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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

ADRIANA RAMOS MARTINS

MEMORIAL DO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO


SERVIÇO SOCIAL

Mato Verde/MG
2014

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ADRIANA RAMOS MARTINS

MEMORIAL DO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO


SERVIÇO SOCIAL

Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná -


UNOPAR, para as disciplinas Gestão Social; Serviço
Social, Terceiro Setor e Oficina de Formação; Pesquisa
Social; TCC como requisito parcial para a obtenção nota
para o curso de Bacharelado em Serviço Social.

Orientador: Prof.ª Amanda Boza; Clarice Kernkamp,


Rodrigo Sambon.

Mato Verde/MG
2014

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 04

DESENVOLVIMENTO .............................................................................................. 07

CONCLUSÃO ........................................................................................................... 08

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 09

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INTRODUÇÃO

Neste trabalho será analisado o histórico do Serviço Social enquanto


profissão, já que em tempos primórdios era utilizada como simples caridade ao
pobre e carente pelos mais ricos. Por muito tempo o Serviço Social sofreu influência
da igreja católica, até suas primeiras escolas tinham participação do catolicismo,
mas atualmente tudo está diferente, existem outras classificações e novas funções
para o Serviço Social.
Pretende-se discutir nuances que cercam o processo de
institucionalização da profissão debatendo além do exposto acima a questão da
profissão na contemporaneidade, onde se observará que apesar de o profissional ter
vencido vários desafios para sua aceitação, ainda precisa de muito suporte e
atualização para que seu trabalho tenha efetividade frente à uma sociedade
seriamente marcada pelos diversos problemas sociais.

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DESENVOLVIMENTO

Desde seus primórdios o assistente social sempre esteve à procura


de uma especificidade e campo de atuação, uma vez que esteve entre problemas
políticos e sociais no seu início. Foi usado por burgueses e religiosos da Igreja
Católica, onde buscavam atender somente seus próprios interesses, alienando e
subjugando o proletariado, fazendo doações a aqueles que não tinham condição de
vida adequada.
O Serviço Social é uma profissão de nível superior. Pode ser
exercida exclusivamente por profissionais diplomados em instituições de ensino
superior, reconhecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e devidamente
registrados no Conselho Regional de Serviço Social (CRESS). A pessoa formada no
curso de Serviço Social é denominada de assistente social. É uma profissão de
caráter sócio-político, crítico e interventivo. O assistente social utiliza-se do
instrumental científico multidisciplinar das Ciências Humanas e Sociais para análise
e intervenção nas diversas refrações da questão social. Por questão social,
entendemos o conjunto de desigualdades que se originam do antagonismo entre a
socialização da produção e a apropriação privada dos frutos do trabalho.
Historicamente, as mobilizações da sociedade civil receberam
diferentes tratamentos. No período anterior a 1930, os movimentos sociais eram
tratados como “caso de polícia”, com forte repressão. As manifestações ocorridas no
período de 1930 a 1964 ficaram conhecidas como populismo e elas reivindicavam a
reforma de base e melhores condições de vida para a classe trabalhadora do campo
e da cidade. Antes de 1964, com alguns setores sindicais e a esquerda tradicional, o
Estado passou a intervir na relação capital e trabalho, de maneira fragmentada e
seletiva, deixando de fora os trabalhadores rurais e os do setor informal.
Posteriormente a 1964, no período ditatorial, a atuação das camadas populares no
âmbito econômico, político e cultural sofreu restrições redefinindo, portanto, o Estado
e sua relação com a sociedade.
Neste embate surgiu o Serviço Social, do antagonismo entre os
interesses da classe trabalhadora assalariada e da burguesia, tendo como
norteadora as formas confessional e laica, que surgem da aliança entre as forças do
Estado, Capital e Igreja, garantindo assim não só uma abordagem teórica e prática
da profissão, como também as estratégias ideológicas de gestão dos movimentos

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sociais.
O Portal Educação (2014) destaca que o serviço social nasce no
Brasil, na terceira década do século XX, em resposta à evolução do capitalismo, sob
a influência europeia, como fruto direto de vários setores particulares da burguesia
fortemente respaldados pela Igreja Católica. Nessa década, o Brasil vivia um
processo incipiente de industrialização de importações, num contexto de capitalismo
dependente e agroexportador. No período de 1930 a 1935, o governo brasileiro sofre
pressões da classe trabalhadora, que é então controlada através da criação de
organismos normatizadores e disciplinares das relações de trabalho, em especial
através do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio.
A primeira escola de Serviço Social no Brasil é datada de 1936 em
São Paulo é foi coordenada por Albertina Ferreira Ramos e Maria Kiehl. Ambas
eram sócias do Centro de Estudos de Ação Social vinculado a Igreja Católica. Neste
centro eram organizados cursos de qualificação para organizações leigas no
catolicismo, adequando política e ideologicamente a classe operária.
As instituições assistenciais que surgem após o fim da Primeira Guerra Mundial
possuem uma diferenciação face às atividades tradicionais de caridade, aquela
imagem de mocinha boazinha deixa de existir e abre espaço para um profissional
capacitado que tenha cursado o nível superior. Contam com um aporte de recursos
e contatos em nível de Estado que lhes permite o planejamento de obras
assistenciais de maior envergadura e eficiência técnica.
O Serviço Social serve a toda população, principalmente os que
vivem em situação de vulnerabilidade social, que não possuem condição de
reivindicar seus direitos. Homens, mulheres, crianças, idosos, todos tem direito e o
assistente social está para defender esses direitos.
São deveres do Assistente Social nas suas relações com os
usuários: discutir com os usuários seus direitos e os mecanismos a serem adotados
na sua efetivação e em novas conquistas; refletir com os usuários os limites de sua
atuação profissional no sentido de dimensionar as possibilidades reais de sua
prática no encaminhamento das lutas conjuntas, bem como identificar os
mecanismos de superação dos mesmos; contribuir para que os usuários utilizem os
recursos institucionais como um direito conquistado pela classe trabalhadora.
O profissional do Serviço Social está presente em várias áreas como
saúde, habitação, lazer, assistência, justiça, previdência, educação, dentre outras. O

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Assistente Social está capacitado, sob o ponto de vista teórico, político e técnico, a
investigar, formular, gerir, executar, avaliar, e monitorar políticas sociais, programas
e projetos nas áreas de saúde, educação, assistência e previdência social,
empresas, habitação, e outros.
Realiza consultorias, assessorias, capacitação, treinamento e
gerenciamento de recursos; favorece o acesso da população usuária aos direitos
sociais. O profissional do Serviço Social trabalha em instituições públicas, privadas,
em organizações-não-governamentais (ONG) e junto aos movimentos populares
para conquista e/ou manutenção de direitos.
O trabalho do assistente social tem como objetivo visar e garantir
direitos e assistência para a população desprevenida, fazendo isso por meio de
políticas sociais, de forma organizada e planejada, lutando contra os problemas das
injustiças que podem afetar os desamparados socialmente. A profissão é
regulamentada no Brasil pelo Conselho Federal de Serviço Social e seus respectivos
Conselhos Regionais. Regularmente são realizados concursos para assistente social
para o preenchimento de vagas de emprego em administrações públicas.
Na contemporaneidade o assistente social é desafiado a todo o
momento a lutar contra as graves mazelas sociais e para isso é preciso acima de
tudo que o mesmo se atualize, saiba o que está passando ao seu redor, tenham um
bom conhecimento de informática e se possível que saiba outras línguas para ser
um profissional completo.
O capitalismo exacerbado, o consumismo desenfreado e as
desigualdades sociais, inovação tecnológica como forma de desemprego. Mais uma
vez este tempo traz como desafio ao assistente social a luta dos trabalhadores por
sobrevivência, estando cada vez mais difícil um trabalho estável.
Pois o assistente social hoje irá formular e participar das políticas públicas, bem
como irá atuar na gestão das políticas sociais.
Um profissional que rompe com a rotina institucional e busca
aprender o movimento das realidades para detectar tendências e possibilidades de
inovações que podem ser impulsionadas pelo assistente. Enfatizo que não é através
de mágicas que se resolvem todos os problemas sociais vistos, mas é com muito
trabalho e dedicação que com o tempo será alcançado o objetivo de melhoria, com
intenção de amenizar ou até erradicar com a desigualdade social.
É sempre importante lembrar-se de evitar o fatalismo histórico, onde

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a realidade já estaria definida na historia, isto traz certa acomodação dando a
profissão uma mediocridade profissional. Outro aspecto a ser totalmente evitado é o
messianismo profissional que mostra o assistente como o alavancador de todas as
mudanças sociais, que tem a intenção de salvar o mundo, pois não é nada simples e
talvez não realizável, o melhor é trabalhar de forma concentrada na realidade e nas
condições dispostas.

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CONCLUSÃO

Conclui-se frente a tudo o que foi abordado no presente estudo que


a institucionalização da profissão de assistente social foi um processo moroso, mas
que pode ganhar uma dinâmica diferenciada nos últimos anos. É imprescindível ao
profissional ter foco na sua importância e no quanto ele pode mudar a questão social
do país.
Segundo Iamamoto, a Questão Social pode ser definida como: O
conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que
têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-
se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém
privada, monopolizada por uma parte da sociedade.
Na contemporaneidade o assistente social ganhou nos centros de
referência um foco de atuação muito importante, uma vez que juntamente aos
diversos profissionais necessários a um trabalho interdisciplinar como psicólogos,
enfermeiros e educadores físicos, podem atuar de forma mais abrangente e efetiva
nas cidades como um todo, o que acaba sendo algo bastante importante para
vencer as mazelas sociais que se apresentam.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. LEI Nº 8662 de 07 de junho de 1993. Dispõe sobre a profissão de


assistente social e dá outras providências. Brasília, 1993.

IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço Social na Contemporaneidade: trabalho e


formação profissional/ Marilda Villela Iamamoto. – 21. Ed. – São Paulo, Cortez,
2011, p. 19.

NETTO, José Paulo. Capitalismo Monopolista e Serviço Social. 2º ed., São Paulo:
Cortez, 1992.

PORTAL EDUCAÇÃO. A origem do serviço social. Disponível em <


http://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/24941/a-origem-do-servico-
social> Acesso em outubro de 2014.

VASCONCELOS, A. M. A prática do Serviço Social – Cotidiano formação e


alternativas na área da saúde. 2.ed. São Paulo: Cortez, 2003.

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