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Maio 2013
Resumo
Resumo
As pinturas de edifícios são um dos tipos de revestimento mais usados na construção civil,
designadamente em Portugal, facto para que muito contribuem os custos competitivos, assim como
o seu desempenho positivo.
Na presente dissertação começa por fazer-se um enquadramento histórico sobre o uso das
pinturas, abordando as origens das tintas primitivas, e as diversas evoluções sofridas até aos dias
de hoje, nomeadamente em relação aos seus constituintes, tecnologias de produção, técnicas de
aplicação e tipos de utilização. Seguidamente faz-se uma descrição geral das tintas, a descrição
individual dos seus componentes das suas origens e funções na mistura. São abordados os
mecanismos de formação de película, as principais tintas existentes no mercado, sendo apresentada
uma classificação geral das mesmas com base nos seus constituintes e respectivas características.
Por fim, é elaborada uma descrição das principais patologias que afectam os revestimentos
por pintura, respectivas causas e soluções, cujo resumo é apresentado em anexo, juntamente com
um modelo de ficha de inspecção.
iii
Abstract
Abstract
The buildings paintings are one of the most commonly used coatings in construction, particularly
in Portugal, and for that much contributes their very competitive costs, as well as their positive
performance.
This dissertation will build a framework on the historical use of paintings, addressing the origins
of primitive paints, and the several evolutions suffered until now, particularly in relation to their
constituents, production technologies, application techniques and types of use. It will than explain an
overview of the paints, the individual description of the components and their origins and functions
in the mixture. Afterwards the mechanisms of film formation and the main paints available on the
market are addressed, being presented a general classification of them, based on their constituents
and respective characteristics.
Then it will be presented the description of the main technologies currently used in paint
application, to execute paintings on plastered masonry walls and concrete elements, as well as all
surrounding factors that directly or indirectly affect the outcome of the painting, among which there
are surface preparation, painting schemes, implementation modes and materials to use.
Finally, the dissertation will present a description of the main pathologies affecting the paint
coatings, their causes and solutions, a summary of which is attached, along with a model of the
inspection sheet.
v
Agradecimentos
Agradecimentos
Ao concluir o presente trabalho, não poderia deixar de agradecer a todos aqueles que
de alguma forma contribuíram para a sua realização.
Aos meus pais e irmã, pelo apoio, motivação e pela paciência que tiveram ao longo de
todo o percurso académico e particularmente nesta fase final.
vii
Índice geral
Abstract ......................................................................................................................... v
Índice ............................................................................................................................. ix
1. Introdução ...................................................................................................... 1
1.1. Âmbito e Enquadramento .............................................................................. 1
1.2. Breve História das Tintas . ............................................................................. 1
1.3. Objectivos ...................................................................................................... 4
2. Tintas/Pinturas ............................................................................................... 5
2.1. Composição das tintas .................................................................................. 5
2.1.1. Óleos sicativos. ............................................................................................... 7
2.1.6. Aditivos............................................................................................................ 24
ix
Índice geral
3.4. Segurança....................................................................................................... 68
3.4.1. Equipamentos de protecção individual (EPI)................................................... 68
Bibliografia....................................................................................................................... 109
Sites consultados.............................................................................................................111
Anexos.............................................................................................................................. 113
x
Índice de tabelas / Índice de figuras
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Tipos de Aditivos.......................................................................................................................... 25
Tabela 3 – Lixagem........................................................................................................................................ 44
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 22 – Tabuleiros..................................................................................................................................... 59
xi
Índice de figuras
Figura 34 – Espessamento.............................................................................................................................. 76
Figura 38 – Encosturado................................................................................................................................. 81
Figura 39 – Enrugamento............................................................................................................................... 82
Figura 40 – Escorridos.................................................................................................................................... 84
Figura 43 – Descoloração............................................................................................................................... 90
............................................................................................................................. 91
Figura 46 – Eflorescências.............................................................................................................................. 92
Figura 47 – Empolamento.............................................................................................................................. 94
Figura 48 – Fissuração.................................................................................................................................... 96
xii
Introdução
1. Introdução
As pinturas de edifícios constituem um dos diversos tipos de revestimento que pode ser usado
na construção civil, para obter acabamentos com aspecto visual agradável, mas também para
protecção das superfícies. Os materiais de pintura, bem como as matérias-primas usadas no seu
fabrico, devem obedecer a critérios técnicos definidos na norma internacional ISO 4618 [1].
“É tradição no nosso país que os paramentos exteriores dos edifícios possuam cor, recorrendo-
-se à aplicação de tintas inicialmente de natureza inorgânica. Com o desenvolvimento da indústria
química no século XX surgiram tintas com ligantes poliméricos, primeiro de origem natural e mais
tarde sintéticos. Actualmente, está disponível no mercado, uma diversidade de tintas com uma
paleta de cores muito diversificada e que conferem às superfícies aspectos variados: liso, texturado,
brilhante, mate” [2].
1
Introdução
Já então, os constituintes de base de uma tinta eram um ligante (gordura animal) e um pigmento
corado [3]. Os produtos utilizados no fabrico de produtos de pintura foram evoluindo através dos
tempos, principalmente para satisfazer as exigências artísticas do ser humano [5], vindo a originar
produtos que hoje apresentam um elevado grau de sofisticação [3].
No Egipto, o uso de vernizes e esmaltes a partir de cera de abelha, gelatina e argila, data de
cerca de 3000 anos a.C.; posteriormente, revestimentos de barcos de madeira com pez e bálsamo
à prova de água [6]. Nesta altura terá surgido o primeiro pigmento obtido por via sintética, o azul
do Egipto (um silicato de cobre) [7]. Cerca de 1000 anos a.C. foram preparados vernizes a partir de
goma arábica [6], que é uma resina natural utilizada como espessante e estabilizante.
Há cerca de 2000 anos, a civilização Maya usava um pigmento azul designado por azul Maya,
à base de substâncias naturais, argila e índigo (derivado orgânico de uma planta). Este corante tem
uma durabilidade notável ao fim de centenas de anos de exposição sob condições húmidas. Tem
sido reportada a sua elevada resistência à biodegradação e à acção de ácidos, álcalis e solventes
químicos [8].
2
Introdução
Na Europa, do século IV ao século X eram usadas tintas de água, à base de cal e argilas para
pinturas em igrejas e conventos [9].
A partir do século XII começam a chegar alguns pigmentos trazidos pelos mercadores [7],
sendo nesta linha que surge a primeira utilização dos óleos vegetais sicativos para confecção das
tintas usadas nas pinturas renascentistas e que aparecem os vernizes preparados com resinas
vegetais, como a colofónia, resinas fossilizadas, como o âmbar, aos quais se juntavam essências
voláteis como a essência de terebentina (um solvente obtido da destilação da resina do pinheiro)
para reduzir a viscosidade das misturas e facilitar a sua aplicação [5].
No século XVIII foi descoberto um pigmento azul, o azul da Prússia, cujo processo de obtenção
foi mantido secreto durante duas décadas [7].
Foi apenas no século XX que se deu o grande incremento na indústria das tintas e vernizes, pela
necessidade não só para fins artísticos mas também, e principalmente, para proteger os materiais
[5]. Devido às novas formulações e processos de aplicação, as trinchas foram progressivamente
substituídas pela pistola e os tempos de secagem encurtados, com a consequente aceleração do
processo de pintura [3]. O rápido avanço da química e da tecnologia dos polímeros que tornou
possível a elaboração de substâncias para a formulação de películas, bem como o desenvolvimento
da química de pigmentos [9].
Nos últimos anos, a tecnologia de pinturas tem mudado drasticamente devido à publicação
de regulamentos relacionados com o ambiente e a saúde e segurança dos operadores, como por
exemplo regulamentos relacionados com partículas de pó de decapagem abrasiva, emissão de
compostos orgânicos voláteis (COV) e materiais perigosos como o chumbo e outros metais pesados.
3
Introdução
Os fabricantes de tintas reformularam os seus produtos para cumprir com os novos regulamentos,
o que conduziu ao desenvolvimento de uma larga gama de materiais de pintura de alta tecnologia,
que são mais sensíveis à preparação das superfícies e às técnicas ambientais de aplicação [11].
1.3. Objectivos
Com este trabalho pretende-se contribuir para identificar as causas dos defeitos/patologias e
propor soluções para evitar/minimizar o seu aparecimento durante a vida útil das construções, e que
em geral têm origem em procedimentos errados, más escolhas a nível de materiais ou defeituosa
execução do revestimento.
4
Tintas e Pinturas
2. Tintas e Pinturas
As pinturas de edifícios constituem um dos diversos tipos de revestimento que pode ser usado na
construção civil.
As tintas são materiais amplamente utilizadas na construção civil, para revestimento de superfícies.
Para este facto, muito contribuem os custos competitivos que estas apresentam, quando comparadas
com outros materiais de revestimento, aliados a uma contínua evolução tecnológica dos componentes
empregues no seu fabrico, bem como dos métodos de fabrico e de aplicação usados.
A norma ISO 4618 define produto de pintura como “um produto líquido, em pasta ou em pó
que, aplicado sobre um substrato, forma uma película protectora, decorativa e/ou outras propriedades
específicas” [1].
Os produtos de pintura podem ser pigmentados ou não. No primeiro caso designam-se por
tintas e caracterizam-se por darem origem a uma película opaca, que cobre totalmente o substrato.
Quando o produto de pintura não possui pigmentação designa-se por verniz se “quando aplicada no
substrato forma uma película sólida, transparente, dotada de propriedades protectoras, decorativas ou
propriedades específicas” [2].
Quando se aplica um esquema de pintura num determinado substrato, pretende-se obter, após
secagem, um revestimento multifuncional, isto é, um revestimento que proteja o substrato e que,
simultaneamente, melhore o seu aspecto visual, ou que contribua para a melhoria das condições de
iluminação no caso de recintos fechados, promovendo igualmente as suas condições de salubridade,
etc.[2].
Existe hoje no mercado uma vasta oferta de produtos que permitem obter melhorias consideráveis
nos revestimentos de pintura, seja com a finalidade de melhorar o aspecto estético das construções,
seja para proteger o substrato ou ainda por razões especiais, como a melhoria das condições ambientais
e de segurança, ou a introdução de características específicas, como a resistência a microorganismos,
e a resistência mecânica ou física [2].
A norma ISO 4618 define tinta como “um produto de pintura pigmentado que, quando aplicado
sobre um substrato, forma uma película opaca que tem propriedades protectoras, decorativas ou
técnicas específicas” [1].
5
Tintas e Pinturas
O termo “tinta” refere-se a todos os materiais, líquidos ou em pó, que contendo resinas
orgânicas, são usados como revestimento de qualquer tipo de superfície com fim decorativo, de
protecção ou funcional [12].
Essencialmente, as tintas são compostas por duas fases: um extracto seco e um veículo volátil
como representa o esquema da figura 4. Cada uma destas fases inclui diferentes componentes,
que interagem física e quimicamente entre si, conferindo à tinta as propriedades necessárias para
um bom desempenho [7].
No fundo, existem quatro componentes que estão presentes na maioria das tintas [12]:
6
Tintas e Pinturas
Será feita em seguida uma abordagem do papel de cada componente e da forma como
interagem uns com os outros, de forma a permitir obter uma tinta com as características desejadas.
7
Tintas e Pinturas
Quando aplicados numa fina camada reagem com o oxigénio do ar, ocorrendo uma
polimerização auto-oxidativa que transforma o óleo líquido numa película sólida aderente e
elástica, com grande resistência, tenacidade e dureza [2]. Esta capacidade de secar depende
da estrutura molecular dos vários componentes químicos que constituem o óleo [13].
Os óleos vegetais com características adequadas para óleo sicativo e que podem ser
formulados em tintas incluem os óleos de linhaça, de Tung (ou óleo de madeira da China), de
soja, de rícino e óleos de peixe [2][13].
Um dos óleos sicativos mais utilizado é o óleo de linhaça, que é obtido por pressão
da semente do linho. Os óleos de linhaça em estado bruto, tal como são extraídos, secam
muito lentamente, pelo que requerem processamento e adição de secantes para acelerar a
velocidade de endurecimento [13].
8
Tintas e Pinturas
2.1.2. Resinas
A resina, também designada por ligante, que pode ser orgânica ou inorgânica,
é o componente responsável pela formação da película de tinta. Os ligantes molham as
partículas de pigmento, ligando-as entre si, com os restantes constituintes da tinta e com o
substrato [11]. São os constituintes mais importantes das tintas utilizadas na construção civil
porque conferem aderência, integridade e coesão à película sólida na qual a tinta se converte
depois de seca [2].
Não existe uma só resina que consiga reunir todas as propriedades referidas, com tão
amplas variabilidades associadas a cada propriedade, pelo que geralmente na formulação
de uma tinta são utilizadas várias resinas [11], que podem ter origem natural ou sintética [13].
●●Resinas naturais
A norma ISO 4618 define resina natural como uma “resina de origem vegetal ou
animal” [1]. Podem ser mais ou menos polimerizadas, são insolúveis em água,
9
Tintas e Pinturas
(1) Colofónia – obtida por destilação da seiva do pinheiro, do mesmo modo que
a terebentina (aguarrás) e o óleo de pinho. Apresenta cor clara, alto ponto de
amolecimento, viscosidade e boa resistência à oxidação [2]. Os revestimentos
são transparentes e incolores e são destinados para superfícies de madeira e
acabamento de móveis [13].
(2) Resinas Celulósicas – são obtidas por modificação da celulose, dando derivados
como a nitrocelulose, o acetato de celulose ou a etilcelulose. São produtos
já pouco utilizados, com excepção da nitrocelulose que conserva algumas
aplicações [3].
(3) Resinas de borracha clorada – são obtidas por modificação química da borracha
natural [2]. Estes produtos apresentam excelente resistência à água e são ainda
utilizados em ambientes corrosivos ou marítimos [3].
10
Tintas e Pinturas
●● Resinas sintéticas
11
Tintas e Pinturas
12
Tintas e Pinturas
(5) Poliésteres
13
Tintas e Pinturas
(6) Poliuretanos
Contudo, são de utilização restrita devido ao seu elevado preço [2], dado
poderem ser duas a cinco vezes mais caras do que as outras tintas, sendo
usadas apenas quando o elevado desempenho justifique o custo [14]. São muito
usados para revestimento dos cascos de barcos de madeira e para melhorar o
revestimento alquídico [13].
14
Tintas e Pinturas
São usados nas tintas de emulsão aquosas [3]. O constituinte alquídico melhora
a aderência, a formação da película e a resistência térmica e a solventes; as
modificações vinílicas aumentam a capacidade de repintura e a resistência
química e à humidade [13].
15
Tintas e Pinturas
– Aminoplasto
– Cumarona-indeno
– Estireno-butadieno
– Fluorcarbonetos
– Nylon
– Polietileno
– Polipropileno
2.1.3. Pigmentos
Um pigmento, tal como definido na norma ISO 4618, é um “material corante, geralmente
na forma de partículas finas, que é praticamente insolúvel no meio de suspensão e que é
utilizado devido às suas propriedades ópticas, protectoras e/ou decorativas” [1].
Uma tinta com boa capacidade de protecção tem na sua composição grande
quantidade de pigmentos bem dispersos para que a penetração de ar ou de sais seja a mais
baixa possível [16].
16
Tintas e Pinturas
a) Tipos de pigmentos
A mais óbvia das propriedades que caracteriza os pigmentos é, como foi dito
acima, a capacidade que possuem de permitir a obtenção das cores pretendidas e
também de conferir opacidade à superfície, acções que são conseguidas porque os
pigmentos possuem características que lhes permitem modificar as propriedades
ópticas das tintas [7].
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Tintas e Pinturas
b) Cor
Apesar do seu elevado custo, o dióxido de titânio é o pigmento branco mais usado,
tanto em tintas brilhantes como nas tintas “mate”. Frequentemente dispersam-se
18
Tintas e Pinturas
Devido à sua elevada força corante, que representa a facilidade com que os
pigmentos corados podem ser misturados com outros pigmentos para colorir a tinta,
o dióxido de titânio é frequentemente combinado com outros pigmentos, orgânicos
e inorgânicos, para adicionar cor [13]. Quanto maior for a quantidade necessária,
maior é o poder corante do pigmento em questão [7].
O Litopone é outro tipo de pigmento branco. Este apresenta uma reduzida resistência
à acção da radiação solar, amarelecendo com facilidade, e sendo por isso mais
utilizado para pintura de interiores. No entanto, quando se usa para pintura de
exteriores, é usual misturar-se com o branco de zinco de forma a melhorar as
suas capacidades, tanto do ponto de vista da opacidade, como da resistência aos
agentes atmosféricos [2].
c) Protecção
19
Tintas e Pinturas
– Actuar como uma barreira para tornar a camada de tinta seca impermeável à
água
20
Tintas e Pinturas
2.1.4. Cargas
Uma carga, segundo a norma ISO 4618, é um “material sob a forma de grânulos ou
de pó, insolúvel no meio de suspensão e utilizada para modificar ou influenciar determinadas
físicas” [1], como a permeabilidade da película, a resistência química, o brilho, a sedimentação,
a resistência à abrasão, o comportamento anticorrosivo e a viscosidade [7][15].
Apesar dos fracos poderes corante e de opacidade, as cargas utilizam-se para dar
corpo à tinta, sobretudo por razões de ordem económica, dado o seu baixo custo em relação
ao pigmento. Por outro lado, a granulometria, a superfície específica e as características
intrínsecas de algumas cargas, facilitam o seu fabrico e a aplicação, melhoram a qualidade
e durabilidade, possibilitam a conservação das tintas, aumentam a impermeabilidade e
elasticidade e conferem por vezes às tintas determinadas propriedades particulares, tais
como resistência ao fogo e antiderrapantes [2].
Tal como os pigmentos, as cargas podem ser de origem natural ou sintética [2].
– Carbonato de cálcio (branco de Paris) – uma das cargas naturais mais baratas e
mais utilizadas, de modo a reduzir ao máximo o custo das tintas. Têm boa acção
anticorrosiva, mas dado serem muito solúveis em meios ácidos, não devem ser
usadas quando se pretende uma boa resistência química [7].
21
Tintas e Pinturas
Por outro lado, é possível optimizar o tamanho das partículas e o espaçamento entre
elas, sendo que a redução do tamanho de partícula da carga melhora o espaçamento do
pigmento. Essa optimização permite aumentar a opacidade de uma tinta sem aumentar a
quantidade empregue de pigmento [7].
Na indústria das tintas, os solventes são utilizados nas diversas fases de fabrico [7],
geralmente numa mistura de solventes com a finalidade de dissolver o veículo fixo ou ligante
[2]. De um modo geral, todas as formulações de tintas usam uma mistura de solventes para
obter as propriedades óptimas [13].
Podem ser usados como solventes quaisquer líquidos voláteis, como diluentes, ainda
que não tenham capacidade dissolvente, porque poderão aumentar a solvabilidade de outros
solventes numa tinta [13].
22
Tintas e Pinturas
Um diluente é definido na norma ISO 4618 como “um líquido volátil, simples ou em
mistura que, sem ser solvente, pode ser usado em conjunto com o solvente sem causar
qualquer efeito indesejável”. A mesma norma define diluente, num outro contexto (“thinner”
em inglês) como “um líquido simples ou mistura de líquidos, voláteis nas condições de
utilização, que se junta a um produto de pintura para reduzir a viscosidade ou influenciar
outra propriedade” [1].
Deste modo, as características das tintas que poderão ser influenciadas pela presença
dos solventes e diluentes são: o poder solvente, a volatilidade, o cheiro, a toxicidade, o ponto
de inflamação e o preço [15].
23
Tintas e Pinturas
– Terpenos – são solventes derivados da seiva dos pinheiros, como é o caso da:
○○ Terebintina;
2.1.6. Aditivos
A norma ISO 4618 define aditivo como “qualquer substância adicionada em pequenas
quantidades a um produto de pintura, para melhorar ou modificar uma ou mais propriedades” [1].
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Tintas e Pinturas
Aditivo Função
Absorventes da luz Estabilizadores do comportamento dos revestimentos expostos à luz solar e aos raios UV
Impedir a formação de peles à superfície dos produtos nas embalagens, durante a
Agentes anti-pele armazenagem
Agentes anti-sedimento Evitar a deposição dos pigmentos e cargas, durante a armazenagem dos produtos
Conferir à película uma toxicidade suficiente para assegurar a destruição dos insectos que
Insecticida
venham ao seu contacto
25
Tintas e Pinturas
As tintas são veículos com capacidade para transportar e aplicar na superfície que vai ser
revestida o líquido constituído por uma combinação de ligante, pigmento e solvente. Uma vez sobre
a superfície, o solvente evapora e o veículo torna-se um sistema ligante pigmentado [13].
Todas as tintas, depois de aplicadas, podem formar uma película dura e impenetrável, uma
película porosa e macia, ou combinações intermédias entre as duas [13]. O conhecimento existente
sobre a indústria das tintas e seus constituintes permite o desenvolvimento de formulações com
determinadas características.
26
Tintas e Pinturas
Um COV é, segundo a norma ISO 4618, “qualquer produto orgânico líquido ou sólido
que se evapora espontaneamente nas condições normais de temperatura e de pressão
atmosférica com a qual está em contacto” [1].
A mesma norma define “teor em COV” como “a massa de compostos orgânicos voláteis
presentes num produto de pintura, determinado nas condições especificadas.” Naturalmente,
as propriedades e a quantidade de compostos a ter em conta dependem do domínio de
aplicação do produto de pintura. Para cada domínio de aplicação, os valores limites e os
métodos de determinação ou de cálculo são estipulados por regulamentos ou acordos [1].
Os principais mecanismos pelo qual os ligantes formam películas são reacções com o oxigénio
do ar (oxidação), evaporação do solvente do veículo ou por reticulação química (polimerização).
27
Tintas e Pinturas
Após aplicação, estes revestimentos secam por evaporação do solvente. Geralmente, estas
tintas contêm um óleo sicativo combinado com uma resina, para melhorar a resistência química e à
água. Para obter as propriedades máximas de resistência química e à humidade, o óleo deve reagir
com o oxigénio do ar para formar ligações cruzadas, cura e posterior endurecimento. Esta reacção
de cura pode ser acelerada pela presença de sais metálicos [13].
28
Tintas e Pinturas
29
Tintas e Pinturas
As tintas com elevado teor em sólidos são uma evolução das formulações
tradicionais. As formulações líquidas são muito similares, mas os sistemas de resina
são modificados para produzir uma tinta com elevada concentração em sólidos (50
a 70%) e baixo teor em COV. Estas tintas utilizam tecnologias semelhantes às
das tintas tradicionais baseadas em solventes, o que pode ser atractivo para os
utilizadores, porque podem usar o equipamento convencional [14].
Apesar destas tintas oferecerem uma real redução nas emissões de COV, as
potenciais reduções não são tão grandes como com as tintas em pó ou tintas
líquidas 100% reactivas [14].
Soluções
30
Tintas e Pinturas
○○ Emulsões
○○ Dispersões
●● Tintas em pó
31
Tintas e Pinturas
No início da década de 1960, a evolução tecnológica que tornou possível aplicar finas
camadas de tinta para maior qualidade dos acabamentos definitivos, impulsionou
as tintas em pó na indústria de acabamentos de metais. As formulações foram
evoluindo de modo a oferecer uma gama sem limite de cores, brilhos e texturas,
proporcionando um acabamento superior, por menos dinheiro e com os benefícios
ambientais associados às tintas em pó sem solventes. Deste modo, as tintas em
pó tornaram-se uma alternativa viável para pinturas decorativas e funcionais, não
deixando de ser predominantemente um processo de acabamento de metal [14].
32
Tecnologias de aplicação de tintas
– Tintas em que o solvente não é água - neste grupo estão incluídas todas as tintas
líquidas não-aquosas, tintas de solvente (tintas acrílicas, vinílicas, epoxídicas e
de borracha), as massas, as tintas sem solvente e as tintas em pó.
Nos casos em que estas tintas têm base aquosa, são geralmente designadas pelo
seu nome seguido do termo “aquoso”.
As tintas são designadas pelo tipo de utilização que têm na construção, sendo as
mais frequentes:
– Tintas plásticas para a construção
civil;
– Tintas para a marcação de estradas;
– Tintas para protecção do betão;
– Tintas industriais;
– Tintas para estruturas metálicas;
– Tintas decorativas;
– Tintas de acabamento (esmaltes);
– Tintas de elevada resistência química; Figura 13 – Tintas diversas
– Primários.
Verifica-se que todas estas classificações permitem incluir todas as tintas; no entanto,
a classificação quanto à natureza do ligante é a que fornece maior informação sobre o
comportamento da tinta na sua utilização [2].
33
Tecnologias de aplicação de tintas
– Tinta plástica ou tinta de emulsão – é uma tinta de água com ligantes sintéticos, que
dão um acabamento liso e mate.
– Tinta texturada – este tipo de tinta tem cargas de maior granulometria de modo a
obter como acabamento uma película com superfície rugosa.
34
Tecnologias de aplicação de tintas
Uma tinta é um líquido com diversos componentes, que quando aplicada e curada confere
uma película plástica fina. Para a execução de revestimentos por pintura, é necessário dispor de
informações gerais sobre tecnologia de pintura, com especial destaque para a minimização de efeitos
adversos dos impactes ambientais mediante a prevenção da poluição [14]. Efectivamente, a tecnologia
de pinturas sofreu uma mudança radical nas últimas décadas do século XX, devido à publicação de
legislação/regulamentação relacionada com a protecção do ambiente e com a saúde e segurança dos
trabalhadores [11].
Tradicionalmente, as tintas continham solventes baseados no petróleo, muitos dos quais foram
eliminados devido às emissões de compostos orgânicos voláteis (COV). Actualmente estão disponíveis
tintas sólidas, como tintas em pó e tintas sem solventes [14]. Foram alteradas, por exemplo, as
partículas de pó provenientes da abrasão, as emissões de COV’s e os materiais perigosos, como o
chumbo, cromatos e outros metais pesados [11].
Na execução de trabalhos de pintura, há que ter em conta diversos aspectos como forma de garantir
o êxito do processo, uma vez que o resultado final da pintura é condicionado por diversos factores de
ordem ambiental e técnico.
Depois de seleccionado o sistema de pintura, podem ser escolhidos diversos métodos segundo
os padrões de referência em vigor e os procedimentos de ensaio para a preparação das superfícies, a
aplicação de tinta, os ensaios e a manutenção de pinturas [11][13].
Para seleccionar o sistema de pintura mais adequado para aplicar numa instalação de
construção civil é necessário, em primeiro lugar, identificar e compreender a sua exposição
ambiental. Só depois será iniciada a selecção dos sistemas de pintura com base no historial de uso
com sucesso nos ambientes identificados [13].
Por exemplo, as pinturas com borracha clorada ou com vinil, que são termoplásticas, não
devem ser usadas em locais sujeitos a muito calor ou a solventes fortes porque podem rapidamente
dissolver ou amolecer.
35
Tecnologias de aplicação de tintas
Dentro dos factores de ambiente envolvente poderão ser considerados, entre outros,
os seguintes:
a) Variações de temperaturas
b) Humidade elevada
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Tecnologias de aplicação de tintas
c) Imersão
Estes revestimentos são expostos a soluções aquosas que variam de água pura
desionizada até soluções contendo elevadas concentrações de químicos diferentes.
Mas podem também ser sujeitos aos efeitos de armazenagem de petróleo ou
solventes [13].
d) Oxidação-redução
e) pH extremo
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Tecnologias de aplicação de tintas
f) Exposição a solventes
Foi já referida a função dos solventes nas formulações de tintas no que se refere
às características de aplicação. No entanto, os solventes interagem com o
ambiente envolvente até que o sistema de pintura fique seco ou curado, pelo que
o sucesso de qualquer situação assenta numa rigorosa identificação do ambiente
de exposição [13].
g) Exposição à luz UV
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Tecnologias de aplicação de tintas
Algumas tintas exibem melhor resistência à luz UV do que outras. Por exemplo,
muitos produtos alquídicos e de base oleosa têm fraca resistência à exposição
à luz UV. No entanto as tintas alquídicas modificadas com silicone combinam a
funcionalidade dos alquídicos com a durabilidade, retenção de brilho e resistência
dos silicones, podendo melhorar muito as características de desempenho das
superfícies expostas à luz UV, pelo que são amplamente usados como acabamentos
de manutenção sobre as tintas alquídicas convencionais [13].
h) Impacto / abrasão
A abrasão pode resultar de fenómenos naturais, como areia trazida pelo vento
ou areia transportada pelas ondas de água, embora possa estar na forma de
movimento de equipamentos pesados, tráfico pedestre ou mesmo limpeza por
ferramentas e equipamentos [13].
39
Tecnologias de aplicação de tintas
40
Tecnologias de aplicação de tintas
Qualquer cavidade ou fenda onde possa ficar retido ar, humidade, sujidade ou
detritos deverá ser devidamente selada. Para seleccionar vedantes e selantes,
um factor essencial é a sua utilização anterior bem-sucedida no mesmo ambiente,
sendo os fornecedores e os fabricantes de tintas boas fontes de informação sobre
o desempenho de um dado vedante ou selante para o ambiente pretendido [13].
Estes regulamentos variam de país para país pelo que, antes de especificar o
revestimento, é importante conhecer os requisitos locais quanto ao uso de tintas
em conformidade com a não utilização de COV’s. Antes de especificar as tintas,
devem ser contactadas as entidades reguladoras de poluição do ar para conhecer
as restrições aplicadas [13].
Outros factores
41
Tecnologias de aplicação de tintas
A preparação adequada da superfície é fundamental para criar uma boa aderência da tinta
ao substrato e aumentar a durabilidade e a eficácia geral da pintura de protecção. A aderência
determina se é ou não suficiente aplicar uma só camada de película fina sobre a superfície [13].
As superfícies que vão receber os esquemas de pintura devem estar bem secas,
limpas e isentas de contaminantes, bem como de restos de tinta velha ou outros resíduos.
42
Tecnologias de aplicação de tintas
●● Limpeza com solventes – quando a superfície tiver óleos ou qualquer tipo de gordura
deve ser limpa recorrendo a detergentes.
●● Lixagem – os restos de tinta que ainda se encontrem aderentes podem ser retirados
com recurso ao uso de uma lixa. A lixagem é um método que permite alcançar uma
superfície mais lisa, diminuindo as arestas e irregularidades da mesma. O processo
de lixagem pode ser executado para complementar a raspagem.
43
Tecnologias de aplicação de tintas
●● Escovagem – usando escovas rígidas de ferro para remover restos de tinta que
estiverem não aderentes. A escova poderá ser montada num berbequim eléctrico, de
forma a melhorar os resultados em zonas de difícil acesso. As zonas com manchas
secas devem ser apenas escovadas e nunca lavadas [22].
Existem diversos métodos de proceder a este tipo de limpeza, como por exemplo a
decapagem química, usando removedores químicos, ou a decapagem abrasiva.
44
Tecnologias de aplicação de tintas
●●Lavagem com jacto de água de alta pressão – é usada quando a pintura de uma
parede se encontra em estado avançado de degradação, desgastada e a soltar-
-se. Geralmente usa-se apenas em paredes exteriores devido à quantidade de
água que é expelida. Para aplicação correcta desta técnica, a ponta da mangueira
deve manter-se sempre na horizontal e a cerca de 1,5 - 2 metros de distância da
parede. De salientar que não devem ser adicionados à água produtos demasiado
agressivos, dado que a infiltração no substrato dessa mistura poderá influenciar
negativamente a pintura posterior.
●●Ataque ácido – a utilização deste método tem como objectivo neutralizar a superfície
que será revestida. Imediatamente após o ataque com o ácido, a superfície deve
ser lavada para evitar a formação de sais na superfície, que são difíceis de
remover. A operação deverá ser repetida se a superfície não apresentar a textura
pretendida[23].
Outro aspecto relacionado com a preparação das superfícies tem a ver com a
utilização frequente de produtos para facilitar as operações de descofragem. Os descofrantes
variam consideravelmente na composição e na capacidade de suportar a aderência quando
posteriormente for aplicado o revestimento. Pode ser necessário realizar testes de aderência
subsequentes, com o objectivo de determinar se foram ou não usados estes produtos
descofrantes. No caso de se verificar uma deficiente aderência, deve realizar-se a preparação
cuidada da superfície, assegurando a remoção dos produtos contaminantes.
45
Tecnologias de aplicação de tintas
No caso de superfícies exteriores, o método da limpeza a jacto com água sob pressão
é considerado o melhor. No entanto, dada a elevada quantidade de água lançada contra o
paramento, é essencial que se deixe que este seque convenientemente, antes de iniciar o
processo de pintura [7].
É necessário saber se é uma superfície nova que nunca foi pintada, se é uma superfície
em utilização que já foi previamente pintada, se as superfícies se encontram envelhecidas,
sujas ou danificadas (essencialmente por acção da humidade) ou ainda se contêm fissuras[7].
Cada um dos casos requere cuidados distintos, como por exemplo:
●● superfícies recentes, que ainda não tenham sido pintadas – em geral, será apenas
preciso executar uma pequena limpeza para retirar os possíveis contaminantes
que estejam presentes e em seguida aplicar um primário, de maneira a garantir a
aderência necessária para o sucesso final do esquema de pintura.
A remoção de outros produtos deve ser tratada caso a caso, visto que existem acções
específicas para cada situação. Podem ser referidos, a título de exemplo:
46
Tecnologias de aplicação de tintas
●● O esmalte poderá ser removido por fricção, através do uso de jacto de areia a
pressões baixas.
A preparação de superfícies de betão deve começar por uma limpeza geral, com o
objectivo de remover todas as substâncias estranhas ou prejudiciais, como óleos, pinturas,
pó, sujidade, agentes de cura do betão e produtos similares, mas também limpar todo o
betão fissurado, fraco, desagregado ou delaminado, até que a superfície fique limpa, sã e
homogénea. A limpeza geral da superfície poderá ser feita recorrendo a jacto de água, se for
no exterior, ou recorrendo a qualquer um dos restantes métodos, caso seja no interior.
Começar com uma boa limpeza contribui para melhor identificar as áreas deterioradas
e só depois aplicar o procedimento adequado de preparação da superfície, para torná-la apta
a receber o revestimento final de protecção.
47
Tecnologias de aplicação de tintas
Existem diversos tipos de abrasivos, que devem ser escolhidos consoante o tipo de
superfície a tratar, podendo salientar-se os abrasivos metálicos, a areia ou outros
abrasivos minerais. Cada tipo de abrasivo tem uma forma específica de limpar,
resultando uma textura ligeiramente diferente. Existem ainda vários métodos de
ensaio para abrasivos, definidos nas normas ASTM [23].
(1) Óxidos naturais, como a areia de sílica foram provavelmente os mais usados
devido à sua vasta existência, baixo preço e eficácia. No entanto, o seu uso
foi restringido em muitas áreas após identificação dos perigos para a saúde
inerentes, como a silicose.
Existe outro abrasivo natural, também de sílica, constituído por uma mistura de
areias grossa e fina estaurolita, que se caracteriza por um corte abrasivo eficiente,
tem menos pó e uma menor taxa de decomposição do que a areia de sílica.
48
Tecnologias de aplicação de tintas
●● Dureza – Abrasivos mais duros, geralmente cortam mais fundo e mais rápido
do que abrasivos macios ou quebradiços. Um abrasivo duro e quebradiço vai
quebrar com o impacto, reduzindo seu poder de limpeza.
Algumas condições ambientais que rodeiam a superfície a pintar podem influenciar o resultado
do trabalho pelo que a aplicação dos produtos de pintura deve ser feita apenas com tempo favorável,
seguindo as condições de temperatura e humidade relativa recomendadas pelo fabricante [11].
●● Não realizar pinturas com temperaturas ambiente demasiado baixas, sendo 5ºC o limite
inferior para a maior parte das tintas à base de água ou solvente não aquoso. Temperaturas
muito baixas, além de dificultarem o processo de aplicação, fazem com que a tinta demore
49
Tecnologias de aplicação de tintas
demasiado tempo a secar, permitindo deste modo que se infiltrem impurezas provenientes
do ar, no esquema de pintura.
●● Não realizar pinturas com temperaturas ambiente demasiado elevadas, sendo 35ºC o limite
superior, visto que este facto irá fazer com que a tinta seque demasiado depressa, compro-
metendo deste modo a durabilidade do esquema de pintura, bem como a sua qualidade.
●● Evitar a realização de pinturas em dias de chuva, visto que a necessidade de parar a exe-
cução a meio poderá provocar defeitos no resultado final.
A norma ISO 4618 [1] define esquema de pintura como sendo a “combinação de
camadas de material de pintura que são aplicadas num substrato. O sistema pode ser
caracterizado pelo número de camadas envolvidas”, sendo que uma camada, ou demão, é o
“depósito contínuo de um produto de pintura resultante de uma única operação de aplicação”.
50
Tecnologias de aplicação de tintas
Os primários são aplicados sobre toda a superfície a pintar, incluindo as áreas que
contêm massa regularizadora [11]. A norma ISO 4618 define primário como “pintura
formulada para usar como primeira camada sobre superfícies preparadas” [1].
O primário (ou primeira demão) deve garantir a aderência das camadas seguintes
e conferir propriedades específicas como seja a protecção da superfície contra
a corrosão, bem como protecção contra o ataque de outros agentes químicos
existentes na atmosfera envolvente [2].
Segundo a norma ISO 4618, designa-se por subcapa “qualquer camada aplicada
entre o primário e a camada de acabamento” 1]. As subcapas podem também
receber uma nova camada
intermédia, antes do acabamento.
51
Tecnologias de aplicação de tintas
Para garantir que o resultado final será o desejado, é importante dispor de todos os
acessórios necessários, sendo certo que o equipamento de aplicação pode ser ditado pelo
tipo de material e pelo tamanho da área a pintar [11], podendo ainda variar consoante a
aplicação seja feita num ambiente interior ou exterior.
Existem diferentes equipamentos para transferir a tinta da lata para o substrato, que
podem incluir desde a simples aplicação por pincéis, trinchas e rolos até aplicações à pistola,
que serão descritos em seguida. Todos os métodos de aplicação têm inerentes vantagens e
limitações [11][13].
52
Tecnologias de aplicação de tintas
As cerdas podem ser de origem natural (fibras de porco, cavalo ou qualquer outro
cabelo macio) ou de origem sintética (fibras sintéticas, geralmente nylon).
Figura 18 – Trincha
As cerdas naturais são apropriadas para usar com tintas à base de solvente não
aquoso, porque em contacto com a água este tipo de cerda avoluma e deforma-se,
perdendo qualidade na execução da pintura.
As cerdas de origem sintética são apropriadas para usar com tintas aquosas, como
esmaltes ou vernizes acrílicos de base aquosa. Embora tenham menor capacidade
de carga do que as cerdas naturais, as cerdas sintéticas têm uma excelente
resistência à abrasão quando as tintas são aplicadas em superfícies de betão e de
alvenaria e não são afectadas pela maioria dos solventes [13].
53
Tecnologias de aplicação de tintas
As larguras dos pincéis deverão ter as dimensões adequadas ao uso que vão ter,
nomeadamente:
– pincéis para detalhes: 30-50 mm;
– pincéis para portas: 50-80 mm;
– pincéis para áreas maiores (como pavimentos): cerca de 100 mm;
– pincéis para paredes e muros: 150 mm (ou maior) [7].
As trinchas adequadas e a selecção das cerdas para uma tinta específica são
imperativos para uma aplicação de qualidade [13]. Além disso, para aplicações
específicas, devem ser utilizados pincéis adequados, como nos seguintes casos:
– Pincéis de corte angular para locais onde é necessário ter maior precisão e
cuidado devido a superfícies contínuas, tais como caixilharias de janelas;
2. O pincel deve ser pegado levemente mas com firmeza, mas devendo ter em con-
ta o seu tamanho e fim a que se destina. Deste modo, pincéis finos, para pintar
em pormenor, devem segurar-se como se pega num lápis e pincéis mais grossos
devem ser agarrados como se fossem raquetes de ténis, de maneira a melhorar
os resultados finais da pintura a executar.
4. Na primeira vez que o pincel for inserido no recipiente que contém a tinta, deverá
ser movido para possibilitar que as cerdas abram e absorvam uma maior quan-
54
Tecnologias de aplicação de tintas
tidade de tinta. Com o pincel embebido em tinta, será mais fácil de transportar
uma boa quantidade de tinta para a parede.
5. A aplicação da tinta na superfície deverá ser executado com suavidade, para re-
duzir ao máximo a quantidade de salpicos resultantes e para diminuir a sujidade
inerente a esta operação.
6. Por outro lado, a tinta deve ser espalhada sobre a superfície com pressão mo-
derada, uniforme, por deslizamento numa direcção, seguido por deslizamento
perpendicularmente à camada anterior [13].
Normalmente, nos casos das tintas de solventes não aquosos, quando se mergulha
o pincel na tinta, é necessário escorrer o excesso de tinta acumulada junto às
bordas do recipiente. Esta acção, em geral, é dispensada quando se trata de tintas
plásticas, visto que basta deixar o pincel pingar por uns segundos e é possível
então retomar a pintura.
As tintas de óleo e de base aquosa são os tipos que mais frequentemente são
aplicadas por trincha, e as suas características de aplicação são consideradas
entre boas e excelentes. A tinta de base oleosa é de secagem lenta, devendo
ser aplicada minuciosamente em zonas de fendas, fissuras e outras superfícies
irregulares. As tintas de secagem rápida (base aquosa) devem ser aplicadas
rápida e uniformemente, para não deixar marcas da trincha quando a tinta secar.
A aplicação de certas tintas por trincha, como as de elevado teor em sólidos ou de
secagem rápida é difícil e geralmente não é recomendada [13].
55
Tecnologias de aplicação de tintas
Os rolos consistem em duas partes: uma armação (eixo central ligado a um cabo)
e uma cobertura. A cobertura é a parte que aplica a tinta e pode variar no diâmetro,
comprimento, tipo de tecido e comprimento das fibras [11].
Existem rolos específicos para cada tipo de utilização, devendo escolher-se o tipo
de rolo mais adequado à tinta que se vai utilizar e à superfície que se pretende
pintar (rugosa, áspera ou lisa). Para um bom acabamento na pintura o rolo deve
ser sempre de boa qualidade.
A cobertura é a parte que aplica a tinta e pode variar no diâmetro, comprimento, tipo
de tecido e comprimento das fibras [11]. A selecção do tecido e do comprimento das
fibras depende do tipo de revestimento e da condição da superfície [13].
As fibras longas retêm mais tinta, garantem maior rendimento do produto e são ideais
para aplicação de tintas aquosas em superfícies irregulares (ásperas, absorventes
ou rugosas). Os rolos com pêlos mais curtos, mesmo carregados com tinta, são leves
e versáteis na aplicação, respigam menos e garantem excelentes acabamentos,
sendo ideais para aplicação de tintas à base de solvente em superfícies lisas.
56
Tecnologias de aplicação de tintas
57
Tecnologias de aplicação de tintas
4. Rolos de espuma – estes rolos são mais baratos e são usados quando o
acabamento final não obriga a grandes cuidados. Geralmente são usados para
aplicação de tinta em superfícies lisas e os materiais mais usados são:
●●Rolo de tubo
58
Tecnologias de aplicação de tintas
●●Rolo de barreira
O rolo de barreira requere coberturas com pêlos extra longos para coberturas
permitirem a rápida pintura de uma cerca de arame. Quando se aplica a tinta
de um lado da vedação de arame, as longas fibras envolvem o fio e pintam os
dois lados simultaneamente [11][13].
●●Rolo de pressão
59
Tecnologias de aplicação de tintas
deverá ser repetida duas ou três vezes, para garantir que o rolo fica bem
embebido de tinta, sem que fique saturado [7].
O rolo deve ser uniformemente carregado com tinta para fazer uma
aplicação uniforme. Se a tinta não estiver uniformemente carregada no rolo
poderá haver zonas que não apanham tinta. Por outro lado, se o rolo levar
uma sobrecarga de tinta, terá tendência para escorregar sobre a superfície
em vez de rolar e a tinta não ficará bem espalhada [7].
4. Para aplicação de tinta com rolo deve ser usada uma técnica e pressão de
aplicação adequadas. Deve começar de baixo para cima, para evitar que o
excesso de tinta escorra pela parede, e descrevendo formas semelhantes
a M’s ou W’s. Em seguida, dever-se-ão preencher os espaços sem tinta,
sempre em ziguezagues, tanto verticais como horizontais [7].
5. No fim, deverá ser feita uma passagem suave por toda a superfície, tendo
o cuidado de deslocar o rolo relativamente devagar para que não ocorram
respingos, o que provocaria sujidade adicional. Para precaver esta situação,
o pintor deverá ter uma esponja e um recipiente com o solvente da tinta que
está a usar, para poder limpar eventuais salpicos antes que estes sequem.
60
Tecnologias de aplicação de tintas
61
Tecnologias de aplicação de tintas
A execução desta técnica envolve alguns cuidados com a forma como é atomizada
a tinta, como é feita a sua alimentação e projecção e ainda a maneira como é
manipulada a pistola durante a aplicação.
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Tecnologias de aplicação de tintas
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Tecnologias de aplicação de tintas
Um dos aspectos mais importantes tem a ver com a forma como o equipamento
é manuseado. A válvula de ar é operada pelo gatilho da pistola: puxando o gatilho
até meio, flui ar atomizado, sem tinta. Este fluxo de ar é usado para remover pó e
detritos da superfície antes da aplicação da tinta. Puxando completamente o gatilho
aplica a tinta [13].
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Tecnologias de aplicação de tintas
Também não deverá ser feita pulverização em arco, para evitar alguns defeitos
resultantes de, nas extremidades do arco, a tinta ficar em contacto com o ar
aproximadamente o dobro do tempo, o que irá provocar grandes alterações de
aspecto (brilho e variações de cor), devido à menor aderência nas extremidades,
bem como à diferença de espessuras.
– Para grandes áreas lisas, cada camada deve sobrepor a anterior em 50% para
produzir uma espessura de película de tinta mais uniforme. Para construir uma
camada uniforme, é geralmente usada uma técnica que consiste numa camada
de jacto húmido, usando 50% de sobreposição, seguida por outra camada
completa de jacto húmido em ângulos recto relativamente ao primeiro [13].
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Tecnologias de aplicação de tintas
Qualquer trabalho, e a pintura não é excepção, deverá ser realizado seguindo uma
metodologia definida, de modo a evitar qualquer tipo de erro de execução.
No caso de trabalhos de pintura, devem observar-se alguns cuidados consoante se
trate da pintura de uma divisão interior ou do exterior de um edifício.
◊ Interiores
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Tecnologias de aplicação de tintas
parte que tenha ficado menos bem pintada, o executante deverá ser rápido
o suficiente para que a tinta nessa zona ainda esteja húmida, de forma a evitar
sobreposição de camadas. Deverá também deixar secar por completo a tinta antes
de aplicar próxima demão.
Em seguida, deverá
descer para as paredes,
iniciando a pintura
uma vez mais pelas
extremidades: cantos de
ligação entre paredes,
bem como zonas em
redor de portas, janelas
e rodapés. Nesta fase
deve usar uma trincha.
Figura 27 – Pintura de tecto Após completada esta
tarefa, o executante
deverá, como já foi referido anteriormente neste capítulo, utilizando o rolo, pintar
segundo a direcção horizontal e em seguida segundo a direcção vertical, de forma
a espalhar da melhor maneira possível a tinta, pintando a parede toda. Uma vez
mais, tal como para o tecto e caso seja necessário, deverá realizar os retoques
ainda com a tinta húmida. Nesta fase, verificar atentamente se existe alguma zona
com imperfeições e corrigi-las. Deverá deixar secar por completo a tinta antes de
aplicar a próxima demão.
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Tecnologias de aplicação de tintas
◊ Exteriores
As tintas para exterior, caracterizam-se por manterem a cor original, visto que têm maior
resistência aos raios UV e à intempérie, por acompanhar dilatações e contracções
dos materiais e pela maior resistência ao aparecimento de fungos e algas [25].
3.4. Segurança
Portanto, a utilização de um EPI tem por objectivo proteger o trabalhador das agressões
externas que são geradas no desempenho de uma determinada actividade laboral, ou seja,
os EPI’s destinam-se a proteger o trabalhador contra riscos ambientais, acidentes e efeitos
prejudiciais à saúde, que podem manifestar-se a curto ou a longo prazo.
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Tecnologias de aplicação de tintas
●● Protecção respiratória
●● Protecção da pele
É essencial proteger a pele dos materiais nocivos que a podem lesar, sendo
Figura 31 – Máscara
de pintura obrigatório usar luvas, roupas e calçado apropriado. Em trabalhos de pintura, a
pele das mãos é muito exposta, pelo que devem ser usadas luvas adequadas ao
trabalho que se vai realizar, ou seja, devem proteger as mãos contra a ação de
produtos químicos, como solventes, decapantes, etc.
69
Tecnologias de aplicação de tintas
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Patologias em revestimentos por pintura
No caso de patologias em revestimentos por pintura, são defeitos ou anomalias que surgem nas
superfícies sobre as quais foram aplicados esquemas de pintura.
●● Defeitos de curto prazo ou imediatos: resultam de patologias que aparecem durante a fase de
aplicação da tinta, ou num curto espaço de tempo após ser finalizada a aplicação.
●● Defeitos de médio prazo: resultam de patologias que ocorrem entre o período de recepção da
obra e o final do “prazo de garantia” da mesma (de 5 anos).
●● Defeitos de longo prazo: são decorrentes do envelhecimento das superfícies ao longo dos anos,
principalmente por acção de agentes atmosféricos adversos, que originam o aparecimento de
patologias. Em geral, ocorrem depois do período de 5 anos.
Deve ter-se presente que os defeitos de curto prazo nos revestimentos por pintura poderão pôr
em causa a recepção de uma obra, com base na importante função de decoração que desempenham,
podendo consequentemente contribuir para comprometer a confiança na qualidade da obra em geral,
o que deve de todo ser evitado [2].
71
Patologias em revestimentos por pintura
Deve evitar-se a utilização de produtos que não preencham os requisitos mínimos para
cada situação, como por exemplo:
– utilizar sistemas de produtos de pintura que não sejam compatíveis entre si;
2. A formulação da tinta
3. Aderência da tinta
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Patologias em revestimentos por pintura
4. Tipo de substrato
5. A aplicação
73
Patologias em revestimentos por pintura
6. Projecto da estrutura
7. Forças exteriores
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Patologias em revestimentos por pintura
Como foi já referido, os defeitos que surgem depois da execução de um esquema de pintura
podem ser causados por factores de natureza diversa. As patologias daí decorrentes podem ter
origem em 3 momentos principais: durante a armazenagem da tinta ainda em lata, durante a
aplicação ou durante a fase de exposição das superfícies pintadas.
No presente capítulo, serão abordadas as patologias presentes nos revestimentos por pintura
em edifícios, nomeadamente em paredes interiores e exteriores rebocadas ou de betão. Serão
também apresentadas as principais causas desses problemas e as soluções mais indicadas para
evitar o aparecimento das mesmas.
◊ Causas:
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Soluções:
◊ Causas:
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Soluções:
◊ Causas:
(1) O deficiente fecho da embalagem pode levar a que, por um lado, haja
evaporação do solvente e, por outro lado, possibilita a entrada de oxigénio
e humidade, podendo provocar a reticulação. Ambas as situações levam à
formação da película superficial.
(2) Temperaturas de armazenagem elevadas podem provocar um aumento de
pressão por libertação no interior do recipiente e liberta vapor do solvente
que, ao sair da embalagem, permite que se forme a película superficial.
Está também relacionada com o deficiente fecho das embalagens.
◊ Soluções:
◊ Causas:
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Soluções:
◊ Causas:
◊ Soluções:
78
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Solução:
79
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
◊ Solução:
3. Casca de laranja – é um defeito que origina uma película com aspecto parecido
com a textura da superfície de uma laranja [1].
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
◊ Solução:
●● Esperar que a película seque por completo e, seguidamente fazer uma pre
paração adequada da superfície, nomeadamente a lixagem, despoeiramento
e lavagem. Efectuar a repintura com produtos quimicamente compatíveis,
seguindo as indicações dos fabricantes e respeitando todos os tempos de
secagem entre demãos.
Figura 38 – Encosturado
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
◊ Solução:
Figura 39 – Enrugamento
Causas:
(1) Camada demasiado espessa, poderá dar origem a que seque à superfície,
mas não o interior, que permanece húmida; como consequência, quando o
interior secar, a camada sofre contração por perda de volume e acaba por
enrugar.
(2) Aplicação da segunda demão com a primeira demão ainda húmida por
não cumprimento dos tempos de secagem;
Deficiente formulação do produto, que não cumpre as condições
especificadas.
82
Patologias em revestimentos por pintura
(4) Camada demasiado espessa, poderá dar origem a que seque à superfície, mas
não o interior, que permanece húmida; como consequência, quando o interior
secar, a camada sofre contração por perda de volume e acaba por enrugar.
(5) Aplicação da segunda demão com a primeira demão ainda húmida por
não cumprimento dos tempos de secagem;
◊ Soluções:
◊ Causas:
83
Patologias em revestimentos por pintura
Figura 40 – Escorridos
(4) Erro na preparação do produto, permanecendo este mais fluido por adição
de secante inadequado ou em quantidade mal doseada.
Tempo de secagem insuficiente entre a aplicação de camadas ou demãos.
◊ Solução:
◊ Causas:
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Solução:
◊ Causas:
◊ Soluções:
◊ Causas:
85
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Solução:
◊ Causas:
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Patologias em revestimentos por pintura
(4) Aplicação de uma camada sobre uma camada anterior que ainda não se
encontra completamente seca.
(5) Aplicação de uma camada, sobre outra que apresente já estes defeitos.
Este facto levará a que a nova camada se apresente moldada à que lhe
serve de base.
(6) Superfície de base demasiado porosa, o que leva a que o solvente seja
absorvido em demasia, dificultando o espalhamento e o nivelamento do
produto na superfície.
◊ Solução:
●● Esperar que a película seque por completo e, depois, fazer uma preparação
adequada da superfície, nomeadamente a lixagem, despoeiramento e
lavagem. Efectuar a repintura com produtos quimicamente compatíveis,
seguindo as indicações dos fabricantes e respeitando todos os tempos de
secagem entre demãos.
11. Opalescência – aspecto leitoso que por vezes se desenvolve durante a secagem
da película de um produto de pintura transparente e que é devido à humidade do
ar e/ou à precipitação de um ou mais constituintes sólidos do produto de pintura
transparente [1].
◊ Causas:
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Solução:
●● Esperar que a película seque por completo e, depois, fazer uma preparação
adequada da superfície, nomeadamente a lixagem, despoeiramento e
lavagem. Efectuar a repintura com produtos quimicamente compatíveis,
seguindo as indicações dos fabricantes e respeitando todos os tempos de
secagem entre demãos.
12. Repasse – difusão de uma substância corada através de uma película, proveniente
do interior e produzindo manchas ou alterações de cor indesejáveis [1].
◊ Causas:
◊ Solução:
●● Esperar que a película seque por completo e, depois, fazer uma preparação
adequada da superfície, nomeadamente a lixagem, despoeiramento e
lavagem. Efectuar a repintura com produtos quimicamente compatíveis,
seguindo as indicações dos fabricantes e respeitando todos os tempos de
secagem entre demãos.
◊ Causas:
88
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Solução:
Os defeitos que podem ocorrer durante a chamada fase de uso, ou durante a vida útil
do edifício, bem como as respectivas possíveis causas, e como os reparar são:
◊ Causas:
(1) A principal causa deste defeito tem a ver com a acção dos agentes
atmosféricos, tais como radiação solar, temperatura, chuvas, humidade,
etc. A acção destes agentes sobre o ligante presente na película altera as
suas propriedades, em maior ou menor grau consoante a sua natureza
química, dando origem a este defeito.
◊ Soluções:
89
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
(1) A principal causa deste defeito prende-se com a incidência da radiação solar
em determinados pigmentos, que não são adequados para se aplicarem em
pinturas exteriores.
◊ Soluções:
◊ Causas:
◊ Soluções:
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
91
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Soluções:
92
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
(1) A principal causa deste defeito está descrita na definição, e prende-se com
a formação de depósitos cristalinos, por migração e evaporação de água
contendo sais solúveis que provêm da base de suporte. Estes sais podem
ter diversas origens:
– Atmosfera contaminada com CO2, SO2, etc, que depois de reagir com
as águas pluviais, poderá dar origem a condições propícias para a
formação de sais.
◊ Soluções:
◊ Causas:
93
Patologias em revestimentos por pintura
Figura 47 – Empolamento
(3) Desrespeito pelos tempos de secagem entre demãos, que pode fazer com
que os solventes da camada interior, se escapem, originado as bolhas
localizadas, na nova camada.
(4) Camadas demasiado espessas. Este facto pode provocar uma secagem
superficial demasiado rápida em relação ao interior, levando à retenção de
solvente, que mais tarde, quando se libertar, pode originar as bolhas localizadas.
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Soluções:
◊ Causas:
◊ Soluções:
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Patologias em revestimentos por pintura
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
(3) Desrespeito pelos tempos de espera entre demãos. O facto de pintar uma
superfície que ainda se encontra húmida, pode levar a que a secagem da
camada exterior ocorra antes, e quando se dá a secagem por completo
da camada interior, a exterior não tem capacidade de acompanhar essas
variações dimensionais, dando origem a fissuras.
◊ Soluções:
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
(1) Formulações desadequadas, nas quais são usados ligantes com grande
apetência para a absorção de solventes.
◊ Soluções:
10. Manchas – zonas dos revestimentos por pintura onde é possível identificar
diferenças de brilho ou coloração em relação à restante superfície [28].
◊ Causas:
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Patologias em revestimentos por pintura
◊ Soluções:
99
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
(1) Este defeito poderá ficar a dever-se a alterações químicas totais ou parciais
que o constituinte usado como endurecedor ou acelerador, sofre ainda
durante as fases de formulação ou armazenagem do produto (devido a erros
de armazenagem que foram abordados anteriormente). Estas alterações
podem fazer com que o produto perca a capacidade de executar a secagem
completa da película.
◊ Soluções:
◊ Causas:
100
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Soluções:
◊ Causas:
◊ Soluções:
101
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Soluções:
●● Caso a simples limpeza não seja suficiente, proceder à remoção parcial ou total
do revestimento, utilizando os métodos adequados à superfície em questão
e aos produtos utilizados. A repintura deverá ser antecedida da adequada
preparação da superfície, bem como executada com produtos compatíveis e
respeitando todos os tempos de secagem e condições favoráveis.
◊ Causas:
(3) Erro de formulação que faz com que a película depois de seca apresente
índices de pegajosidade elevados
◊ Soluções:
102
Patologias em revestimentos por pintura
◊ Causas:
◊ Soluções:
103
Conclusão e desenvolvimentos futuros
5.1. Conclusão
É conhecida a tradição dos revestimentos por pintura e a sua ampla utilização desde há muito
tempo no nosso país. A contínua evolução na execução dos revestimentos em geral e, em particular,
nos revestimentos por pintura, tanto ao nível dos produtos a utilizar, como ao nível dos processos e
das tecnologias de aplicação, tem permitido melhorar substancialmente a qualidade e durabilidade dos
mesmos. Ainda assim, apesar de todas estas melhorias e por melhor consumado que seja o processo
de execução do esquema de pintura, acabam sempre por, mais cedo ou mais tarde, aparecer defeitos
e patologias, relacionados com variados factores, uns controláveis, outros não.
As patologias nos revestimentos por pintura, nomeadamente as que foram abordadas no presente
trabalho, existentes em paredes interiores e exteriores de betão ou de alvenaria rebocada, podem ter
origem nos trabalhos de construção anteriores à pintura, e que se manifestam apenas após a pintura
ou mesmo algum tempo depois. Outras podem ter relação directa com a fase de execução do esquema
de pintura, nomeadamente com a fase de preparação da superfície que vai ser pintada. Ainda assim,
embora na sua maioria, possam ser evitadas ou os seus efeitos minimizados se forem cumpridas
correctamente todas as etapas da execução de um esquema de pintura, algumas patologias acabam
por aparecer naturalmente com o decorrer do tempo, devido à exposição ao meio ambiente e ao tempo
de vida útil previsível para uma pintura.
A primeira fase deste trabalho consistiu numa introdução, onde se fez um breve enquadramento
histórico de modo a situar o início do aparecimento das tintas e da sua utilização pelo Homem e as
diferentes razões que levaram a essa utilização.
No capítulo seguinte (capítulo 2) foi feita uma descrição dos diversos componentes que integram
actualmente os produtos de pintura, nomeadamente as tintas, com indicação da função de cada
componente na mistura. Foram também descritos os diferentes processos através dos quais é formada
a película seca originada pelos produtos de pintura e em seguida enumeraram-se os principais tipos
de tintas. Foram ainda apresentadas três tipos diferentes de classificação para as tintas: classificação
baseada na natureza do principal solvente usado no fabrico da tinta, classificação baseada na natureza
do ligante ou resina, componente importante no mecanismo de formação da película e classificação
baseada no fim a que se destinam, que é a mais usual na rotina diária.
No capítulo seguinte (capítulo 3) foram descritas as tecnologias de aplicação das tintas. Para tal,
foi realçada a importância dos factores ambientais envolventes no local onde o sistema de pintura
105
Conclusão e desenvolvimentos futuros
vai desempenhar a sua função, factores esses que são fundamentais para perceber o grau de
exposição mais ou menos agressivo a que o revestimento vai estar sujeito, permitindo, deste modo,
escolher o sistema de pintura mais adequado a cada local. Os aspectos regulamentares não foram
descurados, bem como outros aspectos que podem ser relevantes para a realização deste trabalho.
Mais concretamente foi apresentada uma lista que enumera os mais diversos critérios de selecção
dos produtos de pintura, que devem ser ponderados quando se pretende escolher o produto mais
adequado.
Por fim foram referidos diferentes processos de aplicação de produtos de pintura, detalhando a
ordem dos esquemas de pintura, as diferentes possibilidades técnicas e utensílios e os cuidados a
ter tanto ao nível dos modos de execução, como ao nível dos equipamentos de segurança pessoal.
No último capítulo (capítulo 4) foram descritas as principais patologias que podem ser encontradas
nos revestimentos por pintura, apontando as principais causas para o seu aparecimento. Neste
âmbito, foram consideradas 3 fases principais durante as quais podem aparecer os defeitos:
durante a armazenagem da tinta, durante a sua aplicação e ao longo da sua vida útil. Deste modo,
foi possível concluir que a monitorização de parâmetros relevantes em cada uma das fases permite
minimizar o aparecimento de algumas patologias ao longo da vida útil das pinturas, adicionando
qualidade ao processo. De modo a auxiliar este processo de monitorização foi elaborada uma ficha
de controlo de conformidades do processo de execução de pinturas, desde a armazenagem até à
limpeza final do material. Essa ficha pode ser consultada no anexo 2.
Concluiu-se ainda que alguns defeitos, visíveis apenas no final da execução, podem ter origem
em procedimentos incorrectos de armazenagem dos produtos de pintura. Assim, apesar da evidente
importância dos cuidados durante a fase de execução dos esquemas de pintura, é indispensável o
cumprimento das condições de armazenamento dos produtos, pois as falhas que possam ocorrer
nesta fase, podem comprometer os resultados finais do revestimento a executar.
106
Conclusão e desenvolvimentos futuros
O presente trabalho abre espaço para a abordagem mais profunda de alguns temas, que
podem contribuir para alargar o conhecimento numa perspectiva mais prática.
107
Bibliografia
Bibliografia
[1] ISO 4618:2006, Paints and varnishes –Terms and definitions. ISO, first edition, October 2006.
[4] BBC News, “Earliest evidence of art found”, 2 May 2000, disponível na Internet em http://news.
bbc.co.uk/2/hi/science/nature/733747.stm, consultado em 28.08.2012.
[5] EUSÉBIO, M. Isabel; RODRIGUES, M. Paula. Produtos de pintura na construção civil. Consti-
tuição e utilização. Cadernos Edifícios 03. Lisboa: LNEC, 2004.
[7] NOGUEIRA, José Luís, “Noções Básicas de Tintas e Vernizes”. Porto: ARCP – Associação Rede
de Competências em Polímeros, 2008.
[10] SANTANA, Carlos – “História da Pintura e da Cor” in “Tintas e Pintura”. Disponível na internet
em http://tintasepintura.blogspot.pt/2011/03/historia-da-pintura-e-da-cor.html e consultado em
09.11.2012.
[11] BORTAK, Tom N. – “Guide to Protective Coatings: Inspection and Maintenance”. United States
Department of Interior, Bureau of Reclamation, Technical Service Center, Sep 2002.
[12] ROOBOL, Norman R. – “Industrial Painting & Powdercoating: Principles and Practices”. 3rd
edition, Cincinnati (Ohio): Hanser Gardner Publications, 2003.
109
[14] WATERS, Jean S. et al. – “Environmentally Conscious Painting”. USA: Kansas Small Business
Environmental Assistance Program (SBEAP) (a consortium of the Center for Environmental
Education and Training at The University of Kansas, the Pollution Prevention Institute at Kansas
State University, and the Center for Technology Application at Wichita State University), under
contract from the Kansas Department of Health and Environment. June 1996.
[15] NOGUEIRA, José Luís – “Pinturas de Fachadas”. Departamento de Engenharia Civil, da Escola
Superior de Tecnologia, da Universidade do Algarve (Apresentação oral), 19 de Abril de 2006.
[17] ENGENHARIA CIVIL – Dicionário online de Engenharia Civil e Construção Civil. Disponibilizado
na internet em www.engenhariacivil.com/dicionario, consultado em 28.08.2012.
[20] BS EN ISO 12944-2:1998, “Paints and varnishes. Corrosion protection of steel structures by
protective paint systems. Classification of environments”.
[22] EUSÉBIO, M. Isabel; RODRIGUES, M. Paula. – “Revestimentos por pintura para a construção
civil. Preparação de superfícies”. 2ª ed. Lisboa: LNEC, 2002.
[23] ASTM D4259. 2003 “Standard Practice for Abrading Concrete”. ASTM (American Society for
Testing Materials)
[24] ALMEIDA, Adriano – “Pintura e Acabamento”, Brasil (São Paulo): UNITAU (Universidade de
Taubaté). (www.ebah.com.br/content/ABAAAAmrUAH/04-pintura-acabamento)
[28] LNEC. “Patologia e reabilitação das construções. Revestimentos por pintura - Análise de defeitos
e técnicas de diagnóstico”. Lisboa: Relatório 404/05 - NMPC, LNEC, 2005
Bibliografia
Sites consultados:
– www.mom.arq.ufmg.br/mom/09_ida/idabanco4/cadastro/p_cadastro/equipamento/Corpo_cen-
tro_equipamento_tudo.php?idEquipamento=37, consultado em 30.10.2012
– www.mosqueteiros.com/media/voce_uploads/1078264104a439f6e21170.pdf, consultado em
01.11.2012.
111
Anexos
ANEXOS
113
ANEXO 1 - Patologias em revestimentos por pintura
Bicos de alfinete Presença de pequenos - Técnicas de aplicação incorrectas: - Corrigir qualquer técnica de
(pinholing) orifícios na película, - pistola muito afastada da aplicação incorrecta.
semelhante aos que superfície; - Se o produto não secou, escovar
são feitos por um
- pressão de pulverização baixa; e aplicar uma camada adicional.
alfinete.
- pressão de atomização elevada. - Se a película já secou, realizar
- Libertação de ar após aplicação correctamente todo o trabalho de
do produto. preparação da superfície e
efectuar a repintura com produtos
- Evaporação rápida do solvente. adequados, seguindo as
- Não cumprimento do tempo de indicações dos fabricantes e
secagem entre demãos. respeitando tempos os de
secagem.
Bronzeamento Alteração na cor da Incidência da radiação solar sobre Realizar uma lixagem ou
(bronzing) superfície de uma determinados pigmentos escovagem, lavagem e repintura
película, dando o com produtos contendo
aspecto de bronze pigmentos adequados.
envelhecido
Casca de laranja Aspecto da película - Metodologia incorrecta no - Realizar correctamente o trabalho
(orange peel) parecida com a textura manuseamento da pistola: de preparação da superfície:
da superfície de uma - distância desajustada entre a lixagem ou escovagem,
laranja. pistola e a superfície; despoeiramento e lavagem.
- baixa pressão de pulverização Efectuar a repintura, com
para uma boa atomização. produtos compatíveis, corrigindo
- Defeitos inerentes ao produto: as técnicas de aplicação e
respeitando os tempos de
- viscosidade elevada;
secagem entre demãos.
- produto mal misturado;
- evaporação rápida do solvente.
- Insuficiente tempo de secagem
entre demãos.
- Temperatura ambiente ou da base
de aplicação inadequadas.
Descoloração Perda de cor de uma Acção de agentes atmosféricos: Lixagem, lavagem, secagem e
(fading) película de um produto - radiação solar; posterior repintura da superfície,
de pintura. executada com produtos
- temperatura; compatíveis com o revestimento e
- atmosferas poluídas; resistente às condições
- atmosferas quimicamente ambientais a que o edifício está
agressivas. sujeito.
1
Patologia Descrição Causas Reparação
2
Patologia Descrição Causas Reparação
3
Patologia Descrição Causas Reparação
4
Patologia Descrição Causas Reparação
5
Patologia Descrição Causas Reparação
Manchas Zonas de cor ou brilho - Base de aplicação porosa ou - Avaliar se o defeito é localizado
diferente que aparecem ausência/aplicação inadequada ou se ele se estende à maior
(dots) no revestimento por de primário poderá resultar na parte da superfície do
pintura. absorção em excesso do ligante revestimento.
do acabamento. - Executar uma limpeza ou
- Desenvolvimento de fungos, lavagem superficial.
algas ou bolor, que aparecem e - Se este processo não resolver,
se propagam em ambientes remover parcial ou totalmente o
propícios. revestimento utilizando os
- Reacção química entre os métodos adequados à superfície
constituintes dos produtos de e aos produtos nela empregues.
pintura e elementos atmosféricos. - A repintura deverá ser
- Humidade em excesso durante a antecedida da respectiva
secagem. preparação adequada da
- Má preparação da superfície. superfície, bem como executada
com produtos compatíveis e
- Acumulação de gorduras, óleos respeitando todos os tempos de
ou fumos, formam manchas. secagem e condições
- Migração do interior para a favoráveis.
superfície de constituintes com
acção surfactante.
Marcas de trincha Aparecimento de estrias - Viscosidade do produto elevada. - Esperar que a película seque
(brush marks) rectilíneas e paralelas - Uso de trinchas desadequadas. por completo;
entre si, que se mantêm - Executar correctamente todo o
visíveis depois de seco. - Concentração volumétrica de trabalho de preparação da
pigmentos na mistura demasiado
elevada relativamente ao ligante. superfície, nomeadamente a
limpeza, lixagem ou escovagem,
- Aplicação de uma camada sobre e no caso de ser necessária, a
outra que ainda não está seca. lavagem da mesma;
- Aplicação de uma camada, sobre - Realizar a repintura, aplicando
outra que já tem estes defeitos. métodos adequados e produtos
- Superfície de base demasiado quimicamente compatíveis,
porosa dificulta o espalhamento seguindo as indicações dos
do produto na superfície. fabricantes, e respeitando
- Demasiadas passagens com a criteriosamente os tempos de
trincha. secagem entre demãos.
- Temperatura ambiente
demasiado elevada poderá
causar a rápida secagem antes
de efectuada a totalidade do
espalhamento.
- Uso de aditivos desadequados.
- Produto fora de prazo ou fora do
tempo de vida útil.
Opalescência Aspecto leitoso que por - Presença de humidade em Esperar que a película seque por
(blushing) vezes se desenvolve excesso durante a secagem da completo, efectuando a remoção
durante a secagem da superfície pintada, que absorve do revestimento, a preparação
película de um produto água e adquire um aspecto adequada da superfície e
de pintura transparente leitoso. executando a repintura, usando
e que é devido à - Utilização de solventes de produtos compatíveis e
humidade do ar e/ou à evaporação rápida, que respeitando os tempos de
precipitação de um ou condensam e cristalizam a secagem.
mais constituintes humidade durante a secagem da
sólidos do produto de película.
pintura transparente.
- Incompatibilidade físico-química
entre diferentes ligantes, podendo
originar a sua precipitação.
6
Patologia Descrição Causas Reparação
7
Patologia Descrição Causas Reparação
8
FICHA DE CONTROLO DE CONFORMIDADE NA EXECUÇÃO DE PINTURAS
Critério de
Nº Fase do processo Parâmetros Método A R Data
aceitação
1 Recepção dos materiais
Segundo caderno de encargos
1.1 Quantidade necessária Sim / Não
da obra
Fornecedor de tintas Segundo caderno de encargos
1.2 Sim / Não
previamente aprovado da obra
Embalagens seladas e Segundo caderno de encargos
1.3 Visual Sim / Não
intactas da obra
Segundo caderno de encargos
1.4 Prazo de validade suficiente Visual Sim / Não
da obra
Capacidade das embalagens
Segundo caderno de encargos
1.5 em concordância com o Visual Sim / Não
da obra
caderno de encargos
Certificar a presença de
1.6 todas as ferramentas Visual Sim / Não
indispensáveis
Segundo caderno de encargos
1.7 Primário adequado Sim / Não
da obra
Segundo caderno de encargos
1.8 Diluente adequado Sim / Não
da obra
Tintas de acabamento Segundo caderno de encargos
1.9 Sim / Não
adequadas da obra
2 Armazenamento
Local isento de luz solar Visual
2.1 Sim / Não
directa
Local com humidade relativa Medição HR < 80%
2.2
adequada
Altura de empilhamento não Visual
2.3 Sim / Não
excedida
3 Execução da tarefa
3.1 Condições Ambientais Temperatura ambiente Medição 5ºC > T > 35ºC
Humidade relativa Medição HR < 85%
Humidade da superfície Medição HS> 5%
Superfície exposta
Visual Sim / Não
directamente à luz solar
3.2 Preparação do suporte Seca Visual Sim / Não
Limpa Visual Sim / Não
Isenta de restos de tinta e
Visual Sim / Não
resíduos
Ausência de condensações Visual Sim / Não
superficiais
Colocação de isolamento
prévio em locais propícios à Visual Sim / Não
presença de humidade
Acabamento do suporte
Visual Sim / Não
conforme o projecto
3.3 Cor em concordância com a Visual
Inspecção da tinta na lata Sim / Não
amostra aprovada
Ausência de pele ou
Visual Sim / Não
espessamento
3.4 Preparação da tinta para Tinta homogeneizada Visual Sim / Não
aplicar Mistura correcta para tintas de Visual Sim / Não
vários componentes
Viscosidade adequada Visual Sim / Não
1
Critério de
Nº Fase do processo Parâmetros Método A R Data
aceitação
Técnica de aplicação da Utilização de ferramentas Visual
3.5 Sim / Não
tinta adequadas
Pintura executada de cima
para baixo e a última demão Visual Sim / Não
num só sentido
Bom espalhamento da tinta Visual Sim / Não
Rendimento obtido
semelhante ao esperado no Cálculo Sim / Não
projecto
Reparação das fissuras e Visual
3.6 Esquema de pintura
imperfeições
Sim / Não
Observações
2
Fotografias
Procedimento:
1. Esta ficha, juntamente com a respectiva Nota de Encomenda, deve ser entregue aos colaboradores responsáveis pela recepção dos
materiais e pela execução das operações.
5. Sempre que se detectem defeitos nos materiais, deve assegurar-se que são identificados de modo a prevenir a sua utilização.
VERIFICAÇÃO / CONTROLO