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CAMPOGRANDENSE (FEUC)
FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES (FIC)
LINGUÍSTICA:
FONÉTICA E FONOLOGIA
2018.1
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL UNIFICADA CAMPOGRANDENSE - FEUC
FACULDADES INTEGRADAS CAMPO-GRANDENSES – FIC
PLANO DE DISCIPLINA
Objetivos:
Levar o discente do curso de Letras a conhecer os princípios teórico-práticos dos sistemas
fonético e fonológico da língua portuguesa para que esteja apto a aplicá-los ao processo
ensino-aprendizagem.
Ementa:
Fonética e Fonologia. Os princípios que norteiam a Fonética. Os princípios que norteiam a
Fonologia. Aparelho fonador. Classificação dos fonemas consonantais e vocálicos.
Sistemas de transcrição fonética. Unidades segmentais e suprassegmentais. Fonemas e
alofones. Traços distintivos. Processos fonológicos. Análise fonológica.
Metodologia:
Aulas expositivas com a participação dos alunos, exercícios práticos de análise lingüística a
partir da teoria apresentada em sala de aula, leitura e discussão da bibliografia sugerida;
práticas de transcrição e análise fonéticas e fonológicas do português, seminários e debates
.
Recursos auxiliares:
Quadro, material de consulta (livros, apostilas, sites da internet), material multimídia.
Avaliação de aprendizagem:
A avaliação do desempenho do aluno será feita por intermédio da realização de exercícios,
atividades em grupos (prova, seminário, exercícios e pesquisa de campo), provas
individuais, frequência(mínimo de 75%).
Bibliografia básica:
BISOL, Leda. (org.). Introdução a estudos de fonologia do português brasileiro. 4º ed.
Ver. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2005.
CALLOU, Dinah & LEITE, Yonne. Iniciação à fonética e à fonologia. 11 ed. Rio de Janeiro:
Zahar,2005.
SILVA, Thaïs Cristófaro. Fonética e fonologia do português – roteiro de estudos e guia de
exercícios. 4ª Ed.São Paulo: Contexto, 2008.
Bibliografia complementar:
CAGLIARI, Luiz Carlos. Análise fonológica – introdução à teoria e à prática. Campinas:
Mercado de Letras,2002.
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Cortez,2008.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
I – Fonética 2- Fonologia
1.1-Apresentação do plano de disciplina. 2.1 Análise fonêmica
1.2-A dupla articulação da linguagem 2.1.2 Fonemas
1.2.1- Fonética e Fonologia 2.1.3 Alofones
1.2.2 Fonética 2.1.4 Variantes posicionais e variação livre
1.2.3 Noções de acústica 2.1.5 Distribuição complementar
1.2.4 Aparelho fonador 2.1.6 Par mínimo
1.2.5 Transcrição fonética 2.1.7 Par suspeito
1.2.6 Descrição dos segmentos consonantais 2.1.8 Contraste em ambiente idêntico
1.2.7 Descrição dos segmentos vocálicos 2.1.9 Contraste em ambiente análogo
1.2.8 Ditongo, sílaba e tonicidade 2.1.10 Neutralização e arquifonema
1.3 A importância dos estudos da fonética para o 2.1.11 Assimilação
professor de línguas 2.2 A importância dos estudos da fonologia para o
1.4 Fonética: questões metodológicas relativas professor de línguas
ao ensino-aprendizagem do português. 2.3 -Fonologia: questões metodológicas relativas
1a Avaliação ao ensino-aprendizagem do português.
2a Avaliação
2a chamada.
Prova Final.
SANGRANDO
(Luiz Gonzaga Junior)
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I – Fonética
1.1- Apresentação do plano de disciplina.
1.2- A dupla articulação da linguagem
1.2.1- Fonética e Fonologia
1.2.2- Fonética
1.2.3 - Noções de acústica
1.2.4 - Aparelho fonador
1.2.5 - Transcrição fonética
1.2.6 - Descrição dos segmentos consonantais
1.2.7- Descrição dos segmentos vocálicos
1.2.8- Ditongo, sílaba e tonicidade
1.5 -A importância dos estudos da fonética para o professor de línguas
1.6 - Fonética: questões metodológicas relativas ao ensino-aprendizagem do português.
1a Avaliação
A NOÇÃO DE ARTICULAÇÃO
Para compreendermos o que é articulação, devemos lembrar que os termos “articulação” e
articulado derivam do diminutivo articulus do latim artus( que significa articulação dos ossos,
membros do corpo). Assim, articulado significa constituído de membros ou partes.
Afirmar que a linguagem humana é articulada significa dizer que os enunciados produzidos
em uma língua não se apresentam como um todo indivisível. Ao contrário; podem ser
desmembrados em partes menores, já que constituem o resultado da união de elementos,
que, por sua vez, podem ser encontrados em outros enunciados.
Vejamos o exemplo abaixo:
Isso significa que, para formar sentenças como essas , o falante escolhe vocábulos que , no
contexto, tem efeito significativo desejado, articulando-os de acordo com as regras de
formação de sent6enças de sua língua. Cada um desses vocábulos constitui um elemento
autônomo, podendo vir a ocorre em outras sentenças , dependendo dos interesses
comunicativos.
Continuando a análise, podemos observar que esses vocábulos resultam da união de
unidades morfológicas, o que significa que a sentença pode ser dividida em elementos ainda
menores :
Os/ violinistas/ músicas/ clássicas
Nos vocábulos acima, podemos observar a oposição entre a presença do elemento {-s} e a
sua ausência (marcada como símbolo {ø } ) . A retirada do morfema {-s} acarreta uma
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diferença no valor do vocábulo, que perde a marca de plural, passando para o singular. Isso
significa que o morfema {-s} é responsável pela expressão da noção de plural : por isso é
tradicionalmente chamado de desinência de número.
É claro que os vocábulos nem sempre se limitam ao radical e à desinência de número.
Violinista, música e clássica, por exemplo, podem dês divididos em elementos menores:
Violin/ ista músic/a clássic/a
O elemento {–a}, que se liga ao radical da palavra música, é uma vogal temática. Já o
elemento {–a} - de clássica- indica o gênero feminino , por oposição a clássico, sendo,
normalmente, classificado como desinência de gênero. O elemento {–ista} indica “a pessoa
que pratica um ofício, uma ocupação”. Associados aos radicais {violin-}, {music-}, {clássic-},
o sufixo {–ista}, a vogal temática {–a} e a desinência {–a} constituem elementos que
compõem a estrutura morfológica de vocábulos da língua portuguesa.
O que ocorre com os nomes (substantivos e adjetivos) pode ocorrer com verbos, embora
no caso dos verbos , os elementos morfológicos sejam um pouco diferentes. Vejamos:
Tocava/m Na forma verbal tocavam, o elemento –m indica que o verbo está na terceira
Tocava/ ø pessoa do plural, o {–va} é uma marca de pretérito imperfeito do indicativo ( já
Toca /ø que a retirada desses s elementos implica a perda desse valores) e a vogal
Toc / o temática –a- indica que se trata de um verbo de primeira conjugação.
Todos esses elementos dão alguma informação acerca do sentido do vocábulo ou acerca
de sua estrutura gramatical. Esses elementos são chamados de morfemas. Levando em
conta os morfemas, a sentença ficaria dividida da seguinte maneira:
{O} {-s} / {violin-} {-ista-} {-s} / {toc-} {-a} {-va-} {-m} / {músic-} {-a-} {-s} / {clássic-} {-
a-} {-s}
Mas ainda podemos dividir essa sentença em elementos menores, chamados de fonemas.
Todas essas palavras podem ser divididas em unidades de base sonoras, como
demonstrado nas palavras abaixo:
Músicas: [m], [u], [z], [i], [k], [a], [ ʃ ]
Esses fonemas são unidades de natureza diferente dos morfemas, pois fazem parte da
estrutura fonológicas das línguas. São utilizados para formar o corpo sonoro do vocábulo e
possuem função distintiva, já que a torça de um pelo outro acarreta mudança de significado
(como, por exemplo, a troca de [k] por [m] na palavra tocavam: toavam x tomavam). É
importante compreender que [k] não é um morfema, porque não indica informação alguma
acerca do sentido ou da estrutura gramatical da palavra tocavam. Entretanto é um elemento
estrutural importante na medida em que é capaz de distinguir vocábulos.
Agora temos condição de entender por que se diz que a linguagem humana é
articulada: porque se manifesta através de sentenças resultantes da união de elementos
menores. E podemos,também, compreender o termo dupla articulação: existem dois
tipos diferentes de unidades mínimas( os morfemas e os fonemas). Os primeiros são
elementos significativos, porque dão alguma informação acerca da estrutura semântica ou
da estrutura gramatical do vocábulo. Os segundos são elementos não significativos, tendo
função distintiva.
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O fato de a linguagem humana apresentar dupla articulação é o que parece distingui-la de
outros tipos de comunicação animal, já que ela, e só ela, é duplamente articulada.
A dupla articulação ( André Martinet) é considerada um universal linguístico, pois todas
as línguas humanas conhecidas compartilham essa característica. Por dupla articulação
entende-se, portanto, a organização da linguagem em dois planos: plano da primeira
articulação (morfemas) e plano da segunda articulação(fonemas):
1ª articulação ou morfologia: constituída de elementos dotados de significado ou morfemas.
2ª articulação ou fonologia: constituída de elementos não dotados de significado ou
fonemas.
parei aqui
No plano da primeira articulação, uma seqüência fônica corresponde a certos conceitos
que se pretende comunicar. Essas unidades (monemas ou morfemas) se organizam ,
linearmente, permitindo ao falante, mediante a aplicação de regras, gerar e entender um
número ilimitado de enunciados .
As unidades da primeira articulação (unidades do sistema morfológico da língua) podem ser
utilizadas em diversas situações ( regularidade da linguagem = cada manifestação
lingüística tem uma significação permanente capaz de referir-se idêntica a si mesma
nas mesmas circunstâncias):
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Concluindo: no plano da primeira articulação, o signo pode ser decomposto até as
unidades mínimas significativas – os morfemas; no plano da segunda articulação, até as
unidades mínimas distintivas- os fonemas.
A ECONOMIA DA ARTICULAÇÃO
Esse tipo de organização baseada em um sistema de dupla articulação, que caracteriza
todas as línguas do mundo, tem uma razão de ser; é aquela que melhor se adapta às
necessidades comunicativas humanas, permitindo que se transmitam mais informações com
menos esforço.
A questão da economia fica clara quando pensamos nos casos menos comuns em nossa
língua de formação de feminino por heteronímia. Ou seja, acasos como os de
homem/mulher, boi/vaca, entre outros, em que se tem um vocábulo para designar o
masculino e outro totalmente diferente para o feminino. Não é difícil perceber a pouca
praticidade desse processo.
O fator economia verifica-se não só no plano da primeira articulação, mas também no
plano da segunda articulação. Essa característica da linguagem humana permite ao falante,
pela combinação de um número relativamente pequeno de morfemas e especialmente
limitado de fonemas , gerar um número ilimitado de novas frases.
Exercícios
1- Apresente exemplos que comprovem que, embora todas as línguas sejam duplamente
articuladas, a articulação varia de uma língua para outra. Use os seus conhecimentos de
uma segunda língua.
3-Prove, exemplificando com a frase abaixo, que a dupla articulação é um fator de economia
lingüística:
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6-Numere a 2ª coluna de acordo com a 1ª:
8- Com base na afirmativa abaixo, discorra sobre a função da dupla articulação da língua.
“O sistema de dupla articulação, que caracteriza todas as línguas de todas as partes do
mundo, tem uma razão de ser: é aquela que melhor se adapta às necessidades
comunicativas humanas, permitindo que se transmita mais informação com menos esforço.”
FONÉTICA E FONOLOGIA
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FONÉTICA FONOLOGIA
1-Parte da Lingüística Geral que estuda os 1. Estuda os sons da fala do ponto de vista
sons da fala (FONES). Interessa-se pelos da função (FONEMAS) que eles possuem
sons da fala enquanto realidade física e dentro de um sistema lingüístico em
também pelos mecanismos de produção e particular.Tem por tarefa determinar entre o
recepção dos mesmos pelo organismo sons que ocorrem numa língua, quais são
humano. os fonemas e quais são os alofones
( variantes dos fonemas)
2. Aproxima-se das ciências físicas e 2. Atua num plano mais abstrato que a
biológicas. Ao analisar os sons como Fonética, pois dois ou mais sons diferentes
entidades físicas, utiliza métodos e podem ser variantes de um mesmo fonema,
conhecimentos da acústica; ao ou seja, um único fonema pode aparecer sob
descrever os processos de produção dos a forma de vários sons diferentes.
sons, faz em termos
anatômicos e fisiológicos; ao
descrever a percepção e a decodificação da
parte sonora da fala, usa conhecimentos da
Psicologia e da Neurofisiologia.
FONÉTICA
Os sons da fala constituem o principal veículo usado pelo homem para a transmissão de
mensagem. A fala independe da escrita e a antecede na história da evolução da
humanidade. Por isso, qualquer pessoa que trabalha com a língua deve ter um
conhecimento básico de fonética. As aplicações da Fonética em sentido amplo são inúmeras
na visa social e humana, no ensino e na reeducação da voz.
Fonética é a ciência que apresenta métodos para descrição , classificação e
transcrição dos sons da fala.
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PRINCIPAIS ÁREAS DE INTERESSE DA FONÉTICA :
2- Fonética Auditiva
É a parte da fonética que estuda os mecanismos de percepção dos sons da fala. Envolve
conhecimentos de anatomia, psicologia e neurofisiologia. Baseia-se nas impressões, nos
efeitos físicos que os sons provocam no ouvido do destinatário.
O estudo da percepção da fala, por sua vez, é fundamental para os profissionais que lidam
com patologias de fala como é o caso de fonoaudiólogos e neurologistas não só na
identificação e avaliação de desvios , como no desenvolvimento de novas terapias para o
tratamento dos pacientes.
3- Fonética Acústica
Estuda o som da fala como entidade física, ou seja, como uma onda sonora e procura
descrever esse fenômeno físico. É o método mais moderno entre todos os tipos de
descrição. Apóia-se nos registros de ondas sonoras feitos por aparelhos específicos
(quimógrofo, espectógrafo). Exige o conhecimento de Física e de articulação.
Os estudos em fonética acústica são de grande valia em todas as áreas nas quais se torna
necessário lidar com síntese da fala e reconhecimento de voz, como é o caso de veículos de
telecomunicação, como rádio, TV, telefonia, etc. São também vitais na identificação de voz
para fins de criminalística e no desenvolvimento de sistemas interacionais em ciência
computacional que façam uso da fala.
Há, ainda, muitas outras áreas para as quais a fonética contribui, tais como a tradução e
a interpretação, a dramaturgia, planejamento lingüístico educacional, educação indígena,
etc.
O foneticista competente, incumbido de conhecer melhor a linguagem falada, deve
adquirir experiência profunda no que ocorre no tato vocal, desenvolvendo habilidade para a
análise e descrição das posturas e movimentos dos órgãos que produzem os sons da fala e
interpretar acusticamente os dados da fala. Subentende-se que o foneticista deve ser apto a
reproduzir os fenômenos que está estudando, de modo a não chegar a conclusões falhas
sobre os dados que está analisando.
NOÇÕES DE ACÚSTICA
O som é um fenômeno físico. É uma onda que se propaga pelo ar a uma velocidade de
330m por segundo. Entretanto, nem toda onda desse tipo constitui para nós um som.
Chamamos de som às ondas que os nosso ouvidos podem captar e que são
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interpretadas pelo cérebro humano como sôo. Essas ondas variam entre 16 e 20000
vibrações por segundo.
A origem de uma onda sonora é a vibração de um corpo. A capacidade de vibrar
depende de características do corpo, como certo grau de flexibilidade, firmeza, etc. Para que
haja vibração, é necessário que uma certa energia, mecânica ou elétrica, seja aplicada ao
corpo. Nos instrumentos de sopro, é o ar que transmite energia ao corpo vibrante.
O aparelho fonador humano pode ser incluído entre os instrumentos de fole, como o
órgão e o acordeão: temos um fole, que são os nossos pulmões, temos condutos de
passagem do ar e um corpo vibrante(as cordas vocais) e temos também diversas caixas de
ressonância que amplificam e modificam o som.
O APARELHO FONADOR
1-Sistema Respiratório:
a) Pulmões, músculos pulmonares, tubos brônquios e traquéia.
b) O sistema respiratório encontra-se na parte inferior à glote ( cavidade infraglotal).
c) Função primária do sistema respiratório – produção de respiração.
d) Pulmões e caixa torácica (estruturas infraglotais) correspondem ao fole. Sua função é
fornecer a corrente de ar e iniciar o processo de produção dos sons.
e) Brônquios e traquéia – são condutos para a corrente de ar, levando-a para a laringe.
2-Sistema Fonatório:
a)Laringe – função primária é atuar como uma válvula que obstrui a entrada de comida nos
pulmões por meio do rebaixamento da epiglote. A epiglote é a parte com mobilidade que se
localiza entre a parte final da língua e acima da laringe.
b) Na laringe encontram-se músculos estriados que podem obstruir a passagem da corrente
de ar( as cordas vocais). As cordas vocais são corpos vibradores que produzem uma onda
sonora chamada voz.
O espaço decorrente da não obstrução dos músculos laríngeos é chamado de glote( espaço
entre as cordas vocais).
3-Sistema articulatório:
Faringe, língua, nariz, dentes e lábios.Estruturas que se encontram na parte superior à glote
( supraglotais).
Funções primárias: são várias as funções primárias desempenhadas por esses órgãos:
funções que se relacionam principalmente com o ato de comer (morder, mastigar, sentir o
paladar, cheirar, sugar, engolir).
Funções secundárias:
faringe, cavidade bucal e fossas nasais - funcionam como uma caixa de ressonância,
aumentando a intensidade e modificando o timbre.
Órgão articuladores situados na cavidade bucal (língua, lábios, véu palatino e a úvula) –
são responsáveis pela articulação das diversas vogais e pela produção de ruído das
consoantes.
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EXERCÍCIOS
1) Estabeleça a distinção entre Fonética e Fonologia, apoiando sua resposta com exemplos.
3) Sinta a vibração das cordas vocais durante a emissão de sons sonoros. Coloque as
[pontas dos dedos sobre o pomo-de-adão e pronuncie vogais e consoantes sonoras
( a,e,i,o,u,z,j,v,b, d). Compare a sonora e a surda: z-s; j-ch; v-f; t-d; p-b.
4-Sinta a vibração nas fossas nasais durante a emissão de sons nasais. Coloque o indicador
e o polegar sobre o nariz. Pronuncie alternadamente: a- ã ; o – õ ; ba –ma ; da – na.
6. O que comumente denominamos órgãos vocais ou órgão da fala não são essencialmente
órgãos da fala de maneira alguma. Explique.
7Na palavra prato, notamse 5 fonemas. O mesmo número de fonemas ocorre na palavra
da seguinte alternativa:
a) Tatuar
b) Quando
c) Doutor
d) Ainda
e) Além
8) Marque a única palavra que possui 7 fonemas:
a) cachaça
b) molhado
c) caderno
d) fachada
e) xícara
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TRANSCRIÇÃO FONÉTICA
SONS E LETRAS
[s] [z]
letras letras
s sapo z zebra
ç laço x exame
ALFABETOS FONÉTICOS
Mesmo que um alfabeto retratasse o sistema sonoro atual de uma língua, esse alfabeto
não expressaria toda a gama de sons que ocorrem na fala. Eles, a rigor, não são fonéticos, e
sim, fonêmicos, pois o número de fonemas de uma língua é muito menor do que o de fones
ou de sons.
Os foneticistas, a partir do século passado, vêm aperfeiçoando sistemas de transcrição
fonética, ou alfabetos fonéticos, que permitem transcrever com minúcias as mais diversas
nuances de sons. Vários desses alfabetos foram criados, dos quais, dois são mais
difundidos entre nós: o da International Phonetic Association ( Associação Fonética
Internacional), ou IPA e o alfabeto proposto por Keneth Pike, linguista norte-americano.
Os alfabetos fonéticos partem do princípio da univocidade, isto é, comportam apenas uma
forma de interpretação. Assim, o símbolo [g], por exemplo, tem de ser lido com o valor que
tem na palavra gato, mesmo que venha antes de [e] ou [i]; o símbolo [e] sempre representa
a vogal fechada de vê, etc. Os alfabetos comuns apresentam correspondência multívoca
( um som é representado por diferentes formas).
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Transcrição Fonética
É uma técnica para representar graficamente, de modo consistente e inequívoco, os sons
da fala. É um meio de tornar a fala acessível a um estudo científico .Ao estudar os sons das
línguas naturais, o foneticista os submete à descrição, classificação e transcrição.Ex. casa –
[‘kaza]
Com relação ao traço surdo ou sonoro, é importante conhecemos qual o estado da glote
durante a produção do fone. O estado da glote é vozeado (ou sonoro), quando as cordas
vocais estiverem vibrando durante a produção de um determinado som ( os músculos que
formam a glote aproximam-se e ,devido a passagem de ar e da ação dos músculos ocorre a
vibração). O estado da glote é desvozeado ( ou surdo) quando não houver vibração das
cordas vocais - os músculos que formam a glote encontram –se completamente separados
de maneira que o ar passa livremente.
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2 –Fricativa – Os articuladores se aproximam produzindo fricção quando ocorre a
passagem central da corrente de ar. A aproximação dos articuladores, entretanto, não chega
a causar obstrução completa e sim parcial, causando a que causa a fricção. [ s ], [ z ], [ f ],
[v], [ ʃ ] ,[ Ʒ ], [x]
Exemplos: sala = [‘sala], asa= [‘aza], faca=[‘faka], chá= [‘ ʃa], rato=[‘xatu]
5- Tepe – (ou vibrante simples) – O articulador ativo toca rapidamente o articulador passivo,
ocorrendo uma rápida obstrução da passagem da corrente de ar através da boca. [ Ր ]
Exemplos: cara= [‘ka Րa] , arara = [a’ՐaՐa]
LUGAR DA ARTICULAÇÃO
1-Labial ou Bilabial – O articulador ativo é o lábio inferior e como articulador passivo temos
o lábio superior.[p],[b], [m].
EXERCÍCIOS
Jogo de bola a) Defina fonema a partir da oposição entre bela e bola (1ª
estrofe)
A bela bola
rola|:
a bela bola do Raul.
Bola amarela, b) No par bola e rola (5ª estrofe), qual o fenômeno responsável
a da Arabela. pela distinção de significado entre os dois vocábulos?
A do Raul,
Azul.
A bola é bela,
é bela e pula. “É bela, rola e pula,
É mole, amarela , azul.”
É bela, rola e pula,
É mole, amarela , azul.
A de Raul é de Arabela,
e a de Arabela é de Raul.
(MEIRELES, Cecília. Ou d) Qual o efeito de sentido provocado pelo uso dos fonemas[b],
isto ou aquilo. 6ª ed. Rio [x] e
de Janeiro: Nova [m] no poema de Cecília Meireles?
Fronteira. P. 17)
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2) Tomando por base o dialeto carioca, sublinhe as palavras que
a) terminem por consoante fricativa : fãs, sol, for, paz, amam
b) contenham consoante palatal: meu, folha, azul, banha, mingau.
c) contenham oclusiva surda: furo, límpido, anjo, cujo, tira.
d)contenham um grupo de oclusiva+lateral: Flamengo, claro, atlético, platina.
e)contenham consoantes africadas: teto, tipo, ande, pizza, trinta.
a) carinho f) dentista
b) palhaço g) atirado
c) arriscar h) melado
d) envelope i) lápis
e) ritmo j) lapiseira
6) Dê dois exemplos de palavras que tenham mais sons o que letras e outros dois exemplos
de palavras que sejam grafadas com mais letras do que som. Por exemplo, hotel tem cinco
letras (h-o-t-e-l) , mas apenas quatro fonemas.
8) Transcreva foneticamente as palavras abaixo (dialeto carioca) e explique por que os sons,
representados ortograficamente pelas letras em destaque, são produzidos de maneira
diferente na emissão oral.
a) Casca b) asma
9) Escreva o símbolo fonético par cada uma das descrições articulatórias abaixo e dê um
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exemplo de palavra que contenha esse som·
12) Faça a transcrição fonética das palavras abaixo (use o dialeto carioca):
a) jogador d) telefone
b)comida e) máquina
c) janela f) pneu
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LEITURA: SILVA, Thaïs Cristófaro. Fonética e fonologia do português – roteiro de estudos
e guia de exercícios. São Paulo: Contexto, 1999. p.66- 100
vogal central [ a ]
vogais posteriores [ u, o , Ɔ ] .
média-alta = meio-fechada [ e, o ]
média-baixa = meio-aberta [ Ɛ ,Ɔ ]
baixa = aberta [ a ]
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Corresponde à posição dos lábios. Quanto à posição dos lábios, as vogais são
arredondadas ou labializadas ou não-arredondadas ou não-labializadas.
vogais arredondadas [ Ɔ,o,u]
vogais não-arredondadas [ i, e, Ɛ , a ]
i u
e o
Ɛ Ɔ
Média-alta e O
Média-baixa ε Ɔ
Baixa a
pé [ ‘ p ε ] , avó [ a’v Ɔ ]
cajá [ k a ‘Ʒ a ]
Alta i u
Média- e o
alta
Média- (Ɛ) (ə) (Ɔ)
baixa
Baixa
a
Nas sílabas átonas, ocorre o que se convencionou chamar dentro da lingüística estrutural
européia, de neutralização, isto é, o processo pelo qual dois ou mais fonemas que se
opõem em determinado contexto deixam de fazê-lo em outro.
Quanto maior o grau de atonicidade, maior a possibilidade de ocorrer neutralização. Nas
sílabas átonas finais, de atonicidade máxima, desaparece a oposição entre as três vogais da
série anterior
[ i, e, Ɛ ] e as três da série posterior [ u , o , Ɔ ], ficando o sistema reduzido a três
vogais
[ ə , I, U ] . O /I/ representa toda a série anterior[ i, e, Ɛ ] e o [ U] a posterior[ u , o , Ɔ ] .
Ex. : face : fac/I/, passo pass/U/. arar[ ə ]
Média-alta (e) ( o)
Média-baixa ə
Baixa
(a )
Em alguns poucos dialetos do PB, em posição postônica final ocorrem as vogais [i, e, a, o]
em palavras como : júri, jure, gota, mato. Contudo, para a maioria dos falantes as vogais
postônicas finais são distintas das vogais tônicas e pretônicas e são pronunciadas
como [ I, ə , U].
As vogais nasais são produzidas com o abaixamento do véu palatino permitindo que o ar
penetre na cavidade nasal. Um til [ã] colocado acima da vogal marca a nasalidade.
Vogais nasais
Anteriores Central Posteriores
não-arreondadas não-arreondada Arredondadas
Alta
Ĩ Ữ
Média
ĕ õ
Baixa
ã
Callou e Leite (Iniciação à fonética e à fonologia . 7 ed . Rio de Janeiro: Zahar, 2000, p 87-
88) cometam que a interpretação das vogais nasais em português tem sido sempre objeto
de discussão por parte dos lingüistas. Confrontando os pares
mata / manta lida / linda fuga / funga seda / senda boba / bomba
Obs.: Joaquim Mattoso Câmara Júnior (Estrutura da língua portuguesa. 24 ed. Petrópolis,
Vozes , 1996) argumenta que as vogais nasais do português consistem na combinação de
uma vogal oral com um arquifonema nasal /N/. Para ele, a transcrição fonológica das nasais
não é feita com til, mas c é feita /aN/, /eN/, /iN/, /oN/ ou /uN/. Essa classificação representa a
não-aceitação de que existem em português vogais nasais, mas apenas vogais orais, que
podem estar seguidas de consoantes nasais posvocálicas.
Segundo essa interpretação teríamos em nossa língua um tipo de sílaba travada por um
elementos nasal, o arquifonema /N/ que se realizaria como [n] diante de consoante
alveolar [‘lênda], como [m] diante de consoante labial [‘kã mpu], como [n] diante de
consoante velar [sãngi].
A nasalidade da vogal m posição final, em geral ditongadas, é considerada uma
característica particular da língua portuguesa.
Nasalização vs nasalidade
Denominamos nasalização de vogais os casos em que uma vogal é obrigatoriamente
nasal em qualquer dialeto do português( lã [ ‘l ã ] , santa [ ‘ s ã tə ] } denominamos
nasalidade os casos em que a ocorrência das vogais nasais é opcional e marca
variação dialetal j[a]nela ou j[ã]nela (ocorre quando uma vogal tipicamente oral é seguida
por uma consoante nasal [m, n,]).
EXERCÍCIOS
1)Transcreva foneticamente os dados abaixo. Marque a vogal tônica com o símbolo [‘]
precedendo a sílaba acentuada. Lembre-se que a transcrição fonética deve estar entre
colchetes. (Use o dialeto carioca)
a) aqui b) acarajé
c) avô d) cadê
a) terreno e) molíssimo
b) pedal f) moleza
c) terrinha g) seriamente
d) pezinho
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a) tonta
b) rã
c) mundo
d) ginga
e) sim
6. Considerando a forma como você produz os sons das palavras abaixo, selecione aquelas
que contêm o som indicado. Transcreva as palavras selecionadas, conforme a sua
pronúncia.
Siga o exemplo : consoante oclusiva : caneca- saci -poço - nasal
[ka‘n Ɛ kə] [ ‘p o s u]
7. Faça a transcrição fonética das palavras abaixo individualmente (uma separada da outra)
e identifique todos os sons que constam de suas pronúncias (use o seu falar como base).
a) Casais amantes
b) Xadrez violento
c) Escrever em gesso
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8. Agora transcreva a pronúncia das palavras produzidas, considerando as palavras em
sequência.
Você observou que, em função das sequências de sons presentes nas elocuções, há uma
modificação dos sons produzidos.
Responda:
DITONGOS
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A sílaba pode ser explicada em termos do mecanismo de corrente de ar pulmonar. Na
produção de mecanismos de corrente de ar pulmonar, o ar não é expelido dos pulmões com
uma pressão regular e constante. Os movimentos de contração e relaxamento dos músculos
respiratórios expelem sucessivamente pequenos jatos de ar. Cada contração e cada jato de
ar expelido dos pulmões constitui a base de uma sílaba. A sílaba é interpretada como um
movimento de força muscular que se intensifica atingindo um limite máximo, após o qual
ocorrerá a redução progressiva desta força.
Temos , portanto, três partes na estrutura da sílaba: uma parte que é obrigatória e
geralmente é preenchida por um segmento vocálico(núcleo de sílaba); duas partes
periféricas, opcionais e são preenchidas por segmentos consonantais. Quando esses
segmentos consonantais ocorrem, eles podem apresentar uma ou mais consoantes. Se a
sílaba apresentar apenas o segmento vocálico, este preencherá todas as partes da estrutura
silábica.A estrutura da sílaba depende desse centro ou ápice, e do possível aparecimento da
fase crescente, ou da fase decrescente, ou de uma e outra em volta dele, ou seja , nas suas
margens ou encostas.
Quando se olha para o conjunto de palavras das línguas, é possível perceber que elas
seguem determinados princípios organizacionais, e que estes princípios não são os mesmos
para todas as línguas.
De um modo geral, as línguas são regidas por regras fonotáticas que permitem ou não
determinados arranjos ou seqüências sonoras em uma sílaba. Logo, compreender as
restrições que operam em dada língua, permite compreender a organização não só da
sílaba , mas também das palavras.
Segundo a sua estrutura, as sílabas podem ser simples , complexas, abertas(ou livres) e
fechadas(ou travadas).
A sílaba simples está constituída apenas pelo núcleo, representado por um fonema
vocálico. A sílaba complexa é aquela cujo núcleo está precedido e/ou seguido por
consoante(s). Sílaba aberta é aquela que sempre termina em vogal, já a fechada é quando
termina em consoante(s). Exemplos de tipos de sílabas :
a) a.cor.do V.CVC.CV
b) pers.pec.ti.va CVCC.CVC. CV.CV
c) pra.ti.co CCV.CV.CV
d) a.gru.par V.CCV.CVC
TONICIDADE
Uma sílaba tônica ou acentuada é produzida com um pulso torácico reforçado. Portanto,
na produção de uma sílaba acentuada temos um jato de ar mais forte (em relação às sílabas
não-acentuadas ou átonas). A vogal acentuada é auditivamente percebida como tendo
duração mais longa e também como sendo pronunciada de maneira mais alta.
Vogais acentuadas ou tônicas carregam o acento mais forte ou acento primário e as vogais
não-acentuadas – átonas pretônicas ou postônicas – carregam acento secundário ou são
completamente isentas de acento.
EXERCÍCIOS
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1) Transcreva os dados abaixo, observando os ditongos. (Use o dialeto carioca)
a) mãe f) Moscou
b) muito g) saudade
c) linguagem h) item
d) papéis i) judeu
e) câimbra
FONOLOGIA
UNIDADE II
2- Fonologia
2.1 Análise fonêmica
2.2 Fonemas
2.3 Alofones
2.4 Variantes posicionais e variação livre
2.5 Distribuição complementar
2.6 Par mínimo
2.7 Par suspeito
2.8 Contraste em ambiente idêntico
2.9 Contraste em ambiente análogo
2.10 Neutralização e arquifonema
2.11 Assimilação
Como já discutimos, Fonética e Fonologia são áreas da Lingüística que estudam os sons
das línguas .
A Fonética preocupa-se, principalmente, com a descrição dos fatos físicos que
caracterizam lingüisticamente os sons da fala. Descreve os sons da fala, dizendo quais
mecanismos e processos de produção de fala estão envolvidos em um determinado
segmento da cadeia sonora da fala.
A Fonologia, por sua vez, faz uma interpretação dos resultados apresentados pela
Fonética, em função dos sistemas de sons das línguas e dos modelos teóricos que existem
para descrevê-los. A Fonética é basicamente descritiva e a Fonologia, interpretativa. A
análise fonética baseia-se nos processos de percepção e de produção de sons, a análise
fonológica baseia-se no valor dos sons dentro de uma língua, isto é, na função lingüística
que eles desempenham no sistemas de sons da línguas.
Ex.: Em português, as vogais [a] e [ã] servem para distinguir o significado de certas
palavras da língua, como em
(1) Sá[Sá] e [sã], lá[la] e lã [lã]
As vogais [a] e [ã] são, foneticamente, diferentes e cada qual tem uma função própria
distintiva.
Porém, em certas palavras, como
(2) camada, pode ocorrer a vogal [a] ou [ã] , na primeira sílaba, sem que o significado da
palavra se altere.
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(k a’m a d a] ~ [ k ã’m a d a
Foneticamente, as vogais são as mesmas do caso anterior, mas a função que elas
desempenham no português varia, sendo distintiva de palavras num caso(1) e não distintiva
no outro (2).
Reconhecer que as ocorrências dessas vogais são idênticas é tarefa da Fonética.
Interpretar o seu valor dentro do sistema da língua é tarefa da Fonologia . Por essa
razão, embora a Fonética e a Fonologia tratem do mesmo objeto sonoro têm métodos e
técnicas diferentes, procurando resultados diferentes.
O fonema é uma unidade da língua e os fones são unidades da fala
Do ponto de vista da representação temos dois níveis: o fonético e o fonêmico. No plano
fonético, temos fones que transcrevemos entre colchetes[ ] .No plano fonêmico , temos o
fonema que transcrevemos entre barras transversais / / .
ANÁLISE FONÊMICA
Fonema vs alofone
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Fonema é a unidade sonora que se distingue funcionalmente das outras unidades da
língua. Toda
língua possui um número restrito de sons cuja função é diferenciar o significado de uma
palavra em relação à outra. Os sons que exercem esse papel são chamados de fonemas e
ocorrem em seqüências lineares, combinando-se entre si de acordo com as regras
fonológicas de cada língua.
Temos na língua portuguesa 26 fonemas segmentais ( 19 consoantes e 7 vogais).
Possuímos, ainda, um fonema supra-segmetal, o acento, que na oé um segmento e sim uma
qualidade que se superpõe a certos segmentos. Formas como sábia, sabia e sabiá opõem-
se apenas pela posição do acento tônico
(c) A terceira ocorre por intenção comunicativa, enriquecendo a articulação de algum traço
habitual – variante estilística.
Ex. O /o/ da palavra gol pronunciado prolongadamente para indicar entusiasmo , emoção.
Operação de comutação
Para depreender os fonemas de uma língua, usamos a chamada operação de comutação ,
que consiste em substituir num vocábulo uma parte fônica por outra de maneira a obter um
outro vocábulo da língua.
Ex. bala ~mala ~fala ~vala
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O método de identificação de um fonema ou de um alofone é chamado de distribuição
complementar um fone ocorre em determinados ambientes e outro fone ocorre nos
demais ambientes. Ex.: Nos falares do PB em que há uma palatalização do [d] diante de [i],
o /d/ pode ser realizado de duas maneiras: como [d] diante de tepe e diante de qualquer
vogal que não seja o [i]; ou como [ ʤ ] diante de [i].
Diante de qualquer consoante que não seja o tepe, ocorre a forma [ ʤ ], mas nesse
caso ocorre epêntese ou inserção de um [i] entre o [d] e a consoante seguinte. É o que
ocorre em admirar, que é pronunciada como se houvesse um [i] entre o [d] e o [m],
provocando a aplicação da regra de palatalização do [d] que passa [ ʤ ] . O resultado é,
portanto, a forma [ a ʤ I mi’rax].
A principal conclusão que devemos chegar é que onde ocorre [d] não ocorre [ ʤ ] e vice-
versa.
Podemos dizer, então, que esses dois fones ocorrem em distribuição
complementar.
Quando pares mínimos não são encontrados para um grupo de sons de uma língua,
podemos caracterizar os dois segmentos em questão como fonemas distintos pelo
contraste em ambiente análogo. Assim, duas palavras que ocorram em ambientes
similares podem caracterizar o contraste em ambiente análogo. Ex. sumir e zunir
Par suspeito representa um grupo de dois sons que apresentam características
semelhantes (sons foneticamente semelhantes- SFS) e devem ser caracterizados ou como
fonemas ou como alofones.
Ex. de sons foneticamente semelhantes: : um som vozeado e seu correspondente
desvozeado
[p] / [b]; [t] / [d]
Neutralização e Arquifonema
Certos sons que apresentam contraste fonêmico (isto é, são encontrados em pares
mínimos que caracterizam esses sons como fonemas) podem apresentar a perda de
contraste fonêmico em um ambiente específico.
Ex.: Temos em português a oposição fonêmica entre / s, z, ʃ , Ʒ /. Os pares mínimos
assa[ ‘a s a], asa[‘a’z’a], acha[ ‘a ʃ a] e haja [ ‘a Ʒ a ] caracterizam o contraste desses
fonemas em posição intervocálica, o mesmo ocorre em início de palavra seca, Zeca, checa,
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jeca. Note que caso haja a troca de um fonema pelo outro haverá mudança de significado da
palavra. Observe, contudo, que em posição final de sílaba, o contraste fonêmico entre esses
fonemas desaparece, isto é, em posição final de sílaba qualquer um dos segmentos [s, z, ʃ ,
Ʒ ] pode ocorrer sem causar prejuízo de significado.
Ex. Na palavra mês, o segmento pode se apresentar como [s] ou [ ʃ ]. Em mês bonito é
possível ocorrer [‘m’e’z’b’u’n’i’t’u] ou [‘ m e ʃ b u ‘n i tu].
O contraste fonêmico não é atestado em posição final de sílaba. Ocorre aí o
fenômeno da neutralização , isto é, desaparece o contraste fonêmico desses fonemas em
posição final de sílaba. . Para representarmos a consoante que ocorre no final dessas
sílabas - que corresponde a um desses segmentos sonoros [s, z, , ʃ , Ʒ ] utilizamos o
símbolo /S/ o qual representa um arquifonema. Portanto, um arquifonema expressa a
perda de contraste fonêmico , ou seja, a neutralização de um ou mais fonemas em
contexto específico.
Assimilação
Assimilação é um termo genérico que se refere a qualquer processo em que um som
adquire características ou traços de sons que o rodeiam.
Ex. esforço / e ʃ ’ f o x s u ] vesgo /’v e Ʒ g u/
EXERCÍCIOS
1)Explique o que se entende por ambiente análogo na análise fonêmica. Ilustre sua resposta
com exemplos.
2) Marque:
a) se I estiver certa;
b) b) se II estiver certa;
c) c) se III estiver certa;
d) se todas estiverem certas.
II – [f] e [v] são fonemas distintos no português porque são sons diferentes.
III – [f] e [v] são variantes de um mesmo fonema no português, porque quando ocorre
um nunca ocorre o outro no mesmo contexto.
a) fonemas:
b) alofones condicionados:
4) Em final de sílaba os sons [‘a s a], [‘a ʃ a] , [‘a z a] e [‘a Ʒ a ] apresentam comportamento
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idêntico ao constatado em posição intervocálica ? Descreva o fenômeno ocorrido e
apresente dados.
a) cuspe c) festa
b) esbarrar d) vesga
a) cama d) soneira
b) camareira e) cana
c) sono f) canavial
As laterais entre si
a) pato: d) mala:
b) cravo: e) chia:
c) soma: f) sono:
10) Transcreva os dados abaixo, observando a variação dos fonemas /t/ e /d/ no dialeto
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carioca:
a) ditado b)tarde
c) triste d) dedo
a) parto
b) amargo
c) marca
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ANEXOS
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