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Cozinheiro
Qualificação Profissional
3. Justificativa e objetivos
A primeira iniciativa de formação profissional de Cozinheiro, no Brasil, foi do Serviço Nacional
de Aprendizagem Comercial (Senac), em 1963, com a criação do curso básico de Cozinha.
Com o início da capacitação de profissionais do setor de Alimentos e Bebidas, o Senac
caminhou com o mercado nas tendências e em seu crescimento.
No Brasil, em 2014, segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor
representou 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e quase 40% do PIB de turismo2.
Ainda segundo essa Associação, nesse ano, a alimentação fora do lar deve ter movimentado
R$ 140 bilhões, com crescimento de 3% em relação a 20133. Já o faturamento das indústrias
da alimentação, segundo as pesquisas da Associação Brasileiras das Indústrias da Alimentação
(Abia), em 2013, foi de R$ 484,7 bilhões, com um crescimento em valor de produção de
12,24% e 41 mil novos postos de trabalho4.
Todo este crescimento e potencial de mercado exige a formação de profissionais para atuarem
em diversos seguimentos do setor de alimentos e bebidas, desde um restaurante até uma cozinha
1
Os requisitos de acesso indicados neste plano de curso consideram as especificidades técnicas da ocupação e legislações
vigentes que versam sobre idade mínima, escolaridade e experiências requeridas para a formação profissional e exercício de
atividade laboral. Cabe a cada Conselho Regional a aprovação de alterações realizadas neste item do plano de curso, desde
que embasados em parecer da Diretoria de Educação Profissional.
2
ABRASEL. Profissionais falam sobre o casamento entre o turismo e a gastronomia. Belo Horizonte, 11 dez. 2014. Disponível em:
<http://www.abrasel.com.br/index.php/atualidade/noticias/3115-11122014-profissionais-falam-sobre-o-casamento-entre-
o-turismo-e-a-gastronomia. html>. Acesso em: 19 dez. 2014.
3
ABRASEL. Negócios à mesa. Belo Horizonte, 2 dez. 2014. Disponível em: <http://www.abrasel.com.br/index.php/atualidade/
noticias/3094-02122014-negocios-a-mesa.html>. Acesso em: 12 dez. 2014.
4
ABIA. O setor em números. São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.abia.org.br/vs/setoremnumeros.aspx>. Acesso
em: 19 dez. 2014.
5
industrial, que saibam aprimorar as técnicas de cozinha, que conheçam as características dos
alimentos e da cultura gastronômica regional e internacional, contribuindo para o melhor
aproveitamento dos recursos, auxiliando o padrão e a qualidade dos estabelecimentos.
O Senac, considerando esses aspectos, oferece esta Qualificação Profissional, em consonância
com sua Proposta Pedagógica, respeitando valores estéticos, políticos e éticos, mantendo
compromisso com a qualidade, o trabalho, a ciência, a tecnologia e as práticas sociais
relacionadas com os princípios da cidadania responsável e da sustentabilidade ambiental.
Objetivo geral
Formar profissionais com competências para atuar e intervir em seu campo de trabalho, com
foco em resultados.
Objetivos específicos
• Promover o desenvolvimento do aluno por meio de ações que articulem e mobilizem
conhecimentos, habilidades, valores e atitudes de forma potencialmente criativa e que
estimule o aprimoramento contínuo;
• Estimular, por meio de situações de aprendizagens, atitudes empreendedoras, sustentáveis
e colaborativas nos alunos;
• Articular as competências do perfil profissional com projetos integradores e outras
atividades laborais que estimulem a visão crítica e a tomada de decisão para resolução de
problemas;
• Promover uma avaliação processual e formativa com base em indicadores das compe-
tências, que possibilitem a todos os envolvidos no processo educativo a verificação da
aprendizagem;
• Incentivar a pesquisa como princípio pedagógico e para consolidação do domínio técnico-
científico, utilizando recursos didáticos e bibliográficos.
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Competências
• Controlar e organizar estoque de cozinha;
• Organizar o ambiente de trabalho para elaboração das produções culinárias;
• Pré-preparar os ingredientes para elaboração das produções culinárias;
• Realizar cocções em produções culinárias;
• Preparar e apresentar produções da culinária;
• Elaborar e preparar cardápios.
5. Organização curricular
O Modelo Pedagógico Nacional do Senac traz a competência para o ponto central do currículo
dos cursos de Qualificação Profissional, sendo a competência a própria Unidade Curricular (UC).
Pré-requisitos
• As Unidades Curriculares não possuem pré-requisitos e podem ser ofertadas de forma
subsequente ou concomitante, segundo a disposição de cada Departamento Regional.
Correquisitos
• A UC7 Projeto Integrador deve ser ofertada simultaneamente às demais Unidades Curriculares.
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5.1. Detalhamento das Unidades Curriculares
UC1: Controlar e organizar estoque de cozinha
Carga horária: 48 horas
Indicadores
1. Elabora pedidos de compra, selecionando fornecedores e ingredientes, de acordo com cardápio e estoque;
2. Elabora cálculo de consumo, considerando estoque mínimo e máximo e ponto de pedido;
3. Recebe mercadorias, conferindo os itens solicitados e suas características, de acordo com o Manual
de Boas Práticas;
4. Pré-higieniza a mercadoria recebida, de acordo com o Manual de Boas Práticas;
5. Armazena mercadorias e amostras, respeitando suas especificidades e o Manual de Boas Práticas;
6. Propõe substituição de mercadorias, considerando custo, qualidade e disponibilidade no mercado.
Elementos da Competência
Conhecimentos
• Planejamento de carreira: mundo do trabalho, formas de inserção no mercado de trabalho (formas de
contratação), marketing e apresentação pessoal, preparação de currículos, entrevista de emprego;
• Produtos de consumo e ingredientes:
–– especificações (embalagem, medidas, composição, marcas e prazo de validade);
–– sazonalidade e variação de preço dos ingredientes;
–– classificação dos ingredientes;
• Pesquisa de mercado:
–– tipos de fornecedores;
–– relação entre qualidade e preço;
• Operação do estoque;
• Manual de Boas Práticas:
–– controle do prazo de validade;
–– controle do prazo de armazenamento;
–– armazenamento de amostras;
–– fluxo de recebimento;
–– documentos operacionais de estoque;
• Pré-higienização das mercadorias recebidas;
• Armazenamento de mercadorias;
• Princípios da sustentabilidade na gestão de recursos, produtos e ingredientes;
• Operação e manutenção de mercadorias;
• Fluxo e organização de produtos e ingredientes;
• Sistema de compras;
• Legislação vigente: na esfera federal, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), na estadual e
municipal, Vigilância Sanitária (Visa);
• Equipamentos de Proteção Individual (EPI);
• Primeiro que vence, primeiro que sai (PVPS) e Primeiro que entra, primeiro que sai (Peps);
• Consumo médio:
–– estoque mínimo e máximo;
–– ponto de pedido;
• Matemática: quatro operações, porcentagens e conversão de medidas.
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Habilidades
• Selecionar fornecedores;
• Relacionar necessidades de compra com itens disponíveis no estoque;
• Analisar relatório de consumo;
• Conferir mercadorias;
• Organizar diferentes insumos.
Atitudes/Valores
• Cooperação com membros da equipe, parceiros e fornecedores;
• Proposição de melhorias frente aos processos de trabalho;
• Respeito nas relações com clientes e fornecedores;
• Otimização de recursos, produtos e ingredientes.
Indicadores
Elementos da Competência
Conhecimentos
• Organização e estrutura da cozinha:
–– fluxo de operação;
–– equipamentos e utensílios para a produção de alimentos;
–– equipe da cozinha de pequeno, médio e grande porte;
• Resolução de higiene e manipulação de alimentos;
• Manual de Boas Práticas:
–– procedimentos para higienização de instalações físicas, móveis e utensílios;
–– procedimentos de higiene e saúde dos colaboradores;
–– procedimentos para descarte de resíduos;
–– tipos de controle de pragas nas áreas de armazenamento e preparo de alimentos;
• Segurança aplicada à operação da cozinha:
• EPI;
• primeiros socorros;
• Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa).
Habilidades
• Estabelecer rotinas de higienização das instalações, equipamentos e utensílios;
• Utilizar boas práticas na manipulação de alimentos;
• Selecionar e utilizar equipamentos.
Atitudes/Valores
• Cooperação com membros da equipe;
• Responsabilidade com a segurança do local de trabalho;
• Proposição de melhorias frente aos processos de trabalho;
• Otimização dos recursos naturais na organização do ambiente de trabalho.
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UC3: Pré-preparar os ingredientes para elaboração das produções culinárias
Carga horária: 96 horas
Indicadores
Elementos da Competência
Conhecimentos
• Técnicas de afiar e amolar facas;
• Equipamentos e utensílios;
• Origem e tipos de ingredientes:
–– classificação de cereais, farináceos, leguminosas, tubérculos e grãos;
–– classificação de proteínas e a estrutura dos animais;
–– classificação de gorduras e óleos.
• Manipulação e armazenamento de alimentos;
• Noções dos microrganismos que causam doenças veiculadas por alimentos (DTA);
• Manual de Boas Práticas;
• Implementação no processo de preparo dos alimentos;
• Legislação vigente (Anvisa);
• Terminologia técnica gastronômica;
• Mise en place:
–– conceitos dos processos de trabalho;
–– ingredientes para preparado;
–– receita e produção;
• Plano de ataque:
–– conceito;
–– organização prévia de utensílios, equipamentos e ingredientes;
–– organização e procedimentos de pré-preparo para as produções culinárias;
• Técnicas de corte de carne, aves, pescados e estrutura dos animais;
• Técnicas de corte de vegetais;
• Bases culinárias:
–– tipos de fundos e caldos;
–– tipos de espessantes;
–– tipos de aromáticos;
–– aplicabilidade e conservação;
• Noções de cocção:
–– calor úmido;
–– calor seco;
–– calor combinado;
• Ficha técnica:
–– índice de aproveitamento do ingrediente;
–– perda com descongelamento;
–– rendimento da receita;
–– pesos e equivalências de medidas;
• Matemática: operações básicas, porcentagem e proporções.
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Habilidades
• Identificar e selecionar ingredientes;
• Identificar e selecionar equipamentos e utensílios;
• Utilizar as boas práticas na manipulação de alimentos;
• Relacionar tipos de cortes à receita;
• Realizar técnicas para elaboração de fundos;
• Aplicar técnicas de cortes padronizados de vegetais, carnes, aves e pescados;
• Dimensionar os insumos às produções culinárias;
• Calcular o índice de aproveitamento dos ingredientes.
Atitudes/Valores
• Cooperação com membros da equipe;
• Responsabilidade com a segurança dos alimentos e com o local de trabalho;
• Proposição de melhorias frente aos processos de trabalho;
• Otimização na utilização dos ingredientes.
Indicadores
1. Utiliza métodos de cocção em função das características dos alimentos e das produções culinárias;
2. Utiliza equipamentos e utensílios de cozinha, conforme método de cocção a ser utilizado;
3. Administra tempo e temperatura de preparo de alimentos, conforme ponto de cocção.
Elementos da Competência
Conhecimentos
• Cocção: definição, métodos e efeitos:
–– salteado;
–– grelhado;
–– assado;
–– fritura;
–– guisado;
–– braseado;
–– escalfado;
–– branqueamento de vegetais;
–– efeitos da cocção nos alimentos;
• Equipamentos e utensílios de cozinha;
• Terminologia técnica gastronômica;
• Produções de:
–– sopas (clara, purê, creme, entre outras);
–– molhos básicos e derivados (claros, escuros e emulsificados frios e quentes);
–– pescados;
–– ovos (poché, omelete, fritos, frigidos e mexidos);
–– proteína animal;
–– vegetais;
–– cereais;
–– massas (longa, curta, recheada e montada);
• Índice de cocção;
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• Ficha técnica:
–– índice de aproveitamento do ingrediente;
–– perda com descongelamento;
–– rendimento da receita;
–– pesos e equivalências de medidas.
Habilidades
• Alinhar métodos de cocção ao padrão gastronômico;
• Interpretar ficha técnica;
• Utilizar as boas práticas na manipulação de alimentos;
• Aplicar métodos de cocção;
• Selecionar equipamentos e utensílios de cozinha;
• Pesquisar tendências em cozinha.
Atitudes/Valores
• Cooperação com membros da equipe;
• Responsabilidade com a segurança dos alimentos e com o local de trabalho;
• Proposição de melhorias frente aos processos de trabalho;
• Otimização na utilização dos ingredientes;
• Criatividade na seleção das técnicas de cocção.
Indicadores
Elementos da Competência
Conhecimentos
• Tipos e funcionalidade dos utensílios e equipamentos;
• Fluxo operacional de cozinha;
• Mise en place;
• Porcionamento de alimentos;
• Técnicas da estética em culinária;
• Características organolépticas dos alimentos;
• Harmonização de produções culinárias;
• Fluxo de serviços;
• Padrões de temperatura para as produções culinárias;
• Tempo de preparação das produções culinárias;
• Padronização de produções culinárias;
• Cozinha regional brasileira e internacional;
• Panificação e confeitaria: pães básicos e sobremesas para restaurantes;
• Guarnições.
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• Ficha técnica:
–– índice de aproveitamento do ingrediente;
–– perda com descongelamento;
–– rendimento da receita;
–– pesos e equivalências de medidas.
Habilidades
• Utilizar os utensílios e equipamentos;
• Utilizar as boas práticas na manipulação de alimentos;
• Relacionar e ajustar o tempo e a temperatura às preparações;
• Aplicar técnicas de apresentação das produções culinárias;
• Aproveitar integralmente os alimentos;
• Interpretar fichas técnicas.
Atitudes/Valores
• Zelo pela qualidade das preparações culinárias;
• Cooperação com membros da equipe;
• Responsabilidade com a segurança dos alimentos e com o local de trabalho;
• Proposição de melhorias frente aos processos de trabalho;
• Otimização na utilização dos ingredientes;
• Criatividade na apresentação das produções culinárias.
Indicadores
Elementos da Competência
Conhecimentos
• Tipologias de restaurantes;
• Cardápios especiais: públicos com restrições alimentares e o infantil;
• Tipos e estilos de cardápio:
–– variações de cardápio à la carte, bufê e restaurantes industriais;
–– refeições rápidas;
–– apresentação, formato, redação e tendências de cardápio;
–– cor, textura, aroma, paladar e forma de preparo de cardápios;
• Origem e tipos de ingredientes;
• Aspectos culturais: regionalização da gastronomia;
• Aplicabilidade dos ingredientes;
• Ficha técnica:
–– índice de aproveitamento do ingrediente;
–– perda com descongelamento;
–– rendimento da receita;
–– pesos e equivalências de medidas;
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• Pesos e equivalências de medidas para elaboração de cardápios;
• Formação de preço:
–– custo de produção;
–– custo de mercadorias vendidas (CMV);
–– margem de lucro;
–– impactos na definição do cardápio;
• Equipamentos e utensílios;
• Receituário;
• Fluxos operacionais de cozinha;
• Métodos de cocção;
• Restrições alimentares;
• Classificações dos alimentos e macronutrientes;
• Armazenamento de amostras.
Habilidades
• Identificar ingredientes;
• Elaborar fichas técnicas;
• Utilizar as boas práticas na manipulação de alimentos;
• Identificar despesas variáveis de produção;
• Relacionar ficha técnica, cardápio e precificação;
• Relacionar demandas a cardápios;
• Otimizar a utilização dos ingredientes utilizados no cardápio;
• Estabelecer lucratividade na elaboração do cardápio;
• Pesquisar cultura da organização, serviços e demandas de clientes;
• Organizar dados e informação;
• Testar e corrigir o receituário do cardápio.
Atitudes/Valores
• Comprometimento com a atualização dos produtos e serviços indicados no cardápio;
• Cooperação com membros da equipe, parceiros e clientes;
• Proposição de melhorias frente aos processos de trabalho;
• Valorização de produtores locais;
• Criatividade na elaboração dos pratos para o cardápio.
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• criação de estratégias para a solução de um problema ou de uma fonte geradora de
problemas relacionada à prática profissional;
• desenvolvimento de atividades em grupos realizadas pelos alunos, de maneira autônoma
e responsável;
• geração de novas aprendizagens ao longo do processo;
• planejamento integrado entre todos os docentes do curso;
• compromisso dos docentes com o desenvolvimento do projeto no decorrer das Unidades
Curriculares, sob a coordenação do docente responsável pela Unidade Curricular Projeto
Integrador, que tem papel de mediador e facilitador do processo;
• espaço privilegiado para imprimir as Marcas Formativas Senac:
–– domínio técnico-científico;
–– atitude empreendedora;
–– visão crítica;
–– atitude sustentável;
–– atitude colaborativa.
A partir do tema gerador, são necessárias três etapas para a execução do Projeto Integrador:
– 1ª) Problematização: corresponde ao ponto de partida do projeto. Na definição do tema
gerador, deve-se ter em vista uma situação plausível, identificada no campo de atuação
profissional e que perpasse as competências do perfil de conclusão do curso. Nesse momento,
é feito o detalhamento do tema gerador e o levantamento das questões que irão nortear a
pesquisa e o desenvolvimento do projeto. As questões devem mobilizar ações que articulem
as competências do curso para a resolução do problema;
– 2ª) Desenvolvimento: para o desenvolvimento do Projeto Integrador, é necessário que
os alunos organizem e estruturem um plano de trabalho. Esse é o momento em que são
elaboradas as estratégias para atingir os objetivos e dar respostas às questões formuladas
na etapa de problematização. O plano de trabalho deve ser realizado conjuntamente pelos
alunos e prever situações que extrapolem o espaço da sala de aula, estimulando a pesquisa
em bibliotecas, a visita aos ambientes reais de trabalho, a contribuição de outros docentes e
profissionais, além de outras ações para a busca da resolução do problema;
– 3ª) Síntese: momento de organização e avaliação das atividades desenvolvidas e dos
resultados obtidos. Nessa etapa, os alunos podem rever suas convicções iniciais à luz das
novas aprendizagens, expressar ideias com maior fundamentação teórica e prática, além
de gerar produtos de maior complexidade. É importante que a proposta de solução traga
aspectos inovadores, tanto no próprio produto quanto na forma de apresentação.
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Proposta 2: Atendimento às normas da Vigilância Sanitária pelo profissional cozinheiro
Na rotina de seu trabalho, o cozinheiro se depara com a constante necessidade de cumprimento
das normas e procedimentos de segurança, seja nas situações de manipulação dos alimentos
e utilização de equipamentos e utensílios, seja nas situações de armazenamento e estocagem
dos alimentos. O descumprimento dessas normas e procedimentos traz riscos à sua saúde e
integridade, assim como à dos consumidores. A partir do exposto, o docente deve apresentar
exemplos reais da atuação que envolvam o não cumprimento das normas de segurança
do trabalho pelo profissional cozinheiro, estimulando os alunos a desenvolverem ações de
melhorias e adequações que atendam às normas vigentes. Para tal, o docente deve propiciar
um ambiente de aprendizagem que permita ao aluno articular as normas com as demais
atividades do profissional, levando-os à contextualização e integração das mesmas com as
diversas competências do curso.
Outros Temas Geradores podem ser definidos em conjunto com os alunos, desde que
constituam uma situação-problema e atendam aos indicadores para avaliação.
6. Orientações metodológicas
As orientações metodológicas deste curso, em consonância com a Proposta Pedagógica do
Senac, pautam-se pelo princípio da aprendizagem com autonomia e pela metodologia de
desenvolvimento de competências, estas entendidas como ação/fazer profissional observável,
potencialmente criativo(a), que articula conhecimentos, habilidades e atitudes/valores e que
permite desenvolvimento contínuo.
As competências que compõem a organização Curricular do curso foram definidas com base
no perfil profissional de conclusão, considerando a área de atuação e os processos de trabalho
desse profissional. Para o desenvolvimento das competências, foi configurado um percurso
metodológico que privilegia a prática pedagógica contextualizada, colocando o aluno frente a
situações de aprendizagem que possibilitam o exercício contínuo da mobilização e articulação
dos saberes necessários para a ação e para a solução de questões inerentes à natureza da
ocupação.
A mobilização e a articulação dos elementos da competência requerem a proposição de
situações desafiadoras de aprendizagem, que apresentem níveis crescentes de complexidade
e se relacionem com a realidade do aluno e com o contexto da ocupação.
Para mobilizar o elemento Planejamento de Carreira, o docente deve propor atividades
relacionadas ao mercado e ao mundo do trabalho, por exemplo, simulações de entrevista
de emprego e outras situações de aprendizagem relacionadas à imagem pessoal, postura
profissional e desenvoltura verbal. Propõem-se, na abordagem desse elemento, três etapas:
I) ponto de partida: momento de vida do aluno, suas possibilidades de inserção no mercado,
fontes de recrutamento e seleção, elaboração de currículo, remuneração oferecida pelo
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mercado, competências que possui e seu histórico profissional; II) objetivos: o que o aluno
pretende em relação à sua carreira a curto, médio e longo prazo, e; III) estratégias: o que o
aluno deve fazer para alcançar seus objetivos.
No que concerne às orientações metodológicas para a Unidade Curricular Projeto Integrador,
ressalta-se que o tema gerador deve se basear em problemas da realidade da ocupação,
propiciando desafios significativos que estimulem a pesquisa a partir de diferentes temas
e ações relacionadas ao setor produtivo ao qual o curso está vinculado. Nesse sentido, a
proposta deve contribuir para o desenvolvimento de projetos consistentes, que ultrapassem
a mera sistematização das informações trabalhadas durante as demais Unidades Curriculares.
7. Aproveitamento de conhecimentos
e de experiências anteriores
De acordo com a legislação educacional em vigor, é possível aproveitar conhecimentos
e experiências anteriores dos alunos, desde que diretamente relacionados com o Perfil
Profissional de Conclusão do presente curso.
O aproveitamento de competências anteriormente adquiridas pelo aluno por meio da
educação formal, informal ou do trabalho, para fins de prosseguimento de estudos, será feito
mediante protocolo de avaliação de competências, conforme as diretrizes legais e orientações
organizacionais vigentes.
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8. Avaliação
De forma coerente com os princípios pedagógicos da Instituição, a avaliação tem como
propósitos:
• avaliar o desenvolvimento das competências no processo formativo;
• ser diagnóstica e formativa;
• permear e orientar todo o processo educativo;
• verificar a aprendizagem do aluno, sinalizando o quão perto ou longe está do
desenvolvimento das competências que compõem o perfil profissional de conclusão (foco
na aprendizagem);
• permitir que o aluno assuma papel ativo em seu processo de aprendizagem, devendo,
portanto, prever momentos para autoavaliação e feedback, em que docente e aluno
possam juntos realizar correções de rumo ou adoção de novas estratégias que permitam
melhorar o desempenho do aluno no curso.
18
8.1.3. Menção para aprovação no curso
Para aprovação no curso, o aluno precisa atingir D (desenvolveu) em todas as Unidades
Curriculares (Competências e Unidades Curriculares de Natureza Diferenciada).
Além da menção D (desenvolveu), o aluno deve ter frequência mínima de 75%, conforme
legislação vigente. Na modalidade a distância, o controle da frequência é baseado na realização
das atividades previstas.
• Aprovado – AP
• Reprovado – RP
8.2. Recuperação
A recuperação será imediata à constatação das dificuldades do aluno, por meio de solução de
situações-problema, realização de estudos dirigidos e outras estratégias de aprendizagem que
contribuam para o desenvolvimento da competência. Na modalidade de oferta presencial, é
possível a adoção de recursos de educação a distância.
19
10. Instalações, equipamentos e recursos didáticos
10.1. Instalações e equipamentos5
• Para oferta presencial6
• Sala de aula mobiliada, com cadeiras móveis para realização de atividades;
• Biblioteca com o acervo atualizado;
• Laboratório de cozinha equipado com no mínimo os seguintes equipamentos:
–– fogões, fornos e coifas industriais para práticas em grupo;
–– bancadas em aço inoxidável;
–– forno combinado com capacidade de 06 GNs (capacidade mínima);
–– fritadeira de uso comum;
–– fatiador de frios;
–– liquidificador;
–– processador;
–– máquina de gelo com capacidade de pelo menos 5 l;
–– utensílios e equipamentos para práticas em grupo.
5
É importante que as instalações estejam em consonância com a legislação e atendam às orientações descritas nas normas
técnicas de acessibilidade. Esses aspectos, assim como os atitudinais, comunicacionais e metodológicos, buscam atender às
orientações da Convenção dos Direitos das Pessoas com Deficiência, da qual o Brasil é signatário.
6
Importante observar que os laboratórios não podem ter condições inferiores àquelas previstas no Estudo Nacional sobre
Parâmetros de Qualidade Mínimos de Infraestrutura para Oferta Educacional.
20
12. Bibliografia
Unidades Curriculares
Bibliografia Básica
IBGE. Tabela de composição nutricional dos alimentos consumidos no Brasil. Rio de Janeiro, 2011.
MARICATO, P. Como montar e administrar bares e restaurantes. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2002.
PEREIRA, L.; PINHEIRO, A. N.; SILVA, G. C. Alimentos seguros: higiene e controles em cozinhas e ambientes de manipulação. Rio de
Janeiro: Senac Nacional, 2010.
Bibliografia Complementar
BERTIN, B. M. A. Segurança de alimentos no comércio: atacado e varejo. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2011.
BEZERRA, L. P.; PINHEIRO, A. N.; SILVA, G. C. Manipulação segura de alimentos. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2009.
UC2: Organizar o ambiente de trabalho para elaboração das produções culinárias. Carga horária: 36 horas
Bibliografia Básica
BEZERRA, L. P.; PINHEIRO, A. N.; SILVA, G. C. Boas práticas na manipulação de alimentos. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2012.
MONTEIRO, R. Z. Cozinhas profissionais. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2013.
PEREIRA, L.; PINHEIRO, A. N.; SILVA, G. C. Alimentos seguros: higiene e controles em cozinhas e ambientes de manipulação. Rio de
Janeiro: Senac Nacional, 2010.
Bibliografia Complementar
NASCIMENTO, N. F. Roteiro para elaboração de manual de boas práticas de fabricação (BPF) em restaurantes. 2. ed. São Paulo: Ed.
Senac São Paulo, 2005.
RODRIGUES, D. Arte de cozinha, 1680. Rio de Janeiro: Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008.
UC3: Pré-peparar os ingredientes para elaboração das produções culinárias. Carga horária: 96 horas
Bibliografia Básica
BERTIN, B. F. Segurança de alimentos no comércio: atacado e varejo. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2011.
BEZERRA, L. P.; PINHEIRO, A. N; SILVA, G. C. Boas práticas na manipulação de alimentos. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2012.
INSTITUTO AMERICANO DE CULINÁRIA. Chef profissional. 3. ed. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2010.
Bibliografia Complementar
ASSIS, L. Alimentos seguros: ferramentas para gestão e controle de produção e distribuição. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2012.
FRANCO, A. De caçador a gourmet: uma história da gastronomia. 3. ed. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2004.
FREEDMAN, P. A história do sabor. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2009.
SEBESS, M. Técnicas de cozinha profissional. 3. ed. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2010.
21
UC4:Realizar cocções em produções culinárias. Carga horária: 96 horas
Bibliografia Básica
INSTITUTO AMERICANO DE CULINÁRIA. Chef profissional. 3. ed. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2010.
SEBESS, M. Técnicas de cozinha profissional. 3. ed. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2010.
WRIGHT, J.; TREUILLE, E. Le Cordon Bleu: todas as técnicas culinárias. 2. ed. São Paulo: Marco Zero, 2004.
Bibliografia Complementar
BARRETO, R. L. P. Passaporte para o sabor: tecnologias para a elaboração de cardápios. 8. ed. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2010.
FREEDMAN, P. A história do sabor. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2009.
Bibliografia Básica
INSTITUTO AMERICANO DE CULINÁRIA. Chef profissional. 3. ed. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2010.
SEBESS, M. Técnicas de cozinha profissional. 3. ed. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2010.
WRIGHT, J.; TREUILLE, E. Le Cordon Bleu: todas as técnicas culinárias. 2. ed. São Paulo: Marco Zero, 2004.
Bibliografia Complementar
BARRETO, R. L. P. Passaporte para o sabor: tecnologias para a elaboração de cardápios. 8. ed. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2010.
COZINHEIRO Nacional: coleção das melhores receitas das cozinhas brasileira e européias. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2008.
FREIXA, D.; CHAVES, G. Gastronomia no Brasil e no mundo. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2008.
Bibliografia Básica
BRAGA, R. M. M. Gestão da gastronomia: custos, formação de preço. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2009.
QUARESMA, L. S.; LETHIAIS, H. Nutrição, dietética e boa cozinha: soluções criativas para restrições alimentares. Rio de Janeiro: Senac
Nacional, 2013.
Bibliografia Complementar
BARRETO, R. L. P. Passaporte para o sabor: tecnologias para a elaboração de cardápios. 8.ed. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2010.
FONSECA, M. T. Tecnologias gerenciais de restaurantes. 5. ed. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2010.
FRANCO, Ariovaldo. De caçador a gourmet: uma história da gastronomia. São Paulo: Ed. Senac São Paulo, 2001.
HELENE, Helen. Dicionário de termos de gastronomia: francês/português. São Paulo: Boccato, 2006.
KINDERSLEY, Dorling. O grande livro dos ingredientes. São Paulo: Publifolha, 2011.
13. Certificação
Àquele que concluir com aprovação este curso, será conferido o respectivo certificado de
Qualificação Profissional em Cozinheiro, com validade nacional.
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