Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
- Fevereiro de 2000 -
MÁQUINAS SÍNCRONAS
ÍNDICE
SAINT EXUPERY 1
RESUMO 1
1.0 - TENSÃO INDUZIDA 1
2.0- CAMPO MAGNÉTICO CRIADO POR CORRENTE 2
3.0 - FORÇA E CONJUGADO ELETROMAGNÉTICO 3
4.0 - AÇÕES MOTORA E GERADORA 3
EXERCÍCIOS 4
VOLTAIRE 15
RESUMO 15
1.0 - INTRODUÇÃO 15
2.0 - CLASSIFICAÇÃO DOS GERADORES SÍNCRONOS 15
2.1 - QUANTO AO NÚMERO DE FASES 15
2.2 - QUANTO AO ROTOR 15
2.3 - QUANTO À POSIÇÃO DO EIXO 17
2.4 - QUANTO AO SISTEMA DE EXCITAÇÃO 17
3.0 - PARTES COMPONENTES DO ESTATOR 18
3.1 - CARCAÇA 18
3.2 – NÚCLEO DA ARMADURA 19
3.3 – ENROLAMENTOS DO ESTATOR 19
4.0 - PARTES COMPONENTES DO ROTOR 21
4.1 - MÁQUINAS COM PÓLOS SALIENTES 21
4.2 - PÓLOS SALIENTES 21
4.3 - ENROLAMENTOS AMORTECEDORES 23
4.4 - MAQUINAS COM PÓLOS LISOS 24
5.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 24
QUESTÕES 25
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 26
MÁQUINAS SÍNCRONAS
THOMAS FULLER 27
RESUMO 27
1.0 - OPERAÇÃO EM VAZIO 27
2.0 - CARACTERÍSTICA EM CURTO-CIRCUITO PERMANENTE 27
3.0 - RELAÇÃO DE CURTO-CIRCUITO (RCC) 28
4.0 - OPERAÇÃO EM CARGA - REAÇÃO DA ARMADURA 28
4.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 28
4.2 - REAÇÃO DE ARMADURA PARA CARGAS RESISTIVAS. 29
4.3 - REAÇÃO DA ARMADURA PARA CARGAS INDUTIVAS 29
4.4 - REAÇÃO DA ARMADURA - CARGA CAPACITIVA 30
4.5 - REAÇÃO DA ARMADURA - GERADORES TRIFÁSICOS 31
4.6 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 31
5.0 - REATÂNCIAS DA MÁQUINA 31
5.1 - REATÂNCIA DE REAÇÃO DA ARMADURA 31
5.2 - REATÂNCIAS DE DISPERSÃO 32
5.3. REATÂNCIAS DE EIXO DIRETO E EM QUADRATURA 32
5.4 - OUTRAS CONSIDERAÇÕES 33
5.5 - CONCLUSÕES 34
6.0 - EQUAÇÕES E DIAGRAMAS FASORIAIS 34
7.0 - POTÊNCIAS 36
7.1 - CONSIDERAÇÕES GERAIS 36
7.2 - CARACTERÍSTICAS ANGULARES DE UM GERADOR SÍNCRONO 36
7.3 - COORDENAÇÃO TENSÃO - POTÊNCIA 38
8.0 - CURVAS CARACTERÍSTICAS DO GERADOR 39
9.0 - REGULAÇÃO DE TENSÃO 40
QUESTÕES TEÓRICAS 40
QUESTÕES NUMÉRICAS 41
ULISSES GUIMARÃES 43
RESUMO 43
1.0 - INTRODUÇÃO 43
2.0 - CONDIÇÕES PARA O PARALELISMO 43
3.0 - MÉTODOS PARA O SINCRONISMO 44
QUESTÕES 46
WINSTON CHURCHILL 47
RESUMO 47
1.0 - INTRODUÇÃO 47
2.0 - GERADORES DE MESMO PORTE EM PARALELO 48
3.0 - GERADOR EM PRALELO COM SISTEMA DE GRANDE PORTE 48
4.0 - CONSIDERAÇÕES FINAIS 49
QUESTÕES 49
MÁQUINAS SÍNCRONAS
RONALD REAGAN 50
RESUMO 50
1.0 - INTRODUÇÃO 50
2.0 - FATORES QUE LIMITAM A CAPACIDADE DE UM GERADOR 50
3.0 - DESCRIÇÃO DA CURVA DE CAPABILIDADE 51
4.0 - UTILIZAÇÃO DA CURVA DE CAPABILIDADE 52
5.0 - CONSIDERAÇÕES COMPLEMENTARES [1] 52
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 53
THOMAS KOCH 54
RESUMO 54
1.0 - INTRODUÇÃO 54
2.0 - EXCITATRIZES ROTATIVAS 54
3.0 - EXCITATRIZ ESTÁTICA 55
4.0 - EXCITATRIZ “BRUSHLESS” 57
5.0 - GERADORES AUTO-REGULADOS DE ANÉIS 61
JUSCELINO KUBSTCHECK 63
RESUMO 63
1.0 - INTRODUÇÃO 63
2.0 - REGULADORES ELETROMECÂNICOS DE TENSÃO 63
2.1 - REGULADOR DE CONTATOS VIBRANTES (TIPO TIRRIL) 63
2.2 - REGULADOR DE AÇÃO RÁPIDA (TIPO BROWN BOVERI) OU DE SETOR ROLANTE 64
2.3 - REGULADOR TIPO SERVOMOTOR OU SIEMENS 65
3.0 - REGULADOR ELETRÔNICO DE TENSÃO 66
4.0 - A COMPENSAÇÃO “CROSS-CURRENT” 68
5.0 - ENTRADA E REJEIÇÃO DE CARGA 69
6.0 - O AJUSTE DE ESTABILIADE DO REGULADOR 70
7.0 - O REGULADOR DE TENSÃO E A FREQUÊNCIA 71
MÁQUINAS SÍNCRONAS
LEOPARDI 72
RESUMO 72
1.0 - CURTO-CIRCUITO TRIFÁSICO BRUSCO 72
2.0 - REATÂNCIAS E CONSTANTES DE TEMPO EM REGIMES TRANSITÓRIOS 74
2.1 - PERÍODO SUBTRANSITÓRIO 74
2.2 - PERÍODO TRANSITÓRIO 74
2.3 - PERÍODO OU REGIME PERMANENTE 74
2.4 - CONSTANTES DE TEMPO 74
3.0 - REATÂNCIAS DE SEQUÊNCIA NEGATIVA E ZERO 74
4.0 - IMPORTÂNCIA DAS REATÂNCIAS 75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 75
PROVÉRBIO CHINÊS 76
RESUMO 76
1.0 - PERDAS 76
1.1 - PERDAS NO FERRO DEVIDO A FLUXOS PARASITAS E PRINCIPAL 76
1.2 - PERDAS POR EFEITO JOULE NOS ENROLAMENTOS DE ARMADURA 78
1.3 - PERDAS NO CIRCUITO DE EXCITAÇÃO 78
1.4 - PERDAS POR ATRITO E VENTILAÇÃO 78
1.5 - PERDAS ADICIONAIS DEVIDO A CIRCULAÇÃO DE CORRENTE PELOS ENROLAMENTOS DA ARMADURA 78
2.0 - RENDIMENTO 79
3.0 - AQUECIMENTO 81
3.1 - CONDIÇÕES GERAIS 81
3.2 - ELEVAÇÃO DE TEMPERATURA EM MÁQUINAS SÍNCRONAS 82
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Figura 1 - Força eletromotriz induzida em um condutor. Sabe-se que no movimento circular uniforme:
________________________________________________________________________________
Capítulo 1: Conceitos Fundamentais Sobre Eletromagnetismo - 1
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Substituindo (3) e (4) em (2), resulta: Corrente circulando por um condutor cria um
campo magnético cuja intensidade é dada pela lei de Biot-
e = N . ω . l . B . senωt (5) Savart e sentido pela regra de Ampère.
ω = 2πf (9) l 1
Re = . (15)
obtém-se: A µ
2π
E = E RMS = f N φmax = 4.44 N f φmax (12)
2
O valor médio é:
E RMS
Emed = = 4 N f φmax (13)
111
. Figura 5 - Imantação de um material magnético.
________________________________________________________________________________
Capítulo 1: Conceitos Fundamentais Sobre Eletromagnetismo - 2
MÁQUINAS SÍNCRONAS
F = B . I . l senθ (17)
ou ainda:
M = θ . I . senθ (19)
Figura 6 - Curva de saturação (exemplo)
onde:
Observando-se que surgem forças sobre ambos os Desta forma, tem-se que o sentido da potência no
lados da espira, separados por uma distância “d”, eixo é dada por:
caracterizando a existência de um conjugado, ou seja:
a) Motor: P > 0
M = F.d (16)
b) Gerador: P < 0
________________________________________________________________________________
Capítulo 1: Conceitos Fundamentais Sobre Eletromagnetismo - 3
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Por outro lado, sabe-se que a potência mecânica 3) Estabeleça a Lei de LENZ.
no eixo [W] de uma máquina é dada por:
4) Desenhe um diagrama para uma bobina de uma única
2π espira girando num campo magnético uniforme.
P = M .ω = . M .n (20)
60 Mostre:
a) o sentido da f.e.m. induzida em cada lado da
onde: bobina;
M - conjugado (ou torque) desenvolvido no eixo [N.m]; b) o sentido da circulação da corrente quando se
liga uma carga aos seus terminais;
ω - velocidade angular do eixo [rd/seg.]; c) a polaridade dos terminais em relação à carga.
n - velocidade angular do eixo [rpm].
Como: 5) A partir do diagrama traçado na questão anterior,
explique, partindo do terminal positivo:
M > 0 ou M < 0 a) o sentido de circulação de corrente da bobina;
b) o sentido de circulação da corrente na carga;
e, c) compare com a circulação de corrente interna
ω > 0 ou ω < 0 e externamente a uma bateria que alimenta
uma carga e explique.
obtém-se as seguintes situações operacionais:
6) Explique por que:
a) M>0 e ω > 0; então P > 0, ação motora; a) se induz tensão alternada em um condutor que
b) M<0 e ω > 0; então P < 0, ação geradora; gira em um campo magnético uniforme;
c) M<0 e ω < 0; então P > 0, ação motora; b) a forma de onda é senoidal.
d) M>0 e ω < 0; então P < 0, ação geradora;
7) Para uma bobina com uma única espira explique:
Tais relações, é claro, referem-se a um a) por que não se induz f.e.m. quando a mesma
determinado sentido de giro, adotado como positivo. está perpendicular ao campo?
b) Sob que condições a forma de onda não será
A figura 9 esclarece o exposto. senoidal?
9) O que é relutância?
10) Defina corrente de excitação ou de campo.
11) Como tal corrente se relaciona com o fluxo
magnético?
1) Descreva quatro efeitos da conversão eletromecânica de 15) Como é possível o surgimento de conjugado em uma
energia. espira imersa em um campo magnético e percorrido por
corrente?
2) Estabeleça a Lei de FARADAY:
a) em suas próprias palavras; 16) O que é ação motora e geradora?
b) em termos de uma equação indicando todos os 17) Mostre os fatores que influenciam a potência
fatores desta equação. mecânica no eixo de uma máquina elétrica.
________________________________________________________________________________
Capítulo 1: Conceitos Fundamentais Sobre Eletromagnetismo - 4
MÁQUINAS SÍNCRONAS
18) Quais as diferenças entre gerador e motor, 22) No sentido citado na questão anterior, porque um
considerando-se o conjugado e a velocidade. gerador fornece energia continuamente, sem haver sua
parada total?
19) Para que um motor execute uma ação geradora, o que 23) O que são os quatro quadrantes de operação de uma
poderia ser feito? máquina elétrica? Ilustre através de um desenho.
________________________________________________________________________________
Capítulo 1: Conceitos Fundamentais Sobre Eletromagnetismo - 5
MÁQUINAS SÍNCRONAS
RESUMO
1.0 - INTRODUÇÃO
________________________________________________________________________________
Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Geradores Síncronos - 6
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Assim, verifica-se que a força eletromotriz em espiras localizadas ao redor das chamadas “sapatas
induzida é alternada, como representado na figura 2. polares”. A este conjunto de espiras denomina-se
Observe-se que, conforme diminui o número de linhas “enrolamentos de campo”.
cruzando a espira, aumenta-se a tensão induzida e, vice- Por outro lado, na figura 1, observe-se que a
versa. tensão induzida pode ser aplicada a um circuito externo
através de um conjunto de anéis e escovas.
Naturalmente, para potências elevadas este
sistema não é adequado. Em outras palavras, para
máquinas reais tem-se várias espiras ao invés de uma,
constituindo um circuito estático denominado
“enrolamento da armadura” e pólos girantes.
Assim, a alimentação do enrolamento de campo
é efetuado por uma fonte de energia elétrica contínua
externa à máquina através dos anéis coletores e escovas,
já que os níveis de corrente e tensão deste circuito são
menores que o da armadura para alternadores comerciais.
A figura 3 mostra esquematicamente os pólos
girantes e respectivo enrolamento de campo.
pn
f = (4)
60
onde:
________________________________________________________________________________
Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Geradores Síncronos - 9
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Como uma ranhura forma αe graus com a a unidade, já que a tensão induzida será menor que a de
ranhura seguinte, a tensão induzida na primeira estará um hipotético enrolamento concentrado.
defasada de αe da segunda. Sendo assim, a tensão total
será a soma fasorial (geométrica) destas tensões, como A resposta torna-se óbvia se for considerado que
explicitando na figura 11. os harmônicos de tensão também seguem as expressões
(7) e (8), ou seja:
onde:
onde :
0 ≤kd ≤1 (9)
________________________________________________________________________________
Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Geradores Síncronos - 10
MÁQUINAS SÍNCRONAS
onde:
kp - fator de passo.
Pelo exposto, verifica-se que:
0 ≥kp ≥1 (17)
onde:
Nb .N e
N= (19)
m
sendo:
f - freqüência [Hz]; e
θ - fluxo magnético [Wb/m2].
Figura 14 - Bobina de passo fracionário.
Para um harmônico de ordem “v”, tem-se:
Na figura 14, verificou-se que o ângulo
mecânico (ou físico) entre ambas as partes da bobina é de Ev =4 ,44.k pv .kdv .N . f v .θ v (21)
60o; isto se deve ao fato de que:
onde:
α e = p .α m (14)
fv - freqüência múltipla da fundamental [Hz];
θv - harmônico de fluxo magnético [Wb/m2].
onde:
________________________________________________________________________________
Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Geradores Síncronos - 11
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Observe-se que atuando-se adequadamente nos b) FIT - valor residual: é a medida das
fatores de passo e de distribuição é possível eliminar ou freqüências múltiplas do terceiro harmônico,
reduzir os níveis harmônicos de tensão, fazendo com que as quais não podem ser eliminadas pela
a forma de onda da tensão resultante se aproxime de uma transposição e são consideravelmente mais
senoide. indesejáveis que o balanceamento,
principalmente em sistema aterrado.
4.5. Formas de onda de tensão gerada
O FIT pode ser calculado por:
Como visto, os geradores devem ser projetados
para fornecerem tensões cujas formas de onda sejam
basicamente senoidais, ou seja, contenham a menor E12 τ 12 + E22 τ 22 +...+ Ev2 τ v2
FIT (%) = (24)
distorção possível. U
A distribuição harmônica pode ser definida
através de: onde:
É possível utilizar-se outro fator para avaliar a Os enrolamentos da armadura da maioria dos
forma de onda gerada, denominado “fator de desvio geradores trifásicos são conectados em ligação estrela.
(FDv)”, ele é definido por (23). Por outro lado, geradores de pequeno porte permitem
religações de modo a poderem fornecer pelo menos duas
∆E tensões diferentes.
FD v = (23)
O enrolamento de cada fase é dividido em duas
EE
partes iguais. Se ligada as duas partes em série, cada uma
ficará submetida à metade da tensão gerada. Outrossim,
onde: executando a conexão em paralelo das duas partes, a
tensão dos enrolamentos será a metade da anterior. A
∆E - máximo desvio da forma de onda da tensão gerada figura 15 exemplifica.
em relação a uma onda de tensão senoidal equivalente;
EE - amplitude da senoide equivalente.
________________________________________________________________________________
Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Geradores Síncronos - 12
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Naturalmente é possível executar a conexão 4) Quais são as aplicações dos motores síncronos? Idem
série paralela para a ligação delta. para os geradores.
Se desejado um terceiro nível de tensão,
intermediário entre os possíveis na conexão (por exemplo 5) Descreva o princípio de um gerador síncrono
380 [V], no caso da figura 15), é comum executar a monofásico.
conexão série e atuar no sistema de excitação da
máquina.
Observe-se que, em motores síncronos, ainda é
6) Defina os termos “Armadura” e “Excitação” em uma
máquina síncrona.
possível utilizar a conexão estrela-triângulo.
As características desta ligação são: 7) Explique por que as grandezas induzidas possuem
uma freqüência dada por pn/60.
a) Redução do custo do isolamento pois a
tensão na fase é 58% menor que as tensões 8) O que é roda polar?
nos terminais (linha). O número de espiras
por fase são 58% menor que na conexão 9) Dê três razões para que os geradores síncronos
delta para a mesma tensão; possuam armaduras estacionárias e pólos girantes.
b) Existência de neutro, o qual poderá ser
aterrado se desejado; 10) Os enrolamentos em um gerador síncrono são
c) Eliminação de eventuais terceiros concentrados ou distribuídos ao longo da armadura?
harmônicos das tensões de linha bem como Por que?
de seus múltiplos.
11) Descreva o princípio de funcionamento do gerador
Em alguns geradores trifásicos de pequeno porte trifásico.
é possível executar a conexão “zig-zag” para aplicações
em circuitos monofásicos. Este tipo de conexão é
12) Por que, em geral, os enrolamentos de um gerador
mostrado na figura 16.
síncrono trifásico estão conectados em estrela?
23) Porque os enrolamentos da armadura da maioria dos 24) Há possibilidade de um mesmo conjunto de
geradores síncronos trifásicos são conectados em enrolamentos ser conectados para várias tensões?
ligação estrela Como?
________________________________________________________________________________
Capítulo 2: Princípio de Funcionamento dos Geradores Síncronos - 14
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Voltaire
RESUMO
1.0 - INTRODUÇÃO
3.0 - PARTES COMPONENTES DO ESTATOR Figura 16 - Anel de base e cruzeta inferior (Itaipú)
Fazem parte do estator: a carcaça da máquina, Na face externa da carcaça podem existir
os enrolamentos e o núcleo magnético da armadura, os trocadores de calor, conforme a potência da máquina. A
mancais e, eventualmente, as escovas para alimentação figura 17 mostra o corte em um radiador utilizado em
do campo. turbogeradores.
________________________________________________________________________________
Capítulo 3: Partes Componentes dos Geradores Síncronos - 18
MÁQUINAS SÍNCRONAS
O enrolamento de barras garante com suas Para dar consistência e estabilidade a essa
propriedades térmicas e mecânicas a máxima segurança formação de condutores, a barra é comprimida
de funcionamento. empregando-se uma prensa com aquecimento elétrico e
Curto-circuitos nas espiras ficam praticamente mantendo-se, assim, as dimensões invariáveis na zona de
excluídos, pois cada barra contém somente uma espira, e, ranhura. Os espaços ocos restantes nas curvaturas "S" são
assim, a isolação da espira é idêntica à isolação principal. preenchidos com uma massa especial.
A aplicação e o dimensionamento do enrolamento de As barras assim pré-tratadas são envolvidas com
duas camadas de barras é devido à intensidade de fita de mica em várias camadas, com meia-sobreposição
corrente do condutor. de maneira contínua sobre o lado frontal e de base da
As barras são construídas com numerosos barra.
condutores parciais de seção mínima, conforme mostrado A quantidade das camadas e, com isso, também
na figura 21, isolados um contra o outro e ligados em a espessura total do isolante, depende da tensão da
paralelo formando a chamada barra Roebel ilustrada na máquina.
figura 22. Em cima destas camadas coloca-se como
proteção mecânica uma camada de fita de mica reforçada
com fibra de vidro. As barras assim envolvidas devem
secar em uma estufa. Depois, em um tanque tipo
Autoclave, as barras são impregnadas a vácuo com
resina, a qual garante uma penetração perfeita na isolação
devido a sua baixa viscosidade. As barras impregnadas
são colocadas em moldes com dimensões determinadas, e
endurecidas em estufa a temperatura elevada [1].
No caso de grande quantidade de barras, as
mesmas são fixadas em grupos de moldes de
impregnação após o envolvimento com a fita de mica.
Posicionadas no molde, elas são impregnadas a vácuo
ainda com resina e endurecidas em estufa a alta
Figura 21 - Seção transversal de uma ranhura temperatura.
A isolação das barras Roebel corresponde à
classe de isolação F.
As barras são inseridas nas ranhuras,
empregando-se fitas de escorregamento e de enchimento.
A ranhura é fechada com uma cunha e entre as barras
superiores e inferiores são colocados separadores.
Cada barra é inserida numa caixa em forma de
"U", de material semicondutor [1]. Entre a caixa e a barra
Figura 22 - Barra Roebel (com condutores parciais é aplicada, se necessário, uma camada de massa de resina
transpostos). condutiva seca a frio.
Esta impede, através do assentamento da caixa
Na barra Roebel, os condutores parciais são, sem tolerância, o deslocamento da barra e garante uma
geralmente, posicionados em duas camadas vizinhas, na fixação mecânica das barras com o núcleo do estator,
direção da largura da ranhura. devido à formação de um ressalto (uma borda côncava)
Ainda conforme [1], a transposição dos da massa nos canais de ventilação do núcleo [1].
condutores parciais é feita de tal modo que todos eles
passem, no percurso do comprimento do núcleo, em cada Em máquinas com tensão nominal superior a 5
posição possível dentro da altura da barra. Tal formação kV, as barras são completamente isoladas e possuem em
garante um fluxo transversal na ranhura suas superfícies, dentro da ranhura, uma camada de
aproximadamente igual para cada condutor parcial. verniz condutivo para a proteção externa contra corona.
Assim, a corrente se distribui uniformemente pelos Essa isolação impede, juntamente com a caixa condutiva
condutores parciais e as perdas adicionais são causadas em "U" e a massa de resina, eventuais diferenças de
pelos condutores parciais e aquelas causadas pelo tensão e com isso a descarga elétrica de corona entre a
deslocamento da corrente na ranhura, são muito barra e a face da ranhura. Além disso, as barras de
reduzidas. máquinas com tensão nominal superior a 7,5 kV recebem
Os condutores parciais são continuamente na região externa da ranhura, uma camada semi-
isolados, dentro da ranhura e na cabeça do enrolamento. condutiva (proteção contra corona nas extremidades), a
Nas curvaturas em "S", como afirma [1], a qual serve para controle do fluxo eletrostático do campo
isolação dos condutores é reforçada com peças de tecido no local da passagem da face da ranhura para superfície
de mica. frontal da barra.
________________________________________________________________________________
Capítulo 3: Partes Componentes dos Geradores Síncronos - 20
MÁQUINAS SÍNCRONAS
4.4 - Maquinas com pólos lisos Figura 37 - Tipos de ranhuras em máquinas com pólos
lisos
A figura 36 representa o corte longitudinal de
A análise da figura 37 permite concluir que
um turbogerador.
existe uma região (cerca de um terço do intervalo polar)
que propicia o efeito de pólo. Além disto, é fácil
verificar-se que o entreferro ao longo da periferia do rotor
varia muito pouco.
No lado acoplado, o rotor apresenta um assento
para mancal e pode ser equipado com uma flange para
acoplamento e, ainda, com um ventilador axial.
No lado acoplado, encontra-se um assento para
mancal, normalmente um ventilador axial empregado, os
anéis coletores e a excitatriz, como ilustra a figura 38.
Evidentemente esta descrição não é válida para as
máquinas brushless.
QUESTÕES
1) Quais são os componentes básicos de um gerador?
15) Quais são as partes componentes do rotor de uma 24) Porque os turbogeradores são máquinas rápidas?
máquina de pólos salientes? Quais suas funções?
25) Quais as conseqüências deste fato?
16) Quais são os tipos de fixação dos pólos salientes na
roda polar? 26) Como são acomodados os enrolamentos
amortecedores e de campo em um turbogerador?
17) O que é enrolamento de campo?
27) Mostre, ilustrando através de um desenho, que o
18) O que são anéis coletores? Eles estão presentes em entreferro varia muito pouco ao longo da periferia do
todas as máquinas síncronas? rotor em máquinas de pólos lisos.
19) Porque em algumas máquinas utiliza-se um anel 28) O que é cruzeta superior?
coletor adicional no eixo?
29) Pesquise sobre os mancais de geradores de pólos
20) 0 que são enrolamentos amortecedores? salientes e de pólos lisos.
21) Quais as suas características operativas? 30) Pesquise sobre as máquinas primárias hidráulicas e a
vapor.
22) Quais os seus tipos?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
23) As máquinas de pólos salientes maciços,
normalmente, não utilizam enrolamentos amortecedores. [1] - Siemens S/A - "Enrolamento do Estator - Barras.
Explique o porque deste f ato. Grupo Construtivo N0 2600" - Informativo Técnico.
________________________________________________________________________________
Capítulo 3: Partes Componentes dos Geradores Síncronos - 26
MÁQUINAS SÍNCRONAS
RESUMO
Este texto analisa as diversas características
elétricas dos geradores síncronos em regime permanente.
As cargas são consideradas equilibradas.
1.0 - OPERAÇÃO EM VAZIO
Na operação em vazio, supondo a velocidade de
acionamento constante, a tensão de armadura é igual à
induzida nos enrolamentos e depende apenas do fluxo
magnético gerado pelos pólos, ou seja, em última análise,
da corrente de excitação que circula pelo enrolamento de
campo. Nestas condições, o fluxo principal está livre de
eventuais alterações introduzidas pela corrente de carga.
Assim, pode-se relacionar a tensão induzida e a corrente Figura 2 - Característica em vazio para velocidades
de excitação através da denominada característica em diferentes.
vazio, exemplificada na figura 1. Naturalmente, as curvas são válidas para uma
determinada velocidade, ou seja, alterando-se a
velocidade há a mudança na característica em vazio da
máquina.
Normalmente, em máquinas trifásicas, estas
características são obtidas por fase.
4.2 - Reação de armadura para cargas resistivas. De forma a facilitar a análise, é possível utilizar-
se da notação fasorial para representar as diversas
Nas máquinas reais, se a corrente de armadura grandezas. Note-se que a f.e.m induzida E está atrasada
está em fase com a f.e.m induzida, o fator de potência nos de 90o do fluxo principal e, desta forma tem-se a situação
terminais do gerador será um pouco inferior à unidade. mostrada na figura 8.
Por outro lado, considerando-se a máquina como ideal,
pode-se dizer que o fator de potência é unitário (carga
resistiva) e conforme ser verifica na figura 5, tem-se que
cada condutor produz um fluxo com os sentidos
mostrados; naturalmente, há a interação entre eles,
resultando em um único, como representado na figura 6.
Observe-se que o fluxo de reação de armadura
(φRA) é máximo na região interpolar e está atrasado de 90o
do principal (φ) no entreferro.
É possível imaginar a situação mostrada como
dois conjuntos de pólos girantes, sendo um deles
responsável pela criação do fluxo principal (φ) e, outro,
pelo fluxo de reação de armadura, conforme
esquematizado na figura 7.
O fluxo de reação de armadura e o principal
sempre giram à mesma velocidade e no mesmo sentido,
conforme será analisado em tópico posterior. Figura 8 - Diagrama fasorial - carga resistiva.
Na figura 8, tem-se:
IA - corrente de armadura;
φR - fluxo resultante;
ERA - tensão induzida por φRA;
ER - tensão resultante.
aumento de carga indutiva provoca uma desmagnetização 4.4 - Reação da Armadura - Carga Capacitiva
maior da máquina e a f.e.m induzida decresce; para
compensar este efeito é necessário aumentar a excitação Considerando-se uma máquina ideal, a corrente
da máquina. está adiantada de 90o da tensão gerada. Analisando-se a
Para controlar, de forma automática, a corrente figura 5, verifica-se que cada condutor produz um fluxo,
de excitação utiliza-se um “regulador de tensão”. Os resultando em um único, cuja direção é a mesma do
reguladores agem no sentido de: principal. A figura 12 representa a reação da armadura
para esta carga.
a) incrementar a corrente de excitação quando a carga
indutiva é aumentada nos terminais da máquina;
b) reduzir a corrente de excitação quando a carga
indutiva é diminuída nos terminais da máquina.
________________________________________________________________________________
Capítulo 4: Características e Equações dos Geradores Síncronos- 32
MÁQUINAS SÍNCRONAS
então, pode-se definir a queda total de tensão devido às Para geradores com pólos lisos considera-se
reatâncias no eixo direto (∆Ud) e em quadratura (∆Uq) como reatância síncrona (Xs).
por: Xs = Xd = Xq (23)
. . .
e, assim, a máquina pode ser representada por uma única
∆ U d = ∆ U ad + ∆ U ld (13) impedância.
A queda de tensão interna da máquina é, desta
e forma, ditada por:
. . .
∆ U q = ∆ U aq + ∆ U lq (14)
Z S = R A2 + X S2 (24)
Assim:
onde RA (ou RS) é a resistência elétrica da armadura (por
. . . fase).
∆ U d = j X ad I d + j X l I d (15)
Ocorre que, em geral,
e
. . .
XS >> RA (25)
∆ U q = j X aq I q + j X l I q (16)
Portanto, para todos efeitos práticos, com
exceção de análises relativas à perdas por efeito Joule,
De onde: tem-se:
. . ZS = XS (26)
∆ U d = j ( X ad + X l ) I d (17) Por outro lado, para a máquina de pólos
salientes, tal representação é aproximada. Observe-se
e que, neste caso, poderão haver diferenças significativas
. . no ângulo de fase da tensão gerada. Outrossim, no que se
∆ U q = j ( X aq + X l ) I q (18) refere às relações entre tensão terminal, corrente de
armadura, potência e excitação, sobre a faixa de
Sendo assim, define-se reatância síncrona de funcionamento normal, é possível adotar que:
eixo direto (Xd) e de eixo em quadratura (Xq) através de: X S = Xd (27)
Figura 19 - Característica Z S = f (i ex )
É interessante notar que X d e a relação de
curto-circuito guardam uma certa proporcionalidade; ou
seja, baseando-se na figura 18, tem-se:
1 in
RCC = . (29) Figura 20 - Conceituação da transformação das
X d i 02 coordenadas de fase para os eixos “d” e “q”.
Se a máquina não é saturada:
Os eixos “dq” giram à velocidade síncrona.
1
RCC = (30)
Xd 6.0 - EQUAÇÕES E DIAGRAMAS FASORIAIS
X q .P
δ ≅ tq −1 2 (42)
U + X q Q
.
I d = I d ∠ϕ δ (43)
onde:
I d = I A sen( ϕ + δ ) (44)
________________________________________________________________________________
Capítulo 4: Características e Equações dos Geradores Síncronos- 35
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Se necessário, a corrente de eixo em quadratura Pelo exposto, para uma certa velocidade, a
pode ser calculada por: potência máxima é determinada pelos valores de “ l ”,
por considerações mecânicas e pela necessidade de
. refrigeração eficiente.
I q = I q ∠ϕ q (46) Ainda, da expressão (49), tem-se:
sendo: S
= K d2 l (50)
n
.
I q = I A cos( ϕ + δ ) (47) De (50) resulta que, a menos da constante K, a
relação S/n representa as dimensões da máquina. Desta
forma, pode-se avaliar o tamanho e o grau de dificuldade
e
encontrado para o projeto, fabricação e montagem de um
gerador. Note-se que quanto maior for o quociente, maior
ϕ q =δ (48) será a máquina. Assim, para uma certa potência, quanto
mais rápida for a máquina, menor será o seu tamanho e
custo.
Para um gerador de pólos lisos, a construção do Por outro lado, a potência aparente (S)
diagrama fasorial é mais simples já que a tensão induzida disponível nos terminais de um gerador pode ser
pode ser calculada por (34). A figura 22 fornece um calculada em função da tensão e da corrente através de:
exemplo.
S = m U IA (51)
onde:
δ > 0 (55)
U = E (56)
δ = 0 (57)
P = Pd + Pq (61)
onde:
Pd - potência desenvolvida no eixo direto;
Pq - idem, para eixo em quadratura.
m EU sen δ m 2U 1 1
P= + ( − ) sen 2δ (62)
Xd 2 Xq Xd
pois: mU
Q= ( E cos δ −U ) (72)
X d = Xq (66) Xd
________________________________________________________________________________
Capítulo 4: Características e Equações dos Geradores Síncronos- 39
MÁQUINAS SÍNCRONAS
1) O que é e como obter a característica em vazio de um 18) Qual é a relação entre ambas as reatâncias para as
gerador síncrono? máquinas de pólos salientes e de pólos lisos?
2) Quais os cuidados práticos necessários a se adotar, 19) O que são reatâncias e impedâncias síncronas?
quando de sua obtenção?
20) Como pode ser obtida a reatância Xd?
3) O que é a linha do entreferro?
21) Como varia a reatância síncrona em função da
4) O que acontece com a curva de saturação quando se excitação?
altera a velocidade do grupo gerador? Mostre.
22) Como se relaciona Xd e RCC?
5) O que é a característica em curto-circuito de um
gerador síncrono? Como obtê-la? Por que ela é uma 23) Escreva a expressão que relaciona a tensão gerada e
reta? a terminal por fase, incluindo os fatores que são
responsáveis pela diferença entre elas, para:
6) Mostre que, em uma certa faixa, a corrente de curto- a) Máquinas de pólos lisos;
circuito independe da velocidade de giro da máquina b) Máquinas de pólos salientes.
primária.
24) Desenhe os diagramas fasoriais (máquinas de pólos
7) O que é e qual a importância da relação de curto- lisos) mostrando a relação entre U e E para cargas
circuito? Como é possível obtê-la? Quais os seus com:
valores típicos? a) Fator de potência unitário;
b) Fator de potência indutivo;
8) Suponha duas máquinas com mesmas características, c) Fator de potência capacitivo.
porém, com relação de curto-circuito diferentes.
Compare-se, relativamente à de maior RCC. 25) Idem, para máquinas de pólos salientes.
29) O que são características externa, de carga e de Obs.: As máquinas estavam com os reguladores
regulação? Desenhe seus aspectos típicos. automáticos de tensão bloqueados.
30) Defina regulação de tensão de um gerador síncrono. 7) Os ensaios em vazio e em curto-circuito em uma
máquina síncrona de pólos lisos e potência nominal de
45 KVA, 220 V, ligada em Y, 2 pólos, 60 Hz,
31) Sob que condições de carga é possível para um apresentarem os seguintes resultados:
gerador síncrono possuir regulação nula?
2) Um gerador trifásico de rotor cilíndrico, 1500 KVA, a) Qual é o valor da reatância de eixo direto (Xd),
6,6 KV, em Y, f.p. = 0,8, tem RA = 1,5 Ω e Xd = 18 quando iex = 2,20 A e quando iex = 2,84 A.
Ω, ambos por fase. b) Há diferenças? Por que?
Pede-se: Obs.: Desprezar a resistência da armadura.
a) IN; b) Reg%.
8) Um gerador síncrono de pólos salientes, ligação Y,
3) O gerador do exercício anterior continua com a apresenta os seguintes dados nominais:
mesma excitação e a mesma corrente de armadura SN = 500 [KVA]; fn = 60 [Hz]; X d = 11
, [pu];
porém o fator de potência da carga muda para 0,8
capacitivo. Quanto vale agora a tensão nos terminais X q = 0,85 [pu]; Un = 4160 [V].
da máquina?
Pede-se:
4) Calcular a regulação de tensão de um alternador 8.1) A corrente da armadura nas condições nominais.
trifásico de 2,3 KV, 1000 KVA, Y, f.p. = 0,8 (corrente
em atraso), sabendo-se que RA% = 5% e Xd% =
90%.
8.2) A corrente de eixo direto e de eixo em quadratura,
sabendo-se que o fator de potência da carga é 0,8.
5) Um gerador trifásico, conexão Y, rotor cilíndrico,
possui Xd = 2 Ω e alimenta uma carga a qual solicita 8.3) Trace o diagrama fasorial para esta condição.
100 A em atraso e fator de potência 0,8. A tensão nos
seus terminais é de 2,4 KV. 8.4) Se houver um acréscimo de 10% de potência
A entrada de vapor para a turbina que aciona o ativa, especifique um banco de capacitores para que a
alternador é reduzida de tal forma que a potência potência total não ultrapasse a nominal do gerador.
fornecida caia em 10%. Ao mesmo tempo E é
reduzido em 5%. Calcular a nova corrente na 8.5) Nas condições anteriores, o ângulo de carga se
armadura e o novo fator de potência. altera? Mostre.
6) Em determinada usina, verificou-se a atuação dos 8.6) Considere-se, agora, que o aumento de 10% da
relés de sobretensão, devido as máquinas de tal usina potência ativa foi efetivado e que o banco de
alimentarem uma longa linha de transmissão a vazio capacitores e o regulador de tensão não estavam
(que tem características predominantes capacitivas). ligados. O que aconteceu com a tensão? Mostre.
Pede-se:
a) Em um diagrama fasorial mostre o que 9) Suponha que o diagrama unifilar simplificado de uma
ocorre no interior de uma das máquinas instalação industrial que contém geração própria é a
(incluindo os fluxos magnéticos). dada na figura, onde tem-se:
________________________________________________________________________________
Capítulo 4: Características e Equações dos Geradores Síncronos- 41
MÁQUINAS SÍNCRONAS
d) T1 e T2 - Transformadores.
________________________________________________________________________________
Capítulo 4: Características e Equações dos Geradores Síncronos- 42
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Ulisses Guimarães
Na figura 1 estão representados dois geradores A figura 2 ilustra situações nas quais pelo menos
monofásicos, porém a análise efetuada a seguir é válida uma destas condições não é atendida.
também para os trifásicos.
Supondo-se que, por um motivo qualquer:
. .
E1 ≠ E2 (1)
resulta:
. .
. E1 − E 2
I CIR = . .
(2)
Z 1 +Z 2
Note-se que a corrente de circulação existirá,
independentemente da presença de cargas; como a malha
formada pelas armaduras das duas máquinas possui uma
baixa impedância, o nível da corrente será elevado e
dependente da diferença das forças eletromotrizes de
ambos os geradores.
A tensão U no ponto de interligação entre ambas
é:
. . . .
U = E 1 − Z 1 I CIRC (3)
ou
. . . .
U = E 2 − Z 2 I CIRC (4)
Como a resistência das máquinas são muito
menores que as reatâncias, verifica-se que a corrente de
circulação será predominante indutiva; desta forma, para
o gerador G1, a reação de armadura tende a causar um
efeito desmagnetizante e magnetizante para o G2. Isto, Figura 2 - Formas de onda de dois geradores a serem
naturalmente, implica em dizer-se que G1 está agindo ligados em paralelo.
como gerador e G2 como motor.
Os conjugados sincronizantes tendem a agir no A análise da figura 2 é bastante clara, ou seja, se
sentido de compensar estas diferenças, produzindo qualquer uma das condições fundamentais não for
esforços excessivos no eixo das máquinas podendo obedecida, haverá diferença de potencial entre as fases
danificá-las (há casos em que o conjugado resultante é correspondentes resultando em corrente de circulação.
superior ao causado por um curto-circuito trifásico
brusco).
Além desta situação desfavorável, a corrente de 3.0 - MÉTODOS PARA O SINCRONISMO
circulação resultará em sobreaquecimento nos Como visto, para a colocação de um gerador em
enrolamentos dos geradores. paralelo com uma rede deve-se obedecer várias
Desta forma, para evitar a citada corrente de condições, de forma que não surja uma corrente de
circulação é necessário que a tensão gerada pela máquina circulação; pelo exposto, é conveniente que o gerador
seja rigorosamente igual ao do sistema ao que será esteja “flutuando” em relação ao sistema, ou seja, não
acoplada em paralelo. Como as tensões são alternadas, fornecendo e nem recebendo energia.
vários fatores estão envolvidos; de modo mais específico, Das condições apresentadas, o quesito “mesma
é necessário que as tensões geradas pela máquina, em forma de onda”, no máximo, será executado como ensaio
relação às do sistema, possuam: de comissionamento do gerador (analisando-se, por
a) A mesma forma de onda; exemplo a distorção harmônica e o FIT), já que as
b) A mesma freqüência; técnicas de projeto e construção tornam a forma de onda
de saída basicamente senoidal. Por outro lado, a
c) O mesmo valor eficaz;
seqüência de fases é verificada quando da montagem da
d) A mesma seqüência de fase (máquinas instalação, podendo-se utilizar-se um seqüencimetro para
trifásicas); e, tanto. Desta forma, em termos práticos, apenas as três
e) Defasagem nula entre as respectivas ondas de condições restantes são avaliadas a cada vez em que se
tensão. executa o paralelismo.
________________________________________________________________________________
Capítulo 5: Paralelismo de Geradores- 44
MÁQUINAS SÍNCRONAS
As tensões e freqüências são avaliadas através de sistema de produção de pulsos cuja largura é proporcional
voltímetros e frequencímetros, sendo comum o emprego à freqüência e sua amplitude, à tensão. A quantidade de
de aparelho de dupla escala (comparadores). Uma das pulsos é contada a intervalos definidos e um sistema
escalas informará a respectiva grandeza correspondente comparador define o momento exato de fechamento do
ao sistema e, em seguida, a da máquina que está sendo paralelismo. É claro que, neste caso, há a possibilidade de
ligada em paralelo (quando se tem vários geradores, o sincronização automática. Os relés podem ser
sinais podem ser comutados de uma máquina para outra). empregados também para o sincronismo manual,
O ajuste das tensões é feito pela atuação na liberando o disjuntor de paralelismo apenas no momento
excitação, enquanto o de freqüência, na máquina em que todas as condições forem atendidas. A figura 4
primária. ilustra o princípio de funcionamento do sistema.
Finalmente, a verificação do defasamento nulo
entre as tensões (ou seja, do sincronismo) é feita, na
maioria dos casos, através de um instrumento
denominado “sincronoscópio”.
Tais equipamentos, em geral, são monofásicos e
possuem um ponteiro ligado a um rotor. O seu estator é
composto de duas bobinas, as quais recebem sinais de
tensão do barramento e da máquina que se deseja
sincronizar; desta forma, o ponteiro gira com uma
velocidade proporcional à freqüência resultante de ambas
as tensões e no sentido determinado pela maior
freqüência. Assim, o ponteiro indica a defasagem entre as
grandezas.
Note-se que, quando as freqüências de ambos os
sinais são iguais, o ponteiro alinha-se em um aposição Figura 4 - Relé de sincronismo.
pré-determinada (ou seja, o “zero” do instrumento),
conhecido no jargão técnico por “mosca”; esta situação é Existem outros métodos, inclusive utilizando-se
o momento exato de fechar-se o paralelismo. A figura 3 simples lâmpadas. O mais conhecido é o chamado “fogo
mostra o instrumento instalado na chamada “coluna de girante”, onde estão presentes três lâmpadas ligadas duas
sincronismo”, onde também se encontram o voltímetro e à fases trocadas e, a terceira, à fase de mesmo nome. A
o frequencímetro citados. figura 5 esclarece.
- L3; em caso, contrário tem-se L3 - L2 - L1. Se a 3) Quais são as condições para se colocar dois geradores
diferença de freqüências for muito grande, as lâmpadas em paralelo?
piscarão muito rapidamente.
O “fogo girante” é limitado às máquinas de 4) Explique a causa básica destas condições.
baixa tensão (portanto, de pequeno porte) pois as
lâmpadas devem ser previstas para suportarem o dobro de
tensão de fase. Naturalmente, com tensões maiores é 5) O que significa o termo flutuando?
possível utilizar-se TP’s, porém, neste caso, é desejável
utilizar-se o sincronoscópio devido à sua maior precisão e 6) Por que é conveniente que um gerador seja
confiabilidade. A figura 6 ilustra o momento de sincronizado flutuando?
fechamento do paralelismo através de diagramas
fasoriais. 7) Como sincronizar um gerador com a rede elétrica
utilizando o sincronoscópio?
Figura 6 - Diagrama fasorial - “Fogo girante”. 12) Como se ajusta a freqüência dos geradores para a
sincronização?
QUESTÕES
13) Como se ajusta a tensão do gerador para a
1) Quais as vantagens de se colocar dois geradores em sincronização?
paralelo?
14) Se um gerador se encontra em paralelo com a rede
2) Explique por que o sistema elétrico brasileiro é elétrica e esta, por dado motivo, é desligada,
interligado? pergunta-se: Há risco no religamento? Por que?
________________________________________________________________________________
Capítulo 5: Paralelismo de Geradores- 46
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Winston Churchill
RESUMO
1.0 - INTRODUÇÃO
Em resumo, pode-se afirmar que na operação basta atuar adequadamente nas respectivas máquinas
isolada de geradores, um excesso de ativo exigido pela primárias. Por exemplo, um dos geradores pode fornecer
carga levará ao decréscimo da freqüência e, no caso do 10% do total e o outro, 90%, ou, 30 e 70%, ou ainda, 50 e
reativo, à diminuição da tensão terminal. 50% ou outra distribuição qualquer, desde que eles
De qualquer forma, verifica-se que o possuam esta capacidade.
comportamento do gerador é totalmente dependente das As mesmas considerações são válidas para a
solicitações da carga. exigência de reativo pela carga; porém, neste caso, altera-
se a excitação dos geradores ao invés das potências de
suas máquinas primárias.
2.0 - GERADORES DE MESMO PORTE EM Pelo exposto, há um predomínio da carga
PARALELO quando geradores de mesmo porte operam em paralelo,
porém é possível distribuir as potências entre eles do
Para analisar a operação em paralelo de modo que for mais adequado.
geradores de mesmo porte, será considerado um sistema
de caixas d’água, como o mostrado na figura 3.
3.0 - GERADOR EM PRALELO COM SISTEMA DE
GRANDE PORTE
________________________________________________________________________________
Capítulo 6: Distribuição de Ativo e Reativo - 49
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Ronald Reagan
________________________________________________________________________________
Capítulo 7: Curvas de Capabilidade de Máquinas Síncronas - 50
MÁQUINAS SÍNCRONAS
elevam sua temperatura e exigem, também, uma ação família que seria obtida com U por diâmetro. Os demais
efetiva do sistema de refrigeração. Porém não estão fatores estabelecem trechos em cada uma das curvas.
diretamente relacionadas com o carregamento das Na figura 2, a título de ilustração, são dados
máquinas e, por isso não influenciam significativamente exemplos de curvas de capabilidade, indicando-se cada
nas curvas de capabilidade. trecho o fator de limitação correspondente.
Por outro lado, como explanado anteriormente, a
potência elétrica que um gerador pode entregar
diretamente a uma barra é função do chamado ângulo de
potência (δ), normalmente admitido como o defasamento
entre a força eletromotriz (ou tensão interna E) e a tensão
terminal (U). Assim sendo, observa-se que, para
condições de tensão e excitação fixadas, existe um
máximo de potência que pode ser transferida pelo gerador
chamado de “Limite Estático de Estabilidade Teórica” e
depende do valor da excitação.
Valores de potências superiores ao máximo não
poderão ser convertidos pelo gerador e entregues à barra
pois, qualquer tentativa neste sentido, levaria a máquina a
perda de sincronismo.
Observe-se, ainda, que pequenos valores de
f.e.m. (E), correspondentes a condições de operação sob Figura 2 - Curva da capabilidade e trechos limites.
fatores de potência fortemente capacitivos, poderão levar
Nesta figura, tem-se:
um gerador para posições iguais ou próximas do limite de
estabilidade, o que não deve ser permitido. Desta forma, é a) ϕ - ângulo do fator de potência;
possível que existam regimes, nos quais a máquina seja b) trecho AB - limitação pela corrente de campo
levada a operar em uma área de instabilidade em Iex;
decorrência dos baixos valores de excitação, embora os c) trecho BC - limitação pela corrente de
limites de perdas sejam satisfeitos. Esta condição, armadura IA;
naturalmente é inaceitável. d) trecho CD - limitação de potência imposta
Em função destes aspectos, existirão, em muitos pela máquina primária;
casos, trechos das curvas de capabilidade determinados e) trecho DE - limitação pela corrente de
pelo limite de estabilidade e pelo mínimo de excitação armadura IA;
admissível. f) trecho EF - limitação pela estabilidade
Além disto, sabe-se que o gerador síncrono, na prática;
realidade, é um conversor de energia mecânica em g) trecho FG - limitação por excitação mínima.
elétrica. A máquina primária (turbina hidráulica, a vapor,
a gás, motores a explosão e outros) fornece a potência 3.0 - DESCRIÇÃO DA CURVA DE CAPABILIDADE
mecânica obtida através da transformação de uma outra A título de esclarecimento, a figura 3 mostra
forma primária de energia. Assim, é possível que em uma curva de capabilidade com traçados auxiliares.
alguns casos a potência da máquina primária também seja
um limite para a operação do gerador. Em tais condições,
isto se traduz nas curvas de capabilidade do gerador,
embora, a rigor, esta causa não poderia ter existência
isolada e deve ser olhado como um componente do grupo
máquina primária - gerador.
Em resumo, os fatores que limitam o campo de
operação dos geradores síncronos são os seguintes:
A corrente de campo permissível, e portanto, a correspondente à tensão de 0,95 UN, acarretando para a
f.e.m. de excitação E, terá sido limitada ao valor potência aparente um valor ligeiramente maior do que SN.
necessário para o fornecimento de IAN a fator de potência O acréscimo na corrente de campo admissível
nominal. permitirá que o fator de potência nominal fique situado
Para operação com tensão nominal UN, e, entre este aquele aceitável para a operação com 0,95 UN.
portanto, com perdas no ferro inferiores aos valores
máximos, em geral resulta que a máquina é capaz de
suportar, sem elevação anormal de temperatura, um
acréscimo nas perdas do cobre em relação aos valores REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
permitidos para operação com tensão 1,05 UN.
Desta forma, no funcionamento com UN, a [1] Miranda, P.E.S,; Camargo, L.A.R. - “Curvas de
corrente de armadura admissível poderá ser um pouco Capabilidade das Máquinas Geradores do Sistema CESP”
maior do que a nominal, embora menor do que o limite - Relatório Técnico TOESA - 012/83.
________________________________________________________________________________
Capítulo 7: Curvas de Capabilidade de Máquinas Síncronas - 53
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Thomas Koch
Na figura 3 tem-se:
Em geradores síncronos de grande potência, com todo o sistema de excitação. A figura 6 mostra um
freqüência, é necessário utilizar-se de duas ou mais sistema como este.
excitatrizes, ou seja:
a) Ponte
b) Tiristor
________________________________________________________________________________
Capítulo 8: Sistemas de Excitação - 58
MÁQUINAS SÍNCRONAS
1 - Carcaça 11 - Eixo
2 - Mancal anterior 12 - Roda polar
3 - Mancal posterior 13 - Enrolamento rotórico/indutor
4 - Carcaça da excitatriz 14 - Enrolamento amortecedor
5 - Pé parafusado 15 - Ventilador
6 - Bloco de terminais 16 - Armadura da excitatriz
7 - Regulador de tensão 17 - Retificador rotativo
8 - Corretor de curto-circuito (unid. Compound) 18 - Rolamentos
9 - Enrolamento da armadura 19 - Tampa dos rolamentos
10 - Indutor da excitatriz 20 - Anéis balanceadores
Figura 14 - Gerador síncrono com excitatriz brushless - fabricação Bardela - Borielo, série AT - 250 325 (sem excitatriz
auxiliar e com unidade “compound”).
________________________________________________________________________________
Capítulo 8: Sistemas de Excitação - 59
MÁQUINAS SÍNCRONAS
________________________________________________________________________________
Capítulo 8: Sistemas de Excitação - 61
MÁQUINAS SÍNCRONAS
________________________________________________________________________________
Capítulo 8: Sistemas de Excitação - 62
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Juscelino Kubstcheck
Em linhas gerais, o regulador Tirril é composto possibilidade são usados relés limitadores de intensidade
por dois eletroímãs (E1 e E2 da figura 1), sobre as duas L, que tiram a ação do regulador, mantendo neste caso a
alavancas A1 e A2, do par de contatos principais C1 e C2, bobina B1, o que introduz a resistência R sempre em série
e de um conjunto de contatos vibrantes C ligados em com o circuito de excitação da excitatriz.
paralelo (sendo estes representados por um único par de A figura 3 mostra a vista de um regulador do
contatos na figura 1). Em uma das extremidades da tipo Tirril.
alavanca A1 há um contrapeso P, e o eletroímã E1 é
ligado à tensão do alternador diretamente por meio do
transformador. O eletroímã E2 na alavanca A2 é ligado à
tensão da excitatriz. A resistência R, circuito de excitação
da excitatriz, tem seus extremos ligados ao par de
contatos vibrantes C, possuem com um capacitor em
paralelo para reduzir o faiscamento. Os contatos vibrantes
C têm um contato fixo e outro móvel, sendo este
acionado por um eletroímã diferencial E, em forma de U,
com duas bobinas ligadas em paralelo com os terminais
da excitatriz, uma diretamente (B2) e a outra (B1) por
meio de um contato C1C2. A ligação destas bobinas é
feita de maneira que, com o par de contatos C1C2
fechados, ambos sejam percorridos pela mesma corrente,
tornando seu efeito nulo e, portanto, fazendo com que o
contato móvel de C fique também fechado por ação de
uma mola; com o par de contatos C1C2 aberto somente
circula corrente pela bobina B2, abrindo-se o contato C.
Desta forma, o contato C será aberto ou fechado ao
Figura 2 - Vista de um regulador do tipo Tirril.
mesmo tempo que o contato C1C2.
Quando a tensão do gerador decresce devido ao 2.2 - Regulador de ação rápida (Tipo Brown Boveri)
aumento de carga, a força do eletroímã E1 diminui e o ou de setor rolante
contato C1 se levanta encostando em C2, colocando em
Este regulador é amplamente empregado em
curto-circuito a resistência R; deste modo, a tensão da
instalações mais antigas devido à sua rapidez de ação.
excitatriz provoca o aumento da ação atrativa de E2 que
Consta essencialmente de um sistema motor,
levanta o contato C2, tendendo à desencostá-lo de C1. A
bifásico, constituído por duas bobinas decaladas entre si
posição do contato C1C2 depende portanto da carga do
de 90o elétricos, e envolvem um cilindro de alumínio,
alternador. Os contatos C entram em vibração devido às
tendendo a girá-lo. As figuras 3 e 4 mostram esquemas
variações rápidas da tensão de excitação, e permanecem
simplificados deste tipo de regulador
vibrando continuamente com freqüência elevada. O
conjunto tende à se equilibrar com um determinado valor
de tensão e toda variação exterior é corrigida
rapidamente.
O eletroímã E3 tem a função de produzir o
aumento da tensão quando a carga aumenta,
compensando a queda de tensão na linha.
Há um amortecedor no núcleo comum dos
eletroímãs E1 e E3, para amortecer o movimento da
alavanca A1.
Nos contatos C e C1C2 são colocadas chaves
inversoras de corrente P, a fim de prolongar a vida dos
contatos fazendo com que a corrente, de tempos em
tempos, percorra os contatos em um sentido ou noutro
conforme a posição da chave P.
Se a tensão da excitatriz é muito baixa, o relé RC
fecha em curto-circuito uma parte da resistência R em
séria como no circuito de relé diferencial E, aumentando
a ação das bobinas B1 e B2 nos contatos C.
No caso de um curto-circuito, o regulador
tenderia a agravar os efeitos deste, aumentando a tensão Figura 3 - Esquema simplificado do regulador de setor
de excitação e do gerador. Com o fim de evitar esta rolante.
________________________________________________________________________________
Capítulo 9: Reguladores de Tensão- 64
MÁQUINAS SÍNCRONAS
De forma especifica, as funções adicionais são: O ajuste dos parâmetros “a” e “b” são
executados, respectivamente, pelos potenciômetros 5l7R
a) Compensador “Cross-current” (CCC na figura e 55R da figura 8.
8), cujas funções serão analisadas no próximo A figura 8 mostra um exemplo de curva de
tópico; capabilidade e os limites impostos pelas funções
b) Compensador de Quedas de Tensão (LDC na descritas.
figura 8):
O LDC permite compensar quedas de tensão
entre os terminais do gerador e um ponto fixo
de uma linha de transmissão;
c) Limitador de sub-excitação (UEL na figura 8):
O UEL previne que a excitação não
ultrapasse um valor mínimo de excitação, o
que poderá fazer o gerador perder o
sincronismo.
d) Limitador de sobre-excitação (OQL na figura
8):
O OQL estabelece o máximo valor da
corrente de excitação, de modo que não seja
ultrapassado o limite de aquecimento do
campo e dado pela curva de capabilidade;
e) Limitador de sobrecorrentes (OCL na figura Figura 9 - Curva de capabilidade.
8): A titulo de ilustração, as figuras 10 a 12
O OCL estabelece os níveis máximos mostram alguns componentes físicos destes sistemas.
admissíveis da corrente de armadura, de forma
a evitar sobreaquecimentos indesejáveis no
estator;
f) Limitador tensão/freqüência (U/f):
O limitador tensão/freqüência protege o
transformador principal (EXT na figura 8)
contra sobreexcitação na operação com o
AVR. Torna-se importante em operação
isolada, já que, por exemplo, uma rejeição de
carga afetará de forma significativa os níveis
de tensão e freqüência gerada;
g) Estabilizador de potência (PSS na figura 8):
O PSS possui como função expandir a
região limite de estabilidade dinâmica do
gerador quando este opera em paralelo com um
sistema de potência. Se uma flutuação de
potência ocorre por uma razão qualquer, este
Figura 10 – Painel da excitatriz.
dispositivo detecta tal situação e envia um
sinal ao AVR para que o mesmo informe ao
sistema de produção de pulsos para suprimi-la.
h) Regulador Automático de Potência Reativa
(AQR na figura 8):
O AQR regula automaticamente a potência
reativa fornecida pelo gerador, empregando
uma das seguintes equações:
________________________________________________________________________________
Capítulo 9: Reguladores de Tensão- 71
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Leopardi
enrolamento amortecedor. Esta é determinada pelo constância de fluxos concatenados se aplica igualmente a
comportamento da corrente do estator durante o período cada uma das três fases do estator sem resistência. Se o
subtransitório, e simplesmente representa uma excitação curto-circuito aparece em um instante em que os fluxos
de rotor ainda maior do que está presente no período concatenados com uma fase do estator são nulos,
transitório. A corrente induzida no amortecedor decresce nenhuma componente contínua é exigida para mantê-los
com uma taxa determinada pela resistência e pela constantes nesta valor, e a onda de corrente de curto-
indutância equivalente do circuito do amortecedor, e o circuito para esta fase é simétrica. Se, entretanto, o curto-
correspondente acréscimo de corrente de estator decresce circuito aparece em um instante em que os fluxos
com a taxa. Como a relação entre a resistência e a concatenados com as fases possuem valores não nulos,
indutância equivalente do amortecedor é maior do que a uma componente contínua deve aparecer nesta fase a fim
do circuito de campo, o decréscimo subtransitório é muito de manter os fluxos concatenados constantes. A
mais rápido do que o decréscimo transitório. A constante componente contínua, com efeito, preenche a mesma
de tempo subtransitória associada pode ser determinada necessidade da componente contínua de corrente
pelas envoltórias da figura 1. transitória em um circuito RL simples, com uma tensão
Mas o oscilograma da citada figura não é um alternada subitamente aplicada. Como no circuito RL, o
caso geral, pois é mostrada uma onda de corrente maior valor possível de componente contínua é igual ao
simétrica. Os oscilogramas de curto-circuito mais usuais maior instantâneo de corrente de curto-circuito durante o
tem a aparência geral ilustrada na figura 3 [1]. período sub-transitório. Esta maior componente contínua
As formas de onda mostradas não são simétricas ocorre quando o curto-circuito aparece no instante de
em relação ao eixo de corrente zero, e tem componentes fluxos concatenados máximos para uma fase do estator e,
contínuas que resultam em ondas deslocadas. Uma onda a onda de corrente de curto-circuito então está
simétrica como a da figura 1 pode ser obtida completamente deslocada do eixo zero. A componente
redesenhando as ondas depois de subtrair a componente contínua, não sendo mantida por uma tensão no circuito
contínua, ou tomando uma série de oscilogramas até que de estator, decresce com uma taxa determinada pela
seja obtida uma onda simétrica para uma das três fases. resistência e pela indutância equivalente do circuito do
estator.
A componente contínua de corrente de estator
estabelece um campo componente no entreferro que é
estacionário no espaço e que, portanto, induz uma tensão
e corrente de freqüência fundamental nos circuitos do
rotor que giram sincronamente. A figura 4 mostra a
componente alternada superposta à corrente de campo,
imediatamente após um curto-circuito trifásico nos
terminais do estator; também está ilustrado nesta figura 1,
a corrente de campo não pode mudar repentinamente ao
primeiro instante.
desequilibrado (por curto-circuito entre fases ou fase- porém ainda menor que Xd. Esta reatância de valor
neutro, em lugar de um curto-circuito trifásico simétrico, intermediário, correspondente à reação do campo, é
por exemplo), aparecem harmônicas superiores nas conhecida como “reatância transitória de eixo direto
correntes de rotor e estator por reflexões sucessivas X’d”.
através do entreferro. Também são introduzidas Em relação à X’q são válidas as mesmas
harmônicas pela componente alternada da corrente de considerações feita para o período subtransitório.
estator sob condições assimétricas. O resultado é que para
um curto-circuito assimétrico nos terminais da máquina, a
forma de onda pode ser decididamente diferente daquelas 2.3 - Período ou regime permanente
dadas nas figuras 1 e 3.
Quando os curto-circuitos ocorrem em pontos Analisado em itens anteriores.
afastados dos terminais da máquina, as harmônicas
podem ser fortemente diminuídas pela reatância 2.4 - Constantes de tempo
interposta [1].
A NBR 5117 da ABNT especifica que o valor da A constante de tempo é definida como o tempo
corrente de curto-circuito trifásico de pico (no regime gasto para que a corrente atinja 36,8% de seu valor
subtransitório) não deve exceder 21 vezes o valor eficaz original.
da corrente nominal, sob tensão nominal. Nos geradores síncronos existem várias
constantes de tempo, ou seja:
gira em sentido oposto ao do rotor; este provoca uma três fases e fechando pelo neutro. O seu conhecimento é
tensão auto-induzida e, em conseqüência, pode-se importante no estudo de desequilíbrios, inclusive na
considerar a existência de uma reatância, a qual se determinação de correntes de curtos-circuitos
denominou de “reatância de seqüência negativa (X2)”. assimétricos com contato à terra.
Observe-se que, como o fluxo de seqüência negativa
corta o rotor com o dobro da freqüência, a reatância X2 é,
na realidade, subtransitória e pode ser definida como a 4.0 - IMPORTÂNCIA DAS REATÂNCIAS
média da soma de Xq” e Xd”. O seu conhecimento é um
fator importante no estudo de desequilíbrios, inclusive na A tabela 1 apresenta de forma resumida a
determinação de correntes de curtos-circuitos importância da determinação das principais reatâncias
assimétricos. citadas.
Por outro lado, se em uma unidade com neutro
aterrado é submetido a um desequilíbrio tal como uma
falta à terra, surgirá um fluxo pulsante, não rotativo, na
fase alternada. De qualquer forma, haverá uma tensão REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
auto-induzida caracterizando uma “reatância de
seqüência zero (Xo)”.
Observe-se que esta seria a reatância encontrada [1] Fitzgerald, A.; Kingsley Jr., C.; Kusko, A.. “Máquinas
por um valor de corrente igual e em fase circulando pelas Elétricas” - Editora Mc.Graw-Hill do Brasil.
Tempo de existência
Reatância Símbolo Importância
(aproximado)
Determina a máxima corrente de curto-
Subtransitória Xd” 0 a 5 ciclos
circuito instantânea.
Determina a corrente no instante em que a
Transitória Xd’ proteção deve atuar no caso de um curto- 6 ciclos a 5 segundos
circuito.
Síncrona Xd Determina a corrente em regime permanente. Contínua após 5 segundos
________________________________________________________________________________
Capítulo 10: Curto-Circuito e Reatâncias- 75
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Provérbio Chinês
RESUMO onde:
Este texto analisa o carregamento dos geradores PH - potência perdida por histerese [W];
síncronos que é limitado pelo aquecimento. As perdas, a KH - coeficiente de Steinmetz, o qual
potência e rendimentos da máquina nas várias situações depende do material utilizado;
possíveis são estudadas. Além disto, são fornecidos f - freqüência [Hz];
procedimentos para a utilização da curva de capabilidade B - indução magnética máxima (antes da
visando uma maior eficiência operacional. saturação da chapa);
η - expoente de Steinmetz, depende do material e
1.0 - PERDAS variável entre 1,6 e 2,0;
G - peso do material magnético do núcleo
A conversão de energia mecânica em energia [Kg].
elétrica nos geradores, assim como em todos os processos
semelhantes, é acompanhado das inevitáveis perdas na 1.1.2 - Perdas por correntes parasitas ou de Foucault
forma de energia térmica, o que, em conseqüência, resulta
em aquecimento de suas partes componentes. Nas O material que forma o circuito magnético da
máquinas síncronas, as perdas podem ser classificadas máquina é condutor elétrico, embora sua condutividade
em: seja pequena quando comparada com a do cobre o
alumínio.
a) Perdas no ferro devido a fluxos parasitas e Sabe-se que, pela lei de Faraday, o fluxo
principal; magnético variável no tempo ao atravessar um circuito
b) Perdas por efeito Joule nos enrolamentos da induzirá tensões em seus terminais; estas, por sua vez,
armadura; originarão circulação de corrente se o circuito estiver
fechado. Considerando o circuito magnético como
c) Perdas no circuito de excitação;
elétrico atravessado pelo fluxo principal, surgem as
d) Perdas por atrito e ventilação; e chamadas “correntes parasitas ou de Foucault”. Estas
e) Perdas adicionais devido a circulação de percorrem os caminhos mais variados, cobrindo em sua
corrente pelos enrolamentos da armadura. trajetória toda a peça do material magnético. Como este
possui uma resistência elétrica, há energia dissipada sob a
1.1 - Perdas no ferro devido a fluxos parasitas e forma de calor.
principal
Evidentemente, a energia dissipada é uma
Basicamente, as perdas no ferro são compostos parcela da energia fornecida no eixo. A carga alimentada
pelas de histerese, Foucault e adicionais devido a fluxos pelo gerador não a utiliza e aquece os enrolamentos,
parasitas. alterando os valores de suas resistências ôhmicas e as
perdas no cobre.
1.1.1 - Perdas por histerese
A maneira utilizada para minimizar os efeitos
O fenômeno da histerese magnética não será das correntes parasitas é diminuir a sua trajetória,
analisado neste texto, entretanto, a expressão (1) fornece empregando a laminação do aço silício em finas camadas.
as perdas em função das grandezas que a influenciam, A figura 1 mostra as correntes de Foucault em bloco
válida para indução com valores superiores a 10000 maciço, a figura 2 em chapas laminadas e a figura 3 a
Gauss. disposição do fluxo em relação às chapas. Observe-se que
as chapas são isoladas entre si com certos esmaltes ou,
PH = KH . f . Bη . G . 10-10 (1) raramente, pela própria oxidação.
_______________________________________________________________________________________________
Capítulo 11: Perdas, Rendimento e Aquecimento - 76
MÁQUINAS SÍNCRONAS
onde:
Percentagem de PHF KH KF
Silício (W/kg)
Baixa 3,0 4,7 10,4
Média 2,3 3,8 6,4
Alta 1,7 2,05 4,4
B > 10000 [G] e f = 50 [Hz]
Figura 3 - Fluxo magnético em relação às chapas. As perdas calculadas por (3) são, na realidade,
inferiores às reais, devido ao fato de se assumir a
Após a laminação, as correntes parasitas ficam densidade de fluxo como senoidal, o que não ocorre. O
confiadas às chapas reduzindo-se as perdas. Este fato acréscimo de perdas decorrente deste fato, pode ser da
torna-se claro através a expressão (2). ordem de 40% a 60% para máquinas de pólos salientes,
30 a 40% para máquinas de rotor cilíndrico com quatro
PF = KF . G . f2 . B2 . x2 . 10-12 (2) pólos e 15 a 25% para as com dois pólos.
_______________________________________________________________________________________________
Capítulo 11: Perdas, Rendimento e Aquecimento - 77
MÁQUINAS SÍNCRONAS
Para o caso de máquina com alto grau de Por outro lado, supondo as três correntes como
saturação, uma pequena parte do fluxo principal equilibradas, tem-se:
atravessará as partes estruturais do estator, resultando em
perdas adicionais. Estas serão reduzidas com a utilização IA = IB = IC = IN (7)
de materiais não magnéticos.
O “ripple” de fluxo, provoca uma indução de onde:
corrente nos enrolamentos amortecedores, sendo que os
seus níveis diferem dos do estator, nesta situação, as I
perdas tornam-se consideráveis. A prática mostra que fc = (8)
uma diferença de 15 a 25% entre os passos, reduz tais IN
perdas a valores baixos, tornando-se desprezáveis se
ambos forem iguais; esta é uma solução interessante para Assim:
geradores de pólos salientes, mas não para motores
síncronos, pois haverá a produção de torques com PJ = Kθ . f c2 . PJN (9)
tendências a travamento do rotor.
onde:
Classe de Isolamento π . D .n
Método de (Temperatura em OC) V = (20)
A E B F H
60
Medição
Termométrico 50 65 70 85 105
sendo:
Variação da
Resistência 60 75 80 100 125 V - velocidade periférica do rotor [m/s];
n - rotação [rpm].
Tabela 2 - Elevação de temperatura para as diversas
classes, conforme NBR 5117/84. Por outro lado, pode-se adotar que, para
máquinas bem ventiladas:
Os valores da tabela são válidos para o
enrolamento da armadura e de campo.
1 + 0,1 V
h = (21)
3.2 - Elevação de temperatura em máquinas 360
síncronas
e, para as mal ventiladas:
No caso de máquinas síncronas projetadas para
operação contínua, a temperatura que a máquina alcança 1 + 0,1 V
em regime permanente (isto é, quando o calor produzido h = (22)
pelas perdas é transferido para o meio refrigeração) é um 540
fator de grande importância em termos práticos. Pode-se
mostrar que o seu valor é dado por:
então, a temperatura dos enrolamentos do estator será:
θ max =
∑P e
(18)
S.h
θmax = (360 ou 540) .
∑P e
(23)
onde: S . (1 + 0,1 V )
θmáx - temperatura máxima atingida com as perdas; No rotor, a superfície de dissipação é apenas a
S - superfície de dissipação [m2]; lateral da bobina de campo. Os valores de h para
h - coeficiente de transferência de calor [W/m2 OC]. máquinas de pólos salientes são para:
_______________________________________________________________________________________________
Capítulo 11: Perdas, Rendimento e Aquecimento - 82