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Secretaria de Urbanismo

Subsecretaria de Edificações
Departamento de Urbanismo

Manual de CALÇADAS ACESSÍVEIS


Diretrizes do Município de Niterói para o Desenho e Projeto
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Prefeito
Jorge Roberto Silveira

Secretária de Urbanismo
Maria Christina Monnerat

Subsecretário de Urbanismo
Daniel Pitlik Tortato

PRODUÇÃO E ELABORAÇÃO
Subsecretária de Edificações
Patrícia M. Q. Barros

Diretora de Urbanismo
Fátima Valeroso P. Castro
Equipe Técnica:
Coordenação e Produção:
Patrícia M. Q. Barros, Arq. Urb. Msc.
Beatriz C. Vasconcellos, Arq. Urb. Dsc.
Ilustração e Diagramação:
Catarina Pereira Thomaz, Arq. Urb.
Caio Garcia de Almeida Cacholas - Técnico
Participação na fase inicial:
Evellyn Pimenta, Arq. Urb.
Andréa Tibau, Arq.Urb.
Rômulo Weckmüller - Estagiário

Colaboração:
Participaram da elaboração deste documento através de reuniões técnicas
as seguintes secretarias:
Secretária Municipal de Acessibilidade e Cidadania – SMAC
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e
Sustentabilidade - SMMARHS
Niterói Transporte e Trânsito- NITTRANS.

Apoio:
ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS
PREFEITURA DE NITERÓI
Secretaria de Urbanismo

APRESENTAÇÃO

O MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS: Diretrizes do Município de Niterói para o


Desenho e Projeto, dispõe sobre o padrão urbanístico estabelecido para as calçadas do
Município de Niterói.
O documento elaborado pela equipe de arquitetos e urbanistas da Secretaria
Municipal de Urbanismo, Subsecretaria de Edificações e Departamento de Urbanismo,
tem por objetivo tratar da acessibilidade e da mobilidade urbana nas vias de pedestres da
cidade de Niterói, com vistas a promover a melhoria da qualidade de vida da população
urbana.

APRESENTAÇÃO
A proposta de padronizar as calçadas da cidade demandou um trabalho de base, que
envolveu diferentes Secretarias Municipais, as quais participaram da elaboração deste
documento através de reuniões técnicas, a fim de reunir as experiências e demandas
inerentes a cada uma. São elas: a Secretária Municipal de Acessibilidade e Cidadania –
SMAC; a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade –
SMMARHS e a Niterói Transporte e Trânsito- NITTRANS.
As diretrizes estabelecidas neste documento nortearão a avaliação dos novos
projetos e das situações urbanas já consolidadas, que deverão apresentar condições de
acessibilidade espacial. Para tal, fez-se necessário adequar a legislação que regula sobre
as vias de pedestres no Município de Niterói à Legislação Brasileira de Acessibilidade que
remete ao Decreto Federal 5.296 /2004 e aos padrões técnicos da Norma ABNT NBR 9050
/2004, observando-se a interface da legislação vigente no Município, que passou por
revisão e atualização.
Existem muitas dificuldades a serem enfrentadas para a promoção de calçadas
acessíveis. Estas dificuldades surgem devido às questões originárias do parcelamento do
solo urbano e da materialização do ambiente em tempos passados, quando não existiam
parâmetros específicos para a acessibilidade urbana. Existe também o fato de que nem
todas as áreas urbanas apresentam a possibilidade de dimensionamento em
conformidade com os padrões técnicos.
Como na cidade as intervenções urbanísticas ocorrem, na maioria das vezes, em
tempos distintos, requer-se por parte do planejador urbano habilidade para promover a
integração entre toda a malha viária.
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS
PREFEITURA DE NITERÓI
Secretaria de Urbanismo

Assim, no desenho urbano a organização da composição das calçadas e malha


viária, deverá ser vista de forma integrada permitindo a consolidação das rotas acessíveis,
considerando-se o Plano de Alinhamento proposto para a cidade, os equipamentos e
mobiliário urbanos, arborização, dentre outros, articulados às demais situações existentes
nas ruas da cidade.
Este manual busca estabelecer diretrizes gerais para nortear o planejamento das
calçadas no município, ressaltando que a dinâmica das intervenções deve ser
acompanhada sistematicamente, pois se trata de um processo em construção contínua
em que a participação da sociedade em geral e dos segmentos de classe envolvidos na
questão tende a contribuir para o aperfeiçoamento deste trabalho.
A construção da cidade para todos é uma responsabilidade de todos.

APRESENTAÇÃO
Tornar a cidade acessível aplicando-se os padrões normativos de acessibilidade da
Norma Brasileira NBR 9050 /2004 ou norma técnica oficial superveniente que a substitua,
constitui-se no início de um processo de se pensar o espaço urbano como um lugar
importante para a interação de todos os cidadãos. Assim, busca-se a superação das
dificuldades para a consolidação de espaços mais inclusivos na cidade de Niterói.

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MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Revisado: 17 de julho de 2012

‘‘Um mapa do mundo que não inclua utopia


não merece nem mesmo uma espiada’’
Oscar Wilde

Figura 1 : Cidade para todos


MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

SUMÁRIO

1. CONCEITOS BÁSICOS

1.1 O direito constitucional à cidade para todos.......................................................11


1.2 O direito de ir e vir.............................................................................................11
1.3 A acessibilidade como uma determinação da legislação brasileira......................11
1.3.1 Acessibilidade.................................................................................................11
1.3.2 Desenho universal...........................................................................................12
1.3.3 A classificação das pessoas com deficiência.................................................... 12
1.3.4 As pessoas com mobilidade reduzida ...............................................................13
1.4 A calçada ideal................................................................................................ 13

SUMÁRIO
1.5 Conceitos e definições relacionados ao ambiente urbano...................................13
1.5.1 Via, logradouro público ou rua..........................................................................13
1.5.2 Pista ou caixa de rolamento..............................................................................13
1.5.3 Passeio público e calçada................................................................................14
1.5.4 Ciclistas no passeio.........................................................................................14
1.5.5 Ciclovia.......................................................................................................... 14
1.5.6 Ciclofaixa........................................................................................................15
1.5.7 Rota ciclável....................................................................................................16
1.5.8 Calçada rebaixada...........................................................................................16
1.5.9 Faixa livre........................................................................................................16
1.5.10 Mobiliário urbano............................................................................................16
1.5.11 Equipamento Urbano.......................................................................................17
1.5.12 Rota Acessível................................................................................................ 17
1.6 A Sinalização.................................................................................................. 18
1.6.1 Definição........................................................................................................18
1.6.2 Tipos de sinalização........................................................................................ 18
1.6.3 Formas de comunicação e sinalização..............................................................19
1.6.4 Informações essenciais...................................................................................19
1.6.5 Sinalização tátil no piso....................................................................................20
1.7 A responsabilidade sobre a construção e manutenção das calçadas...................26
1.8 Obras nas calçadas.........................................................................................27
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2. DIRETRIZES DO MUNICÍPIO DE NITERÓI PARA A PADRONIZAÇÃO DAS


CALÇADAS

2.1 As faixas que compõem as calçadas ............................................................... 28


2.1.1 Faixa-Livre..................................................................................................... 28
2.1.2 Faixa de Serviço............................................................................................. 29
2.1.3 Faixa de Transição.......................................................................................... 30
2. 2 Critérios para a composição das faixas nas calçadas........................................ 32
2.2.1 A hierarquização do sistema viário e a padronização das calçadas..................... 32
2.2.2 Modelo Básico de Calçadas Acessíveis........................................................... 33
2.2.3 A largura das calçadas e a composição das faixas............................................ 34
2.2.3.1 Situação A: Calçadas com largura inferior a 3m................................................ 35

SUMÁRIO
2.2.3.2 Situação B: Calçadas com largura igual ou superior a 3m.................................. 37
2.4 Aspectos construtivos a serem observados nas calçadas................................ 38
2.4.1 Inclinação das calçadas................................................................................. 38
2.4.1.1 Inclinação transversal..................................................................................... 38
2.4.1.2 Os acessos de veículos à garagens.................................................................. 39
2.4.1.3 Inclinação longitudinal.................................................................................... 41
2.4.2 Os revestimentos dos pisos das calçadas........................................................ 41
2.5 Os rebaixamentos de calçadas para a travessia de pedestres............................ 43
2.5.1 Os rebaixamentos de calçada quanto ao seu posicionamento na via.................. 43
2.5.2 A largura dos rebaixamentos........................................................................... 44
2.5.3 A sinalização tátil nos rebaixamentos............................................................... 46
2.5.4 Os tipos de rebaixamento................................................................................ 46
2.5.4.1 Rebaixamento do tipo A.................................................................................. 46
2.5.4.2 Rebaixamento do tipo B.................................................................................. 47
2.5.4.3 Rebaixamento do tipo C.................................................................................. 47
2.5.4.4 Rebaixamento do tipo D.................................................................................. 48
2.5.5 Critérios para a avaliação da acessibilidade nas esquinas................................. 50
2.6 Diretrizes para a implantação de sinalização tátil de piso nas calçadas.............. 51
2.7 Critérios para a implantação de jardineiras e árvores nas calçadas.................... 56
2.8 Critérios para implantação de mobiliário nas calçadas...................................... 59
2.8.1 Definições..................................................................................................... 59
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.8.2 Critérios urbanísticos................................................................................... 60


2.8.3 A locação do mobiliário urbano de acordo com o seu porte............................. 60
2.8.3.1 Classificação do mobiliário urbano pela sua escala e porte visual.................... 60
2.8.4 Sobre a instalação de Bancas de Jornal em calçadas...................................... 64
2.8.5 Abrigos de espera de transporte coletivo....................................................... 65
2.9 Elementos balizadores – aplicação e padronização........................................ 66
2. 10 A responsabilidade sobre as calçadas........................................................... 67
2.10.1 A responsabilidade dos proprietários ............................................................ 67
2.10.2 A responsabilidade das concessionárias de serviços públicos com
preservação da integridade das calçadas................................................................. 68
2.11 As calçadas e as áreas destinadas às vagas especiais.................................... 68
2.12 Considerações sobre as especificidades locais............................................. 69

SUMÁRIO
2.12.1 O caso das situações consolidadas e o caso dos novos projetos urbanos........ 69
2.12.2 O caso dos edifícios novos e dos edifícios antigos.......................................... 69
2.13 O projeto de calçadas acessíveis de acordo com as regiões e os bairros.......... 70
2.14 Critérios gerais para a instalação de bicicletários junto à vias públicas............. 70
2.15 Critérios gerais para a compatibilização de calçadas com vias destinadas ao
uso de bicicletas...................................................................................................... 72

3. INSTRUÇÕES PARA APROVAÇÃO DE PROJETOS PARA CALÇADAS NO


MUNICÍPIO DE NITERÓI.......................................................................................... 73
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................ 76
GLOSSÁRIO............................................................................................................ 77
ANEXOS................................................................................................................. 80
ANEXO A – LEI Nº 1595 de 18 de Setembro de 1997- Dispõe sobre os projetos de
alinhamento das vias do Município............................................................................ 80
ANEXO B – LEI Nº 2624, de 29 de dezembro de 2008 - Código de Posturas de Niterói:
Sobre a implantação de mobiliários nos passeios...................................................... 83
APÊNDICE: INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES PARA A ANÁLISE DE PROJETOS
DE CALÇADAS........................................................................................................
APÊNDICE A - A LARGURA DAS FAIXAS DE TRAVESSIA DE PEDESTRES................... 84
APÊNDICE B - AS VAGAS DESTINADAS A VEÍCULOS QUE TRANSPORTAM PESSOAS 84
COM DEFICIÊNCIA: PARÂMETROS GERAIS............................................................. 86
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1: Cidade para todos................................................................................................... 05


Figura 2: Exemplo de ciclovia................................................................................................. 14
Figura 3: Exemplo de ciclofaixa.............................................................................................. 15
Figura 4: A Marcação de ciclofaixa ao longo da via ................................................................. 15
Figura 5: Exemplo de rota ciclável.......................................................................................... 16
Figura 6: Piso Tátil - Legenda................................................................................................. 20
Figura 7: Exemplo de aplicação de piso tátil direcional............................................................. 22
Figura 8: Exemplo de aplicação equivocada do piso tátil direcional........................................... 22
Figura 9: Padrão normativo para a orientação direcional através de piso tátil........................... 23
Figura 10: Piso tátil direcional em casos de ângulo: 165° <x ≤ 150°......................................... 24
Figura 11: Piso tátil direcional em casos de ângulo: 165° <x ≤ 180°......................................... 24

SUMÁRIO
Figura 12: Composição de sinalização tátil de alerta e direcional em rebaixamentos das
calçadas.............................................................................................................................. 25
Figura 13: Exemplo de aplicação de sinalização tátil............................................................... 26
Figura 14: Obras na calçada .................................................................................................. 27
Figura 15: As faixas que compõem as calçadas...................................................................... 31
Figura 16: Modelo esquemático de calçada acessível............................................................. 33
Figura 17: Exemplo do caso 1................................................................................................ 35
Figura 18: Exemplo do caso 2................................................................................................ 36
Figura 19: Exemplo caso 02 - Corte....................................................................................... 36
Figura 20: Exemplo do caso 3................................................................................................ 37
Figura 21: Exemplo do caso 3: Corte...................................................................................... 37
Figura 22: Inclinação Transversal........................................................................................... 39
Figura 23: O rebaixamento de calçadas para acesso de veículos .............................................. 40
Figura 24: Acesso de veículos a garagens (vista superior)....................................................... 40
Figura 25: Corte AA - Acesso de veículos a calçadas............................................................... 41
Figura 26: Exemplo de adequação de toda a esquina (rampas)................................................. 44
Figura 27: A largura do rebaixamento é igual à largura da faixa de travessia (situação ideal)........ 45
Figura 28: Exemplo de rampas com largura de 1,20 m............................................................. 45
Figura 29: Rebaixamentos em esquinas (exemplo)................................................................. 46
Figura 30: O rebaixamento em locais onde não há espaço para as abas laterais das rampas....... 47
Figura 31: O rebaixamento da esquina................................................................................... 47
Figura 32: Os casos de rebaixamento da esquina.................................................................... 48
Figura 33: Exemplo de rebaixamento de calçada estreita em meio de quadra (Calçada estreita). 48
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Figura 34: Exemplo de rebaixamento de calçada muito estreita................................................ 49


Figura 35: Exemplo de rebaixamento de calçada estreita em meio de quadra............................ 49
Figura 36: Faixa de piso tátil direcional na faixa -livre próxima à testada do lote........................... 53
Figura 37: Faixa de piso tátil direcional na faixa -livre próxima a faixa de transição................................. 53
Figura 38: Faixa de piso tátil direcional na faixa -livre no limite com a faixa de serviço........................... 55
Figura 39: Posicionamento de árvores: Calçadas com três metros (corte)................................ 58
Figura 40: Exemplo de gola de árvore .................................................................................... 59
Figura 41: A implantação do mobiliário urbano de acordo com o seu porte (esquina)................. 62
Figura 42: A implantação do mobiliário urbano de acordo com o seu porte (meio de quadra)..... 63
Figura 43: Bancas de Jornais e Revistas-modelo esquemático A............................................. 65
Figura 44: Bancas de Jornais e Revistas-modelo esquemático B............................................. 65
Figura 45: Abrigo de espera de transporte coletivo.................................................................. 65
Figura 46: Modelo esquemático de prancha com legenda........................................................ 75
Figura 47: Detalhe de Legenda............................................................................................... 75

SUMÁRIO
Figura 48: Vaga especial perpendicular à calçada e com espaço compartilhado........................ 87
Figura 49: Vaga especial paralela à calçada............................................................................ 87
Figura 50: Vaga especial transversa à calçada e com espaço compartilhado............................ 88
Figura 51: Placa de regulamentação de estacionamento em via pública -Exemplo.................... 89
Figura 52: Sinalização vertical em espaço interno................................................................... 89
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1. CONCEITOS E DEFINIÇÕES

1.1 O direito constitucional à cidade para todos

A cidade para todos é um direito constitucional do cidadão.


Segundo o Censo IBGE 2010, 24 % da população brasileira apresentam algum nível
de dificuldade ou deficiência. O envelhecimento populacional em panorama nacional
também é um fator relevante para a promoção de espaços urbanos acessíveis.
Este direito se aplica todos a os cidadãos, dentre as quais se encontram as pessoas
com diferentes características antropométricas e também com diferentes condições
físicas, mentais, sensoriais ou motoras. Todas precisam conviver no ambiente da cidade!

CONCEITOS
1.2 O direito de ir e vir

O espaço acessível promove a equiparação de oportunidades de acesso a todas as


pessoas, garantindo, assim, o direito de ir e vir a todos os cidadãos.

1.3 A acessibilidade como determinação da legislação brasileira

A legislação brasileira determina o direito à acessibilidade espacial a todas as


pessoas. O Decreto Federal Nº 5.296 /2004 estabelece normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade às pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade
reduzida.

1.3.1 Acessibilidade

Todos os cidadãos têm o direito a utilizar-se dos espaços da cidade, dos


equipamentos, mobiliário e dos serviços urbanos dentro das condições de autonomia e de
segurança, independente de suas condições físicas, mentais, sensoriais ou motoras.
11
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

De acordo com a legislação brasileira, expressa através da Norma Brasileira NBR


9050/04 trata da acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos
urbanos e elementos - Acessibility to buildings, equipment and the urban environment:

Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e entendimento


para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço, mobiliário,
equipamento urbano e elementos.
(NBR 9050/2004)

1.3.2 O Desenho Universal

CONCEITOS
O Desenho Universal é uma proposta de projeto que tem como objetivo atender a
uma gama diversificada de pessoas através de projetos que ampliem as condições de
uso às pessoas com diferentes características.

Desenho Universal: Concepção de espaços, artefatos e produtos que visam a


atender simultaneamente a todas as pessoas, com diferentes características
antropométricas e sensoriais, de forma autônoma, segura e confortável,
constituindo-se nos elementos ou soluções que compõem a acessibilidade.

(Decreto Federal Nº. 5.296 / 2004)

1.3.3 A classificação das pessoas com deficiência

As pessoas com deficiência são classificadas pelo Decreto Federal Nº 5.296 /2004 como
aquelas que apresentam: Deficiência física; Deficiência auditiva; Deficiência visual;

12
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1.3.4 As pessoas com mobilidade reduzida

As pessoas com mobilidade reduzida são aquelas que não se enquadrando na


classificação de pessoas com deficiências, tenham, por qualquer motivo, dificuldade de
movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade,
flexibilidade, coordenação motora e percepção. Aplica-se, ainda, às pessoas idosas, com
idade igual ou superior a sessenta anos, gestantes, lactantes e pessoas com criança de
colo.
1.4 A calcada ideal

A calçada ideal é aquela que garante o direito de ir e vir a todas as pessoas dentro das

CONCEITOS
condições de autonomia e segurança a todos os cidadãos. A calçada ideal melhora a
qualidade de vida de todos os cidadãos.

1.5 Conceitos e definições relacionados ao ambiente urbano

1.5.1 Via, logradouro público ou rua

É o espaço que compreende o passeio, pista, acostamento e canteiro destinado à


circulação de pessoas e veículos.

Logradouro público: Espaço livre destinado pela municipalidade à circulação,


parada ou estacionamento de veículos, ou à circulação de pedestres, tais como:
avenidas, ruas, travessas, ruas de vilas, becos, escadarias, recuos, túneis,
viadutos, estradas, caminhos, calçadas, calçadões, áreas de lazer, parques,
praças e praias.
(Código de Posturas de Niterói)
1.5.2 Pista ou caixa de rolamento

É a parte do logradouro público destinada ao trânsito de veículos (Código de 13


Posturas de Niterói).
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1.5.3 Passeio público ou calçada

Passeio público é a parte da via pública, normalmente segregada e em nível


diferente, destinada à circulação de todas as pessoas, e à implantação de mobiliário
urbano, equipamentos de infraestrutura, vegetação, sinalização e outros fins previstos em
leis específicas.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, a calçada ou passeio, é a parte da via, não
destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível,
à implantação de mobiliário, sinalização, vegetação e outros fins.
O Código de Posturas de Niterói define passeio público como: “parte do logradouro
público destinada ao trânsito exclusivo de pedestre, limitado a partir da soleira dos
acessos das edificações.”

CONCEITOS
1.5.4 - Ciclistas no passeio

A circulação de ciclistas na calçada pode ser permitida excepcionalmente, quando


prevista. Segundo o Código de Transito Brasileiro, quando o ciclista está desmontado,
empurrando a bicicleta, equipara-se ao pedestre em seus direitos e deveres.

1.5.5 Ciclovia

Pista própria destinada à circulação de ciclos, separada fisicamente do tráfego


comum (figura 2). A ciclovia segrega a pista destinada ao uso da bicicleta com algum
elemento físico, impedindo a invasão de veículos automotores. Normalmente é utilizada
quando a via é de movimento intenso e pesado ou quando o fluxo da ciclovia é de contra
mão ao fluxo de veículos.

Figura 2 : Exemplo de ciclovia 14


MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1.5.6 Ciclofaixa

É a parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de ciclos, sendo


delimitada por sinalização específica.(figuras 3 e 4).
A ciclofaixa é utilizada, quando necessário, para separar o fluxo de veículos
automotores de fluxo de bicicletas. Constitui-se da marcação ao longo da via delimita que
delimita parte da pista de rolamento destinada à circulação exclusiva de bicicletas. A
mesma é demarcada com as cores branca nos bordos e vermelha para contraste.

CONCEITOS
Figura 3 : Exemplo de ciclofaixa

Figura 4 : A Marcação de ciclofaixa ao longo da via (MCI)


Fonte: CONTRAN, 2007, pág. 35.
15
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1.5.7 Rota Ciclável

Marcação de pista destinada ao uso da bicicleta, compartilhada com veículos


automotores, sem uma definição específica de limite de largura de pista, apenas com a
demarcação de sentido da via e simbologia destinada ao uso da bicicleta, onde a bicicleta
possui o mesmo direito de circulação que o veículo automotor. A circulação no contrafluxo
só será permitida se dotada de ciclofaixa com rege o art. 58 parágrafo único do CTB.
(figura 5).

CONCEITOS
Figura 5 : Exemplo de rota ciclável

1.5.8 Calçada rebaixada

Quando apresenta rampa construída ou implantada na calçada ou passeio destinada


a promover a concordância de nível entre esta e o leito carroçável (ABNT, NBR 9050:2004).

1.5.9 Faixa livre

Área do passeio ou da calçada destinada exclusivamente à circulação de pedestres.

1.5.10 Mobiliário urbano

A Lei Municipal Nº 2624, de 29 de dezembro de 2008, o Código de Posturas do


Município de Niterói, define mobiliário urbano como sendo o conjunto de elementos que
podem ocupar o espaço público, implantados, direta ou indiretamente, pela Administração
Municipal, com as seguintes funções urbanísticas: 16
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

a) Circulação e transporte;
b) Ornamentação da paisagem e ambientação urbana;
c) Descanso e lazer;
d) Serviços de utilidade pública;
e) Comunicação e publicidade;
f) Atividade comercial;
g) Acessórios à infraestrutura.

Mobiliário urbano são todos os objetos, elementos e pequenas construções

CONCEITOS
integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante
autorização do poder público em espaços públicos e privados. (NBR 9040 /2004).

1.5.11 Equipamento Urbano

São todos os bens públicos e privados, de utilidade pública, destinados à prestação


de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante autorização
do poder público, em espaços públicos e privados (NBR 9050/2004).

1.5.12 Rota Acessível

É o trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que conecta os ambientes externos


ou internos de espaços e edificações, e que possa ser utilizado de forma autônoma e
segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com deficiência.

A rota acessível externa pode incorporar estacionamentos, calçadas rebaixadas,


faixas de travessia de pedestres, rampas, etc. A rota acessível interna pode incorporar
corredores, pisos, rampas, escadas, elevadores etc. (NBR 9050/04, pág.04) 17
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1.6 A Sinalização

1.6.1 Definição

A sinalização é o conjunto de informações que permitem que a pessoa venha a se


orientar no espaço. A sinalização no ambiente urbano abrange todos os elementos de
comunicação deste ambiente, tais como: placas de trânsito, semáforos, placas indicativas
de ruas, pisos diferenciados, etc.

1.6.2 Tipos de sinalização

CONCEITOS
De emergência
Sinalização utilizada para indicar as rotas de fuga e saídas de emergência das
edificações, dos espaços e do ambiente urbano, ou para alertar quanto a um perigo
iminente.

Permanente
Sinalização utilizada nas áreas e espaços cuja função já esteja definida,
identificando os diferentes espaços ou elementos de um ambiente ou de uma
edificação. No mobiliário, deve ser utilizada para identificar os comandos.

Direcional
Sinalização utilizada para indicar a direção de um percurso ou a distribuição espacial
dos diferentes elementos de um edifício. Na forma visual, associa setas indicativas
de direção, a textos, figuras ou símbolos. Na forma tátil, utiliza recursos como linha-
guia ou piso tátil.

Temporária
Sinalização utilizada para indicar informações provisórias ou que podem ser
alteradas periodicamente.
18
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1.6.3 Formas de comunicação e sinalização

Visual
É realizada através de textos ou figuras.

Tátil
É a realizada através de caracteres em relevo, Braille ou figuras em relevo.

Sonora
É realizada através de recursos auditivos. Sinalização utilizada para indicar

CONCEITOS
informações provisórias ou que podem ser alteradas periodicamente.
Destaca-se como exemplo a implantação semáforos com dispositivos sonoros
conforme Norma ABNT NBR 9050/04

1.6.4 Informações essenciais

As informações essenciais devem ser sinalizadas de forma visual, tátil e sonora,


segundo os critérios da Norma de Acessibilidade (NBR 9050).

19
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1.6.5 Sinalização tátil no piso

O que é piso tátil?

O piso tátil constitui-se em uma linguagem que provê informações para que as
pessoas com deficiência visual (pessoas cegas ou com baixa visão) se orientem nos
seus deslocamentos.
Esta linguagem é construída através da utilização do piso tátil, que é caracterizado
pela diferenciação de textura em relação ao piso adjacente conforme as especificações
técnicas dadas pela Norma ABNT NBR 9050/2004. Apresenta-se na forma de piso tátil
direcional e piso tátil de alerta.

CONCEITOS
Piso Tátil Direcional
indica o sentido do percurso

Piso Tátil de Alerta


Indica situação de alerta:
Mudança de direção

Figura 6: Piso Tátil - Legenda


Observação: As cores utilizadas no desenho são apenas ilustrativas.

A Norma Brasileira de Acessibilidade recomenda que, na implantação do piso tátil,


utilizar cores contrastantes com o piso existente para o caso de pessoas com baixa visão 20
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

(a) Piso direcional

O piso tátil direcional orienta a pessoa com deficiência visual na direção dos
percursos.
O piso direcional é instalado formando uma faixa que acompanha o sentido do
deslocamento e tem a largura variando entre 25 cm a 60 cm. Esta faixa deve ser utilizada
em áreas de circulação, indicando o caminho a ser percorrido e em espaços muito amplos,
sempre que houver interrupção da face dos imóveis ou de linha guia identificável, como
por exemplo, nos postos de gasolina.

(b) Piso tátil de alerta

CONCEITOS
O piso tátil de alerta é um recurso que auxilia a pessoa com deficiência visual quanto
ao seu posicionamento na área da calçada e sinaliza também situações que ofereçam
risco. Este deve ser instalado em áreas de rebaixamento de calçada, travessia elevada,
canteiro divisor de pistas ou obstáculos suspensos.

(c) Linha-guia

Linha-guia é qualquer elemento natural ou edificado que possa ser utilizado como
guia de balizamento para pessoas com deficiência visual que utilizem bengala de
rastreamento.

Forma de aplicação do piso tátil direcional

A aplicação do piso tátil direcional deve indicar o sentido da caminhada conforme


determina a Norma Brasileira de Acessibilidade (NBR 9050). As linhas (em texturas)
indicam o sentido do deslocamento. As figuras 7 e 8 explicam como deverá ser
posicionado o piso tátil direcional. 21
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Figura 7: Exemplo de aplicação de piso tátil direcional Figura 8: Exemplo de aplicação


As linhas (em texturas) indicam o sentido do equivocada do piso tátil direcional.
deslocamento.

CONCEITOS
Quais são as funções do piso tátil?

O piso tátil tem a função de orientar a pessoa com deficiência visual em duas
situações distintas:
a) No deslocamento contínuo ou direcional. Para esta função aplica-se o piso tátil
direcional.
b) Indicar as situações de atenção. Para esta função aplica-se o piso tátil de alerta.
As situações de atenção ou alerta podem indicar:

■ A possibilidade de mudança de direcionamento dos percursos: A existência de

outras opções de acesso, por exemplo.


■ A existência de escadas, desníveis, rampas que, por ventura, existirem durante

o percurso, ou o local de acesso aos elevadores, dentre outros.


■ Indicar a presença dos elementos disponibilizados para o uso, como a

existência de placas táteis informativas, os pontos de ônibus, etc. No ambiente


do edifício pode indicar , por exemplo, os balcões de atendimento, os caixas
bancários especiais, o mapa tátil da agência bancária ou outras informações
relevantes. 22
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

■Indica também a existência de situações de perigo iminente como: A existência


de obstáculos a serem desviados; A presença de elementos suspensos cuja
projeção é anunciada exatamente pelo piso tátil alerta; outros.

c) A aplicação da composição da sinalização tátil de alerta e direcional deve atender


às seguintes condições:

■ Quando houver mudança de direção entre duas ou mais linhas de sinalização


tátil direcional, deve haver uma área de alerta indicando que existem alternativas
de trajeto. Essas áreas de alerta devem ter dimensão proporcional à largura da
sinalização tátil direcional (Figuras 09 e 10).

CONCEITOS
Figura 9: Padrão normativo para a orientação direcional através de piso tátil direcional e de alerta.
Construído a partir da Norma ABNT NBR 9050/2004.
23
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Quando houver mudança de direção formando ângulo superior a 90°, a linha-guia deve ser
sinalizada com piso tátil direcional.

CONCEITOS
Figura 10: Piso tátil direcional em casos de ângulo: 165° <x ≤ 150°.
Construída a partir da Norma ABNT NBR 9050/2004.

Figura 11: Piso tátil direcional em casos de ângulo: 165° <x ≤ 180°.
Construída a partir da Norma ABNT NBR 9050/2004. 24
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Nos rebaixamentos de calçadas, quando houver sinalização tátil direcional, esta


deve encontrar com a sinalização tátil de alerta.

CONCEITOS
Figura 12 : Composição de sinalização tátil de alerta e direcional em rebaixamentos das calçadas

■ Nas portas de elevadores, quando houver sinalização tátil direcional, esta deve

encontrar a sinalização tátil de alerta, na direção da botoeira.


■ Instalar a sinalização tátil de alerta nas faixas de travessia, no sentido perpendicular

ao deslocamento, à distância de 0,50 m do meio-fio.


■ Recomenda-se a instalação de sinalização tátil direcional no sentido do

deslocamento, para que sirva de linha-guia, conectando um lado da calçada ao outro.


■ Nos pontos de ônibus deve ser instalada a sinalização tátil de alerta ao longo do

meio fio e o piso tátil direcional, demarcando o local de embarque e desembarque. 25


MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

CONCEITOS
Figura 13 : Exemplo de aplicação de sinalização tátil. Conforme a Norma ABNT NBR 9050/ 2004.

1.7 A responsabilidade sobre a construção e manutenção das calçadas

As calçadas são vias públicas destinadas à mobilidade de pedestres. Todas as


calçadas deverão ser construídas e preservadas de acordo com as diretrizes municipais a
fim de possibilitar a continuidade nos percursos e garantia da acessibilidade e da
mobilidade urbana.

De quem é a responsabilidade de construir e fazer a manutenção das calçadas?

Conforme a LEI Nº 2624, de 29 de dezembro de 2008, o Código de Posturas do


Município de Niterói, Artigo 93: Compete obrigatoriamente ao proprietário do imóvel ou ao
seu ocupante a execução e conservação dos passeios, muros, cercas e muralhas de
sustentação.
Deverão ser adotados os padrões estabelecidos pelo Município. 26
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1.8 Obras nas calçadas

As obras eventualmente existentes sobre a calçada deverão atender às


especificações apresentadas pela Norma ABNT NBR 9050/04: Deverão ser
convenientemente sinalizadas e isoladas, preservando-se a faixa livre. Caso contrário deve
ser feito desvio pelo leito carroçável da via, providenciando-se uma rampa provisória, com
largura mínima de 1,00 m e inclinação máxima de 10%, conforme figura.
Para a execução de obras em calçadas deve-se atender à legislação municipal em
avigor, de acordo com as indicações do item 3 deste manual.

CONCEITOS
Figura 14: Obras na calçada
Rampa de acesso provisória construída a partir da NBR 9050:2004

Conforme o Decreto Federal 5.296/2004, em qualquer intervenção nas vias e


logradouros públicos, o Poder Público e as empresas concessionárias responsáveis
pela execução das obras e dos serviços deverão garantir o livre trânsito e a circulação
de forma segura das pessoas em geral, especialmente das pessoas com deficiência ou
pessoas com mobilidade reduzida, durante e após a sua execução, de acordo com o
previsto em normas técnicas de acessibilidade da ABNT, na legislação específica e no
Decreto. 27
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2. DIRETRIZES DO MUNICÍPIO DE NITERÓI PARA A PADRONIZAÇÃO DAS CALÇADAS

A Prefeitura Municipal de Niterói apresenta o conjunto de diretrizes para as calçadas


do Município de Niterói.
Torna obrigatória a adoção dos padrões técnicos da Norma Brasileira de
Acessibilidade ( NBR 9050 de 2004 ou outra que a venha sobrepor) e as diretrizes
apresentadas no Manual de Calçadas Acessíveis do nas calçadas do Município de Niterói,
com vistas a permitir fluidez, segurança e boas condições de mobilidade aos pedestres.

2.1 As faixas que compõem as calçadas

DIRETRIZES
A Prefeitura Municipal de Niterói estabelece a divisão das calçadas em três faixas
que organizam o espaço para as suas diferentes funções: circulação de pedestres e
suporte do mobiliário e equipamento urbano e acesso aos lotes. A saber:

■ Faixa-livre
■ Faixa de Serviços
■ Faixa de Transição.

2.1.1 Faixa-Livre

É a faixa da calçada da calçada destinada exclusivamente à circulação de pedestres,


devendo ser plana e livre de obstáculos físicos (temporários ou permanentes), desníveis,
onde as pessoas possam caminhar livremente, dentro das condições de autonomia e
segurança. A faixa-livre é uma determinação da legislação brasileira. Deve apresentar, no
mínimo, 1,50m de largura, sendo aceitável, em casos especiais, a largura de 1,20m. A
largura da faixa-livre deve atender à demanda local para o fluxo de pessoas, não podendo
ser restrita à dimensão mínima sob o risco de comprometer a mobilidade local de
pedestres. 28
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Características da faixa-livre

■ Largura: A especificação da largura mínima da faixa-livre é apresentada pelo


Município para as situações específicas. A Norma Brasileira de Acessibilidade
estabelece que a faixa-livre deverá apresentar largura mínima de 1,50 m, sendo o
mínimo admissível de 1,20 m e altura mínima livre para mobiliário urbano igual a
2,10 m. Esta largura também é condicionada em função do fluxo local de pessoas.
Nos casos em que a declividade da rua não permitir os padrões recomendados, a
Prefeitura Municipal de Niterói deverá ser consultada.

■Piso: O piso da faixa-livre não deve apresentar desníveis, ressaltos ou depressões.

DIRETRIZES
Deve ser antiderrapante sob quaisquer condições, confortável ao pedestre e
completamente acessível às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida,
permitindo fluidez, e apresentando as características de durabilidade e resistência.

■Inclinação transversal: A inclinação transversal de calçadas, passeios e vias


exclusivas de pedestres não deve ser superior a 3%.

■ Inclinação longitudinal: Deve acompanhar o greide da rua, não devendo ser

superior a 8,33%.

■Observação: Não é aceitável a construção de rampas para veículos na faixa livre da


calçada.

2.1.2 Faixa de Serviço

Área na calçada junto ao meio-fio reservada para a instalação dos equipamentos


urbanos como postes de iluminação pública e placas de sinalização, telefones públicos e
demais elementos do mobiliário urbano, vegetação, rampas de acesso, etc. 29
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.1.3 Faixa de Transição

Corresponde ao espaço excedente em frente ao imóvel ou terreno, onde se


encontram vegetação, rampas, toldos, propaganda e mobiliário, como mesas de bar e
floreiras, desde que não impeçam o acesso aos imóveis. É, portanto uma faixa de apoio à
propriedade.
Surge em locais onde existem demandas específicas, tais como: mesas de bar,
cadeiras, etc. e que, para serem implantadas ou utilizadas, deverão ser submetidas à
apreciação da Prefeitura Municipal de Niterói para a obtenção de aprovação junto aos
órgãos competentes. Não será autorizada a implantação de elementos que comprometam

DIRETRIZES
a acessibilidade local.
No caso de existência da faixa de transição, a implantação do piso tátil direcional e
alerta deverá ser estabelecida de forma a permitir a circulação de pessoas em rotas
desobstruídas.
A faixa de transição aos lotes só é permitida diante da aprovação do Município em
locais específicos, onde as calçadas são largas e quando a faixa-livre (circulação de
pessoas) e a faixa de serviços (equipamentos e mobiliário urbano) estiverem em
conformidade com os padrões de acessibilidade.

30
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 15: As faixas que compõem as calçadas
Faixa livre, faixa de serviços e faixa de transição.

31
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2. 2 Critérios para a composição das faixas nas calçadas

2.2.1 A hierarquização do sistema viário e a padronização das calçadas

A LEI Nº 1595 de 18 de Setembro de 1997, que dispõe sobre os projetos de


alinhamento das vias do Município estabelece a largura das vias da cidade de Niterói. O
dimensionamento da largura das calçadas é estabelecido de acordo com o tipo de via e de
sua localização. A classificação tipológica das vias do Município é definida em função dos
projetos de alinhamento e de acordo com os seguintes critérios, estabelecidos no art. 14

DIRETRIZES
da Lei 1470 de 11 de dezembro de 1995 - Lei de Uso e Ocupação do Solo:

■I - Vias tipo "A" com pista de largura igual ou maior a 10,50m (dez metros e
cinqüenta centímetros);

■ II - Vias tipo "B" com pista de largura maior que 7,00m (sete metros) e menor que

10,50m (dez metros e cinquenta centímetros);

■ III - Vias tipo "C" com pista de largura igual ou menor que 7,00m (sete metros).

Esta Lei apresenta também a classificação funcional das vias, cujas definições
encontram-se em anexo nesta cartilha:

■ Coletora
■ Arterial principal
■ Arterial secundária 32
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.2.2 Modelo Básico de Calçadas Acessíveis

A implantação de faixas de acordo com a largura das calçadas: FAIXA LIVRE ; FAIXA
DE SERVIÇOS E FAIXA DE TRANSIÇÃO

DIRETRIZES
Figura 16 : Modelo esquemático de calçada acessível.
Observação: A faixa de transição será implantada somente em locais específicos e com a autorização do
Município.

De acordo com a Lei nº 2.624, de 29 de dezembro de 2008 – o Código de Posturas


do Município de Niterói, no Artigo 93: “Compete obrigatoriamente ao proprietário do imóvel
ou ao seu ocupante, a execução e conservação de passeios, muros, cercas e muralhas de
sustentação”.
A Lei Nº 1595 de 18 de Setembro de 1997: Dispõe sobre os projetos de alinhamento
das vias do Município de Niterói, estabelecendo a hierarquização do sistema viário e a
largura das calçadas, devendo ser consultada sempre que houver intenção de realização
de projeto.
De acordo com esta lei, a largura das calçadas é variável, conforme a classificação
da via. 33
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.2.3 A largura das calçadas e composição das faixas:

FAIXA LIVRE, FAIXA DE SERVIÇOS E FAIXA DE TRANSIÇÃO.

TABELA 1: A LARGURA DAS CALÇADAS E A IMPLANTAÇÃO DAS FAIXAS:

DIRETRIZES
*Neste caso, não implantar mobiliário e equipamentos urbanos. O espaço existente deverá ser preservado
para a mobilidade de pedestres.
** No caso de 0,70m de largura, a faixa de serviço não poderá comportar gola de árvore e o mobiliário deverá
ser de pequeno ou médio porte, devendo ser o mínimo necessário. O posteamento deverá situar-se nesta
faixa ou, preferencialmente em calçadas mais largas. Não será permitida a implantação de telefones públicos
em calçadas menores do que três metros. Porém, as árvores existentes não poderão ser retiradas. 34
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.2.3.1 Situação A: Calçadas com largura inferior a 3 m

Em calçadas com largura inferior a três metros não será permitida a implantação de
mobiliário e de equipamentos como: telefones públicos, bancas de jornal e mobiliário de
médio e grande porte. Nestes casos, quando possível, será estabelecida uma faixa de
0,70m para implantação de posteamento e mobiliário de pequeno porte, desde que seja
preservada uma faixa livre de 1,50m (aceitando-se 1,20m).
Os casos mais críticos, onde a largura da calçada é inferior a 1,20m não poderão ser
considerados como integrantes de rota acessível. Nestes casos, deverão ser
estabelecidas propostas alternativas de percursos acessíveis. As árvores existentes não
poderão ser retiradas sem a devida autorização.

DIRETRIZES
CASO 01 (tabela 01)

As calçadas com largura inferior a 2,00m não apresentam faixa de serviço e faixa de
transição, sendo toda a largura da calçada destinada à circulação de pessoas. Quando o
espaço destinado à faixa-livre for inferior a 1,20m, o município estabelecerá critérios
específicos após a análise da situação local. As árvores eventualmente existentes não
poderão ser retiradas sem a devida autorização.

Figura 17: Exemplo do caso 1: Calçadas com 1,5m de largura 35


MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

CASO 02 (tabela 01):

Nos casos de calçadas com largura maior ou igual a 2,00m e menor que 3,00m, a
faixa de serviço será de 0,70m de largura, não podendo, neste caso, haver gola de árvore.
Porém, as árvores eventualmente existentes não poderão ser retiradas. O mobiliário
deverá ser de porte pequeno ou médio, devendo ser o mínimo necessário. Este, bem como
o posteamento, deverá situar-se na faixa de serviço ou, preferencialmente, em calçadas
mais largas. Não será permitida a implantação de telefones públicos em calçadas com
largura inferior a três

DIRETRIZES
Figura 18: Exemplo do caso 2: Calçadas Largura da Calçada ≤ 2 <3,00 -Vista Superior

Figura 19: Corte- Exemplo de calçada do caso 02: Calçada com dois metros de largura
36
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.2.3.2 Situação B: Calçadas com largura igual ou superior a 3 m

CASO 03 (tabela 01)

Calçadas com largura igual a 3,00m: considerar 1,85 m como largura da faixa-livre e
1,15m para a faixa de serviço.

DIRETRIZES
Figura 20: Exemplo do caso 3: Calçadas com largura igual a 3m – Vista Superior

Figura 21: Exemplo do caso 3: Corte 37


MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

CASO 04 (tabela 01)

Nos casos de calçadas com largura acima de 3,00m devem-se considerar as


diretrizes municipais para o local. Nestes casos, a faixa-livre deverá apresentar largura
igual ou maior que 1,85m. Para a Faixa de serviços, considerar 1,15m de largura ou seguir
as diretrizes municipais para o local. No caso de faixa de transição, também considerar as
diretrizes municipais para o local.

2.4 Aspectos construtivos a serem observados nas calçadas

DIRETRIZES
2.4.1 Inclinação das calçadas

Para que a mobilidade de pessoas não seja comprometida, é estritamente proibida a


existência de degraus nos passeios. Os desníveis deverão ser vencidos de acordo com as
orientações a seguir relacionadas em conformidade com a Norma ABNT NBR 9050/2004.

2.4.1.1 Inclinação transversal

A inclinação transversal de calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres não


deve ser superior a 3%.
Eventuais ajustes de soleira devem ser executados sempre dentro dos lotes. (NBR
9050).
Caso não seja possível adotar a inclinação máxima de 3% do passeio em toda a sua
largura, deve-se priorizar este limite na faixa livre. 38
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 22: Inclinação transversal

2.4.1.2 Os acessos de veículos à garagens

■ Acomodação transversal

A acomodação transversal do acesso de veículos e seus espaços de circulação


deve ser feita exclusivamente dentro do imóvel, de forma a não criar degraus ou
desníveis nos passeios, conforme determina a Norma ABNT NBR 9050/2004.

■ Sinalização tátil nos acessos de veículos

Os acessos de veículos deverão ser sinalizados através da implantação de piso


tátil de alerta além dos aplicativos sonoros. 39
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 23 : O rebaixamento de calçadas para acesso de veículos (faixa de serviços).

Figura 24: Acesso de veículos a garagens- sinalização de calçadas (vista superior) 40


MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 25: Corte AA - Acesso de veículos a calçadas

2.4.1.3 Inclinação longitudinal

A inclinação longitudinal de calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres deve


sempre acompanhar a inclinação da via lindeira, de acordo com a topografia local.
Recomenda-se que a inclinação longitudinal das áreas de circulação exclusivas de
pedestres seja de, no máximo, 8,33% (1:12).
Ressalta-se que calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres que tenham
inclinação superior a 8,33% (1:12) não podem compor rotas acessíveis (NBR 9050).
Em casos conflitantes, a Prefeitura Municipal deve ser consultada para que a análise
seja estabelecida pontualmente.

2.4.2 Os revestimentos dos pisos das calçadas

(a) As calçadas deverão apresentar superfície regular, firme, contínua,


antiderrapante sob quaisquer condições, sem degraus ou obstáculos que dificultem
a circulação dos pedestres. 41
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

(b) O piso das calçadas deve oferecer as seguintes características: segurança,


durabilidade (mínima de cinco anos) e resistência para suportar o fluxo de pedestres
e de veículos nos acessos de garagem.

(c) Os pisos deverão apresentar-se sem qualquer emenda, reparo ou fissura.

(d) As calçadas deverão apresentar piso tátil conforme a Norma Brasileira BR


9050/2004 e conforme diretrizes municipais.

(e) Para a escolha dos pisos, além da observância dos padrões normativos, deve-
se observar a tipologia adotada no segmento urbano onde se insere a calçada de
forma a propiciar unidade visual no ambiente.

DIRETRIZES
(f) A municipalidade orienta a adoção dos seguintes tipos de piso de acordo com as
faixas:

■ Faixa de serviço: Piso intertravado ou similar, pois é de fácil instalação e


remoção, o que contribui para a facilitação dos processos construtivos nos
casos de eventuais obras.

■Nas faixas livres: placa pré-moldada de concreto; concreto liso ou estampado,


com juntas de dilatação e acabamento antiderrapante sob quais quer condições
climáticas e que não provoque trepidação, ou piso similar que atenda às
características referenciadas.

■Nas faixas de transição: piso que atenda às características acima referenciadas.


Nos casos de ambientes inseridos em áreas patrimoniais (APA-U), estes deverão
ter analise especial através da consulta à Secretaria de Cultura.

■Como apêndice, incluímos algumas especificações técnicas para a execução


de calçadas com os pisos especificados fornecidas pela ABCP - Associação
Brasileira de Cimento Portland. 42
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.5 - Os rebaixamentos de calçadas para a travessia de pedestres

Os rebaixamentos de calçadas junto às faixas de travessia de pedestres visam


melhorar as condições de mobilidade de pedestres e de acessibilidade às pessoas com
deficiência ou mobilidade reduzida, facilitando também às pessoas com carrinhos de
bebê, carrinhos de mão e outros tipos de carga e que visam à travessia da via.
Nos locais onde houver foco de pedestres para a travessia de vias, as calçadas
deverão ser rebaixadas e devidamente sinalizadas, preferencialmente com a demarcação
de faixas de travessia (havendo ou não semáforos).

DIRETRIZES
O piso deverá se apresentar nivelado. Não deverá haver desnível entre o
rebaixamento da calçada e o leito carroçável. A inclinação não deverá ser superior a
8,33%.

Importante: Os rebaixamentos de calçadas em lados opostos da via devem estar


alinhados entre si.

2.5.1 Os rebaixamentos de calçada quanto ao seu posicionamento na via

Os rebaixamentos de calçadas podem estar localizados nas esquinas, nos meios


de quadra e nos canteiros divisores de pistas. No caso dos rebaixamentos em
esquinas, considerar os quatro cantos e as diretrizes estabelecidas para a avaliação das
esquinas apresentados neste documento. 43
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 26: Exemplo de adequação de toda a esquina (rampas).

2.5.2 A largura dos rebaixamentos

Quando o fluxo de pedestres é intenso, sendo calculado ou estimado como superior


a 25 pedestres/ min / m, a largura do rebaixamento deve ser igual à largura das faixas de
travessia de pedestres. 44
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 27: A largura do rebaixamento é igual a largura da faixa de travessia (situação ideal).
Observar a composição de sinalização tátil de alerta e direcional em rebaixamentos das calçadas
(rampas).

Em locais onde o fluxo de pedestres for igual ou inferior a 25 pedestres/ min. / m e


houver interferência que impeça o rebaixamento da calçada em toda a extensão da faixa de
travessia, admite-se rebaixamento em largura inferior até o limite mínimo de 1,20m de
largura de rampa.

Figura 28: Exemplo de rampas com largura de 1,20 m.


Utilizadas somente em locais onde o fluxo de pedestres permite o rebaixamento parcial. 45
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.5.3 A sinalização tátil nos rebaixamentos

Os rebaixamentos de calçadas devem ser sinalizados conforme norma ABNT NBR


9050/2004.
2.5.4 Os tipos de rebaixamento

2.5.4.1 Rebaixamento do tipo A

DIRETRIZES
Figura 29: Rebaixamentos em esquinas (exemplo)

(a) Sobre a garantia de faixa livre nos locais de rebaixamento de calçadas

Além do espaço ocupado pelo rebaixamento, deverá ser assegurada na calçada


uma faixa livre de 1,20m, aceitando-se mínimo 0,80m em casos excepcionais.

(b) As abas laterais dos rebaixamentos

As abas laterais dos rebaixamentos devem ter projeção horizontal mínima de


0,50m e compor planos inclinados de acomodação com inclinação máxima recomendada
de 10%.
Quando a superfície imediatamente ao lado dos rebaixamentos contiver
obstáculos, as abas laterais poderão ser dispensadas. Neste caso, deve ser garantida faixa
livre de, no mínimo, 1,20m sendo o recomendável 1,50m. 46
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.5.4.2 Rebaixamento do tipo B

DIRETRIZES
Figura 30: O rebaixamento em locais onde não há espaço para as abas laterais das rampas.
Fonte: Norma ABNT NBR 9050 /2004 pág. 57

2.5.4.3 Rebaixamento do tipo C


O rebaixamento total da calçada na esquina é admissível quando a travessia de
pedestres estiver alinhada com a calçada da via transversal (NBR 9050/2004).

Figura 31: O rebaixamento da esquina


Fonte: Norma ABNT NBR 9050 /2004 pág. 58 47
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 32: Os casos de rebaixamento da esquina

2.5.4.4 Rebaixamento do tipo D


Este tipo de rebaixamento se aplica a calçadas estreitas que não permitem a
implantação da rampa com o espaço adicional para a circulação de pedestres,
conforme mencionado anteriormente.

Figura 33: Exemplo de rebaixamento de calçada estreita em meio de quadra (Calçada estreita)
Observação: O rebaixamento preferencialmente deverá ser da largura da faixa de travessia 48
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 34: Exemplo de rebaixamento de calçada muito estreita

Figura 35: Exemplo de rebaixamento de calçada estreita em meio de quadra (Calçada estreita) 49
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.5.5 Critérios para a avaliação da acessibilidade nas esquinas

(a) Critérios Gerais

A esquina é formada pela confluência de duas vias. As calçadas, nestes locais,


deverão ser constituídas de forma a atender aos seguintes critérios:

I - facilitar a passagem de todas as pessoas inclusive às pessoas com deficiência e


pessoas com mobilidade reduzida;

II - permitir a melhor acomodação de pedestres;

DIRETRIZES
III - permitir que haja boa visibilidade e livre passagem nas faixas de travessia de
pedestres nos cruzamentos.

IV - Para que haja a garantia da segurança do pedestre nas travessias e do condutor


do automóvel nas conversões, as esquinas deverão estar livres de interferências visuais
ou físicas até a distância de 5m (cinco metros) a partir do bordo do alinhamento da via
transversal.

No caso das esquinas, as quadras deverão ser avaliadas nos quatro cantos da via
para que se obtenham soluções combinadas, propiciando melhores condições de
acessibilidade em âmbito geral.
O Município adotará as soluções adequadas ao entorno urbano local. Para isto, as
calçadas não poderão ser analisadas de forma isolada, mas em conjunto, visando atender
às demandas do seu entorno urbano imediato.
O rebaixamento das calçadas se fará após a análise das situações locais, quando
então se adotarão as soluções adequadas às condições locais.
Poderão ser adotadas soluções diferenciadas para projetos específicos em áreas
especiais, desde que atendam aos padrões normativos brasileiros e as diretrizes
municipais. 50
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

(b) Quanto a eliminação das barreiras visuais

Os equipamentos e mobiliários não poderão causar obstrução da visibilidade na


esquina de forma a oferecer risco aos pedestres, ciclistas e aos condutores de veículos.
Assim, todos os equipamentos ou mobiliários colocados na proximidade de esquinas
deverão seguir os critérios de localização de acordo com o tamanho e a influência na
obstrução da visibilidade, conforme os critérios estabelecidos no Código de Trânsito
Brasileiro - CTB e da Norma Brasileira NBR 9050/2004 ou norma técnica oficial
superveniente que a substitua.

(c ) Quanto a eliminação das barreiras físicas

DIRETRIZES
A implantação de mobiliário e equipamentos, posteamento, grelhas, tampas de
concessionárias e outros não poderão comprometer as condições de acessibilidade da
via. O seu posicionamento deverá estar compatível com a implantação de rampas e
também com nivelamento do piso, de forma a permitir fluidez e segurança para os
pedestres.
Como condição básica, a esquina deve estar sempre desobstruída, pois se constitui
em espaço importante para os deslocamentos de pessoas.
As rampas deverão estar de acordo com todas as especificações da Norma de
Acessiblidade e deverão atender às orientações apresentadas este manual.

2.6 Critérios para a implantação de sinalização tátil de piso nas calçadas

A Prefeitura Municipal de Niterói visando padronizar aplicação de informações táteis


de piso de forma a promover continuidade nos percursos, estabelece diretrizes para
implantação de piso tátil destinado a orientação das pessoas com deficiência visual. 51
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Partindo da idéia inicial de que há a necessidade da integração da malha viária


urbana contemplando todos os seus aspectos, a análise das calçadas deverá ser vista de
forma integrada visando permitir a consolidação das rotas acessíveis.
Devido ao fato da cidade apresentar a materialização das intervenções
urbanísticas ocorridas em tempos distintos, o planejador deverá ter cuidado maior com a
integração da malha viária, na qual as calçadas se inserem, enquanto vias de pedestres. A
proposta de intervenção deverá ser construída considerando-se as situações existentes e
a dinâmica das intervenções, que deve ser acompanhada sistematicamente, pois trata-se
de um processo em construção permanente.
Neste contexto urbano plural, insere-se a necessidade de implantação de piso tátil
nas calçadas para a orientação das pessoas com deficiência visual. O Município destaca a

DIRETRIZES
importância de estabelecerem-se as rotas acessíveis e que, neste sentido, o piso tátil
direcional deverá apresentar a melhor solução para compatibilizar a situação urbana
existente com a intervenção proposta. Deverão ser considerados os elementos
urbanísticos locais como: árvores, posteamento, mobiliário, dentre outros, para que se
possa trabalhar o projeto de paginação de piso tátil direcional e de alerta, vinculado ao
Projeto de Alinhamento da cidade.
O piso tátil direcional deverá ser aplicado de forma a oferecer à pessoa com
deficiência visual o percurso mais seguro, livre de obstáculos existentes, e indicando
também o direcionamento aos destinos almejados, dando maior autonomia ao cidadão.
Como o ambiente da cidade é construído ao longo dos anos, a indicação do melhor
percurso deverá ser objeto de análise em face de situação urbana já existente ou do projeto
em questão, evitando-se ao máximo as interrupções súbitas e desvios excessivos.
O piso tátil direcional deverá se apresentar interligado oferecendo possibilidades de
rotas acessíveis.
Quando há descontinuidade no percurso, deverão ser obedecidos os parâmetros de
angulação estabelecidos pela Norma ABNT NBR 9050/2004 para aplicação de piso
direcional.
Para facilitar as conexões entre as rotas sinalizadas com piso tátil, considerar como
referência a distância de 0,60m do alinhamento do lote urbano para posicionar o piso tátil
direcional, no caso de calçadas de 3,00m de largura sem faixa de transição. 52
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 36: Faixa de piso tátil direcional na faixa -livre próxima à testada do lote.

No caso de existência de faixa de transição, o posicionamento da faixa de piso tátil


direcional deverá ser na faixa livre, onde há possibilidade de rota acessível. Assim, o
percurso acessível deverá ser estabelecido de forma a conduzir as pessoas à faixa-livre de
obstáculos, podendo haver um distanciamento diferenciado do estabelecido em relação
ao alinhamento do lote. A municipalidade deverá ser consultada.

Figura 37: Faixa de piso tátil direcional na faixa -livre próxima a faixa de transição 53
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Nos casos onde há estreitamento da calçada e nos casos onde a distância


estabelecida de 0,60m do alinhamento do lote urbano implicar em sinuosidade nos
percursos ou outro tipo de inadequação, prevalecerá para a implantação da faixa de piso
tátil direcional o local mais seguro e confortável para que se desenvolvam os percursos
considerados como rotas acessíveis.

Nestes casos deverá ser adotada a distância mais compatível com a situação local.

Toda a situação de ordenamento de calçadas em projetos específicos tais como é o


caso, por exemplo, de Polos Gastronômicos, dentre outros com características similares

DIRETRIZES
identificados pelo Município, poderá ser adotada a solução de implantação de piso tátil
direcional lateral à faixa de serviço, desde que sejam respeitadas as medidas apresentadas
na tabela 01, se as condições locais permitirem. Consideram-se como condições locais: a
largura das calçadas, a dimensão e posicionamento das golas de árvores e os
equipamentos urbanos dentre outros. No caso de adoção desta solução, o piso tátil
direcional deverá ser implantado na linha que limita a faixa de serviço com a faixa livre,
utilizando –se o meio fio como referencial métrico para o posicionamento da faixa.

Deverá ser estabelecida a integração do piso tátil direcional e alerta, comunicando a


presença de equipamentos e mobiliário urbanos, localizados na faixa de serviço, bem
como a indicação de opções de acessos.

O posicionamento do piso tátil direcional deverá ser estabelecido de forma a facilitar


a mobilidade de pessoas em cadeira de rotas e de pedestres em geral.

Nos casos onde a situação urbana não for compatível com a primeira solução, isto é,
próximo ao alinhamento do lote, o piso tátil direcional poderá ser implantado na faixa-livre
no limite junto a faixa de serviços. 54
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 38: Faixa de piso tátil direcional na faixa -livre no limite com a faixa de serviço

Em casos onde não houver a possibilidade de seguir as especificações


apresentadas ou quando estas implicarem em rupturas constantes devido ao
posicionamento de elementos fixos preexistentes cuja remoção não tenha sido executada,
o Município poderá adotar a solução mais compatível com a situação local.
Em todos os casos acima apresentados, a municipalidade deverá ser consultada,
podendo esta definir a solução mais adequada ao local objeto de intervenção.
Adota-se como padrão as placas de 0,25 mx 0,25m que atendem às calçadas de
diferentes larguras de forma mais confortável.
O Município recomenda adotar a cor amarela para o piso tátil de forma a promover unidade
nas áreas urbanas.
Os pisos táteis deverão ser implantados de acordo com as determinações da Norma ABNT
NBR 9050.
As faixas das calçadas deverão estar cromo diferenciadas conforme determina a Norma
Brasileira de Acessibilidade. 55
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.7 Critérios para a implantação de jardineiras e árvores nas calçadas

Os elementos paisagísticos não poderão prejudicar a função das calçadas que é a


mobilidade de pedestres e não poderão comprometer a segurança das pessoas que
caminham.

A vegetação escolhida para ornamentação das calçadas deverá seguir as


orientações apresentadas pelo Guia de Arborização de Niterói, devendo também atender
aos seguintes critérios urbanísticos:

DIRETRIZES
■ As faixas determinadas como faixas livres deverão ser mantidas isentas de tais
elementos, pois estas se destinam exclusivamente ao fluxo local de pessoas.

■ Quando a largura da calçada permitir, serão liberadas as faixas de serviços e faixa


de transição onde se poderá analisar a possibilidade de adoção de elementos
paisagísticos. Estes só poderão ser adotados quando não implicarem no
comprometimento dos elementos urbanísticos implantados nem interferirem nas
condições locais de acessibilidade. A mobilidade e a orientação espacial devem ser
preservadas, inclusive a mobilidade de pessoas em cadeira de rodas, pessoas com
carrinhos de bebê.

■ A vegetação não poderá interferir nas condições de orientação das pessoas no

ambiente das calçadas: iluminação pública, sinalização visual e tátil, dentre outras. 56
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

■ A vegetação escolhida não poderá apresentar raízes que comprometam as

condições do piso dos passeios;

■ Os arbustos não poderão oferecer condições de risco à população que circula no

ambiente urbano.

■ A utilização de cobertura vegetal no piso dos passeios (grama) só será aprovada


no caso de implantação nas faixas designadas.

■ Não será permitida a implantação de nenhum elemento destinado a fim


paisagístico que venha a se constituir como barreira ao fluxo local de pessoas nos

DIRETRIZES
passeios.

■ A dimensão da espécie escolhida deve estar compatível com a largura da calçada.

A escolha da vegetação deve atender aos requisitos como: porte da vegetação, tipo
de raízes, tipo de folhas, flores e frutos, tronco, copa (formato e dimensão), altura.
Os elementos da vegetação tais como ramos pendentes, plantas entouceiradas,
galhos de arbustos e de árvores não devem interferir com a faixa livre de circulação.
Devem-se escolher espécies para a arborização urbana que não arrebentem as
calçadas nem soltem seiva pelo chão.

■ São proibidas as plantas agressivas do tipo espinheiros ou outras que causem


alergias ou as rasteiras que se toram armadilhas se não forem podadas;

■ É obrigatória a poda regular da vegetação.

■ É proibido o uso de grama ou outra espécie vegetal na faixa-livre.

■ As golas de árvore deverão apresentar o dimensionamento padrão de 1,00m x

1,00m. Esta dimensão poderá ser alterada em função da espécie arbórea e de


situações locais. 57
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 39: Posicionamento de árvores: Calçadas com três metros (corte)
58
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 40: Exemplo de gola de árvore

2.8 Critérios para implantação de mobiliário nas calçadas

2.8.1 Definições

A legislação brasileira define mobiliário urbano como: “conjunto de objetos


presentes as vias e espaços públicos, superpostos ou adicionados aos elementos da
urbanização ou da edificação” (BRASIL, Lei 10.098 de 2000).

A Associação Brasileira de Normas Técnicas define o termo mobiliário urbano como


sendo “Todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem
urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização de poder público
em espaços públicos e privados (ABNT, 2004, pág. 03). 59
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

O Município de Niterói define mobiliário urbano como sendo “o conjunto de


elementos que podem ocupar o espaço público, implantados, direta ou indiretamente,
pela Administração Municipal, com as seguintes funções urbanísticas: circulação e
transporte; ornamentação da paisagem e ambientação urbana; descanso e lazer;
serviços de utilidade pública; comunicação e publicidade; atividade comercial;
acessórios à infra-estrutura” (Lei Municipal Nº 2.624/ 2008).

2.8.2 Critérios urbanísticos

Conforme o Código de Posturas de Niterói, a instalação do mobiliário urbano nos


passeios públicos deverá necessariamente observar uma faixa de circulação de, no

DIRETRIZES
mínimo, metade de sua largura, nunca inferior a 1,50m (um metro e cinquenta
centímetros); nos calçadões, a faixa de circulação terá 4,50m (quatro metros e cinquenta
centímetros) de largura .
Em função disto, o Município está complementando a legislação acima citada, o
Código de Posturas, adequando-o às necessidades de mobilidade e acessibilidade urbana.
A implantação de mobiliário urbano não poderá interferir na faixa- livre.
O mobiliário urbano só poderá ser implantado na faixa de serviços nas calçadas com
largura compatível conforme tabela 01 desde documento.

2.8.3 A locação do mobiliário urbano de acordo com o seu porte

2.8.3.1 A classificação do mobiliário urbano pela sua escala e porte visual

O Município passa a adotar a classificação de mobiliário urbano de acordo com a


sua forma e escala: elementos de pequeno, médio e grande porte (Guedes, 2005),
entendendo que estes fatores devem ser considerados na implantação do mobiliário nas
calçadas para que se permita intervisibilidade e fluidez nos fluxos locais de pedestres e de
veículos. 60
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

1. Elementos de pequeno porte: dimensão inferior a 1,00m²

2. Elementos de médio porte: dimensão maior que 1,00m de altura e com boa
permeabilidade visual

3. Elementos de grande porte: altura maior que 2,00m e cuja área é superior a 2,00
m² e com baixo índice de permeabilidade visual.

Nas esquinas e em pontos de travessia de pedestres em via pública, o mobiliário


deverá ser posicionado na calçada de acordo com a sua escala e porte visual de forma a
permitir boa visibilidade.

DIRETRIZES
Assim, para preservar a mobilidade de pessoas e a garantia de boas condições de
trânsito, deve ser garantida a área padrão de visibilidade mínima, evitando-se a
implantação de elementos urbanos nesta área.
As bancas de jornal, jardineiras, e outros se constituem em barreiras físicas que
podem comprometer o direito de ir e vir das pessoas e também prejuízos a itervisibilidade
entre veículos e entre veículos e pedestres, o que pode comprometer a segurança do
trânsito.
Assim, orienta-se que:

1. O mobiliário urbano de grande porte como, por exemplo, as bancas de jornais


devem estar afastados a 15 m do eixo da esquina.

2. O mobiliário urbano de médio porte como, por exemplo, os telefones públicos


devem estar afastados a 5,00m do eixo da esquina.

3. Mobiliário urbano de pequeno porte, como por exemplo, as caixas de correio estar
afastados a 3,00m do eixo da esquina. Nos locais de faixa de travessia de
pedestres, os elementos de pequeno porte com altura máxima d 0,80m e
diâmetro ou laterais de 0,35m devem estar no mínimo a 3,0m da faixa de
pedestres. 61
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 41: A implantação do mobiliário urbano de acordo com o seu porte (esquina) 62
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 42: A implantação do mobiliário urbano de acordo com o seu porte (meio de quadra)

O Código de Trânsito Brasileiro determina que o órgão ou entidade de trânsito com


circunscrição sobre a via tem o poder de retirar ou de determinar a retirada de qualquer
elemento que prejudique a visibilidade na sinalização viária a e a segurança do trânsito. Isto
se aplica inclusive aos locais onde as distâncias mínimas anteriormente citadas não se
mostram suficientes.
Os elementos urbanos não poderão ser instalados e nem permanecer instalados
em locais que interfiram na mobilidade de pedestres.
Os elementos urbanos não poderão interferir nos rebaixamentos das calçadas,
considerando-se inclusive o alinhamento entre os mesmos. Isto se aplica inclusive às
colunas de sustentação dos semáforos e de sinalização vertical.
Todos os postes devem estar locados de forma a não comprometer a mobilidade
de pedestres, adotando-se as diretrizes deste Manual. As concessionárias ficam
obrigadas a retirar e relocar os mesmos quando implantados em locais inadequados.
A autorização para a ocupação de logradouro público com mesas e cadeiras
poderá ser restringida através de limitação de espaços ou cancelamento de licenças para
sua utilização conforme motivo de conveniência, oportunidade ou interesse público, nos
termos deste manual caso se torne necessário para melhoria das condições de
acessibilidade local. 63
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.8.4 Sobre a instalação de Bancas de Jornal em calçadas

Bancas de Jornal constituem-se em um mobiliário de grande porte, e ao serem


implantadas em calçadas deverão atender aos seguintes aspectos:

a) Não comprometer a intervisibilidade, principalmente quando localizadas próximo


a esquinas, conforme o que determina o Código de Transito Brasileiro;

b) Não comprometer a função principal da calçada enquanto via de pedestres, que é


a mobilidade e acessibilidade urbana; Neste sentido, a implantação das Bancas de

DIRETRIZES
Jornal só será permitida em calçadas seja adequada;

c) As Bancas de Jornal deverão ser acessíveis a todas as pessoas;

d) As Bancas de Jornal deverão atender apresentar piso tátil no seu entorno e


direcionamento conforme determina a Norma ABNT NBR 9040. Este deverá estar
conectado ao sistema tátil de piso de toda a calçada. Quando a instalação da banca
for posterior a aplicação de piso tátil na via, deverão ser executados os ajustes
necessários para a adequação para que a segurança das pessoas cegas ou com
baixa visão seja preservada.

As bancas deverão atender preferencialmente à seguinte relação de medidas:

a) Em calçadas de 4,00m (quatro metros) a 5,00m (cinco metros) de largura:


frente de 3,00m (três metros) e lado de 1,50m (um metro e cinquenta
centímetros) figura 40;

b) Em calçadas com mais de 5,00m (cinco metros) de largura: frente de 4,00m


(quatro metros) e lado de 2,00m (dois metros)- figura 41. 64
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

DIRETRIZES
Figura 43 :Bancas de Jornais e revistas-modelo Figura 44 :Bancas de Jornais e revistas-modelo
esquemático A esquemático B
2.8.5 Abrigos de espera de transporte coletivo

Sua instalação não deverá prejudicar o trânsito de pedestres.


Deverá ser instalado em calçada com largura compatível de forma a não
comprometer a faixa livre.
Deverá prever bancos para a espera.
Deverá prever espaços para a espera para a utilização por pessoas em cadeiras de
rodas, considerando-se o módulo de referência de 0,80m por 1,20m.
Deverá apresentar sinalização de piso tátil conforme Norma de Acessibilidade.

Figura 45: Abrigo de espera de transporte coletivo


65
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.9 Elementos balizadores – aplicação e padronização

Consideram-se elementos balizadores aqueles elementos, fixos ou móveis,


implantados para demarcar áreas em calçadas. Aplicam-se quando há a necessidade de
impedir o acesso indevido de veículos no espaço de pedestres.
Os elementos balizadores poderão ser aplicados em situações onde exista a
necessidade de se estabelecer algum tipo de bloqueio para a ocupação das calçadas.
Os elementos balizadores só poderão ser implantados em áreas urbanas onde se
observe situação conflituosa entre via de pedestres e estacionamento irregular de
veículos, e mediante a autorização do Município, através de aprovação de solicitação feita

DIRETRIZES
e encaminhada ao Departamento de Urbanismo.
O Município adotará dois tipos de soluções: A adoção de elementos fixos, e a
concessão de permissão para a implantação de vasos ornamentais ( elementos móveis),
desde que em situações específicas quando a implantação do elementos fixos não for
adequada à situação local.

(a) A utilização de elementos fixos: os elementos fixos são aqueles fixados nas
calçadas tornado-se permanentes. Estes seguirão o padrão adotado pelo Município.

(b) A utilização de elementos móveis: os elementos móveis são aqueles que se


apresentam em forma de objetos como vasos ornamentais dimensionados para
constituírem-se em obstáculos para o estacionamento de veículos e simultaneamente
criar ambiências nos locais onde são implantados. Poderão ser removidos sem causar
danos ao piso. Estes não adotarão um mesmo padrão formal, mas a sua implantação só
poderá acontecer mediante a aprovação do Município e sem haver o comprometimento da
mobilidade e segurança de pessoas nas calçadas. A implantação de mobiliário e
equipamentos urbanos deverá também ser preservada. Haverá a necessidade de análise
quanto ao local destinado a implantação destes elementos, bem como a necessidade de
preservação da faixa-livre e preservação dos acessos de acordo com a Norma Brasileira
de Acessibilidade.
66
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2. 10 A responsabilidade sobre as calçadas

2.10.1 Da responsabilidade dos proprietários sobre manutenção das calçadas

Segundo a, o Código de Posturas do Município de Niterói ( Lei Nº 2624, de 29 de


dezembro de 2008) , compete obrigatoriamente ao proprietário do imóvel, ou ao seu
ocupante, a execução e conservação de passeios, muros, cercas e muralhas de
sustentação.

DIRETRIZES
Os passeios serão executados de acordo com especificações
técnicas fornecidas pelo setor competente da Administração
Municipal, nos quais será aplicado, obrigatoriamente, o uso de
material liso e antiderrapante no seu leito, sem obstáculos de qualquer
natureza, exceto os indispensáveis e de utilidade pública, previstos na
legislação federal, estadual ou municipal.

Lei Nº 2624 de 29 de dezembro de 2008, Título V, Cap. III § 2º

O Código de Posturas de Niterói determina que a Administração Municipal poderá


exigir ainda, do proprietário do terreno, a construção de sarjetas ou drenos, para desvio de
águas pluviais ou de infiltrações que causem prejuízos ou danos ao logradouro público,
aos proprietários vizinhos ou transeuntes.
No caso de obras públicas no passeio, cabem aos executores devolver à
municipalidade as vias de veículos e as vias de pedestres ( calçadas) em condições ideais
de acessibilidade. O mesmo se aplica às concessionárias de serviços públicos que
deverão devolver ao município as calçadas em condições ótimas de acessibilidade, nos
prazos estabelecidos pelo Município. 67
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.10.2 A responsabilidade das concessionárias de serviços públicos com


preservação da integridade das calçadas

As tampas das concessionárias (rede de água, esgoto e telefonia) devem ficar


livres para visitação e para a manutenção. Não é permitida a ocupação de áreas de
calçadas onde existam tampas de concessionárias, bueiros etc. para a implantação de
mobiliário ou para a implantação de estruturas fixas.
Os equipamentos e mobiliários urbanos implantados por concessionárias deverão
ser adequados ao padrão proposto pela municipalidade. Tais equipamentos não poderão
ser implantados de forma a comprometer a acessibilidade nos passeios públicos.
Havendo obras de manutenção promovidas por concessionárias, estas, deverão

DIRETRIZES
devolver à municipalidade os pisos das calçadas em condições ideais de acessibilidade.

2.11 As calçadas e as áreas destinadas às vagas especiais

As calçadas em áreas urbanas devem apresentar-se compatibilizadas com as


áreas destinadas à vagas especiais.
As vagas especiais são aquelas destinadas a veículos que transportem pessoas
com deficiência física ou visual.
Nos estacionamentos externos ou internos das edificações de uso público ou de
uso coletivo, ou naqueles localizados nas vias públicas, deverão ser reservados, pelo
menos, dois por cento do total de vagas para veículos que transportem pessoa com
deficiência física ou visual, sendo assegurada, no mínimo, uma vaga, em locais próximos
à entrada principal ou ao elevador, de fácil acesso à circulação de pedestres, com
especificações técnicas de desenho e traçado conforme o estabelecido nas normas
técnicas de acessibilidade da ABNT. O mesmo se aplica aos estacionamentos localizados
em áreas públicas e de uso coletivo.
Nas edificações de uso público ou de uso coletivo, é obrigatória a existência de
sinalização visual e tátil para orientação de pessoas com deficiência auditiva e visual, em
conformidade com as normas técnicas de acessibilidade da ABNT.
A sinalização das vagas especiais deverá atender aos padrões normativos.
68
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.12 Considerações sobre as especificidades locais

2.12.1 O caso das situações consolidadas e o caso dos novos projetos urbanos

No Município de Niterói, encontram-se dois tipos de situações diferenciadas: as


situações já consolidadas no desenho urbano da cidade e o caso dos novos projetos.
No primeiro caso, faz-se a adequação espacial dentro das possibilidades locais.
No segundo caso, os novos projetos, as propostas deverão atender aos padrões da
norma de acessibilidade que correspondem aos padrões ideais.
Na impossibilidade da adoção do padrão ideal, a prefeitura se reserva ao direito de

DIRETRIZES
estabelecer propostas para as áreas específicas de forma a melhor atender às condições
urbanas locais.
Cabem ao proprietário, concessionárias, e outros, consultar a Prefeitura Municipal
de Niterói que analisará as condições locais para a implantação dos equipamentos e
mobiliário urbanos de forma a garantir a qualidade das calçadas.
Os ambientes urbanos inseridos em áreas patrimoniais (APA-U) deverão ter analise
especial através da consulta a secretaria de cultura.

2.12.2 O caso dos edifícios novos e dos edifícios antigos

A Prefeitura Municipal de Niterói, tendo em vista promover a adaptação dos edifícios


existentes (edifícios antigos) e evitar que os novos edifícios apresentem irregularidades
quanto aos padrões de acessibilidade da legislação vigente no país estabelece:

(a) Os edifícios novos:

Os edifícios novos deverão construir suas calçadas dentro dos padrões


determinados pelo Município, atendendo as especificações das Normas Técnicas NBR
9050 / 2004. 69
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

(b) Os edifícios antigos:

Os edifícios existentes deverão adaptar-se aos padrões acessíveis, conforme


determina o Decreto Federal 5.296 de 2004.
Nos casos de ampliação ou reformas, estas deverão promover as adaptações
necessárias conforme estabelecido pelo Decreto Federal 5.296 /2004 e por este manual.
Os ambientes urbanos inseridos em áreas patrimoniais (APA-U) deverão ter analise
especial através da consulta a secretaria de cultura.

2.13 O projeto de calçadas acessíveis de acordo com as regiões e bairros

DIRETRIZES
A Prefeitura Municipal de Niterói prevê que em situações urbanas estabelecidas para
intervenções com tratamentos específicos, poderão ser definidos padrões especiais a
serem adotados com vistas a criar e valorizar as ambiências da cidade, considerando-se
nos projetos os padrões acessíveis estabelecidos pelo município.

2.14 Critérios gerais para a instalação de bicicletários junto à vias públicas (


calçadas)

A Prefeitura Municipal de Niterói estabelece critérios gerais para a implantação de


bicicletários cuja instalação deverá ser feita após aprovação de projeto por parte desta
Secretaria atendendo também às determinações da NITTRANS.
Os bicicletários só poderão ser instalados em calçadas com a largura igual ou
superior a 3,00m, que se incluem nos casos enquadrados em calçadas dos CASO 03 (
com três metros) e do CASO 04 da Tabela 01 deste documento.
A implantação do equipamento só será permitida se a configuração das faixas da
calçada comportar a implantação do equipamento sem o comprometimento da faixa-livre,
e se houver compatibilidade com os demais equipamentos e mobiliário urbano
implantados no local.
A implantação dos bicicletários deverá ser feita preferencialmente na Faixa de
Serviços.
70
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

A) Passeio com largura igual ou superior a 3,00m

Neste caso o equipamento fica transversal ao meio-fio. O limite do equipamento


deverá distar 80 cm ( setenta centímetros)

B) Passeio com largura igual ou superior a 4,50m:

Assim, o equipamento ocupa uma largura de 3,00m da largura do passeio.


Os bicicletários deverão atender aos padrões estabelecidos pelo Município.

DIRETRIZES
Para a implantação dos bicicletários deverão ser guardadas as seguintes distâncias
incluindo-se o espaço ocupado pela bicicleta:

a. Um metro e meio (1,50m) do alinhamento da entrada de garagem.

b. Um metro (1,00m) da gola de árvore, no caso existência da mesma na


calçada.

c. Um metro e meio (1,50m) de telefones públicos e demais equipamentos e


mobiliário urbanos.

d. Um metro e meio (1,50m) dos acessos rampas e/ou com largura compatível
para as manobras em cadeiras de rodas.

e. Não será autorizada a instalação de bicicletários em calçadas mal


conservados e que comprometam acessos a rampas ou a edificações, subsolos
ou que venham a obstruir os acessos e circulação geral.

Consultar as demais diretrizes estabelecidas pelo Município.


71
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

2.15 Critérios gerais para a compatibilização de calçadas com vias destinadas ao uso
de bicicletas

O ciclista caminhando a pé e empurrando a bicicleta equipara-se ao pedestre.


Calçadas de uso compartilhado entre ciclistas e pedestres só são permitidas em
locais específicos e de baixo fluxo de pedestres, pois este uso compromete a
acessibilidade e oferece risco ao pedestre. Entretanto, nestes casos, o piso deverá ser
demarcado de forma a que se possam identificar os espaços preferenciais dos ciclistas e o
dos pedestres através de diferenciação do piso, coloração e sinalização.
Nos locais destinados a pontos de ônibus, o fluxo de bicicletas deverá ser desviado
de forma a não oferecer risco aos pedestres.

DIRETRIZES
72
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

3. INSTRUÇÕES PARA APROVAÇÃO DE PROJETOS PARA CALÇADAS NO MUNICÍPIO


DE NITERÓI

Todos os projetos para calçadas adjacentes às edificações deverão ser


encaminhados à Secretaria de Urbanismo para análise e posterior aprovação.
Os novos projetos e as reformas de calçadas deverão atender à Norma ABNT NBR
9050/2004 ou norma superveniente que a substitua e as diretrizes estabelecidas pela
Secretaria de Urbanismo para as calçadas do Município de Niterói apresentadas através do
Manual de Calçadas Acessíveis e Caderno Técnico.

INSTRUÇÕES
Do Projeto:

Apresentar o levantamento local da situação existente e a nova proposta, que


deverão atender às solicitações relacionadas a seguir:
Apresentar assinatura do Responsável Técnico e Registro Profissional (CREA /
CAU);
Os projetos deverão ser apresentados impressos e em meio digital;
Apresentar um levantamento fotográfico da situação local;
Apresentar Planta de Localização ( Escala 1/200);
Deverá ser utilizada a escala de 1/100 ou 1/50 ou conforme solicitação para o
detalhamento da calçada.
O levantamento local e a nova proposta deverão conter todos os elementos fixos
constantes nos passeios tais como: árvores, equipamento e mobiliário urbano, placas
informativas, bancas de jornal, vegetação, árvores, postes, faixas de travessia,
semáforos, placas indicativas, pontos de ônibus ou qualquer outro elemento fixo que se
apresente na calçada, que deverá ser indicado e posicionado na calçada com as devidas
cotas (medidas). 73
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

O levantamento local deverá apresentar todas as informações que sejam relevantes


para a promoção de acessibilidade, tais como:
Indicar os níveis dos pisos:
a) O nível e declividade da calçada;
b) O nível da caixa de rolamento;
c) O nível do piso do lote;
d) Os níveis das calçadas vizinhas
e) O nível do acesso ao saguão do edifício;
f) Localização de rampas;
g) Indicação da implantação de piso tátil existente.
No caso de existência de desníveis acentuados, indicar como estão sendo

INSTRUÇÕES
transpostos:
a) Rampas;
b) Degraus;
c) Outros (especificar).
■ Detalhar as golas de árvores
■ Indicar no projeto como está integrada a calçada proposta às calçadas adjacentes.
■ Esta integração deverá apresentar soluções compatíveis com a Norma ABNT NBR

9050 e com o Manual de Calçadas Acessíveis.


■ Promover rotas acessíveis possibilitando a continuidade nos percursos. O

nivelamento do nivelamento de pisos, o tátil, a desobstrução da calçada, dentre


outros, são aspectos a serem contemplados no projeto de calçada.
■ Apresentar os lotes vizinhos. Informar o alinhamento dos lotes vizinhos e também

os níveis das calçadas vizinhas.

■ Nos casos de calçadas provenientes de edificações em vilas, lotes desmembrados


ou similares, solicita-se que os projetos sejam apresentados em um mesmo processo e de
forma conjunta para que se possa analisar a unidade avaliada dentro do contexto ao qual se
insere.
■Nos casos de edificação residencial multifamiliar e das edificações comerciais,

para construções acima de 250 m², apresentar no projeto o levantamento topográfico


referente ao PA (Plano de Alinhamento) inclusive em meio digital. 74
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Em caso de lote de esquina, apresentar vista das quatro esquinas que compõem o

conjunto local e o posicionamento de rampas existentes, postes, árvores, para identificar


as possibilidades de alinhamento dos rebaixamentos das calçadas.
■ Em caso de lote de meio de quadra, informar a situação existente dos

confrontantes.
■ Atender ao Modelo Básico de Calçadas Acessíveis.

■ Seguir as orientações apresentadas no Caderno Técnico que contém as

informações técnicas provenientes do Manual de Calçadas Acessíveis (este último


documento encontra-se em fase conclusiva), que estão disponíveis no site:
www.urbanismo.niteroi.rj.gov.br.

Formatação da apresentação

INSTRUÇÕES
PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI
SECRETARIA DE URBANISMO
INDICADORES\ URBANO USO EXCLUSIVO DA SMU
AS A

Zoneamento:\ ACEITE DE OBRAS


M AL

Fração Urbana:
Alinhamento(s): BOLETIM Nº:
C

Afastamento(s):
N ES

Passeio(s):
Recuo(s): DATA / /
A

Tipo de Via(s):
R

Notas:
AS M

APROVO
O

1. Árvores no Passeio? Sim Não


)
M O

2. Equipamentos/Mobiliários Públicos no Passeio? (Indicar em Planta) Sim Não


O

Processo de Referência Nº: 080/000000/2000


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ID

DE ACORDO:
C L

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TERMO DE COMPROMISSO
U
T

DECLARO, NOS TERMOS E PARA OS EFEITOS DA LEI N 1620, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1997, SOB PENA DE DEMOLIÇÃO
O
A, E

DA OBRA (LEI 1470/95 ART 118), QUE ESTE PROJETO SERÁ EXECUTADO, OBRIGANDO-ME, POR MIM E MEUS SUCESSORES
B
D ÁV

A4

A QUALQUER TÍTULO, A INDENIZAR O MUNICÍPIO PELOS CUSTOS DA DEMOLIÇÃO, SEM PREJUÍZO DAS DEMAIS COMINAÇÕES

PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI


E

LEGAIS CÍVEIS, ADMINISTRATIVAS E CRIMINAIS QUANTO A REGULARIDADE DAS DECLARAÇÕES PRESTADAS.


TA RI

SECRETARIA DE URBANISMO
EN VA

TÍTULO
ES O

INDICADORES\ URBANO USO EXCLUSIVO DA SMU


PROJETO PARA EXECUÇÃO DE CALÇADA SITUADA À RUA _________________________________-
R AT

Nº _____- BAIRRO _____________- LOTEAMENTO _______________- NITERÓI - RJ.


Zoneamento: ACEITE DE OBRAS
IA
AP RM

Fração Urbana:
C

Alinhamento(s): BOLETIM Nº:


EN
FO

Afastamento(s):
ER

Passeio(s):
PROPRIETÁRIO
Recuo(s): DATA / /
EF

Tipo de Via(s):
R

Notas:
AUTOR DO PROJETO - CREA/CAU
APROVO
(P

1. Árvores no Passeio? Sim Não


2. Equipamentos/Mobiliários Públicos no Passeio? (Indicar em Planta) Sim Não
Processo de Referência Nº: 080/000000/2000
RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DA CALÇADA - CREA/CAU

DE ACORDO:

Figura 46: Modelo esquemático de prancha com legenda


TERMO DE COMPROMISSO

DECLARO, NOS TERMOS E PARA OS EFEITOS DA LEI N 1620, DE 22 DE DEZEMBRO DE 1997, SOB PENA DE DEMOLIÇÃO
DA OBRA (LEI 1470/95 ART 118), QUE ESTE PROJETO SERÁ EXECUTADO, OBRIGANDO-ME, POR MIM E MEUS SUCESSORES

A QUALQUER TÍTULO, A INDENIZAR O MUNICÍPIO PELOS CUSTOS DA DEMOLIÇÃO, SEM PREJUÍZO DAS DEMAIS COMINAÇÕES

LEGAIS CÍVEIS, ADMINISTRATIVAS E CRIMINAIS QUANTO A REGULARIDADE DAS DECLARAÇÕES PRESTADAS.

TÍTULO

PROJETO PARA EXECUÇÃO DE CALÇADA SITUADA À RUA _________________________________-


Nº _____- BAIRRO _____________- LOTEAMENTO _______________- NITERÓI - RJ.

PROPRIETÁRIO

AUTOR DO PROJETO - CREA/CAU

Figura 47: Detalhe de legenda


RESPONSÁVEL PELA EXECUÇÃO DA CALÇADA - CREA/CAU 75
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS PREFEITURA DE NITERÓI
Secretaria de Urbanismo

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050/2004: Acessibilidade a


edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos, Acessibility to
buildings, equipment and the urban environment . Rio de Janeiro: ABNT, 2004.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9.283: 1986: Mobiliário
Urbano. Rio de Janeiro, 1986.

BIBLIOGRAFIA
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9.284:1986 – Equipamento
urbano.
BRASIL. Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), Manual Brasileiro de Sinalização de
Trânsito: Volume IV - Sinalização horizontal. 1° edição. Brasília: Ministério das
Cidades, Contran, 2007. 128 p.

BIBLIOGRAFIA
BRASIL: DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004. - Regulamenta as Leis nos
10.048, de 8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que
especifica, e 10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e
critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
______: LEI Nº 9.503, DE 23 DE SETEMBRO DE 1997. Institui o Código de Trânsito
Brasileiro.
GUEDES, João Batista. Design no Urbano: Metodologia de Análise Visual de
Equipamentos no Meio Urbano. Tese. Universidade Federal de Pernambuco, 2005.
Disponível em: HTTP://www.bdtd.ufpe.br
PREFEITURA DA CIDADE DE SÃO PAULO. Decreto 45.904 de 19 de maio de 2005:
Regulamenta o artigo 6º da Lei nº 13.885, de 25 de agosto de 2004, no que se refere à
padronização dos passeios públicos do Município de São Paulo.
PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI. LEI Nº 2624, de 29 de dezembro de 2008 - Institui
o Novo Código de Posturas do Município de Niterói e dá outras providências.
PREFEITURA MUNICIPAL DE NITERÓI. LEI Nº 1595 de 18 de Setembro de 1997: Dispõe
sobre os projetos de alinhamento das vias do Município. Prefeitura Municipal de
Niterói,
SECRETARIA DE URBANISMO E MEIO AMBIENTE, Guia de arborização. Prefeitura
Municipal de Niterói. 76
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Acessibilidade: possibilidade e condição de alcance, para a utilização com segurança e


autonomia, de edificações, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos.
Acessível: característica do espaço, edificação, mobiliário, equipamento ou outro elemento que
possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado visitado por qualquer pessoa, inclusive
aquelas com mobilidade reduzida. O termo acessível implica tanto na acessibilidade física como de
comunicação.
Adaptado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características
originais foram alteradas posteriormente para serem acessíveis.
Adequado: Espaço, edificação, mobiliário, equipamento urbano ou elemento cujas características
foram originalmente planejadas para serem acessíveis.
Calçada: Parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada à circulação de

GLOSSÁRIO
veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário,
sinalização, vegetação de outros fins ( Código de Trânsito Brasileiro).
Calçada rebaixada: Rampa construída ou implantada na calçada ou passeio, destinada a
promover a concordância de nível entre estes e o leito carroçável (NBR 9050/2004).
Circulação externa: Espaço coberto ou descoberto, situado fora dos limites de uma edificação,
destinado à circulação de pedestres. As áreas de circulação externa incluem, mas não
necessariamente se limitam a, áreas públicas, como passeios, calçadas, vias de pedestres,faixas
de travessia de pedestres, passarelas,caminho, passagens, calçadas verdes e pisos drenantes
entre outros, bem como espaços de circulação externa em edificações e conjuntos industriais,
comerciais ou residenciais e cetros comerciais (NBR 9050/2004).
Pessoa com deficiência: além daquelas previstas na Lei n 10.690, de 16 de junho de 2003
(pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas) a que
possui limitação ou incapacidade para o desempenho de atividade e se enquadra nas seguintes
categorias (Dec. 5.296 /2004):
a) Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano,
acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia,
paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros
com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não
produzam dificuldades para o desempenho de funções ( Dec. 5.296 /2004) 77
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

b) Deficiência auditiva: perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais,
aferida por audiograma nas freqüências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz;
c) Deficiência visual: cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor
olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no
melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo
o
visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60 ; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das
condições anteriores( Dec. 5.296 /2004)
d) Deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com
manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades
adaptativas, tais como: comunicação; cuidado pessoal;habilidades sociais; utilização dos
recursos da comunidade; saúde e segurança; habilidades acadêmicas; lazer; e8. trabalho( Dec.
5.296 /2004)

GLOSSÁRIO
e) Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiências;
Pessoa com mobilidade reduzida: É aquela que, não se enquadrando no conceito de pessoa com
deficiência, tenha, por qualquer motivo, dificuldade de movimentar-se, permanente ou
temporariamente, gerando redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e
percepção. Aplica-se, ainda, às pessoas com idade igual ou superior a sessenta anos, gestantes,
lactantes e pessoas com criança de colo.
Equipamento urbano: todos os bens públicos ou privados, de utilidade pública, destinados à
prestação de serviços necessários ao funcionamento da cidade, implantados mediante
autorização do Poder Público em espaços públicos e privados.
Estacionamento: local destinado à parada de veículo por tempo superior ao necessário para
embarque ou desembarque de pessoas ou bens.
Faixa de serviço: área do passeio destinada à colocação de objetos, elementos, mobiliário urbano
e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não,
implantados mediante autorização do Poder Público.
Faixa elevada: Elevação do nível do leito carroçável composto de área plana elevada, sinalizada
com faixa de travessia de pedestres e rampa de transposição para veículos, destinada a promover a
concordância entre os níveis das calçadas em ambos os lados da via (NBR 9050/2004).
Faixa livre: Área do passeio, calçada, via ou rota destinada exclusivamente à circulação de
pedestres (NBR 9050/2004). 78
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Faixa de travessia de pedestres: Sinalização transversal às pistas de rolamento de veículos


destinada a ordenar e indicar os deslocamentos dos pedestres para a travessia da via (Código de
Trânsito Brasileiro).
Guia de balizamento: elemento edificado ou instalado junto dos limites laterais das superfícies de
piso, destinado a definir claramente os limites da área de circulação de pedestres, de modo a serem
perceptíveis por pessoas com deficiência visual.
Greide: Greide é a linha gráfica que acompanha o perfil do terreno, sendo dotada de uma certa
inclinação,e que indica quando do solo deve ser cortado ao aterrado.
Mobiliário urbano: Todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem
urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização do poder público em
espaços públicos e privados (NBR 9050/2004).

GLOSSÁRIO
Passeio: Parte da calçada ou pista de rolamento, neste último caso separada por pintura ou
elemento físico, livre de interferências, destinada à circulação exclusiva de pedestres e,
excepcionalmente, de ciclistas ( Código de Transito Brasileiro).
Pedestre: pessoa que anda ou está a pé, em cadeira de rodas ou conduzindo bicicleta na qual não
esteja montada.
Piso tátil: piso caracterizado pela diferenciação de cor e textura, destinado a constituir aviso ou
guia perceptível por pessoas com deficiência visual.
Pista, caixa de rolamento ou leito carroçável: É a parte da via destinada ao trânsito de veículos.
Sinalização: conjunto de sinais e dispositivos de segurança instalados na via pública para orientar
e garantir a sua utilização adequada por motoristas, pedestres e ciclistas.
Via ou logradouro público: É o espaço que compreende o passeio, pista, acostamento e
canteiro destinado à circulação de pessoas e veículos.

79
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

ANEXO A – LEI Nº 1595 de 18 de Setembro de 1997- Dispõe sobre os projetos de alinhamento


das vias do Município.

A CÂMARA MUNICIPAL DE NITERÓI DECRETA E EU SANCIONO E PROMULGO A SEGUINTE LEI:

Art. 1º - Fica estabelecido o projeto de alinhamento (P.A.) e a classificação funcional das vias do
Município, relacionadas nos anexos I, II, III e IV, partes integrantes desta Lei, atendendo ao disposto
nas diretrizes de Transporte e Sistema Viário da Lei 1157 de 29 dezembro de 1992 - Plano Diretor- e
na Lei 1470 de 11 de dezembro de 1995 - Lei de Uso e Ocupação do Solo.

§ 1º - As alterações relativas à classificação das vias de acordo com as diretrizes municipais de

ANEXOS
trânsito, transporte e sistema viário, deverão ser precedidas de estudo técnico específico dos
órgãos responsável pelo planejamento urbano do município e implementadas por lei.

§ 2º - Serão classificadas como vias locais todas aquelas não listadas nos anexos desta lei.

Art. 2º - A classificação tipológica das vias do Município é definida em função dos projetos de
alinhamento definidos nesta lei e de acordo com os seguintes critérios, estabelecidos no art. 14 da
Lei 1470 de 11 de dezembro de 1995 -Lei de Uso e Ocupação do Solo:

I - Vias tipo "A" com pista de largura igual ou maior a 10,50m ( dez metros e cinqüenta
centímetros);

II - Vias tipo "B" com pista de largura maior que 7,00m (sete metros) e menor que 10,50m
(dez metros e cinqüenta centímetros);

III - Vias tipo "C" com pista de largura igual ou menor que 7,00m (sete metros). 80
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Art. 3º - Ficam cancelados, a partir da vigência desta lei os recuos previstos para as vias locais da
Região Oceânica.

Parágrafo Único - Excetua-se do disposto no caput deste artigo o polígono delimitado pela Av.
Ewerton Xavier, Av. Professora. Romanda Gonçalves e Est. Francisco da Cruz Nunes e as vias
relacionadas no anexo II, onde serão mantidos os recuos previstos.

Art. 4º - Ficam mantidos os alinhamentos existentes no local para as vias integrantes das Áreas de
Preservação do Ambiente Urbano -APA - U, Centro, Ponta d'Areia, e São Domingos/Gragoatá/Boa
Viagem, respeitadas as situações específicas constantes da Lei 1451/95, que dispõe sobre a
regulamentação destas APA - U e as definidas nesta Lei.

ANEXOS
Art. 5º - Ficam cancelados os projetos de prolongamento das travessas Martins Teixeira e Matos
Coutinho nos trechos entre a Rua Dr. Mário Viana e Av. Almirante Ary Parreiras.

Art. 6º - Ficam aprovadas as modificações dos seguintes projetos específicos de alinhamento:

a) Prolongamento da Av. Almirante Ary Parreiras.

b) Embocadura dos túneis Roberto Silveira e Raul Veiga em Icarai

c) Av. Ernani do Amaral Peixoto no trecho entre a rua Evaristo da Veiga e a Av. Marques de Paraná

d) Rua Dr. Celestino no trecho entre as ruas Manuel de Abreu e Marquês de Paraná

e) Rua da Conceição no trecho entre as ruas Maestro Felício e Visconde de Sepetiba 81


MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Parágrafo único - Até a aprovação dos respectivos projetos específicos o alinhamento de novas
edificações nos trechos das ruas da Conceição e Dr. Celestino e da Av. Ernani do Amaral Peixoto,
referidos no caput deste artigo, deverá ser definido pela Comissão de Análise das Áreas de
Preservação do Ambiente Urbano, em conformidade com regulamentação específica.

Art. 7º - A aprovação de projetos de edificações nos terrenos voltados para rótulas deverá respeitar
os respectivos projetos específicos.

Art. 8º - Nas vias onde estiverem previstos projetos específicos, até a elaboração dos mesmos,
deverá ser adotada uma largura de passeio de 3,00m (três metros).

Art. 9º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário,
especialmente as contidas na Deliberação 2705/70, na Lei 369/82 e no Decreto Nº 7297/96.

ANEXOS
Prefeitura Municipal de Niterói, em 18 de setembro de 1997
Jorge Roberto Silveira
Prefeito Municipal

82
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

ANEXO B – LEI Nº 2624, de 29 de dezembro de 2008 - Código de Posturas de Niterói: Sobre a


implantação de mobiliários nos passeios
“A instalação do mobiliário urbano nos passeios públicos deverá
necessariamente observar uma faixa de circulação de, no mínimo, metade de
sua largura, nunca inferior a 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros); nos
calçadões, a faixa de circulação terá 4,50m (quatro metros e cinqüenta
centímetros) de largura.”
LEI Nº 2624, de 29 de dezembro de 2008 – Título V - Cap. IV – Seção II
DO MOBILIÁRIO URBANO SEÇÃO II – MESAS E CADEIRAS
Art. 112 Os passeios dos logradouros, bem como as áreas de afastamento frontal, poderão ser
ocupados para a colocação de módulos, por hotéis, bares, restaurantes, quiosques, delicatessen e
similares, desde que obedecido o disposto nesta seção e nas demais normas pertinentes, no que
couber.

ANEXOS
Parágrafo único. Considera-se módulo o conjunto de uma mesa e até quatro cadeiras.
Art. 114 Somente serão aprovadas as autorizações quando atendidas as seguintes condições:
I - não implicar a realização da obra ou construção de piso, muretas, gradis e jardineiras, nem a
fixação de estruturas e peças na calçada;
II - ocupar calçada com largura mínima de 4,00m (quatro metros);
III - ocupar no máximo 50% (cinqüenta por cento) da largura da calçada, mantendo o restante para
o trânsito dos pedestres;
IV - ocupar no máximo a faixa do comprimento da calçada correspondente aos limites laterais da
testada do imóvel;
V - manter livre a faixa perpendicular da calçada correspondente à entrada de garagem, entrada
social e de serviço acrescida de 1,00m (um metro) de cada lado do vão de acesso;
Art. 117 A área autorizada para a ocupação das mesas e cadeiras deverá ser demarcada com uma
faixa de cor amarela de 0,10m (dez centímetros) de largura.
Parágrafo único. A faixa de que trata o caput deste artigo deverá ser mantida permanentemente em
perfeito estado de conservação.
Art. 118 A autorização para a ocupação de logradouro público com mesas e cadeiras poderá ser
restringida através de limitação de horários para sua utilização conforme motivo de conveniência, 83
oportunidade ou interesse público, nos termos do regulamento.
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

APÊNDICE: INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES PARA A ANÁLISE DE PROJETOS DE


CALÇADAS

A calçada acessível promove a inclusão entre o edifício e toda a via pública. Neste sentido
apresentamos como apêndice deste trabalho, informações sobre alguns aspectos relacionados ao
ambiente urbano que devem ser observados na análise de projetos de calçadas. São estes:
APÊNDICE A - A LARGURA DAS FAIXAS DE TRAVESSIA DE PEDESTRES: CONSIDERAÇÕES
GERAIS e APÊNDICE B - AS VAGAS DESTINADAS A VEÍCULOS QUE TRANSPORTAM PESSOAS
COM DEFICIÊNCIA: PARÂMETROS GERAIS. As larguras das faixas de travessia de pedestres são
importantes para o dimensionamento da largura das rampas para rebaixamento das calçadas, nos
pontos de travessia, conforme referenciado ao longo deste Manual e conforme determina a Norma
Brasileira NBR 9050 / 2004. A obrigatoriedade da existência de vagas especiais para veículos que
transportam pessoas com deficiência e pessoas com mobilidade reduzida junto às edificações

APÊNDICES
referenciadas pelo Decreto Federal 5.296 /2994 implica no desenho das calçadas ou do segmento
urbano ao qual a calçada se insere, sendo outro fator determinante do projeto de calçadas
acessíveis.

APÊNDICE A - A LARGURA DAS FAIXAS DE TRAVESSIA DE PEDESTRES

As faixas de travessia deverão ser executadas conforme o Código de Trânsito Brasileiro, Lei
Nº 9503 de 23 de setembro de 1977.
A largura da faixa de travessia de pedestres é determinada pelo fluxo local de pedestres,
aplicando-se a seguinte equação:
Quadro 2: Fórmula para o cálculo da largura da faixa de travessia de pedestres

Onde:

Norma ABNT NBR 9050/04


construída a partir do Código
de Trânsito Brasileiro 84
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

Calculam-se as faixas de travessia de pedestres aplicando-se a fórmula apresentada pelo


Código de Trânsito Brasileiro.

Segundo a NITTRANS, as faixas de travessia de pedestres, que são proporcionais à largura


das vias e conforme os fluxos de pedestres (conforme a fórmula apresentada), em Niterói variam
de 3,00m, 7,00m a 10,00m.

As vagas destinadas aos veículos que transportem PCR (Pessoa em Cadeira de Rodas)
deverão apresentar um espaço adicional para a circulação das pessoas que utilizam cadeiras de
rodas, a saber:

Este espaço adicional deve ser de 1,20 m de largura, quando a vaga estiver afastada da

APÊNDICES
faixa de travessia de pedestres.

O espaço adicional deve ser compartilhado por duas vagas no caso de estacionamento
paralelo ou perpendicular ao meio fio.

O espaço adicional compartilhado por duas vagas não é aconselhado no caso de


estacionamento oblíquo.

* Observamos a variação de 3,00m, 7,00m e 10,00m para a largura das faixas de travessia apenas
para efeito de representação gráfica.

85
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

APÊNDICE B - AS VAGAS DESTINADAS A VEÍCULOS QUE TRANSPORTAM PESSOAS COM


DEFICIÊNCIA: PARÂMETROS GERAIS

Apresentamos, a seguir, um quadro geral de padrões normativos (NBR 9050 / 2004)


para vagas destinadas a veículos que transportam pessoas com deficiência.

Este quadro tem por objetivo embasar a análise das calçadas que se encontra conjugada à
análise de bainhas de estacionamento de veículos, quando se devem atender às determinações do
Decreto Federal 5.296 de 2004 para as edificações de uso público e de uso coletivo, que estabelece
a exigência de vagas especiais em suas proximidades.

(a) Determinações Normativas para vagas especiais

APÊNDICES
O Decreto Federal 5.296 /2004 determina a existência de vagas especiais próximas às
edificações as quais especifica.

A Norma Brasileira NBR 9050 /2004 determina a obrigatoriedade de existência de espaço


adicional para movimentação em cadeira de rodas nas vagas especiais; a existência e os critérios
para sinalização das vagas especiais (sinalização horizontal e vertical); e os critérios para a
localização e quantificação das vagas especiais.

(b) A obrigatoriedade de existência de espaço adicional para movimentação em cadeira


de rodas

As vagas destinadas aos veículos que transportem PCR (Pessoa em Cadeira de Rodas)
deverão apresentar um espaço adicional para a circulação das pessoas que utilizam cadeiras de
rodas, a saber:

Este espaço adicional deve ser de 1,20 m de largura, quando a vaga estiver afastada da
faixa de travessia de pedestres.

O espaço adicional deve ser compartilhado por duas vagas no caso de estacionamento
paralelo ou perpendicular ao meio fio. 86
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

APÊNDICES
Figura 48: Vaga especial perpendicular à calçada e com espaço compartilhado

Figura 49: Vaga especial paralela à calçada


87
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

(c) Sinalização
As vagas especiais deverão apresentar sinalização horizontal e vertical dentro do
padrão normativo.

Sinalização horizontal
As vagas destinadas a veículos que transportem pessoa com deficiência devem apresentar
sinalização horizontal.
Quando afastada da faixa de travessia de pedestres, a vaga deve conter espaço adicional
para circulação de pessoas em cadeiras de rodas e estar a rampas para acesso à calçada.

Sinalização vertical

APÊNDICES
As vagas especiais deverão apresentar sinalização vertical, para o caso de vagas em via
pública conforme figura 50-a e para os casos de vagas fora de via publica conforme figura 50-b.

Figura 50: Vaga especial transversal à calçada e com espaço compartilhado


88
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

APÊNDICES
Figura 51: Placa de regulamentação de Figura 52: Sinalização vertical em espaço
estacionamento em via pública interno Exemplo

(d) A localização das vagas especiais

A vaga especial deve estar localizada de forma a evitar a circulação de pessoas entre
veículos. A vaga especial deve estar vinculada às rotas acessíveis e aos pólos de atração.

(e) Outros tipos de vaga especiais

Podem-se prever soluções adicionais como:

a) Construção de baia avançada no passeio se a largura deste e o volume de pedestres


permitirem.
b) Rebaixamento total do passeio junto à vaga, observando que a área rebaixada coincida
com a projeção da abertura de porta dos veículos. 89
MANUAL DE CALÇADAS ACESSÍVEIS

(f) Previsão de vagas especiais em estacionamentos

O quadro a seguir apresenta o número mínimo de vagas destinadas a veículos que


conduzam ou que sejam conduzidos por pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Compreendemos que seja necessário promover um número ampliado de vagas destinadas a estes
veículos sempre que o espaço permitir, não se limitando ao número mínimo obrigatório.

APÊNDICES
Vagas especiais em estacionamentos

90

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