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NOTAS TECNICAS ´

JANEIRO DE 2018 – Nº02

Comportamento do Mercado de
Tr a b a l h o e o N í v e l d e
Desemprego em São Luís - MA

O r g a n i z a d o r e s : L AU RA RE G IN A C A RNE IRO
VÂ N IA C R IS T IN A O L IV E I RA COE L H O

SEPLAN
PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO LUÍS
EDIVALDO HOLANDA BRAGA JÚNIOR - PREFEITO

SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO (SEPLAN)


JOSÉ CURSINO RAPOSO MOREIRA - SECRETÁRIO

DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE)


LAURA REGINA CARNEIRO – COORDENADORA-GERAL
VÂNIA CRISTINA OLIVEIRA COELHO – ASSISTENTE TÉCNICA

DEPARTAMENTO DA INFORMAÇÃO E INTELIGÊNCIA ECONÔMICA (DIIE)


END.: SECRETARIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO –
SEPLAN
RUA DAS ANDIROBAS, Nº 26 – RENASCENÇA - SÃO LUÍS/MA - CEP.: 65.075-180

www.diie.com.br
diie@diie.com.br

Esta publicação tem por objetivo a divulgação de estudos


desenvolvidos por pesquisadores do Departamento da
Informação e Inteligência Econômica (DIIE), da Secretaria
Municipal de Planejamento e Desenvolvimento
(SEPLAN). Seu conteúdo é de inteira responsabilidade do(s)
autor(es), não expressando, necessariamente, o
posicionamento da Prefeitura Municipal de São Luís
(PMSL).

NOTATÉCNICA Nº 02/JANEIRO2018 - Comportamento do Mercado de Trabalho e o Nível de


Desemprego em São Luís -MA
RESUMO

A partir da análise do comportamento do emprego formal, através das variáveis “Estoque


de Emprego Formal” e “Saldo de Admitidos e Desligados” que são coletadas,
respectivamente, através da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS1) e do Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados (CAGED2); e das variáveis “Taxa de Desocupação”
e “Rendimento Médio Real de todos os trabalhos”, que são obtidas por intermédio da
Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílios (PNAD Contínua3), foi possível evidenciar
a realidade do mercado de trabalho da cidade de São Luís, apontando o nível de
desemprego, durante a gestão do Prefeito Edivaldo Holanda Jr. (2013-2017).

SÍNTESE

É possível comprovar, por meio de evidências, como a crise econômica pode afetar
significativamente o mercado de trabalho. De acordo com Thaís Barcellos, pesquisadora
do IDados4, “os dados indicam uma penalização dos trabalhadores mais velhos e com mais
tempo de emprego, além do aumento dos trabalhadores informais que trabalham por
conta-própria e da dificuldade de recolocação no mercado de trabalho”.
No trimestre de setembro-outubro-novembro de 2017, a população brasileira ocupada
(91,9 milhões) cresceu 1,0% em relação ao trimestre anterior (mais 887 mil pessoas). Em
relação ao mesmo trimestre do ano anterior (90,2 milhões de pessoas ocupadas), o
crescimento foi de 1,9% (mais 1,7 milhão de pessoas). Em consequência do aumento da
ocupação foi registrado aumento do nível da ocupação, (54,4%), que subiu em ambas as
comparações.
A população desocupada (12,6 milhões) caiu 4,1% (menos 543 mil pessoas) em relação
ao trimestre anterior. Porém, apesar de o país ter registrado uma redução de 0,6 p.p. na

1 Relação Anual de Informações Sociais (RAIS): é um registro administrativo, que capta o setor formal, que
é apenas uma parte da mão de obra brasileira. Os dados da RAIS abrangem todo o tipo de vínculo
empregatício (estatutários, celetistas, temporários e avulsos), sendo fundamental para mapear a estrutura do
mercado de trabalho e é divulgado anualmente.
2 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED): registro administrativo que mapeia a

movimentação do emprego através do saldo de admitidos e desligados, de vinculo celetista, com observações
mensais. Diferentemente da RAIS, o mapeamento dos dados do CAGED apenas compreende a
movimentação dos vínculos celetistas, sendo interessante seu uso para uma análise conjuntural do mercado
de trabalho formal.
3 Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD Contínua): diferentemente dos registros

administrativos (RAIS e CAGED), é uma pesquisa domiciliar, feita a partir de entrevistas, que mensura o
percentual de pessoas – em relação à população economicamente ativa – que declararam estar procurando
trabalho no momento em que são abordadas pelos pesquisadores.
4 Disponível em: http://idados.org.br/blog/o-preco-do-desemprego/. Acesso em: 20/12/17

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Desemprego em São Luís -MA
taxa de desocupação (12,0 em set-out-nov ante 12,6 em jun-jul-ago), uma significativa
parcela da população tem se ocupado em atividades informais. O número de empregados
sem carteira de trabalho assinada (11,2 milhões de pessoas) cresceu 3,8% em relação ao
trimestre anterior (mais 411 mil pessoas). Em relação ao mesmo trimestre de 2016, subiu
6,9% (mais 718 mil pessoas).
Em 2017, no trimestre em questão, foram contabilizados quase 23 milhões de brasileiros
que trabalham por conta própria. Em relação ao mesmo período de 2016, houve alta de
5,0% (mais 1,1 milhão de pessoas), de acordo com o gráfico 1 abaixo.

Gráfico 1: Pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência


como Conta-própria (em milhares)

23.187
22.923
22.913

22.911
22.509
23.500

22.232

22.129
22.112
22.066

21.854
23.000
21.773
21.765
21.472

22.500
21.288

21.077
20.951

20.905

22.000
20.835
20.615
20.593

20.515

21.500
20.329
20.258

21.000
20.500
20.000
19.500
19.000
18.500
jan-fev-mar
jan-fev-mar

jan-fev-mar

jan-fev-mar

jan-fev-mar

jan-fev-mar
abr-mai-jun
jul-ago-set

abr-mai-jun
jul-ago-set

abr-mai-jun
jul-ago-set

abr-mai-jun
jul-ago-set

abr-mai-jun
jul-ago-set

abr-mai-jun
jul-ago-set
out-nov-dez
out-nov-dez

out-nov-dez

out-nov-dez

out-nov-dez

2012 2013 2014 2015 2016 2017


Fonte: PNAD Contínua, 2017

Isso significa que, diante da crise econômica, o trabalhador brasileiro viu como solução
para o desemprego, o trabalho autônomo. E como mostra o gráfico 2, o saldo de Emprego
Formal tem seguido uma trajetória de acentuado declínio e apresentou os piores
resultados nos últimos 2 anos da série histórica (2015-2016).

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Desemprego em São Luís -MA
Gráfico 2: Brasil – Número e Saldo do Emprego Formal, RAIS (2003-2016)

60.000.000
50.000.000
40.000.000
30.000.000
20.000.000
10.000.000
0
-10.000.000
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016
Estoque 29.54 31.40 33.23 35.15 37.60 39.44 41.20 44.06 46.31 47.45 48.94 49.57 48.06 46.06
Saldo 861.0 1.862 1.831 1.916 2.452 1.834 1.765 2.860 2.242 1.148 1.489 623.0 -1.51 -2.00

Fonte: RAIS, 2016

 O CUSTO DO DESEMPREGO NO BRASIL

A partir de dados da PNAD contínua e do PIB estadual, ambos disponibilizados pelo IBGE,
o IDados divulgou um estudo5 que simulou o “PREÇO DO DESEMPREGO” no Brasil,
calculando o PIB por hora trabalhada de cada estado em 2015. “O PIB por hora trabalhada
mede o quanto um trabalhador produz em média a cada hora de trabalho no ano. Por
exemplo, um trabalhador brasileiro produziu, em média, R$ 27,01 a cada hora trabalhada
em 2015”, aponta o IDados.
A partir desse valor, foi calculado o quanto se poderia ganhar a mais se:
(a) todos os trabalhadores subocupados trabalhassem 40 horas semanais;
(b) todos os trabalhadores desocupados da força de trabalho conseguissem um
emprego de 40 horas semanais;
(c) as duas situações anteriores ocorressem simultaneamente, ou seja, toda a
força de trabalho estivesse em plena utilização.

Tabela 1 – PIB nos diferentes cenários propostos

5Notas: [1] O Produto Interno Bruto (PIB) representa a soma de todos os bens e serviços finais produzidos
em um território (países, estados ou cidades), durante um ano. [2] Pessoas subocupadas por insuficiência de
horas trabalhadas são as pessoas que, na semana de referência, têm 14 anos ou mais de idade, trabalhavam
habitualmente menos de 40 horas no seu único trabalho ou no conjunto de todos os seus trabalhos, gostariam
de trabalhar mais horas que as habitualmente trabalhadas e estavam disponíveis para trabalhar mais horas no
período de 30 dias, contados a partir do primeiro dia da semana de referência. [3] São classificadas como
desocupadas as pessoas com 14 anos ou mais de idade, sem trabalho (que gere rendimento para o domicílio),
que tomaram alguma providência efetiva para consegui-lo no período de referência de 30 dias e que estavam
disponíveis para assumi-lo na semana de referência. [4] A força de trabalho é composta pelas pessoas
ocupadas, que incluem os subocupados, e as desocupadas na semana de referência.

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Desemprego em São Luís -MA
Elaboração: IDados
Os resultados na Tabela 1 mostram que o PIB nacional poderia aumentar em R$ 97 bilhões
(ou 1,9% a mais no PIB) se os trabalhadores subocupados conseguissem trabalhar 40
horas semanais ao longo do ano. Se os trabalhadores desocupados conseguissem um
emprego de 40 horas semanais, o aumento no PIB seria da ordem de R$ 504 bilhões (ou
9,8% a mais no PIB). E, finalmente, se considerarmos a terceira situação – de plena
utilização da força de trabalho -, o aumento seria de R$ 600 bilhões (11,6%).
Como pode ser observado, o aumento poderia ser de até 20% do PIB estadual,
como no caso da Bahia. A projeção para o Maranhão, revela um possível aumento
de 14,1%.
Tabela 2 – Aumento percentual no PIB estadual

Elaboração: IDados

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 O MERCADO DE TRABALHO EM SÃO LUÍS

1. O município de São Luís apresentou um decréscimo de 4,9% no Estoque de


Emprego (2013-2016). Relativizando-se com os dados totais da população
estimada de São Luís, a parcela de pessoas empregadas reduziu-se de 33%, em
2013, para 30,6% em 2016. Considerando a População Economicamente Ativa
(PEA)6 estimada de São Luís, a parcela da população de 10 a 65 anos empregada
passou de 41,3% para 38,2%, no mesmo período.

Tabela 3 Estoque de Emprego Formal VS População Estimada de São Luís


SÃO LUÍS – MA 2013 2014 2015 2016
Total do Estoque de
348.299 352.226 335.928 331.233
Emprego Formal
PEA Estimada 843.138 851.358 859.114 866.348
População Estimada 1.053.922 1.064.197 1.073.893 1.082.935
% PEA Empregada 41,3 41,4 39,1 38,2
% População Total
(estimada) 33 33,1 31,3 30,6
Empregada

2. Observando o Estoque do Emprego Formal por faixa etária, a partir do


aumento da participação relativa nas faixas de 10 a 24 anos e de 65 anos ou mais,
registra-se uma redução da entrada dos jovens no mercado de trabalho, além de
uma diminuição do emprego formal para a população adulta de 40 a 49 anos. Por
outro lado, houve um aumento do nível de emprego formal para os trabalhadores
na faixa etária de 30 a 29 anos e para a população idosa (50 anos ou mais) entre
os anos 2015-2016.
Tabela 4 Estoque de Emprego Formal por Faixa Etária
SÃO LUÍS – MA Ano
Faixa Etária 2012 2013 2014 2015 2016
10 a 14 anos 3 5 27 45 1
15 a 17 anos 444 461 484 886 446
18 a 24 anos 44.324 42.950 41.714 44.182 34.047
25 a 29 anos 56.835 56.375 55.621 52.933 46.691
30 a 39 anos 102.696 105.201 107.796 102.264 103.999
40 a 49 anos 75.491 75.461 76.630 73.136 72.933

6 População Economicamente Ativa (PEA): É composta pelas pessoas de 10 a 65 anos de idade que foram
classificadas como ocupadas ou desocupadas na semana de referência da pesquisa. Nesse caso, para
estimarmos esta PEA para anos 2013-2015, aplicamos o percentual da mesma no CENSO 2010, 80%.

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50 a 64 anos 62.755 63.315 65.212 62.929 64.806
65 ou mais anos 5.867 6.183 6.639 6.450 8.309
Fonte: RAIS, 2017.
3. Analisando o Estoque de Emprego Formal por setor, o panorama é de
inconstância no mercado de trabalho: a variação negativa é nítida especialmente
nos setores Comércio, Construção Civil e Indústria Extrativa, que apresentaram
desaceleração entre 2015 e 2016; porém, os demais setores do mercado voltaram
a apresentar crescimento em 2016, principalmente Administração Pública e
Serviços (os dois maiores setores empregatícios do Brasil).
Tabela 5 Estoque de Emprego Formal por Setor
Setor 2012 2013 2014 2015 2016
Administração Pública 111.460 106.384 103.044 102.981 106.569
Agropecuária, Produção Florestal, Pesca e
381 417 362 393 457
Aquicultura
Comércio 58.527 59.649 61.318 59.383 58.704
Construção Civil 41.366 41.755 44.465 39.207 23.413
Indústria de Transformação 13.400 13.339 12.049 10.470 12.466
Indústria Extrativa 261 709 653 535 455
Serviços 120.212 125.331 129.491 122.192 126.581
Serviços Ind Up 692 715 844 767 2.588
Total dos Setores 346.299 348.299 352.226 335.928 331.233
Fonte: RAIS, 2017.

 As três maiores seções na composição do Estoque de Emprego Formal, são:


Serviços (38,2% do total em 2016); Administração Pública (32,2%); e
Comércio (17,7%).
 Em 2016, Considerando o emprego formal por gênero, quase todos os
setores empregam mais homens que mulheres. Apenas o setor de
Administração Pública possui em seu quadro de empregados um número
de mulheres superior ao de homens. O setor de extração mineral é o que
tem menos presença das mulheres em atividade.
Tabela 6 Emprego Formal em São Luís por setor e gênero (2016)
São Luís - Total das Atividades
IBGE Setor Masculino Feminino Total
1 - EXTR MINERAL 376 79 455
2 - IND TRANSF 8.669 3.797 12.466
3 - SERV IND UP 1.925 663 2.588
4 - CONSTR CIVIL 21.374 2.039 23.413
5 – COMERCIO 33.072 25.632 58.704
6 – SERVICOS 68.239 58.342 126.581

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7 - ADM PUBLICA 48.080 58.489 106.569
8 - AGROPECUARIA 309 148 457
Total 182.044 149.189 331.233
Fonte: RAIS/MTPS, 2017

 Além disso, considerando as ocupações do mercado formal de trabalho,


destaca-se o número de mulheres nos cargos de Assistente Administrativo,
Auxiliar de Escritório em Geral e Vendedor de Comércio Varejista. Por sua
vez, os homens são mais numerosos que as mulheres em cargos de
Vigilante e Trabalhador da Manutenção de Edificações, mas sua presença
nas outras atividades também são significativas, como mostra a tabela
abaixo.

Tabela 7 Destaques dos setores em São Luís por gênero (2016)


CBO 2002 Ocupação Masculino Feminino Total
411010 - ASSISTENTE ADMINISTRATIVO 24.493 36.648 61.141
411005 - AUXILIAR DE ESCRITORIO EM GERAL 5.745 8.277 14.022
521110 - VENDEDOR DE COMERCIO VAREJISTA 5.310 7.498 12.808
517330 – VIGILANTE 9.010 661 9.671
514325 - TRABALHADOR DA MANUTENCAO DE EDIFICACOES 4.117 3.742 7.859
Fonte: RAIS/MTPS, 2017

4. O município de São Luís apresentou, até novembro de 2017, um equilíbrio no


número de admissões (49,94%) e desligamentos (50,06%), considerando o
emprego formal. Porém, seguindo a tendência da Região Nordeste e do Brasil, o
número de desligamentos ainda supera as contratações ao ano. Na série sem
ajustes, até novembro de 2017 foram registradas 61.751 novas contratações
contra 61.911 demissões na capital maranhense.

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Figura 1 São Luís - Proporção de admissões e desligamentos (Nov/2017)

Fonte: CAGED, 2017.

5. Através do cruzamento de dados de Saldo de Admitidos e Desligados 7 (fonte


CAGED, dados sem ajustes) com a Taxa de Desocupação8 (fonte PNAD Contínua),
conclui-se:
 Conforme Gráfico 3, observa-se uma queda do volume de Admissões, da
ordem de 34,5% (2013-2017, até novembro). Porém, o volume de
desligamentos também registra decréscimo, na proporção de 34,9% no
período. O que significa que há um equilíbrio entre novas contratações e
demissões. Tal fato é evidenciado no Gráfico 4, em que a variação absoluta
do saldo, para todos os anos, encontra-se em declínio, mas até novembro
de 2017 a variação foi de apenas -160 (a menor do período apurado 2013-
2017).

7 Saldo de Admitidos e Desligados: Representa a diferença entre as Admissões, que são contratações de
pessoas em regime celetista (CLT), e os Desligamentos, que são demissões de pessoas que trabalhavam em
regime celetista (CLT).
8 Taxa de Desocupação: Elaborada e divulgada pelo IBGE através da PNAD Contínua, é a referência oficial

para a mensuração do desemprego nacional. É calculada pela divisão entre a População Desocupada sobre a
População Economicamente Ativa, a partir do percentual de pessoas que declararam estar procurando
trabalho no momento em que são abordadas pelos pesquisadores, o que vale para empregos formais, do
setor público e privado, e também INFORMAIS.

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Gráfico 3 Saldo de Admitidos e Desligados (2012-2017, até novembro)

Admissões e Desligamentos
120.000

100.000

80.000

60.000

40.000

20.000

0
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Admissões 94.999 94.314 102.309 88.884 68.474 61.751
Desligamentos 99.930 95.231 105.900 100.182 78.067 61.911

Fonte: CAGED, 2017.

Gráfico 4 Variação Absoluta do Saldo de Admitidos e Desligados


(2012-2017, até novembro)
VA R I A Ç Ã O A B S O LU TA
0

-2.000
N° de Empregados

-4.000

-6.000

-8.000

-10.000

-12.000
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Variação Absoluta -4.931 -917 -3.591 -11.298 -9.593 -160

Fonte: CAGED, 2017.

Frente a isso, temos o crescimento da Taxa de Desocupação (Figura 4) que, em


2013, fechou o ano em 6,7% e em 2017, no trimestre julho-agosto-setembro,
registrou 17,9% de desocupação, como mostra o gráfico abaixo.
Gráfico 5 Taxa de Desocupação Trimestral, São Luís (2012-2017 até setembro)

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Taxa de desocupação das pessoas de 14 anos ou mais de idade,
25,0 na semana de referência (em percentual)

19,8
19,3

17,9
17,6
20,0

16,4
16,4
15,8
15,4

14,7
14,6
14,3

14,2
14,1

13,7

13,6
13,1

12,3
15,0

11,3
10,6

9,1
8,6
8,3
10,0

6,7
5,0

0,0

jan-fev-mar
jan-fev-mar
abr-mai-jun

jan-fev-mar
jul-ago-set

abr-mai-jun

jan-fev-mar
jul-ago-set

abr-mai-jun

jan-fev-mar
jul-ago-set

abr-mai-jun

jan-fev-mar
jul-ago-set

abr-mai-jun
jul-ago-set

abr-mai-jun
jul-ago-set
out-nov-dez

out-nov-dez

out-nov-dez

out-nov-dez

out-nov-dez
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Fonte: PNAD Contínua, 2017.

6. Analisando dados de admissões por modalidade de contratação, conclui-se:


 No período de 2013 a novembro/2017, o quantitativo de vagas para 1°
Emprego variou negativamente 66,9%, passando de 18,8% do total de
Admissões para 9,47%.
Gráfico 6 Admissões por Modalidade de Contratação (2012-2017, até novembro)

Admissões
120.000
N° DE EMPREGADOS

100.000
80.000
60.000
40.000
20.000
0
2012 2013 2014 2015 2016 2017
Admissões 94.999 94.314 102.309 88.884 68.474 61.751
1° Emprego 18.216 17.700 16.636 12.364 8.733 5.850
Reemprego 76.305 75.783 84.623 72.887 56.775 53.122
Reintegração 81 98 95 103 132 63
Contr. Trab. Prazo Deter. 397 733 955 3.530 2.834 2.716
Transferencia Admin. 13.218 15.542 14.878 14.419 17.181 9.847

Fonte: CAGED, 2017.

 A modalidade que apresentou um comportamento diferenciado das demais


é Contrato de Trabalho por Prazo Determinado, que cresceu 370,5%
(2013-2017, até o mês de novembro), o que equivale a um acréscimo de

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1.983 vagas adicionais. Entretanto, isso evidencia uma “sazonalidade”,
sinalizando que em algum momento teremos esse quantitativo de pessoas
desempregadas.
7. Particularizando a geração de emprego formal da Construção Civil, dado o seu
destaque social e por ser um dos maiores setores nos últimos anos (especialmente
depois do lançamento do Programa Minha Casa Minha Vida), temos:
 Seu comportamento total de Admissões (sem ajustes) acompanha a
tendência geral, registrando uma queda de 52,6% (retração de 28.789
contratações em 2013 para 13.627 em 2017, até novembro), apesar do
pico positivo em 2014 (34.076 admissões). O destaque deste setor é o
crescimento de 451,66% em admissões por Contrato de Trabalho por
Prazo Determinado (de 60 em 2013 para 331 até novembro de 2017). No
auge do Programa, entre 2013 e 2015, essa variação chegou a ser de
2.096,7%.
 O volume de pessoas desligadas, porém, apresentou queda (-61,10%) no
mesmo período: foram 32.007 desligamentos em 2013 contra 12.448 até
novembro de 2017. Apesar dessa redução nos desligamentos, a destruição
de postos de trabalho continua acima da criação de novos, implicando em
uma desaceleração do setor.
8. Considerando os dados sem ajustes, tais análises indicam que São Luís tem
seguido a tendência nacional, passando por um fenômeno chamado de “Destruição
de Empregos”, ou seja, há mais demissões do que contratações, levando a uma
redução do Estoque de Emprego Formal e ao aumento da taxa de desemprego.
9. Ressaltando que o CAGED mensura apenas o mercado de trabalho formal cujo
vinculo seja celetista, uma possível implicação destes resultados negativos
revelados é a de um aumento do mercado informal. Para a Administração
Municipal, uma redução do mercado formal de emprego e uma expansão da
informalidade do trabalho implicam em menores arrecadações próprias, visto que
é um problema pertinente à realidade de São Luís, atrasando o desenvolvimento
socioeconômico da cidade.

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10. O Rendimento Médio Real de todos os trabalhos9 de São Luís registrou queda
até o segundo trimestre de 2014. Porém, a partir do terceiro trimestre do mesmo
ano até setembro/2017, vem apresentando evolução significativa. No trimestre
julho-agosto-setembro de 2017, o rendimento médio real foi de R$2.119,00 e
nesse mesmo período em 2016, era de apenas R$ 1.706,0 – uma variação de
24,20%.
Tabela 8 São Luís - Rendimento médio de todos os trabalhos, habitualmente recebido
por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência,
com rendimento de trabalho (em R$)

2.119
2.099
2.500

1.864
1.855

1.831
1.765

1.759
1.739
1.730
1.720

1.712

1.706
1.694
1.656
1.648

2.000 1.636
1.561
1.532

1.481

2.119
1.455

2.097
1.346

1.847
1.789
1.500
1.020
1.014

1.655
1.654
1.636
1.593
1.519
1.389
1.361
1.319

1.258
1.246
1.242

1.000
1.236

1.234

1.201

Nominal
1.174

1.172
1.043

829
821

500 Real

0
jan-fev-mar

jul-ago-set

jan-fev-mar

jul-ago-set

jan-fev-mar

jul-ago-set

jan-fev-mar

jul-ago-set

jan-fev-mar

jul-ago-set

jan-fev-mar

jul-ago-set
abr-mai-jun

abr-mai-jun

abr-mai-jun

abr-mai-jun

abr-mai-jun

abr-mai-jun
out-nov-dez

out-nov-dez

out-nov-dez

out-nov-dez

out-nov-dez

2012 2013 2014 2015 2016 2017

Fonte: PNAD Contínua, 2017.

Isto indica que as pessoas ocupadas do município de São Luís obtiveram um


aumento em sua renda média real. No trimestre jul-ago-set de coleta, em 2017,
São Luís apresentou um rendimento 38,31% acima do mesmo trimestre em 2013
(primeiro ano da gestão do atual prefeito).
11. Logo, ao analisarmos o cenário de São Luís, correlacionando a movimentação
do emprego formal com o comportamento do rendimento médio real, traz a

9Rendimento Médio Real de todos os trabalhos é o rendimento bruto real recebido no mês de referência em
todos os trabalhos que as pessoas, de 14 anos ou mais, ocupadas tinham como rendimento na semana de
referência, a preços do mês do meio do trimestre mais recente que está sendo divulgado. O deflator utilizado
para isso é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo. A diferença para com o salário é que este considera
apenas o trabalho principal, enquanto o Rendimento Médio Real considera todas as fontes de renda auferidas
pelas pessoas ocupadas na semana de referência, considerando outras fontes além do salário recebido.

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esperança de uma saída possível da atual crise de retração do nível de atividade,
algo que poucos municípios conseguem enxergar no médio-longo prazo. Evidente
que para isto efetivar-se, a conjuntura também precisa sinalizar uma possível
melhora.

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REFERÊNCIAS

IBGE. PNAD Contínua. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas-


novoportal/sociais/trabalho/2217-np-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-
trimestral/9173-pesquisa-nacional-por-amostra-de-domicilios-continua-
trimestral.html?&t=downloads. Acesso em: Jan2018.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). CAGED 2018. Perfil do Município. Disponível em:
http://bi.mte.gov.br/bgcaged/caged_perfil_municipio/index.php. Acesso em: Jan2018.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). RAIS 2018. Informações para o Sistema Público
de Emprego e Renda (ISPER). Disponível em:
http://bi.mte.gov.br/bgcaged/caged_isper/index.php#. Acesso em: Jan2018.

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Variáveis, Fontes e Conceitos

Mercado de Trabalho
Estoque de Emprego Formal: Quantitativo de pessoas empregadas
formalmente, com a Carteira de Trabalho assinada e o pagamento
de todos os direitos trabalhistas. (Fonte: RAIS)

Conceitos para análise do comportamento do Emprego Formal e Informal:


Flutuação do Emprego Formal
1 Se refere ao comportamento do emprego: quantos trabalhadores assalariados foram admitidos
(1º emprego ou reemprego) e quantos foram desligados (demissão, aposentadoria ou morte).
SALDO = ADMITIDOS - DESLIGADOS (Fonte: CAGED)

Taxa de Desocupação
Refere-se à proporção entre a População Desocupada e a População Economicamente Ativa
2 (PEA= pessoas de 10 a 65 anos de idade, classificadas como ocupadas ou desocupadas na
semana de referência da pesquisa), a partir do percentual de pessoas que declararam estar
procurando trabalho no momento da pesquisa. Vale para empregos FORMAIS e INFORMAIS.
TX DE DESOCUPAÇÃO = TX DE DESEMPREGO (Fonte:PNAD contínua, IBGE)

Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)


3 Registro administrativo, que capta o setor formal. Divulgados anualmente, os dados da RAIS
abrangem todo o tipo de vínculo empregatício (estatutários, celetistas, temporários e avulsos).
MAPEIA A ESTRUTURA DO MERCADO DE TRABALHO
Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED)
4 Registro administrativo que compreende mensalmente a movimentação dos vínculos
celetistas, possibilitando uma análise conjuntural do mercado de trabalho formal.
MAPEIA A MOVIMENTAÇÃO DO EMPREGO (saldo admitidos-desligados)
Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD Contínua)
5 É uma pesquisa domiciliar, feita a partir de entrevistas, que mensura o percentual de pessoas –
em relação à população economicamente ativa – que declararam estar procurando trabalho.
ABRANGÊNCIA GEOGRÁFICA: Nacional / Domicílios Particulares e Coletivos

Rendimento Médio x Salário Médio


6 O Rendimento Médio considera todas as fontes de renda auferidas pelas pessoas ocupadas, de
14 anos ou mais, na semana de referência. O Salário Médio considera apenas o rendimento da
ocupação principal.

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