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Jesus Marlinaldo de Medeiros [1], Bruno Soares de Oliveira Lopes [2], Jesarela Merabe
Silva Freire [3], João Paulo de Lima Silva [4], Fernando César de Abreu Viana [5], Márcio
Gomes da Silva [6], Andrei Hudson Guedes Braga [7]
[1]jesus_medeiros@yahoo.com.br; [2]brunosoarez@yahoo.com; [3]jesarela-msf@hotmail.com; [4]joão.paulo_1080@hotmail.com;
[5]fernandoviana@globo.com. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB Câmpus Cabedelo.
[6] mgcefet@gmail.com. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB Câmpus João Pessoa.
[7] andrei_projetos@yahoo.com.br. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – IFPE Câmpus Ipojuca.
Resumo
Abstract
The adsorptive evaporative air-conditioning system works with the dehumidification of outside air forcing it to
go through an adsorbent material, where part of the water steam is retained and the air, which is almost dry,
gets humidified through evaporative coolers to reduce its temperature. The adsorptive dehumidifier used about
4.4 kg in silica gel with a diameter ranging from 2 to 5 mm of a wire mesh structure, which ensures higher
stiffness and better silica distribution and air circulation. An electric heater regenerated the silica gel with an
imposed airflow for a 4-hour period. The commercial air conditioner, which is an evaporative cooler, was tested
with synthetic and natural evaporative fibers. Results showed that depending on the evaporative panel there is
an increased pressure drop in the flow causing a decrease in speed, compromising the device’s performance.
The entire system was tested by checking that the dehumidifier reduced the moist ratio of the airflow, but the
increase in air temperature associated to the adsorption heat compromised the performance of the prototype.
Therefore, to achieve thermal comfort with adsorptive evaporative conditioner it will be necessary to cool the
air afterwards with the dehumidifier by using the water circulation of the air conditioner.
ratura inferior à sua temperatura de orvalho e parte condições climáticas, mostrando que os sistemas de
do vapor de água da mistura se condensa, reduzindo resfriamento evaporativo têm um potencial muito
a temperatura de bulbo seco e a razão de umidade. grande para propiciar conforto térmico e ainda po-
A desumidificação por adsorção é um processo dem ser usados como uma alternativa aos sistemas
em que o vapor de água é adsorvido por um material convencionais em regiões onde a temperatura de
adsorvente, provocando, no fluxo de ar, aumento da bulbo úmido é inferior a 24ºC.
temperatura de bulbo seco e redução da razão de Carossi (2006) desenvolveu um método matemá-
umidade. tico para mapear regiões brasileiras com potencial de
O resfriamento adsortivo evaporativo consiste utilizar sistemas de resfriamento evaporativo no con-
na desumidificação do ar externo (atmosférico), for- dicionamento de ar ambiente. O climatizador evapo-
çando-o a passar através de um material adsorvente, rativo utilizado tinha capacidade de resfriar ambientes
onde parte do vapor de água é retido e o ar tem sua de até 50 m². Os mapas climáticos das temperaturas
razão de umidade reduzida, saindo menos úmido. e das umidades relativas do ar foram sobrepostos e
Em seguida, esse ar é umidificado por resfriadores possibilitaram a caracterização das regiões onde as
evaporativos para reduzir sua temperatura e, conse- condições do ar estariam dentro de valores passíveis
quentemente, realizar a climatização do ambiente. de utilização de sistema de resfriamento evaporativo.
A tecnologia adsortiva evaporativa vem sendo Heidarinejad e Bozorgmehr (2007) modelaram
aplicada com sucesso na climatização de ambientes um sistema com Resfriamento Evaporativo Direto
em diversos países no mundo, faltando o domínio e a (RED) e outro com Resfriamento Evaporativo Indireto
difusão dessa tecnologia no Brasil. (REI). Esses modelos foram obtidos a partir das equa-
ções que regem a transferência de calor e massa. Fa-
1. 2 Revisão bibliográfica tores que afetam a eficiência de resfriamento evapo-
rativo, tais como taxas de fluxo de massa, geometria
Em relação ao resfriamento evaporativo para
e configuração de fluxo de ar, foram considerados. Os
conforto térmico, Castro e Pimenta (2004) simularam
resultados para condições típicas de algumas cidades
a transferência de calor e massa em painéis de con-
iranianas mostraram que a eficiência de resfriamento
tato ar-água – usados em sistema de Resfriamento
evaporativo depende do fluxo mássico de ar e do
Evaporativo Direto (RED) – por meio de modelos
espaçamento entre placas de passagens úmidas e
matemáticos e correlações empíricas, com o intuito
secas.
de comparar os dados obtidos nas simulações com
Rawangkul et al. (2008) avaliaram a eficiência de
os dados do fabricante para determinar a eficiência
resfriamento de painéis fabricados a partir das fibras
de resfriamento e a perda de carga. Os autores ob-
de coco (Cocos nucifera Linnaeus) em sistema de
servaram uma boa concordância entre os resultados
resfriamento evaporativo. Dois painéis com configu-
obtidos e os dados do fabricante, validando o modelo
rações diferentes foram fabricados a partir das fibras
de transferência de calor e massa.
do mesocarpo do coco e testados experimentalmen-
Alodan e Al-Faraj (2005) estudaram uma nova al-
te, e os dados obtidos foram comparados com os de
ternativa de painel evaporativo, fabricado com folhas
painéis de Celulose Rígida Corrugada (papel Kraft). Os
de metal galvanizado. O painel proposto possuía fo-
efeitos do coeficiente de transferência de calor, da ve-
lhas em forma de zigue-zague alinhadas verticalmen-
locidade do ar, da queda de pressão e da eficiência de
te, com distanciamento entre as folhas em torno de
resfriamento foram examinados de forma criteriosa.
7,5 mm. O estudo utilizou espessuras do painel de 15
A velocidade do ar de suprimento foi controlada na
cm, 30 cm e 45 cm. Para as condições mais severas
faixa de 1,88 m/s a 2,79 m/s. Os resultados revelaram
de temperatura de bulbo seco do ar externo, a média
que a eficiência de resfriamento dos painéis de fibra
de eficiência do resfriamento evaporativo foi de 76%,
de coco ficou em torno de 35% e 50%, respectiva-
86% e 88%, para os painéis evaporativos com profun-
mente, e a dos painéis de Celulose Rígida Corrugada
didades de 15 cm, 30 cm e 45 cm, respectivamente.
ficou em torno de 47%. A queda de pressão estática
Camargo, Ebinuma e Cardoso (2006) descrevem
para os dois tipos de arranjos de fibra de coco ficou
três métodos para avaliar a eficiência do resfriamento
em torno de 1,5 Pa e 5,1 Pa.
evaporativo aplicado ao conforto térmico humano
Wu, Huang e Zhang (2009) investigaram a trans-
em regiões tropicais e equatoriais. Esses métodos
ferência de calor e massa entre o ar e a água em um
foram testados na cidade de Brasília, em diferentes
resfriador evaporativo direto com superfície molhada, de calor e massa entre o ar úmido e um adsorvente
propondo uma correlação para determinar a efetivi- (sílica-gel), obtendo resultados numéricos que, com-
dade de resfriamento em função da velocidade do ar parados a dados experimentais, apresentaram um
e da espessura do painel evaporativo. Os resultados desvio em torno de 7%.
gerados foram validados com dados experimentais, Hamed, Abd El Rahman e El-Emam (2010)
apresentando um bom ajuste e possibilitando sua investigaram experimentalmente as características
utilização como ferramenta no projeto desse equipa- de adsorção e dessorção em leito de sílica-gel para
mento. avaliar os efeitos dos parâmetros de entrada do ar
Fouda e Melikyan (2011) estudaram a transfe- no desempenho do sistema. Eles observaram que a
rência de calor e massa entre o ar e a água em um umidade relativa do ar de entrada tem efeito signifi-
resfriador evaporativo direto com superfície molhada, cativo na taxa de adsorção do leito adsortivo e que,
utilizando um modelo matemático para resolver o no processo de dessorção, a retirada de vapor de
sistema de equações da continuidade, da quantidade água do leito adsortivo depende da temperatura de
de movimento, da energia e da concentração do ar regeneração.
através da discretização das equações via método Em relação aos sistemas adsortivos evaporativos
das diferenças finitas. Os resultados obtidos foram empregados para condicionamento de ar, Kodama et
validados com dados experimentais disponíveis na al. (2003) propuseram e investigaram experimental-
literatura e apresentaram um bom ajuste. Foi analisa- mente dois novos sistemas de resfriamento desse-
da a influência da velocidade e da temperatura do ar cante para climas úmidos. O primeiro sistema testado
de entrada e da espessura do painel evaporativo para utilizou um ciclo de quatro rotores com duplo estágio
determinar o desempenho do equipamento. de desumidificação. Eles obtiveram um COP de 0,30
Santos et al. (2011) estudaram a transferência de para condições de umidade absoluta ambiente de até
calor e massa entre o ar e a água em um lavador de ar 20g/kg, mas com alto custo inicial. O segundo sistema
aplicado no resfriamento evaporativo direto, utilizan- testado utilizou três rotores: um rotor regenerativo,
do uma solução analítica que leva em consideração a um rotor dessecante e um rotor entálpico. Nesse
resistência térmica na película líquida e a variação de sistema, eles obtiveram um discreto melhoramento
propriedades do ar e da água. Os resultados obtidos no COP para 0,33, mas com a vantagem de um custo
apresentaram excelente concordância com resulta- inferior.
dos disponíveis na literatura. Foram observadas as Ruivo, Figueiredo e Costa (2004) obtiveram a
influências da temperatura, da razão de umidade, resposta dinâmica de um sistema dessecante par-
da velocidade do ar do lavador e da temperatura da tindo de certa condição inicial até atingir o regime
água no desempenho do equipamento. permanente. Eles utilizaram um modelo de equilíbrio
Sheng e Agwu Nnanna (2012) analisaram a influ- instantâneo na modelagem do rotor dessecante,
ência da velocidade e da temperatura do ar e da tem- faltando-lhes resultados experimentais para melhora-
peratura da água no desempenho de um resfriador mento e validação do modelo empregado.
evaporativo a partir de dados experimentais, obtendo Heidarinejad e Pasdarshahri (2011) estudaram
uma correlação empírica. Os resultados mostraram o potencial do uso do sistema adsortivo evaporativo
que o rendimento do equipamento melhora com o para várias cidades do Irã, através de um modelo
aumento da temperatura de entrada do ar, a dimi- híbrido, obtendo resultados numéricos com dados
nuição de sua velocidade e a redução da temperatura experimentais. Eles concluíram que os sistemas
da água. dessecantes são mais eficientes que os resfriadores
Em relação à desumidificação adsortiva, Inaba, evaporativos diretos e indiretos em regiões de clima
Seo e Horibe (2004) investigaram numericamente um quente e úmido.
leito de sílica-gel exposto a um fluxo de ar úmido para No Brasil, os trabalhos que utilizam a tecnologia
determinar a quantidade de vapor de água adsorvida dessecante envolvendo a refrigeração adsortiva, o
levando em consideração os efeitos da temperatura, resfriamento evaporativo e os sistemas de condicio-
da velocidade e da umidade relativa do ar na entrada namento de ar são apresentados a seguir.
do leito e o diâmetro das esferas de sílica-gel. Santos (2005) estudou a utilização de insumos al-
Yuan et al. (2008) propuseram um modelo ma- ternativos em um sistema de condicionamento de ar
temático para descrever o processo de transferência ecoeficiente, composto por um sistema evaporativo-
troca de calor entre os fluidos. Foi introduzida uma Figura 3 – Diagrama esquemático do aquecedor
tela metálica envolvendo o painel evaporativo para resistivo/desumidificador adsortivo
melhorar a troca térmica entre o ar e a água. Simulta-
neamente, o ventilador siroco provoca o escoamento
de ar, resultando no resfriamento do ar com elevação
da umidade relativa. Para diminuir as perdas de ca-
lor da água resfriada, foi introduzido um isolamento
térmico de isopor no reservatório de armazena-
mento. Os sensores Tar1, Tar2, Tar3 e Tar4 medem
as temperaturas, respectivamente, na entrada do
climatizador e em três posições verticais na saída do
climatizador, após o ventilador; os sensores Tágua,
Tágua1 e Tágua2 medem as temperaturas dentro do
reservatório de água e nas partes superior e inferior
do painel evaporativo, respectivamente; os sensores
Tpainel1 e Tpainel2 medem as temperaturas no centro
do painel evaporativo; os sensores Tpós1 e Tpós2 medem
as temperaturas após o painel evaporativo; e os sen- Fonte: elaborada pelo autor.
sores UR1 e UR2 medem a umidade relativa do ar na
entrada e na saída do climatizador, respectivamente. O diagrama esquemático da Figura 4 representa
A Figura 3 mostra um diagrama esquemático o sistema adsortivo evaporativo, mostrando o ven-
do aquecedor elétrico para regeneração e do de- tilador, o desumidificador adsortivo e o climatizador
sumidificador adsortivo e os pontos de medição de evaporativo e os pontos de medição de temperaturas
temperaturas do ar no equipamento formando o do ar no equipamento formando o experimento. Os
experimento. Os sensores T1b, T2b, T3a e T4a me- sensores T1a e T2a medem as temperaturas no ven-
dem as temperaturas dentro do desumidificador; os tilador e na entrada do desumidificador; T3a e T4a
sensores T1a e T2a medem as temperaturas dentro medem as temperaturas dentro do desumidificador
do aquecedor; os sensores T3b e T4b medem as tem- preenchido de sílica-gel granular; enquanto TI e URI
peraturas na saída do desumidificador e no ambiente, e TII e URII medem a temperatura e umidade relativa
respectivamente; já os sensores TI, URI, TII e URII do ar na entrada e saída do climatizador, respectiva-
medem a temperatura e a umidade relativa do ar na mente.
entrada do ventilador e na saída do desumidificador,
respectivamente. Figura 4 – Diagrama esquemático do
sistema adsortivo evaporativo
Figura 2 – Diagrama esquemático
do climatizador de ar
Tabela 1 – Medição de velocidade para cada tipo de painel evaporativo testado no climatizador
Tipo painel Função umidificar Velocidade 1 (m/s) Velocidade 2 (m/s) Velocidade 3 (m/s)
Seção Seção Seção Seção Seção Seção
inferior superior inferior superior inferior superior
Sem painel desligado 5,0 5,2 6,0 6,2 6,5 7,0
Malha galvanizada desligado 4,3 5,0 4,7 5,4 5,2 5,8
ligado 4,3 5,0 4,7 5,4 5,2 5,8
Painel sintético desligado 5,0 5,0 5,5 5,5 6,2 6,2
ligado 4,9 4,9 5,4 5,4 6,0 6,0
Fibra natural desligado 4,7 5,2 5,3 5,8 5,8 6,2
ligado 4,0 4,5 5,0 5,3 5,6 5,8
Pano 100% viscose desligado 2,9 5,5 3,2 6,0 3,6 6,4
ligado 2,3 4,5 2,4 4,7 2,6 5,0
desligado 4,2 4,8 4,6 5,2 4,9 5,6
Malha 100% poliéster
ligado 2,7 4,8 2,9 5,2 3,2 5,6
Fonte: dados da pesquisa.
Temperatura [ 0C]
T água2
T pós1
28
T pós2
T ar_ent
26
T água
T ar1
T ar2
27
T ar3
25 T ar4
26
24
0 30 60 90 120
0 20 40 60 80 100 Tempo [min]
Tempo [min]
T água2
26 T pós1
T pós2
T ar_ent
T água
25 T ar1
T ar2 18
T ar3
T ar4
24
23
A Figura 10 ilustra o comportamento para o vel2 – média; e c) vel3 – alta, conforme operação do
perfil de temperatura do ar, da água e sobre o painel equipamento. Observa-se resfriamento do ar de saí-
evaporativo vegetal, similar ao obtido com o painel da em todas as velocidades devido à evaporação da
evaporativo sintético. água. Observa-se, ainda, que a melhor condição de
Na Figura 11, é apresentado o perfil de tem- redução de temperatura ocorre na menor velocidade,
peratura na entrada e na saída do climatizador significando que o tempo de permanência do ar na
comercial, ao longo do tempo, utilizando o painel superfície do painel evaporativo interfere na taxa de
evaporativo sintético, com a variação de velocidade evaporação da água.
de escoamento em três condições: a) vel1 – baixa; b)
Temperatura [ 0C]
velocidade. Com essa baixa taxa de evaporação da
água no painel, não se produz um grande resfria- 29
de de 18 gágua/kgar seco. Ao ligar o aquecedor elétrico, kgar seco e diminuiu para 8 gágua/kgar seco, pois parte do
observou-se que o fluxo de ar aqueceu rapidamente vapor de água foi removida do ar úmido para dentro
em 10 minutos, com temperaturas de 80°C e 43°C da sílica-gel em 10 minutos. Em torno de 210 minu-
na entrada e na saída do desumidificador, respecti- tos, a sílica-gel ainda não havia saturado totalmente,
vamente. Posteriormente, o aumento da temperatu- alcançando em torno de 13,5 gágua/kgar seco.
ra no leito ficou mais lento, atingindo 55°C em 100
minutos e 65°C em 210 minutos. Já a temperatura Figura 15 – Perfis de temperatura e razão
do ar na entrada do desumidificador permaneceu em de umidade no leito desumidificador
torno de 27°C e na saída do desumidificador atingiu 125
Temperaratura I
30
Temperatura [0C]
85
do desumidificador (URII) partiu de 16 gágua/kgar seco e
aumentou rapidamente para 29 gágua/kgar seco, pois par-
te do vapor de água presente na sílica-gel dentro do 65
12
suflamento na entrada do climatizador. O aquecedor, sistiu apenas o efeito evaporativo, e também porque
utilizando resistências elétricas e miniventiladores, a sílica-gel estava quase saturada.
atingiu altas temperaturas rapidamente. O desumi- Em relação à razão de umidade na entrada do
dificador utilizou internamente uma estrutura tubular ventilador (URI), observou-se uma diminuição de 20
de PVC, com telas metálicas fixadas com rebites de gágua/kgar seco para 19,5 gágua/kgar seco, devida ao insufla-
alumínio e preenchidas de sílica-gel – essas telas mento do ventilador, e posteriormente uma oscilação
metálicas garantiram a permanência das esferas de para mais e para menos, lentamente retornando
sílica-gel numa determinada posição. O caminho à condição de 19,5 gágua/kgar seco, após cerca de 110
percorrido pelo fluxo de ar no desumidificador fez minutos. Já a razão de umidade na saída do desumi-
uma movimentação em “S” para maximizar a área dificador (URII) instantaneamente partiu de 19,5 gágua/
de contato com a sílica-gel e o tempo de contato ar/ kgar seco, diminuiu para 18 gágua/kgar seco, depois ganhou
adsorvente. Entretanto, a regeneração do leito de umidade da água evaporada no climatizador até al-
sílica-gel dentro do desumidificador aconteceu de for- cançar em torno de 20 gágua/kgar seco após cerca de 110
ma lenta, consumindo muita energia elétrica. Imedia- minutos.
tamente à regeneração da sílica-gel, o aquecedor foi
desligado e o desumidificador foi lacrado para resfriar Figura 17 – Perfis de temperatura e
o leito de sílica-gel, mantendo a vedação para evitar razão de umidade no sistema completo
a migração de vapor de água do ar externo para o com leito parcialmente regenerado
leito regenerado. Só após o resfriamento do leito de 31 21
22
Na Figura 17, é mostrado o comportamento do
Temperatura [0C]
Temperatura 2a Tar2
Inicialmente, na entrada do ventilador, a temperatura 7
Temperatura 3a Tar3
Temperatura 4a Tágua1
estava em torno de 30°C com razão de umidade de
20 gágua/kgar seco. Ao ligar o ventilador, observou-se que 4 17
0 30 60 90 120
o fluxo de ar, ao entrar em contato com a sílica-gel, Tempo [min]
40
entrada deumidificador
saida desumidificador
entrada desumidificador
saida desumidificador 20
Nos diversos ensaios, utilizando apenas o resfriador
entrada umidificador
saida umidificador
entrada umidificador
saida umidificador
evaporativo, a temperatura de bulbo seco na saída
do equipamento diminuiu em torno de 2°C. Quanto
18 à questão de conforto térmico, concluiu-se que esse
36
tipo de equipamento não climatiza em regiões com
Razão de umidade (g/kg)
16 -PB.
32
Em relação ao desumidificador adsortivo, foi ob-
servado que a regeneração do leito de sílica-gel, na
14
forma como foi utilizada, é demorada e ocasiona alto
consumo elétrico. No entanto, a configuração com
28
telas metálicas possibilitou a utilização de uma maior
12
0 40 80 120 160
quantidade de sílica-gel e maior tempo de saturação,
Tempo [min] e sua disposição melhorou a troca de calor e massa
entre o ar e o adsorvente. A desumidificação do ar na
Fonte: elaborada pelo autor.
saída do equipamento foi alcançada, mas ainda é pre-
Em relação ao sistema completo, os resultados ciso aperfeiçoar o leito adsortivo para que a dessor-
referentes às condições de razão de umidade do ar ção ocorra rapidamente e a adsorção permaneça por
na saída do desumidificador foram animadores, mas um período maior de utilização do sistema adsortivo
o aumento da temperatura do ar após a desumidifica- evaporativo. Se o leito adsortivo satura rapidamente,
ção provocou efeito desfavorável para climatização. o fluxo de ar volta a ficar muito úmido, com diminui-
Portanto, é necessário abaixar a temperatura do fluxo ção do efeito evaporativo no climatizador.
de ar no acoplador através de um trocador de calor Quanto ao sistema adsortivo evaporativo, foi
sensível indireto, usando a água do climatizador, observado que o conjunto não funcionou adequa-
mantida na temperatura de bulbo úmido. Além disso, damente para climatizar o ambiente, devido às
ainda ocorreram problemas de infiltração entre a dificuldades técnicas em eliminar as infiltrações após
saída do desumidificador e a entrada do climatizador o desumidificador e à necessidade de um resfriador
com aumento da razão de umidade, o que compro- posterior ao desumidificador para o sucesso de tal
meteu o rendimento do climatizador e consequente- equipamento em regiões de clima quente e úmido.
mente do sistema completo.
Agradecimentos