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Cálculo de Harmônicos em Sistemas de Potência

 O principal objetivo de um estudo envolvendo harmônicos presentes em um


sistema de potencia é a determinação das tensões, e das distorções
harmônicas(corrente e tensão) em pontos específicos do sistema.
 Com base nestas informações é que pode-se concluir se o sistema é ou não de boa
qualidade no que diz respeito à poluição harmônica, ou seja, se opera dentro das
normas recomendadas para este tipo de distúrbio.
 Caso as distorções harmônicas de tensão e/ou corrente não estejam de acordo com
as normas, é necessário o desenvolvimento de ações que visam “mitigar” o
conteúdo harmônico indesejável, que na maioria dos casos, consiste no projeto de
“Filtros de Harmônicos”.
Cálculo de Harmônicos em Sistemas de Potência

 Exemplo de Sistema Elétrico para Análise de Harmônicos

Fonte Geradora
de Harmônicos
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   geral, para determinação das variáveis de interesse em análise de harmônicos, é necessário a
Em
determinação da MATRIZ ADMITÂNCIA NODAL (YN ) sendo as tensões harmônicas
calculadas a partir do conhecimento das correntes harmônicas injetadas nas barras (medições ou
cálculos aproximados).
 As equações que caracterizam o comportamento da rede elétrica podem ser expressas na forma
matricial para cada frequência harmônica(ou “ordem” harmônica h) de interesse, da seguinte
forma:
 I h   Yh  * Vh  Onde :
[Ih] = Vetor de injeção de correntes harmônicas de ordem
Vh   Yh  1 *  I h  “h” nas barras que contem carga não linear.
Vh    Z h  *  I h  [Vh] = vetor que fornece as tensões harmônicas de ordem
“h” nas barras

[Zh] = Matriz Impedância de Barra de ordem harmônica


“h”
 h= ; h = 2,3,4,5.........,50
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Supondo que nas barras 2 e 3 existem cargas


 Seja o pequeno sistema abaixo:
harmônicas que produzem correntes de 3ª
harmônica(h=3) apenas, a equação matricial
2 para este sistema será:
1

3
V13   Z11
3 3
Z12 3
Z13  0
 3  3 3 
V2    Z 21
3
Z 22 Z 23  *  I
 2
3

V33   Z 31 3 
  3

3 3 3
   Z 32 Z 33 I 

Onde [Z] é a matriz IMPEDANCIA


HARMONICA de ordem (h) obtida com a
inversão da MATRIZ ADMITÂNCIA
HARMÔNICA de ordem (h)
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 Para resolver o sistema matricial apresentado, é necessário conhecer os


seguintes dados da rede elétrica:

 Impedâncias de sequência positiva das linhas ou alimentadores;


 Impedância dos transformadores;
 Potencia de capacitores, se existirem;
 Dados das cargas lineares (tipo, kW, kVA, cos Ɵ, Vn )
 O espectro harmônico das cargas não-lineares (medições ou através de cálculos
aproximados)
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 É necessário conhecer também o modelo de cada componente do sistema para que seja obtidos as
impedâncias em cada frequência de interesse e assim, calcular adequadamente os elementos da matriz
admitância em cada frequência.

 Representação das Cargas Não-Lineares (Cargas geradoras de Harmonicos)

Representadas por fontes de corrente,


na qual se conhece a amplitude das
correntes harmônicas de ordem (h)
que as mesmas injetam no ponto de
instalação.
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  É uma prática comum usar as seguinte relação para se ter uma boa aproximação para
o módulo da corrente de uma dada ordem harmônica “h”, no caso de não termos
informação das correntes harmônicas medidas.

Ih =

 onde I1 é a corrente fundamental absorvida pela carga geradora de harmônico.


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 Representação de linhas / alimentadores:

A reatância indutiva deve ser calculada


para cada ordem harmônica (h):

Z (h)
 R  jh * X (1)
L

Reatância indutiva na
frequência fundamental
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 Representação de Transformadores:

X t
(h)
 jh * X t
(1)
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 Representação de Capacitores:

(1)
X
X (h)
C  j C
h
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 Representação de Cargas Lineares:

 Em geral, é feita a representação agregada das cargas de comportamento semelhante.


 Cargas lineares passivas são estimadas em termos da potência ativa e reativa consumida. Portanto,
o modelo utilizado para estudo de frequências harmônicas é através de uma impedância definida
por uma resistência (R) em paralelo com uma indutância (L), os quais podem ser obtidos a partir
das potencias ativa e reativa absorvidas.

2 2
V V
R L  ( h )
P Q
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 Representação de Cargas Lineares

 Outra forma de representação das cargas lineares passivas considera uma resistência em série
com uma reatância, sendo a impedância calculada por:

Z c arg a  Rc arg a * h  jX c arg a * h


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 Representação do Sistema de Alimentação / Concessionária
Para representar o sistema da concessionária, é preciso
conhecer a potencia de curto-circuito (Scc ) no
barramento de entrega, que pode ser dada em kVA ou
MVA. Em função deste valor calcula-se a impedância
que representará a concessionária, pela seguinte
equação:

Vn2 1
S CC  S CC ( pu ) 
X s(1) X s(1)

X (h)
s  jh * X (1)
s
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 Representação de Filtros Passivos Sintonizados

1
X C , filtro
Z (h)
filtro  R  j (h * X 1
L , filtro  )
h
Exemplos : Análise de Harmônicos
 Considere o seguinte sistema :
O objetivo deste exemplo é analisar o efeito no nível
de curto-circuito da barra da concessionária (1) e
também da potência do banco de capacitor na
1 frequência de ressonância do sistema .
2

Adotar Base : 100 MVA e 110/20 kV

 Considerando inicialmente a Scc = 4000 MVA


 temos : Scc(1) = 4000/100 = 40 p.u

 então Zs = (1/40) /_tan-17 = 0.00345+j0.02475 p.u


Exemplos : Análise de Harmônicos
 A impedância do transformador na base adotada será:

 Zt = (0.003 + j 0.13997) * (100/31.5) = 0.009524 + j0.444349 pu

 Tendo em vista que o capacitor está instalado na barra 2, calcularemos a impedância de Thevenin
vista desta barra:

 Zth_2 = Zs + Zt = 0.01306 + j0.4691 pu = 0.46928 /_ 88.405º p.u

 Como queremos analisar a frequência de ressonância entre o capacitor (instalado na barra 2) e o


sistema visto dessa barra, iremos determinar a potência de curto-circuito visto da barra 2.

 Scc(2) = (1/0.46928) = 2.131 p.u


Exemplos : Análise de Harmônicos
 Ressonância / Obtenção da “ordem” do harmônico (h) que provoca
ressonância paralela entre capacitor e a rede elétrica.

jXL
jXS
-jXC
jXt

 Para que haja ressonância é necessário que :

Xeq(th)(h) = Xc(h)

h*Xeq(th)(1) = Xc(1)/h 
Exemplos : Análise de Harmônicos
Escrevendo
   as reatâncias em termos de potências:

 = V2 / Xc1 , onde V é a tensão nominal na barra do capacitor


 Xc(1) = V2/Qcap
 Scc = V2 /Xeq(th)(1)
 Xeq(th)(1) = V2 / Scc

 
Exemplos : Análise de Harmônicos

  
Logo, utilizando a seguinte equação :

 Temos : Qcap (pu) = 3.8 / 100 = 0.038 p.u


 Scc(2) = 2.131 p.u

 Obtém-se : h = 7.488 (aproximamos para n = 7)


Exemplos : Análise de Harmônicos
 Seguindo a mesma metodologia apresentada antes, calculamos a ordem ou frequência
harmônica para diferentes potencias do capacitor na barra 2 e potências de curto-circuito do
sistema supridor. Os resultados são mostrados nas tabelas abaixo:

Qc (MVAr) - Scc = 4000 MVA

8.5 3.8 2.5 1.75 0.59

h 5 7.488 9.23 11 19
Exemplos : Análise de Harmônicos
Qc (MVAr) - Scc = 1500 MVA

8.5 3.8 2.5 1.75 0.59

n 4.8 7.179 8.851 10.579 18.219

 Como se observa pelos resultados nas tabelas, um aumento na potencia do banco de capacitores
proporciona ressonância em menor frequência. Enquanto que para uma maior potencia de
curto-circuito do sistema supridor, a frequência de ressonância tende a se elevar.
Exemplos : Análise de Harmônicos
 Exemplo : Método Matricial para cálculo de Harmônicos

CSE

B1 Scc = 50 MVA

Sn = 500 kVA Sn = 500 kVA


13.2 kV/380 V 13.2 kV/380 V
z = 5% z = 5%
B2 B3

150 kVA 200 kVA


I5 = 30%I1 I5 = 20%I1

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