Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2/3
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.370/2016...................................................)
=====================================================================
passageiro, todos, ressalte-se, interessados no resultado do processo.
Não há no inquérito um relato sequer isento a descrever o evento e, dessa maneira,
o fato da navegação que aqui se caracterizou pela exposição a risco das vidas de bordo cuja
consequência foram as lesões corporais de natureza gravíssima sofridas por um passageiro não
teve sua causa determinante devidamente apurada, devendo, por este motivo, ser o processo
arquivado em seu nascimento e não se receber a representação.
Por fim, deve a Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá ser oficiada para
que aplique ao comandante da escuna “CIDADE DE MANGARATIBA”, Sr. Paulo de Almeida
Matos, as sanções do art. 24, do Decreto nº 2.596/98 (RLESTA) por não ter comunicado o fato
da navegação à Autoridade Marítima, dever imposto pelo art. 8º, inciso V, alínea “b”, da Lei nº
9.537/97 (LESTA).
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à natureza
e extensão do fato da navegação: exposição das vidas de bordo a risco com a amputação
traumática de duas falanges da mão direita de um passageiro a bordo de uma escuna; b) quanto à
causa determinante: não apurada com a devida precisão; c) decisão: não receber a representação
e julgar o fato da navegação constante do art. 15, alínea “e”, da Lei nº 2.180/54, como decorrente
de causas não devidamente apuradas, mandando arquivar o processo; e d) medidas preventivas e
de segurança: oficiar a Delegacia da CPRJ em Itacuruçá para que, na forma do art. 33, parágrafo
único da Lei nº 9.537/97, possa aplicar ao comandante da escuna as sanções previstas no art. 24
da mesma Lei, por ter deixado de comunicar o fato da navegação ocorrido a bordo de sua
embarcação.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 23 de novembro de 2017.