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Flávia Foreque; Matheus Leitão Art. 218-B. Submeter, induzir ou atrair à prostituição ou a
outra forma de exploração sexual alguém menor de dezoito
A presidente Dilma Rousseff sancionou na tarde des- anos ou que por enfermidade ou deficiência mental não tem
ta quarta-feira (21) lei que torna crime hediondo exploração o necessário discernimento para a prática do ato, facilitá-la,
sexual de crianças e adolescentes. A assinatura foi acompa- impedir ou dificultar que a abandone: pena – reclusão, de
nhada pelos criadores do “Proteja Brasil”, aplicativo que fa- quatro a dez anos. § 1o Se o crime é praticado com o fim de
cilita denúncias de violência contra aquele público. “É um obter vantagem econômica, aplica-se também uma multa. §
recrudescimento da penalização e tem sempre o efeito de 2o Incorre nas mesmas penas: I – quem pratica a conjunção
colocar temeridade a quem pratica esse tipo de crime”, disse carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de dezoito
a ministra Ideli Salvatti (Direitos Humanos). Esse texto tor- e maior de catorze anos na situação descrita no caput deste
na tal crime inafiançável e foi aprovado pelo Congresso na artigo; II – proprietário, gerente ou responsável por local em
semana passada. Quem for condenado pela prática também que se verifiquem as práticas referidas no caput deste artigo.
será impedido de obter anistia, graça ou indulto. O condena- § 3o Na hipótese do inciso II do § 2o constitui efeito obriga-
do por esse crime terá que cumprir um período maior no re- tório da condenação a cassação da licença de localização e
gime fechado para poder pleitear a progressão da pena. Se de funcionamento do estabelecimento.
for réu primário, deverá cumprir, no mínimo, 2/5 do total da
pena. Se for reincidente, será necessário sofrer 3/5 da pena (“Código Penal”. In: Vade mecum acadêmico de Direito.
antes de pedir a mudança no regime. A pena prevista é de São Paulo: Rideel, 2009, p. 347)
quatro a dez anos de reclusão. Também estarão sujeitos a tal
condenação quem facilitar a prática de exploração ou impe- Estatuto da Criança e do Adolescente
dir que uma vítima consiga escapar do cometimento do cri-
me. Enquadram-se nesse quesito donos ou gerentes de bor- Título IV
déis em que ocorrem prostituição. Quem for flagrado prati- Das Medidas Pertinentes aos Pais ou Responsável
cando sexo com menores de idade que estejam se prostituin-
do também poderá responder por crime hediondo. Não hou- Art. 130. Verificada a hipótese de maus-tratos, opressão ou
ve vetos ao texto. A ministra da Secretaria de Direitos Hu- abuso sexual impostos pelos pais ou responsável, a autori-
manos reconheceu que o Congresso teve a “sensibilidade de dade judiciária poderá determinar, como medida cautelar, o
votar [sobre o texto] antes da Copa”. Ela ponderou, porém, afastamento do agressor da moradia comum. Parágrafo úni-
que o Brasil já possui grandes eventos que demandam aten- co. Da medida cautelar constará, ainda, a fixação provisória
ção sobre o tema. “Se você pegar o Carnaval do Rio, Salva- dos alimentos de que necessitem a criança ou o adolescente
dor, festas juninas, o Brasil tem inúmeros grandes eventos dependente do agressor.
que movimentam milhões de pessoas, e você terá uma rede
estruturada para agir em conjunto. É um grande legado que Art. 240. Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou
teremos para depois da Copa” disse a ministra em referência registrar, por qualquer meio, cena de sexo explícito ou por-
ao “Disque 100”, que recebe denúncias por meio de ligações nográfica, envolvendo criança ou adolescente: pena – reclu-
telefônicas, além do aplicativo “Proteja Brasil”. são, de quatro a oito anos, e multa. § 1o Incorre nas mesmas
penas quem agencia, facilita, recruta, coage, ou de qualquer
(Folha de S. Paulo, “Cotidiano”, 21.05.2014) modo intermedeia a participação de criança ou adolescente
nas cenas referidas no caput deste artigo ou ainda quem com
Código Penal esses contracena. § 2o Aumenta-se a pena de um terço se o
agente comete o crime: I – no exercício de cargo ou função
Título VI pública ou a pretexto de exercê-la; II – prevalecendo-se de
Dos crimes contra a dignidade sexual relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade; ou
Capítulo II III – prevalecendo-se de relações de parentesco consanguí-
Dos crimes sexuais contra vulnerável neo ou afim até o terceiro grau, ou por adoção, de tutor, cu-
rador, preceptor, empregador da vítima ou de quem, a qual-
Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar ato libidinoso quer outro título, tenha autoridade sobre ela ou com seu con-
com menor de catorze anos: pena – reclusão, de oito a quin- sentimento.
ze anos. § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações
descritas no caput com alguém que por enfermidade ou Art. 241. Vender ou expor à venda fotografia, vídeo ou ou-
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tro registro que contenha cena de sexo explícito ou porno- ção dos órgãos genitais de uma criança ou adolescente para
gráfica envolvendo criança ou adolescente: pena – reclusão fins primordialmente sexuais.
de quatro a oito anos e multa.
Art. 244-A. Submeter criança ou adolescente, como tais de-
Art. 241-A. Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, dis- finidos no caput do art. 2o desta Lei, à prostituição ou à ex-
tribuir, publicar ou di-vulgar por qualquer meio, inclusive ploração sexual: pena – reclusão de quatro a dez anos e mul-
por meio de sistema de informática ou telemático, fotogra- ta. § 1o Incorrem nas mesmas penas o proprietário, o gerente
fia, vídeo ou outro regis-tro que contenha cena de sexo ex- ou o responsável pelo local em que se verifique a submissão
plícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescen- de criança ou adolescente às práticas referidas no caput des-
te: pena – reclusão de três a seis anos e multa. § 1o Nas mes- te artigo. § 2o Constitui efeito obrigatório da condenação a
mas penas incorre quem: I – assegura os meios ou serviços cassação da licença de localização e de funcionamento do
para o armazenamento das fotografias, cenas ou imagens de estabelecimento.
que trata o caput deste artigo; II – assegura, por qualquer
meio, o acesso por rede de computadores às fotografias, ce- (CASA CIVIL. Estatuto da criança e do adolescente. Dis-
nas ou imagens de que trata o caput deste artigo. § 2o Con- ponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil. Acesso a 07
dutas tipificadas nos incisos I e II do § 1 o deste artigo são out. 2014)
puníveis quando o responsável legal pela prestação do servi-
ço, oficialmente notificado, dei-xa de desabilitar o acesso ao
conteúdo ilícito de que trata o caput deste artigo.