necessita e não sofre ameaças de quaisquer espécies.
6. Vale ressaltar que o termo bastardo tem implicações cúlticas muito amplas, que não cabem no espaço desta reflexão. Para mais detalhes,
ver JEREMIAS, Joaquim. Jerusalém no tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983 (Nova Coleção Bíblica, 16), p.446-453. Outra
questão importante é que esses preconceitos e discriminações, em grande parte, têm sido superados pelas legislações dos países,
inclusive do Brasil, que não adota mais as terminologias filho natural, filho ilegítimo e trata as crianças concebidas dentro ou fora
da instituição matrimonial com iguais direitos perante a lei e a sociedade. É a reparação de uma grande injustiça feita a essas crianças,
que não têm nenhuma culpa em relação à forma de sua concepção, se esta era ou não de acordo com a lei vigente no momento.
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salvo aqueles que estivessem nessa mesma condição. Uma série de proibições de ordem cúltica lhes eram impostas.
Muitas crianças já nasciam escravas na Judéia no tempo de Jesus. O escritor Joaquim Jeremias conta que
muitos judeus da Palestina tinham escravos de origem árabe7. Esses escravos, sendo gentios, deveriam se submeter
integralmente aos seus amos judeus, inclusive religiosamente. Não possuíam nada, sequer os próprios filhos.
Tudo era de seu proprietário.
As crianças de famílias abastadas ou puras culticamente tinham outra vivência. Segundo Flávio Josefo, um
importante historiador, contemporâneo da Igreja Primitiva, muitos adolescentes dessas esferas sociais dedicavam-
se a estudos, inclusive indo viver com algum sábio ou pregador no deserto ou em lugares afastados, para
aprofundar-se religiosa e filosoficamente, conforme o caso. Ele mesmo viveu essa experiência, por volta dos
dezesseis anos8.
Já na cultura romana, era costume que, ao nascer uma criança, se o pai não a tomasse nos braços ela não
era reconhecida como filha e, assim, era enjeitada. Muitas crianças enjeitadas eram deficientes de qualquer
natureza ou filhos considerados excessivos no lar. Há relatos de que os cristãos primitivos recolhiam essas
crianças sob seus cuidados, uma vez que elas eram colocadas em um lugar chamado Lactário, onde morriam à
míngua por falta de cuidados9.
Vemos a constante ameaça à vida das crianças também em referências bíblicas neotestamentárias tais
como em Mateus 2.1-23. Como o faraó do livro de Êxodo, novamente o governo corrupto quer se manter pela
eliminação das crianças. Em Mateus 2.18 é acentuada a dor da mãe pela perda de seus filhos. Ainda hoje, essa
mesma imagem está diariamente diante de nós, nas mães que perdem seus filhos para o tráfico de drogas, para a
violência urbana e rural, para os seqüestradores e ladrões, para o governo desleal, para a fome e a desnutrição...
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Simeão e Ana (Lc 2.25-38). Vale lembrar que, para o profeta Zacarias, os idosos e as crianças nas praças são sinais
da paz (Zc 8.4-6)! Jesus, então, vai com seus pais para casa, crescendo em estatura, sabedoria e graça para
cumprir sua missão (Lc 2.39-40). Retomando a tradição de que, de Belém viria o Messias, somos forçados a
recordar Miquéias, que afirmava ser o messias a nossa paz e a fonte da segurança (Mq 5.4-5).
2. Jesus e as crianças
Quando inicia seu ministério público, Jesus se encontra muito com crianças. Chega a fazer delas o
paradigma, a meta de seu reino, como veremos a seguir.
Valmor da Silva11 relata que Jesus teve diversos encontros com meninos, meninas e adolescentes, aos
quais trouxe de volta a vida plena em saúde, como deveria ser com todos os meninos e meninas. Ele cita o
menino epilético (Mt 17.14-20; Mc 9.14-29; Lc 9.37-42); o filho de um funcionário real de Cafarnanum (Jo
4.46-54); a filha de Jairo (Mt 9.18-26; Mc 5.21-43; Lc 8.40-56); a filha da mulher cananéia (Mt 15.21-28; Mc
7.24-30); o filho da viúva de Naim (Lc 7.11-17).
Em todos esses casos, vemos a intervenção gentil para os pequenos, sem desconsiderar sua preocupação
com os pais aflitos e angustiados, na perspectiva da perda de seus filhos. Silva destaca ainda o menino que
participou do milagre da multiplicação dos pães (Jo 6.1-15).
Essa interação de Jesus com os pequenos não parou por aí. Ao colocar seu ensino ao alcance do povo,
muitas vezes Jesus utiliza-se de exemplos da vivência familiar entre pais e crianças (Mt 7.7-11) ou das brincadeiras
infantis (Mt 11.16-19; Lc 7.31-35). Também procura estar pessoalmente com elas, tocando-as e deixando-se
tocar, mesmo com a recusa inicial dos discípulos (Mt 19.13-15; Mc 10.13-16). Aceita ser aclamado por elas
como o Messias, embora os fariseus quisessem calá-las, e as aponta como modelo para o louvor (Mt 21.15-16).
11. SILVA, Valmor. Crianças no Novo Testamento. In: Criança na Bíblia. Petrópolis: Vozes, São Leopoldo: Sinodal, 1997 (Estudos
Bíblicos, 54), p.61-63.
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É preciso abandonar um pouco a imagem sisuda que muitos de nós guardam de Jesus e imaginá-lo
alegremente sentado, rodeado por pequenos, rindo e contando as histórias que gostaríamos de ouvir!
3. O reino é das crianças
Para Jesus, o reino é das crianças. Essa afirmação retoma o sonho de Isaías para o reino de Deus: crianças
brincando sem medo, guiando as nações com sua alegria natural e simplicidade. E mais do que isso: numa
sociedade que só valorizava a pessoa maior de idade e do sexo masculino, o critério é duro: tem que ser como
criança (Mt 18.1-4) e recebê-las com a mesma pompa e dignidade com que receberíamos o próprio mestre (Mt
18.5)! Em tempo: será que Jesus se sentiria bem acomodado nos lugares que temos reservado a nossas crianças
em nossos templos, festas e celebrações cúlticas?
Jesus ainda adverte para não causarmos seu extravio ou tropeço, nem desprezar os pequeninos (Mt 18.6
e 10). Pela negligência e pelo desinteresse, bem podia ser que a comunidade de Mateus, ao relembrar esses ditos
de Jesus, estivesse se despertando para a necessidade de cuidar dos pequenos e frágeis que estivessem se perdendo
de seu meio!
Vemos aqui, que Jesus retoma e clareia o pensamento teológico já presente desde os profetas: é preciso dar
à criança seu lugar de destaque no reino e promover as condições de paz que lhe permitam viver em segurança,
sentir-se protegida. Ao mesmo tempo, pensamos no quanto a criança confia em seus responsáveis (ou deveria!),
mesmo em meio ao maior perigo.
Uma criança nos braços de seu pai ou sua mãe, por exemplo, imagina-se inatingível pelo mal. Assim os
discípulos são desafiados a confiar em Deus, com entrega total. Aliás, isso me faz lembrar o Salmo 131. Uma
criança desmamada não vive à procura de grandes coisas, de coisas elevadas demais para ela. Ao contrário, tudo
de que precisa é aconchegar-se à sua mãe.
Vivendo rodeados pelo Império Romano, que à semelhança de um dragão, queria destruir a esperança de
posteridade do povo e seu messias-menino (Ap 12.4), os primeiros cristãos muitas vezes se esqueceram de ser e
viver como crianças, quase sendo seduzidos pelas artimanhas do sistema vigente. Jesus, ao dizer que o reino é
das crianças, também nos fala da necessidade da entrega absoluta ao Deus que cuida de nós como um pai ou uma
mãe faria.
4. Crianças protegidas no reino da paz
Como último tópico, gostaria de retomar o texto acima, em Apocalipse 12. Não desejo fazer uma abordagem
escatológica12 ou propriamente apocalíptica13 do texto, mas me firmar na figura do menino que nasce e é levado
para Deus. A Igreja representa aqui o mesmo messianismo dos profetas do Antigo Testamento, de que Deus
imporia juízo e justiça ao mundo por meio de um menino.
Vemos que o menino, mesmo sendo aquele que venceria o dragão a representação do mal por excelência
na Bíblia tem sua vida constantemente ameaçada. No momento em que nasce já conspiram para eliminá-lo.
Se não ocorresse a intervenção divina para arrebatá-lo, o menino seria destruído e, com ele, toda esperança.
Como aconteceu na narrativa do Êxodo e no relato de Lucas, Moisés, Jesus e o menino varão de Apocalipse
precisam ser protegidos para que cumpram sua missão. E as crianças de hoje?
O menino do Apocalipse foi arrebatado para o trono de Deus, numa intervenção descrita maravilhosamente
por João. Foi uma visão, um símbolo. Mas o menino Moisés e o menino Jesus contaram com seres humanos
concretos para propiciar sua salvação. E olhem que não eram pessoas importantes, com muitos recursos
disponíveis, usando de sua influência na sociedade. Não! Quem protegeu Moisés foi uma mãe aflita, uma irmã
dedicada e duas parteiras que sabiam o valor de seu trabalho e temiam a Deus. Quem salvou Jesus foi uma mãe
saindo da adolescência e um pai carpinteiro, pobres, que trabalhavam duro para prover o pão de cada dia. Sua
defesa pela vida são um modelo e um desafio para nós, Igreja, hoje.
Os frutos da paz podem ser promovidos e colhidos por pessoas como Joquebede, Miriã, Sifrá, Puá, Maria
e José. Pessoas como nós. Porque a paz, resultado da justiça e do juízo, da presença de Deus nas relações
12. Escatologia: é a área da Teologia que aborda os temas relacionados com a compreensão bíblico-teológica do que seria o fim dos
tempos. A palavra grega significa, literalmente, estudo das últimas coisas.
13. Apocalipsismo ou apocalíptica: enquanto a escatologia interpreta o fim dos tempos numa decorrência natural da história, a apocalíptica
surge apenas em momentos de crise (guerras, grande perseguição) e entende que a vitória do povo de Deus sobre seus inimigos e
perseguidores só virá com uma abrupta intervenção divina na história, e não como um fato natural.
14
humanas, já nos foi concedida como promessa por Jesus (Jo 14.27; 16.33; 20.19).
Conclusão
Percebemos que a Bíblia não nos esconde as situações de morte e ameaças sofridas pelas crianças no
passado. Sacrificar crianças a deuses, rasgar o ventre de mulheres grávidas, comer a carne de infantes pode
parecer a nós uma situação horripilante, quase inimaginável. Mas, infelizmente, não tenhamos ilusões.
Aquelas situações não são muito diferentes das que encontramos pelas esquinas de nossas cidades: pequenos
fumando crack, roubando para se drogar, prostituindo-se por um prato de comida, sendo usados como escudo
por traficantes nos morros, abortados em clínicas de fundo de quintal, ameaçados pela falta de um sistema de
saúde e de educação dignos... Nossas crianças estão sendo sacrificadas ao deus lucro. Nossas mulheres estão
tendo seus ventres rasgados pela espada da fome.
A Vigília Nacional pela Criança é um momento primordial, a hora de fazer valer nossa voz profética e
anunciar a salvação de Deus aos nossos pequeninos e por meio deles. O clamor pela paz é imediato, exigindo
que promovamos para nossas crianças condições a fim de que elas sempre representem em nosso meio a promessa
messiânica da salvação por meio do menino. É preciso que nossa ação concreta em favor da paz possibilite, em
plenitude, que nossos pequenos, ilustres membros do reino de Deus, sejam de fato príncipes e princesas da paz!
Referências Bibliográficas
______. Flávio Josefo: uma testemunha do tempo dos apóstolos. São Paulo: Paulinas, 1986 (Documentos do
Mundo da Bíblia, 3)
ALLMEN, J. J. von. Vocabulário Bíblico. 2.ed. São Paulo: Aste, 1972
BÍBLIA SAGRADA. Tradução ecumênica. São Paulo: Loyola, 1994
BÍBLIA SAGRADA. Tradução revista e atualizada de João Ferreira de Almeida. 2.ed. São Paulo: Sociedade
Bíblica do Brasil, 1993
BRITO, Hideíde. A força silenciosa: a atuação das parteiras em Êxodo 1.15-22. São Bernardo do Campo:
Voz Missionária, 1999, p.18-19
JEREMIAS, Joaquim. Jerusalém no tempo de Jesus. São Paulo: Paulinas, 1983 (Nova Coleção Bíblica, 16)
PEREIRA, Nancy Cardoso. O messias precisa ser sempre criança. In: Revista de Interpretação Bíblica
Latino-Americana. Petrópolis: Vozes, São Leopoldo: Sinodal, 1996
PIXLEY, Jorge. História de Israel a partir dos pobres. Petrópolis: Vozes, 1990 (Coleção Deus Conosco)
SCHÖKEL, Luis Alonso. Dicionário bíblico hebraico-português. São Paulo: Paulus, 1997
VV.AA. A mulher na sociedade tribal. Petrópolis: Vozes, São Leopoldo: Sinodal, São Bernardo do Campo:
Imprensa Metodista, 1991 (Estudos Bíblicos, 29)
VV.AA. Criança na Bíblia. Petrópolis: Vozes, São Leopoldo: Sinodal, 1997 (Estudos Bíblicos, 54)
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VV.AA. Felicidade na Bíblia. Petrópolis: Vozes, São Leopoldo: Sinodal, 1997 (Estudos Bíblicos, 53)
q Orientações Gerais
O caderno Semeando frutos da paz foi preparado para você, professora e professor de educação cristã
infantil. Este material contém sugestões de programas para a realização de encontros com crianças para quatro
ou mais dias. Cabe a você preparar cada aula e adaptá-la conforme a realidade de sua Igreja Local.
Lembre-se do objetivo de cada dia, como pretende alcançá-lo e como irá contar as histórias adequando
os recursos para cada faixa etária. Prepare seu material e a sala com antecedência, bem como as músicas que
serão cantadas no louvor e nas aulas. Explore as atividades manuais e as brincadeiras como uma forma de
expressão e valorização do outro. Procure a ajuda de outros ministérios da igreja para a realização desta
programação.
Ensinar é um ato de amor e alegria. Deus te concedeu este dom para que seja usado em prol dos pequeninos.
ALVO: a programação deve ser preparada para as crianças da sua Igreja e também para as do bairro, levando a
Palavra de Deus a elas por meio da convivência, da oração, brincadeiras e atividades manuais.
P Prepare-se para esta programação. Reserve a data escolhida no planejamento da sua igreja. Converse com seu
pastor(a), convide ministérios e grupos para participar. Reserve também a data da Vigília Nacional pela
Criança.
P Reúna o grupo que vai trabalhar com as crianças e estude todo o material.
P Faça uma previsão de recursos necessários, gastos e despesas e passe a lista para o ministério de administração
para um planejamento prévio. Sendo necessário, peça doações, organize cantinas, etc. Divida tarefas: organize
uma boa equipe que envolva, além do pessoal que trabalha com as crianças, os pais, a sociedade de mulheres,
a mocidade, etc.
SUGESTÕES:
v Convite: deverá conter informações básicas, diretas e com linguagem simples, com tema, data,
horário e endereço do local onde será realizada a programação;
v Panfletos para serem distribuídos nas ruas próximas à Igreja, com a ajuda das crianças. Entregar
para o próprio morador, evitando que sejam simplesmente jogados na porta das casas.
v Inscrição: junto com o panfleto, envie uma ficha de inscrição para os pais preencherem e assinarem.
Assim você terá o endereço da criança para fazer um cadastro e para um eventual contato durante a
programação;
v Ambiente: prepare o ambiente para receber as crianças, tanto o Templo ou salão para os momentos
de louvor na abertura e encerramento, como as salas (devidamente separadas e decoradas de acordo
com a faixa etária da criança e com o tema). As cadeiras devem ser dispostas em semicírculo ou com
tapete para elas sentarem no chão. Dessa forma, a criança sentirá um ambiente agradável, que foi
exclusivamente preparado para recebê-la com muito amor e dedicação;
v Crachás: poderão ser confeccionados dividindo as faixas etárias por cores;
v Certificado: prepare-o para ser entregue no encerramento para todas as crianças. Pode ser comprado
ou confeccionado pelos(as) professores(as) de acordo com o tema;
v Cartaz de presença: monte um cartaz para motivar a participação das crianças em todos os dias.
v Horário: esteja sempre atento(a) para que a programação inicie e encerre no horário previsto;
v Encerramento: todos os dias encerre com um momento de louvor, com oração e reforçando com
as crianças para voltarem no dia seguinte. Faça do encerramento do último dia uma programação
especial, convidando os pais e amigos das crianças, pastor(a) de sua igreja e demais membros para
participarem da Passeata pela Paz ou Gincana da Paz;
v Material: providencie com antecedência todo o material que será utilizado para a decoração, convite,
trabalhos manuais, brincadeiras, etc.
v Lanche: peça ajuda à mocidade e aos adultos da igreja e preparem um lanche para as crianças. Que
seja simples e sustente;
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v Trabalhos manuais: procure arrecadar com antecedência materiais como: sucata, tinta, sobra de
papéis, cartolinas, giz de cera, etc. Para facilitar, providencie um modelo para explicar a atividade, se
for o caso, deixando uma parte iniciada para as crianças pequenas. Adiantar os trabalhos não significa
entregar tudo pronto. Permita que seus alunos se expressem através das atividades artísticas;
v Lembrança: no último dia entregue uma lembrança do encontro, que pode ser feita pelos(as)
professores(as), pelas crianças ou comprada pela igreja;
v Brincadeiras: na medida do possível (e do espaço físico) faça brincadeiras e jogos coletivos, que
una as classes. Elabore jogos e brincadeiras que promovam a paz, a cooperação, a união, o respeito,
etc.;
v Gincana: inicie com antecedência a arrecadação de brinquedos, roupas e alimentos ou outros artigos
de acordo com a necessidade local;
v Programação sugerida:
14h Chegada
14h15 Abertura/ Louvor
14h45 Hora da história e trabalho manual (divisão das classes)
15h45 Brincadeiras (em classes ou todos juntos)
16h15 Lanche
16h40 Encerramento/ louvor
17h Despedida
P O material a seguir foi elaborado para crianças de 5 a 11 anos. Se você tiver em sua programação crianças mais
novas, procure utilizar materiais adequados a essa faixa etária.
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PARTE 2
q Planejando os encontros
Primeiro encontro:
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2. Pode ser realizada também com objetos: peça para as crianças tirarem um pé do sapato ou outro objeto,
colocando todos no meio da roda. Cada criança escolherá um objeto e, ao identificar seu dono, dirá
uma qualidade do amigo.
3. Variantes: se tiver muitos visitantes no grupo, você pode sugerir uma pergunta, como, por exemplo,
do que você gosta de brincar?
P Encerramento: termine falando da importância de termos amigos e que observamos as qualidades por
meio do convívio com o outro. Dê oportunidade para as crianças comentarem como foi participar da atividade,
pensando nas qualidades se foi difícil ou fácil identificá-las.
Dinâmica extraída e adaptada do livro de Simão de Miranda Oficina de dinâmica de grupos para
empresas, escolas e grupos comunitários. Papirus Editora.
Contar a história:
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preconceito e a importância que todas as crianças e adultos têm no Reino de Deus, pois todos somos chamados
a promover a paz!
Músicas: Se uma boa amizade você tem, É bom amigos ter, O amor tem atos lindos, O amor repartido.
Trabalho manual em grupo: CRIANDO CARTAZES: Com formas geométricas coloridas e hidrocor, as
crianças criam os seus cartazes por meio de colagem e desenhos.
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Atividades Recreativas
l Só pode passear
Formação: um grupo.
Organização: O grupo dispõe-se em círculo.
Desenvolvimento: O animador diz só pode passear quem..., falando cores, roupas e objetos que as crianças
estejam usando. Exemplo: só pode passear quem estiver de óculos, ... estiver de tênis, ... estiver de blusa vermelha,
etc. Quem estiver usando o que foi pedido, dá uma volta no meio da roda (todas que se encaixarem no que foi
pedido pelo animador), voltando em seguida ao seu lugar. A brincadeira continua até que se esgotem as opções.
l Corrida solidária
Formação: um grupo.
Organização: O grupo livre numa área para brincadeira.
Desenvolvimento: As crianças ficam livres aguardando a instrução do
animador, que diz formar grupos de.... Ele escolhe um número: dois, cinco,
dez,... e rapidamente as crianças se agrupam de acordo com o que foi
solicitado. Elas devem, com o grupo unido, correr para a linha de
chegada (desenhada no chão com giz). As crianças que não conseguirem
se encaixar nos grupos, aguardam a próxima instrução do animador.
Atividade extraída e adaptada do livro de Ricardo Catunda
Recriando a Recreação. Editora Sprint.
Segundo encontro:
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P Encerramento: fale da importância de sermos mensageiros da paz e do amor. E que a esperança
nos motiva e movimenta para aumentarmos o quadro da paz!
P Observação: os cartazes que representam a paz poderão ser utilizados na passeata (veja na Parte 3
deste caderno).
Contar a história:
Reflexão: Estimule as crianças para que contem experiências de desentendimento que tiveram com
amigos ou irmãos. Como resolveram? Ficaram brigados? Fizeram as pazes? Qual foi a orientação dada pela
família?
Mostre que as pessoas são diferentes e que pensam diferente. Às vezes não concordamos com algo e
ficamos nervosos. Devemos estar atentos para ouvir, respeitando a individualidade de cada um.
Músicas: Quão bom e quão maravilhoso, Fazendo as pazes
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Trabalho manual: PRESENTE ESPECIAL (sachê de palhaço, boneca, etc.)
Fazer um presente pra ser dado a alguém com quem precisamos fazer as
pazes. O presente poderá ser feito de material reciclável. Aí vai uma sugestão
para você.
Material: sabonete pequeno, papel crepom, papel espelho vermelho,
botões, lã. para o cabelo, fita ou fitilho.
Embrulhe um sabonete pequeno em papel crepom (como se
embrulha uma bala). Cole fita nos cabelos, faça olhos com botões e a
boca pode ser desenhada no papel espelho. Deixe uma alça e amarre
uma fita para pendurar no guarda-roupa.
Atividade extraída e adaptada da revista do/a orientador/a Bem-te-vi 1, O Reino de Deus já está entre nós
Reino de Deus: quem pode participar?, p.14 e 15, 1992.
Trabalho manual:
MÓBILE DE CORAÇÃO
Material: Cartolina, papel dobradura vermelho ou revistas, tesoura, cola
e linha.
Atividade:
1) Corte três corações no papel vermelho
2) Dobre ao meio
3) Cole os lados e prenda a linha ao meio.
4) Sugestão de suporte: Corte duas tiras de cartolina, faça dois
círculos do mesmo tamanho, cole um dentro do outro e amarre
os corações com uma linha para pendurar.
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ATIVIDADES RECREATIVAS
m Despertando a estátua
Formação: um grupo.
Organização: O grupo livre numa área para
brincadeira.
Desenvolvimento: As crianças ficam livres em um
lado da área da atividade e o animador solicita a uma
criança para ser a estátua, localizando-a ao centro da área
agachada e com os olhos vendados.
As crianças se aproximam, chamando a estátua em
voz alta. Ao ser tocada, a estátua desperta e tenta pegar as crianças que a despertaram. As crianças que forem
tocadas farão companhia à estátua, recomeçando a brincadeira até que todas sejam estátuas.
m Voleibol com rede móvel
Formação: dois grupos.
Material: bola de plástico e um elástico.
Organização: Os grupos devem sempre ocupar lados opostos
da área de brincadeira. Solicite duas crianças para que, de posse do
elástico, movimentem a rede (esticar, encolher, levantar, abaixar, etc.).
Desenvolvimento: Use a dinâmica do jogo de voleibol, com
as crianças mandando a bola para o campo adversário. A rede irá
mover-se nas diversas direções da área de jogo, variando de tamanho
e altura, possibilitando grandes e minúsculas áreas de jogo aos
participantes.
Terceiro encontro:
O amigo diferente
Idéia principal: As pessoas valorizam a aparência e Deus o coração. Para Deus somos todos iguais e dignos do
seu amor. Devemos, com esse mesmo amor, olhar para o nosso próximo, seja ele como for.
Texto bíblico: 1 Samuel 16.7
Versículo do dia: O homem olha a aparência, mas o Senhor olha o coração. 1 Samuel 16.7
Comentário: Na cultura romana era costume que, ao nascer uma criança, se o pai não a tomasse nos braços, ela
não era reconhecida como filha e, assim, era enjeitada. Muitas delas eram deficientes de qualquer natureza ou
filhos considerados excessivos no lar.
Devemos lidar naturalmente com crianças e pessoas portadoras de necessidades especiais (portadoras de
deficiências), pois o que é diferente não é inferior. Todos temos limitações e virtudes. Precisamos encontrar
meios de conviver com respeito, valorizando as qualidades de cada um.
Joana amava tanto o seu cachorro que o fato dele ter uma perninha paralisada nunca atrapalhou o carinho
e as brincadeiras.
Começar: Inicie a aula com a brincadeira do gato e rato
P Objetivo: vivenciar uma situação de rejeição.
P Disposição do espaço: de pé, em círculo.
P Recursos: vendas para os olhos.
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P Atividade: escolha duas crianças para serem o gato e o rato. O gato fica dentro da roda e o rato fora.
As crianças que estão formando o círculo devem impedir que o gato saia e facilitar a entrada do
rato, caso o gato consiga sair. A brincadeira encerra quando o gato consegue pegar o rato.
Com as crianças maiores a brincadeira pode ser adaptada. Ao invés de gato e rato, convide 4 ou 5
crianças para ficarem fora do círculo. Para as crianças que estão na roda, explique que o objetivo é
impedir que as outras entrem no meio da roda. Para as 4 ou 5 crianças escolhidas fale que elas têm
como meta entrar no meio da roda, mas para isso elas têm que simular dificuldade física usar um
pé só, estar com os olhos vendados, não utilizar as mãos, etc. A brincadeira encerra quando pelo
menos uma criança conseguir entrar na roda.
Sugestão: de acordo com a sua realidade local, você poderá fazer outro tipo de vivência com as
crianças. Coloque uma venda nos olhos de cada uma e peça para que andem pela sala. Em seguida,
distribua papel e lápis para cada uma e solicite que façam um desenho. Quando todas terminarem
tire as vendas e peça para que olhem os desenhos e falem o que desenharam.
P Encerramento: converse com as crianças sobre suas dificuldades para entrar num grupo e como se
sentiram. Observe se as crianças falam sobre o sentimento de rejeição. Pergunte se conhecem
crianças portadoras de alguma deficiência física, mental ou com necessidades especiais. Fale que
todos nós somos diferentes e temos dificuldades e habilidades e essas crianças não podem ser
rejeitadas por terem uma dificuldade. É importante lembrar que todas têm muitas qualidades e
precisam de convívio social para crescer e aprender.
Atividade extraída e adaptada do livro de Nicanor Miranda 200 Jogos Infantis. Editora Itatiaia Limitada.
Contar a história:
O amigo diferente
Ninguém entendia porque Joana insistiu tanto em ter aquele cachorrinho. Mas ela tanto quis, tanto falou,
tanto chorou, que a mãe acabou concordando. Eles tinham ido a uma feira de animais para comprar um bichinho
de estimação. Quando Joana viu o cachorro, não quis saber de mais nada. Tem que ser ele, tem que ser!, dizia.
A mãe disse que ele ia dar muito trabalho, que não ia ser legal, mas acabaram levando o cachorro para casa.
Ele era pequeno, tinha um rabinho cortado. Era branco com manchas marrons. Ou seria marrom com
manchas brancas? Não dava para saber. Ele balançava o rabinho cotó e dava pulinhos desajeitados. Mas o mais
engraçado era a mancha preta que ele tinha em volta do olho. Foi por isso que Joana o chamou de Pirata. Mas
por que todos estranharam a escolha de Joana?
Pirata tinha uma perna paralisada. A veterinária da feira explicou que ele talvez tivesse quebrado a perna
ao nascer e ninguém percebeu. Então ele tinha ficado com um defeito. Por isso, ele dava pulinhos desajeitados
e arrastava a patinha ao andar. Ele não conseguia correr
muito e não podia saltar. Todo mundo achou que Joana
ia logo desistir de Pirata, porque não dava pra brincar
com ele como se brinca com outros cachorrinhos.
Pirata precisava de alguns cuidados especiais.
Mas, ao contrário do que todos pensaram, Pirata
e Joana se tornaram amigos inseparáveis. Ele ficava no
portão, esperando a hora em que ela chegava da escola.
Dormia aos pés da cama de Joana e estava atrás dela
por toda a parte. Pirata não cresceu muito, era meigo
e obediente. Joana amava muito seu novo amiguinho.
A perninha paralisada nunca atrapalhou o carinho ou
as brincadeiras. Com jeitinho, Joana foi descobrindo
que Pirata podia fazer muitas coisas divertidas. Ele
buscava a vareta que ela jogava e corria por toda a parte,
só que mais devagar.
Uma vez, Pirata fugiu porque o portão ficou
aberto. Joana ouviu os latidos aflitos dele quando os
moleques da rua começaram a jogar pedras no
animalzinho. Cachorro feio, diziam eles. Cachorro
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perna-de-pau! Joana saiu correndo para salvar Pirata dos meninos malvados. Ela segurou o cachorrinho bem
forte nos braços e gritou para os meninos: Ninguém vai maltratar meu cachorro só porque ele é diferente. Ele
é bom e amigo. Vocês não podem maltratar o Pirata, porque o mais importante é o coração bom e não a perninha
perfeita. Ele é meu amigo. Eu gosto dele exatamente do jeito que ele é.
Reflexão: Converse com as crianças sobre coisas diferentes que temos e gostamos, como, por exemplo,
carrinho sem roda, boneca sem cabelo ou olho, etc. Aproveite para abrir a discussão sobre diferenças, como
usar óculos ou aparelho dentário, raça, cor, tamanho, peso, deficiências físicas e mentais e necessidades especiais.
O que podemos fazer para viver em paz com todos? Procure conversar também sobre apelidos que colocamos
em colegas por causa de diferenças: dentuça, quatro-olhos baleia, ratinho, e tantos outros. Essa é uma atitude
que devemos evitar em nossas relações na igreja, na escola, em casa, etc.
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Atividades Recreativas
l Salve-se com um abraço
Formação: um grupo.
Material: bola de soprar (bexiga).
Organização: O grupo livre numa
área para brincadeira.
Desenvolvimento: As crianças
ficam livres e o animador escolhe uma
criança para ficar com a bola de soprar
(bexiga). Este jogo é um tipo de pega-
pega, e o objetivo é que todos se
salvem. O pegador tenta tocar as costas
de alguém com uma bexiga. Se
conseguir, ele passa a bexiga e invertem-
se os papéis.
Para não serem pegos, os participantes têm que, de costas, dar os braços aos pares, encostando as costas
um no outro, salvando-se mutuamente. Mas atenção: os abraços só podem durar três segundos. Depois disso
novos pares deverão ser formados.
Conforme a dinâmica do grupo, pode-se ter mais que um pegador, maior número de bexigas e propor
abraços em trios ou em grupos maiores.
Nota: Pode ser substituído o abraço de costas por um aperto de mão e outros.
Atividade extraída e adaptada do livro de Fábio Otuzi Brotto Jogos cooperativos: se o importante é
competir o fundamental é cooperar! Projeto: cooperação. Editora Re-Novada.
l Pique Estátua
Formação: um grupo.
Organização: O grupo livre numa área para brincadeira.
Desenvolvimento: As crianças ficam livres e o animador escolhe dois participantes para serem os pegadores.
Os pegadores correm para pegar os perseguidos. Todo participante que for tocado assume uma pose e permanece
como estátua. Para ser salvo, um outro participante assume a mesma pose à sua frente.
Atividade extraída e adaptada do livro de Ricardo Catunda Recriando a Recreação. Editora Sprint.
Quarto encontro:
O velho da montanha
Idéia principal: Mostrar para a criança a importância de lutarmos pelos nossos sonhos para que se tornem
realidade. Quando sonhamos sonhos de paz, alegria e vida boa para todos, espalhamos pelo caminho essas
sementes que primeiramente brotaram em nossos corações.
Texto bíblico: Salmo 119.9-11; Lucas 6.43-45
Versículo do dia: A boca fala do que está cheio o coração. Lucas 6.45
Comentário: Muitas vezes esperamos que as respostas venham de lugares distantes e trazidas por outras pessoas
que não nós. Precisamos nos sentir portadores da paz e de uma mensagem de vida plena e abundante a todos. A
criança é um sinal de paz, esperança e de um tempo melhor. Os frutos da paz podem ser promovidos e colhidos
por pessoas como nós. Porque a paz, resultado da justiça e do juízo, da presença de Deus nas relações humanas,
já nos foi concedida como promessa por Jesus (João 14.27).
Começar: Inicie a aula com a montagem de um painel. Você vai fazer uma árvore diferente: a árvore da paz.
Ela é composta por frutos diferentes, nós! Cada um contribui com aquilo que é, com talentos e virtudes.
P Objetivo: construir com as crianças a árvore da paz.
P Disposição do espaço: sentados em círculo.
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P Recursos: papel cartão, cartolina,
ou isopor verde e marrom (para
o tronco), papel espelho,
dobradura, silhueta ou glacê
amarelo, laranja e vermelho (para
os frutos). Papel de revista ou
similares também podem ser
usados para confeccionar os
frutos.
P Atividade: faça uma árvore com
o papel cartão e alguns frutos com
o papel espelho como laranja,
maça, pêra, etc. Mostre para as
crianças apenas a árvore.
Converse com elas sobre seu
crescimento, frutos e sementes
que ficam no solo fazendo com
que outras árvores nasçam.
Existem vários tipos de árvore: a
macieira, mangueira,
jabuticabeira, etc., e a árvore que
está na sala é a árvore da paz. Mas
quais são seus frutos? Cole uma
foto de cada criança ou escreva
seu nome em um fruto e coloque na árvore.
P Encerramento: fale que cada um de nós representa um fruto na árvore da paz. Carregamos a
semente do amor que deve ser distribuída entre todas as pessoas. (Veja os frutos do Espírito em
Gálatas 5.22-23)
Contar a história:
O velho da montanha
Essa história que vou contar, ouvi em algum lugar. É sobre um menino chamado Samuel. Ele morava
numa vila pequena, com casas de madeira e sapê. Sua família era pobre e pequena. Samuel, sua mãe e sua avó.
Seu pai era pescador e tinha morrido durante uma tempestade. Sua mãe era costureira e sabia fazer lindos
bordados. A avó, bem velhinha, cuidava da casa para ajudar a filha a manter o lar. Samuel estudava numa
escola que ficava bem longe de casa, tinha de sair cedo. Mas era um menino bom e educado, que queria
sempre aprender mais sobre o mundo e sobre Deus.
Ninguém sabia por que, mas havia naquela cidade uma grande montanha, onde se via esculpido o rosto
de um velho. Ninguém sabia se o vento, com sua força, tinha feito o desenho, ou se um povo antigo tinha vivido
ali antes da vila nascer, e desenhado na rocha o rosto do velho. Mas uma história antiga, que os pais contavam
para os filhos na hora de dormir, dizia que o velho era um sábio que viria um dia até a vila, e ensinaria a todos as
verdades do mundo e de Deus. Quando o velho chegasse, tudo seria feliz e belo.
Samuel gostava dessa história. Queria que fosse verdade que o velho iria vir e contar para ele tudo o que
queria saber sobre o mundo. Samuel gostava tanto dessa história que, quando vinha pelo caminho ao voltar da
escola, ia contando para os colegas o que achava que o velho iria dizer. Samuel olhava para o céu, para o mar que
dava pra ver de sua casa, para a montanha, e imaginava quantas coisas boas o velho iria contar. Ele deve ser
mesmo muito sábio, pensava Samuel. Existem muitas coisas para se falar sobre o céu, a terra e o mar. Sobre
Deus e sobre o mundo inteiro
O tempo passava. Samuel cresceu e se tornou professor. Lia muitos livros e aprendeu outras línguas.
Lendo os livros, descobriu muitas histórias e fatos bonitos. Mas não esqueceu do velho da montanha. Quando
o velho viesse, certamente ele saberia dessas histórias de outros povos. Samuel pensava que o velho deveria ser
um viajante, indo pelo mundo todo, aprendendo com os sábios de outras terras. Samuel arrumava seus óculos e
continuava a ler, a dar aulas, a esperar o velho.
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Um dia, apareceu na cidade um velho poeta. Todos correram para a praça, onde o velho declamava poemas
bonitos ao luar. Muitos pensavam que era o velho da montanha que tinha finalmente chegado. Samuel também
foi ouvir o velho poeta. Achou bonitos os versos, mas ele sabia outros melhores ainda. Não, definitivamente,
aquele não era o velho da montanha. Ele ainda estava por chegar. O tempo passou, Samuel casou-se e teve
um filho. O trabalho de professor era difícil, mas Samuel gostava de ensinar. Seus alunos e alunas também
gostavam muito dele.
Quando Samuel se aposentou, seus cabelos estavam brancos e seu rosto estava cheio de rugas, a maioria
delas por causa de seus sorrisos alegres e constantes. Samuel sentava-se na porta de sua casa e contava para as
crianças e os vizinhos tudo o que tinha aprendido em seus livros. Acho que o velho da montanha vai falar sobre
a China, sobre a Índia
Talvez ele tenha ido até o lugar onde Jesus viveu. Com certeza, ele deve saber tudo
sobre os lugares onde Jesus passou
Ele vai nos contar como Deus gosta de nós, como fez o mundo tão bonito
pra gente viver
Enquanto contava as histórias, Samuel nem percebeu um jovem moço que chegou-se à roda
para ouvir. Ele prestava atenção às palavras de Samuel. Ele também conhecia a lenda do velho da montanha.
Atrás da casa de Samuel, a montanha continuava intacta, com o rosto do velho gravado.
O moço começou a olhar para o rosto de Samuel.
Os olhos brilhantes, os cabelos brancos, o sorriso
meigo com as crianças. O velho da montanha
parecia um sábio manso. Samuel também
parecia sábio e tranqüilo. O moço fez então
uma descoberta e deu um grito de surpresa:
Olhem, olhem só! Ele apontava para
Samuel e para o velho da montanha, saltando
de alegria: O velho da montanha está aqui,
entre nós! Ele chegou há muito tempo! É
ele, é Samuel! Todo o povo da cidade correu
para ver. Samuel estava surpreso. O jovem
moço confirmou. De tanto esperar, de tanto
olhar para o velho da montanha, de tanto
desejar, Samuel ficou sendo cada vez mais
parecido com o velho. Por isso, o velho sábio
da montanha não tinha precisado vir de
longe. Ele tinha estado o tempo todo no
coração de Samuel.
Reflexão: Converse com as crianças sobre os sonhos. Quando desejamos muito alguma coisa ela passa a fazer
parte de nós! O que queremos ser? Que mensagem queremos deixar? Samuel esperou tanto pelo velho sábio da
montanha e pensou tanto nas coisas que ele iria dizer que ficou parecido com ele. Que possamos voltar nossos
olhos para Jesus e sonhar os seus sonhos a ponto de nos tornarmos parecidos com Cristo, seus imitadores e
seguidores, que é o significado da palavra cristão.
Músicas: A semente
Arrumando o mundo
Louvor de Roda (fita Louvor de Roda I)
Fidelidade(Asaph Borba)
Pipa
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2. Faça um corte (pique) nas pontas das
varetas para a linha não escapar do
lugar. Dê várias voltas nas pontas das
varetas (2). Cuidado: a armação pode
entortar se a linha estiver frouxa ou
apertada demais.
3. Com a armação pronta, cole o papel
sobre a linha (3). O papel deve ser pelo
menos 1 cm maior do que a armação.
Passe cola nas bordas do papel, espalhe
com o dedo e dobre sobre a linha.
4. Para envergar o papagaio, amarre uma
linha de uma ponta à outra da vareta
horizontal, puxando-a para dar uma
leve curvatura à estrutura.
5. O papagaio é envergado na direção
contrária do vento para não rasgar
quando for empinado.
6. O estirante ou cabresto é colocado no
lado de fora, amarrado nas pontas
horizontais e na parte de baixo do
papagaio (4). Deixe uma boa folga. No
cruzamento destas linhas prenda o fio para
empinar o papagaio.
7. Faça a rabiola com tiras de papel de seda, coladas como
corrente ou com tiras mais largas presas num barbante,
tipo borboleta. Amarre a rabiola à ponta de baixo do
papagaio.
Na rabiola escreva palavras que ensinem e espelhem a mensagem da paz que temos em Cristo. Por exemplo:
amizade, paz, amor, alegria, Jesus, etc.
Atividade extraída do livro de Phyllis Reily Tudo do nada Papagaio Pipa Pandorga , p. 16 e 17.
Atividades Recreativas
l Costelinhas
Formação: um grupão.
Material: dois metros de elástico ou corda.
Organização: O grupo no fundo da área de brincadeira.
Desenvolvimento: O animador solicita uma criança para
ser a costelinha, que ficará de posse do elástico ou corda.
Os participantes ficam de um lado da área de jogo e a
costelinha no lado oposto. A criança escolhida grita em
voz alta: costelinha, e todos os participantes deverão
trocar de lado, tentando escapar da costelinha, que
será o pegador. Todos que forem tocados deverão
segurar no elástico ou corda, localizando-se no fundo
da área de jogo junto com a costelinha. A brincadeira
deve continuar até que todas as crianças tenham sido tocadas, formando um
grande cordão. A brincadeira se encerra com todos presos ao elástico.
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l Trem (percepção auditiva)
Formação: cinco ou seis grupos.
Organização: Os grupos ficam espalhados na área de brincadeira.
Desenvolvimento: Cada grupo deverá criar um som de trem, com uma ou mais frases. Exemplo: Piuí,
abacaxi. O trem já vai sair, Café com pão, bolacha não, etc. Todos os participantes do grupo deverão conhecer
perfeitamente o som do seu trem. O dirigente chamará um de cada grupo, e estes ficarão longe dos demais com
os olhos vendados. Espalhar os trens (grupos) pelo espaço disponível. Cada trem se posicionará em um canto
deste espaço, repetindo continuamente o som do seu trem, até que os que estão de olhos vendados encontrem
seus trens de origem, guiando-se apenas pelo som. Na seqüência, inverter os papéis.
Nota: para as crianças pequenas pode-se usar nomes de frutas ou bichos no lugar de frases que imitam o
som do trem.
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PARTE 3
A Passeata pela Paz tem por objetivo levar a mensagem de Amor, Esperança, Alegria e Paz para as ruas de
nossos bairros e cidades. Esta atividade pode ser realizada no final da EBF ou no dia que antecede a Vigília pela
Criança em outubro. Para tanto serão necessários alguns preparativos com pelo menos um mês de antecedência.
R Para fazer a passeata será necessário que você feche a rua em frente à Igreja, ou, se possível, feche todo o
quarteirão ou mais ruas próximas. É preciso que você, junto com o pastor/a e ministério da administração,
envie para o departamento de trânsito e/ou prefeitura uma carta solicitando o fechamento da/s rua/s.
Explique o objetivo do evento e quantas pessoas (aproximadamente) estarão participando da passeata.
R Tendo a resposta afirmativa para o fechamento da/s rua/s, convoque toda a Igreja e os ministérios para
auxiliarem na atividade. Este é um trabalho de anúncio da boa-nova de paz e vida plena, e todos os cristãos
e cristãs são responsáveis por espalhar os frutos do Reino de Deus na terra.
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R A passeata pode ser dividida por alas. Cada ala estará carregando algum objeto diferente do outro.
Prepare cartazes com mensagens de Paz e Esperança. Se possível, coloque um carro de som para ir guiando
a passeata, convidando as pessoas para participar e cantando músicas junto com as crianças.
R Escolha e ensaie músicas com as crianças que falem de paz, alegria, vida e um mundo melhor. Exemplo:
A conquista, Sonho de paz, Mensagem de paz, etc.
R Materiais que podem ser preparados nas alas:
u pomba branca feita de cartolina e colada numa vareta para as crianças segurarem;
v pompom feito de papel crepom branco e/ou colorido (formando um arco-íris símbolo da Aliança de
Deus);
w lunetas e óculos grandes de cartolina e papel transparente colorido para mostrar que Deus nos ajuda a
ver um mundo de paz;
x balões de ar (bexiga) com papéis pequenos dentro com mensagens de amor, paz e alegria de um lado e
no verso o endereço da Igreja Local. A idéia é que estes balões possam ser soltos num determinado
momento da passeata (se tiverem sido cheios com gás) ou entregues para as pessoas nas ruas (caso
tenham sido cheios com ar).
R As crianças poderão estar vestidas com camiseta branca ou colorida, de acordo com a realidade de sua
Igreja Local. Se possível, as crianças poderão carimbar suas mãos sujas com tinta colorida nas camisetas
brancas.
q Gincana da Paz
Esta gincana tem por objetivo promover atividades em que as equipes realizam juntas uma tarefa comum
que depende da cooperação de todas as equipes, como um grande time.
O número ideal é de 20 participantes por equipe. Mas você irá adaptar suas equipes de acordo com o
número de crianças. Mesmo tendo um grupo pequeno de crianças realize esta atividade pois, com certeza, será
uma forma de espalhar a paz e a solidariedade. Ah! Não esqueça de envolver toda a Igreja Local para participar
das equipes.
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Você deverá, previamente, numerar cada peça do quebra-cabeça atrás da figura, sem revelar aos participantes.
Você poderá revelar a existência dos números caso eles tenham dificuldade em montar o quebra-cabeça. Pode
acontecer deles mesmos descobrirem a existência dos números, o que seria muito bom.
Desenvolvimento: Mostre o desenho para os participantes. Convide-os a observar detalhadamente o
desenho. Recorte as peças quadriculadas. Entregue para cada participante uma das figuras. Entregue as tintas ou
giz de cera e estabeleça um tempo limitado para a pintura.
Quando secas, no caso de serem pintadas com tinta, deverão ser montadas como quebra-cabeça sobre um
painel sem desenho. Se as peças estiverem na ordem correta, os participantes poderão colá-las no painel em
branco, formando um grande mosaico.
Tarefa coletiva: todas as equipes se juntam e compartilham sua visão de um mundo melhor com rápidas
encenações. Mas para isso as equipes deverão trocar de painéis, encenando o desenho do outro grupo.
(Adaptação feita por Holney Antonio Mendes)
2ª Atividade: Do-Ação
Objetivo: doar bens materiais e humanos (calor, humor, amor, abraço, laços...) para uma entidade social,
famílias carentes, etc. (de acordo com sua realidade local).
Tarefa da equipe: cada equipe deverá arrecadar roupas, brinquedos e alimentos.
Tarefa coletiva: todas as equipes juntas deverão organizar a entrega dos bens coletados e criar um grito
de paz para representar todo o time.
3a Atividade: Cooperar-Ação
Objetivo: participar de jogos cooperativos, buscando o sucesso para todos.
Tarefa da equipe: cada equipe irá contar uma história. O professor escolherá previamente um tema, e
depois ele escolhe um integrante da equipe para que inicie a história. Passado um tempo, o professor irá chamar
outro participante para continuar a história e assim sucessivamente até que todos tenha participado da construção
da história.
Tarefa coletiva: todas as equipes irão participar do pega-pega cooperativo. Solicitar uma dupla para ser os
pegadores. A dupla corre de mãos dadas, tentando pegar os participantes livres. Todo participante que for pego
deverá segurar na mão da dupla, até que se forme uma grande corrente. A brincadeira termina quando o último
participante se integrar à corrente.
4ª Atividade: Con-Fraternizando
Objetivo: realizar uma grande festa de integração para celebrar a vitória de todos.
Tarefa da equipe: providenciar um determinado item da festa, como: bebida, alimentação, decoração, etc.
Tarefa coletiva: comemorar juntos a alegria de semear a paz, o amor e a cooperação.
Nota: Pode-se fazer nesta atividade a Festa das Nações.
Atividades extraídas e adaptadas do livro de Fábio Otuzi Brotto Jogos Cooperativos: se o importante é
competir o fundamental é cooperar! Projeto: Cooperação. Editora Re-Novada.
q Carta Aberta
Esta atividade poderá ser feita durante os dias da EBF ou nos dias que antecedem a Vigília Nacional. A
carta deverá ser escrita pelas crianças tendo como base o tema Semeando frutos da paz, de acordo com o que
aprenderam durante a EBF. O objetivo é que as crianças expressem o que pensam sobre a paz e o que é importante
fazer para acabar com a violência. Para que a atividade seja expressiva, uma cópia da carta deve ser entregue, lida
e divulgada na Igreja Local, nos órgãos distritais (Codiam), regionais (Coream e Ministério de Comunicação) e
gerais (Cogeam) da Igreja Metodista, no bairro, na prefeitura, etc. Este será o manifesto das crianças testemunhas
vivas do amor de Cristo em favor dos atos de paz, amor, esperança e alegria.
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PARTE 4
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Pedidos de Oração:
P Pela paz em nossos lares e famílias, nos nossos relacionamentos;
P Que as escolas sejam lugar de paz e segurança;
P Que em cada bairros e cidade deste país sopre ventos de paz, movidos pelas (nossas) ações diárias de
amizade e companheirismo;
P Faz-nos um instrumento de Tua paz para que, neste mundo, os inocentes não sejam mais condenados,
sofrendo injustamente.
P Que em nossas ações diárias sejamos agentes da paz e da vida, fazendo a Sua vontade, que é boa, perfeita
e agradável.
P Que possamos amar e respeitar a natureza e as pessoas ao nosso redor, sabendo que tudo é obra das
Tuas mãos.
P (Prepare outros pedidos específicos)
- Cânticos: Doce canção, Deus está em todo lugar
(Textos complementares: Eclesiastes 11.6; Mateus 13.31-32; Gálatas 6.7)
Um Jardim Especial
(Elci Pereira Lima)
Personagens: Roberto um jardineiro e Tuca uma criança
(Entra Tuca chorando)
Tuca: não acredito que as minhas flores tão lindas morreram. Estou há um mês cuidando desse jardim. E
agora o que as minhas amigas irão falar quando vierem me visitar?
(Entra o jardineiro)
Jardineiro: Tuca! Tuca!
Tuca: ai, e agora, o tio Beto chegou. Vou me esconder, não quero que ele veja este jardim horrível. Estou
com muita vergonha.
Jardineiro: Tuca, onde você está? (pega uma flor do chão). Tuca, eu sei que você está aqui, apareça já!
Tuca: estou aqui (saindo de trás de um canteiro).
Jardineiro: o que aconteceu com esta flor?
Tuca: estou com vergonha porque o meu jardim não floresceu. Veja como está horrível... Não queria que
o senhor olhasse o meu jardim.
Jardineiro: Tuca, eu sou seu amigo e quero ajudá-la. Conte-me o que aconteceu com o seu jardim.
Tuca: eu queria que o meu jardim fosse o mais bonito, então eu cuidei das flores todos os dias e reguei 3
ou 4 vezes por dia, para que elas crescessem mais rápido...
Jardineiro: nem precisa continuar... Preste atenção: as flores são sensíveis como nós. Você exagerou nos
cuidados. O solo ficou tão encharcado que ficou pobre de nutrientes e não fez a flor crescer forte e bela. Entendeu?
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Tuca: mais ou menos. Mas por que você comparou a flor conosco? Nós somos tão diferentes...
Jardineiro: é simples, veja o seu caso: se você tivesse mais paciência e cuidasse da flor como eu ensinei, a
flor teria crescido. Nós também temos que ter paciência em tudo na nossa vida. Por exemplo: você estuda para
um dia trabalhar na profissão que escolher. Há tempo para tudo...
Tuca: ah! Eu sei esse versículo que fala que há tempo para plantar, para colher, para amar...
Jardineiro: muito bem, Deus criou tudo tão perfeito que não precisamos ficar preocupados. Temos sim,
que cuidar com carinho da flor, assim como devemos viver cultivando o amor, a amizade, a solidariedade e a fé
nesse Deus maravilhoso que cuida das nossas vidas com muito amor.
Tuca: é tio, Deus nos deu esse mundo cheio de coisas lindas e nós não
sabemos cuidar. Destruímos a natureza, criamos guerras, fome, não cuidando
direito do nosso jardim.
Jardineiro: é isso mesmo Tuca, agora vamos cuidar do solo, para que
seu jardim torne a ficar florido.
Tuca: puxa, ainda bem que o senhor apareceu, senão o meu jardim ia
se acabar.
Jardineiro: é! E a senhorita se escondendo!
Tuca: muito obrigada! Desculpe-me!
Depois de 30 dias...
Tuca: meu jardim é lindo!!!
Jardineiro: oi, Tuca. Realmente seu
jardim ficou maravilhoso.
Tuca: graças à sua ajuda. Agora vou
trazer meus amigos e vou ensiná-los a
cuidar de um jardim. Assim estarei
colaborando para trazer de volta o verde
que está sumindo do nosso planeta. Com
paciência eu posso trazer de volta um
pouco do jardim que Deus criou e Ele
ficará feliz com essa atitude.
Jardineiro: Deus já está feliz em ver uma menina como você cuidando não só do jardim, mas também se
preocupando com um mundo melhor.
P distribuição das mudas (por classe de Escola Dominical, ou por família, ou para cada pessoa) que
representam os desafios concretos para o cultivo da paz.
3. COLHENDO FRUTOS DA PAZ
- Cântico: SONHO DE PAZ
Sonho de paz para o mundo
Sonho de paz entre nós
Sonho de paz como um dom Divino
Que comece aqui
Vamos dar as mãos
- Leitura Bíblica: Tiago 3.17-18 (Bíblia na Linguagem de Hoje)
A sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura ; e é também pacífica, bondosa e amigável. Ela é cheia
de misericórdia, produz uma colheita de boas ações e é livre de preconceito e de fingimento. Pois a justiça é a
colheita produzida pelas sementes que foram plantadas pelos que trabalham em favor da paz.
- Partilha da Paz: distribuição das frutas e partilha
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- Cântico: (à sua escolha)
- Oração final
- Bênção: Salmo 67
P Adultos abençoam as crianças chamar todas as crianças para ficarem no altar e os adultos estendem as
mãos em direção às crianças e lêem o Salmo 67. Após esse ato o dirigente pede para a congregação sentar que as
crianças têm um presente.
P Crianças abençoam os adultos as crianças saem falando para cada pessoa haja paz na terra e entregam
o bóton confeccionado por elas, simbolizando o compromisso de cada um em ser o/a mensageiro/a da paz.
(Textos complementares: 1 Pedro 2.2; Salmo 65.11)
ANEXOS
q Sugestões de atividades
Trabalho manual: BORBOLETA (porta lápis)
Material: Rolo do papel higiênico, papel espelho preto e colorido, cartolina,
cola e tesoura.
Fechar o fundo do rolo de papel higiênico e encapá-lo com papel espelho
preto. Colar os olhos e as antenas. Desenhar as asas da borboleta em cartolina,
recortar e colar papel espelho colorido picado na asa. Colar as asas no rolo.
Sugestão: para colorir as asas você pode usar também a técnica da cola colorida.
Colocar gotas de cola colorida em uma das asas e dobrar e colocar a outra asa sobre
a que está com cola. Abrir e ver o desenho que se formou.
Deixar secar e depois colar no rolo.
Trabalho manual:
FANTOCHE DE CAIXINHA
Material: Caixinhas (de remédios,
sabonetes, leite, etc.), tesoura, cola,
retalhos de papel colorido, fitas, lã,
canetinhas hidrocor ou lápis de cor.
Atividade: Abra (desmonte) a
caixinha e monte-a novamente ao
contrário (pelo lado avesso). Após colada
e seca, corte exatamente ao meio, deixando
um lado sem cortar, o qual servirá como
ligação entre a parte superior e inferior da
boca.
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Dobre ao meio de maneira que com os dedos dentro da caixa, seja possível fazer o movimento de abrir e
fechar a boca. Cole papel vermelho ou rosa dentro da boca.
Cole ou desenhe olhos e nariz e o que mais quiser para compor o seu personagem como colar cabelos,
chapéu, óculos, laços e enfeites.
OBS.: Dependendo dos formatos das caixas, haverá uma grande variação de tipos de personagens, que
podem ser pessoas ou animais também.
Trabalho manual:
FANTOCHE DE COLHER
Material: Colher de plástico, retalhos de
cartolina, lã (ou papel de bala de aniversário), fitas,
papel crepom, seda ou de presente, tesoura, cola
(a cola quente tem um ótimo resultado) e caneta
vermelha e preta de tecido ou retroprojetor para
desenhar os olhos, nariz e boca diretamente na
colher (ou desenhar em papel com lápis ou
canetinha comum e colar na parte de trás da
colher).
Atividade: 1) Recorte um retângulo de
papel, franza e cole ao redor do pescoço do
fantoche. 2) Arremate com um laço de fita, ou uma
gravata de fita ou papel. 3) Cole as mãos ao lado
da roupa. 4) Desenhe ou cole olhos, nariz e boca.
5) Cole os cabelos feitos de lã ou papel de bala e
enfeite com fitas ou papel crepom.
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40
q Partitura das músicas
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42
Amizade
Tonalidade: Introdução:
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44
Deus está em qualquer lugar
Tonalidade: Introdução:
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46
Doce canção
Tonalidade: Introdução:
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48
Viver em união
Tonalidade: Introdução:
{
Quão bom e quão maravilhoso é
Bis
Que os irmãos vivam em união
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Jesus me ama
Tonalidade: Introdução:
{
Oba! Jesus me ama
Bis
Oba! Jesus me ama
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52
Sonho de Paz
Tonalidade: Introdução:
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54
Mensagem de Paz
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É bom amigos
Tonalidade: Introdução:
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58
Sou criança
Tonalidade: Introdução:
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