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Por Onde Passa A Historia Da Luta Das Mulheres Nalu PDF
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Nalu Faria2
Eram absolutamente críticos à prostituição. A prostituição era vista por dois pontos de
vista: de que as mulheres se prostituíam por falta de opção de trabalho, portanto uma
questão econômica, mas também questionada do ponto de vista da hipocrisia em relação
à sexualidade, e com a questão da família.
Nos anos 1960 se inicia a segunda onda do movimento feminista, que incorpora setores
de classe média e mulheres profissionais na Europa e Estados Unidos. Essa retomada
trouxe várias contribuições, das quais se destacam a afirmação da necessidade de
organização de um movimento autônomo das mulheres, consolidou o e conhecimento das
mulheres como sujeitos políticos e construiu um arcabouço teórico que questionou vários
dos paradigmas dominantes do conhecimento teórico.
Neste momento conviveram várias posições onde o setor socialista fez o esforço de
articular as dimensões da opressão das mulheres com a opressão de classe e, portanto,
colocar a questão do feminismo e socialismo. Há grande contribuição sobre feminismo e
socialismo vinda dessa segunda onda. Muitas autoras tentaram avaliar os limites de Marx
e Engels, os avanços do marxismo, como enfrentar seus limites, se o marxismo era
adequado para explicar a opressão das mulheres, o debate sobre o patriarcado etc.
Essa onda do movimento feminista teve como grande mérito afirmar a compreensão da
opressão específica e, portanto, enfrentou o debate da contradição colocada pelas
relações sociais entre mulheres e homens e teve como resultado uma forte politização do
privado. Mas fruto das contradições e limites da esquerda socialista, e também das
correntes radicais e autonomistas do feminismo, a partir de um determinado momento
prevaleceu uma visão de direitos individuais, dentro de uma perspectiva de incorporar as
mulheres ao modelo e pouco questionamento global.
A segunda onda do movimento feminista chegou à região nos anos 1970. Muitas análises
tratam da complexidade deste processo, levando em conta as especificidades de nossa
situação política e cultural.
Na América Latina, essa segunda onda se ampliou para os setores populares, para as
mulheres negras, as camponesas, mas isso não significa a inexistência de conflitos.
Tampouco o movimento feminista se desenvolveu de maneira linear desde quando
começou a segunda onda. Nos 1990, houve um esvaziamento do debate de esquerda,
perda de radicalidade e institucionalização do movimento. Estamos recuperando um
campo mais de esquerda no movimento neste último período. O Brasil foi um dos países
em que conseguimos manter uma referência de feminismo e socialismo durante esse
período e as mulheres do PT têm um papel importante nisso.
Há muito o que dizer nesta história da luta das mulheres, do feminismo e as lutas de
todos os oprimidos e oprimidas. Quando abordamos o tema do feminismo e a esquerda
estamos tratando de uma parte das lutas e formas de organização construídas a partir da
resistência ao capitalismo e de como se inseriram aí as lutas contra o machismo, o
racismo e a lesbofobia.
Bibliografia
COTE, Renée (1984). La Journée internationale dês femmes ou les vrais dates
desmystérieuses originis du 8 de mars jusqui’ici embrouillés, truquées, oubliées: la chef
dês énigmes. La vérité historique. Montreal: Les éditions du reue ménage.