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PATOLOGIA - AC 6

SNC normal:
1- Neurônio: dendritos + corpo celular + axônio
 Corpúsculo de BARR – cromatina sexual, sexo feminino.
 Corpúsculo de Nissl: grânulos basófilos – ribossomos livres - no citoplasma
 Atividade Proteica elevada: núcleo eucromático, nucléolo proeminente e abundância de retículo
endoplasmático rugoso e ribossomas, complexo de golgi.
 Alto consumo energético: mitocôndria presente em todo o neurônio.
 Movimento de vesículas e organelas:
 Anterógrado (corpo  axônio): cinesinas
 Retrógrado (axônio  corpo): dineínas. Dessa maneira, a toxina do tétano e os vírus da raiva e do herpes
simples são levados do axônio para o corpo do neurônio.
Dendritos: terminações aferentes(ambiente, células epiteliais sensoriais, outros neurônios). Existe perda das
espículas dendríticas com a idade e déficit nutricional.Ptn associada é MAP-2 (igual no corpo celular).
Axônios:terminação eferente. Conduz impulso a outros neurônios e a células musculares ou glandulares.
Distingue-se dos dendritos por: não possuir REG, não possuir grânulos basófilos. No axônio a ptn associada é
MAP-3.
Classificação: bipolar, pseudounipolar, multipolares // sensoriais (pseudounipolar), interneurônios (bi ou
multipolar), motores (multipolares).
2- Células da Glia: astrócitos, oligodendrócitos e micróglia
Astrócitos: maiores e mais numerosos.
Possuem no citoplasma a Proteína ácida fibrilar glial (GFAP) – filamento intermediário.
Fornecem suporte físico e metabólico aos neurônios, mantendo a homeostase.
As extremidades destes prolongamentos no vaso são chamados de pés vasculares e estabelecem junções de
oclusão e uma lâmina basal contínua, tornando-o bastante impermeável. (capilar do tecido nervoso + pés
vasculares = BHE).
Oligondendrócitos: menores e poucos prolongamentos.
Abundante: mitocôndria, REG, ribossomos. S/ filamento intermediário e lâmina basal.
Núcleo esférico e heterocromático com halo claro ao redor (pouco citoesqueleto).
Na substância cinzenta estão próximos aos corpos celulares dos neurônios, enquanto na substância branca
encontra-se envolvendo segmentos de vários axônios  bainha de mielina.
Proteínas da bainha de mielina: Proteína básica da mielina e a Proteína proteolipídica.
 No processamento histológico a BM e dissolvida, mas consegue ser fixada com o tetróxido de ósmio.
Micróglia: são as menores. São macrófagos especializados.
HE visualiza somente núcleo. A impregnação argêntica visualiza célula microglial inteira.
Filamento intermediário – vimentina.
Observação: No SNC, quando morrem neurônios, estes são removidos por micróglias e macrófagos e a área
lesada é reparada pela proliferação de astrócitos (glioses).
3- Células Ependimárias:
Formam o epêndima que reveste os ventrículos cerebrais (epitélio dos plexos coroides – transportam água,
íons e ptns, produzindo o LCR)e o canal central da medula espinhal.
4- Células Satélites e Células de Schwann: Localizadas no SNP. Possuem GFAP.
As células satélites estão ao redor dos corpos neuronais nos gânglios nervosos.
Função: isolamento elétrico e via para trocas metabólicas.
As células de Schwann envolve o axônio e formam a fibra nervosa mielínica. A mielina no SNP contém mais
esfingolipídeos e menos cerebrosídeos, sulfatídeos e Proteína Básica da Mielina do que aquela no SNC.
Observação dos revestimentos: 1- Endoneuro (cada fibra nervosa); 2- Perineuro (cada feixe); 3- Epineuro (o
nervo e preenche o espaço entre os feixes).
Obs.: substância branca contém somente células gliais (astrócitos, oligodendrócitos e micróglia), axônios e
baínhas de mielina.
5- Meninges: tecido conjuntivo.
Pia-máter: a mais interna, localizando-se sobre a os astrócitos – glia limitante.
Pregas da pia-mater revestidas pelo epêndima formam o plexo coroide.
Aracnóide:avascular, apesar de vasos sanguíneos a atravessarem.
Vilosidades aracnóideas: expansões que perfuram a dura-máter e terminam em seios venosos.
Dura-máter: mais externa e localiza-se no crânio adjacente ao periósteo e na medula espinhal separa-se do
periósteo das vértebras pelo espaço epidural: tecido conjuntivo frouxo, adipócitos e plexo venoso.
6- LCR: origem, circulação e destino.
O LCR, produzido pelas células ependimárias dos plexos coroides, circulam pelos ventrículos cerebrais, espaço
subaracnóides, espaços perivasculares e canal central da medula. É reabsorvido pelas vilosidades aracnóideas
e retornam à corrente sanguínea, nos seios venosos da dura-máter.
No SNC não existem vasos linfáticos.
Funções do LCR: difusão dos metabólitos, proteção contra traumatismos
QUESTÃO 3 e 4
 Figura 1: há um corpúsculo de Negri inclusões citoplasmáticas eosinofílicas com leve retículo
basófilo.(Encefalite por Raiva)
 Figura 2: há uma inclusão intranuclear eosinofílicascompostas por colônias de partículas virais.(Encefalite
Herpética).
 Figura 3:Eosinofilorraquia (>30%). (Meningite eosinofilica)
3 etiologias principais incluiriam esquistossomose, toxocaríase, estrongiloidíase, ascaridíase.
 Figura 4:Neutrófilorraquia, e a etiologia provavelmente é bacteriana. (Meningite bacteriana)
Microscopia da Encefalite Herpética: encefalite com necrose cortical envolvendo neurônios, células gliais e
endotélio vascular, acompanhada de hemorragia focal múltipla e infiltração de células grânulo-gordurosas,
além de infiltrado mono e polimorfonucleares difuso e perivascular. Inclusões nucleares eosinofílias grandes
envolvidas por halo claro, em geral em neurônios e astrócitos na periferia da necrose.
A doença priônica mais comum na espécie humana. Outras: Kuru; insônia fatal, etc.
Príon = proteínas mutantes presentes na superfície externa da membrana celular do neurônio, codificadas
pelo gene PRNP localizado no braço curto do cromossomo 20.
Patogenese: Acúmulo de PrPes na membrana celular do neurônio gerando: disfunçao neuronal precoce e
degeneraçao simpática, seguida de acúmulo secundário em lisossomo levando a morte celular.
Ocorre em torno dos 50 aos 70 anos.
A forma familiar: mutação em gene PRNP que codifica a proteína normal PrPc.
Macroscopicamente: o cérebro pode parecer pouco afetado, ou haver atrofia, com predomínio em áreas
variáveis do cortex cerebral ou no cerebelo. A atrofia é mais intensa em casos com sobrevida mais longa.
Microscopicamente: revela a chamada encefalopatia espongiforme, caracterizada por pequenos vacúolos
confluentes no neurópilo, que dão ao tecido aspecto finamente bolhoso (areolar). Além disso, há redução na
população de neurônios e gliose. Caracteristicamente, não há reação inflamatória. Em alguns casos,
observam-se depósitos de amilóide no tecido, que se assemelham às placas senis da doença de Alzheimer.
Em microscopia eletrônica, os vacúolos da encefalopatia espongiforme são intracelulares, situados em
prolongamentos de neurônios (axônio e dendritos) ou astrócitos.
Inclusões virais são colônias de virus ou coleções de proteínas virais situadas geralmente no núcleo de células
infectadas. Sua ausência não afasta encefalite viral. Essas inclusões intranucleares fortemente eosinófilas com
um halo claro em torno que desloca a cromatina para a periferia são conhecidas como inclusões de Cowdry
tipo A. Diversas neuroviroses podem dar inclusões semelhantes. Só a raiva dá inclusões virais exclusivamente
citoplasmáticas (corpúsculos de Negri).

QUESTÃO 5
Como está o liquor , quanto ao aspecto citológico, na meningite pelo pneumococo?
- Pleocitose com polimorfonucleares (neutrófilos), ↑ Proteínas, ↓ Glicose
NA mielite transversa produzida por esquistossomose?
- Pleocitose Eosinofílica, ↑ Proteínas, Glicose normal
Um estudante afirmou que na meningite tuberculosa o liquor tem pleocitose com predomínio de neutrófilos,
pois esta meningite é uma meningite bacteriana que tem evolução muito aguda, semelhante a da meningite
meningocócica.Você concorda? Justifique com pelo menos três argumentos justificadores.
- Não. A meningite tuberculosa difere da meningococcica em pelo menos 3 aspectos:
a) A meningocóccica é de evoluçao aguda, enquanto a tuberculosa tem evoluçao cronica.
b) A pleocitose meningocóccica caracteriza-se por aumento > 1000 células com predomínio de neutrófilos,
enquanto a pleocitose tuberculosa é em torno de 500 células com predomino de mononucleares – linfócitos
e monócitos e plasmócitos.
c) A glicose na meningocóccica geralmente é muito baixa, enquanto na Tuberculose a reduçao é discreta.

QUESTAO 3: Meningite Bacteriana


Microscopia: neutrófilos e em alguns casos depósitos de fibrina ocupando todo o espaço subaracnóideo, a
coloraçao pelo GRAM revela o agente causal livre ou no interior de macrófagos e neutrófilos.
Obs: meningococo é gram negativo.
Macroscopia: Distensao do espaço subaracnóideo por exsudato serofibrinoso, gelatinoso ou purulento,
acumulando-se mais ao longo dos vasos meníngeos ou dos sulcos cerebrais.
QUESTAO

D - Paciente com sepse meningocócica e evolução fatal. Explique a sucintamente a patogênese da lesão
evidenciada na figura 1 acima.
Há septicemia, lesão generalizada do endotélio e coagulação intravascular disseminada. As lesões são
interpretadas como secundárias à formação de trombos hialinos na microcirculação na vigência de CIVD. O
consumo dos fatores de coagulação (síndrome de desfibrinogenação) e a alta densidade capilar colaboram
para a ocorrência de hemorragia. Trata-se da síndrome de Waterhouse-Friderichsen é um choque séptico
fulminante causado mais freqüentemente por meningococos muito virulentos, mas também por outras
bactérias.
QUESTAO:Criança febril, com rigidez de nuca, vômitos em jato e fotofobia foi atendida na emergência. Um
punção lombar mostrou líquor turvo com pleocitose e 81% de neutrófilos.
A-Qual o diagnóstico mais provável? Meningite bacteriana.
B-Cite três agentes etiológicos dessa doença mais provável: Streptococcus Pneumoniae, Neisseria
Meningitidis e Haemophilus Influenzae
C- Como pode ser confirmado esse diagnóstico etiológico? Gram e Cultura do líquor.

QUESTAO 2:

Edema Cerebral
Macroscopia: cérebro aumenta de volume e é comprimido contra a superfície interna da calota craniana, que
é lisa. Isto leva a aplanamento dos giros e apagamento dos sulcos.
QUESTAO: INFECÇOES
A- Qual é o estágio da infecção pela neurocisticercose em que as lesões encontram-se calcificadas? Como
aparecem as calcificações na TC? E na RM ?
Estagio final (IV). Na TC as lesões aparecem nodulares e hiperdensas sem efeito expansivo local. Na RM as
calcificações aparecem como lesões nodulares em hipossinal.
Obs: estágios da doença: Estágio vesicular, Vesicular coloidal, Granular nodular e nodular calcificado.
B- Cite duas características clínicas geralmente encontradas em um paciente com neurotoxoplasmose. De
quanto normalmente é sua contagem de CD4?
Os pacientes podem apresentar sintomas focais ou difusos (febre, cefaleia, hipertensão intracraniana, sinais
de irritação meníngea, convulsões, alterações do nível de consciência e coma). Contagem de CD4 menor que
100 cels/mm3
C- Cite três doenças neurológicas que mais comumente ocorrem no paciente soropositivo, excetuando-se a
toxoplasmose e a tuberculose.
Meningite por criptococose, Encefalite por citomegalovirus. Encefalite por varicela –zoster, neurossifilis

NEUROTOXOPLASMOSE:
Microscopia: intenso infiltrado inflamatório perivascular de linfócito, macrófago, plasmócitos e eosinófilos.
TC: sem e com contraste mostra lesões em ambos hemisférios com tendência à localização periventricular e
no corpo caloso. As lesões impregnam-se por contraste e sua identificação sem contraste é difícil. Há também
atrofia cerebral difusa moderada, com alargamento dos sulcos, cisternas e ventrículos, atribuível à encefalite
crônica pelo HIV.
RNM: T1 com contraste. Múltiplos focos irregulares de lesão impregnados por contraste, localiza-se
predominante em regioes periventricular e corpo caloso.
QUESTAO
Paciente de 23 anos, masculino, apresentou paresia progressiva de membros inferiores. Relatou que dois meses
antes do início dos sintomas, tinha feito um passeio em uma cachoeira e tomado banho em um riacho.Um
exame de imagem mostrou lesão tumoral pequena no canal medular, em relação com a raiz do nervo espinhal
no mesmo lado do membro paralisado. Uma punção lombar mostrou líquor com pleocitose e 40% de
eosinófilos.
A- Com essas informações, qual a primeira suspeita diagnóstica? (suspeita genérica, quanto à etiologia da lesão
tumoral).
Mielite transversa esquistossomotica (granuloma contendo ovos de Schistosoma mansoni)
B- Há algum dado na história que possa reforçara a hipótese? Qual e porque?
Sim, o passeio na cachoeira com banho em um riacho, pois pode conter caramujos de agua doce que são
vetores da doença, sendo portanto um fator de risco.
C-- Qual exame complementar poderia reforçar a suspeita diagnóstica?
EPF com método kato-katz poderia diagnosticar esquistossomose e a TC poderia diagnosticar a mielite
transversa.
QUESTAO

DEMENCIA DE ALZHEIMER
Macroscopia: hipotrofia difusa de giros e substancia branca e dilataçao ventricular, simétrico e bilateral.
Hipotrofia da formaçao hipocampal.
Microscopia: Mesmas alteraçoes que ocorrem no envelhecimento normal, porém com maior intensidade.
1- Perda Neuronal:
2- Reduçao de ramificaçao dendrítica
3- Alteraçoes neuropatológicas características:
a. Placas Senis
b. Emaranhados neurofibrilares
c. Degeneraçao granulo-vacuolar
d. Corpos de Hirano
e. Angiopatia amilóide
Alterações neuropatológicas: Há deposição no tecido nervoso central de material amilóide em três
localizações diferentes: no citoplasma de neurônios, constituindo as alterações neurofibrilares; no tecido
entre os corpos celulares dos neurônios (neurópilo) formando as placas senis; e em vasos da leptomeninge
ou do parênquima cerebral (angiopatia amilóide).
As placas senis são lesões no neurópilo (o tecido entre os corpos celulares dos neurônios). Há depósito de
substância amilóide, que pode ser visível já na HE. Há também espessamento e tortuosidades dos dendritos
e axônios nas proximidades do depósito, que podem ser demonstrados com impregnação pela prata.
Natureza do amilóide:

 Nas placas senis é constituido da proteína beta ou A4. Esta é um fragmento de uma proteína precursora
muito maior, APP, que atravessa a membrana celular, e é codificada no cromossomo 21.
o A trissomia do cromossomo 21 triplica o gene da proteína precurssora do amilóide favorecendo o
aparecimento de alteraçoes neuropatológicas similares a DA.
 Nasalterações neurofibrilares é de outra origem, derivado da proteína tau, uma proteína reguladora da
polimerização dos microtúbulos.
Mutaçoes de Proteínas na DA:
- Apolipotreína E – cromossomo 19 (início tardio  a mais comum.
- Proteína precursora do amilóide – cromossomo 21  início precoce
- Presenilina – 1 – cromossomo 14  início precoce  mais comum das familiares
- Presenilina-2 – cromossomo 1  início precoce  mais raro de todos

QUESTAO: Correlacione as letras com os números. Uma letra pode ter correlação com mais de um número.
Exemplo (fictício): Letra H  número 7 e número 9, Letra Z  número 8.
A: Mutação em Alfa sinucleina: 2
B: Mutação na proteína precursora do amiloide: 1 e 3 1: Beta amiloide:
C: Mutação na proteína tau*: 2, 3 e 4 2: Doença de Parkinson
D: Mutação em Pré-senilina: 3 3: Alzheimer
E: Redução de neurônios que Produzem dopamina: 2 4: Redes neurofibrilares
Observações:Alfa sinucleína é o principal componente do corpo de Lewy.
*Tauopatias: DA, Doença de Pick, Demencia frontotemporal com parkinsonismo ligada ao cromossomo 17.
QUESTAO:
DOENÇA DE PARKINSON
A lesao característica é a despigmentaçao da zona compacta da substancia negra, que corresponde a perda
neuronal. O mesmo pode ser encontrado no locus ceruleus.
Neuronios remanescentes exibem corpos de Lewy.
As lesoes podem se acompanhar de macrófagos fagocitando pigmento melanico.
Corpos de Lewy podem ser observados no córtex cerebral que, quando numerosos, caracaterizam a demencia
com corpos de Lewy.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
-Doença autoimune mediada por linfócitos T (Th1 c/ LTCD4 e LTCD8) e macrófagos ativados + imunidade
humoral contra um ou mais antígenos presentes na mielina ( proteína básica da mielina, proteína
proteolipídeo, glicoproteína do oligodendrócito e mielina) ou oligodendrócito, que ativam o complemento e
promovem fagocitose via opsonizaçao.
-A reaçao autoimune seria determinada ou modulada por fatores genéticos ( genes do MHC: HLA-DR15) e por
infecçoes virais adquiridas na infancia.
-Placas agudas ou na EM inicial têm considerável grau de remielinização (conhecidas como ‘shadow plaques’).
Contudo, em placas da EM crônica a remielinização é mínima. Os sintomas iniciais da EM devem-se à
desmielinização axonal, com lentificação ou bloqueio da condução. A regressão dos sintomas é atribuída a
resolução do edema inflamatório e remielinização parcial. A recuperação da função pode também dever-se
à redistribuição dos canais de sódio ao longo dos segmentos desmielinizados dos axônios. (Em axônios
mielínicos normais, os canais de sódio estão concentrados nos nódulos de Ranvier). Com o tempo e repetição
dos episódios, vai havendo lesão axonal irreversível, gliose e exaustão do pool de células precursoras de
oligodendrócitos, levando a perda progressiva da função neurológica.

Líquor: Aumento de IgG contra a glicoproteína do oligodendrócito e mielina, e de componentes do


complemento ativado.

Macroscopia: Placas acinzentadas, periventriculares, no ângulo dorsolateral dos ventrículos laterais. Há nítida
preferência pela substância branca periventricular e pelo corpo caloso, mas qualquer área de substância
branca no cérebro, cerebelo, tronco ou medula espinal pode ser acometida. É comum a localização nas vias
ópticas (nervos, quiasma e tratos). Pelo menos 2/3 dos pacientes têm placas em três locais – hemisférios
cerebrais, nervos ópticos e medula espinal. As placas mais recentes têm cor mais acinzentada, já as mais
antigas tendem a mais esbranquiçadas e ter consistência mais firme, devido ao estabelecimento de gliose
reacional (cicatricial) com o passar do tempo.
Microscopia:
As lesões desmielinizantes têm bordas nítidas. Nas lesões recentes (placas ativas), há infiltrado inflamatório
linfocitário, principalmente perivascular, e nas margens da lesão. Abundantes macrófagos de citoplasma
espumoso removem os restos de mielina degenerada. Há redução do número de oligodendrócitos, mas os
axônios ficam relativamente preservados nas lesões mais agudas, diminuindo gradualmente em número à
medida que a lesão se cronifica. Na fase aguda, os astrócitos transformam-se em formas gemistocíticas, como
em qualquer lesão do SNC. Posteriormente, vão sofrendo redução do volume do citoplasma e passam a
astrócitos fibrosos, que depositam abundantes fibras gliais na região desmielinizada (gliose). A distribuição
perivenular das lesões é considerada característica.
Nas lesões crônicas, há redução no número de células inflamatórias e dos macrófagos até o virtual
desaparecimento, restando apenas gliose. Há praticamente desaparecimento da mielina e dos
oligodendrócitos e severa depleção também dos axônios. Os que restam permanecem desmielinizados.
Admite-se que o desaparecimento dos oligodendrócitos se dê por apoptose. O caráter ativo ou inativo de
uma placa se baseia na presença ou não de macrófagos.
Caráter irregular e aleatório das
lesões, que acometem áreas ao
acaso, sem preferência ou
respeito por vias ou sistemas.
ELA
- No mesencéfalo: degeneração do trato corticospinal é notada como discreta palidez da mielina na porção
média das bases do pedúnculo cerebral.
- Na ponte: diminuição de calibre e palidez dos tratos corticospinais em seu trânsito pela base da ponte entre
as fibras transversais.
- No bulbo: palidez da mielina nas pirâmides bulbares.
- Na coluna cervical: palidez da mielina dos tratos corticospinais laterais (grandes, na porção posterior dos
funículos laterais, junto aos cornos posteriores) e dos tratos corticospinais anteriores.

GUILLAIN BARRÉ
É uma doença paralítica inflamatória aguda, causada por uma Atividade macrofágica imunomediada.
Tem associaçao com infecçao prévia (2-4 semanas). Os principais: Campylobacter jejuni; CMV; EBV;
mycoplasma pneumoniae. Além de associar-se com HIV.
Microscopia: A afecção fundamental está na baínha de mielina ou na célula de Schwann, não havendo doença
primária do axônio. A degeneração da mielina ocorre em internodos esparsos, intercalados a outros não
afetados, de maneira intensa, envolvendo simultaneamente muitos internodos. Há infiltrados
predominantemente de linfócitos e macrófagos ao redor de pequenas veias endoneurais das raízes e ganglios
espinhais.

ANOMALIAS CONGENITAS – Distúrbios do fechamento do tubo neural


A neurulaçao primária ocorre em 4 semanas.

1- Craniorraquisquise, anencefalia e mielósquise: ausencia total de neurulaçao e do não fechamento anterior


e posterior do tubo neural  incompatível com a vida.
2- Meningoencéfalocele: distúrbios do fechamento anterior do tubo neural, gerando herniaçao de tecido
encefálico e meninges através das aberturas dos ossos do cranio.
3- Meningomielocele: defeito na neurulaçao da porcao posterior do tubo neural, gerando herniacao.
a. Mal formaçao de Arnold Chiari: mielomeningocele + hidrocefalia
i. Tipo 1: deslocamento caudal restrito as tonsilas cerebelares
ii. Tipo 2: Deslocamento caudal do bulbo e parte inferior do cerebelo que se projetam no
interior do canal vertebral. Má formaçoes associadas: displasias corticais, heteropatias
neuronais e deformidade em forma de bico da porçao posterior do mesencefalo com fusao
dos coliculos inferiores.
iii. Tipo 3: encefalocele occipto-cervical.
4- Espinha bífida: anormalidade da porçao caudal do tubo neural que leva a anomalias do cone medular, do
filum terminal e dos segmentos medulares baixos.

Distúrbios de Proliferaçao e migracao neuronal: 2-4 meses de gestacao

1. Microcefalia: pode ser devido a alteraçoes cromossomicas ou infeccoes virais, radiacao, álcool na
gestacao. Macroscopicamente os giros tem padroes simplificados e ventrículos com tamanhos normais.
Histologicamente possui anomalias corticais discretas com arranjo col;unar das células nervosas.

TUMORES DO SNC

MENINGIOMAS

Questrão 7
A figura ao lado mostra a calota craniana retirada em uma necrópsia de um paciente
falecido de doença pulmonar obstrutiva crônica.
A- Qual o diagnóstico da lesão indicada pela seta branca?
Meningioma.
B-Que estrutura anatômica indica a seta vermelha?
Foice cerebral.
Questão 8
Analise a imagem na figura A e o campo microscópico na Figura B. O
diagnóstico sugerido pela imagem A é confirmado pelo campo microscópico
B? Porque (explique dizendo o que sugere A e o que sugere B)
• Não.
• IMAGEM A: Meningeoma
• IMAGEM B: Papiloma de plexo coroide

Questão 2
Qual o diagnóstico?
Meningioma
Qual o comportamento desse tumor em relação ao crescimento, à
invasividade e a capacidade de dar metástases?
Crescimento lento, Não invasivos, Não causam metástase. Benignos.

Questão 8
A-Pela imagem e pelo aspecto microscópico, qual o mais
provável diagnóstico?
Tumor do plexo coróide (Papiloma do plexo coroide)
B-Qual o comportamento dessa lesão em relação ao surgimento
de implantes em outros órgãos?
Comportamento benigno, pois existem poucas atipias celulares - não leva a
metástases.
GLIOBLASTOMAS

Questão 9
Quais os critérios utilizados para a graduação histológica dos glioblastomas?
1. Atípicas nucleares
2. Mitoses
3. Angiogênese e/ou Necrose.

Questão 6
Se o paciente teve na biópsia de um tumor do sistema nervoso central o diagnóstico de glioblastoma grau IV,
quais os aspectos microscópicos
do tumor o patologista considerou para chegar a esse diagnóstico? (citar no
mínimo cinco).
1. Celularidade (aumentada);
2. Mitoses (presença abundante);
3. Atipia Celular (grande atipia);
4. Angiogênese (aumentada);
5. Necrose (presença);
6. Focos Hemorrágicos (presença).

A figura acima mostra um gráfico de


sobrevivência de gliomas. O gráfico está
correto? Justifique a resposta.

Não, pois o que tem maior sobrevida é o


astrocitoma grau I (>5 anos) e portanto deveria
estar representado na primeira linha de cima para
baixo, seguido do astrocitoma grau III (sobrevida
entre 2-5 anos), seguido pelo glioblastoma
multiforme que tem menor sobrevida (< 1 ano).

A figura acima mostra um gráfico de


sobrevivência de gliomas. O gráfico
está correto? Justifique a resposta.

Não, pois o glioma com grande atividade


mitotica, acentuada proliferação vascular,
hemorragia e necrose tem sobrevida < 1 ano e
portanto deveria ser representado pela primeira
linha do grafico de baixo para cima. Já o glioma
bem diferenciado, com baixa atividade mitotica
e sem angiogenese importante tem maior
sobrevida do que o primeiro descrito, ao
contrario do que o gráfico demonstra.
A figura mostra um gráfico de sobrevivência de
%
gliomas. O gráfico está correto?
Justifique a resposta.
Sim, pois o glioma que tem maior sobrevida é
o astrocitoma grau 2 (astrocitoma difuso de
baixo grau) > 5 anos, seguido pelo
astrocitoma grau 3 (astrocitoma anaplasico 2-
5 anos), seguido do glioblastoma multiforme
que é < 1 ano.

Questão 4
Analisando o aspecto macroscópico (figura 1) e o aspecto microscópico você concordaria
com o diagnóstico de Glioma grau 1? Porque?
Para responder utilize as áreas delimitadas por figuras geométricas no campo
microscópico.
•Não. É um glioma 4, pois as alterações encontradas são de um tumor mais invasivo.
•Retângulo: mitose
•Círculos: neovascularização
•Pentágono: hipercelularidade
Questão 6
Analisando o aspecto macroscópico (figura 1) e
o aspecto microscópico qual seria o seu
diagnóstico?
Glioma
O que chama a atenção na Figura 2? (retângulo
Figura 1
vermelho, círculos amarelos e pentágono
preto).
Retângulo: mitose
Círculos: neovascularização
Pentágono: hipercelularidade
As alterações observadas são indicadores de
que, em relação à lesão diagnosticada?
Essas alterações são indicativas de pior
prognóstico por ser tumor mais invasivo.
Figura 2 Provavelmente é um glioma grau 4.
QUESTÃO
A- Denominação dada ao sinal clínico evidente na imagem
abaixo
Proptose ocular ou olho de guaxinim
B- Frente a este quadro clínico, faça 3 hipóteses
diagnósticas que possam estar relacionadas com este sinal
clínico
Trauma
Neuroblastoma
Histiocitose X
Leucemia mielóide aguda

ALTERAÇÕES VASCULARES

QUESTÃO
A- Identifique os vasos 1, 2 e 3 do
polígono de Willis.
1: artéria cerebral anterior;
2: artéria comunicante posterior e 1
3:artéria cerebral posterior.
B- Qual dos 3 vasos acima está
mais próximo do mesencéfalo? 2
Artéria cerebral posterior
3
Corte histológico de vasos do SNC corado pelo método de H&E – 2min30seg

A- Conceitue o processo patológico evidenciado na parede arteriolar.


Arteriosclerose hialina: é uma doença de pequenos vasos caracterizada pela deposição
de material homogêneo hialino composto por colágeno e outras proteínas nas paredes
arteriolares.
B- Que tipo de infarto cerebral está relacionado a esta lesão vascular?
Infartos lacunares.
C- Quais são os locais mais comuns no SNC
para o surgimento da lesão vascular
aqui evidenciada? Cite 3.
Gânglios basais, tálamo e tronco cerebral.
d. Cite as 2 causas mais frequentes para o
desenvolvimento desta lesão vascular
Hipertensão arterial e diabetes
Tumores

Em crianças lembrar de craniofaringerioma. Muito comum em crianças.

...
1- Meningiomas:

Tumor de crescimento expansivo, lento, e por muitas vezes assintomático. Quando pegam giros de área
motora pode acabar levando a convulsão. Em idosos, trata-se a convulsão com anticonvulsivantes e não
cirurgia.
MAcroscopia: Tumor crescendo na meninge e invadindo o encéfalo.
São muito comuns na foice cerebral, na tenda do cerebelo. Geralmente achatados, crescem lentamente

Aspecto histológico: A maioria é fibrilar.


Alguns têm muito vascularização

Tem com corpúscos muito calcificados. A glândula pineal tem pinealócitos que formam pequenos acúmulos
que calcificam, chamados de psanomas – Meningioma psanomatoso

Em geral, o quadro histológico do meningioma pode variar:


Tumor papilífero, revestido com epitélio e eixo conjuntivo. Tem muita atipia. Classifica-se como carcinoma do
plexo coróide

GLIOMAS

Tumor no cerebelo.
Grau 1: Astrocitoma pilocítico típíco, que com frequência formam cistos
Astrócitos proliferados com aspecto fibrilar, celularidade baixa, sem atipias. Estruturas fibrilares = fibras de
“rosenthal”.
Grau 2: Astrocitomas difusos: sem limites precisos entre o tumor e o tecido normal. Bastante celulares
1- Variedade fibrilar – maioria
2- Astrocitoma Gemistocítica: gliose inicial.

Astrocitoma Difuso Anaplásico (grau 3): muita atipia, focos hemorrágicos.

GLIOBASTOMA MULTIFORME (GRAU 4): Menos diferenciadoss. Muito hemorrágicos, necróticos, francamente
invasivos. Na RM ou TC aparecem muito hemorrágicos ( malformação venosa).
Histologia: celularidade muito grande, muita atipia, necrose e vascularização.
O uso do anticorpo monoclonal que marca o endotélio observa-se muito a vascularização: IH para CD31
Riqueza vascular.
Tumor necrótico hemorrágico. Aspectos na microscpoia: necrose, neoformação vascular – angiogênese
acentuada. Índice mitótico elevado.
Himonohistoquímica para GFAP – protéina acídica fibrilar glial, marcadora de astrócitos (filamentos
intermediários). Para tirar a dúvida do tipo de glioma.
Círculo: angiogênese angiomatóides: emaranhados de vasos.
Quadrado: zonas em necrose: células atípicas
MAcroscopia: Hemorragia e necrose. e infiltração do tumor no tecido nervoso.

Imagens mosntrando: atipias, mitose (D); plexos vasculares (C), zona de necrose (E)
Critérios ára classificação do tumor: 1- celularidade, 2- atipias, 3- mitosse, 4-angiogense, 5- presenca de
necrose, 6- presença de hemorragia.
Tumor pilocítico: cístico dop cerebelo, beningno, bem delimitado.

Astrocitoma Grau 2: histológico, difuso, gemistocítico.


Alteraçãoes Genéticas Importantes

MUTAÇÃO INATIVADORA OU DELEÇÃO DE p53


Gene que codifica a Proteína p53 – gene supressor de câncer: a p53 parar o ciclo celular
HIPEREXPRESSÃO DE EGFR – receptor transmembranoso com atividade (ativa) em proteína tirosina-cinase 
quanto autofosforilado add proteinas de adaptação para ativar RAS, via das mapquinases para haver
proliferação das células. – muito frequente nos gliomas
MUTAÇÃO INATIVADORA DE PTEN – PTEN é um gene que codifica uma proteína fosfatase junto à membrana
 desfosforila o receptor– regular a transdução de sinais via proteínas cinases  supressor tumoral
MUTAÇÃO INATIVADORA p16: ativada pela p53 para inibir a mitose
MUTAÇÃO IDH1 E IDH2 - MUITO FREQUENTE
Isocitrate DeHydrogenase
Gliomas with mutated IDH1 and IDH2 have improved prognosis compared to gliomas with wild-type IDH

Gliobastoma Primário: origina com a característica do tumor grau 4.


Gliobastoma SecundárioOutros são evolução do glioma grau 2 ou 3.

Os astrocitomas difusos (graus 2 e 3) podem ir ao grau 4.


Acima tem-se as alterações genéticas relecionadas.
VEGF - > aumentada devido á grande vascularização

LINFOMAS PRIMÁRIOS DO SNC – HIV +


Necrópsia paraventricular
Tumor Metastático

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