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Instituto Superior de Gestão e Empreendedorismo Gwaza Muthini

Licenciatura em Saúde Pública


Entomologia aplicada em Saúde
IIIo Ano, Io Semestre, Vo Grupo, Laboral

Tema: Pulverização Intradomiciliária

Discentes:
Abel João Cangorongondo
Elisa Gilberto Macaringue
Eugénia Levi Vilanculo Macave

Docente:
Mcs. Salomão Sitoe.

Marracuene, Abril de 2023


LISTA DE ABREVIATURAS/ACRONIOS.

DDT Dichlorodiphenyltrichoroetane.

DPS Direcção Provincial de Saúde.


HIV Human Immunodeficiency Virus.

IDEL Iniciativa de Desenvolvimento Espacial dos Libombos.

MISAU Ministério da Saúde.

OMS Organização Mundial da Saúde.

PIDOM Pulverização Intradomiciliária.


PNCM Programa Nacional de Controlo da Malária.
REMTIs Redes Mosquiteiras Tratadas com Insecticidas.

SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida.


ÍNDICE.

I. INTRODUÇÃO. ........................................................................................................... 4

1.1. Objectivos. ............................................................................................................. 6

1.2. Metodologia. .......................................................................................................... 6

II. REVISÃO DE LITERATURA. ................................................................................... 7

2.1. Contextualização. .................................................................................................. 7

2.2. Conceito de pulverização intradomiciliária. .......................................................... 7

2.3. Objectivos da pulverização intra-domiciliár.......................................................... 8

2.4. Importância da pulverização intradomiciliária. ..................................................... 8

III. IMPLEMENTAÇÃO DA PIDOM. ............................................................................ 8

3.1. Matérias de pulverização necessários. ................................................................... 8

3.2. Onde aplicar/Selecção da área: .............................................................................. 9

3.3. Quando aplicar/Periodicidade da pulverização. .................................................. 10

3.4. Como aplicar a pulverização intra-domiciliária. ................................................. 11

3.5. Informação, comunicação e educação. ................................................................ 11

3.6. Supervisão. .......................................................................................................... 12

3.7. Monitorização e avaliação. .................................................................................. 12

IV. DESAFIOS DA PULVERIZAÇÃO INTRADOMICILIÁRIA. .............................. 12

V. SUGESTÕES PARA MELHORAR A IMPLEMENTAÇÃO DA PIDOM. ............ 13

VII. CONCLUSÃO. ....................................................................................................... 14

VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. ................................................................. 15


I. INTRODUÇÃO.

A saúde está sempre ligada ao ambiente, pois é difícil apresentar um estado de saúde
favorável num contexto ambiental precário e desfavorável. Libinga (2011), aponta que as
condições precárias de habitação, a falta de condições e os meios para combate, a
inobservância dos princípios básicos de saneamento ambiental são a razão do aumento de
casos de malária.

Além disso, Ribeiro & Rooke (2010), referem que os estudos do Banco Mundial (1993)
estimam que o meio ambiente inadequado é responsável por maior parte da ocorrência de
doenças em países em desenvolvimento. Corroborando com a mesma afirmação, a
Organização Mundial da Saúde OMS (2009), considera que a malária é um dos grandes
problemas de saúde pública nos países em vias de desenvolvimento, e estima-se que 300
a 500 milhões de pessoas sejam infetadas a cada ano e que nos países da África estão
concentradas 90% dessas pessoas.

Apesar dos esforços cada vez crescentes desenvolvidos pelo Governo de Moçambique na
redução da morbilidade e mortalidade devido à malária no país, a doença continua a ser
uma das principais causas de morte, sendo responsável por cerca de 40% de todas as
consultas externas, 60% de admissões às enfermarias de pediatria e 30% de mortes nos
hospitais. Em Moçambique, os principais vetores da malária são endofágicos (alimentam-
se no interior das casas) e, endofílicos (repousam dentro das casas), facto que torna estes
vetores vulneráveis à pulverização intra-domiciliária com o uso de inseticidas (MISAU,
2006).

Em Moçambique, a malária é a principal causa de problemas de saúde, sendo responsável


por 40% de todas as consultas externas. Até 60% de doentes internados nas enfermarias
de pediatria são admitidos como resultado da malária severa. A malária é também a
principal causa de mortalidade nos hospitais em Moçambique, ou seja, de quase 30% de
todos os óbitos registados. A estimativa de prevalência no grupo etário de 2 a 9 anos de
idade varia de 40 a 80%, com 90% de crianças menores de 5 anos de idade infetadas por
parasitas da malária em algumas áreas (PNCM, 2007).

A malária continua a ser a doença causadora de mais mortes e responsável pelo maior
número de internamentos hospitalares na província central de Manica, tendo provocado
em 2014, 213 óbitos, de um total de 370 mil doentes que procuraram as unidades
sanitárias em busca de assistência médica (DPS-Manica).
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Tem sido frequente no bairro 7 de Setembro, a recusa por parte dos moradores, quando
chega a época de pulverização das residências deste bairro, nota-se que os moradores
deste bairro tem se recusado a ceder espaço para os agentes de pulverização intra-
domiciliária poderem proceder com as suas atividades.

Um relatório anual da Organização Mundial de Saúde (OMS) sobre a malária, divulgado


em finais de 2016, estima que em Moçambique houve uma redução de casos de malária
entre 2010 e 2015, assim como da sua letalidade graças ao uso da rede mosquiteira e a
pulverização intra-domiciliária.

Neste contexto o presente trabalho visa abordar a respeito da pulverização intra-domicial,


onde iremos abordar especificamente do conceito de pulverização intra-domicial, os
objectivos da pulverização intra-domicial, importância da pulverização intra-domicial,
implementação da pulverização intra-domicial, desafios da pulverização intra-domicial e
sugestões para melhorar a implementação das campanhas da pulverização intra-domicial.

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1.1. Objectivos.

1.1.1. Gerais.
 Fazer um estudo em torno da pulverização intradomiciliária no contexto
Moçambicano.

1.1.2. Específicos.
 Conceituar a pulverização intradomiciliária;
 Descrever como é a operacionalização da pulverização intradomiciliária;
 Ilustrar os objectivos da pulverização intradomiciliária;
 Demostrar os desafios da pulverização intradomiciliária;
 Ilustrar a importância da pulverização intradomiciliária;
 Consolidar sobre sugestões para melhorar a implementação destas campanhas.

1.2. Metodologia.
Para a materialização dos objectivos acima apresentados, optamos por uma pesquisa
bibliográfica, a qual consistiu na consulta de obras, manuais e artigos científicos que
versam sobre a pulverização intradomiciliária. O trabalho foi elaborado em grupo de três
estudantes, tendo como base a discussão é reflexão de diversas informações no que tange
a pulverização intradomiciliária.

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II. REVISÃO DE LITERATURA.

2.1. Contextualização.
Um programa abrangente de PIDOM iniciou no ciclo 2005/2006 na cidade de Quelimane
e nos distritos de Nicoadala e Namacurra, prevendo-se a sua expansão para os distritos de
Mocuba, Milange e Morrumbala no ciclo 2006/2007. Adicionalmente, graças ao
financiamento do Fundo Global para Luta contra a Tuberculose, HIV/SIDA e Malária
(Ronda 5), inicia no ano de 2008 a expansão gradual da Iniciativa de Desenvolvimento
Espacial dos Libombos (IDEL) para a província de Gaza, iniciando este ano nos distritos
de Chókwè, Guijá e Massingir e prevendo-se que venha a abranger a totalidade da
província até 2009. Espera-se que outras fontes de financiamento venham a permitir um
aumento sustentado da cobertura da PIDOM no país.

Em Moçambique, as áreas alvo têm vindo a ser principalmente os subúrbios das cidades
e algumas vilas bem como áreas economicamente estratégicas, compreendendo menos de
20% do país. Contudo, o sucesso alcançado na redução de parasitêmias médias em
crianças dos 9 à 15 anos em alguns distritos da província do Maputo, no contexto da
IDEL, impeliu o Ministério da Saúde (MISAU), a iniciar uma experiência piloto de
expansão da PIDOM para as zonas rurais na província da Zambézia, à semelhança do que
acontece nas áreas cobertas pelo IDEL.

Moçambique tem uma longa história no uso da PIDOM, como um dos métodos de
controlo vectorial. A PIDOM como estratégia, é geralmente considerada apropriada para
lugares com grande densidade populacional a habitar em construções precárias (alta
densidade, baixo rendimento) tais como, zonas sub e peri-urbanas das cidades e vilas.

2.2. Conceito de pulverização intradomiciliária.


Segundo Gillies & Coetzee (1987), pulverizar é reduzir um corpo em pequenos
fragmentos, borrifar em gotas, nesta óptica o pulverizador é todo equipamento capaz de
produzir gotas, em função de uma determinada pressão exercida sobre a calda.

A pulverização intradomiciliária (PIDOM) é a aplicação de inseticida nas paredes


internas apatir da pulverização, pois são os locais onde os mosquitos repousam antes ou
após a picada. Ou seja, pulverização intra-domiciliária refere-se à aplicação de
insecticidas às superfícies internas estáveis das habitações (Cervo & Bervian, 2002). A
real superfície a ser pulverizada pode incluir todos os lugares potenciais onde repousam
os vectores da malária e aqueles lugares que previne a entrada dos mosquitos dentro das

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casas. Um aspecto essencial da PIDOM é que deve haver suficiente contacto entre o
mosquito e o insecticda aplicado.

A PIDOM é um dos métodos mais eficazes no controlo do mosquito vector da malária e


é o método estratégico mais recomendado para situações de emergência. A PIDOM visa
eliminar o mosquito adulto e a sua aplicação contínua pode resultar na redução do nível
de transmissão da malária.

Vários estudos realizados em África sobre a eficácia do uso das REMTIs mostram que
este é um método preventivo eficaz e pode reduzir a mortalidade infantil em
aproximadamente 25%. Uma profunda análise de estudos feitos em África, provou que
as redes mosquiteiras impregnadas reduzem episódios clínicos de malária em 48% e
melhoram o estado de anemia em 0.5 g/dl em média (Lengeler, 1988).

2.3. Objectivos da pulverização intra-domiciliár.


De acordo com o PNCM (2005), a PIDOM tem como objectivo geral: (1). Contribuir para
a redução da morbilidade e mortalidade rumo aos objectivos de desenvolvimento do
milénio. Específicos: (2). Controlar a malária nas zonas rurais, urbanas e periurbanas em
Moçambique de uma forma abrangente. (3). Desenvolver a nível central, provincial e
distrital a capacidade necessária à implementação efectiva das actividades de
pulverização intradomiciliária.
2.4. Importância da pulverização intradomiciliária.
No âmbito da prevenção e controlo da Malária, uma das principais intervenções do
controlo vectorial é a pulverização intradomiciliária. Esta actividade é orientada através
do estudo de comportamento do mosquito e monitoria da resistência dos mosquitos
vectores da malária aos insecticidas usados nas acções de saúde pública.

III. IMPLEMENTAÇÃO DA PIDOM.

O PNCM é a entidade responsável pela PIDOM no nosso país, pulverização é


implementada como uma componente da gestão integrada do vector para o controle da
malária, incluindo a pulverização intra-domiciliária, as redes mosquiteiras impregnadas,
o controle larval e a gestão ambiental (MISAU, 2006).

3.1. Matérias de pulverização necessários.


(1). Uma bomba de pulverização Hudson X-Pert® de 12 ou 15 litros de capacidade, (2).
Um balde e um funil com filtro, (3). Um kit para que inclua: um alicate médio (seis

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polegadas), uma porca ajustável de oito polegadas, chaves de fenda (de marca Philips e
de ponta achatada) ou simplesmente uma chave mestra, (4). Uma fonte de água suficiente
para encher a bomba de pulverização pelo menos duas vezes, (5). Um Cilindro graduado
de 1 litro.

Os Insecticidas recomendados pela OMSPES/WHOPES para a pulverização intra-


domiciliária no controlo da malária.

Insecticida Fórmula Classe Dosagem (gr/m2) Duração do efeito


Alphacypermethrin WP/SC P 0.02-0.03 4-6 meses
Bendiocarb WP C 0.1-0.4 2-6 meses
Bifenthrin WP P 0.025-0.050 3-6 meses
Cyfluthrin WP P 0.02-0.05 3-6 meses
DDT WP OC 1-2 6-15 meses
Deltamethrin WP P 0.01-0.025 2-3 meses
Etofenprox WP P 0.1-0.3 3-6 meses
Fenitrothion WP OP 2 3-6 meses
Lambdacyhalothrin WP P 0.02-0.03 3-6 meses
Pirimiphos methyl WP/EC OP 1-2 2-3 meses
Propoxur WP C 1-2 3-6 meses
P=Peritroides; C=Carbamatos; OP=Organofosfatos; OC=Organoclorados; WP=hidro-
solúveis; EC=Emulção concentrada; SC=Suspensão concentrada.
Fonte: OMS (2002).

3.2. Onde aplicar/Selecção da área.


A pulverização intra-domiciliária deve ser aplicada de forma selectiva. A selecção das
áreas prioritárias para a pulverização deve basear-se nos locais onde a transmissão da
malária é instável ou nas áreas em que outros métodos de controle vectorial não são
fiáveis.

Todavia, experiências recentes em Moçambique, na Zâmbia e no Zimbabwe revelaram


que a pulverização intra-domiciliária pode ser eficaz nas áreas em que a transmissão da
malária é estável. A pulverização intra-domiciliária é recomendável nos locais em que o
vector da malária é endofílico e endofágico; em que o acesso ao diagnóstico precoce e ao
tratamento imediato é inadequado; em que a maioria das estruturas das casas são
permanentes relativamente bem construidas e com superficies pulverizáveis e em que
dormir ao relento não é prática comum. Os vectores da malária em Moçambique incluem

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o Anopheles gambiae s.s. e o An. funestus, os quais têm tendências endofílicas e
endofágicas, facto que os torna vulneráveis à pulverização intra-domiciliária.

O efeito potencial da PIDOM depende da tendência do vector entrar e repousar dentro


das casas. Alguns dos seguintes comportamentos podem ser eventualmente alterados
pelos insecticidas

A exofilia e a endofilia podem ser influenciadas pela disponibilidade dos insecticidas nas
paredes pulverizadas e hábitos de dormir. O comportamento endofílico pode mudar para
exofílico a seguir a pulverização da área, este é resultado da selecção a favor da exofilia
que é chamado resistência comportamental.

É possível que os vectores sejam obrigados a preferir ambientes fora das casas devido ao
efeito irritante e repelente dos insecticidas. O termo excito-repelência inclui no mínimo 3
efeitos identificados dos mosquitos na mesma população: (1) Irritabilidade, que força os
mosquitos a abandonarem as casas pulverizadas, o que não acontece nas casas não
pulverizadas. (2) Repelência, que previne que os mosquitos entrem dentro das casas com
superficies pulverizadas. (3) Efeito impeditivo, que força os mosquitos a não entrarem e
repousarem nos quartos/paredes pulverizados.

3.3. Quando aplicar/Periodicidade da pulverização.


Por forma a manter uma cobertura efectiva ao longo de todo o período da transmissão, a
pulverização de toda a área a ser protegida deve ser efectuada antes do início do período
em que a transmissão atinge o seu ponto mais alto.

Ciclo de pulverização: trata-se do número de vezes da pulverização por ano. A época e o


efeito da fórmula do insecticida é que irão determinar a frequência do ciclo da
pulverização.

O insecticida escolhido para o efeito só pode ser eficaz durante o período de tempo em
que a transmissão poderá ocorrer. As áreas que necessitam continuamente de protecção
devem ser pulverizadas regularmente. As áreas em que a trasmissão é irregular precisam
de apenas um ciclo de pulverização. Contudo, se as áreas em que a transmissão é
permanente forem selecionadas para a pulverização, poderão ser necessários dois ciclos
de pulverização com recurso ao pyrethroids e carbamates ou apenas um ciclo com recurso
ao DDT.

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3.4. Como aplicar a pulverização intra-domiciliária.
Para que se possa aplicar uma dosagem uniforme à todas as superfícies pulverizáveis,
devem ser usadas as bombas de pulverização que estão em conformidade com as
especificações da OMS. As bombas devem estar equipadas com pontas de bocais que
produzem uma taxa de descarga adequada, bem como de manómetros de pressão ou
válvulas de controle do fluxo graduado, para apenas libertar a quantidade necessária.

O uso de aparelhos de protecção e a observância de práticas de trabalho seguras são


essenciais para se evitar ou reduzir a contaminação dos operadores das bombas de
pulverização com insectidas.

Durante a pulverização, devem ser facultados aos operadores das bombas de pulverização
os materias de protecção, incluindo fato-macacos, chapéus de aba larga, luvas e sapatos
ou botas, máscaras, óculos de sol e visores. Aconselha-se aos supervisors ou líderes de
equipas a pautar por um comportamento seguro e a usar correctamente os aparelhos de
protecção. Portanto antes de se aplicar deve haver: (1) Planificação e preparação para as
actividades de pulverização, (2) Reconhecimento geográfico e (3) Elaboração do
orçamento da operação.

3.5. Informação, comunicação e educação.


Para que um programa de pulverização atinja os seus objectivos, a população-alvo tem
de ser informada sobre os benefícios da protecção contra a malária através da
pulverização intra-domiciliária.

Devem ser usados todos os possíveis canais de comunicação para informar e educar a
população sobre os seguintes aspectos: (1) Os procedimentos e os benfícios do programa;
(2) A duração da actividade e a forma de actuação do insecticida nas superficies
pulverizadas; (3) A segurança do insectida e os efeitos sobre as paredes, os tectos e o
mobiliário; (4) Que os operadores das bombas de pulverização são pessoas responsáveis
que irão manusear e proteger os bens que os membros do agregado familiar não queiram
que sejam pulverizados; (5) Participação dos membros do agregado familiar na
prerparação das suas casas para a pulverização e na observação das instruções; (6) Que o
insecticida não é perigoso à vida humana, dos cães, aves, gatos e a outros animais
domésticos, desde que as precauções referidas pelo pulverizador sejam observadas.

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Por forma a garantir a colaboração da comunidade, é ideal que sejam empregues
operadores locais para a pulverização ou que as equipas de pulverização sejam
acompanhadas por um residente local.

3.6. Supervisão.
A pulverização intra-domicliária precisa de orientação, correcção, apoio, avaliação,
estímulo e apreciação de todos os oficiais seniores interessados a níveis regional e
nacional. Estes preceitos devem ser observados de forma rotineira e consistentemente ao
longo de todo o período da implementação do programa. Para garantir a uniformidade,
precisão e realização correcta, devem ser feitas supervisões, usando os formulários e as
listas de controle aprovadas. O propósito é capacitar e não criticar.

De forma geral a supervisão tem como finalidade assegurar que a realização das
actividades se desenvolva sem precalços, a supervisão e a monitorização devem ser
levadas a cabo a todos os níveis.

3.7. Monitorização e avaliação.


No controle do vector da malária, a monitorização e a avaliação devem ser um processo
contínuo e com a finalidade de: (1) Reorientar as intervenções através da planificação e
re-planificação; (2) Melhorar as intervenções através da melhoria da eficiência,
desempenho e qualidade; (3) Determinar a eficácia e controlar custos; (4) Medir as
realizações e as necessidades em relação ao tempo; (5) Divulgar conhecimentos e
técnicas; (6) Modificar a tecnologia do programa; (7) Encontrar uma justificação técnica,
social, económica e política para o programa; (8) Estabelecer prioridades para a alocação
de recursos e implementação das actividades programática.

IV. DESAFIOS DA PULVERIZAÇÃO INTRADOMICILIÁRIA.

A PIDOM enfrenta uma vasta gama de desafios dos quais podemos destacar: (1) A
manutenção deficiente das bombas, (2) o término das actividades antes da hora, (3) fraco
desempenho dos chefes de equipa, (4) os rociadores trabalham desprotegidos por
negligência dos visados, (5) roubo de insecticida, (6) falta de pontualidade, (7) fraco
domínio das técnicas de pulverização, (8) pouco conhecimento sobre o processo de
transmissão da malária pelos rociadores, (9) alguns equipamentos de protecção sem
qualidade desejada, (10) pouca colaboração de algumas estruturas locais sendo que
algumas recusas alegando que os insecticidas atraem outros insectos, (11) ausência do

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cônjuge, (12) provoca alergia, (13) que os mosquitos desaparecem nos primeiros dia e
depois reaparecem e falta de aviso prévio.

V. SUGESTÕES PARA MELHORAR A IMPLEMENTAÇÃO DA PIDOM.

A OMS recomenda que os governos nacionais:


(1). Introduzam e/ou aumentem a cobertura de PIDOM como uma intervenção primária
de controle da malária em países onde os dados disponíveis indicam que pode ser eficaz
para atingir as metas da malária.

(2). Tomar todas as medidas necessárias para garantir a implementação efetiva das
intervenções de PIDOM, incluindo selecionar o inseticida apropriado, pulverizar onde e
quando necessário e manter um alto nível de cobertura, e prevenir o uso não autorizado
ou não recomendado de inseticidas de saúde pública.

(3). Reforçar a capacidade de gestão dos programas nacionais de controlo da malária e


melhorar os recursos humanos, técnicos e financeiros para a execução atempada e alta
cobertura de intervenções eficazes, incluindo PIDOM, com monitorização e avaliação
adequadas.

(4). Torna-se importante continuar a apostar na inclusão de conhecimentos de proteção


da malária nos currículos escolares, desde o início da escolaridade e também oferecer
formação adequada aos profissionais de saúde sobre o modo como fazer chegar essa
informação às populações que se dirigem aos Hospitais e outros centros médicos.

(5). Continua a ser importante e necessário apostar na formação dos indivíduos e


continuar a realizar campanhas de esclarecimento e informação que capacitem as
populações para o combate à doença que mais mata em todo o país. As formas mais
eficazes de proteção contra as doenças transmissíveis continuam, porém, a ser as
coletivas, e aqui cabe às autoridades de saúde pública o papel de maior protagonismo.

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VII. CONCLUSÃO.

Em Moçambique, os principais vetores da malária são endofágicos (alimentam-se no


interior das casas) e, endofílicos (repousam dentro das casas), facto que torna estes vetores
vulneráveis à pulverização intra-domiciliária com o uso de inseticidas (MISAU, 2006).
A disponibilização das intervenções-chave de controlo vetorial (redes com inseticida e/ou
pulverização) e manejo de casos poderá não ser suficiente para a redução do peso da
malária em Moçambique. A comunicação para a mudança social e de comportamento
poderá desempenhar papel com importância similar e/ou maior que o controlo vetorial.
Atuação sobre as redes sociais e comunitárias poderá ser uma importante porta de
entradas das diversas metodologias e abordagens de comunicação para a mudança social
e de comportamento. As doenças de transmissão vetorial são consideradas hoje um
problema crescente de saúde pública mundial, sobretudo nos países de clima tropical,
onde as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do
Aedes Aegypti, principal transmissor da doença. Neste contexto, por enquanto, dado o
esforço logístico e onerosidade que a PIDOM representa se ela for aplicada de forma
abrangente e sustentada em todo o país, as redes mosquiteiras impregnadas têm vindo a
ser o método de controlo vectorial mais importante nas áreas rurais ou de difícil acesso.

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VIII. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Banco Mundial. (1993). Guidelines on vector resistance management for malaria control
Programs in Africa.

Cervo AL, Bervian PA. Metodologia Científica. 5ª. Ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

Gillies M. T. & Coetzee M. (1987). A Supplement to the Anopheline of Africa South of


the Sahara (Afrotropical Region).Publications of The South African. Institute for Medical
Research No. 55. Johannesburg: South African Institute for Medical Reserach.

Libinga, L, J. (2011). Malária: Das representações sociais as lógicas terapêuticas nas


zonas urbanas.

Ministry of Health, Malaria Indicator Survey (2007), Ministry of Health HQ, Maputo,
Mozambique.

MISAU. Ministério da Saúde – Departamento de Epidemiologia e Endemias. Programa


Nacional de Controlo da Malária - Documento Estratégico Para o Controlo Da Malária
em Moçambique. Julho 2006-2009.

MISAUM. inistério da Saúde (2006) – Departamento de Epidemiologia e Endemias.


Programa Nacional de Controlo da Malária - Documento Estratégico Para o Controlo Da
Malária em Moçambique. Julho 2006-2009 Modelo do Projeto de Pesquisa.

Programa Nacional de Controlo da Malária Setembro, (2005). MANUAL DE


PULVERIZAÇÃO INTRA-DOMICILIARIA (PIDOM).

Ribeiro JW, Rooke JMS. Saneamento Básico e sua relação com o meio ambiente e saúde
pública. Revista Académica. Juiz de Fora.2010.

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