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1 INTRODUÇÃO
Os relés diferenciais são a mais importante forma de proteção de transformadores de potência,
e podem estar submetidos a diferentes fatores que propiciam uma operação indesejada do
disjuntor, ou seja:
correntes de magnetização transitória do transformador;
defasamentos angulares;
diferenças de corrente em função dos erros introduzidos pelos transformadores de
corrente;
I cc
TC P T CS
69KV
13,8KV
Y
F
Y
Ip Is
Ip BR BR
Is
A B
Ip Is
BO
I = 0
Relé diferencial
Fig. 10.46 – Relé diferencial na condição de nãooperação
I cc
I cc TCP TCS
Y F
I1 I2
I1 BR BR I2
A B
I1 I2
I = Is - I p
BO
Fig. 10.47 – Relé diferencial na condição de operação
Os esquemas de proteção dos transformadores variam de equipamento para equipamento,
conforme o número de enrolamentos, disposição no sistema e esquema de proteção utilizado.
Os relés utilizados para representar o esquema de operação da proteção do transformador são:
• 1) Proteção Própria do Transformador:
– 63 T – relé Buchholz do autotransformador;
– 63 VS – válvula de segurança;
– 63 C – relé de pressão do comutador sob carga.
• 2) Proteções instaladas em painel na casa de controle:
– 86 – relé de bloqueio;
– 94 – relé de desligamento;
– 87 – relé diferencial;
– 51 D – relé de sobrecorrente de fase, temporizado, do lado D;
– 51 P – relé de sobrecorrente de fase, temporizado, do lado P;
– 51 N relé de sobrecorrente de neutro, temporizado;
– alimentação CC da proteção.
1.1 – Relés diferenciais de indução
a) É importante notar que as correntes de uma mesma fase que circulam no relé diferencial
não devem possuir diferenças angulares.
b) Os transformadores de corrente não devem apresentar erro superior a 20% até uma corrente
correspondente a oito vezes a corrente do tape a que o relé está ligado, a fim de evitar uma
atuação intempestiva do disjuntor.
c) A ligação do transformador de corrente deve ser executada de forma que, para o regime de
operação normal, não circule nenhuma corrente na bobina de operação.
impedância equivalente do sistema de alimentação do transformador;
potência do transformador;
fluxo residual;
maneira pela qual é energizado o transformador;
1.2 – Relés aplicados na proteção diferencial
1.2.1 Relés de sobrecorrente
Os relés de sobrecorrente constam normalmente de uma unidade de sobrecorrente
instantânea, além da unidade temporizada que o caracteriza. A unidade instantânea é
normalmente ajustada para um elevado valor de corrente. São de aplicação limitada por
favorecer operações intempestivas do sistema, de acordo com as seguintes causas:
corrente de magnetização do transformador durante a sua energização;
1.2.2 Relés diferenciais com restrição percentual
Esse tipo de relé é dotado de uma bobina de restrição cuja função é restringir a
operação do relé, além da bobina diferencial, conforme Fig. 10.47.
O valor da restrição imposto aos relés é estabelecido como uma percentagem da
corrente solicitada pela bobina de operação BO para vencer o conjugado resistente
ou de restrição, o que é denominado normalmente inclinação característica, cujo
valor pode variar entre 15 a 50%. A inclinação percentual aumenta quando o relé
se aproxima do limite de operação devido ao efeito cumulativo de restrição da mola
e da restrição elétrica.
1.2.3 Relés diferenciais com restrição percentual e por harmônica
Esses relés são os mais empregados nos esquemas de proteção diferencial, independentemente
da grandeza do sistema ou de sua responsabilidade. Utilizam, além da restrição percentual, as
harmônicas presentes na corrente de magnetização dos transformadores durante a sua
energização, a fim de bloquear a sua operação ou elevar o valor da corrente de acionamento,
tornandose viável o ajuste de corrente de baixo valor e tempos de retardo reduzidos, sem o
inconveniente de se ter uma operação indesejada.
Os relés diferenciais são também dotados de um determinado número de derivações para se
ajustar o balanceamento da corrente. Além disso, há outro número de derivações para o ajuste
da inclinação característica entre 15 a 50%.
O emprego desses relés é justificado pelas seguintes razões:
elimina a possibilidade de operação do disjuntor durante a energização do
transformador ou mesmo durante o seu período de funcionamento normal;
apresenta um tempo de operação cerca de cinco vezes maior do que os relés sem
restrição;
apresenta corrente de operação cerca de 2,5 vezes menor do que os relés sem
restrição.
A bobina de restrição, BR, do relé apresenta, em geral, os seguintes valores de percentagem de
harmônicos que consegue restringir, ou seja:
2ª harmônica: 24%;
3ª harmônica: 23%;
5ª harmônica: 22%;
7ª harmônica: 21%.
A restrição da 2ª harmônica inibe a atuação do disjuntor durante a energização do
transformador. Já a restrição das 3ª e 5ª harmônicas é empregada para inibir o disparo do
disjuntor durante um processo de sobreexcitação do transformador, como, por exemplo, quando
ele está submetido a uma carga de elevado efeito capacitivo.
Quando houver uma diferença de 10 a 15% entre as correntes dos secundários dos
transformadores de correntes instalados em ambos os lados do transformador de força em
condições normais de operação, devese empregar transformadores de corrente auxiliares. É
aconselhável aterrar os secundários comuns dos transformadores de corrente em um só ponto
para evitar falsa operação do relé diferencial.
A corrente de acionamento do relé diferencial é diretamente proporcional ao tape escolhido.
Quando o circuito de restrição estiver desenergizado, a corrente de acionamento ocorre, em
média, a 40% do valor da corrente do tape utilizado, observando que, em geral, a unidade
instantânea quando existir não oferece nenhuma restrição à sua operação.
TCp
D I S J U N T O R - 52 - H
Transformador
BR
Relé diferencial
BO
D I S J U N T O R - 52 - L
TCs
A B C
TC p
TC auxiliar
D I S J U N T O R - 52 - H
TRANSFORMADOR
Relé
diferencial
BO
D I S J U N T O R - 52 - L
TCs
TC auxiliar
Fig. 10.48 – Esquema trifilar Fig. 10.49– Ligação diferencial com TC auxiliar
F F F
87.1
87.2
URH 87.3 86.2 86.3
AUX
52 - H 52 - L
86.1
B.86 52 - H 52 - L
10
9
Declividade
8
Corrente de Operação
7 40%
(Múltiplos da Nominal)
6
30%
5
4
20%
3
2
1
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20
Corrente de Restrição I r (Múltiplos da Nominal)
Fig. 10.50 – Ligação de um relé diferencial Fig. 10.51 – Curva de um relé
diferencial
Os relés diferenciais eletromecânicos são fabricados em unidades monofásicas, enquanto os
mesmos relés na versão eletrônica são normalmente comercializados em unidades contendo a
proteção das três fases.
Em geral, são disponíveis três tapes de inclinação percentual da corrente de restrição, ou seja:
20, 30 e 40%, conforme se observa na Fig. 10.51. Tanto a corrente de restrição como a corrente
diferencial nesse gráfico são dadas em função do múltiplo da corrente do circuito.
Para se determinar a percentagem da corrente de restrição de acordo com o gráfico da Fig.
10.51, devese proceder da seguinte forma:
Determinar o valor médio da corrente que circula pela bobina de restrição, ou seja:
Is I p
Im
2
I p corrente que entra no relé pelo terminal ligado ao TC instalado no lado de alta
tensão;
I s corrente que entra no relé pelo terminal ligado ao TC instalado no lado de baixa
tensão;
Determinar o valor da corrente diferencial, isto é, a corrente que circula na bobina
de operação do relé:
I d I s I p
Determinar o ajuste da declividade percentual do relé:
I d
Ad 100
Im
Para facilitar a escolha das derivações do relé diferencial podese calcular a matriz da Tab.
10.12, que corresponde à relação entre os valores nominais das correntes dos tapes disponíveis.
As Figs. 10.53, 10.54 e 10.55 demonstram os esquemas trifilares de proteção diferencial para
diferentes tipos de conexão de transformadores de potência.
Tab. 10.11 – Cargas dos relés diferenciais – GE
Tapes Acionamento Circuito de operação Circuito de restrição
mínimo sem Cargas Impedância Cargas Impedância
restrição VA VA
2,9 0,87 3,2 0,128 1,3 0,052
3,2 0,96 2,7 0,108 1,2 0,048
3,5 1,05 2,4 0,096 1,1 0,044
3,8 1,14 2,0 0,080 1,0 0,040
4,2 1,26 1,9 0,076 0,9 0,036
4,6 1,38 1,6 0,064 0,8 0,032
5,0 1,50 1,5 0,060 0,7 0,028
8,7 2,61 0,7 0,028 0,5 0,020
TC
Transformador
RD
TC TC
Carga Carga
Fig. 10.52 – Transformadores com 3 enrolamentos
Tab. 10.12 – Matriz de relação das derivações
Transformador
TCP TCS
Ih Ie
Ip Is
BR BR
BO
BR BR
BO
Relé diferencial
BR BR
Ip BO Is
Relé diferencial
Fig. 10.53 – Esquema diferencial: conexão triânguloestrela
Ie
TCP Transformador TCS
Ih
Ip Is
Transformador
de aterramento
BR BR
BO
BR BR
BO
BR BR
BO Is
Relé diferencial
EXEMPLO DE APLICAÇÃO (1)
Determinar os parâmetros principais dos transformadores de corrente e os ajustes necessários
do relé de corrente diferencial para a proteção de um transformador de potência de 20/26 MVA,
na tensão de 69/13,8 kV, ligado em triângulo no primário e estrela no secundário. As Figs.
10.46 e 10.47 ilustram o diagrama de ligação e as condições em que ocorrem os defeitos. A
corrente de curtocircuito monopolar próxima às buchas secundárias é de 2.100A.
a) Corrente nominal primária do transformador em condição de ventilação máxima
26.000
I np 217,5 A
3 69
b) Corrente nominal secundária do transformador em condição de ventilação máxima
26.000
I ns 1.087,7 A
3 13,8
c) Relações nominais dos TCs (RTC)
TC do lado primário (ligação Y)
I tcp I np 217,5 A
RTC = 250 5A = 50
TC do lado secundário (ligação )
I tcs 3 I ns 3 1.087,7 1.883,9 A
RTC: 2.000 5 = 400
d) Corrente nos terminais secundários dos TCs
TC do lado primário
I tpc 217,5
Ip 4,35 A
RTC 50
TC do lado secundário
I tcs 1.883,9
Is 4,70 A
RTC 400
e) Erro percentual na relação
Is I p 4,70 4,35
I 100 100 8,0%
Ip 4,35
f) Relação I s / I p
Is 4,70
1,080
I p 4,35
Para se calcular o tape do relé mais adequado, basta entrar na matriz da Tab. 10.12,
escolhendose a relação mais próxima do valor anteriormente calculado. Dessa forma, o valor
da Tab. é 1,086, que corresponde a ligar o terminal B do relé na derivação 3,8, e o terminal A
na derivação 3,5.
g) Erro percentual da ligação
I b 3,8
1,085
I a 3,5
1,085 1,080
I 100 0,46%
1,080
h) Ajuste da declividade percentual
O valor médio da corrente que circula pela bobina de retenção vale:
4,70 4,35
Im 4,52
2
O valor da corrente diferencial é:
I d 4,70 4,35 0,35 A (corrente que circula na bobina de operação, BO)
O ajuste da declividade percentual do relé deve ser de:
I 0,35
Ad d 100 100 7,7%
Im 4,52
O ajuste nominal deve ser feito em 20% no caso de se utilizar um relé cuja característica é
dada na Fig. 10.51. Tratandose de um defeito faseterra no enrolamento secundário do
transformador, dentro da zona protegida, com uma corrente de intensidade igual a 2.100 A
podese constatar a operação do relé, ou seja:
A corrente de defeito refletida para o lado primário vale:
2.100 13.800 / 69.000
I cp 242,4 A
3
I cp 242,4
Ip
RTC 50
I p 4,84 A (veja esquema da Fig. 10.47)
Is 0
I p Is 4,84
Im 2,42 A (corrente na bobina de retenção)
2 2
I d 4,84
100 200% 20% (o relé opera)
I m 2,42
Considerando agora que o ponto de defeito para a terra fosse no circuito secundário, fora de
zona protegida, conforme Fig. 10.46, terseia:
2.100 2.100
Is 5,25 A
RTCs 400
242,4 242,4
Ip 4,84 A
RTCp 50
5,25 4,84
Im 5,0 A (corrente na bobina de retenção)
2
I d 0,41
100 8,2% 20% (o relé não opera)
Im 5,0
EXEMPLO DE APLICAÇÃO (2)
É dado um transformador trifásico, de dois enrolamentos, com comutador de tapes colocado do
lado de menor tensão. São conhecidos:
Potência, 20MVA; tensão, 150/4260 kV; grupo de conexão, Yd5; relação dos TC, 80/5 A e
250/5A. Classe de exatidão dos TC, ABNT B2,5 F20 C100.
Pedese: traçar os esquemas trifilar e vetoriais para um relé tipo DMS, da Brown Boveri.
SOLUÇÃO
O relé DMS é do tipo diferencial percentual compensado contra a corrente de magnetizaçao,
capaz de proteger contra curtocircuitos em geral, inclusive entre espiras. Opeia entre 2050
ms.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO (3)
Fig. 10.51 – esquema trifilar da proteção diferencial
protegido por um relé diferencial percentual tipo HU, da Westinghouse. Do tr
ansformador conhecese:
Lado estrela (Lbaixa) Lado triângulo (Halta)
Do relé conhecese
tapes (TH = TL):'2,9;3A3,5;3,8;4(2;4,6;5,0 e 8 ,7A,
erro de ajuste (mismatch), 15%, sensibilidade, 30%.
Pedese escolher os ajustes do relé.
SOLUÇÃO
a) Escolha dos TC
As correntes nominais primárias do transformador são.
Logo, as RTC escolhidas serão.
, .
Escolha dos tapes do relé,
As correntes nos secundários dos TC são:
As correntes nos relés serão:
Então, fixandose o tape TL = 8,7 A, resulta para TH.
Cálculo do erro de ajuste (mismatch)
Segundo o catálogo do relé, tal erro deve ser inferior a 15%, e é calculado pela fórmula
seguinte:
Onde Sé o menor dos dois termos do numerador. Logo,
Os relés diferenciais protegem os geradores elétricos contra as seguintes anormalidades no
sistema:
defeitos internos nos geradores, com exceção para defeitos entre espiras;
defeitos nos condutores primários, dentro da zona de proteção;
defeitos monopolares em praticamente qualquer ponto do enrolamento do estator.
Os relés diferenciais não garantem a proteção do gerador para as seguintes anormalidades do
sistema:
defeitos entre as espiras dos enrolamentos;
rompimento dos enrolamentos do estator originando circuitos abertos;
defeitos externos à zona de proteção;
defeitos monopolares entre os enrolamentos e a carcaça, no caso de o sistema não
ser aterrado.
O relé diferencial deve efetuar o disparo do disjuntor principal e do disjuntor de campo do
gerador. Adicionalmente o relé diferencial pode atuar sobre o regulador de velocidade da
turbina e ainda efetuar a operação de alarme sonoro ou visual.
A aplicação de relés diferenciais é mais eficiente no caso de geradores com neutro solidamente
aterrado, pois fica garantida a abertura do disjuntor principal para defeitos monopolares. Se o
gerador opera isolado, o relé diferencial somente será eficiente para defeitos tripolares ou
bipolares com terra.
Recomendase a aplicação de proteção diferencial em geradores com os seguintes requisitos:
geradores com capacidade nominal igual ou superior a 1.000 kVA, independente
da tensão nominal;
geradores com tensão igual ou superior a 2.200 V e capacidade nominal superior a
500 kVA.
1.4 – Relés diferenciais digitais
As principais funções de proteção dos relés diferenciais digitais são:
proteção contra curtocircuito para transformadores de dois e três enrolamentos;
proteção contra curtocircuito para motores e geradores;
proteção de sobrecarga com característica térmica;
proteção de sobrecorrente de retaguarda de tempo definido e/ou tempo inverso;
entradas binárias parametrizáveis, relés de alarme e disparo, além sinalização
através de LEDs;
medição de corrente operacional;
relógio de tempo real e indicadores de falha e de operação;
registro de falha.
Todos os parâmetros de ajuste podem ser introduzidos através do painel frontal com display
integrado ou via computador pessoal sob o controle do usuário. Os parâmetros são
armazenados em memória não volátil, evitando que sejam deletados durante a ausência da
tensão de alimentação.
O automonitoramento de falha do relé é realizado continuamente sobre o hardware e o
software, indicando quaisquer irregularidades dectadas.
Os relés diferenciais digitais podem ser comercializados em unidades monofásicas ou
trifásicas. A Fig. 10.62 mostra um relé digital trifásico da ABB.
Unidades de fases A, B e C
Fig. 10.62 – Relé diferencial ABB
Na proteção de transformadores, motores e geradores, os relés diferenciais digitais apresentam
as seguintes particularidades:
Tem poemsegundos
Tempo emsegundos 1.000
1.000
100
100
10
10
Índices
1
0,9
0,8
0,7
Índices
1
0,6
0,5 1
0,4
1
0,3
0,9
0,8
0,2 0,7
0,6
0,5
0,4
0,1 0,3
0,2
0,1
0,05
0,1
0,1
0,05
0,01 0,01
0,1 0,1
Vezes a corrente ajustada Vezesacorrenteajustada
Fig. 10.63 – Característica inversa Fig. 10.64 – Característica muito inversa
restrição adicional para um defeito externo à zona de proteção com saturação do
transformador de corrente (detector de saturação de TC).
Em geral, os relés diferenciais digitais apresentam réplica térmica, avaliando a maior corrente
de fase e comparandoa com o valor ajustado no relé. O tempo de disparo durante uma
condição de sobrecarga deve considerar a carga anterior à sobrecarga, podendose selecionar
um alarme antes de atingir a condição de disparo. A curva da Fig. 10.65 é um exemplo de
curva de atuação de réplica térmica para relés diferenciais digitais da Ziv.
Fig. 10.65 – Curvas de característica de tempo da unidade térmica
A seguir serão declarados os principais dados para ajuste dos relés Ziv.
a) Entrada de corrente
valor nominal: 5 ou 1 A;
capacidade térmica: 4 I n (em regime permanente)
limite dinâmico: 240 I n ;
carga do circuito de corrente: < 0,2 VA para I n 5A e < 0,05 VA para I n 1 A .
b) Ajuste da proteção
Unidade diferencial
habilitação: sim ou não
sensibilidade diferencial: 0,5 a 1 A, em passos de 0,01 A;
declividade: 15 a 50%, em passos de 1%;
restrição do 20 harmônico: 0,10 a 0,50, em passos de 0,01;
restrição do 50 harmônico: 0,10 a 0,50, em passos de 0,01;
temporização: 0 a 300 s, em passos de 0,01 s.
Unidade instantânea
habilitação: sim ou não;
partida da unidade: (1 a 10) tape, em passos de 0,01;
temporização: 0 a 300 s, em passos de 0,01 s.
Unidade térmica
habilitação: sim ou não;
constante de tempo (com ventilação): 0,5 a 300 min, em passos de 0,01 min;
constante de tempo (sem ventilação): 0,5 a 300 min, em passos de 0,01 min;
nível de alarme: 50 a 100%, em passos de 1%;
memória térmica: sim ou não.
Unidade de tempo de neutro sensível
habilitação: sim ou não.
curvas características: tempo fixo e inversa;
índice de tempo de curva: 0,01 a 1, em passos de 0,01;
controle de partida: sim ou não;
Unidade instantânea de neutro sensível
habilitação: sim ou não;
temporização: 0 a 100 s, em passos de 0,01 s;
controle de partida: sim ou não.
EXEMPLO DE APLICAÇÃO (4)
Determinar os ajustes de um relé de proteção diferencial digital instalado no transformador de
20 MVA, tensões nominais de 69/13,8 kV, de acordo com a Fig. 10.66. O transformador não tem
sistema de ventilação forçada e é dotado dos seguintes tapes: 67,2 kV – 69 kV – 72,5 kV. O
lado de alta tensão (69 kV) está ligado em estrela e o lado de média tensão (13,80 kV) está
ligado triângulo. Utilizar um relé digital de fabricação Ziv de 5A de corrente nominal. Serão
utilizados transformadores de corrente 10A200.
Sistema
CS
52
CS
TCp
Y
20 MVA 87 86
69/13,8 KV
TCs
CS
52
CS
Cargas
Fig. 10.66 – Diagrama unifilar simplificado
a) Corrente de nominal
20 MVA
I up = 167,3 A
3 69kV
a) Determinação dos tapes
Lado de alta tensão
Posição do tape médio: 69kV
20 MVA
I ame =167,3 A
3 69kV
Posição do tape máximo: 72,5kV
20 MVA
I ama 159,2 A
3 72,5kV
Posição do tape mínimo: 67,2kV
20 MVA
I ami =171,8 A
3 67,2kV
Lado de média tensão
20 MVA
Ib 769,8 A
3 15kV
b) Relação de transformação
Lado de alta tensão
200 A
RTCa 40
5A
Lado de média tensão
1000 A
RTCb 200 A
5A
c) Correntes vistas pelo relé através do TC de alta tensão
Posição de tape médio
167,3 A
I arme 4,18 A
40
Posição de tape máximo
159,2 A
I arma 3,98 A
40
Posição de tape mínimo
171,8 A
I armi 4,30 A
40
d) Correntes vistas pelo relé através do TC de média tensão
769,8 A
I br 3,85 A
200
Como o secundário do transformador está conectado em triângulo a corrente vista pelo relé
vale:
3,85 A
I br 2,22 A
3
e) Ajuste do tape do relé
Lado de alta tensão (tape médio)
I atap I at 4,18 A
In 5A 5A
I atap 0,836 I n
Lado de média tensão
I atap I bt 2.22 A
In 5A 5A
I atap 0,444 I n
f) Corrente diferencial
Lado de alta tensão
Posição do tape médio: 69 kV
I ame 4,18 – 4,18 = 0A
Posição do tape máximo: 72,5 kV
I ama 4,18 – 3,98 = 0,2A
Posição do tape mínimo: 67,2 kV
I ami = 4,30 – 4,18 = 0,12A
Lado de média tensão
I b 2,41 – 2,41 = 0A
g) Erro de ajuste: é a relação entre a corrente diferencial e a corrente vista pelo relé.
Posição de tape médio
0
E ame 100 0%
4,18
Posição de tape máximo
0,2
E ame 100 5,025%
3,98
Posição de tape mínimo
0,12
Eame 100 2,8%
4,30
i) Cálculo da inclinação
Devese considerar os erros dos transformadores de correntes, a corrente a vazio e o erro de
ajuste, ou seja:
erro dos TCs: 10%
corrente a vazio: 2%
erro de ajuste: 4,7% (máximo valor)
A soma dos erros vale 16,7%. Recomendase ajustar o relé entre 20 a 25%.
j) Sensibilidade
Recomendase ajustar a sensibilidade diferencial em 30% do valor do tape do enrolamento de
referência, ou seja:
30% 4,18A = 1,25A
k) Unidade instantânea
Recomendase um ajuste de 8 vezes a corrente nominal do tape do enrolamento de referência e
um tempo de 20 ms, ou seja:
I ai 8 4,18 33,4 A I ai 35 A
l) Restrição do 20 e 50 harmônico
Recomendase um ajuste de 20%.
m) Filtro de seqüência zero
Recomendase ajustar em sim.
n) Grupo de conexão
enrolamento 1: conexão em estrela (E);
enrolamento 2: conexão em triângulo (D);
1.3.1 – Proteção diferencial de geradores síncronos
Os curtoscircuitos trifásicos e bifásicos são considerados os defeitos que mais proporcionam
danos a uma máquina, em função dos altos valores de corrente envolvidos. O fluxo magnético
residual do enrolamento de campo faz com que, mesmo após o desligamento da excitação,
circulem correntes de falta no enrolamento de armadura. É necessária, portanto, uma ação
imediata da proteção no sentido de desligar, o quanto antes seja possível, o gerador e o seu
respectivo disjuntor, minimizando, assim, os danos causados pelas correntes de curtocircuito.
As principais condições anormais de operação de um gerador são:
curtocircuito nos enrolamentos;
operação em sobrecarga;
sobreaquecimento dos enrolamentos e mancais;
perda de sincronismo.
sobrevelocidade;
operação com correntes desequilibradas;
perda de excitação;
motorização do gerador;
Disjuntor / Chaves
Relé
diferencial
G BO
~
BR
TCs TCs TCs