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1-
No período colonial, com a vinda da família real ao Brasil, o centro das ações sanitárias
era a cidade de Rio de Janeiro. Evidenciou-se a necessidade de se criar centros de formação de
médicos, visto como os primeiros praticamente não existiam. Ademais, tinha-se a necessidade de
se estabelecer um controle Sanitário Mínimo na capital do Império (Rio de Janeiro).
É válido frisar que o que demandava ações de saúde naquela época era o conjunto de
problemas que estavam relacionados de forma direta com interesses econômicos. Foi a partir
daquele período que se teve a criação do modelo assistencial sanitarista/campanhista que,
segundo Souza e Coletto (online), é "considerado o primeiro modelo de atenção no Brasil".
Oswaldo Cruz foi nomeado como diretor do Departamento Federal de Saúde Pública. Ele
criou um modelo de intervenção o qual é conhecido como sendo campanhista, por meio do qual
um "exército" de 1500 pessoas que eram basicamente "guardas sanitários" recorreram ao uso da
força para realizar atividades de desinfecção a fim de combater o mosquito vetor da febre amarela.
É importante salientar que a Lei Federal 1.261/1904 tornou obrigatória a vacinação contra a varíola.
Esse fato contribuiu para a ocorrência da Revolta da Vacina.
Foi a partir daqueles movimentos que os operários conseguiram conquistar alguns direitos
sociais. Acerca disso, em 1923 foi aprovada a Lei Elói Chaves em 1923, que representou o Marco
da Previdência social no Brasil, por meio da qual o Estado passou a assumir responsabilidades
com os trabalhadores, embora não tenha se envolvido diretamente com o financiamento das CAPS
(Caixas de Aposentadoria e Pensão). Sendo assim, os empregados de carteira assinada passaram a
ter acesso à assistência médica, a medicamentos por preço especial, dentre outros benefícios.
As Ações Integradas de Saúde (AIS) foram criadas em 1983 a fim de se formar um modelo
assistencial que envolvia o setor público por meio do ato de promover concomitantemente ações
curativas-preventivas e educativas.
A partir do movimento das Diretas Já, em 1985, no período de fim da Ditadura e da Nova
República, sucederam-se muitos movimentos sociais que resultaram na criação das Associações
dos Secretários de Saúde Estaduais (CONASS) ou municipais (CONASS). Saliente-se que foi por
meio da realização da VIII Conferência Nacional de Saúde em 1986 que foram estabelecidas os
fundamentos da reforma sanitária e o do SUDS, o qual era o Sistema Único Descentralizado de
Saúde. Naquela VIII Conferência, foram discutidos os ideais do SUS. O último (SUS) só foi
institucionalizado em 1988.
2-Antes da existência do SUS, a saúde que se tinha era caracterizada como sendo excludente e
contributiva, visto como só possuíam auxílios de saúde os que tinham condições de arcar com os
custos da medicina privada, assim como os que contribuíam com a previdência social. Enquanto
isso, restava a outra parte da população, menos favorecida economicamente, ser atendida nas
santas casas de misericórdia, ou seja, dependia de caridades de ações filantrópicas.
3-Os fatos históricos concernentes à saúde até o período da criação das IAPS foram evidenciados
na resposta da primeira questão, do primeiro até o sétimo parágrafo. Acresce que antes dos IAPS,
a política de saúde do estado não se encontrava estendida a todas as categorias do operariado
urbano, e sim a classes específicas, como a de ferroviários e a de marinheiros. É válido salientar
que o financiamento era realizado por empresas, ao invés de pelo Estado, visto como o último não
participava do financiamento das CAPS, já que o mesmo era bipartite.
5- A revolta da vacina foi marcada por uma manifestação popular que se sucedeu entre os dias 10
e 16 de novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro. Acerca do período da república, em que
se insere a revolta, o início da primeira foi marcado pelo desencadeamento de muitos conflitos e
mobilizações populares. A revolta foi ocasionada pelo fato que que o governo federal havia
tornado obrigatória a vacinação contra a varíola. Em seguida, foi imposta uma campanha de
vacinação no ano de 1904. A forma de implantação daquela campanha se deu de forma violenta e
autoritária, visto como se permitiu que as brigadas sanitárias, juntamente com policiais, entrassem
em casas e aplicassem a vacina à força nos moradores. A aprovação da Lei da Vacina Obrigatória
resultou na criação da Liga contra a Vacina Obrigatória. A população da época agrediu oficiais,
quebrou postes e estabelecimentos comerciais, dentre outras atrocidades.
6- Comentou-se a respeito das políticas sociais de saúde da República Velha, Era Vargas e da
Ditadura Militar na resposta da primeira questão, entre os parágrafos 3 e 11. No tocante à nova
república (1985-1988), fala-se sobre a mesma no último parágrafo da resposta da questão 1. No
tocante à pós-constituinte, no capítulo VIII da ordem social e na seção II da constituição Federal
de 1988, que faz alusão à saúde, determina-se no artigo 196 que: “A saúde é direito de todos e
dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua
promoção, proteção e recuperação.”. Tendo em vista os argumentos anteriores, com a
institucionalização do SUS o sistema único de saúde se tornou passou a ser organizada de forma
descentralizada, de forma que sejam promovidos atendimentos integrais de forma que se priorize
as atividades preventivas, sem prejudicar os serviços assistenciais. Ademais, o sistema de saúde
passou a envolver a participação da comunidade.
7- A lei de Eloy Chaves marca o primeiro momento em que o Estado admitiu que se promovessem
ações específicas para a classe trabalhadora, a qual se encontrava em péssimas condições
trabalhistas. Acerca disso, é importante frisar que, nesse período, a falta de garantia de direitos
trabalhistas resultou em movimentos operários, tais quais as greves gerais de 1917 e de 1919. As
CAPS eram por empresas ou instituições. Conferiam aos médicos benefícios tais quais o de possuir
assistência por acidente de trabalho; assistência médica para o empregado e família, dentre outros.
A primeira CAP surgida era voltada para atender os ferroviários, enquanto que a segunda era para
os marítimos.
8- As CAPS eram organizadas por empresa possuíam um financiamento bipartite. As IAPS, por
sua vez, eram organizadas por categoria profissional e financiadas de forma tripartite, visto como
incluía a participação do governo. Desse movo, a unificação das CAPS em IAPS representa um
fato marcante na história da previdência social do Brasil, já que só foi a partir da criação dos IAPS
que o governo assume a gestão financeira, ampliando os benefícios existente para outras categorias
profissionais do operariado urbano.
10- A VIII Conferência Nacional de Saúde foi a primeira em que houve participação popular. Ela
foi realizada no Congresso Nacional em 1986. Foi a partir daquele evento que as bases da reforma
sanitária foram determinadas, assim como as do SUDS (Sistema Único Descentralizado de Saúde).
É válido frisar que a reforma promovida pela VIII CNS foi mais que setorial, já que o movimento
sanitário surgiu junto com outros, que possuíam em comum com o primeiro, o intento de resgatar
a dívida social causada pela época da Ditadura Militar. Acresce que, na conferência, houve a
alteração das bases de organização das Conferências Nacionais de Saúde. Além disso, o conceito
de saúde foi ampliado, visto que aquele fator (saúde) passou a ser enxergado como um direito de
cidadania, além de como ser um dever do estado.
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