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Produção de sabão ecológico derivado do óleo de cozinha residual

gerado na lanchonete da UEPA campus VIII – Marabá – PA

Railson Miranda Barroso: acadêmico do curso de engenharia ambiental pela


Universidade do Estado do Pará (UEPA); railson_x3@hotmail.com
Renan Alves Brito: acadêmico do curso de engenharia ambiental pela Universidade do
Estado do Pará (UEPA); renanalves_1@hotmail.com
José Antônio de Castro Silva: Engenheiro Mecânico, Mestre em ........;
antoniocastrosilva@hotmail.com

RESUMO
O descarte inadequado do óleo de cozinha residual que é utilizado em residências, e ainda em
estabelecimentos comerciais como restaurantes e lanchonetes; tornou se um agravante da poluição do
meio ambiente devido a sua “invalidez” pós uso. No Brasil, de acordo com a Associação Brasileira das
Indústrias de Óleos Vegetais, a produção de óleo de cozinha em 2016 foi de 7.885 mil toneladas; a
projeção segundo a mesma, para o ano de 2017 é de 8.200 mil toneladas de óleo de soja. Este trabalho
sugere a alternativa da produção e análise laboratorial do sabão ecológico como uma forma de reciclagem
do óleo de cozinha residual coletado na lanchonete da Universidade do Estado Pará, no campus VIII
(Marabá), bem como, a divulgação do trabalho à comunidade por meio de oficinas como uma forma de
sustentabilidade e educação ambiental. Para o desenvolvimento do estudo, foram coletados o quantitativo
do material proveniente da fritura durante um período de 20 dias, que serviram de base para se obter uma
média diária do óleo de cozinha residual gerado. Houve a produção para fins de análises e após a
interpretação dos resultados de forma experimental de acordo com as devidas especificações das
características químicas do sabão e baseado na opinião dos envolvidos com a aplicação do questionário,
foram realizadas duas oficinas de produção de sabão: a primeira, realizada em junho com estudantes do
próprio campus; e a segunda, realizada em outubro, com a participação de funcionárias do setor de
serviços gerais do próprio campus e da SEAGRI – Secretaria Municipal de Agricultura de Marabá- PA.
Mais que a preservação do meio ambiente e os seus recursos naturais, a reciclagem do óleo para produção
de sabão em barra ou líquido gera ganhos econômicos, por ser obtido a um custo inferior que aquele para
obter o produto comercial. Constatou-se, com realização das oficinas, que os participantes estão se
preocupando mais com a preservação do meio ambiente e requisitando mais ações que visam melhorar a
qualidade de vida sem prejudicar o meio em que vivem.

PALAVRAS-CHAVE: Descarte inadequado; Reciclagem do óleo; Educação ambiental.

ABSTRACT
The inadequate disposal of residual cooking oil used in homes, as well as in commercial establishments
such as restaurants and snack bars; has become an aggravating environmental pollution due to its
"disability" after use. In Brazil, according to the Brazilian Association of Industries of Vegetable Oils, the
production of cooking oil in 2016 was 7,885 thousand tons; the projection according to the same, for the
year 2017 is 8,200 thousand tons of soybean oil. This work suggests the alternative of the production and
laboratory analysis of ecological soap as a way to recycle residual cooking oil collected in the cafeteria of
the University of the State of Pará, in campus VIII (Marabá), as well as the dissemination of the work to
the community through as a form of sustainability and environmental education. For the development of
the study, the quantitative of the material from the frying was collected over a period of 20 days, which
served as a basis to obtain a daily average of the residual cooking oil generated. There was production for
analysis purposes and after interpretation of the results in an experimental manner according to the
appropriate specifications of the chemical characteristics of the soap and based on the opinion of those
involved with the application of the questionnaire, two soap production workshops were held: the first ,
held in June with students from the campus itself; and the second, held in October, with the participation
of employees from the general services sector of the campus itself and SEAGRI - Municipal Secretary of
Agriculture of Marabá-PA. More than the preservation of the environment and its natural resources, the
recycling of the oil for the production of bar soap or liquid generates economic gains, being obtained at a
lower cost than the one to obtain the commercial product. It was found, with the realization of the
workshops, that the participants are more concerned with preserving the environment and requesting
more actions that aim to improve the quality of life without harming the environment in which they live.

KEY-WORDS: Inadequate disposal; Recycling of oil; Environmental education.


1 INTRODUÇÃO
O descarte inadequado do óleo de cozinha residual que é utilizado em
residências, e ainda em estabelecimentos comerciais como restaurantes e lanchonetes;
tornou se um agravante da poluição do meio ambiente devido a sua invalidez pós uso.
Os efeitos negativos são inúmeros, onde conforme Belo et al. (2014, vol. 2, p. 23) “isso
provoca entupimento nas tubulações, refluxo e mau cheiro”.

Quando o óleo alcança os corpos hídricos, de acordo com Macedo et al. (2016)
por ele ter uma densidade menor que a água, o mesmo se acumula na superfície dela
impedindo a passagem de luz, quando em um ambiente de vida aquática, acarreta na
morte de fito plânctons (algas microscópicas que produzem oxigênio) que estão na base
da cadeia alimentar dos seres aquáticos. Para se ter uma ideia, 1 litro de óleo despejado
no esgoto doméstico tem capacidade para poluir mais de 25000 litros de água
(SABESP, 2010).

Outra ação do óleo é devido ao seu despejo irregular no solo, causando sua
contaminação, que segundo Oliveira et al. (2013, p. 1235) “ao atingir o solo, o óleo
pode causar a impermeabilização, influenciando nas enchentes e no desenvolvimento de
organismos”.

No Brasil, de acordo com a ABIOVE (2017) a produção de óleo de cozinha em


2016 foi de aproximadamente 7.885 mil toneladas; A projeção segundo a mesma, para o
ano de 2017 é de 8.200 mil toneladas de óleo de soja. Em contrapartida, segundo Santos
(2009), no Brasil são descartados 9,0 bilhões de litros/ano desse tipo de resíduo (óleo
pós fritura), onde apenas 2,5% é reciclado. O restante é descartado inadequadamente
junto ao meio ambiente, o que demonstra ser um dado preocupante.

Nezi, Romero e Uhdre (2011) afirmam que a destinação final desse material
residual, geralmente ocorre de quatro maneiras: esgotos, solo, corpos hídricos e aterros
sanitários. Ressalta-se que dentre estes, até a forma menos agressiva ao meio ambiente,
que é o aterro sanitário, são impróprios em graus e fatores diferentes, trazendo prejuízos
para as instalações humanas, os civis que ali vivem, as formas de governo que os gerem
e o meio ambiente que os mantém.

Ideias e propostas que visam o gerenciamento e beneficiamento do óleo de


cozinha residual estão cada vez mais evidentes, tanto que conforme Weyer e Nora
(2016, vol. 6, p. 71) “ele serve como material na produção de diferentes produtos, tais
como: tintas, óleos para engrenagens, biodiesel, sabão, detergentes, glicerina, etc. Sendo
assim, o ciclo reverso do produto pode trazer benefícios competitivos e impedir a
deterioração ambiental”.

O processo de reciclagem do óleo de cozinha residual, além de benefícios


socioambientais, acarreta um crescimento econômico e financeiro, o que poderá ser
comprovado em um estudo mais aprofundado sobre o assunto, mas que desde já
aparentam pontos positivos sobre os resultados (NASCIMENTO, 2011).

A logística reversa do óleo de cozinha residual ao ciclo produtivo, ao contrário


de ser despejado no meio ambiente prejudicando-o, não é apenas uma ação
ecologicamente correta e lucrativa, mas o procedimento beneficia até a qualidade de
vida do cidadão brasileiro, uma vez que esse tipo de tratamento se torna oneroso devido
a presença deste material na água, contaminando-a, o que é repassado em forma de
impostos que são pagos pela própria população (SANTOS, 2009).

O presente trabalho mostra de forma sucinta, didática e consciente a realização


de um projeto que foi desenvolvido na Universidade do Estado do Pará, no campus
VIII, em Marabá, onde foram recolhidas 4 garrafas de 2 litros com o óleo de cozinha
residual colhido na própria Instituição, para a realização da produção de sabão liquido e
sólido, bem como a realização de testes de análise laboratorial para comprovar a sua
eficácia/eficiência como produto de limpeza.

Após todo o protocolo referente as análises químicas do sabão, fizemos a doação


do mesmo para a comunidade local (funcionárias do setor de serviços gerais da UEPA e
da SEAGRI – Secretaria Municipal de Agricultura de Marabá-PA e alguns acadêmicos
do campus) para fins de avaliação qualitativa do seu uso nas atividades desempenhadas
pelas mesmas; além disso, ressaltamos a questão dos problemas do descarte indevido da
matéria prima (óleo de cozinha residual) e suas consequências no meio ambiente, que
pode ser usada para a produção do sabão.
Com a consolidação do trabalho, o papel que a Educação Ambiental exerceu, foi
de suma importância para transmitir ao público alvo todos os meandros envoltos da
problemática em questão. Em reforço, Roos e Becker (2012) afirmam que acima da
simples causa do meio ambiente, a Educação Ambiental aponta para a sustentabilidade
e abrange um conjunto de fatores levando em consideração também os indivíduos
prejudicados pelas atividades e as ameaças a comunidades sujeitas às consequências
danosas das práticas que não são consideradas sustentáveis, tanto para o meio ambiente
quanto para o ser humano.

2 OBJETIVO
Este trabalho sugere a alternativa da produção e análise laboratorial do sabão ecológico
como uma forma de reciclagem do óleo de cozinha residual coletado na lanchonete da
Universidade do Estado Pará, no campus VIII (Marabá); bem como a divulgação do
trabalho à comunidade por meio de oficinas como uma forma de sustentabilidade e
educação ambiental.

3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 DEFINIÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS

Os óleos e gorduras são substâncias insolúveis em água (hidrofóbicas), podem ser de


origem animal, vegetal ou mesmo microbiana, formadas predominantemente de
produtos de condensação de “glicerol” e “ácidos graxos” chamados triglicerídeos
(MORETTO e FETT, 1998).

Já com base na ANVISA (2004), são os produtos constituídos principalmente de


glicerídeos de ácidos graxos de espécies vegetais. Podem conter pequenas quantidades
de outros lipídeos como fosfolipídeos, constituintes insaponificáveis e ácidos graxos
livres naturalmente presentes no óleo ou na gordura.

3.2 A PRODUÇÃO NO BRASIL

Conforme Wildner e Hillig (2012), o Brasil é um país que possui uma grande área
agricultável, com grande diversidade climática e rica em espécies vegetais oleaginosas.
Estas características lhe conferem um grande e variado potencial de extração de óleo e
reflete na preparação de diferentes opções de alimentação e variados sabores.

3.3 USO DO ÓLEO NAS ATIVIDADES DOMÉSTICAS


A utilização do óleo é muito recorrente no processo de fritura por ser uma alternativa
eficiente e de baixo custo para preparação rápida de alimentos. Assim como afirma
Gomes et al. (2013) esse processo constitui uma das formas mais rápidas de preparo
para determinados alimentos e por este motivo, vem sendo amplamente utilizado. Como
consequência tem-se um aumento na quantidade de óleos e gorduras vegetais residuais.

3.4 LEGISLAÇÃO

A Norma Brasileira de Referência - NBR 10004 (2004) define resíduos sólidos como os
resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem
industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Essa
definição também é compartilhada com o Conselho Nacional do Meio Ambiente -
CONAMA e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA.

De acordo com a norma NBR 10.004:2004, os resíduos sólidos podem ser assim
classificados:

 Resíduos classe I - Perigosos

Aqueles que apresentam periculosidade, conforme definido em 3.2, ou uma das


características descritas em 4.2.1.1 a 4.2.1.5, ou constem nos anexos A ou B.

 Resíduos classe II - Não perigosos

Os códigos para alguns resíduos desta classe encontram-se no anexo H.

 Resíduos classe II A - Não inertes

Aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de


resíduos classe II B - Inertes, nos termos desta Norma. Os resíduos classe II A – Não
inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.

 Resíduos classe II B - Inertes


Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a
ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada
ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem
nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de
potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor, conforme
anexo G.
Assim, o óleo de cozinha residual conforme a normativa da NBR 10004/2004 é
classificado como um resíduo sólido classe II A (Não perigosos e não inertes).
De acordo com a legislação federal, mais especificamente na resolução n.430 do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) em seu artigo 16, o limite para
lançamento de óleos vegetais na natureza é de até 50mg/L (CONAMA, 2011).
3.5 DANOS AMBIENTAIS CAUSADOS PELO ÓLEO
Martins et al. (2016) fortalece a ideia de que o óleo é visto hoje não só como grande
vilão da saúde do homem, mas também como um grande agente poluidor, quando
descartado incorretamente no meio ambiente. A forma mais usual do descarte deste óleo
comestível é jogá-lo diretamente no esgoto e lixo comum, prática esta feita diariamente
nas residências, restaurantes, hotéis e bares.
Por isso mesmo Lopes e Baldin (2009) ressaltam que o óleo de cozinha, que muitas
vezes vai para o ralo da pia, e que acaba chegando ao oceano pelas redes de esgoto e em
contato com a água do mar, passa por reações químicas que resultam em emissão de
metano.
Devido ao seu elevado potencial de poluição, se torna compreensível a busca por
alternativas de reuso do óleo para outros fins, e bem como ressalta Moreira et al. (2014)
ao ser transformado em sabão, este se torna menos nocivo ao meio ambiente, devido à
ação de microrganismos que atuam e produzem enzimas capazes de quebrar as
moléculas de cadeia carbônica linear presentes no sabão; sendo altamente utilizado nas
residências e estabelecimentos em geral para limpeza de utensílios.
3.6 ALTERNATIVAS DE RECICLAGEM DO ÓLEO

Rizzetti et al. (2016) fala que por ser um excelente subproduto e além do seu uso na
produção do sabão e detergentes, ele é empregado também na ração animal, resina para
colas, assim como, na produção de biodiesel, o qual tem mostrado-se uma alternativa
aos combustíveis fósseis, além de utilizar matéria-prima renovável, agride menos o
meio ambiente, reduzindo a emissão de gases causadores do efeito estufa.
O sabão é obtido através da reação química de saponificação, na qual ácidos graxos,
encontrados em gorduras (de origem animal ou vegetal) reagem com soda. O sabão é
um sal de ácido carboxílico de cadeia carbônica longa, sendo capaz de solubilizar tanto
em meios polares como apolares. Além disso, o sabão é um tensoativo, que rompe a
tensão superficial da água fazendo com que ocorra uma interação com o material a ser
limpo (BERTÊ, FANTINEL e FERNANDES, 2014).

3.7 CARACTERÍSTICAS

As propriedades e características são o diferencial de um bom sabão e confirmam a


qualidade do mesmo. Por isso as realizações de testes em laboratório asseguram que o
mesmo está padronizado e pode assim ser utilizado. Os testes feitos são de pH, Acidez
(usado para o óleo de cozinha residual), Espuma, Saponificação e Viscosidade.
O índice de pH determina o logaritmo negativo da concentração molar de íons de
hidrogênio. Representa convencionalmente a acidez ou a alcalinidade de uma solução.
A escala de pH vai de 1 (acido) a 14 (alcalino), sendo que o valor 7 e considerado pH
neutro (ANVISA,2008).
O índice de acidez é determinado para expressar, em miligramas, a quantidade
necessária de hidróxido de potássio para a neutralização dos ácidos graxos livres em 1 g
de amostra de óleo (ANVISA,2010).

Nezi (2011) aponta que a determinação da quantidade de espuma formado pelo sabão é
baseado em uma reação muito utilizada em laboratório, onde é feito reagir bicarbonato
de sódio (NaHCO3) e ácido acético (CH3COOH, presente no vinagre) (Reação a
seguir).

CH3COOH(l) + NaHCO3(aq) → CH3COONa(aq) + CO2(g) + H2O(l)

Índice de saponificação é definido como o número de mg de hidróxido de potássio


(KOH) necessários para saponificar os ácidos graxos, resultantes da hidrólise de uma
grama da amostra, é inversamente proporcional ao peso molecular médio dos ácidos
graxos dos glicerídeos presentes. É importante, para demonstrar a presença de óleos e
gorduras de alta proporção de ácidos graxos de baixo peso molecular em misturas com
outros óleos e gordura (MORETTO E FETT,1998). Ele é dado pela formula abaixo:
(V − v) . f . 28
𝐼𝑆 =
P
Em que (V − v) é a diferença entre o número de ml de HCl 0,5 N gasto nas 2 titulações;
o f representa o fator do HCl 0,5 N; o P é o número de g da amostra e o 28 é o
equivalente grama de KOH.
O índice de viscosidade, baseado na Anvisa (2008), consiste em medir a resistência de
um material ao fluxo por meio da fricção ou do tempo de escoamento. Foi aplicado o
método de Stokes, que conforme Carvalho et al. (2015) é aplicado para os casos de
força de fricção experimentada por objetos esféricos que se movem no meio de um
fluido viscoso, num regime laminar. Para esses objetos esféricos, a força viscosa é dada
pela formula: F = 6πRŋv, em que R é o raio da bolha; ŋ é a sua viscosidade dinâmica; e
v, a sua velocidade.
É de suma importância conhecer essas características e propriedades químicas do sabão,
para que a aplicação do mesmo seja feita de forma correta.

3.8 VANTAGENS
A produção do sabão à base de óleo de cozinha residual, segundo Silva (2016)
possibilita vantagem financeira, visto que esse sabão pode ser utilizado em casa (o que
torna dispensável a aquisição de sabão em mercados) ou mesmo para a comercialização,
visto que os produtos para a fabricação são de baixo custo. Uma ampla divulgação deste
processo de fabricação entre os jovens pode gerar uma conscientização ambiental e
também uma economia financeira.
3.9 EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Godoy et al. (2010) reitera que em relação ao óleo de cozinha usado, objeto de enfoque,
o uso da ferramenta Logística Reversa – ou seja, o retorno do produto para servir de
matéria-prima para a fabricação do mesmo ou de outro – pode evitar problemas nos
sistemas de tratamento de água e esgotos por despejo inadequado do mesmo. Não lançar
óleo em fontes de água, na rede de esgoto ou no solo é uma questão de responsabilidade
social e, por isso, deve ser uma ideia propagada.

Diante dos fatos tratados, fica comprovado conforme Martins et al. (2016) que é
possível mostrar como pequenas ações podem refletir positivamente nas diferentes co-
munidades, promovendo a consciência ambiental para a preservação do meio ambiente,
contribuindo, desta forma, para o desenvolvimento sustentável.

4 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho teve algumas etapas, onde primeiramente, realizamos um levantamento da
quantidade de óleo utilizado pela lanchonete da Universidade do Estado do Pará,
campus VIII, para o preparo dos alimentos. Os dados coletados dentro de um período de
20 dias serviram para se obter uma média diária do óleo residual coletado.

Com esses valores quantificados, a próxima etapa foi à produção do sabão de


consistências sólida e líquida. Testadas oito metodologias diferentes na produção,
chegou-se ao consenso que os melhores resultados a partir das análises, foram as
receitas conforme Alberici e Pontes (2004) para o sabão sólido e Martins, Conti e
Lisboa (2010) para o sabão líquido, utilizadas de modo proporcional:

Sabão Sólido (em barra)

 INGREDIENTES: 1 Litro de óleo de cozinha usado; 0,5 Litro de água; 250g


de soda cáustica (Hidróxido de sódio-NaOH); 01 Copo de amaciante
(americano) ou essência; 01 Copo de sabão em pó (americano) ou lauril.

 PREPARO: Em um balde de plástico, inseriu-se 500ml de água em seguida


adicione cuidadosamente a soda cáustica e mexa com uma colher de pau até
diluir toda a soda cáustica (lixívia), esse processo deve levar algum tempo.
Diluída toda a soda aqueça o óleo (não pode ficar muito quente) e adicione
no balde e mexa por aproximadamente por 10 minutos. Adicione o amaciante
e o sabão em pó e mexa novamente por 20 minutos até formar uma massa
homogênea. Coloque a mistura em uma fôrma e espere secar, após 24 horas
corte o sabão em pedaços pequenos.

Sabão Líquido (detergente)

 INGREDIENTES: 03 Litros de óleo de cozinha usado; 06 Litros de água na


temperatura ambiente (ADICIONAL); 1/2 Kg de soda cáustica (Hidróxido de
sódio-NaOH); 01 Litro de álcool; 02 litros de água quente; 01 Copo de
amaciante (americano) ou essência; 01 Copo de sabão em pó (americano) ou
lauril.

 PREPARO: Coloque a 1 litro de água na temperatura ambiente no balde de


plástico, em seguida adicione cuidadosamente a soda cáustica e mexa com a
colher de pau até diluir toda a soda cáustica (lixívia), esse processo deve levar
algum tempo. Diluída toda a soda aqueça o óleo (não pode ficar muito quente)
e adicione no balde e mexa por aproximadamente por 10 minutos,
posteriormente adicione o álcool sem parar de mexer. Logo em seguida
acrescente os outros 5 litros de água na temperatura ambiente acrescentando o
amaciante e o sabão em pó. Mexer novamente entre 15 a 20 minutos, após esse
tempo, deixar a mistura por 30 minutos em repouso e depois acrescentar os 2
litros de água quente. Deixe em repouso por 24 horas para poder usá-lo.

Para os procedimentos descritos acima, os instrumentos e equipamentos utilizados


foram: Béqueres, Provetas, Bastões de vidro, Espátulas, Erlemeyer, Balão de fundo
redondo, Balão Volumétrico, Colher de pau e/ou Cabo de vassoura, Balde de plástico
de 10 Litros, Funil, Peneira pequena, Moldes de plástico, Balança analítica, Saco
preto e Phmetro.

Os ingredientes do sabão utilizados foram: um pote de 1 kg soda cáustica (NaOH),


água natural e destilada e o óleo de cozinha residual e combustível etanol (álcool
98%).

Na segunda etapa, foram feitas as análises experimentais, no laboratório de Química


da Universidade do Estado do Pará campus VIII, no óleo e no sabão, sendo que no
óleo foram feitos os testes de saponificação e de acidez; e para o sabão, testes de pH
(solido e liquido), espuma (solido e liquido) e viscosidade (liquido).

No teste de saponificação baseado em Moretto e Fett (1998) pesamos 2 g de óleo em


um erlemeyer, depois adicionamos 5 mL de álcool etilíco com agitação e, em seguida,
2 gotas de solução alcoólica de fenolftaleina 1% e titulamos com solução 0,1 N de
hidróxido de sódio até que ocorresse a mudança da cor da solução de incolor para
rósea. Ao fim da solução, adicionamos 20 mL de solução de hidróxido de potássio 4%
com uma bureta. Com isso, transferimos o erlemeyer a um condensador de refluxo e
aquecemos a ebulição em banho-maria por 30 min. Após resfriamento da solução,
adicionamos 2 gotas de solução alcoólica 1% de fenolftaleina, e titulamos com uma
solução 0,5 N de HCl até que ocorresse a mudança de cor da solução de rósea para
incolor. Realizamos uma titulação em branco onde estavam presentes todos os
reagentes. A diferença entre os dois volumes de solução de HCl está relacionada com
a quantidade hidróxido de potássio gasto na saponificação dos ésteres presentes no
óleo.

Em seguida, para o teste de acidez conforme Moretto e Fett (1998) utilizamos uma
fração de cerca de 2 g do óleo em um erlenmeyer de 125 mL e a seguir adicionou-se
25 ml da mistura éter etílico: álcool etílico (2:1) acompanhado de agitação. A essa
mistura adicionamos 2 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína e titulamos com
solução 0,1 N de hidróxido de sódio até que a solução passasse de incolor para uma
coloração rósea e em seguida calculamos o índice de acidez.

Para o teste de pH utilizamos, o Phmetro da marca Kasvi, modelo ION pHB500 do


laboratório de tecnologia de alimentos da própria universidade; onde diluímos em um Becker
de 100ml, uma amostra de 2 gramas de sabão em barra em 20 ml de água destilada, para
determinar a alcalinidade do mesmo.

Já para o teste de espuma, utilizamos 10 ml de bicarbonato de sódio (NaHCO3) e 10 ml de


ácido acético (CH3COOH, presente no vinagre). Com a reação pronta, foi diluído em 10 ml
de água, a quantia de 0,5 g do sabão produzido. Em seguida, essa mesma solução foi
adicionada à reação anterior para que pudessem ser feitas as análises necessárias.

Para o teste de viscosidade, de acordo com Vineyard e Freitas (2014) determinamos


por meio do método de Stokes, onde adicionamos aproximadamente 20 ml das
amostras em provetas de 25 ml e, em seguida, inserimos uma esfera de porcelana na
superfície livre do líquido e cronometramos o tempo da bola percorrer determinada
altura até atingir o fundo da proveta.
Feitos os testes e comprovados todas as características químicas do produto, o sabão
foi doado para 10 pessoas para que os mesmos pudessem avaliar a qualidade do
mesmo. Funcionários do setor de serviços gerais, da lanchonete e da comunidade em
geral foram contemplados com o recebimento do sabão.
Após os resultados obtidos com o questionário com o êxito obtido na produção do
sabão derivado do óleo de cozinha residual, uma alternativa de maior conscientização
e educação ambiental nas comunidades, foi a realização de oficinas de sabão nas
instalações da UEPA, além de palestras referentes ao tema.

5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Com a finalização dos testes em laboratório, foram obtidos os seguintes valores para o
sabão sólido: 0,561 para o índice de acidez (óleo); 70 mg/1g para o índice de
saponificação; 10,41 para o nível de Ph e 1 ml correspondendo ao volume da altura
que a espuma atinge na proveta em um tempo de 3 segundos para o teste de espuma,
além de ausência de alcalinidade. A partir desses valores encontrados, interpretamos
cada um dos mesmos de acordo com o seu teste.

O índice de acidez foi o primeiro teste a ser executado e foi importante para verificar
se o óleo doado para a confecção dos sabões era realmente padronizado e renderia um
produto de qualidade. Inicialmente, foi pesado 2 g do óleo em um erlemeyer de 125
ml e a seguir adicionou-se 25 ml da mistura éter etílico: álcool etílico (2:1)
acompanhado de agitação. Em seguida, foram adicionadas 2 gotas de solução
alcoólica de fenolftaleína e titulamos com solução 0,1 N de hidróxido de sódio até que
a solução passasse de incolor para uma coloração rósea. A base do resultado foi
conforme a fórmula abaixo:

𝑉. 𝑁. 56. 1
𝐼𝐴 =
𝑚

em que 𝑉 é o volume de solução de NaOH gasto na titulação em mililitros, 𝑁 é a


normalidade da solução e 𝑚 é a massa da amostra em gramas (MORETTO E FETT,
1998).

O valor encontrado para o índice de acidez que foi de 0,561 mg de KOH/1 g de óleo,
se mostrou um pouco acima no que tange à legislação vigente, onde o valor
estabelecido para o óleo não deve ser superior à 0,3 mg de KOH/1 g de óleo
(ANVISA, 2004). No presente caso, pelo fato do óleo ser reaproveitado em processos
de fritura na lanchonete, isso pode ter contribuído para o excedente valor de acidez;
por isso recomenda se que não haja um reuso múltiplas vezes desse material na
cozinha pois ele também afeta a saúde dos seres humanos.

A realização do índice de saponificação se deu pela medição de 2 g do óleo de


cozinha residual 20 ml de solução alcoólica de KOH 4%; em seguida, adaptou-se o
balão de fundo redondo a um condensador de refluxo aquecendo até ebulição em
chapa aquecedora por 30 minutos. Após resfriamento da solução, adicionou-se 2 gotas
de solução alcoólica 1% de fenolftaleína, e titulou se com uma solução 0,5 N de HCl
até a ocorrência de mudança de coloração rósea para incolor. Foi realizado também
titulação em branco. A base do resultado foi conforme a fórmula abaixo:
:
𝑉. 𝑁. 56. 1
𝐼𝐸 =
𝑚

Em que 𝑉 representa a diferença entre os volumes de solução de HCl gastos na


titulação da amostra e do branco em mililitros, 𝑁 é a normalidade da solução de HCl e
𝑚 é a massa de amostra de óleo em grama (MORETTO E FETT,1998).

Com relação ao ph, onde o valor encontrado foi de 10,41; o mesmo foi determinado
por potenciometria, pela determinação da diferença de potencial entre dois eletrodos -
o de referência e o de medida - imersos na amostra a ser analisada, e depende da
atividade dos íons de hidrogênio na solução (ANVISA, 2008).

A normativa da ANVISA (2008) estabelece que o ph dos sabões (excetuando-se


oscasos de sabonetes líquidos neutros), deve estar em torno de 10,4; com isso o ph do
sabão apresentado se mostrou estar no nível máximo do limite aceitável.

Para o teste de espuma, a reação aconteceu de forma espontânea e durou apenas


alguns poucos segundo, em torno de 15 a 20 segundos para as quantidades utilizadas
de reagentes. Para 10 mL de solução aquosa de bicarbonato de sódio 5% e a mesma
quantidade de vinagre, as bolhas geradas corresponderam a mais ou menos 22 a 27
mL de volume. Quando houve a adição da solução do sabão ao vinagre, este fez com
que a produção de gás carbônico pela reação de bicarbonato de sódio e vinagre
acontecesse de forma mais branda e a espuma que agora havia se formado foi a
espuma proveniente do sabão.

Após a adição da solução (0,5 g para 10 mL de água), observou-se que a reação tinha
duração de 3 segundos com menor teor de espuma chegando a 1 mL e não houve
persistência de um menor volume de espuma.

Vale ressaltar ainda que foi realizado o teste de viscosidade para o sabão líquido
produzido. A viscosidade, ainda conforme a ANVISA (2008) é definida como a
resistência que o produto oferece a deformação ou ao fluxo. A viscosidade depende
das características físico-químicas e das condições de temperatura do material.

A formula utilizada para o teste de viscosidade é baseada em Vyneard (2014) e segue


abaixo:

𝑚𝑒𝑠𝑓 𝑚𝑠𝑎𝑏ã𝑜 ℎ 2 𝜌𝑒𝑠𝑓− 𝜌𝑠𝑎𝑏ã𝑜


𝜌𝑒𝑠𝑓 = 4 ; 𝜌𝑠𝑎𝑏ã𝑜 = ; 𝜈 = 𝑡; 𝜂=9 . . 𝑔. 𝑟 2
( ).𝜋.𝑟 3 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝜈
3
Sendo: ℎ = altura percorrida; 𝑡 = tempo percorrido; 𝑚 = massa; 𝜂 = viscosidade do
sabão; 𝜌 = densidade; 𝜐 = velocidade; 𝑔 = gravidade; 𝑟 = raio da esfera. Os valores
encontrados foram de: ℎ = 11,12 cm; 𝑡 = 1,66 seg; 𝑚 = 99,1828 g; 𝜂 = 4536,03 cp; 𝜌
= 0,991828 g/cm³; 𝜐 = 6,69879551807 cm/s; 𝑔 = 9,8 ; 𝑟 = 0,9615 cm.

Ainda baseado na legislação da ANVISA (2008) a faixa ideal de viscosidade para um


sabão liquido é de 3500 – 5500 cp, Logo o sabão produzido que obteve um valor de
4536,03 cp está dentro do aceitável.

Já o ph do sabão líquido foi de 10,62 e ficou um pouco acima do estabelecido pela


ANVISA que é de 10,5.

Acerca dos dados apresentados do questionário contendo oito perguntas, realizado


com os auxiliares gerais, funcionários da lanchonete ambas vinculados com a
universidade e a comunidade em geral, averiguamos algumas questões relacionadas à
temática do descarte e reaproveitamento do óleo residual, bem como a educação
ambiental. Com isso pôde-se gerar representações gráficas para melhor compreensão
dos dados quantificados.

A seguir a Figura 01 representa o conhecimento dos entrevistados a respeito das


problemáticas que o óleo residual de frituras pode promover quando presentes no
meio ambiente.

FIGURA 01: Questão1.

Você tem conhecimento acerca dos


problemas que o óleo de cozinha residual
pode promover no meio ambiente?
120%

100%

80%

60% SIM
NÃO
40%

20%

0%
RESPOSTA
Constatamos que os entrevistados tinham conhecimento dos danos que o óleo residual
de frituras pode causar ao meio ambiente, ainda que essa noção fosse de maneira
superficial.

Na Figura 02 temos a representação da intuição e atividades relacionadas quanto às


formas de reaproveitamento do óleo residual.

FIGURA 02: Questão 2.

Você tem conhecimento sobre alguma


forma de reutilização do óleo de cozinha
residual?
120%

100%

80%

60% SIM
NÃO
40%

20%

0%
RESPOSTA

Notamos que por conta de todas as participantes manterem relação direta com a
utilização do produto para fins alimentícios, de alguma maneira também adquiriram
conhecimento sobre como reutilizar o material residual oriundo do seu pós-uso.

A Figura 03 demonstra uma das principais formas de descarte praticado por quem usa
esse tipo de produto.

FIGURA 03: Questão 3.


Qual destinação final que você dar para o
óleo de cozinha residual gerado em sua
casa?
80%
70%
60%
50%
Doação
40%
Armazenamento
30%
Descarte em local impróprio
20%
10%
0%
RESPOSTA

A questão levantada representou uma preocupação positiva, haja vista que se tratava
de um dos focos do trabalho no que tange a forma de destinação final praticado entre
os participantes o que mostrou um resultado satisfatório, pois, os mesmos em grande
maioria armazenavam o resíduo após sua utilização.

A Figura 04 está relacionada com aspectos voltados a parte comercial do produto


desenvolvido no laboratório da Universidade do Estado do Pará, constatando entre
esses aspectos: a sua eficiência na geração de limpeza doméstica, a textura do produto,
percepções organolépticas e apresentação em mercado.

FIGURA 04: Questões 4, 5, 6, 7 e 8.


ANEXO 01
1200%

1000%

800%
SIM
600%
NÃO
Eficiênica
400%

200%

0%
QUESTÃO 4 QUESTÃO 5 QUESTÃO 6 QUESTÃO 7 QUESTÃO 8

Com as análises das questões contempladas, pôde-se observar que o produto


desenvolvido tem potencial de mercado, pois, o mesmo teve uma boa aceitação entre
as entrevistadas, o que nos fornece um dado aceitável para o que o trabalho propôs,
ressaltando a geração de renda extra para as comunidades que venham a desenvolver o
produto.

Após a interpretação dos resultados de forma experimental de acordo com as devidas


especificações das características químicas do sabão; e baseado na opinião dos
envolvidos com a aplicação do questionário, foram realizadas duas oficinas de
produção de sabão: a primeira, realizada em junho com estudantes do próprio campus;
e a segunda, realizada em outubro, com a participação de funcionárias do setor de
serviços gerais do próprio campus e da SEAGRI - Secretaria de Agricultura de
Marabá- PA.

As oficinas serviram para mostrar aos participantes, o passo a passo da produção do


sabão derivado do óleo residual de cozinha, sendo esta, uma importante forma de
conscientização e promoção da Educação ambiental; além da troca de informações
entre os envolvidos sobre os malefícios que esse resíduo pode causar no meio
ambiente à curto e longo prazo.

Na linha do desenvolvimento sustentável, o resultado da oficina foi a constituição de


uma série de cuidados com o meio ambiente, de sugerir e instigar atividades como o
reaproveitamento de resíduos. Já sob um aspecto social é possível ver a transformação
do óleo de cozinha residual em sabão como um gerador de renda para as famílias mais
carentes, sendo a venda do sabão sustentável uma forma capaz de proporcionar algum
rendimento (SANTOS et al., 2012).

O sabão produzido pelos participantes nas oficinas foi distribuído entre os mesmos, e
foi aplicado nas suas atividades cotidianas de limpeza. A oficina foi de grande sucesso
e se mostrou ser uma importante ferramenta para a construção de uma visão mais
sustentável possível por parte dos mesmos e de disseminação dos conhecimentos
adquiridos in locu para as demais pessoas da sociedade.

As figuras abaixo (a), (b) e (c) compreendem as atividades relacionadas à oficina de


produção de sabão sólido e líquido sendo esse: a palestra, a produção e a entrega do
produto, respectivamente.
Após a finalização de todas as etapas, foi feito um comparativo financeiro entre o
sabão produzido a partir do óleo reciclado e o sabão comercial, onde foram
pesquisadas 3 marcas (x, y e z). Abaixo tem se o quadro comparativo entre as 3
marcas e o sabão ecológico:
Quadro 1 – Comparação entre o sabão ecológico em relação ao sabão comercial.
PRODUTO MARCAS QUANTIDADE PREÇO (R$)
X 1 kg 6,50
Y 1 kg 8,05
Sabão em Barra
Z 1 kg 5,80

Sabão Ecológico 1 Kg 3,35

CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS


O descarte inadequado do óleo residual de cozinha se tornou recorrente no meio
ambiente; devido ser uma pratica pouco comum por parte das pessoas, a questão do
acondicionamento, reciclagem e destinação correta desse material residual. Nesse
contexto buscou se apresentar alternativas para a solucionar o problema.

Através do desenvolvimento deste estudo, foi constatado que se tornou viável a


aplicação de uma técnica simples, porém eficiente, para o reaproveitamento do óleo
de cozinha residual, como a que foi empregada na realização desse trabalho: a
produção do sabão ecológico tanto na sua forma liquida quanto sólida.

Por meio da produção do sabão, que aconteceu nas dependências do laboratório de


química do campus VIII (Marabá) da Universidade do Estado do Pará; e também do
compartilhamento dos conhecimentos acerca dos problemas ambientais decorrentes
do mau uso do óleo no seu pós-fritura; ficou evidenciado que o gerenciamento do
mesmo aplicado à logística reversa, se torna uma forma de mitigação e ao mesmo
tempo, solução, afim de evitar a ocorrência desses danos ao meio ambiente.

Mais que a preservação do meio ambiente e os seus recursos naturais, a reciclagem do


óleo para produção de sabão em barra ou líquido gera ganhos econômicos, por ser
obtido a um custo inferior que aquele para obter o produto comercial. Constatou-se,
com realização das oficinas, que os envolvidos estão se preocupando mais com a
preservação do meio ambiente e requisitando mais ações que visam melhorar a
qualidade de vida sem prejudicar o meio em que vivem.
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