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Visto da CDSP

Muassithe Ibo
(Medica de Clínica Geral)
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

CONSELHO EXECUTIVO PROVINCIAL DE MANICA

DIRECÇÃO PROVINCIAL DE SAÚDE


DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA

RELATÓRIO REFERENTE AO PRIMEIRO TRIMESTRE

Manica, Abril. 2022


FICHA TÉCNICA

Relatório do PNCM referente ao primeiro Trimestre– 2022


© 2022, Departamento de Saúde Publica – Manica
DEPARTAMENTO

Muassithe Ibo
Chefe do Departamento Provincial de
Saúde Publica Ficha técnica
Título:
Relatório do PNCM referente ao primeiro Trimestre –
2022

Editor:
Direção Provincial de Saúde de Manica
Departamento de Saúde Publica,
Avenida 25 de setembro, Edifício do
governo, 2° andar
Telefone: 251-23423, 251-23418,
FAX: 251-22111

Elaborado por
Rachide Adremane

Revisão
Serafina Benesse

Equipe técnica
Serafina Benesse, Joaquim Taja,
Samuel S.Roque, Rachide Adremane

Parceiros de Cooperação
FDC-Fundação para o
Desenvolvimento da Comunidade
Malária consortium
CHAI-Clinton Health Acess Initiative
INDICE

Sumario Pag
FICHA TÉCNICA ..................................................................................................................................... 2
ACRÓNIMOS E SÍGLAS ....................................................................................................................... 2
1. INTRODUÇÃO/ CONTEXTUALIZACAO .................................................................................... 3

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................................... 4


1.3. ESTRUTURA E METODOLOGIA DO RELATÓRIO ....................................................................... 4
2. ACTIVIDADES REALIZADAS DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE ............................... 5

2.1. PONTO DA SITUAÇÃO DOS PRINCIPAIS INDICADORES ................................................................. 5


2.2. ÁREA DA PREVENÇÃO DA MALÁRIA ............................................................................................ 5
2.2.1. Prevenção da Mulher Grávida................................................................................................ 5
2.2.2. Distribuição das Redes Mosquiteiras na CPN ........................................................................ 5
2.2.3. Tratamento Intermitente Preventivo (TIP) da Malária ........................................................... 6
3. COMUNICAÇÃO E MOBILIZAÇÃO SOCIAL ........................................................................... 8

4. MANEJO DE CASOS DE MALÁRIA ............................................................................................. 9

4.1. EVOLUÇÃO DE CASOS DA MALÁRIA NÃO COMPLICADA .............................................................. 9


4.2. PROPORÇÃO DE CASOS DE MALÁRIA REPORTADOS PELOS APES.............................................. 10
4.3. PESO E A INCIDENCIA DA MALÁRIA (CASOS POR CADA 1000HAB) ........................................... 11
4.4. TRATAMENTO DE CASOS DE MALÁRIA ..................................................................................... 12
4.5. EVOLUÇÃO DE CASOS DE MALÁRIA NO INTERNAMENTO ......................................................... 12
4.6. EVOLUÇÃO DE ÓBITOS POR MALÁRIA ...................................................................................... 13
5. VIGILÂNCIA, MONITORIA E AVALIAÇÃO ........................................................................... 14

5.3.1. ACTIVIDADES REALIZADAS DURANTE A MENTORIA ................................................ 15

6. DESAFIOS/DIFICULDADES ........................................................................................................ 16

7. PERSPECTIVAS ............................................................................................................................. 16

8. CONCLUSÃO. ................................................................................................................................. 16
QUADRO E GRÁFICOS

#Conteúdo Página
Tabela 1 Ponto da Situação dos Principais Indicadores ……………………………………5
Tabela 2 Cobertura das RTIs durante o primeiro Trimestre-2022…………………..6
Tabela 3 Cobertura da 2ª e 4ª dose de TIP…………………………………………………….…7
Tabela 4 Número de Palestras Realizadas durante o Trimestre ………………………8
Tabela 5 Despiste e positividade da Malária…………………………………………………….…9
Tabela 6 Evolução de casos de malária no ambulatorio…………………………………….9
Tabela 7 Proporção de casos de malária reportados pelos APE………………………11
Tabela 8 Peso e incidencia da malaria……………………………………………………………….11
Tabela 9 Consumo de AL em relação aos casos reportados na US…………………..12
Tabela 10 Casos da malaria severa……………………………………………………………………….12
Tabela 11 Obitos por malaria………………………………………………………………………………..13
Gráfico 1 Tendencia de casos de malaria nos ultimos quatro anos………………….10
Gráfico 2 Nível de reporte de fichas no SIS-MA por distrito, Manica…………………….14

Relatório Trimestral do Programa Nacional de Controlo da Malária -2022


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ACRÓNIMOS E SÍGLAS

An. - Anófeles
AL - Artemeter Lumefantrina
APES - Agente Polivalente Elementar
AQD - Avaliação de Qualidade de Dados
BES - Boletim Epidemiológico Semanal
CPN - Consulta Pré́ -Natal
CS - Centro de Saúde
ESMI - Enfermeira de Saúde Materna e Infantil
HTZ - Hematozoário
IIM -Inquérito de Indicadores de Malária
INE -Instituto Nacional de Estatística
IOF -Inquérito sobre Orçamento Familiar
MISAU - Ministério da Saúde
M&A -Monitoria e Avaliação
NED - Núcleo de Estatística Distrital
OMS - Organização Mundial da Saúde
P. - Plasmódio
PNCM - Programa Nacional de Controlo da Malária
RTIs - Redes Tratadas com Inseticidas
IMASIDA - Inquérito de Indicadores de Imunização, Malaria e HIV/SIDA
SMI - Saúde Materna e Infantil
SISMA - Sistema de Informação em Saúde para Monitoria e Avaliação
TDR -Teste de Diagnostico Rápido
TIP -Tratamento Intermitente Preventivo
US - Unidade Sanitária

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1. Introdução/ Contextualização

A Malária continua sendo um dos problemas de saúde pública no País e um desafio para o
desenvolvimento sustentável em Moçambique no geral e na província de Manica em particular.
Apesar do decréscimo acentuado do peso da malária nos últimos anos, esta doença para além do
impacto directo na saúde da população, ainda exerce um peso socioeconômico enorme nas
comunidades, perpetuando desta forma o círculo vicioso de doenças/pobreza sobre tudo nas
comunidades rurais, desfavorecidas e vulneráveis.

Para o efeito, esforços tendentes a redução dos casos de malária na província em particular tem
vindo a ser desenvolvidos concretamente nas componentes de controlo vectorial e no manejo de
casos da malária propriamente dita.

O objectivo geral do Programa Nacional de Controlo da Malária (PNCM), em Moçambique, é a


redução da morbilidade e mortalidade causada pela malária a 40% até ao corrente ano. As
estratégias e intervenções recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para o
controlo da malária inclui:
a) Prevenção contra a malária;
b) Manejo de casos de malária;
c) Informação, educação e comunicação sobre prevenção e tratamento da malária;
d) Gestão do programa;
e) Vigilância, monitoria e avaliação.

Com tudo, devido as intervenções acima mencionadas, associando a redução da queda


pluviométrica, durante o primeiro trimestre a província registou redução no despiste da malária
na ordem de 20% aliado a redução de casos, visto que foram poucos pacientes que procuraram os
cuidados de saúde por malária, porém, foi notória à elevada taxa de positividade de 41%.
Contudo o peso da mesma nas consultas externas reduziu à 37% tendo registado 16% contra
26% do ano de 2021. A mesma tendência de redução é observada na incidência onde foi possível
registar 84 casos por cada 1000hab contra 134/1000hab em 2021.

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Na mesma ordem, e de forma retrospectiva a taxa de reporte atempado e completo dos relatórios
das actividades da malária submetidos no SISMA, vem conhecendo melhorias significativas
sendo que, de 99.2% registado durante primeiro trismetre do ano 2021, a província alcançou à
99.5% em 2022.

1.1. Objectivo Geral do Relatório


 Descrever as actividades desenvolvidas durante o primeiro trimestre de 2022

1.2. Objetivos Específicos


 Análise da situção programática e epidemiológica da malária;
 Análise dos níveis das coberturas dos indicadores do programa;
 Análise da evolução das intervenções comunicativas para mudança social e de
comportamento.

1.3. Estrutura e Metodologia do Relatório


O Relatório trimestral do ano 2022 é um relatório descritivo que providência informação
programática e epidemiológica da malária, no qual estão descritas as actividades implementadas
nas seguintes áreas: Prevenção da malária(I); Informação, educação e comunicação sobre
prevenção e tratamento da malária (II); Manejo de casos de malária (III); Gestão do programa
(IV); Vigilância, monitoria e avaliação (V); Desafios e Perspectivas (VI).

Várias fontes de dados foram usadas, nomeadamente: SIS-MA, que fornece todos dados do
internamento, ambulatório, consultas pré-natais nas unidades sanitárias e dados da comunidade
reportados pelos APEs.
A realização das actividades apresentadas no presente relatório foi guiada pelo Plano Econômico
e Social (PES-2022), Plano Estratégico da Malária (PEM,2017-2022). A informação apresentada
permite fazer comparação dos dados entre o ano 2022 e 2021.

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2. ACTIVIDADES REALIZADAS DURANTE O PRIMEIRO TRIMESTRE
2.1. Ponto da Situação dos Principais Indicadores
Tabela nº 1: Ponto da Situação dos Principais Indicadores
Período (anos)
Indicadores Chaves Evolução
2021 2022
População da Província ( Censo 2017) 2174433 2235836 3%
Total de casos de Malária Reportados (Uss+APEs) 291,957 188,327 -35%
Taxa de Incidencia da malária/1000ha 134 84 -37%
Número de óbitos reportados 4 4 0%
Taxa de mortalidade Geral por malária/100000hab 0.2 0.2 -3%
Taxa de Letalidade Intrahospitalar por malária(%) 0.5% 0.5% 3%
Taxa de Letalidade Geral de malária(%) 0.001 0.002 55%
Casos de malária no internamento 779 756 -3%
Casos de malária no internamento/10 000hab 3.6 3.4 -6%
Proporção de casos de malária no internamento(%) 27% 25% -7%
Taxa de Positividade 52% 41% -21%
Taxa de Testagem 50% 40% -20%
Peso da malária na consulta externa 26 16 -37%
Total de Consulta Externa 1,121,853 1,149,267 2%

2.2. Área da Prevenção da malária


2.2.1. Prevenção da Mulher Grávida
O objetivo da área de prevenção é de cobrir pelo menos 85% da população do país com no
mínimo, uma intervenção de controlo vectorial em todos os distritos ate 2022. (PEM,2017-2022).
Para as mulheres grávidas, devido à gravidade das manifestações da malária durante a gravidez,
há necessidade de intervenções eficazes com o intuito de reduzir as consequências segundo as
recomendações da WHO (2015). Essas intervenções incluem o uso de Redes Mosquiteiras
Tratadas com Inseticidas (RTIs) e tratamento intermitente preventivo (TIP), .

2.2.2. Distribuição das Redes Mosquiteiras na CPN


A distribuição de RTIs na consulta Pré-natal é parte do mecanismo de distribuição contínua (fora
da CCU), projectada para sustentar a cobertura universal, fornecendo redes com base regular.
Assim sendo, de um total de 17.368 mulheres grávidas inscritas na "coorte", 93% delas foram
cobertas pela distribuição de RTIs na CPN.

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Tabela nº 2: Cobertura das RTIs durante o primeiro Trimestre-2022
Distrito ANO 2021 ANO 2022
1ª CPN RTIs cob 1ª CPN RTIs cob. %
Gondola 3,118 3,120 100% 2,768 2,899 105%
Manica 3,898 3,641 93% 3,716 3,011 81%
Vanduzi 2,768 2,326 84% 3,207 3,157 98%
Macossa 988 988 100% 829 829 100%
Chimoio 6,027 4,302 71% 6,003 5,466 91%
Macate 1,566 1,502 96% 1,326 1,288 97%
Mossurize 4,083 4,083 100% 3,718 3,452 93%
Sussundenga 3,665 3,536 96% 3,698 3,206 87%
Machaze 2,207 1,874 85% 2,249 1,891 84%
Guro 1,837 1,837 100% 1,878 1,878 100%
Barue 3,843 3,803 99% 3,605 3,605 100%
Tambara 795 792 100% 894 880 98%
Província 17,996 17,427 97% 17,368 16,200 93%
Fonte: SISMA, acessado no dia 05/04/2022

As baixas coberturas verificadas durante o período foram devido a roptura das mesmas a nível da
província no período de novembro do ano 2020 a Junho de 2021.

2.2.3. Tratamento Intermitente Preventivo (TIP) da Malária


De acordo com as normas nacionais de tratamento da malária, a estratégia de TIP consiste na
administração de três comprimidos de sulfadoxina-pirimetamina (SP) por dose à mulher grávida
com critério. Este tratamento, visa proteger a gestante e o seu feto da infeção por malária ou das
complicações resultante da doença, como é o caso de (Anemia, abortos, morte fetal, parto pré-
termo e/ou Baixo Peso a Nascença).

Assim sendo, durante o período em análise foi definida como meta minima 80% de cobertura em
relação a 2ª dose e 53% a 4ª dose. De um total de 33,891 mulheres inscritas na " coorte", cerca de
27,123 fizeram a 2ª dose o que corresponde 80% da cobertura, conforme a tabela nº 3.

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Tabela nº 3: Cobertura da 2ª e 4ª dose de TIP
Distrito Mulheres Nº de MG Mulheres Nº de MG % de % de % de
Inscritas que grávidas que Mulheres Mulheres Mulheres
na 1ª receberam em CTZ receberam tomaram 2 tomaram tomaram
CPN 2ª dose de a 4ª dose de doses de TIP CTZ a 4 doses
(Coorte) TIP entrada TIP (Meta=80%) entrada de TIP
Chimoio 6,003 4,271 513 3624 71% 9% 60%
Manica 3,716 2,752 180 2068 74% 5% 56%
Tambara 894 684 24 538 77% 3% 60%
Machaze 2,249 1,749 109 1231 78% 5% 55%
Macossa 829 644 12 426 78% 1% 51%
Guro 1,878 1,480 69 1302 79% 4% 69%
Macate 1,326 1,054 59 812 79% 4% 61%
Barue 3,605 2,964 159 2411 82% 4% 67%
Sussundenga 3,698 3,026 124 2469 82% 3% 67%
Gondola 2,768 2,302 141 1756 83% 5% 63%
Mossurize 3,718 3,288 100 2872 88% 3% 77%
Vanduzi 3,207 2,909 115 2725 91% 4% 85%
Província 33,891 27,123 1605 22234 80% 5% 66%
Fonte: SIS-MA

O início precoce da consulta pré-natal e o retorno das gestantes a consultas de seguimento, para o
período em análise foi satisfatório visto que das 100% de mulheres grávidas que foram a
consulta pré-natal, mais de metade (66%) ” 22,234” voltaram para fazer a 4ª dose, mostrando a
boa retenção das Mulheres grávidas que procuraram a unidade sanitária atempadamente.

Com tudo, ainda existe desafios no preenchimento e interpretação dos instrumentos da consulta
pré-natal, sobre tudo nos distritos de Chimoio, Manica, Tambara, Machaze, Macossa e para
melhorar os mesmos a província está intensificar a componente de sensibilização e as
supervisões nesta área, de modo à massificar a melhoria nos registos dos dados bem como a
comunicação nas consultas pré-natais de, forma que as mulheres iniciem cedo as consultas pre-
natais, permitindo assim que as mesmas possam cumprir o calendário preconizado na toma de
doses de TIP rigidamente da 1ª até as doses subsequentes segundo a idade gestacional.

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3. Comunicação e Mobilização Social
O objetivo desta componente é promover uma consciência crítica, na sociedade, a respeito do
problema da malária no Pais em geral e na província de Manica em particular, possibilitando a
elaboração e desenvolvimento de estratégias de ação, de acordo com a realidade local. Presume-
se que quanto mais informada estiver a população, sobre as manifestações clínicas das doenças,
sua gravidade e tratamento atempado, os fatores determinantes, colaboradores da sua incidência
e as medidas disponíveis para redução da influência desses fatores, provavelmente, participará
mais ativamente do seu controle.

A componente de comunicação visa implementar uma abordagem efectiva de CMSC para


assegurar que pelo menos, 70% das pessoas procurem cuidados de saúde apropriados e
atempados, e que pelo menos, 85% da população utilize um método de proteção adequado ate
2022. (PEM2017-2022).

Assim sendo, durante o trimestre foram realizadas num total de 13.328 palestra onde foram
dotados de conhecimentos sobre o impacto e as medidas de prevenção da malária, um pouco
mais de 551.373 pessoas da comunidade com o objectivo de promoverem, bem como, melhorar a
sua saúde individual e colectiva no geral assim como a prevenção da malária em partícular.

Tabela nº4: Número de Palestras realizadas durante o Trimestre

Período de analise
Palestras 2021 2022 Evol
Realizadas Palestras Participantes Palestras Participantes

US 7.379 16.289 8.487 402.831 15%


APE 2.863 3.706 4.281 140.939 50%
Brigadas Moveis 442 2.400 560 7.603 27%
Total 10.684 22.395 13.328 551.373 25%
Fonte: Relatório de ESP/APEs-DPSM

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4. Manejo de casos de malária
A malária continua a ser uma das grandes causas de procura de serviços de saúde, afectando
mais as crianças menores de cinco anos e mulheres grávidas. Durante os primeiros tres meses,
das 1.149.267( um milhão, sento quarenta e nove mil e duzentas e sessenta e sete) pessoas
que apareceram nas consultas externas em todas US da província, 456,066 foram testados para
malária, e destas 188.327 acusaram positivos, oque corresponde a 41% da positividade.
Taxa de suspeita Taxa de Positividade
(Jan. a Marc.2021) Jan. a Marc. 2022 I Tri. 2021 I Tri. 2022
Distrito
Consultas Testados Consultas Testados Positivos Positivos
% % % %
EXTERNAS TDR+HTZ EXTERNAS TDR+HTZ TDR+HTZ TDR+HTZ

Chimoio 394174 217485 55% 386064 143618 37% 108926 50% 45265 32%
Bárue 96776 43934 45% 99226 32168 32% 23820 54% 14783 46%
Macate 42227 24356 58% 51470 28080 55% 17031 70% 17451 62%
Gondola 77939 38365 49% 103888 48073 46% 19370 50% 25058 52%
Guro 50735 22860 45% 49994 19756 40% 10289 45% 6415 32%
Machaze 71389 28710 40% 57855 25855 45% 16896 59% 11376 44%
Macossa 33777 16546 49% 35201 17003 48% 9985 60% 8437 50%
Vanduzi 86554 44204 51% 69862 28699 41% 27371 62% 13618 47%
Manica 84512 38905 46% 91118 29952 33% 15540 40% 7869 26%
Mossurize 70400 34099 48% 78717 30616 39% 17557 51% 13644 45%
Sussundenga 80664 39480 49% 92497 43031 47% 21277 54% 21056 49%
Tambara 32706 10131 31% 33375 9215 28% 3895 38% 3355 36%
Provincia 1,121,853 559,075 50% 1,149,267 456,066 40% 291,957 52% 188,327 41%

Para o indicador de taxa de positividade ainda é preocupante apesar de assinalar tendências


estatísticamente alentadora. Para o período em análise a taxa de positividade foi de 41 contra
52% do ano de 2021. O distrito de Macate aduziu maior positividade com 62% e o distrito de
Manica com menor positividade de 26%.

4.1. Evolução de casos da Malária não complicada


Tabela nº 6: Casos de Malária
Casos de Malaria Apesar da alta taxa de positividade verificada na província,
Distritos
2021 2022 EVOL.
Gondola 19370 25058 29% verificou-se uma redução de casos de malária
Macate 17031 17451 2%
comparativamente ao igual período do ano de 2021, na
Chimoio 108926 45265 -58%
Barue 23820 14783 -38% ordem de 35%, pois foram notificados durante o período
Guro 10289 6415 -38%
Machaze 16896 11376 -33% em referência, um total de 188.327 casos em 2022 contra
Macossa 9985 8437 -16%
Vanduzi 27371 13618 -50% 291.957 em 2021, como mostra a tabela nº 6.
Manica 15540 7869 -49%
Mossurize 17557 13644 -22%
Sussundenga 21277 21056 -1%
Fonte: SISMA
Tambara 3895 3355 -14%
Provincia 291,957 188,327 -35%

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A redução observada, aventa-se a hipótese dos resultados da campanha de distribuição de redes
mosquiteiras ocorrida nos finais do ano de 2020 e não menos importante à não observância dos
factores pluviométricos e altas temperaturas, o incremento das palestras nas comunidades,
disponibilidade de meios de diagnóstico bem como o rastreio criterioso, permitiram a efetivação
das actividades com vista a garantir o alcance dos objectivos que conduzem à redução do peso e
da incidência da malária sub-sequenciando assim a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde
da população.

Gráfico nº 1: Tendência de casos de malária nos últimos quatro anos

Fonte: SISMA

4.2. Proporção de casos de Malária reportados pelos APEs


Em relação a endémicidade da malária durante o período em análise a província esteve na zona
de êxito, porém notou-se de forma apreensiva a proporção dos casos reportados pelos APEs
sobre tudo nos distritos de Vanduzi, Macossa e Tambara por conseguinte reportarem acima de
30% de número de casos em relação as unidades sanitárias. No geral, dos 188,327 casos
registados na província, 16% foram diagnósticados pelos APEs.

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Tabela nº7: Proporção de casos de malária reportados pelos APEs
Casos de Malaria
Proporção de
Casos de Malaria reportados na Total de
casos reportados
reportados na US. Comunidade ( Casos(US+APE)
Distritos pelos APEs.
ANOs APES). ANOS
ANOs
ANOs
2021 2022 2021 2022 2021 2022 2021 2022
Tambara 2,366 2,076 1529 1,279 3,895 3,355 39% 38%
Macossa 6,149 5,732 3836 2,705 9,985 8,437 38% 32%
Vanduzi 16,920 9,573 10451 4,045 27,371 13,618 38% 30%
Macate 14,477 13,753 2554 3,698 17,031 17,451 15% 21%
Barue 20,565 11,916 3255 2,867 23,820 14,783 14% 19%
Guro 8,760 5,264 1529 1,151 10,289 6,415 15% 18%
Manica 14,343 6,547 1197 1,322 15,540 7,869 8% 17%
Mossurize 14,954 11,422 2603 2,222 17,557 13,644 15% 16%
Machaze 14,853 9,520 2043 1,856 16,896 11,376 12% 16%
Gondola 17,015 21,453 2355 3,605 19,370 25,058 12% 14%
Sussundenga 17,418 18,868 3859 2,188 21,277 21,056 18% 10%
Chimoio 105,780 42,741 3146 2,524 108,926 45,265 3% 6%
Provincia 253,600 158,865 38357 29,462 291,957 188,327 13% 16%
Fonte: SIS-MA/DPSM

4.3. Peso e a Incidência da Malária (Casos por cada 1000hab)


Apesar da redução de casos da malária, o peso da mesma na província de Manica no período em
análise é substancial, representando quase 16% das consultas externas contra 26% (2021).
Tabela nº 8: Peso e a Incidência da Malária

Distritos
Peso da Malaria Incidencia da Malaria Incidência
2021 2022 EVOL. 2021 2022 EVOL.
Macate 40% 34% -16% 172 171 0% A semelhança da positividade,
Macossa 30% 24% -19% 184 151 -18% corroborou-se uma incidencia de 84 casos
Gondola 25% 24% -3% 86 108 26%
Sussundenga 26% 23% -14% 108 104 -4% por cada 1000hab a nível da provincia.
Machaze 24% 20% -17% 114 74 -35% Esta porção representa uma redução
Vanduzi 32% 19% -38% 202 98 -52%
Mossurize 25% 17% -30% 73 55 -24% algebrica da carga da malária na ordem de
Barue 25% 15% -39% 109 66 -40%
37% quando comparado com período
Guro 20% 13% -37% 90 55 -39%
Chimoio 28% 12% -58% 255 103 -60% homologo. Todavia, o distrito de Macate
Tambara 12% 10% -16% 62 52 -16%
apontou maior incidência ao registar 171
Manica 18% 9% -53% 61 30 -51%
Provincia 26% 16% -37% 134 84 -37% casos em cada 1000hab.

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4.4. Tratamento de Casos de Malária
No que se refere ao tratamento dos casos confirmados durante o período em análise a província
tratou cerca de 187.493 casos de malária dos 188.327 diagnósticados. Este tratamento representa
aproximadamente à 100%. Ainda prevalece o desafio de registo de AL nas fichas de consumo,
bem como actualização dos mesmos na ficha de Stock.
DISTRITOS TIPO DE DIAGNOSTICO Total de Total de % de
TESTES RAPIDOS TESTADOS POR casos casos casos
HTZ confirmados Tratados Tratados
Consumo de TDR- Pesquisa HTZ+ por
TDR-m m+ de HTZ TDR/HTZ
(Lamina)
Chimoio 138,192 43,730 5,426 1,535 45,265 44,850 99%
Bárue 31,652 14,543 516 240 14,783 14,704 99%
Macate 28,080 17,451 0 0 17,451 17,451 100%
Gondola 46,914 24,130 1,159 928 25,058 25,032 100%
Guro 19,690 6,397 66 18 6,415 6,404 100%
Machaze 25,593 11,276 262 100 11,376 11,376 100%
Macossa 16,978 8,430 25 7 8,437 8,424 100%
Vanduzi 28,657 13,616 42 2 13,618 13,450 99%
Manica 29,802 7,811 150 58 7,869 7,805 99%
Mossurize 30,598 13,634 18 10 13,644 13,643 100%
Sussundenga 42,990 21,028 41 28 21,056 21,000 100%
Tambara 9,205 3,349 10 6 3,355 3,354 100%
Provincia 448,351 185,395 7,715 2,932 188,327 187,493 100%
Fonte: SIS-MA

4.5. Evolução de Casos de Malária no Internamento


Tabela nº 10: Casos da malária Severa
Casos de Malaria Grave Relativamente a malária grave, foram reportados 756
Distritos
2021 2022 EVOL.
casos em 2022 representando uma redução em 3%
Chimoio 257 298 16%
Barue 71 78 10% comparativamente a ígual período de 2021, com 779
Macate n/a n/a N/A
Gondola 194 127 -35% casos reportados. Esta redução poderá estar relacionada
Guro 51 25 -51%
Machaze 56 68 21%
com a melhoria das actividades de comunicação e maior
Macossa 10 15 50% consciencialização da população, tendo procurado os
Vanduzi 23 31 35%
Manica 44 44 0% cuidados de saúde apropriados e atempados. Outro sim
Mossurize 44 31 -30%
Sussundenga 24 35 46%
a melhoria de manejo de casos no ambulatório terá
Tambara 5 4 -20% certamente contribuído para isso.
Provincia 779 756 -3%
No que concerne a proporção da malária no

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internamento em relação à outras patologias, em média em cada 100 pacientes que foram
internados nos hospitais, centros de saúde, durante o trimestre, pelo menos 25% deles foram por
causa da malária.
Duma forma geral, esta proporção de casos de malária no internamento em relação a outras
patologias, representa uma redução na ordem de 7% quando comparado com igual período de
2021, pôs em 2022 os casos de malária grave representaram um peso de 25% contra 27% do ano
de 2021 como ilustra a tabela nº 1 referente ao Ponto da Situação dos Principais Indicadores,
página 5..

4.6. Evolução de Óbitos Por Malária


Tabela nº 11: Obitos por malária
Obitos por Malaria No geral, verificou-se uma estabilidade de óbitos em
Distritos
2021 2022 EVOL.
relação a igual período de 2021.
Chimoio 4 3 -25%
Barue 0 0 #DIV/0! A taxa de letalidade intra-hospitalar por malária
Macate n/a n/a n/a
Gondola 0 0 #DIV/0!
aumentou quase em 3%, tendo passado de 0.51% em
Guro 0 0 #DIV/0! 2021 para 0,53 em 2022. Vide a tabela nº 1, página 5.
Machaze 0 0 #DIV/0!
Macossa 0 0 #DIV/0! A estabilidade dos óbitos devido a malária pode ser
Vanduzi 0 1 #DIV/0!
Manica 0 0 #DIV/0!
atribuída ao conjunto de esforços do programa
Mossurize 0 0 #DIV/0! Nacional de controlo da malária na rigorosidade e
Sussundenga 0 0 #DIV/0!
Tambara 0 0 #DIV/0! Completude das intervenções eficazes na componente
Provincia 4 4 0%
de manejo de casos da doença.
O manejo de casos de malária consiste no diagnóstico atempado por microscopia ou teste de
diagnóstico rápido, suportados por um controlo de qualidade e de um tratamento imediato e
correto com medicamentos eficazes. Por outro lado, verifica-se uma postura de responsabilidade
na parte dos profissionais da saúde, na implementação e cumprimento das normas de tratamento
da malária, maximizando assim o benefício dos medicamentos impedindo o surgimento de
resistência aos anti maláricos.

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5. Vigilância, monitoria e avaliação
5.1. Informação para Saúde
O actual sistema de informação usado para o reporte de dados, facilita a análise e monitoria de
dados, possibilita acesso rápido aos dados e avaliação de desempenho dos programas de Saúde.

5.2. Submissão de fichas no SIS-MA


Gráfico nº 2: Nível de reporte de fichas no SIS-MA por distrito, Manica 2022

Durante o primeiro trimestre a província de Manica atingiu o nível de 99.5% de completude das
fichas no SIS-MA, contra 99.2% fixo no ano de 2021. Devido os problemas técnicos do sistema
os distritos de Gondola e Vanduzi sobretudo nas US de Inchope e Vanduzi sede, para o mês de
março, a ficha M01 não refletiu na taxa de reporter peseembora os dados estejam inseridos e
validados.

5.3. Mentória para uso da ferramenta electronica de supervisão da malária-


iMISS
Em 2016, uma Revisão Nacional da Vigilância da Malária efectuada pelo Programa
Nacional de Controlo da Malária em Moçambique identificou dificuldades críticas
existentes no panorama da vigilância da malária, incluindo:
 Múltiplas fontes de dados com diferentes indicadores definidos.
 Falta de padronização das ferramentas de reporte e indicadores.
 Fraca acessibilidade e integração dos dados.
 Sem produtos automatizados.

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Á luz destas constatações, o desenvolvimento de um sistema integrado da malária (iMISS –
Sistema Integrado de Armazenamento de Informação sobre a Malária) foi incluído no Plano
Estratégico Nacional 2017-2022 do programa de controlo da malária.

A meta primária do sistema integrado da malária é permitir que todos os quadros da malária,
dos vários níveis hierárquicos do sistema de saúde monitorem os indicadores chave, avaliem o
impacto das intervenções e forneçam evidências para planificar e implementar intervenções de
resposta em todo o sistema. Para o efeito, A Direcao Provincial de Saude de Manica, atraves do
Programa Nacional de Controlo da Malaria em parceria com a clinton Health Access Initiative
(CHAI), realizou a segunda fase de mentoria do uso da ferramenta SIIM nos dias 21 a 29 de
Março do ano de 2022.

5.3.1. Actividades realizadas durante a Mentoria


 Foi feita a formação em trabalho sobre registo de todos modelos de gestão de
medicamentos e do programa de malaria;
 Formação em trabalho sobre fórmula de quantificação de medicamentos e o bom uso da
ferramenta eletronica SIGLUS no depósito e farmácia das U.Ss.
 Mentoria clínica nas consultas de triagens de adultos e crianças ;
 Estudo de processos de internamento por malária.
 Formação em recolha, análise e interpretação do TIP as enfermeiras de ESMI.
 Comparação dos registos no livro da CPN e resumo físico de corte.

Foram submetidas no total 228 fichas sendo:


1.SUP 0-Lista Líder Equipa 2. SUP1-Gestão Programa
3.SUP2a-Material Apoio Clínico 4. SUP2b-Avaliação Clínica
5.SUP2c-Malária Internamento 6.SUP2d-Malária Gravidez
7.SUP3-Laboratório 8.SUP4-Farmácia
9.SUP5-Depósito Medicamentos 10.SUP6a-CPN (RTIs)
11.SUP8-CMSC 12.SUP9-Plan o Acção

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6. Desafios/Dificuldades
O programa enfrenta dificuldades ou desafios seguintes:
 Ruptura das Redes Mosquiteiras da CPN
 Exiguidade de fundos para o funcionamento do programa ao nível local. A maioria parte
das actividades são financiadas por fundos centrais, dificultando assim o cumprimento do
PES sobretudo nos indicadores ligados à supervisão e avaliação de qualidade de dados.
 Envio tardio dos relatórios mensais por parte dos Distritos á DPS.
 Eliminação da malária na Provincia

7. Perspectivas
 Continuar a coordenar com MISAU para a reposição das RTIs na CPN
 Existência de um fundo que permita o funcionamento do programa ao nível local;
 Continuar a registar a redução de casos de malária bem como os óbitos.
 Garantir a qualidade de dados a varios níveis.

8. Conclusão.
De forma geral as actividades do programa de malária durante o primeiro trimestre decorreram
de forma aceitável, tendo em conta as coberturas alcançadas nas actividades de (TIP) assim
como de supervisão em manejo de caso no âmbito da mentória do iMISS.
Quanto as RTIs, ainda é um desafio, visto que as coberturas estão abaixo de 100%, e uma das
provaveis causas é a roptura de stock que a província regista de forma intermitente. Houve
grandes melhorias no diagnóstico e tratamento de casos de malária na Província quer no nível
periférico assim como no nível de referência isto é nos internamentos. Com tudo ainda deve
continuar-se fazer as formações em trabalho ou mesmo capacitações dos técnicos no âmbito de
manejo de caso devido a mobilidade de quadros bem como os novos ingressos, em que de certo
modo prevalece dificuldades na testagem de TDR (teste de diagnóstico rápido) e na
administração do Artesunato.
Igualmente, deve se incrementar as supervisões e avaliação de qualidade de dados com vista a
aferir a consistência, fiabilidade, precisão, completude, integridade de dados para a tomada de
decisão. Responsavel Provincial do PNCM

Serafina Benesse
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