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1 Introdução
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A realização desta pesquisa não teria sido possível sem a colaboração do monitor
e aluno de iniciação científica Alexandre Werneck.
freqüente insatisfação, por parte dos alunos, com relação ao seu
nível de competência gramatical. Na verdade, era comum a queixa
de que a falta de “domínio” de certas estruturas gramaticais se
tornava a principal fonte de problemas dos alunos no momento da
tradução.
Várias pesquisas recentes realizadas tanto no Brasil quanto
no exterior têm dado bastante atenção para a questão das crenças
de alunos e professores em contextos escolares. As crenças dos
alunos são entendidas, neste artigo, como diferenças individuais
que podem influenciar no processo de ensino/aprendizagem
(BARCELOS, 2001; BORG, 2001). Assim sendo, as crenças que os
alunos possuem acerca de sua competência gramatical podem ter
forte influência na realização das atividades de tradução propostas
no decorrer do curso.
Para compreender essa sensação de falta de “domínio” da
gramática, é necessário que se considere o tipo de abordagem
adotado nas aulas de língua inglesa desses estudantes. Como um
dos principais objetivos dos alunos ingressantes em um curso de
Letras é conseguir se comunicar na língua estrangeira (CONSOLO,
2002; RODRIGUES, 2001, 2003), a abordagem utilizada na
instituição pesquisada é a Abordagem Comunicativa (doravante
AC), pois ela possibilita o uso da língua em diversas situações de
comunicação.
No entanto, com o surgimento da AC, novas concepções de
competência e desempenho foram estabelecidas fazendo com que
o ensino de línguas parasse de se preocupar apenas com a
gramática da língua e passasse a trabalhá-la de uma maneira mais
dinâmica, visando à sua aplicação direta em situações de
comunicação. As habilidades comunicativas começaram a ser
inseridas no curso de língua e o objetivo final não é mais ter um
aluno que domine completamente a gramática, mas que consiga se
comunicar efetivamente nas diversas situações de uso da língua
que virá a presenciar (RODRIGUES, 2002).
Os alunos, no entanto, embora tenham seus objetivos bem
definidos, ainda não conseguiram alterar suas crenças, que ainda
são fortemente sustentadas pela idéia de ser possível conseguir
“dominar” as estruturas gramaticais de uma determinada língua. No
caso dessa turma especificamente, a falta de explicitação
gramatical durante as aulas acabou gerando um outro problema,
uma vez que essa crença afetava suas traduções.
Por concordar com a afirmação de Pagano (2000, p. 11) de
que “as crenças dão lugar a expectativas que, quando não
plenamente satisfeitas, produzem ansiedade e sentimento de
insucesso e frustração”, decidiu-se dialogar com os alunos tentando
explicitar suas crenças para que pudessem analisá-las e, talvez, até
mesmo modificá-las. Como “o sentimento de insucesso e
frustração” não diminuía e começava a desestimular cada vez mais
os alunos, optou-se por oferecer-lhes aulas extras de língua inglesa
que enfocariam diretamente os tópicos gramaticais considerados os
mais problemáticos.
Essas aulas foram ministradas por um aluno-monitor,
orientado pelo professor responsável pela disciplina, e registradas
para que se pudesse fazer uma análise acerca da sua influência
nas crenças e na produção dos alunos participantes. Na próxima
seção, faço uma descrição da metodologia de pesquisa adotada
para a coleta de dados.
2. Metodologia de pesquisa
4. Considerações finais
5. Referências bibliográficas