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GUSTAÇÃO E OLFAÇÃO

2.1) Necessidade de dissolução


A atividade em questão visa condicionar a boca à condição de secura e se
colocou na ponta da língua um cristal de sal ou açúcar. Dessa forma, quando
uma pequena quantidade de sal ou açúcar é colocada na boca seca, pode-se
observar que não há nenhuma percepção imediata de sensação gustativa. No
entanto, ao umedecer a ponta da língua com saliva, torna-se possível sentir
uma sensação gustativa. Esse fenômeno ocorre pois ao umedecer a língua, a
saliva dilui o sal e açúcar, permitindo que as substâncias químicas entrem em
contato direto com as papilas gustativas, desencadeando assim a sensação
gustativa.
2.2) Distribuição dos botões gustativos
Neste experimento, foram aplicadas diferentes soluções na língua seca
utilizando cotonetes. As soluções utilizadas foram: sacarose 5%, cloreto de
sódio 5%, ácido cítrico 2% e cafeína 0,5%. O objetivo era identificar as regiões
da língua associadas aos sabores fundamentais testados. As soluções foram
aplicadas em diferentes regiões da língua, incluindo a base, as laterais e a
ponta. Os resultados obtidos revelaram que a solução de sacarose foi
percebida de forma mais pronunciada na ponta da língua. Já a solução de
cloreto de sódio 5% foi detectada na região lateral em direção à ponta da
língua. O ácido cítrico 2% foi reconhecido na região lateral em direção à base
da língua. Por fim, a cafeína foi identificada na região posterior da língua.
Essas observações indicam que diferentes regiões da língua estão
relacionadas à percepção de diferentes sabores fundamentais. A ponta da
língua parece estar mais envolvida na detecção do sabor doce, enquanto as
regiões laterais estão mais vinculadas aos sabores salgado, ácido; enquanto a
região posterior está envolvida com o sabor amargo. Essas descobertas são
consistentes com a distribuição das papilas gustativas na língua, onde certas
regiões apresentam uma maior concentração de papilas sensitivas específicas
para cada sabor.
2.3) Sabor e cheiro
b) Necessidade de inspiração
Durante o experimento, o examinado realizou várias respirações profundas até
conseguir entrar em um estado de apneia, caracterizado pela interrupção
temporária da respiração. Em seguida, um frasco foi aproximado do nariz
durante esse estado de apneia, e foi constatado que não foi possível perceber
o cheiro do frasco nesse momento. No entanto, ao realizar uma inspiração
profunda, foi possível detectar o odor emanado pelo frasco. Esse fenômeno
ocorre devido à relação direta entre o processo respiratório e a percepção
olfativa. Durante a apneia, a ausência de fluxo de ar impede que as moléculas
odoríferas sejam transportadas até os receptores olfativos localizados no nariz.
Como resultado, mesmo que o frasco esteja próximo ao nariz, a falta de
ventilação impede a detecção do cheiro. No entanto, ao realizar uma inspiração
profunda, o fluxo de ar é restabelecido, permitindo que as moléculas odoríferas
alcancem os receptores olfativos, o que resulta na percepção do cheiro do
frasco. Essa observação enfatiza a importância do fluxo de ar adequado para a
percepção dos odores e demonstra como a respiração influencia diretamente
nossa capacidade de detectar e identificar diferentes odores.
c) Topografia olfatória
Nessa atividade, uma das extremidades de um canudo foi inserida em uma das
narinas, enquanto a outra narina foi bloqueada com um pedaço de algodão. Na
abertura inferior do canudo, foi colocada uma pequena bola de algodão
impregnada com uma substância odorífera. Em seguida, o canudo foi
direcionado em diferentes direções enquanto o indivíduo respirava em cada
uma delas. Durante essa observação, foi notado que a sensação olfativa mais
intensa ocorreu no terço superior do nariz.
3) Adaptação
O aluno participante cheirou repetidamente um frasco até que não conseguisse
mais perceber o odor. Em seguida, ele cheirou um segundo frasco contendo
um odorífero diferente e notou que não foi capaz de detectar o odor. Após um
período de descanso de um minuto, ele percebeu que sua percepção olfatória
havia retornado ao normal. Essa sequência de eventos demonstra um
fenômeno conhecido como fadiga olfatória. A exposição prolongada a um
determinado odor pode levar à saturação dos receptores olfativos, resultando
em uma diminuição temporária da capacidade de detectar e perceber o odor.
No caso do aluno, o cheirar repetitivo do primeiro frasco levou à fadiga
olfatória, afetando sua sensibilidade olfativa.
VISÃO
Bioquímica e fisiologia da visão
Inicialmente, foi solicitado aos estudantes assistir aos vídeos “ Os cinco
sentidos: visão” e “Visão”, os quais serviram para introduzir o tema em questão.
Após, foi solicitado a realização de algumas experiências, que estão
numeradas conforme constam das folhas de atividades propostas, conforme
segue:
3.1 Informação visual: “De quanta informação visual o cérebro precisa?”
Olhe para a imagem apresentada na figura. Você consegue reconhecer esta
pessoa?
Embora haja uma certa dificuldade no início, foi possível reconhecer a pessoa
representada na figura. Acredita-se que isso se deve principalmente ao fato de
ser uma imagem conhecida, isto é, que já tinha sido vista anteriormente.
Tente pisca os olhos. Se você for míope, retire os óculos. Isto ajuda?
Sim. O ato de piscar os olhos repetidamente melhora a nitidez da imagem,
fazendo com que seja mais fácil reconhecer a pessoa por trás da figura.
Quem você viu?
O físico e teórico alemão Albert Einstein

3.2 Ponto cego


Ao realizar os procedimentos descritos nas letras a e b, foi possível verificar
que o círculo presente em uma figura deixa de ser visualizado por quem segue
os passos determinados, o que ocorreu a uma distância aproximada de 31 cm
entre o rosto do observador e a imagem visualizada. Ato seguido, passou-se a
responder aos seguintes questionamentos:
Qual é a causa fisiológica desse fenômeno?
Esse fenômeno ocorre porque na retina existe uma região em que não são
encontrados fotorreceptores. Trata-se do disco óptico, que, por essa razão, é
denominado o ponto cego do olho. Assim, quando a figura é observada a uma
distância em que é possível visualizar o círculo, isso significa que o eixo visual
do olho está direcionado para uma parte da retina em que há presença de
fotorreceptores. No entanto, quando a figura é movida e o círculo desaparece,
o eixo visual passa a incidir dentro do disco óptico, causando o fenômeno
observado (SILVERTHORN, 2017)
Por que não notamos esse fenômeno em nosso dia a dia, já que, na maior
parte do tempo, algum objeto em nosso campo visual encontra-se nessa
posição?
Em nosso dia a dia o fenômeno observado nesse experimento não é
observado porque nosso cérebro dispõe de mecanismos adaptativos, que
fazem a imagem refletida no ponto cego ser, por assim dizer, preenchida. Isso
ocorre principalmente por meio das informações captadas pelo outro olho.
Dessa forma, não são notados prejuízos visuais significativos mesmo com a
existência desse ponto cego em cada olho (CONSTANZO, 2018).
c) Integração sensorial e perceptiva
c.1. “Quão fácil é enganar o sistema visual usando uma ilusão de ótica?”

Os círculos escuros e claros são reais ou ilusórios?


Eles são ilusórios
Qual a razão para o seu desaparecimento, dependendo da distância entre
a figura e seus olhos?
Trata-se de uma ilusão de ótica em que o cérebro do observador é enganado e
acaba enxergando imagens que, na verdade não existem. Por essa razão, o
cérebro tende a completar uma imagem que não está no foco de atenção com
as estruturas que estão à volta; quando se fixa o olho em um ponto da imagem
o círculo preto não aparece no ponto focalizado, mas sim ao redor.
Qual a origem fisiológica desse fenômeno perceptivo?
Esse fenômeno ocorre devido às células ganglionares possuírem um campo
receptivo organizado na forma centro-periferia. Dessa forma, a célula
ganglionar utiliza o contraste entre o centro e a periferia para interpretar a
informação visual. Isso significa que, se o contraste entre essas regiões é forte,
a resposta excitatória ou inibitória da célula ganglionar é intensa. De outro
modo, quando o contraste é fraco, a resposta gerada é intermediária. A célula
ganglionar possui dois tipos de campo visual. No campo centro on/periferia off,
a célula ganglionar responde de forma mais intensa quando a luz incide no
centro do campo. A seu turno, se a luz incidir na região periférica off do campo,
a célula ganglionar centro on/periferia off é fortemente inibida e para de
disparar potenciais de ação. O inverso ocorre com campos centro off/periferia
on. Assumindo que existem células ganglionares de centro on e periferia off
que têm seus campos receptivos nas áreas claras da figura. Quando os
campos receptivos se encontram no cruzamento das faixas claras, uma maior
parte da periferia está sendo iluminada em relação aos trechos claros fora de
cruzamentos. Sendo assim, a resposta neural nos cruzamentos é menor do
que no restante das faixas claras. Isso resulta em menor luminosidade
percebida nos cruzamentos. Daí surgem os pontos cinzas “ilusórias”
(SILVERTHORN, 2017).
c.3. Observe a figura e identifique os objetos representados.
Quantos objetos você vê em cada figura? Qual é a ‘figura” e qual é o
fundo? Justifique
É possível ver pelos menos dois objetos em cada figura. Na figura A, a imagem
pode ser tanto de uma moça jovem, com ombros cobertos, colar no pescoço e
rosto virado para o lado oposto ao observador; como também de uma senhora
de traços rústicos e um tanto cabisbaixa. Por sua vez, na figura B pode-se ver
uma senhora e um senhor de perfil, que se olham diretamente, ou pode ser
observador também dois cantores, além de uma taça. Por tratar-se de uma
ilusão de ótica, torna-se difícil identificar qual a figura real e qual o fundo. No
entanto, é possível dizer que a imagem da jovem e a imagem dos cantores
representem as verdadeiras figuras.
Onde se localizam e quais seriam os mecanismos perceptivos
responsáveis por essa alternância na imagem vista com maior definição?
A luz com informação entra na retina. Cones e bastonetes transformam
potencial luminoso em potencial elétrico. Neurônios captam essa informação
que é transmitida ao nervo óptico. Do nervo óptico, a informação é transmitida
ao tálamo, centro sensitivo, mais especificamente ao corpo geniculado lateral.
Depois de passar pelo tálamo, vai para o lobo occipital, no córtex visual
primário. A informação pode ou não ir para os córtex associativos secundários
e/ou terciários.
c.4. Observe a imagem. O que você vê? Fixe seu olhar atentamente em
um ponto da imagem. O que acontece?

Nessa imagem, é possível ver vários círculos se movendo. Após focalizar em


um ponto, os círculos maiores parecem se mover no sentido das pontas de
seta que os formam.

Focalize o ponto no centro e mova sua cabeça (junto com o corpo) pra
frente e pra trás. Estranho...
A imagem não é um “gif”. Por que parece que está se movendo?
O que ocorre aqui é, novamente, uma ilusão de ótica. A percepção do
observador é atrapalhada pela apresentação intensa de luz, brilho, formas,
além de uma distribuição complexa, dando origem a uma forma específica. Em
suma, há um excesso de estímulo para os fotorreceptores, o que leva a uma
confusão na interpretação de tais estímulos e, por conseguinte, à ilusão.

c.5. Observe a figura. Existe diferença no tamanho dos círculos centrais?


Justifique.

Não existe diferença de tamanho entre os círculos centrais. Inclusive, foi


demonstrado experimentalmente que são iguais – realizando a medição com
uma régua. Em que pese essa demonstração, quando o observador olha para
a figura, tem a impressão que o círculo da direita (rodeado pelos círculos
menores) é maior que aquele disposto à esquerda (cercado pelos círculos
maiores). Novamente, deve-se creditar o fenômeno a uma ilusão de ótica, pois
os fotorreceptores são enganados nessa situação, entendendo como maior do
que realmente é um círculo que tem ao seu redor outros círculos menos
calibrosos.

4. Bioquímica da visão
4.1 Assistir ao vídeo
4.2 Observar a imagem e discutir em grupo a neuroquímica da
fototransdução e transmissão de informação no mecanismo da visão até
a ativação do neurônio ganglionar da retina.
Após assistir ao vídeo, foram levantados, em grupo, os seguintes
apontamentos:
Quando não há incidência de luz, a conformação molecular do retinal é
chamada retinal 11-cis. Trata-se de uma configuração tridimensional particular
dos átomos e ligações químicas que mantêm esses átomos juntos. Quando
uma molécula da retina é tocada por um fóton de luz, a energia contida nesse
fóton quebra uma ligação química muito específica – a ligação dupla entre os
carbonos 11 e 12. Dessa forma, a retina muda sua configuração estrutural de
11-cis para um estado mais estável denominado trans. Ocorre a ativação da
rodopsina após um evento de fotoisomerização; a rodopsina, por sua vez, ativa
quimicamente uma grande molécula chamada tansducina. Esta molécula
consiste em uma proteína G. A parte ativada dessa proteína então flutua dentro
das membranas do disco até encontrar por acaso (via movimento browniano e
difusão) uma molécula de fosfodiesterase (PDE), que também está flutuando
nas membranas do disco. O PDE catalisa uma reação de conversão de uma
pequena molécula de nucleotídeo chamada monofosfato de guanosina cíclico
(cGMP) em uma forma diferente, passando a ser um GMP (monofosfato de
guanosina). Essa conversão de cGMP em GMP tem uma consequência
importante no estado elétrico dos fotorreceptores, que por sua vez afeta a
forma como eles sinalizam a próxima camada de neurônios da retina. O
glutamato é o aminoácido secretado pelos fotorreceptores. Esse
neurotransmissor está encaixado nas vesículas em um tipo especial de
sinapse, chamada sinapse em fita, o qual viabiliza a liberação rápida de muitas
vesículas. A seu turno, esse fato ativa os neurônios das células bipolares. Este
é, por fim, o resultado eventual da fototransdução e corresponde ao processo
pelo qual os neurônios fotorreceptores transduzem, ou transformam, a energia
da luz em um sinal neuroquímico.
a. Sequência de eventos envolvidos na fototransdução em bastonetes e
cones
A fototransdução ocorre conforme o seguinte esquema:
Luz incidente → mudança estrutural no retinal do fotopigmento → ativação da
transducina → ativação da fosfodiesterase → diminuição do GMPc intracelular
→ fechamento dos canais de Na+ → hiperpolarização → diminuição da
liberação do transmissor sináptico → mudança na conformação do
fotopigmento → resposta de células bipolares e outros elementos neurais.
AUDIÇÃO
2. Experiências
2.1. Teste de Rinne
Foi realizado o teste de Rinne para avaliar a audição do participante. Um
diapasão foi colocado na mastoide do participante para estimular a condução
óssea. O participante foi instruído a informar quando não conseguisse mais
ouvir o som do diapasão. Em seguida, o diapasão foi movido próximo ao canal
auditivo externo para estimular a condução aérea, e novamente o participante
foi solicitado a indicar quando o som não fosse mais audível. Durante o teste
de Rinne, o participante relatou ouvir claramente o som do diapasão tanto na
mastoide quanto próximo ao canal auditivo externo. Não houve diferença
significativa entre a condução óssea e aérea, indicando uma audição normal
em ambos os modos de condução. Esses resultados são consistentes com
uma audição saudável e indicam que o participante não apresenta nenhum
déficit auditivo significativo.

2.2. Teste de Weber


Foi realizado o teste de Weber para avaliar a audição do participante. Um
diapasão foi ativado e colocado no topo da cabeça do participante, no meio da
linha média. O participante foi instruído a indicar em qual ouvido ele percebia a
vibração do diapasão de forma mais intensa. Durante o teste de Weber, o
participante relatou sentir a vibração do diapasão de forma igual ou equilibrada
em ambos os ouvidos. Não houve uma percepção de intensidade maior em um
ouvido em relação ao outro. Dessa forma, pode-se concluir que o participante
apresenta uma audição simétrica em ambos os ouvidos. A igual percepção da
vibração do diapasão indica uma resposta auditiva equilibrada e sugere
ausência de perdas auditivas unilaterais significativas.

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