Você está na página 1de 55

MC2 28

Joana Sousa Coutinho


2003

NP EN 12350 – Ensaios do
betão fresco

PASSADO PRESENTE e
FUTURO

Amostragem NP 1383 NP EN 12350-1

Ensaio de abaixamento NP 87 NP EN 12350-2

Ensaio Vêbê LNEC E 228 NP EN 12350-3

Grau de compactabilidade ISO 4111 NP EN 12350-4

Ensaio da mesa de NP 414 NP EN 12350-5


espalhamento

Massa volúmica NP 1384 NP EN 12350-6

Determinação do teor de ar NP 1386 NP EN 12350-7


MC2 29
Joana Sousa Coutinho
2003

2. MEDIÇÃO da TRABALHABILIDADE

Ainda não foi possível descobrir um processo de medir a


trabalhabilidade. É apenas possível medir algumas características
com ela relacionadas, que se traduz, na prática pelos ensaios que
se seguem:

ENSAIOS DE ABAIXAMENTO NP EN 12350-2


ENSAIO VÊBÊ NP EN 12350-3
GRAU DE COMPACTABILIDADE NP EN 12350-4
ENSAIO DA MESA DE ESPALHAMENTO NP EN 12350-5

2.1 ENSAIO de ABAIXAMENTO (slump test) NP EN 12350-2

Fotos: N. Moreira
MC2 30
Joana Sousa Coutinho
2003
Princípio
O betão fresco é compactado no interior de um molde com a forma
tronco-cónica.
Quando o cone é removido subindo-o, o abaixamento do betão
estabelece a medida da sua consistência.

Campo de aplicação
• Máxima dimensão do agregado ≤ 40mm.
• Abaixamentos entre 10mm e 200mm.

Se num minuto após a desmoldagem, o abaixamento continuar a


variar, este ensaio não é adequado à medição da consistência.

Tempos de execução

Executar toda a operação de desmoldagem em 5 a 10s, através de


um movimento firme para cima sem transmitir movimentos
laterais ou torsionais ao betão.
Executar toda a operação, desde o início do enchimento até à
remoção do molde, sem interrupção, durante 150s.
Equipamento

d
H/3
H e H/3

H/3

D
• Molde (tronco-cónico): Cone de Abrams
d = 100 ± 2mm; D = 200 ± 2mm; H = 300 ± 2mm; e ≥ 1,5mm ;
duas pegas perto do topo e elementos de fixação ou abas para
colocar os pés junto da base.
• Varão de compactação: d= 16 ± 1mm; L = 600 ± 5mm
• Escala graduada de 0 a 300mm
divisões =5mm, com o zero marcado na extremidade;

Técnica
1. Toma-se uma amostra representativa da amassadura
MC2 31
Joana Sousa Coutinho
2003
2. Enchimento do molde em três camadas apiloadas com 25 pancadas e
regularização superficial da 3ª camada.

varão de compactação
varão
h

3. Levantamento do molde e medição da diferença h, que se arredonda


aos 10mm.

Abaixamento verdadeiro Abaixamento deformado

O ensaio só é válido no caso de se verificar um abaixamento


verdadeiro, no qual o betão permaneça substancialmente intacto e
simétrico.
Se o provete se deformar deve colher-se outra amostra e repetir o
procedimento. Se em dois ensaios consecutivos se verificar deformação de
uma porção de betão da massa do provete, o betão não apresenta a
plasticidade e coesão adequadas a este ensaio.

Imediatamente após remover o molde, medir e registar o


abaixamento, determinando a diferença entre a altura do molde e o
ponto mais alto do provete que abaixou.

h
MC2 32
Joana Sousa Coutinho
2003

2.2 ENSAIO VÊBÊ NP EN 12350-3

É medida o tempo, em segundos, que demora o disco a descer livremente


sobre a amostra de betão até ao momento em que o disco deixa de descer e já
não há bolhas nem vazios sob o disco transparente.
MC2 33
Joana Sousa Coutinho
2003
Princípio
O betão fresco é compactado dentro de um molde para ensaio de
abaixamento.
O molde é removido na vertical e um disco transparente é
colocado em cima do betão e baixado cuidadosamente até entrar
em contacto com o betão. Regista-se o abaixamento do betão.
Liga-se a mesa vibratória e mede-se o tempo necessário para
que a face inferior do disco transparente fique totalmente em
contacto com a pasta de cimento.

Campo de aplicação
• Máxima dimensão do agregado ≤ 63mm.
• Trabalhabilidade Vêbê / 5s e ≤ 30s.

Amostragem
Obtida de acordo com a norma NP EN 12350-1.
Tempos de execução
Operação de desmoldagem do molde para ensaio de
abaixamento 5 a 10s.
Duração total do ensaio 5min.

Relatório
• Registar tipo de abaixamento obtido:

Abaixamento verdadeiro Abaixamento deformado Abaixamento colapsado


• Medição do abaixamento verdadeiro, com aproximação aos
10mmTempo Vêbê em
MC2 34
Joana Sousa Coutinho
2003
segundos

2.3 GRAU DE COMPACTABILIDADE NP EN 12350-4

200 ± 2 mm

VIBRAÇÃO
h1
400 ± 2 mm
(mesa vibratória h2
ou v. de agulha)

200 x 200 mm
MC2 35
Joana Sousa Coutinho
2003
Princípio
O betão fresco é colocado num recipiente, com uma ajuda de
uma colher, com precaução para evitar qualquer compactação.
Quando o recipiente estiver cheio, a superfície superior é rasada
ao nível do bordo superior do recipiente. O betão é compactado
por vibração, sendo o grau de compactabilidade medido pela
distância entre a superfície do betão compactado e o bordo
superior do recipienteCampo de aplicação

Máxima dimensão do agregado ≤ 63mm.


Grau de compactabilidade /1,04 e ≤ 1,46.
Amostragem
Obtida de acordo com a norma NP EN 12350-1.
Relatório
Determina-se o valor s (mm) correspondente à média dos 4
valores da distância entre a superfície do betão compactado e o
bordo superior do recipiente.

Grau de COMPACTABILIDADE
h1 h1
= =
h2 h1 − s

h1 → altura do recipiente (mm)

h2 → altura do betão compactado (mm)

s →valor médio (mm) da distância entre a superfície do betão


compactado e o bordo superior do recipiente.

O resultado apresenta-se arredondado às centésimas.


2.4 ENSAIO DA MESA DE ESPALHAMENTO NP EN 12350-5
MC2 36
Joana Sousa Coutinho
2003

Princípio
Permite determinar a consistência do betão fresco através do
espalhamento do betão numa mesa plana sujeita a pancadas.
O betão é colocado no molde no centro da mesa em 2 camadas
apiloadas (10 pancadas). É retirado o molde e levantada a placa
superior através da pega todos os 2 a 5 s, 15 vezes.

O diâmetro de espalhamento determina-se pela média de


dois diâmetros medidos.

Campo de aplicação
• Máxima dimensão do agregado ≤ 63mm.
MC2 37
Joana Sousa Coutinho
2004

Campo de aplicação
Máxima dimensão do agregado ≤ 63mm.
Valores de espalhamento /340mm e ≤ 600mm
Não é aplicável a betão celular ou betão sem finos
É medido com a régua o diâmetro do
d1
bolo em 2 direcções paralelas aos
lados da mesa com aproximação de
10 mm; é tirada a média e aproximada
d2 aos 10 mm. O valor obtido
corresponde ao diâmetro de
espalhamento. O resultado apresenta-
se com aproximação aos 10mm.
Espalhamento = (d1+d2) / 2

CLASSIFICAÇÃO DA CONSISTÊNCIA (ISO 4103) (Quadros 3,4,5 e 6 da NP EN 206-1)


Quadro 4 - Classes de abaixamento Quadro 5 - Classes VÊBÊ

Classe Abaixamento Classe Vêbê em


segundos
S1 10 a 40 V0 ≥ 31
S2 50 a 90 V1 30 a 21
*S3 100 a 150 V2 20 a 11
S4 ≥ 160 (160a 210) V3 10 a 5
S5 ≥ 220 V4 ≤4
O abaixamento medido deve ser arredondado para os 10
mm mais próximos

Quadro 6 - Classes de compactação Quadro 7 - Classes de espalhamto

Classe Diâmetro de
Classe Grau de compactabilidade
espalhamento, mm
CO ≥ 1,46 F1 ≤ 340
C1 1,45 a 1,26 F2 350 a 410
C2 1,25 a 1,11 *F3 420 a 480
C3 1,10 a 1,04 F4 490 a 600 (a 550)
NOTAS: F5 560 a 620
Classes recomendadas na NP EN 206-1 F6 ≥ 630
As diferentes classes de consistência dos Quadros 4 a 7 não são directamente relacionáveis.
* Classes recomendadas na NP ENV 206 (5.6)
MC2 38
Joana Sousa Coutinho
2004

CLASSIFICAÇÃO DA CONSISTÊNCIA (CEB, 1978):

CONSISTÊNCIA ABAIXAMENTO (cm) Vêbê Grau de


(slump) compactabilidade

TERRA HÚMIDA - >5 > 1,25

PLÁSTICA 1a5 <5 1,25 a 1,11

MOLE 5 a 16 - 1,10 a 1,04

(muito plástica)

FLUÍDA / 16 - -

Classes de abaixamento CEB 1978 Sousa Coutinho, Vol 2,

(ISO 4130 - referido na NP ENV pg. 29 ACI 211


206)

S1 10 a 40 mm 1 a 5 cm plástica 0 a 4 cm plástica

S2 50 a 90 mm mole

5 a 16 cm 4 a 15 cm mole
(mto plástica)

S3* 100 a 150 mm

S4 ≥ 160 mm ≥ 16 cm fluída > 15 cm fluída

* recomendado na NP ENV 206

Designação das classes de abaixamento que se deve utilizar


MC2 34
Joana de Sousa Coutinho

MÉTODOS BASEADOS EM CURVAS DE


REFERÊNCIA
MÉTODO DE FAURY aperfeiçoado por SAMPAIO

Este método tem em conta:

1.consistência do betão
2.forma do agregado
3.raio médio do molde e da malha (onde vai
ser lançado o betão)
4.efeito de parede

1. Neste método as percentagens de materiais


constituintes são consideradas em volumes e não em
pesos, isto porque a compacidade é uma noção
relacionada com volume (volume de vazios).
∆ Se se considerarem apenas os agregados, como as
suas massas volúmicas são as mesmas (graníticos
2650 kg/m3) é indiferente considerarem-se as % em
volume ou % em peso.
∆ Mas se se considerar o cimento mais os agregados
já terá de se considerar os volumes para calcular as
%, isto é:
c C
PC = e NÃO =
c+m C+ M

2. As características do molde e da malha onde o betão


vai ser lançado traduzem-se pela consideração do
RAIO MÉDIO DO MOLDE - R (ver a seguir) → →
MC2 35
Joana de Sousa Coutinho

3. A curva de referência de FAURY (curva ideal ou


também chamada curva teórica) corresponde à
consideração do agregado mais o cimento (c + m) e é
constituída por dois segmentos de recta. As ordenadas
tem uma escala linear e as abcissas, que começam em
.0065mm, tem uma escala proporcional à raiz quinta das
dimensões das partículas (A. Sousa Coutinho;1988):
p proporcional d
5

isto é: p = K( d − 0.0065mm ) 5 5

segmento de recta 0.0065 < d < D/2


D
segmento de recta <d<D
2
Passados %

100

90

80

70

60

50

40

30
p
20
Y D /2
10

d = 0 .0 0 6 5 m m
0
D /2 D
A B E R T U R A D A M A L H A D O S P E N E IR O S
D im e n s ã o
M e n o r d im e n s ã o d o s g rã o s d e c im e n to m á x im a

B
YD/ 2 = A + 175 D +
R
− 0.75
D ver quadros
A - Trabalhabilidade
B - Compactação
R varia de ≈ 1 a +∝
D betão em massa indefinida
36

Valores dos parâmetros A e B da curva de Faury


Trabalhabilida meios de Valores de A Valores de B
de compactação
* que se podem
empregar
Natureza dos inertes
Areia rolada Areia
britada
Inerte Inerte Inerte
grosso grosso grosso
rolado britado britado
Terra húmida Vibração muito
potente e possível
compressão (pré- ≤ 18 ≤ 19 ≤ 20 1
fabricação)
Seca Vibração potente
(pré-fabricação) 20 a 21 21 a 22 22 a 23 1 a 1,5
Plástica Vibração média 21 a 22 23 a 24 25 a 26 1,5
Mole Apiloamento 28 30 32 2
Fluída Espalhamento e
compactação pelo
próprio peso 32 34 38 2
* Para a definição da trabalhabilidade ver o quadro seguinte

Classificação da trabalhabilidade e indicação dos meios de compactação correspondentes

Trabalhabilidade Meios de compactação


Métodos de medição da trabalhabilidade
que se podem empregar

Graus Vêbê Abaixamento do cone de

Abrams, cm

Terra húmida Vibração potente e compressão

(pré-fabricação) > 30 -

Seca Vibração potente

(pré-fabricação) 30 a 10 -

Plástica Vibração normal 10 a 2 0a4

Mole Apiloamento - 4 a 15
Espalhamento e compactação pelo
Fluída próprio peso - > 15

Fonte: A. de Sousa Coutinho, FABRICO E PROPRIEDADES DO BETÃO; Vol.2; 1988


MC2 37

RAIO MÉDIO DO MOLDE R

volume a encher de betão


R= área total da parede e das armaduras em contacto com o betão

Este volume não é de toda a peça mas apenas das PARTES


MAIS ARMADAS (fundo das vigas, nós das armaduras etc.).
Deve-se juntar a este volume o volume correspondente a D
(diâmetro máximo do agregado):

A B
D

E F

Neste caso:
volume do prisma ABEF
MENOS o volume das armaduras
to
de comp unitário de compto unitário
R=
área das 3 faces MAIS área da superfície
AE, EF e FB de das armaduras de
compto unitário compto unitário

O efeito de PAREDE é caracterizado pela razão R


D

Joana de Sousa Coutinho


MC2 38

R
Quanto MAIOR ⇒MAIOR a % agregado grosso no Betão
D

a → % de argamassa no betão.
De facto: betão (a + G = 100%)
G → % de agregado grosso no betão.

É necessário
aumentar a; diminuir G

diminuição de R
(pois existem mais armaduras)

D, dimensão máxima do agregado é limitada:


4 R
Segundo FAURY D< R ∴ > 0.75
3 D

R
Isto é
de ≈ 1 a + ∞
D

betão em massa indefinida

Joana de Sousa Coutinho


MC2 39

D < 1/4 da menor dimensão do elemento


estrutural
Segundo NP D < distância livre entre barras diminuído
ENV 206 de 5 mm
D < 1.3 vezes espessura de recobrimento

4.(ARBITAR) DOSAGEM DE CIMENTO C kg/m3 de betão


Cmínimo → ver Quadros VII e VIII (E 378) → C32
se D ≠ 32 mm

2×C
C = 32

D
D 0.2

Caconselhado 20 × ( f cx + 10) tensão característica


D 0.2

fórmula empírica

5.(ARBITRAR) RAZÃO A/C


A/C máximo → ver Quadros VII e VIII (E 378)
fórmula empírica
A = 165 + 0.2 (C - 300)

l/m3 betão kg/m3 betão

6.(FIXAR) VOLUME DE VAZIOS Vv


VER 5.2 em NP ENV 206:
Depois de compactado VV ≤ 3 % se D ≥ 16 mm
VV ≤ 4 % se D < 16 mm
sem incluir ar introduzido e poros do agregado (...)

Joana de Sousa Coutinho


MC2 40

7.DETERMINAR VOLUME TOTAL de AGREGADOS m


com c + m + a + VV = 1 determinar m
8.DETERMINAR a PERCENTAGEM de CIMENTO
c
pc =
c + m (volumes e não PESOS)

9.COMO PASSAR DA CURVA


c + m (teórica ou ideal)para a curva m (teórica ou ideal)?
mm 0 ,1 0 ,5 2 5 10 15 20
E
25 30 35 40 50 60 70 80 9 0 1 00 1 50
1 00

90

80

1. Marcar pc na escala
70

60

vertical
50

c+m
40

30

20

10

pc
0
5
¼
D /2 D
P e n e iro 2 00 1 00 50 30 16 8 4 3 /8 " 3 /4 " 1 .1/2 " 2" 3" d
(A S T M )

2. Prolongar c + m e A

determinar o ponto A
mm 0 ,1 0 ,5 2 5 10 15 20 25 30 35 40 50 60 70 80 90 100 1 50
1 00

90

80

70

60

50

40

3. Tirar // a c + m por
30

20

pc e determinar o
10

pc
0
5
¼
D /2 D
P e n eeiro
iro 2 00 100 50 30 16 8 4 3 /8 " 3 /4 " 1 .1 /2 " 2" 3" d
(A S T M )

B
ponto B
mm 0 ,1 0 ,5 2 5 10 15 20 25 30 35 40 50 60 70 80
A
90 100 1 50
1 00

4. Unir B com A e 90

80

determinar a
70

60

C
intersecção com a
50

40

30

vertical em D/2, isto 20

10

é, o ponto C pc
0
5
¼
D /2 D
e n eeiro
P en iro 2 00 1 00 50 30 16 8 4 3 /8 " 3 /4 " 1 .1/2 " 2" 3" d

B
(A S T M )

mm 0 ,1 0 ,5 2 5 10 15 20
E
25 30 35 40 50 60 70 80
A
90 100 1 50
1 00

90

80

5. Finalmente a curva
70

60

C
ideal m será BCE.
50

40

30

20

10

pc
0
5
¼
D /2 D
e n eeiro
P en iro 2 00 1 00 50 30 16 8 4 3 /8 " 3 /4 " 1 .1/2 " 2" 3" d

B
(A S T M )

Joana de Sousa Coutinho


Joana de Sousa Coutinho 41
MC2 42

10. AJUSTE DA GRANULOMETRIA DOS AGREGADOS À


CURVA DE REFERÊNCIA(m ou CT) (determinação de uma
curva real)

Exemplo: 3 agregados A, B e C

mm 0 ,1 0 ,5 2 5 10 15 20 25 30 35 40 50 60 70 80 9 0 100 150
1 00

90

80

70
B
60

50

40
C
m
30

20
A

10

0
5
¼
D /2 D
P e n e iro 2 00 1 00 50 30 16 8 4 3 /8 " 3 /4 " 1 .1 /2 " 2" 3" d
(A S T M )

Para 3 agregados as incógnitas serão 3: pA; pB; pC

percentagens em que os agregados A, B e C intervêm na


mistura real, que deverá ser próxima da ideal (m).

Para cada  p A y A + pB yB + pC yC = yCT


peneiro de  uma destas
abertura ... equações pode
di ser substituída
por

p A + p B + pC = 1
PA ηA+ PB ηB+ PC ηC = ηCT

Joana de Sousa Coutinho


MC2 43

Existem tantas soluções (1 solução=(pA, pB, pC)= 1 curva real)


quantos os diferentes conjuntos de pontos ( di, yCTi ) por onde se
faz passar a curva real.

DEVE-SE ESCOLHER (POR TENTATIVAS) A SOLUÇÃO


CUJA CURVA REAL MAIS SE APROXIMA DA IDEAL.

Na PRÁTICA uma boa solução é uma curva real que passa


“acima” da ideal na zona dos finos e cujas áreas acima e
abaixo, se compensem (η - módulo de finura da curva real
igual a η da curva teórica dos agregados).

Exemplo:
Dados:
• curvas granulométricas dos 3 agregados (areia rolada e agregados
grossos britados)
• cimento TIPO II, classe 32.5
• massa volúmica dos agregados 2650Kg/m3
• massa volúmica do cimento 3150Kg/m3

Pedido:
⇒Betão sujeito a um ambiente correspondente a uma classe
de exposição EC 3, fora da zona costeira, meio não agressivo
e temperaturas positivas.
⇒C25/30
⇒PLÁSTICO
⇒utilizar para a compactação meios de VIBRAÇÃO de
POTÊNCIA MÉDIA

Joana de Sousa Coutinho


MC2 44

COMO RESOLVER ???

1. Determinar D (mm)→ máxima dimensão do agregado

2. Arbitrar C (kg)→ dosagem de cimento


Cmínimo → ver Quadros Caconselhado
VII e VIII (E 378) 20 × (f ck + 10)
C a co n selh a d o = 5
D
3.Arbitrar A\C
A/C máximo → ver Quadros A = 165 + 0.2 (C - 300)
VII e VIII (E 378)
4.Fixar A, B e R/D
5.Determinar YD/2
B
YD/ 2 = A + 175 D +
R / D − 0.75
6.Fixar VV (volume de vazios). Por exemplo 0,010 m3.

7.Determinar m (volume de agregados)


c + m + a + Vv = 1
com por ex.
c= C/3150
a= A/1000
8.Determinar pc
c
pc =
c + m

Joana de Sousa Coutinho


Joana de Sousa Coutinho

MC2 45
COMPOSIÇÃO DE BETÕES - MÉTODO DE FAURY
mm 0,1 0,5 2 5 10 15 20 25 30 35 40 50 60 70 80 90 100 150
100
95
90
85
80
75
70
65
60
55 A
50 C
45
40 B
35
30
25
20
15
10
5
0 5
Peneiro 200 100 50 30 16 8 4 1/4" 3/8" 1/2" 3/4" 1" 1.1/2" 2" 3" d
(ASTM)

Joana de Sousa Coutinho


MC2 46
MC2 47

RESOLUÇÃO:
1. D= 1”= 25.4mm
2. DOSAGEM DE CIMENTO C
f ck
2C32 2 × 300 Cacons =
20(30 +10)
= 418.9 ≈ 420kg / m3
CD = = ≅ 314kg / m3 0.2
D 0.2
25.4 0.2 25.4

420 > C mín imo Quadros VII, VIII E 378 ? Sim

3. RAZÃO A\C
A = 165 + 0,2(420 − 300) = 189l / m 3

⇒ A / C = 0.45
A/C < A/Cmáximo Quadros VII, VIII E378 ? Sim
4.
A =24 B =1.5 R/D =1
5.
1 .5
YD / 2 = 24 + 17 5 25.4 + = 62.5 ATENÇÃO, é em % !
1 − 0.075
6.
Vv = 0,010 m3
7.
c + m + a + vv = 1m3 de betão
420 189
c= = 0133
. m3 a= = 0189
. m3
3150 1000

. + m + 0189
0133 . + 0.010 = 1 ⇒ m = 0.668m3
8.
c 0.133
pc = = = 0.166 = 16.6%
c + m 0.133 + 0.668

Joana de Sousa Coutinho


COMPOSIÇÃO DE BETÕES - MÉTODO DE FAURY
mm 0,1 0,5 2 5 10 15 20 D 30 35 40 50 60 70 80 90 100 150
100 25

95
90
85
Joana de Sousa Coutinho

80
75
70
65
60
55 A m
50 C
45
40
35
30
B
25
20
15
10
5
0 5
Peneiro 200 100 50 30 16 8 4 1/4" 3/8“ 1/2" 3/4" 1" 1.1/2" 2" 3" d
(ASTM)
D/2

MC2 48
MC2 49

MÓDULOS DE FINURA η

ηA = 8+25+50+80+96+98 = 3.57
100

ηB = 40+80+95+97+98+98+98 = 6.06
100

ηC = 70+700 = 7.7
100

20+50+62+72+81+88+96+100 = 5.69
ηCT=
100

Curva teórica dos agregados

UMA SOLUÇÃO: aconselhável usar esta equação

η CT= η R pA η A+ pB η B+ pC η C = η CT
p y +p y +p y =y
A A B B C C M

pA+ pB + pC =1
equação que faça coincidir a
curva real (mistura dos
agregados) com a curva
teórica, numa determinada
abertura de peneiro.
Exemplo:
solução
pA 3.57+ pB 6.06+ pC 7.7 = 5.69 pA = 35%
pA 0.75+ pB 0.05+ pC 0 = 0.28 pB = 34%
pA+ pB + pC =1 pC = 31%
Peneiro nº8

Joana de Sousa Coutinho


COMPOSIÇÃO DE BETÕES - MÉTODO DE FAURY

mm 0,1 0,5 2 5 10 D/2 15 20 D 30 35 40 50 60 70 80 90 100 150


100 25

95
90
85
80
75
70
65
60 B
55 A m
50 C
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0 5
Peneiro 200 100 50 30 16 8 4 1/4" 3/8" 1/2“ 3/4" 1" 1.1/2" 2" 3" d
(ASTM)

A- 98 96 80 50 25 8 - 0 - 0 - 0 - 0

B- 98 98 98 97 95 80 - 40 - 0 - 0 - 0

C- 100 100 100 100 100 100 - 100 - 70 - 0 - 0

CT - 100 96 88 81 72 62 - 50 - 20 - 0 - 0
Joana de Sousa Coutinho

MC2 50
MC2 51

DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO

C = 420 kg/m3

A = 189 l/m3

m= 0.668 m3 MA=pA×M=0.35×1770.2= 619.57 kg

M = 0.668×2650=1770.2 MB=pB×M=0.34×1770.2= 601.87 kg

MC=pC×M=0.31×1770.2= 548.76 kg

Para 1m3 betão:

C = 420 kg

A = 189 l/m3

MA= 619.57 kg

MB= 601.87 kg

MC= 548.76 kg

Joana de Sousa Coutinho


MC2 52

CÁLCULO DA ÁGUA DE AMASSADURA:

1. Por ESTIMATIVA A = 165 + 0.2 ×(C-300)

2. Método de BOLOMEY baseado no MÓDULO de


FINURA η

A = (C+M) × K
ηc+m

C - dosagem de cimento
M - massa de agregados

consistência do betão
K - parâmetro tabelado
que depende tipo de agregado

ηc+m - Módulo finura da CURVA c+m

Se se dispõe da curva m, calcula-se o módulo de


finura de c+m:

η m × (100 - pc )
ηc+m =
100

Joana de Sousa Coutinho


MC2 53

O processo 2 é mais rigoroso do que o primeiro pois entra


em linha de conta com o tipo (rolado ou britado) de
agregado, com a consistência do betão e granulometria dos
agregados. Mas pode conduzir a um resultado incorrecto
pois um mesmo valor de η pode corresponder a duas
misturas diferentes:

3. Método RIGOROSO DE BOLOMEY

 0.23 
pi  
A = 0.23C + NM ∑ +  a  × p<0, 2 mm × M
i
3 d i × d i +1  0.35 
 
(mm)

Neste método a imprecisão reside em N. O método mais


preciso é pela via experimental.

Joana de Sousa Coutinho


MC2 54

4. ACERTO DA DOSAGEM DE ÁGUA:

O modo mais correcto é fabricar o betão com a água


calculada e medir o abaixamento do cone de Abrams
(slump). Se o valor de abaixamento for diferente do
pretendido, corrige-se a dosagem de água por tentativas
experimentais e recalcula-se a composição do betão.

Uma variação de volume de água deve compensar com


a variação (inversa) do volume de agregados para que
c + m + a + Vv = 1

a compensa com m

NORMALIZAÇÃO em vigor:

LNEC E372 - ÁGUA DE AMASSADURA PARA


BETÃO – Características e verificação da
conformidade.

Joana de Sousa Coutinho


MC2 55
2004

ESTRUTURA EM BETÃO

EN ...
Normas dos produtos
pré-fabricados de betão

EN 1992-1 ENV 13670-1 (2000)


Eurocódigo 2 - Parte 1: EN 206-1 (2000)
Execução de estruturas
Projecto de estruturas de Betão
em betão
betão NP prevista em 7/04
NP prevista brevemente
Ultimo draft 12/03

EN 12350 EN 197
Ensaios do betão Cimento
fresco NP EN 197-1 e
NP EN 197-2 (2001)
NP EN 12350-1 a
NP EN 12350-7 (2002)
EN 12390 EN 450
Ensaios do betão Cinzas volantes para
endurecido betão
NP EN 12390-1 a NP EN 450
NP EN 12390-7 (2003) (pr EN 450-1 e prEN
450-2 futuramente)

EN 13263 (prEN 13263-


1 e prEN 13263-2, 2002)
EN 13791(DRAFT prEN Sílica de fumo para betão
13791, 1999)
Avaliação da resistência EN 934-2
do betão nas estruturas Adjuvantes para betão
NP EN 934-2 (2002)

EN 12620
Agregados para betão
EN 12504 NP prevista em 7/04
Ensaios do betão nas
estruturas EN 13055-1(2002)
Agregados leves
(NP EN 12504-1 e NP
EN 12504-2, 2003)

EN 1008 (2002)
Água de amassadura para
betão

EN 12878
Pigmentos
Relações entre a EN 206-1 e as normas para a concepção e para a execução, as normas dos
materiais constituintes e as normas de ensaio
MC2 56
2004

BETÃO ENDURECIDO

1. RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO
Resistência característica
Valor da resistência abaixo do qual se espera que ocorra 5%
da população de todos os possíveis resultados da resistência,
relativos ao volume de betão em consideração

2. CLASSES DE RESISTÊNCIA DO BETÃO:NP EN 206-1


C8/10 C55/67 C60/75 C70/85 C80/95 C90/105 C100/115
sem correspondência regulamentar

CLASSE
ENV 206
C 12/15 C 16/20 C 20/25 C25/30 C 30/37 C35/45 C40/45 C45/55 C 50/60

NP ENV 206
40/50

15 20 25 30 37 45 50 55 60
v. característico

15
minímo

30 12 16 20 25 30 35 40 45 50

(RBLH até
REBAP
20 15 20 25 30 35 40 45 50 55
CLASSE
REBAP B15 B20 B25 B30 B35 B40 B45 B50 B55

C → Concrete
Exemplo:
C 30/37: Betão cuja resistência característica, isto é, em que
o valor com probabilidade de ser ultrapassado em 95% dos
casos é de 30 MPa em cilindros de 30cm de altura e 15cm
de diâmetro ou de 37 MPa em cubos de 15cm de aresta,
aos 28 dias de idade.

Resistência característica
mínima em cilindros fck,cyl
30 (N/mm2)
Resistência característica
mínima em cubos fck,cube
37 (N/mm2)

Joana de Sousa Coutinho


MC2 57
2004

3. ENDURECIMENTO:
Endurecimento-EC2
1/2
βcc(t) =exp(s(1-(28/t) )

1
0,8
0,6
βcc(t)

0,4
0,2
0
0 7 14 21 28
dias
CEM 42,5 R CEM 52,5 N e R CEM 32,5 R CEM 42,5 N CEM 32,5 N

Classe R Classe N Classe S

4. NORMALIZAÇÃO (NP EN 206-1):


EN 12390 Ensaios de betão endurecido
EN 12504 Ensaios de betão na estrutura
Ensaios de betão endurecido
Ensaios de betão endurecido Parte 1: Forma,
NP EN 12390-1 (2003)
dimensões e outros requisitos para o ensaio de
provetes e para os moldes
Ensaios de betão endurecido Parte 2: Execução e
NP EN 12390-2 (2003)
cura de provetes para ensaios de resistência mecânica
Ensaios de betão endurecido Parte 3: Resistência á
NP EN 12390-3 (2003)
compressão dos provetes de ensaio
Ensaios de betão endurecido Parte 4: características
NP EN 12390-4 (2003)
das máquinas de ensaio
Ensaios de betão endurecido Parte 5: Resistência á
NP EN 12390-5 (2003)
flexão de provetes
Ensaios de betão endurecido Parte 6: Resistência à
NP EN 12390-6 (2003)
tracção por compressão de provetes
Ensaios de betão endurecido Parte 7. Massa volúmica
NP EN 12390-7 (2003)
do betão endurecido
Ensaios de betão endurecido Parte 8: Profundidade
NP EN 12390-8 (2003)
de penetração de água sob pressão

Joana de Sousa Coutinho


MC2 58
2004

Ensaios de betão na estrutura


NP EN 12504-1 (2003) Ensaios do betão nas estruturas Parte1: Carotes.
Extracção, exame e ensaio á compressão
NP EN 12504-2 (2003) Ensaios do betão nas estruturas Parte2: Ensaio não
destrutivo. Determinação do índice esclerométrico.
EN 12504-3*
Ensaios do betão nas estruturas Parte3:
Determinação da força de pull-out.
EN 12504-4* Ensaios do betão nas estruturas Parte4:
Determinação da velocidade de propagação dos ultra
sons.
* ainda não estão em forma de norma definitiva

… Preparação dos Provetes


NP EN 12390-1 (2003) Ensaios de betão endurecido Parte 1: Forma,
dimensões e outros requisitos para o ensaio de provetes e para os moldes
NP EN 12390-2 (2003) Ensaios de betão endurecido Parte 2: Execução e cura
de provetes para ensaios de resistência mecânica
NP EN 12504-1 (2003) Ensaios do betão nas estruturas Parte1: Carotes.
Extracção, exame e ensaio á compressão
NP EN 12350-1
Amostragem de betão fresco.

… Ensaios
COMPRESSÃO
NP EN 12390-3 (2003) Ensaios de betão endurecido Parte 3: Resistência á
compressão dos provetes de ensaio
NP EN 12504-1 (2003) Ensaios do betão nas estruturas Parte1: Carotes.
Extracção, exame e ensaio á compressão
FLEXÃO
NP EN 12390-5 (2003) Ensaios de betão endurecido Parte 5: Resistência á
flexão de provetes
TRACÇÃO (por compressão)
NP EN 12390-6 (2003) Ensaios de betão endurecido Parte 6: Resistência à
tracção por compressão de provetes

Joana de Sousa Coutinho


MC2 59
2004

… Preparação dos Provetes NP EN 12390-1


NP EN 12390-1 (2003) Ensaios de betão endurecido
Parte 1: Forma, dimensões e outros requisitos para o ensaio de provetes e
para os moldes

… Especifica
a forma,
dimensões e
tolerâncias
o dos provetes moldados
em betão (cubos,
cilindros e prismas)
o dos moldes

… d ≥ 3,5 D

Cubos

d d mm 100 150 200 250 300

Cilindros

d mm 100 113 150 200 250 300


2d

Prismas
d mm 100 150 200 250 300
L
d
d

Joana de Sousa Coutinho


MC2 60
2004

NP EN 12390-2 (2003) Ensaios de betão endurecido


Parte 2: Execução e cura de provetes para ensaios de
resistência mecânica NP EN 12390-2

Especifica métodos de
executar e curar provetes
para ensaios de resistência
mecânica. Inclui
preparação e enchimento dos
moldes,
compactação do betão,
nivelamento da superfície,
cura e transporte dos provetes

ª Amostra de acordo com NP EN 12350-1 Amostra representativa

ª Moldes cobertos com filme de produto descofrante


ª Enchimento com camadas não superior a 100mm,
compactando cada camada com um dos métodos
seguintes:
1. Varão de compactação
2. Mesa vibratória
3. Vibrador de agulha: Ø da agulha ≤ 1/4 da menor dimensão do molde.
4. Barra de compactação de secção quadrada (25x25) mm
ªNivelamento da superfície
ªMarcação do provete
ª Provete no molde:
Pelo menos 16 h, mas não mais de 3 dias,
à temperatura de 20oC ± 5oC

(ou a 25oC±5oC em climas quentes).


ª Remoção do molde e CURA

Joana de Sousa Coutinho


MC2 61
2004

CURA:
20 ± 2ºC

20 ± 2ºC
H ≥ 95%

… Ensaios
COMPRESSÃONP EN 12390-3 (2003) ;NP EN 12504-1 (2003)
FLEXÃONP EN 12390-5 (2003)
TRACÇÃO (por compressão)NP EN 12390-6 (2003)

… Ensaios NP EN 12390-3

COMPRESSÃO
NP EN 12390-3 (2003) Ensaios de betão endurecido Parte
3: Resistência á compressão dos provetes de ensaio

ª Ensaios em máquina conforme com


NP EN 12390-4 Ensaios de betão endurecido. Parte
4: Resistência à compressão. Características das
máquinas de ensaio.
ª Cubo, cilindro ou carote de acordo com
NP EN 12350-1 (amostra representativa)
(NP EN 12390-1 forma, dimensões dos provetes)*
Se a dimensão fora das tolerâncias, ensaiar segundo Anexo B
NP EN 12390-2 (execução e cura dos provetes)
Ou NP EN 12504-1 (extracção e ensaio de carotes)

Joana de Sousa Coutinho


MC2 62
2004

Procedimento NP EN 12390-3 (compressão)

ª Carga aplicada perpendicularmente à direcção de moldagem


ª Centrar o provete
ª Velocidade constante de aplicação de carga de 0,2 a 1,0 MPa/s
ª Registar a carga máxima aplicada F (N)
ª Verficar se a rotura é satisfatória

Rotura satisfatória de provetes

Tipo de rotura insatisfatória de provetes

Joana de Sousa Coutinho


MC2 63
2004

Resistência à compressão fc (MPa) NP EN 12390-3 (compressão)

Carga máxima à rotura, em N


F
fc =
A Área da secção transversal , calculada com
base na dimensão designada do provete (ver NP
Aproximação EN 12390-1) ou a partir de medições no
aos 0,5 MPa provete de acordo com o anexo B, em mm2

Anexo A Preparação dos provetes


ª Para reduzir a dimensão do provete: rectificar ou cortar
ª Faces de compressão preparadas por rectificação ou
capeamento
Restrições aos métodos de preparação
Método Restrição baseada na resistência
medida (antecipada)
rectificação ilimitada
Argamassa de cimento com Acima de aproximadamente 50 MPa
aluminato de cálcio
Mistura de enxofre Acima de aproximadamente 50 MPa
Caixa de areia ilimitada

Anexo B Procedimento para ensaiar provetes com dimensões fora


das tolerâncias das dimensões designadas da EN 12390-1

… Ensaios
COMPRESSÃONP EN 12390-3 (2003) ; NP EN 12504-1 (2003)

FLEXÃO NP EN 12390-5 (2003)


TRACÇÃO (por compressão)NP EN 12390-6 (2003)

Joana de Sousa Coutinho


MC2 64
2004

… Ensaios
COMPRESSÃO NP EN 12504-1

NP EN 12504-1 (2003) Ensaios do betão nas estruturas


Parte1: Carotes. Extracção, exame e ensaio á compressão

ª Carotes extraídas com caroteadora


ª Examinadas cuidadosamente
ª Preparadas por desgaste ou capeamento
ª Ensaiadas à compressão
ª Se øcarote < 3 Dmáximo do agregado analisar cuidadosamente os resultados
ª Relações comprimento/diâmetro preferenciais:
=2 se resultado for para comparar com resitência do cilindro
=1 se resultado for para comparar com resitência do cubo

… Ensaios
COMPRESSÃONP EN 12390-3 (2003) ; NP EN 12504-1 (2003)

FLEXÃO NP EN 12390-5 (2003)


TRACÇÃO (por compressão)NP EN 12390-6 (2003)

… Ensaios
FLEXÃO NP EN 12390-5
NP EN 12390-5 (2003) Ensaios de betão endurecido.
Parte 5: Resistência á flexão de provetes
Os provetes prismáticos são submetidos a um momento flector por
aplicação de uma carga através de roletes colocados superior e
inferiormente e regista-se a carga máxima aplicada calculando-se a
resistência à flexão.

ª Ensaio em máquina conforme com NP EN 12390-4

Joana de Sousa Coutinho


MC2 65
2004

NP EN 12390-5 (flexão)
ª Aplicação da força. O
dispositivo de aplicação das
cargas deve consistir em:
o Dois roletes de apoio
o Dois roletes superiores
sustentados por uma estrutura
articulada que distribui a carga
aplicada entre os dois
o O vão (l) deve ser igual a 3d
(d é a largura do provete)
ª Provetes de ensaio:
Prismas conformes com NP EN 12390-1. Os moldados devem estar
conformes com NP EN 12350-1 e NP EN 12390-2. Os cortados de
acordo com a NP EN 12390-1 também podem ser ensaiados.
ª Remover excesso de humidade quando conservados em água
ª Centrar convenientemente o provete na máquina
ª Não aplicar a carga até todos os roletes estarem em contacto efectivo
com o provete
ª Selecionar velocidade constante de aplicação da tensão (S) de 0,04 a
0,06 MPa/s.

A velocidade de aplicação da
carga requerida R (N/s) é dada F

por:
S × d1 × d 22
R=
l

d1 e d2 Æ dimensões laterais do provete em


mm (largura e altura) l
lÆ espaçamento dos roletes inferiores F/2 F/2
l/3 l/3 l/3

ª Registar a carga máxima F


ª Relatar eventual rotura no vão exterior aos roletes de aplicação da
carga

Joana de Sousa Coutinho


MC2 66
2004

Resistência à flexão fcf NP EN 12390-5 (flexão)

Carga máxima à rotura, em N l Æ espaçto dos roletes inferiores mm

F ×l
f cf =
d 1 × d 22
Aproximação d1 e d2 Æ dimensões laterais do
aos 0,1 MPa provete em mm (largura e altura)

MÉTODO ALTERNATIVO fcf(3 pontos)


NP EN 12390-5 (flexão)
Aplicação da carga num ponto central
Fornece resultados mais elevados ( ±13%) que o método de aplicação da carga
em dois pontos.

ª O mesmo procedimento que no método de aplicação da carga em dois


pontos excepto:
A velocidade de aplicação da carga requerida R (N/s) é dada por:
2 × d1 × d 22 × S
R=
3× l
d1 e d2 Æ dimensões laterais do provete em mm(largura e altura)
lÆ espaçamento dos roletes inferiores
S Æ velocodade de aplicação da tensão em MPa/s que deve ser entre
0,04 e 0,06 MPa/s

Joana de Sousa Coutinho


MC2 67
2004

Resistência à flexão fcf(3 pontos) NP EN 12390-5 (flexão)

Carga máxima à rotura, em N l Æ espaçto dos roletes inferiores mm

3× F × l
f cf = d1 e d2 Æ dimensões laterais
2 × d1 × d 22 do provete em mm (largura e
Aproximação
aos 0,1 MPa altura)

… Ensaios
COMPRESSÃONP EN 12390-3 (2003) ; NP EN 12504-1 (2003)

FLEXÃO NP EN 12390-5 (2003)


TRACÇÃO (por compressão)NP EN 12390-6 (2003)

… Ensaios
TRACÇÃO NP EN 12390-6 (tracção)

NP EN 12390-6 (2003) Ensaios de betão endurecido.


Parte 5: Resistência à tracção por compressão de provetes
Determina-se a resistência à tracção por compressão de
cilindros e o anexo A apresenta um método aplicável a provetes cúbicos ou
prismáticos mas os cubos dão uma resistência cerca de 10% mais alta do que
os cilindros e os cubos de 150mm dão valores mais baixos do que os cubos de
100mm.
Príncipio: Submete-se um provete cílindrico a uma força de compressão
aplicada numa zona estreita ao longo do seu comprimento. As tensões
ortogonais resultantes provocam a rotura do provete por tracção. (Método de
referência)

Joana de Sousa Coutinho


MC2 68
2004

Posicionador (opcional) NP EN 12390-6 (tracção)

ª As faixas de aglomerado 2 devem ser:


¾ conformes com a NP EN 316 (Aglomerados de fibras de madeira.
Definição, classificação e símbolos)
¾ largura 10 ± 1 mm
¾ espessura 4 ± 1 mm
¾ comprimento superior ao comprimento da linha de contacto do
provete
¾ utilizadas só uma vez

ª Selecionar velocidade constante de aplicação da tensão (S) de 0,04 a


0,06 MPa/s.
A velocidade de aplicação da carga requerida R (N/s) é dada por:
S ×π
R=
2× L× d
L Æ comprimento do provete em mm
d Æ dimensão designada do provete

ª Registar a carga máxima F


Resistência à tracção por compressão fct (MPa)
F Æ Carga máxima à rotura, em N

2× F d Æ dimensão da secção
f ct = transversal designada em mm
π × L×d
L Æ comprimento da linha de
Aproximação contacto do provete em mm
aos 0,05 MPa

Joana de Sousa Coutinho


MC2 69
2004

ANEXO A NP EN 12390-6 (tracção)

Apresenta um método aplicável a provetes cúbicos ou prismáticos mas os


cubos dão uma resistência cerca de 10% mais alta do que os cilindros e os
cubos de 150mm dão valores mais baixos do que os cubos de 100mm.

1 – Peça em arco para aplicação da carga


2 – Faixas de aglomerado
3 – Segmento passível de rectificação

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tracção
Ensaio de tracção uniaxial (ensaio de investigação):
F

F max
fct =
A

Joana de Sousa Coutinho


MC2 70
2004

Atenção à nomenclatura! Segundo EUROCÓDIGO 2:


Tracção
fctm – valor médio da resistência à tracção axial do betão
fctk – valor característico da resistência à tracção (axial) do betão
splitting
fct → resistência à tracção axial do betão (em cilindros).
fct,sp → resistência à tracção do betão, obtida por compressão
fct,fl → resistência à tracção do betão, obtida por flexão.
MAS para efeito de projecto (estimativa):
fct,sp = 1/0,9 fct ← fct = 0,9 fct,sp
fct,fl < 1,6 fct (depende da profundidade do elemento)
Resistência (média ou característica) à flexão
Atenção, por ex.:
×fctm ou fctk (fctm ,fl ou fctk,fl) fct, sp – valor da resistência à
1,8
1,6 tracção por compressão, no
1,4
1,2
EC2 mas na NP EN 12390-6
1 designa-se por fct
0,8 fct,fl – valor da resistência à
0,6
0,4 tracção do betão, obtida por
0,2 flexão, no EC2 mas na NP EN
0
0 200 400 600 800 1000 1200
12390-5 designa-se por fcf.
h- profundidade total do elemento (mm)

Considerando a nomenclatura do EC2 (prEN 1992-1-1: 2003):


fct < fct,sp < fct,fl(4 pontos) (ou MOR) < fct,fl (3 pontos)
Tracção axial

E na ausência de dados mais precisos: (EC2 para ≤C50/60 e REBAP)


Para ≤C50/60 fctm = 0.3 fck 2/3 Valor característico da
resistência à compressão do
fctk;0,05 = 0.7 fctm (percentil 5%) betão, aos 28 dias

fctk;0,95 = 1.3 fctm (percentil 95%)


Valor característico da Valor médio da resistência à
resistência à tracção do tracção do betão
betão (5% e 95%)
Joana de Sousa Coutinho
MC2 71
2004

Isto é em termos de projecto e como primeira aproximação:


A partir da resistencia á compressão fck estima-se a resistencia média à tracção fctm e a
partir desta a resistência característica à tracção.

compressão
Atenção à nomenclatura! Segundo EUROCÓDIGO 2:

fcm – valor médio da resistência à compressão do betão em cilindros (em cubos


será fcm, cube)
fck – valor característico da resistência à compressão do betão em cilindros
Valores de cálculo: fcm = fck + 8 (MPa) (Tabela 3.1 EC2)

Endurecimento - EC2 (compressão - valores estimados)


fcm (t)= fck (t) + 8 (MPa) 3<t<28 Endurecimento-EC2
1/2
βcc(t) =exp(s(1-(28/t) )

1
0,8
0,6
βcc(t)

0,4
0,2
0

fcm (t) = βcc (t) × fcm


0 7 14 21 28
dias
CEM 42,5 R CEM 52,5 N e R CEM 32,5 R CEM 42,5 N CEM 32,5 N

   28 1 / 2  
com β cc (t ) = exps 1 −     Ver gráfico
   t    MC2 57 2004

fcm (t) – valor médio da resistência à compressão à idade t dias


fcm – valor médio da resistência à compressão aos 28 dias (de acordo
com a tabela 3.1 EC2)
βcc (t) – coeficiente que depende da idade t (dias)
s – coeficiente que depende da classe do cimento:
ª 0,2 para CEM 42,5 R; CEM 52,5 N; CEM 52,5 R (Classe R)
ª 0,35 para CEM 32,5 R; CEM 42,5 N (Classe N)
ª 0,38 para CEM 32,5 N (Classe S)

NOTA: continua em (ex) MC2 64

Joana de Sousa Coutinho


MC2 69

CONTROLE DE CONFORMIDADE

Controlo de Conformidade para: ORGANISMO DE CERTIFICAÇÃO


Centrais de Betão Pronto verificado por

Fábricas de Pré-fabricação ou Estaleiros DONO DA OBRA


Plano de Amostragem e Critério de Conformidade para a RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO:
∆ Volume do betão deve ser dividido em LOTES.
∆ O volume de cada lote deve ser fabricado em condições consideradas uniformes.
∆ A dimensão de um LOTE deve ser:
→ o betão fornecido para cada andar de um edifício em grupo de vigas/lajes ou colunas/paredes de um
andar de um edifício ou partes comparáveis de outras estruturas.
450 m3
→ o mínimo dos volumes
produção de uma semana de betonagem
Plano de Amostragem e Critério de Conformidade a adoptar
Na OBRA no caso de se usar betão fabricado no LOCAL:
CRITÉRIO 1. Para cada LOTE nº de amostras n ≥ 6, colhidas separadamente.
CRITÉRIO 2. Se classe ≤ C20/25 e lotes < 150m3, podem-se tomar n=3 amostras.

→ Há CONFORMIDADE se os resultados dos ensaios satisfizerem o CRITÉRIO 1 no caso de n ≥ 6 ou o


CRITÉRIO 2 no caso de 3 amostras.

CRITÉRIO 1: n ≥ 6 com valores x1,x2,x3,…,xn em que xi →


resistência de 1 provete ou média das resistências
Quadro 19 (NP ENV 206) de 2 ou + provetes da mesma amostra.

n λ k Hà CONFORMIDADE se: Em que:


6 1.87 3 x n • resistência média das
amostras
7 1.77 3 x n ≥ f ck + λsn sn • desvio padrão
8 1.72 3 x min ≥ f ck − k
x min • menor valor
9 1.67 3 f ck • resistência característica
CRITÉRIO 2: n = 3 com valores x1,x2 e x3,…,xn. xi → resistência
10 1.62 4 de 1 provete ou média das resistências de 2 ou +
11 1.58 4 provetes da mesma amostra.
12 1.55 4 Hà CONFORMIDADE se:
Em que:
13 1.52 4 x3 • resistência média das
amostras
14 1.50 4 x3 ≥ f ck + 5
x min ≥ f ck − 1
15 1.48 4

Joana de Sousa Coutinho

Você também pode gostar