Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
BERISTAIN, Antonio. A Nova Criminologia - A Luz Do Direito Penal e Da Vitimologia
BERISTAIN, Antonio. A Nova Criminologia - A Luz Do Direito Penal e Da Vitimologia
i.n ■
ÜMKHI S.
Antonio Beristain
Tradução
C â n d id o F u rta d o M a ia N e to
P ro fe s so r d o C u rso de M e s tra d o
em D ireito da U n iv e rs id a d e P a r a n a e n s e - U N I P A R
EDITORA
Imprensa
Oficial!
UnB
E q u ip e e d ito ria l: A irto n L u g a r in h o ( S u p e r v is ã o e d ito ria l); R e ja n e d e
M e n e s e s ( A c o m p a n h a m e n to editorial); W ilm a G o n ç a lv e s R o sas Saltarelli
( P r e p a r a ç ã o d e o r ig in a is ); M a u r o C a ix e ta d e D e u s , W i lm a G o n ç a lv e s
R o s a s S a lta r e lli e S o n ja C a v a l c a n t i ( R e v i s ã o ) ; E u g ê n i o F e lix B r a g a
( E d ito r a ç ã o eletrô nica); W a g n e r S o a re s (C a p a ).
Impresso no Brasil
B eristain, A n to n io
B 511 N ova crim inologia à luz do direito penal e da
v itim o lo g ia / A ntonio Beristain; tradução de C ând i
do Furtado M aia Neto. - B rasília : E d ito ra U n i
v e rs id a d e de B rasília : S ão P au lo : Im p re n s a
O ficial d o E stad o, 20 0 0 .
194p.
T r a d u ç ã o de: N u e v a c rim in o lo g ía d e s d e el
d e re c h o penal y la v ic tim o lo g ía.
IS B N 8 5 -2 3 0 -0 5 9 1 -9
P r e f á c io , 11
E u g ê n io R a ú l Z a f f a r o n i
N o ta do tr a d u to r , 15
p a r te I
CRIM INOLOGIA
C a p ít u l o 1
A p r o x i m a ç ã o c r i m í n o l ó g i c a e d e p e n d ê n c i a d e d r o g a s , 19
Interdependência: terrorismo internacional-tráfico de drogas, 19
Contribuição artística e mística, 22
Religião e arte: novos horizontes e respostas, 25
C a p ít u l o 2
T ra b a lh a d o re s v o lu n tá rio s n o m undo de h o je e de
a m a n h ã (a s r e g r a s m ín im a s d e s a n ç õ e s c a r c e r á r i a s
29
E N Ã O -C A R C E R Á R 1 A S ),
Os voluntários estrulunidores da pessoa e da sociedade, 29
Exemplos de voluntários na Europa e na América, 33
Perfil do trabalhador voluntário penitenciário, 35
O voluntariado penitenciário como direito e como serviço, 42
Universitários e trabalhadores voluntários com jovens em risco, 46
As regras mínimas de sanções não-carcerárias, 47
Resumo e conclusões, 49
8 Antonio Beristain
C a p ít u l o 3
EPISTEMOLOGIA CR1MINOLÓGICA: DA RETALIAÇÃO
AO PERDÃO, 53
Resumo histórico-comparativo do Talião na política criminal e
no direito penal, 53
Talião dialético de integração cósmica, não-unidimensional, 54
Direito dos delinqüentes ao perdão, 57
Epistemologia criminológica metarracional, 59
Dessacralização e ressacralização do Talião, 62
PARTL II
V IT IM O L O G IA
C a p ít u l o 4
N ova filo so fia p o lític a de e p a ra a n o v a p o lític a c rim in a l
(o E s t a d o n ã o t e m o m o n o p ó l i o d a v i o l ê n c i a ) , 69
Metas, 69
Pilares fundamentais comuns, 71
Evolução histórica paralela?, 73
Da política criminal privada ao caos e à filosofia política
absolutista, 7 4
Da política criminal sacra à filosofia política do poder que
emana de Deus aos cidadãos, 75
Do poder que rotula e marginaliza ao abolicionismo da pena
de morte, ao abolicionismo do cárcere e ao utópico abolicio
nismo do direito penal, 75
Da filosofia política assislencial à política criminal vitimo-
lógica, 77
Da política criminal estatal à filosofia política supra e inter
nacional, 77
Olhando para o futuro, 78
Sum ário 9
C a p ít u l o 5
A S O C IE D A D E /JU D IC A T U R A A T E N D E A SUAS V ÍT IM A S /
TESTEM U N H A S?, 83
Vitimologia, 83
Conceitos básicos e importância da vitimologia, 88
Dificuldades e perigos da vitimologia, 91
Vítimas/testemunhas, 96
Graus de vitimação, 103
Sociedade/judicatura, 109
Conclusões de lege ferenda, 123
A p ê n d ic e
D e c l a r a ç ã o s o b r e o s p r in c íp io s f u n d a m e n t a is de
J U S T IÇ A PARA AS V ÍT IM A S DE D E L IT O S E DO A B U S O DE P O D E R
(ONU), 127
As vítimas de delitos, 127
As vítimas do abuso de poder, 131
P a r t e III
D IR E IT O PEN A L
C a p ít u l o 6
A HISTÓRIA CAMINHA PARA A ABOLIÇÃO DA SANÇÃO CA PITAL, 135
Coordenadas fundamentais, 135
Evolução histórica, 138
Assistência religiosa, 150
Sigamos discorrendo, 152
C a p ít u l o 7
V lN C U L A Ç Ã O H ISTÓRIC A EN I RE R E L IG IÃ O E D IR E IT O PEN AL, 1 5 7
Luzes e sombras, 157
A poenci cullei, 160
indultos e anistia, 163
10 Antonio Beristain
C a p ít u l o 8
J u stiç a p e n a l re c ria d o ra , da re trib u tiv a à
171
re s ta u ra tiv a ,
Uma terceira cosmo visão da justiça penal, 171
Linhas fundamentais das cosmovisões retributiva e restau
rativa, 173
Comentários a favor da justiça recriadora, 176
Traços fundamentais do novo modelo recriador, 187
C a p ítu lo 9
À R E F O R M A DO C Ó D IG O P E N A L , 191
D A V 1 T IM O L O G IA
Não confundamos o sujeito passivo com as vítimas, 191
A reparação no Código p e n a l do século XIX não é a do
século XXI, 192
0 juiz deve atender primeiro às vítimas, 193
Prefácio
mas que o mundo nos convida a não cessar na sua busca, ainda que
com a advertência de que nunca a alcançaremos, e quando nos de-
temos, satisfeitos do que conseguimos saber, nos desconcerta para
nos moslrar que sabemos pouco.
Sua intolerância às “verdades” que, por indiscutíveis, abrem
vias ao autoritarismo, é quase visceral. Muitos sabem disso, mas
especial testemunho, nós, os argentinos, podemos dar, pois, em
1980, vimo-lo rejeitar toda tentativa limitante de sua voz, falando
de direitos humanos; em plena ditadura genocida, ela nos recordou
o valor da liberdade acadêmica, dando-nos ânimo em meio à ca
tástrofe. Naquele momento ficou claro que não importavam muito
suas conclusões, mas sim o impulso à utopia como destino, inclu
sive nas condições mais negativas.
O espírito profundamente religioso do catedrático do País
Vasco (portanto, absolutamente antidogmático) leva-o a assumir a
função que há décadas vem cumprindo, ainda que às vezes resulte
incômoda: é algo assim como o instrutor de vôo do penalismo
atual, que não suporta que mostremos nossa plumagem com orgu
lho das “cornijas e chaminés” .
Vice-Reitor
Timothy Martin MulhollancI
C o n s e l h o E d it o r ia l
Im p r e n s a O f i c i a l d o E s t a d o
Diretor-Presidente
Sérgio Kobayashi
Diretor Vice-Presidente
Carlos Conde
Diretor Industrial
Carlos Nicolaewsky
Coordenador Editorial
Carlos Taufik Haddad
Nova criminología à luz do
direito penal e da vitimologia
Nota do tradutor
Criminologia
Capítulo 1
Aproximação criminológica e
dependência de drogas
Trabalhadores voluntários no
mundo de hoje e de amanhã
(as regras mínimas de sanções
carcerárias e não-carcerárias)
C o n v é m c o n f ia r a s o lu ç ã o d e c e rta s s itu a ç õ e s a s e rv iç o s n ão -
ju d ic ia is . E x istem p a íse s de direito c o n s u e tu d in á r io e o u tro s s o
cialistas q u e p r o p o rc io n a m , a b u n d a n te m e n te , e x e m p lo s d esta
té c n ic a p r o f u n d a m e n te a rra ig a d a na trad ição p o p u la r. O País
V a s c o e a C a ta lu n h a d is p õ e m d e u so s e c o s tu m e s c o m rico
c o n te ú d o “ p riv a tis ta ” , isto é, o n d e a atu a ç ã o de p e s s o a s não-
p ú b lic a s c h e g a a co tas altas e b e n e fic io s a s . O s a n te c e d e n te s
n iu ltis s e c u la re s da H e r m a n d a d e d o A p e llid o v a s c o s e d o So-
m a té n catalá n e stão p o r s e r e s tu d a d o s .4
4
A. Beristain, E. Neuman, Criminología y dignidad hum ana (Diálogos), Buenos
Aires, Depalma, 1989, p. 119 s.
32 Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia
A té a d ata, a e x p e riê n c ia d o s p r o g r a m a s d e d e s e n v o lv i m e n
to...ind ica q u e e x iste u m a d ife re n ç a a b s o lu ta m e n te cru cial e n tre
o tipo de aju d a q u e c a p a c ita e p ro m o v e a p a rtic ip a ç ã o e a aju d a
cjuc alien a a c o n fia n ç a e cria d e p e n d ê n c ia . O êx ito o u o fracasso
de q u a lq u e r a tiv id a d e de d e s e n v o lv im e n to , 110 g eral, d e p e n d e r á
d e cm q u e lado d esta linha divisória., às v e z e s tê n u e, se situe a
a ju d a em q u e s tã o . 15
14 ibidem . p. 310.
Fundo cias Nações Unidas para a Infância, Estado mun dia! da infância, 1989, p. 57.
Raúl Pena Cabrera, “Pena y Estado capitalista”,.- p- 311.
Alfonso Paslore, Pastoral carcerária e você. Experiências, estudos e perguntas
de um trabalho com presos. Aparecida (Brasil), Ed. Santuário, 1986, p. 18 ss.;
Joaquín Gimenez, “ E! juez y la cárcel”, Eguskilore, Cuaderno dei Instituto Vas
co de Criminologia, n- extra, San Sebaslián, 1988, p. 71.
38 Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia
18
Platão, Górgias, 527 e.
19
José Lu is de la Cuesta. Ei trabajo penitenciário resociolizador. Teoria y Regu-
lación Tos Uiva, San Sebastián, Caixa de Ahorros Provincial de Guipúzcoa,
1984. p. 403 ss.
Raúl Zaffaroni. “Tratado c!e derecho penal”, torno V, Buenos Aires. 1983. p. 123;
Raúl Pena Cabrera. “Pena v Estado capitalista” ,... p. 311.
Cf. Anlonio Beristain, “ La mujer víctima y proctetora en la cárcel”, em A. Be
ristain, J. L. de la Cuesta (compiladores). Cárcel de mujeres. Ayer y hoy de la
m ujer deiincuente y víctim a, Bilbao, Mensajero, 1989, p. 159 ss.
Antonio Beristain 39
E r e c o r d e m o s ta m b é m a P aulo, c o lo c a d o 110 fu n d o d e u m a p r i
são. F erido , c o m c h a g a s e a c o rre n ta d o , até a m e ia-n o ite. P a u lo e
S ila s e s ta v a m e m o ra ç ã o c a n ta n d o hin os a D e u s ( A to s d o s
A p ó s to lo s 16, 25). E sla p le n itu d e d e c o n s o lo em m eio a o s o fri
m e n to se e x p e rim e n ta la m b e m , hoje, sob fo rm a s q u e às vezes
p a re c e m m ila g re s e q u e rev elam a p re s e n ç a do E sp írito S an to ,
s e m p re p ro n to a c o n fo rta r c s a n tific a r seu pov o. S eria fácil a p r e
s e n ta r e x e m p lo s q u e c o n h e c i no c árc ere, nas prisões.
2^
“ Cf. E. Gimenez-Salinas. “Condena o privilegio?”, em J. L. de la Cuesta, I. Den-
daluze, E. Echeburua (compiladores), Criminología y derecho penal al servicio
de la persona. Livro em homenagem ao professor Antonio Beristain, San Se-
bastián. Instituto Vasco de-Criminologia. 1989. p. 1.153 ss.: Ms L. Lima, Cri-
m inalidad fem enina (teorias v reacción social). México. Ed. Porrúa. 1988.
2^
Cf. Cario M' Martini, Pa/abras sobre la Iglesia. Puehlo de Dios para la vida
deI m undo, Santander. Sal Terrae. 1988, p. 106 ss.
40 Nova crim inología à luz do direito penal e da vitim ologia
24
Cf. Pierre Raphael. com a colaboração de Menri Tincq. Dans I 'enfer de Rikers
Island. Un prêire fra n ça is dans la plus grande prision des Etats-Unis, Paris,
Cenlurion, 1988, p. 103 ss.; Adolfo Bachelet, S. J. “ La preghiera nelle carceri” ,
Oración y Servicio, nü 4, Roma, 1989, p. 61 ss.
25
Pierre Raphael, com a colaboração de Henri Tincq, Dans ie n fe r de Rikers Is-
land..., p. 119 ss.
26 Nils Christie, Los limites dei dolur, trad. Mariluz Caso, México, Ed. Fondo de
Cultura Econômica, 1984, p. 123 s.
Antonio Beristain 41
27
Stefan Wyszynski, Diário de la cárcel, trad. José Luís Ixgaza, Madri, Bibliote
ca de Autores Cristãos, 1984, p. 163.
Josefina Manresa, Recuerdos de la vinda de M iguel H ernández, Madri, Ed. de
la Torre, 1980, p. 139. Também podemos recordar Francisco de Quevedo. que
três séculos antes agradece aos jesuítas o muito tjue lhe ajudaram durante sua
prisão em San Marcos de León, como indica a atual reilora da Universidade de
Sorbonne, Michèle Gendreau-Massaloux, Heritage et creation: recherches stir
riiiim anism e de Ouevedo, Paris, 1977, p. 36 j ss.
42 Nova criminología à luz do direito penal e da vitim ologia
2 l)
Ibidem, p. 113. Podem-se ler também as diversas manifestações orais e escritas
dos pontífices romanos Pio XII, “ Mensaje a los encarcelados de todo e! mun
do”, Ecclesia, n° 548, 1952; Paulo VI, “Alocución en la cárcel ‘Regina Coeli’
de Roma” , Ecclesia, n~ 1.188, 1964; João Paulo II. “ Encuentro con los presos”.
Ecclesia, na 2.156, 1983; João Paulo II, “Mensaje radiado a los presos de Fran-
cia”, L 'OsseiTatore Rom ano, 19 de outubro 1986, p. 4 (664).
Jan Kerkhofs, “ Cambio de valores en Europa?”, em Varios, Jío n ib rey religión,
Universidad de Deusto (centenário), Bilbao, 1988, p. 32. Segundo estatísticas,
quanto mais avançada a idade das pessoas, maior é o seu apoio à religião.
31
Pierre-Henri Bolle, “General Report”, em International Penal and Penilentiary
Foundation, The e laborai ion o f standard minimum rui es fo r non-institudonal
treatm ent, Bonn, 1989, p. 186.
Antonio Beristain 43
14
Manuel Segura Morales, Trotamientos ejicaces de delincuentes ju v en il es. Mi
nistério da Justiça, Madri, 1985, p. 379 ss.
Antonio Beristain 47
Todos esses textos podem ajudar na, por nós desejada, parcial
privatização da justiça penal. Um passo nesta direção significou o
convênio de colaboração entre o governo vasco e o Conselho Geral
do Poder Judiciário para a criação de um serviço de assistência e
orientação social ao detento, firmado em 27 de novembro de 1987.37
Resumo e conclusões
V
Epistemologia criminológica:
da retaliação ao perdão
Le systèm e pénale en question, Paris, Le CerUurion, J982, p. 123 ss. Ver Lola
Aniyar de Castro* Alternativas ai sistem a penitenciário.
* Peter Noll, Diktate iiber Sterben ct Tod, com Totenrede von Ma.\ Frisch Pendo,
Zurique, 1984, p. 132 ss. Xavier Zubiri, Inteligencia y razón, Madri, Alianza
Editorial, 1983, p. 91 ss., p. 263 ss.
4
Thomas Merton, Zen and birds o f apetite, tradução para o espanhol de Rolando,
Hanglin, 3a ed., Barcelona, Kairós, 1979, p. 43. Ninguém nega que existem - e
devem existir - as estruturas e as instituições jurídicas. Ninguém opina que deve-
Antonio Beristain 55
P
~M unoz Conde, “ Culpabilidad y prevención en derecho penal”, Cuadernos de
Poli fica Criminal, n'J 12, 1980, p. 41 ss. Angel Torio Lopez, “ El concepto indi
vidual de culpahilidnd”, Crime and Criminal Policy, em homenagem a M. Ló-
pez-Rey, Milão, Franco Angeli, 1985, p. 675 ss.
*' A. Beristain, “ La dimensión religiosa en la filosofia de la política criminal (El
derecho penal dei homo p iu s)”, Estúdios Vascos de Criminologia, Bilbao, Men-
sajero. 1982, p. 330 ss.
14
Xavier Zubiri, Infeligencia y logos, Madri, Alianza Ed., 1982, p. 209 ss.
58 Nova criminologia à luz do direito penal e da vitim ologia
15 Marino Barbero Santos. Pena de nuterte (Ei ocaso de itn mito). Buenos Aires,
Depalma, 1985. Idem “ La peine de mort en Espngne. Histoire de son abolition”,
Mélanges en 1'honneur dtt Doyen Pierre Bouzat, Paris, Pedone, 1890, p. 103 ss.
Henri Bergson, Les deitx sources de la morale et de la religion, 1932 (trad. esp.:
Las dos fuentes de la moral y de la religión, 1942).
Jean imbert, La peine de mort, Paris, Press Universitaires de France, 1972, p. 20 ss.
Jorge Guillen, Aire Nuestro. Cântico. Clamor. Ilom enaje, A ll’Insegna dei Pesce
d ’Oro, 1968, p. 245, 524-527.
Antonio Beristain 59
19
Bernard D. Marliangeas, Culpabdidad, pecado, perdòn, Santander. Ed. Sal
Terrae, 1985, p. 101.
■>!)
Hugo-M. Enomiya-Lassa!!e, A dònde va ei hombre'!, (rad. do alemão A. M.
Schliiler, Santander, Sal Terrae, 1982.
21 Jose Luis L. Aranguren, “El problema de la drogodependencia en el momento
actual, desde una perspectiva ética”, La droga en la sociedad actual y iiuevos
60 Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia
24
Xavier Zubiri, Jnteligenciay razón, Madri, Alianza Editorial, 1983, p. 350 ss.
^ Lain Entralgo, “ Zubiri hacia el futuro”, Zubiri ( 1898-1983). Ed. I. Teilechea
Idfgoras, Depto. de Cultura do Governo Vasco, Vitoria, 1984, p. 161 ss.
62 Nova criminologia à luz do direito penal e da vitim ologia
Ademais, como vazio, também como ou por meio da intuição vital (H. Ber-
gson), fenomenológica (Husserl), emotiva (M. Scheler), ética (H. J. McCIoskey,
Afeía-eíhfcs and normafive eíhics, 1969).
29
Mario Pisam, “ Lu is Jiménez de Asúa e il diritto premi ale” , Estudios de derecho
penai. En homenaje a Luís Jim énez de Asúa. Re v. Facidtad de Derecho, Univ.
Complutense, Monogrâfico I I , Madri, 1986. p. 541 ss.
30 E. Wo!f, Griechisches Rechtsdenken, Frankfurt am Main, 195U. 1952,1954,1956.
61 Nova crim inología à luz do direito penal e da vitim oiogia
Vitimoiogia
Capítulo 4
Metas
A im p r e s s ã o d o m in a n te q u e sc d e s p r e n d e d e s te livro, o u ao
m e n o s a que em m im fica ao te rm in a r d e escrevê-lo , é triste e
penosa. D em asiad os sofrimentos, desgraças e castigos; dem asiad as
o f e n s a s e v in g a n ç a s . D e m a s i a d a v io l ê n c ia , e n f i m .. .E q u e m
d e s a ta essa vio lên cia?
Nova crim inología à luz do direito penal e da vitim oiogia 75
A sociedade/judicatura atende
a suas vítimas/testemunhas?
Vitimoiogia
Origem da vitimoiogia
1 Mans von Hentig. The crim inal and his victim, 1948.
84 Antonio Beristain
2
Luis Jiménez de Asúa, “ La llamada vietimología”, Estudios de derecho penal y
criminologia, Buenos Aires, Oineba, 1961, p. 19 ss.; A. Beristain, “ Proyeclo de
declaración sobre justicia y asistencia a Ias víclimas”, Estudios de derecho penai
en hom enaje a l P rofesor Luis Jim énez de Asúa. R evista de la F a cid ta d de
D erecho de la U n iversid a d C o m p h iten se, M onográfico nü 11, junho 1986,
p. 117, 120; Idem. “ La vietimología en un momento clave”. Noias dei III Sym-
posio internacional sobre Vietimología”, Anuário de derecho penal. 1980, p. 93 ss.
B. Mendelshon, La victiniologie, Revue Française de Psychoanalyse, 1958, p. 96 ss.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia 85
4
J. Pinatel. Criminologia. tomo III do Tratado de derecho p e n a l y crim inologia.
trad. Ximena Rodriguez de Canestri. Caracas, 1974, p. 492 ss.
86 Antonio Beristain
...re co m en d a q u e o s listad o s p re p a re m p r o g r a m a s de fo rm a ç ã o
b a s e a d o s nos p rin c íp io s d esta D e c la ra ç ã o , c o m o o b je tiv o de d e
finir c d ar a c o n h e c e r os d ireito s d a s v ítim a s d a d e lin q ü ê n c ia c
do ab u so de po der, q u e d e v e ria m in c o rp o ra r-s e a o s p r o g r a m a s
de e s tu d o s d as f a c u ld a d e s de d ireito, institu tos de c rim in o lo g ia ,
ce n tro s d e fo rm a ç ã o de pesso al p a ra a a p lic a ç ã o c o e rc itiv a do
d ireito e e sc o la s ju d ic ia is
N ão há d ú v id a d e q u e se d ev a a m p lia r o c a m p o n o s o ló g ic o ( e s
tu d o d a s m o lé s tia s) e co n c e itu a i d a v itim o io g ia . P o d e r - s e - ia d i
z e r q u e a s o c ic d a d c dc capital e c o n s u m o tem c ria d o m a rc o s de
id e o lo g iz a ç ã o q u e lhe p erm ite m v itim a r u m a q u a n tid a d e no tável
de seres hum anos: delinqüentes, loucos, doentes, m inorias raciais,
m e n o re s, o lig o frê n ic o s , anciãos.
IS
II. J. Hirsch, “Acerca de la posición de la victima e» el derecho penal y eti el
dereclio procesal penal”, Ji/slicia Penai y Sociedad, Revista Guatemalteca de
Ciências Penafes, nu 2, Guatemala. 1992, p. 5 ss.; R. Panikkar, “ La faute origi-
nante...”, Archivio d i Filosojia, Roma, 1967. p. 65 ss.; E. A. Fattah, “ Beyond
metaphysics: the need for a new paradigm. On aclua! and potentia! contributions of'
crimmology and the social sciences to the reforni of the criminal law” (manuscrito).
92 Antonio Beristain
|9
Kaiser. Introducción o la crim inología (trad. A. Rodríguez Núnez). Madri,
Dykinson, I98S, p. 474.
2(1
P. Coppens, “Médiation et philosoptiie...”, 1991, p. 16 ss.
“ I Schneider, Kriminologie, Berlim. Nova York, 1987. p. 87 ss., p. 188 ss., p. 693 ss.
E. Vescovi, “ Le réglement des conflils hors des tribunaux”, em H. Kotz. R.
Ottenhof (comps.), Les conciliateurs. la conciliation. Un elude com par ative,
Paris, Econômica. 1983, p. 173 ss.; a respeito da Espanha, p. 178 s.
L. Rodriguez Manzanera, Victimología. Estúdio de la víctinta, México, Porríia,
1988, p. 349 ss.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia 93
24
Martinez Arrieta. “ La victima en el proceso penal", A ctualidad Pena!. 11“ 5,
janeiro - fevereiro 1990, p. 50 s.
E. Ruiz Vadillo, “El futuro inmediato dei derecho penal. Los princípios básicos
sobre los que debe asentarse. Las penas privativas de liberlad. La jurisprudência
dei Tribunal Constitucional v dei Tribunal Supremo” , E guzkihre. Cita der no dei
Instituto l asco de Crim inologia. nü I extr.. 1988. p. 162.
2(,
R. Panikkar, “La faule ongm ante...”, p. 70.
94 Antonio Beristain
^7
são, tal como fala René Girard.“ Além disso, se se exagera na pu
blicidade sobre os direitos da vítima, pode-se aumentar suas frus
trações e cair-se em um angelismo que esqueça a necessidade da
28 *
justiça penal humana para a convivência.
\ 29
Kaiser reúne as investigações de A. Reiss e de outros, que
constatam os erros que cometem alguns vitimólogos. Em certos
casos, esquecem que o ponto de vista da vítima é grandemente di
ferente do ponto de vista do juiz, por exemplo, nos delitos sexuais e
nos delitos de perigo, e em casos de tentativa ou delito frustrado.
Também são distintos os critérios em diversos países; mas, apesar
disso, convém levar a cabo investigações in cross cultural perspective.
Também se toma difícil a investigação vitimológica nos delitos
socioeconômicos de conhecida importância, pois muitas pessoas
implicadas não consideram delitos algumas ações sancionadas no
Código penal, mas localizáveis subjetivamente na moral fronteiriça.™
Algumas investigações levadas a cabo no Max-Plank-Institut, de
Freiburg, constatam essas dificuldades. Os informes das vítimas
não oferecem suficientes dados de interesse para completar e con
cluir a investigação. A delinqüência econômica, investigada no ano
de 1980, implica um número relativamente pequeno de processos
(3.226) e de acusados (5.896), mas, com um grande número de ca
sos particulares (single cases, 145.209), e de pessoas prejudicadas
(156.004) e um considerável prejuízo econômico total: 2.600 mi
lhões de marcos alemães. Por razões diversas, nessa delinqüência
econômica, os questionários e os diálogos com as vítimas não têm
^J v
sido suficientes para recolher os dados totais.' As vezes, os méto
dos de controle privado são mais eficazes.
Fíiltali, “Prologue: 011 some visible and hidden tlangers of victim movements”.
em idem (comp.). From crime policy (o victim policy. Reorientiiig the ju stice
system , Londres, Macmillan, 1986, p. 5, p. 14.
B. Schuenemann, “Allernative control o f economic crime”, em A. Eser e J.
Tliormundsson (comps.), O ld irc/vs and m \v needs in crimina! legislatioif. Frei-
burg L Br., 1989, p. 187 ss.
34
R. Ottenliof, “ Crime and abuse of power”, informe apresentado ao 5th Joint
Collot|uium 011 Crime and Abuse of Power, Bellagio, 21-24 abril 1980; A. Be
ristain, “ Elogio criminológico de la locura erasmiana imiversitaria”. Lección
96 Antonio Beristain
35
Graças aos estudos de J. Shapland,' na Inglaterra e em Gales,
conhecemos as diversas posturas das pessoas encarregadas do poli
cial e do judiciário a respeito da vítima. Este especialista realizou
uma pesquisa, em nível nacional, baseada em questionários envia
dos pelos correios aos chefes de polícia, ao pessoal que trabalha na
administração da Justiça e aos juizes, com o fim de conhecer os
principais problemas das vítimas ao longo do processo penal. De-
duz-se que a polícia avalia e estima, de maneira distinta do pessoal
do Judiciário, os problemas da vítima, e também difere no que se
refere aos desejos de como e em que sentido se deve melhorar o
sistema de controle social. A polícia declara-se interessada em
atender às necessidades de quem sofreu um delito, deseja sensibili
zar a quem ingressa nela com esta finalidade e indica algumas re
formas concretas que devem ser realizadas. Ao contrário, grande
parte do pessoal do Judiciário opina que as vítimas não necessitam
de um tratamento especial e demonstra não possuir suficientes es
truturas adequadas para atendê-las. Além disso, desconhece algu
mas das facilidades que o sistema judicial oferece às vítimas.
Vítimas/testem unhas
Conceitos básicos
' (' H. J. Sehneider, “Das Opfer im Verursachungs - und Kontrollprozess der K.H-
minalitãt” , em idem (comp.), Kriminaiitüt und ahweichendes Verhalten, t. 2,
Beltz, Weinheim und Basel, 1983, p. 81.
37
Poder Judiciai, nL> 7, setembro 1987, p. 276 ss. (sentença de 3 março de 1987).
Poder Judiciai, ne 11, setembro 1988, p. 214 ss. (sentença de 23 março de 1988).
A esse respeito, ver o artigo 135 do Código penal brasileiro. (N. do T.)
G. Norquay, R. VVeiler, Service o f victims and wifness o f crime in Canada.
C om m unication Division. Ministry o f the Solicitor General, Ottawa. 1981.
A. R. Roberts. “ Victim/witness pragrams. Questions and answers'’, em FBI.
Law Enforcement Bulleiin, dezembro de 1992, p. 12 ss., p. 16.
98 Antonio Beristain
39
E. A. Fatlah, La victime est-elle coupable? La rôle de la viefime dans te meuríre
en vite de vol, Montreal, Les Press de PUniversité de Montréal, 1971.
40
E. A. Fattah, “Some recent theoretical developments in Victimology”, 1’ieti-
m o!og\\ 1979. 4. 198; idem, “ Victims of abuse of power: the David/Goliath
Syndrome”, em idem (comp.), The plight o f crime victims in m odem society,
Londres, Macmillan. 1989, p. 68 s.
Nova criminologia à luz do direito penal e da vitimologia 99
41
F. Alonso-Femandez, Psicologia dei terrorismo, Barcelona, Salvat. 1986, p. 314 ss.,
p. 364.
42
R. F. Sparks. Research on victims o f crime: accomplishmenis. issues. and new
directions. U.S. Department of Health and Human Services. Rockville (Md.).
1982.
100 Antonio Beristain
43 Elias Neuman, Personal idad dei delincuente, México, Porrúa, 1978, p. 67.
44
J. L. de la Cuesta, Informe sobre víctimas de robos y agresiones violentas en la
ciudad de Vitoria-Gasteiz, Annales Infernationales de Criminologie, vol. 31. n - 1-2,
1993. n. 107 ss.
45
M. Hindelang e M. Gollfredson, Victims o f personal crime: an em pírica/ fo ttn -
da t ion fo r a theory o fp erso n a l viciimization, Cambridge (Mass.). Ballinger.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim oiogia 101
4 ri
J. Garofalo, “Social change and crime rate trends: a routine aetivity approach” .
Am erican Socioloqical Review, 1986, 44, 588.
47 .
S. Smith, “ Victimization in lhe inner city". British Journal o f Criminolngy,
1982. 22. 386: idem, Crime, space and societv, Cambridge, Cambridge Univer-
sity Press. 1986.
102 Antonio Beristain
48
limação como antecedente do delito, estuda atentamente a não-
dualidade “delinqüente e vítima”, a relação entre suas duas condu
tas, e comenta o laço que une a vítima ao delinqüente, pois são dois
lados da mesma moeda. Por isso, torna-se impossível conhecer o
delinqüente sem conhecer a vítima. A personalidade daquele e desta
coincidem muitas vezes.
Contra o que se costuma crer, as pessoas vítimas e as pessoas
delinqüentes não são coletivos distintos e que se excluam. Em
certo grau, são homogêneas e se encobrem mutuamente. A pessoa
vítima de ontem com freqüência é a delinqüente de amanhã, e a
delinqüente de hoje é a vítima de amanhã. Os papéis de vitimador e
de vitimado não são fixos, nem estáticos, nem permanentes, mas
sim dinâmicos, mutáveis, intercambiáveis. O mesmo indivíduo
pode, sucessivamente ou simultaneamente, passar de um papel a
outro.
Dentro dessa problemática, Smith diversifica três classes de
delitos:
4K
E. A. Fattah, “ Victimization as antecedent to offendmg. The revolving and in-
terchangeable roles of victim and victimizer”, Simon Fraser Universily. Hal-
pern Centre. 4 de novembro de 1992 (ma n use ri (o); W. liasse me r. F. Mu noz
Conde. Introducción a Ia criminologia y al derecho pen a l. Valência, Tirant !o
blanch, 1989, p. 30.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia 103
Graus de vitimação
4*>
E. Amanal, “ Rape trauma syndrome: developmentat variations", em 1. R. Stu-
art, J. G. Greer (comps.). Victims o f sexual agression: treatment o f chiidren.
wonien and men. Nova York, Van Nostrand Reinhold, 1984.
P. Mayhew, “ Les effets de la délinquance: les victimes, le public et la peur",
Recherches sur la victimisalion. Consejo de Europa, Comi té Europeo de pro
blemas penales, Estrasburgo. Í9S5. p. 69 ss.
104 Antonio Beristain
51 Miguel An gel Soria Verde e An gel Rincon Gascon, “ Análisis descriptivo de las
víctimas denunciantes en comisaría”. Ciência Policial, n- 18, julho-selembro de
1992, p. 75 ss.
' “ J. L. de la Cuesta, Informe sobre víctimas de robos y agresiones violentas en la
ciudad de Vitoria-Gasteiz. Atm ales Internationales de C rim inologie, vol. 31,
nc* 1-2,1993. p. 107 ss.
A. Serrano dedica inteligentes páginas ao tema das vítimas do terrorismo, em El
cosfo dei delito y sus víctimas en Espana. Madri, Universidad Nacional de Edu-
cación a distancia. 1986, p. 92 s.. e em “ El terrorismo en el derecho espanol*’,
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim oiogia 105
56 Eguzkilore, Cuadernos dei Instituto la sco de Criminologia. nL>6, 1992, p. 123 ss.
E. Neuman, Los víctimas deI sistema pen a l. Opúsculos de Derecho penal y
Criminologia. Córdoba (Argentina), Marcos Lerner, p. 37 ss.
Nova criminologia à luz do direito penal e da vitim ologia 107
58
J. Shapland e D. Cohen. “ Facilities for victims: the role o f the police and the
courts”, The Criminal Law Review, 1987, 34. 28.
G. Kaiser, “Criminology in a society o f risks. Looking backward and ahead”,
em G. Kaiser e H. Kury (comps.), Criminológica! Research in the J990's, t. 66/2,
Freiburg i. Br., 1993, p. 20 s.
108 Antonio Beristain
60
Michael Kaiser. “ Implementation and evaluation o f legai provistons. Objectíves
and enforcement of lhe Victim’s Protection Act” , em G. Kaiser e H. Kury
(comps.), Crim ino/ogica/ rcsearch in the 1)90 's, t. 66/2. Freiburg i. Br., 1993,
p. 45 s.; G. Landrove Diaz, “La víctima y el ju e z”. Victimología, San Sebastián,
199Ü, p. 188 ss.
Cf. Martinez Arrieta, A ctualidadpenal, 22-28-29 de janeiro e 4 de fevereiro de
1990, p. 121-132.
Lisa Hitch, “Creating a harassment-free workplace”, The correctional se/ vice o f
Canada, Report on the Conference for Wonien in CSC, Montreal, 1992, p. 23 ss.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia 109
Sociedade/jmlicatura
Elias Neuman.
C rim inologiay dignidad humana (Diálogos), 2a edição. 1991, p. 200.
67
Susíhi Hillebrand, “ Legal aid to crime victims” , em Fattah (comp.), The plighi
o f crime victims in m o d em society, HoundmiHs. Macmillan, 1989, p. 310 ss.
“Research and the victim movement in Eu rape”, em Consejo de Europa, Co
mitê Europeo de problemas penales, Research ou victimization, Estrasburgo,
1985, p. 3 ss.
6‘J
C. Roxin, “ La reparactón no sistema jurídico-penal de sanciones”, Ctiadernos
dei Consejo G eneral dei Poder Jud icia l Jornadas sobre la "Reform a d ei D ere
cho Penal en A lem ania", Madri, 1991, p. 23
112 Antonio Beristain
70 .
B. Villmow, “Les implications de Ia recherche sur la victimisation en ce qui concer
ne la polilique crimineUe et sociale”, em Consejo de Europa, Comitê Europeo
de problemas penales, Recherche sur la vicdnnsaikm, Estrasburgo. 1986, p. 73 ss.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia 113
72
Service o f victims and wifness o f crime in C anada, Communication Di vision,
Ministry o f the Solicitor General, Ottawa, 1981.
71
F. Gonzaiez, “Derechos humanos y la vícti ma”, Eguzkiíore. Cnadernn dei In s
tituto Vasco de Crim inologia, n~ 3, 1989, p. 107-114.
74
A. Berislain, “ Proyecto de declaración sobre justicia y asistencia a ias vícti-
mas” , Estúdios de derecho penal en hornenaje a l Profesor Lu is Jhnénez de
A sita, R evista de la F a cu lta d de D erecho de ia U niversidad C otuplutense,
Monográfico nü 11, junho de 1986, pp. 117, 120.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia 115
90
F. Dünkel, “Tíiter-Opfer-Ausgleich und Schadenswiedergutmachung. Neuere
Entwicklungen des Strafrechts und des Strafrechtspráxis im internationalen
Vergleich”, em E. Marks, D. Rõssner (comps.), Tater-Opfer-AusgleielvVom
Zwischenmenschlichen Weg zur Wiederherstellung des Rechtsfriedens, Bonn,
1989, p. 447 ss.; idem, “ La conciliación delincuente-víctima y la reparación de
danos: desarrollos recientesdel derecho penal...”, Victimología, 1990, p. 136.
91
J. P. Bonafe-Schmitt, La médiation: une justice douce, Paris, Syros-Altematives,
1992, p. 185 ss.
92
T. Bandini, U. Gatti. M. I. Marugo, A. Verde, Criminologia. II contributo delia
ricerca alia conoscenza dei crimine e delia rea zio m sociale, Milão, Giuffrè,
1991, p. 764 ss., p, 768 ss.
Nova criminologia à luz do direito penal e da vitimologia 119
93
A. Beristain, “ Paz y reconciliación en Euskadi”, A ctuaüdad Penai, 22, 31 de
maio a 6 de junho 1993, p. 305 ss.
94
Peacliey, D., “The kitchener experiment'7. M ediai ion and crim inal ju stice, M ar
tin Wright, Burt Galaway (eds.). Londres, Sage Publications, 1989. p. 14.
95
Zehr, H., M edia/ing the victim/offender confjict, Victim 01 fender Reconciliation
Program, sem ano.
96
Umbreit, M., “ Victim/offender mediation: a national survey” , Federal Probation,
vol. L, n“ 4, 1986, p. 53.
120 Antonio Beristain
1(H)
J. R. Palacio Sanchez-lzquierdo, “ La asistencia a Ias vícti mas dei delito en
Vizcaya”, Eguzkifore, nu 6, 1992, p. 160 ss.
122 Antonio Beristain
Josepii Beuys
l ü a. A s s e s s o r a r e a c o n s e lh a r ao s internos a re s p e ito d a s p o s s i
b ilid a d e s e v a n ta g e n s c o n c re ta s de c o n s e g u ir u m a m e d ia ç ã o ,
u m a c o m p e n s a ç ã o e. inclusive, urna re c o n c ilia ç ã o c o m o s s u
je ito s p a s s iv o s e as d e m a is v ítim a s d e seu delito.
As vítimas de delitos
Ressarcimento
Indenização
Assistência
Direito penal
Capítulo 6
Coordenadas fundamentais
Evolução histórica
4
L. Boros, El hombre y su última opción, Madri, 1972, p. 66-67.
140 Antonio Beristain
M a s sc o ím p io sc a rre p e n d e r d e to d o s os p e c a d o s c o m e tid o s c
g u a rd a r to d a s as m in h a s leis, e fizer o q u e é d ireito e justo, v iv e
rá c o m c e rtc z a e não m o rrerá . N e n h u m d o s c r im e s c o m e tid o s
será lem brado contra clc. V iverá p or causa da justiça que praticou.
A c a s o te n h o p ra z e r na m o rte d o ím p io ? - O rá c u lo d o S e
n h o r D eus. N ã o d e s e jo a n te s q u e m u d e de c o n d u ta e viva?
J u r o p o r m in h a vida. d iz o S e n h o r D eu s, não te n h o p r a z e r
na m o rte d o ím pio, m a s a n te s q u e ele m u d e d e c o n d u ta e viva!
7
Günther Kesel, Die ReligiomdeUkte und ihre Behandlung iin Künfligen Stra-
frcch t, Munique, 1968, p. 4 ss.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia 143
q u e s tã o dc to rm c n lo : q u e as tais p re s u n ç õ e s e in d íc io s s e ja m
b a s ta n te s para im po r, c d ar ao b iscaiense. p e n a o rd in á ria , ain d a
q u e s e ja de m orte natural.
9
Daniel Sueiro, La pena de mnerle: ccrcmonial, historia, proccdiinieníos, Alian-
za Editorial, 1974, p. J8.
146 Antonio Beristain
é a m a io r, e m a is forte, base q u e s e p o d e e m p re g a r p a ra s u s te n
tar o ed ifício social, q u a n d o a m e a ç a cair e m d is s o lu ç ã o pela
c o n ta g io s a m a ld a d e de um de seus indivíduos, ou q u a n d o alguns
deles são tão soberbos, tão a u d a c io s o s que d e s p r e z a m to d o s o s
d e m a is m e io s de co crç ão ; m a s p o r m ais o u s a d o s q u e s e ja m , por
m a is a u d a c io s o s e d e ste m id o s, ja m a is o são até o p o n to de d e s
prezar, no interior d o seu c o ra ç ã o , esta terrível p e n a . 1'1
d a s q u a lid a d e s q u e d ev em ju n ta r- s e ao s b o n s c a s tig o s , e c m c u ja
defesa não s a b e m o s q u e se a le g u e m m a is q u e a rg u m e n to s , inc-
J1
Manuel cie Cossio y Gomez-Acebo, Su.sfiiiitivo legal de la pena de mnerle. Ré-
gim en penitenciário, Madri, 1914, p. 1Ü6.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim oiogia 149
14
Dennis W iediman e Jerry Kendall, “Assessing the death penalty”, C. ./. Inter
national, março-abril 1987, p. 10.
' Anistia Internacional, Informe I9 S 3 . Madri, 1983, p. 10.
150 Antonio Beristain
Assistência religiosa
Já sc p e rm ite c o n h e c e r ag o ra a im p o rtâ n c ia q u e d a m o s a um a n
tigo ad ág io , q u e não d eix aria d e ser útil lá q u a n d o se in tro duziu
na lin g u a g e m : “ M a is vale p e rd o a r a c e m c u l p a d o s q u e c o n d e n a r
a um in o c e n te ” . S e c in d ife re n te p ara a o rd e m so cial c o n d e n a r
ou a b so lv er, não se d e v e vacilar: é n e c e ss á rio a b s o lv e r o s 99
c u lp a d o s e o inocente; m as se d isso d e p e n d e a e x is tê n c ia da o r
d e m social, e sc em c a d a caso p a rticu la r foram e m p r e g a d o s to
d o s os m e io s p o ssív eis de co n h e c e r, de a v e rig u a r a v e rd a d e , e se
esses m e io s nos d ão em c e m c a s o s o u tro s ta n to s d e lin q ü e n te s,
en tã o não v a c ila re m o s c m c o n d e n á -lo s a to d o s : n o s s o s erro s,
n o ssa s in justiças, se há c o m resp eito a in te lig ê n c ia s s u p e rio re s à
do h o m e m , não d e v e m im p u ta r - n o s .'7
Na noite em q u e fu z ila ra m o s m e u s c o m p a n h e ir o s do G a le r n a ,
ao e n ta rd e c e r, um g u a r d a abriu a p o rta e in tro d u z iu na cela um
sacerd o te... O ca p e lã o d a prisão, o p a d re U rriza; u m h o m e m de
u ns q u a re n ta anos. alto, forte e c o m o ar um p o u c o triste c s im
plório. S u a p re s e n ç a m e indica q u e já está p ró x im a m in h a e x e
cu çã o . V e m para conl'essar-m e...
17
Francisco Agustín S 11vela, Consideraciones sobre la uecesidad de conservar en
los Códigos v de aplicar en sti caso la pena capita!, Madri, 1835, p. 131.
1K
Bernardino M. Hernando, “ La pena de miierte y los cristianos” , Razón y F e,
fevereiro, 1988, p. 149.
152 Antonio Beristain
Sigamos discorrendo
19
J. F. Bresnalum, “ La pena de muerte en Estados Unidos". Concilium, Re v. In
ternacional de Teologia, 140, Madri. Ed. Cristiandad, 1978. p. 686 s. No sentido
contrário, Emílio Silva, Pena dc morte, afiU Rio de Janeiro, 1986, p. 1(39 ss.
H. G. Hínderling, Recittsnonn und Verstehen. Die M ethodischen Folgen eincr
aUgeineinen H ennencutik fü r die P rin zip kn der Verfassungsauslegung, Bema,
1 9 7 1 ,p p .6 0 e 7 0 .
Maria Victoria Cabieces Ibarrondo, “La pena de muerte en et Senorío de Vizcaya”,
Estudios de Deusto, fase. 63 (julho-dezembro de 1979), p. 295 s.
154 Antonio Beristain
22
Hugo M. Enoniiya-Lasalle. lA tlomle va el hom hre?. Sanlander, S;il Terrae,
19S2, p. 135 ss. Robert Cario, “ Le réíablissement de la peine de mort. Considé-
rations d'ordre pénologique et criminologiciue77, em irfem (comp.). i a peine cie
m ort an senil chi troisième niillenaire. H ommage ait Professeur Antonio Beris
tain. Toulouse. Erès, 1993. p. 123 ss.
Capítulo 7
Luzes e sombras
2
E. Arreaza, “ Algunas aproximactones al estúdio de la religión como control
social” , C apifu/o crim inológico, n‘J 11-12, Maracaibo (Venezuela) 1983-1984,
p. 62; L. Hulsman e J. Bemal de Celis, Peines penUtes. Le systèm e penal en
qncstion, Paris, Le Cenlurion, 1982, p. 32 ss.
B. Malinowski, Crimen y costumbres en la sociedad salvaje, irad. J. y M. T.
Alier, 6a ed.. Barcelona, Ariel, 1982, p. 92.
4
J. Caro Barojn, “ El terror desde un punto de vista histórico”, em A. Beristain. J.
L. Cuesta (comps.). Cárcel de mujeres. Ayer y hoy de la nnijer delincuenie v
via im a , Bilbao, Mensajero, 1989, p. 15 ss., p. 30 ss.
Nova crim inologia à luz do direito penal e da vitim ologia 159
A poena cullei
Indultos e anistia
o g o v e rn o , e x p o n d o o c o n v e n ie n te , sem p re ju íz o de e x e c u ta r a
se n te n ç a , q u a n d o d a rig o ro sa a p lic a ç ã o d as d is p o s iç õ e s d a lei
resu ltar p e n o s a u m a a ç ã o ou o m is s ã o q u e, a juízo d o tribu nal,
não d ev eria ser, o u a p e n a fora n o ta v e lm e n te e x c e ss iv a , a t e n d i
d o s os g rau s d c m a lícia e o d a n o c a u s a d o pelo delito.
b u s c a r n o v o s c a m in h o s e p is te m o ló g ic o s q u e s u p e r e m a ccsrtio -
v isão das p e s s o a s q u e s o m e n te c o n h e c e m a tese e a a n títese, o
c o rp o e a a lm a , a n atu re za e o espírito, a re a lid a d e c o v alo r, o
p o d e r e o d e v e r, o u c o m o q u e ira m q u e se c h a m e m , e q u e lo g i
c a m e n te se a p e g a m a seu m é to d o puro. a se u s c o n c e ito s c lá s s i
cos, a su a a rg u m e n ta ç ã o seg u ra.
q u e o j u r i s t a p e n a l is ta q u e , a lé m d a s a n t i n o m i a s , p r o c u r a t a
te a n d o ( c o m o um c e g o ) u m a u n id a d e s u p e rio r, não te m g u ia s e
g u ro q u e lhe p r o te ja c o n tra os p a sso s e rra d o s , m a s ele e s o m e n te
ele p o d e e s p e ra r q u e u m a hora feliz c h e g u e q u a n d o lhe vai a p a
re c e n d o u m a s e n d a p a ra um p o n to alto, a p artir do qual se s u
p e re m to d a s a s a p a r e n te s a n tin o m ia s em u m a s ín te s e c ria d o ra d e
u m a c o n c e p ç ã o unitária d o m u n d o e c o m p r e e n d a q u e v iv e r c o m
todo homem), uma das quais padece maior ou muito maior prejuí
zo que a outra. A seguir esboço alguns pontos centrais deste con
ceito.
Em certo sentido, o delito não é, nem implica, uma ação; é
uma desvalorização, não uma realização ou Leistimg. Mais exato
seria ver o delito como a omissão da criação conveniente (que con
vém ao autor e ao “outro”), devida e gratificante. Preferimos, nesse
sentido, falar de “falta” (Fehler) mais do que de delito, pois o que
chamamos delito, na verdade, é uma omissão, um vazio, o que
“ falta” . Dito com outras palavras: um comportamento omissivo,
mas que causa dano ao sujeito passivo e a outras vítimas. Prefere-
se falar de vítimas (no plural) melhor do que vítima (no singular),
pois, salvo exceções, todo delito afeta negativamente várias pessoas,
além e distintas do sujeito passivo do delito.
Contra o que se afirma nas duas definições anteriores, conside
ramos que, geralmente, junto com o “autor” por antonomásia, atu
am também, e são co-responsáveis, outras e outras pessoas e/ou
circunstâncias (situações às quais não cabe imputação objetiva nem
subjetiva ao delinqüente).
Também as vítimas, podemos considerá-las co-responsáveis
como co-autoras (em maior ou menor parte) do dano causado.
Fattah e outros especialistas têm escrito abundantemente nesse
sentido, e já há algumas décadas D. Juan dei Rosai.
Também Gibran Khalil Gibran (O profeta), opina que “o de
linqüente não poderá fazer o mal sem o consentimento secreto de
todos nós... O assassinado é censurável por seu próprio assassinato.
E o roubado não está isento de culpa por ter sido roubado...”
Para estudar a fundo os problemas da autoria criminal, pode
ajudar, provavelmente, a referência à doutrina física e metafísica,
holística, global, dos vasos comunicantes entre todas as energias
cósmicas e pessoais. A autoria criminal é a resultante ou “ ato a
distância” (que Francisco Suárez, se hoje vivesse, admitiria) que se
torna realidade-agente no espelho pequeno que reflete e contém a
situação circunstancial, a realidade inteira, no oculto microcosmos
do delinqüente.
Conseqüentemente, assim como são várias as pessoas co-
responsáveis, também são várias as que padecem do dano. Por con
seguinte, o sujeito passivo da infração, bem como a sociedade.
178 Antonio Beristain
Da vitimoiogia à reforma do
Código penal
Cf. A. Beristain. De leves penales y de Dios legislador. A lfa y omega deI control
pen a l humano. Madri, Edersa. 1990, p. 25-52.
NOVA
CRIMINOLOGIA
Ninguém melhor que Eugênio Raul Zaffaroni, catedrático de Direito Penal e criminologista -
MB8MKS
por concurso e provas de títulos - da Universidade de Buenos Aires, como autor do
prólogo. O professor Zaffaroni avaliza o livro como expressão libertária dos dogmatismos
e dos preconceitos.
O prólogo desvenda a orientação filosófica do livro de Beristain, que, entre outras virtudes,
positivos de Direito Penal e Processo Penal vigentes, seja na América Latina, seja em
outros continentes.
Cândido Furtado Maia Neto, promotor de Justiça no Estado do Paraná, é um dos legítimos
carreira o Doutor Cândido Furtado é um dos transformadores dos meios e dos métodos
intelectuais da América Latina, o nome de Cândido Furtado Maia Neto vem se reunir,