Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Ma nual das habili dades bási cas de Ori ent ação e Mobili dade
Il ustrações de
Saul o Sil veira
LARAMARA, 2001
João Ál var o de Mor aes Feli ppe: Nat ural da ci dade de São Paul o for mou-se e m Educação Física
na EEFE USP, especi alizando-se e m Educação Físi ca Adaptada na Uni versi dade Ga ma Filho.
É coor denador de pr ogra mas especi ais da Associ ação Brasil eira de Assist ênci a ao Defi ci ente
Vi sual - LARAMARA. É pr ofessor da disci pli na Acti vi dades de Gr upos Especi ais no
Uni F MU. ]
Mel horar a quali dade de vi da e a i ncl usão dos j ovens com defi ci ênci a visual de
t odas as regi ões brasil eiras é nosso grande desafi o nesses pri meiros anos do
sécul o XXI. As cri anças brasil eiras tê m direit o à educação e parti ci pação na
soci edade, não i mport a o l ugar onde vi va m. Co mpartil har experi ênci as,
aqui si ções e conheci ment os co m fa míli as, professores e profissi onai s é
i mport ant e estrat égi a nessa l ut a. Dar oport uni dade para que a cri ança co m
defi ci ênci a visual sej a no fut ur o ci dadão acti vo e parti ci pant e, tenha aut onomi a
e i ndependênci a para se loco mover, reali zar suas acti vi dades coti di anas, possa
est udar, trabal har, constituir fa míli a e ser feliz é nossa met a. O Pr of. João
Feli ppe e t oda a equi pe de Ori ent ação e Mobili dade de Lara mar a mostra m co m
est e Manual seu engaj a ment o nessa l ut a para a qual convi da mos t odos os
pr ofissi onai s da área de Ori ent ação e Mobili dade.
Aos pais
O obj ecti vo dest e manual é oferecer i nfor mações si mpl es e práti cas que
poderão contri buir para o desenvol vi ment o da Orient ação e Mobili dade do seu
fil ho co m defi ci ênci a visual, cego ou co m bai xa visão.
A t odos
A Ori ent ação e a Mobili dade são funda ment ais para a i nt eração do i ndi ví duo
co m o a mbi ent e. Pode ser a conqui st a da aut ono mia e um dos ca mi nhos para a
i ndependênci a. Quant o mai s pessoas conhecerem condut as e procedi ment os
adequados e mrel ação a Ori ent ação e Mobili dade, mai s nat urali dade t ere mos
no conví vi o co m as pessoas defi ci ent es visuais. É dest a for ma que
co mpr eende mos e contribuí mos para o pr ocesso de transf or mação e i ncl usão
soci al.
ALGUMAS PERGUNTAS
2. O que é Ori ent ação e Mobili dade para a pessoa com defi ci ênci a visual ?
A Ori ent ação para o defici ent e visual é o aprendi zado no uso dos senti dos para
obt er i nfor mações do a mbi ent e . Saber onde est á, para onde quer ir e como
fazer para chegar ao l ugar desej ado. A pessoa pode usar a audi ção, o t act o, a
ci nest esi a (percepção dos seus movi ment os), o olfact o e a visão resi dual
(quando t e m bai xa visão) para se ori ent ar. A Mobi li dade é o aprendi zado para o
control e dos movi ment os de for ma or gani zada e eficaz.
7. Quando dare mos nosso pri meiro passo nessa cami nhada j unt os?
Agor a.
O uso de uma outra pessoa co mo gui a é comu m em di versas sit uações no dia-a-
di a do defi ci ent e visual. Apesar de ser uma for ma dependent e de se l oco mover,
deve possi bilitar o controle, a i nt erpret ação e a efecti va partici pação da pessoa
cega ou co m bai xa visão nas decisões do que ocorre durant e o seu
desl oca ment o.
Obj ecti vo
Pr oporci onar à pessoa com defi ci ênci a visual a utili zação segura, efi ci ent e e
adequada de um vi dent e co mo gui a, est abel ecendo uma base para o uso de
outros co mo gui as no futur o.
Pr ocedi ment os
A pessoa co m defi ci ência visual deve segurar no braço do gui a na alt ura do
cot ovel o, no punho ou mes mo no ombr o, dependendo da diferença de est atura
entre a mbos. Est a posi ção garantirá ao defi ci ent e vi sual i nt erpret ar as pist as
dadas pel os movi ment os do cor po do gui a, ou sej a, quando co meça a ca mi nhar,
quando pára, quando se vira para a direita, para a esquer da, desvi a de
obst ácul os ou de pessoas, quando sobe ou desce degraus.
B. Tr oca de Lado
Obj ecti vo
Per mitir à pessoa co m defici ênci a visual mudar de lado por preferênci a pessoal,
razões soci ais ou por confort o e tranqüili dade, quando enfrent ar sit uações do
mei o a mbi ent e.
Pr ocedi ment o
O gui a ou a pessoa co m defi ci ênci a visual for nece uma pist a ver bal para a
mudança de l ado. Co m a mã o li vre, a pessoa segura o braço do gui a,
posi ci onando-se a um passo atrás del e. Solt ando a pri meira mão, el e rastreia as
cost as do gui a at é encont rar o braço do outro lado. Faz a troca de l ado,
ret omando a posi ção básica.
C. Passagens Estreit as
Obj ecti vo
Per mitir a passage m, de for ma có moda, quando não é possí vel mant er a
posi ção bási ca, devi do à falt a de espaço para o guia e o aco mpanhant e se
posi ci onare ml ado a l ado (por exe mpl o, por port as, corredores estreit os, fl uxo
i nt enso de pessoas, entre mobíli as e obj ect os, et c.).
Pr ocedi ment os
O gui a dá uma pi st a ver bal ou ci nest ési ca da passage m estreita. A pessoa com
defi ci ênci a visual ta mbém pode pressentir a necessi dade de t omar a posi ção de
passage m estreit a ant es do gui a avisar. A pessoa est ende o seu braço e se
posi ci ona atrás do gui a, for mando col una (e m fila) com o mes mo. Ao fi m da
passage m estreit a, a pessoa reassu me a posi ção bási ca. Dependendo da
sit uação, a pessoa deve ficar ao l ado do gui a, for mando fileira, e andar
lat eral ment e.
Obj ecti vo
Per mitir à pessoa co m defici ênci a visual aceit ar ou recusar, com efi ci ênci a e
adequação, a aj uda de um supost o gui a, dependendo da sua necessi dade ou
desej o.
Pr ocedi ment os
Obj ecti vo
Per mitir à pessoa co m defici ênci a visual e ao gui a subir e descer escadas com
segurança, efi ci ênci a e adequação.
Pr ocedi ment os
A posi ção adopt ada para subir e descer escadas é a bási ca. Nessa condi ção, a
pessoa co m defi ci ênci a visual se mpr e est ará um degrau atrás do gui a. Ist o
favorecerá a i nt erpret ação das pist as ci nest ési cas quando sobe ou desce os
degraus. Ao i ni ci ar a subi da ou desci da de escadas, uma breve pausa do guia,
e m frent e ao pri meiro degrau, será sufici ent e para que a pessoa que o
aco mpanha faça o desli ze do pé para encontrar o degrau e se posi ci onar. Uma
breve pausa do gui a ta mbé m deve funci onar como pi st a no fi nal das subi das e
desci das (ao fi nal das escadas e nos pat a mares). Quando a escada ti ver
corri mão, a pessoa co m defi ci ênci a visual deve t er preferênci a de uso.
Obj ecti vo
Per mitir à pessoa co m defici ênci a visual passar por uma port a co m segurança e
efi ci ênci a, mant endo uma partici pação acti va.
Pr ocedi ment os
G. Sent ando-se
Obj ecti vo
Per mitir à pessoa co m defici ênci a visual l ocali zar e exa mi nar um assent o,
sent ando-se comi ndependênci a e nat urali dade.
Pr ocedi ment os
Est abel eci do o cont act o, a pessoa faz co m as mãos uma pesqui sa breve do
assent o, certificando-se da posi ção, das caract erísticas e das condi ções de uso e
sent a-se.
No mo ment o de se levantar, o gui a est abel ece o cont act o ou a pessoa soli cita
u ma pi st a ver bal.
Obj ecti vo
O gui a pára na fileira e dá uma pist a ver bal para o aco mpanhant e.
A pessoa se ali nha (e mfileira) ao l ado do gui a e i nici a m a entrada andando de
lado. O gui a deve entrar na frent e.
A pessoa co m defi ci ência visual deve usar a mão li vre para rastrear a parte de
trás dos espal dares (encost os) das cadeiras a sua frent e.
Ao chegar aos assent os desej ados, o gui a dá uma pi st a ver bal. O aco mpanhant e
usa a part e de trás de suas per nas para fazer o contact o co m o assent o. Faz u ma
breve pesqui sa co m as mãos e se sent a.
Ao saíre m, usa m-se os mes mos pr ocedi ment os da entrada, com o gui a andando
na frent e.
SEGUNDO PASSO
O uso dos seg ment os corporais (cabeça, tronco, me mbr os superi ores e
i nferi ores) como u ma forma de se pr ot eger, est abelecer rel ações posi ci onai s e
direcci onai s, fazer cont act o co m obj ect os e pessoas deve traduzir um co mpl et o
control e da pessoa cega ou co m bai xa visão sobre o seu pr ópri o cor po e seus
movi ment os. As aut opr otecções pode m ser utilizadas e m conj unt o co m outras
habili dades e sist e mas da Ori ent ação e Mobili dade como o gui a vi dent e, a
bengal a l onga, o cão- guia e as aj udas el ectróni cas.
A. Pr ot ecção Inferi or
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual pr otej a a part e front al e i nferior do
tronco, det ect ando obj ectos ao ní vel dos ór gãos genit ais e da ci nt ura.
Pr ocedi ment os
B. Pr ot eção Superi or
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual pr otej a a part e superi or do seu
cor po, det ect ando obj ectos posi ci onados ao ní vel do t órax e do rost o.
Pr ocedi ment os
C. Rastrea ment o co m a mã o
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa mant enha sua orient ação de for ma segura, através de u m
cont act o const ant e co m ele ment os do mei o; facilitar a manut enção da marcha
na direção desej ada; l ocalizar um obj ect o específico e det er mi nado.
Pr ocedi ment os
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual possa est abel ecer uma li nha de
mar cha rect a ou orient ada.
Pr ocedi ment os
O enquadra ment o ai nda pode ser feit o com a pont a dos pés ou cal canhares e
u m degrau, ou co m os ombr os, quadril ou a lat eral das per nas e m u m obj ect o
(ali nha ment o paral el o).
Obj ecti vo
Per mitir uma busca sist emáti ca de obj ect os, com segurança, efi ci ênci a e
adequação.
Obj ect os sobre móvei s (mesas, bal cões, prat el eiras, et c.):
Pr ocedi ment os
Est ando a pessoa de frente para o móvel,
e m pé ou sent ada, movi me nt a as duas
mã os co m o dorso volt ado para frent e,
at é cont act ar a bor da do móvel.
Tri ncos, maçanet as e puxadores (de port as, janel as, et c.):
Pr ocedi ment os
A pessoa se posi ci ona de frent e com a
port a, janel a ou port ão e movi ment a
a mbas as mãos co m o dorso volt ado
para frent e, at é t ocar no obj ect o a ser
pesqui sado. Deve ser usada a li nha
mé di a co mo referênci a.
Obj ecti vo
Pr oporci onar à pessoa com defi ci ênci a visual uma for ma efi ci ent e e
soci al ment e adequada para cu mpri ment ar outras pessoas.
A pessoa co m defi ci ência visual, ao cha mar ou ser cha mada por outra pessoa a
que m desej a cu mpri ment ar, posi ci ona-se de frent e para el a.
Est ende a mão no gest o usual de cu mpri ment o e aguar da a i ni ci ati va por parte
da pessoa vi dent e e m segurar a sua mão.
Cu mpri ment ar pessoas co m defi ci ênci a visual - Procedi ment os
A pessoa co m defi ci ência visual ao cha mar ou ser cha mada por outra pessoa
co m defi ci ênci a visual a que m desej a cu mpri ment ar, posi ci ona-se de frent e
para el a.
A pri meira deve cruzar o braço direit o e m di agonal à frent e do seu cor po. A
partir dessa posi ção, el a vai desl ocando o braço co m o dorso da mão volt ado
para frent e at é t ocar a outra pessoa, procedendo ao cumpri ment o.
Vari ações
Os mét odos de
fa mili ari zação pode m ser
apli cados co m
aco mpanha ment o de um
gui a vi dent e, que
confir mará as
i nfor mações.
Obser vação
É i mport ant e dar oport uni dade de muit as vi vênci as utilizando os pri ncí pi os da
fa mili ari zação. É o mo ment o de t er cont act o direct o co m grande vari edade de
obj ect os, el e ment os e a mbi ent es. O mo ment o t a mbé m é ri quí ssi mo para
conhecer de for ma práti ca sit uações apenas ver balizadas. Be mtrabal hada, a
fa mili ari zação aj uda a desenvol ver as condi ções int el ect uais, mot oras, sociai s e
e moci onai s, levando a pessoa com defi ci ênci a visual a buscar uma atit ude
positi va volt ada para a i ndependênci a.
À se mel hança das aut oprot ecções, o uso da bengala l onga t a mbé m é um
sist e ma da Ori ent ação e Mobili dade no qual a pessoa com defi ci ênci a visual
depende apenas de si mes ma para se desl ocar pel o a mbi ent e. A bengal a l onga é
u m si mpl es bast ão que, mes mo co mt odo o avanço t ecnol ógi co, ai nda se traduz
co mo o mai s efi ci ent e i nstrument o para dar i ndependênci a à mobili dade de
pessoas cegas ou co m baixa visão. A bengal a funciona co mo u ma ext ensão
táctil-ci nest ési ca para trans mitir à pessoa uma ri queza de i nf or mações tal e qual
el a teri a se ca mi nhasse passando a mão no sol o. É possí vel desenvol ver a
percepção para det ect ar desní veis, buracos e outros obst ácul os ao ní vel do
chão. A bengal a ta mbé m será um ant epar o efi ci ente para possí veis choques
contra obj ect os e pessoas que se encontre m na li nha de ca mi nhada da pessoa
co m defi ci ênci a visual. A bengal a l onga pode ser usada e m conj unt o co m
outras for mas de mobili dade, ou sej a, com o gui a vi dent e, com as
aut opr ot ecções, com o cão- gui a e com as aj udas electróni cas.
Fi nali dade
Habilitar a pessoa co m defi ci ênci a visual para l oco mover-se co m segurança,
efi ci ênci a e i ndependência, tant o e m a mbi ent es fami li ares como desconheci dos,
utilizando-se da bengal a l onga.
Obj ecti vo
Pr oporci onar à pessoa com defi ci ênci a visual di versas experi ênci as
preli mi nares que facilitarão a efeti va e efi ci ent e mani pul ação da bengal a l onga,
be m co mo a co mpr eensão de seu uso.
Quant o ao j ove m e adulto, vi vênci as de l oco moção usando carri nhos de feira,
de super mer cados, de bebé, desl oca ment os e mpurrando uma cadeira ou
carri nho de chá, o uso de ut ensíli os do mésti cos como vassoura e rodo, et c.
Consi derações e obser vações gerais
O uso desses bri nquedos, equi pa ment os e ut ensíli os aj udará na or gani zação e
atit ude post ural, usando a li nha médi a do cor po como referênci a.
O equilí bri o e a marcha serão benefi ci ados e m decorrênci a do apoi o e da
presença de um ant epar o à frent e do cor po, oferecendo segurança e
au ment ando a confi ança para os desl oca ment os.
A presença do obj ect o à frent e do cor po preparará a pessoa para o au ment o do
espaço ocupado pel o seu cor po j unt o com a bengala. Ist o favorecerá a
aqui si ção e manut enção das rel ações posi ci onai s, quando esti ver usando a
bengal a no fut ur o.
Haverá o estí mul o à consci ênci a e percepção t áctil-ci nest ési ca, ao
reconheci ment o do que se t oca através do obj ect o, à audi ção através dos sons
pr oduzi dos pel o obj ect o no piso e no t ocar e m outros el e ment os present es no
a mbi ent e.
A coor denação mot ora será trabal hada de for ma dinâ mi ca por mei o dos
movi ment os l oco mot ores, não-l oco mot ores e mani pul ati vos.
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual conheça det al hada ment e a bengal a
l onga, suas part es, os vári os model os, be m co mo a mani pul e com os vári os
ti pos de preensão, expl orando t odas as possi bili dades de movi ment ação.
Pr ocedi ment os
A pessoa deve t er oport uni dade para expl orar di versos ti pos e model os de
bengal a (i nt eiriça, dobrável, tel escópi cas; de al umí ni o, de fi bra-de- vi dr o; co m
cabos de borracha, de pl ásti co, de madeira; com pont eira de borracha, de
pl ásti co, de nyl on, com rol a ment o; bengal as de fabri cação naci onal e
i mport adas). A pessoa deve ser esti mul ada e orientada a usar t odas as for mas
possí veis para segurar e ma ni pul ar a bengal a.
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual col oque a bengal a e m posi ções de
fácil acesso e manej o, não i nt erferi ndo co m outras pessoas e com o a mbi ente de
for ma i nadequada.
Pr ocedi ment os
D. Andando co m u m Gui a
Obj ecti vo
Per mitir que uma pessoa co m defi ci ênci a visual utilize a bengal a mes mo
aco mpanhada por um gui a, se mi nt erferir na movi me nt ação, garanti ndo mai or
pr ot ecção e capt ação de inf or mações durant e os desl oca ment os.
Pr ocedi ment os
E. Varredura
Obj ecti vo
Pr oporci onar à pessoa com defi ci ênci a visual uma expl oração i medi at a e
co mpl et a do sol o na área pr óxi ma ao seu cor po.
Pr ocedi ment os
Det er mi nada a direcção a seguir, a pessoa posi ci ona a bengal a na li nha médi a
do seu cor po, na vertical, com a pont eira pr óxi ma às pont as dos seus pés. A
pessoa desli za a bengal a à sua frent e nu ma li nha rect a. A bengal a é recuada ao
pont o de parti da, descrevendo se mi círcul os concêntri cos, procedendo à
varredura.
F. Técni ca Di agonal
Obj ecti vo
Pr oporci onar à pessoa com defi ci ênci a visual ca mi nhar co mi ndependênci a e m
a mbi ent es i nt ernos e fa miliares, com al gu m grau de pr ot ecção.
Pr ocedi ment os
A bengal a é segura na
j unção entre o cabo e o
cor po. O dorso da mão fica
volt ado para ci ma. O
pol egar fica apoi ado no
cor po da bengal a e diri gido
para a pont eira.
O braço deve est ar flectido
à frent e do cor po. Mant ém-
se o cot ovel o e o pul so
est endi dos no
pr ol onga ment o do braço.
Dependendo do ti po de
pi so e de a mbi ent e, pode-se
apoi ar a pont eira no chão e
conduzir a bengal a e m
desli ze, ou mant ê-l a
suspensa (não mai s do que
três centí metros) e t ocar a
pont eira no chão a cada três
ou quatro passos.
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual obt enha i nf or mações seguras
sobre obj ect os encontrados durant e sua ca mi nhada, favorecendo a sua
segurança e ori ent ação.
Pr ocedi ment os
Ao t ocar o obj ect o, a pessoa col oca a bengal a na posi ção vertical contra o
obj ect o cont act ado. Mant endo a bengal a na verti cal, a pessoa desli za a mão
li vre através do cor po da bengal a at é t ocar no obj ect o. A pessoa pr ossegue na
expl oração do obj ect o, usando as técni cas apr opri adas de busca (grade ou
leque).
I. Port as
Obj ecti vo
Per mitir à pessoa co m defici ênci a visual passar por port as de for ma
i ndependent e e segura usando a bengal a.
Pr ocedi ment os
Ao det ect ar uma port a, a pessoa deve mant er o cont act o e col ocar a bengala na
verti cal.
A bengal a deve ser movi me nt ada l at eral ment e para a direita e esquer da at é
t ocar nos bat ent es e/ ou no tri nco.
A pessoa desli za a mão livre pel a bengal a at é encontrar o tri nco. Abre a porta e
pr ocede à passage m, adotando a técni ca di agonal co m a outra mão.
Após a passage m, a pessoa solt a ou fecha a port a ma nual ment e e e mpr ega a
técni ca de bengal a mai s apr opri ada.
J. Subir Escadas
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual suba escadas utilizando a bengal a
co m segurança, efi ci ência e i ndependênci a.
Pr ocedi ment os
A pessoa l ocali za a escada apoi ando a pont eira no pri meiro degrau. A partir
daí, faz o conheci ment o ini ci al da escada usando a varredura (alt ura, largura,
regul ari dade dos degraus, et c.).
Ini ci a a subi da se mpr e mant endo a bengal a um ou dois degraus à sua frent e.
A pessoa deve escol her a for ma co mo segurar a bengal a e o posi ci ona ment o da
mes ma a fi m de garantir pr ot ecção e efi ci ênci a (em di agonal, na vertical).
At i ngi ndo o fi nal da escada, a pessoa deve pr oceder à varredura e adopt ar a
técni ca mai s apr opri ada para dar conti nui dade à ca mi nhada.
K. Descer Escadas
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual desça escadas utilizando a bengal a
de for ma segura, efi ci ente e i ndependent e.
Pr ocedi ment os
A pessoa l ocali za a escada, det ect ando o pri meiro degrau. Da mes ma for ma que
na subi da, faz o conhecime nt o das caract erísticas da escada usando a bengal a
e m varredura.
Ini ci a a desci da adopt ando a bengal a na posi ção diagonal. Dependendo da sua
confi ança e das caract erísti cas da escada, a pessoa poderá ser mai s ou menos
det al hist a na expl oração de cada degrau e na for ma co mo fará a desci da
(varredura a cada degrau, pont eira e m desli ze ou suspensa, pés alternados em
cada degrau, et c.).
At i ngi ndo o fi nal da escada, a pessoa deve pr oceder à varredura e adot ar a
técni ca mai s apr opri ada para dar conti nui dade à ca mi nhada.
L. Técni ca de Toque
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual det ect e diferenças de ní veis e
obj ect os que se encontrem no pl ano do sol o à li nha da ci nt ura, e m a mbi entes
i nt ernos e ext ernos, fa miliares ou desconheci dos.
Pr ocedi ment os
M. Técni ca de Desli ze
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual explore det al hada ment e o solo na
sua frent e, det ect ando com mai s precisão diferenças de ní veis e text uras do
chão, obj ect os e áreas com muit as vari ações per pendi cul ares à sua li nha de
ca mi nhada, e m a mbi ent es i nt ernos e ext ernos, fami li ares ou desconheci dos.
Pr ocedi ment os
A f or ma de segurar a
bengal a e o posi ci ona ment o
e m rel ação ao cor po são os
mes mos ant eri or ment e
descrit os na técni ca de
t oque.
A pessoa, utilizando
si mil ar ment e os
pr ocedi ment os da técni ca de
t oque, mant é m a pont eira da
bengal a e m cont act o
per manent e co m o sol o,
desli zando-a para a mbos os
lados, efect uando o arco de
pr ot ecção e m const ant e
varredura.
O. Adapt ação da Técni ca de Desli ze com as pont eiras roll er (rol a ment o)
Obj ecti vo
Per mitir que a pessoa com defi ci ênci a visual explore det al hada ment e o solo na
sua frent e, det ect ando com muit o mai s precisão diferenças de ní veis e text uras
do chão, obj ect os e áreas co m muit as vari ações perpendi cul ares à sua li nha de
ca mi nhada, e m a mbi ent es i nt ernos e ext ernos, fami li ares ou desconheci dos. O
uso da pont eira co m r ol ame nt o i mpede que a bengal a se enr osque nas e mendas,
reentrânci as, pequenos buracos e fal has da cal çada, i nt erferi ndo no
desenvol vi ment o da marcha.
Pr ocedi ment os
A f or ma de segurar a bengal a e o posi ci ona ment o e m rel ação ao cor po são os
mes mos ant eri or ment e descrit os na t écni ca de t oque. A pessoa, utilizando
si mil ar ment e os pr ocedime nt os da técni ca de t oque, mant é m a pont eira da
bengal a e m cont act o perma nent e co m o sol o, rol ando-a para a mbos os lados,
efect uando o arco de pr otecção e m const ant e varredura.
MAI S ALGUMAS PERGUNTAS
1. Em que i dade as cri anças co m defi ci ênci a visual deve m co meçar a trabal har
a Ori ent ação e Mobili dade?
Le mbr a mos que os conceit os da Ori ent ação e Mobili dade est ão present es na
vi da de t odos, a t odo mome nt o. Port ant o, consi dera mos que a Ori ent ação e a
Mobili dade i ni ci a m-se no col o da mãe, no berço, ou sej a, o mai s cedo possí vel,
tão l ogo se i dentifi que a defi ci ênci a visual. Al gumas das condut as e
pr ocedi ment os já deve m est ar present es nos pr ogra mas de i nt ervenção precoce.
Nos pr ogra mas de educação especi al soma m- se novas t écni cas e, nat ural ment e,
pr ocedi ment os mai s sofisticados vão sendo i ncor porados à medi da que a
cri ança se desenvol ve.
3. E se a cri ança não qui ser usar a bengal a? Se el a ti ver preconceit o contra a
bengal a?
Uma vez avali ada e confir mada a necessi dade do uso da bengal a para a
segurança da cri ança, deve-se trabal har para que el a co mpr eenda e se
consci enci ali ze da i mportânci a dessa utilização. Quant o ao preconceit o, el e não
nasce espont anea ment e co m a cri ança. Deve-se trabal har o mei o e m que el a
vi ve, mas respeit ar o mome nt o e as decisões fa mi liares.
7. Co mo esti mul ar a pessoa a fazer uso da visão resi dual para sua Ori ent ação e
Mobili dade?
Deve mos i ni ci ar e m a mbient es i nt ernos onde podemos control ar mel hor os
estí mul os. O pont o de parti da é a obser vação do seu pr ópri o cor po e dos seus
movi ment os (obser vação direct a e através de espel hos). Depoi s, obser var as
outras pessoas e seus movi ment os. A seguir, a pessoa com bai xa visão deve ser
ori ent ada para aprender a:
8. Co mo esti mul ar a pessoa a fazer uso da audi ção para sua Ori ent ação e
Mobili dade?
9. Co mo esti mul ar a pessoa a utilizar o senti do t átil-ci nest ési co para sua
Ori ent ação e Mobili dade?
Uma grande vari edade de exercí ci os, j ogos e vi vênci as pode m ser reali zados
pel a pessoa com defi ci ênci a visual para o apri mora ment o do t act o e da
ci nest esi a:
10. Co mo esti mul ar a pessoa com defi ci ênci a visual a utilizar o olfact o na
Ori ent ação e Mobili dade?
O senti do do olfact o deve ser desenvol vi do, podendo auxiliar na Ori ent ação e
Mobili dade da pessoa com defi ci ênci a visual. Aidentificação, discri mi nação,
i nt erpret ação e l ocali zação de odores pode m f or necer pist as no mei o a mbi ent e,
facilitando a l ocali zação de est abel eci ment os co merci ais, e al ert ar para
sit uações de risco (cheiro de gás, gasoli na, fumaça, quei mado), et c. O
trei na ment o do olfact o pode ser feit o por mei o de exercí ci os co m u ma Cai xa de
Ar o mas (cai xa co m vári os frascos cont endo di versas essênci as aromáti cas) e
co m o máxi mo de apr oveita ment o dos cheiros i dentificávei s nos a mbi ent es (os
odores e m casa, na escola, no trabal ho, na feira livre, super mercados, jardins,
et c.). É preciso control ar o excesso de estí mul os e o t e mpo de aco modação para
não sat urar a percepção olfati va das pessoas.
I mport ant e
Os pr ocedi ment os apresent ados deve m ser consi derados co mo model os que
pr oporci ona m o máxi mo de pr ot eção à pessoa co m defi ci ênci a visual, se
segui dos corret a ment e na sit uação e a mbi ent e apr opri ados. Às vezes, são
necessári as modifi cações visando at ender às necessi dades i ndi vi duai s.
Val e ressalt ar que t odas essas vi vênci as deve mt er si gnifi cado real para a
pessoa. Não deve m ser execut adas apenas de forma repetiti va ou repr odut i va,
mas co m u ma perspecti va de construção e transf or mação.
Est a mos encerrando essa nossa pri meira ca mi nhada j unt os. Desej o que el a
tenha si do satisfat ória como t e m si do boa part e das ca mi nhadas que faço t odos
os di as co m as cri anças, os j ovens e os adult os com defi ci ênci a visual. També m
é meu desej o que muit as outras ca mi nhadas satisfat óri as possa m ser reali zadas
por você que t e m a defi ciênci a visual, ou por você que convi ve co m al gué m
que t enha a defi ci ênci a visual. Às vezes são ca mi nhadas l ongas e difíceis, mas
a mai ori a del as possí veis de sere mreali zadas at é os pr óxi mos passos,
LARAMARA - Associ ação Br asil eira de Assist ênci a ao Defi ci ent e Vi sual