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Apostila de Mecânica Dos Solos 2008.02
Apostila de Mecânica Dos Solos 2008.02
1 SUMÁRIO 1
2 APRESENTAÇÃO 4
3 DEFINIÇÕES PRELIMINARES 5
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 14
4.2 PROCESSO DE ALTERAÇÃO 15
4.3 FATORES QUE CONTROLAM OS PROCESSOS DE ALTERAÇÃO 18
4.3.1 ROCHA MÃE 18
4.3.2 CLIMA 18
4.3.3 TOPOGRAFIA 19
4.3.4 VEGETAÇÃO 19
4.3.5 TEMPO 19
4.3.6 PERFIL DO SOLO 19
4.4 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS QUANTO A ORIGEM 21
4.4.1 SOLOS RESIDUAIS 21
4.4.2 SOLOS SEDIMENTARES 22
4.4.3 SOLOS ORGÂNICOS 24
4.5 ALTERAÇÃO DOS SOLOS APÓS A SUA FORMAÇÃO 24
4.5.1 TENSÃO 25
4.5.2 TEMPO 25
4.5.3 ÁGUA 25
4.5.4 AMBIENTE 26
4.5.5 PERTURBAÇÃO 26
4.6 FORMA DAS PARTÍCULAS 27
4.7 ESTRUTURA DOS SOLOS 29
4.7.1 ESTRUTURA SIMPLES 29
4.7.2 ESTRUTURA ALVEOLAR 31
4.7.3 ESTRUTURA FLOCULADA 31
4.7.4 ESTRUTURAS COMPOSTAS 32
4.7.5 ESTRUTURA EM “CASTELO DE CARTAS” 34
4.7.6 ESTRUTURA DISPERSA 35
4.7.7 COMPOSIÇÃO DAS PARTÍCULAS 36
1
5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 38
5.2 RELAÇÃO DE FASES 39
5.2.1 RELAÇÃO ENTRE PESOS 40
5.2.2 RELAÇÃO ENTRE VOLUMES 40
5.2.3 RELAÇÃO ENTRE PESOS E VOLUMES 42
5.2.4 FÓRMULAS DE CORRELAÇÃO 44
5.3 DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DOS ÍNDICES FÍSICOS 44
5.3.1 DETERMINAÇÃO DO PESO E VOLUME DE UMA AMOSTRA 44
5.3.2 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE (W) 45
5.3.3 DETERMINAÇÃO DO PESO ESPECÍFICO REAL DOS GRÃOS (S) 47
5.3.4 RETIRADA DE AMOSTRAS 48
6.1 INTRODUÇÃO 55
6.2 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS BASEADOS EM CRITÉRIOS GRANULOMÉTRICOS 56
6.3 PROPRIEDADES QUE AUXILIAM NA IDENTIFICAÇÃO DOS SOLOS 58
6.3.1 TEXTURA 58
6.3.2 COMPACIDADE 61
6.3.3 FORMA DOS GRÃOS 62
6.4 USO DA GRANULOMETRIA 63
8.1 CONTEXTUALIZAÇÃO 82
8.2 SISTEMA UNIFICADO DE CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS 82
8.2.1 SOLOS GROSSOS 83
8.2.2 SOLOS FINOS 85
8.3 SISTEMA H.R.B. 89
2
9 Bibliografia 92
3
2 APRESENTAÇÃO
O presente volume intitulado “Notas de Aula de Solos I”, tem por objetivo reunir os
tópicos de maior relevância na área de mecânica dos solos, essenciais a formação do
Técnico Nível Médio em Estradas.
Definições preliminares;
Classificação de solos.
Agosto de 2008
“Nada deveria ser capaz de causar dano a qualquer pessoa, a não ser
ela mesma. Deveria ser impossível roubar uma pessoa. Afinal, o que
ela realmente possui é o que traz dentro de si; o que está fora não
deveria ter importância alguma”
Oscar Wilde
4
3 DEFINIÇÕES PRELIMINARES
Recalque em fundações;
Ruptura de taludes;
5
3.2 DEFINIÇÃO DE SOLOS
6
3.2.1 FASE SÓLIDA
Consiste dos grãos propriamente ditos, ou seja, as partículas sólidas que diferem-
se em relação ao tipo de solo analisado. Podem variar em formato, natureza ou
composição mineralógica. As diferenciações decorrem da sua origem de formação, onde
os agentes e a rocha mãe, irão caracterizar futuramente os grãos.
Amostra
Secagem da
amostra ao ar
Almofariz
Pesagem
# 2,00mm # 0,42mm
Granulometria Granulometria
Fração desprezada LL (70g)
Ø>2,00mm Ø<2,00mm (120g)
Densidade real
LP (50g)
(10g)
Umidade Fatores de
higroscópica(10g) contração (50g)
A água contida em uma porção de solo, por incrível que pareça, tem várias
denominações. Esta diferenciação decorre de como a água é encontrada ou influencia no
comportamento de uma massa em análise. A fase líquida pode estar expressa das
seguintes formas:
Água Capilar;
Água Higroscópica;
7
Água Adesiva;
Água de Constituição.
Trata-se da água, que preenchidos todos os vazios de um maciço de solo, tem seu
comportamento regido pelas leis da hidráulica .É a água que circula livremente pelo solo,
po-dendo entrar ou sair .através dos poros. De forma genérica podemos assegurar que a
água livre é:
3.2.2.2Água Capilar
8
As franjas capilares têm uma importância primordial para os agrônomos, pois daí
as plantas retiram água e outras substâncias que necessitam. Para os engenheiros
geotécnicos, o maior interesse está no que acontece abaixo do NA, onde as pressões
intersticiais da água, ou poropressões ( u0 ), são positivas e calculadas pela expressão:
uo = Zw x W
9
3.2.2.3Água Higroscópica
3.2.2.4Água Adesiva
3.2.2.5Água de Constituição
10
3.3 EMPREGO DO CONHECIMENTO DE SOLOS NA ENGENHARIA CIVIL
O solo, sob o ponto de vista da engenharia geotécnica, poderá ser utilizado tanto
em suas condições naturais quanto como material de construção. Em sua condição
natural, será usado como elemento de suporte de uma estrutura ou como a própria
estrutura, nem sempre sendo possível melhorar suas propriedades de uma forma
econômica.
11
O escorregamento de solo durante a construção do canal do Panamá,
1913;
Em 1925 o professor Karl Terzaghi publicou seu primeiro livro de Mecânica dos
solos, baseado em estudos realizados em vários países, depois do início dos grandes
acidentes.
A litosfera (do grego "lithos" = pedra) é a camada sólida mais externa do planeta
Terra, constituída por rochas e solo. É também denominada como crosta terrestre.
12
A existência da astenosfera foi evidenciada através do estudo do comportamento
das ondas sísmicas. Na astenosfera, a velocidade de propagação das ondas sísmicas
diminui. Como há um abaixamento da velocidade de propagação das ondas, admite-se
que o material deve ser menos rígido, menos elástico e mais plástico que nas regiões
acima e abaixo dela.
13
4 FORMAÇÃO DOS SOLOS, FORMA DAS PARTÍCULAS E ESTRUTURA
4.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A Mecânica dos Solos lida com várias propriedades e características dos solos
avaliadas por meio de exames e ensaios laboratoriais executados sobre amostras de
solos.
14
Embora as rochas sedimentares representem uma pequena porcentagem em
relação ao volume, cerca de 5%, o seu estudo reverte-se da maior importância para a
Engenharia Civil, pelo fato de cobrirem cerca de 70% da Crosta Terrestre.
15
As plantas ou animais dão também origem a alteração mecânica: as raízes
crescendo através das fendas e aumentando-as; os animais incluindo o homem fazendo
escavações. A cristalização de sais dá, pela sua expansão, origem ao alargamento e
propagação de fendas.
Nos climas secos, o impacto de grãos de areia transportados pelo vento provoca
uma erosão muito rápida da superfície das rochas.
Por outro lado, os produtos de alteração química resultam de ataque dos minerais
das rochas pela água do solo. O anidrido carbônico do ar e materiais orgânicos do solo
superficial são as fontes comuns para a formação de ácidos que se dissolvem na água e
atacam as rochas.
16
Em resumo: da alteração das rochas ígneas resulta na permanência do quartzo
resistente, a formação de sílica coloidal, mineral argila e hidróxidos de ferro em
associação com carbonatos de álcalis e terras alcalinas que são dissolvidas.
Geralmente as alterações das rochas não ocorrem de forma regular de cima para
baixo. A existência de fraturas e juntas permitem a penetração dos agentes de alteração
pelas descontinuidades atingindo-se assim maiores profundidades. A partir das
descontinuidades processa-se o ataque químico que é mais intenso nas arestas
produzindo blocos arredondados, cujo processo se denomina alteração esferoidal.
Nos desertos quentes, a falta de água faz com que o fenômeno de decomposição
não se desenvolva, e neste caso predominam a formação de areias; ali os efeitos de
alternância entre tração e compressão sobre as rochas, produzidos pela elevação e
queda periódica e contínua de temperatura são os mecanismos de ataque
determinantes.
17
HIDRATAÇÃO: Penetração da água nos minerais, através de fissuras. A
hidratação ocasiona nos Granitos e Gnaisses a transformação de
feldspato em argila.
4.3.2 CLIMA
O clima através dos seus principais fatores climáticos, temperatura e chuva, têm
grande importância no desenvolvimento da alteração das rochas.
Resumindo: a ação do clima traduz-se por alterações químicas que ocorrem mais
facilmente em climas quentes úmidos, pois são atenuadas por baixas temperaturas e
praticamente interrompidas com a falta de água; e por alterações mecânicas favorecidas
em regiões de variações rápidas de temperatura ou com ação do gelo e predominam,
portanto nas regiões subpolares, em desertos e em áreas montanhosas.
18
Subpolar: alteração mecânica, principalmente devido à ação da
fragmentação produzida pelo gelo;
4.3.3 TOPOGRAFIA
4.3.4 VEGETAÇÃO
4.3.5 TEMPO
Uma seção vertical das camadas de um solo desde a superfície até a rocha mãe
constitui um perfil do solo, que se divide em horizontes.
19
O perfil de um solo descrito acima é utilizado pelos geólogos e foi aqui muito
enfatizado porque em muitas regiões dispõe-se de mapas ou cartas de solos para fins
agrícolas com as respectivas classificações pedológicas que podem constituir um
instrumento muito útil de estudo. Mas para evitar confusões de nomenclatura e de
critérios de classificação adotados em engenharias de solos, mostra-se no esquema
seguinte a relação entre solo pedológico e o solo do ponto de vista da engenharia de
solos.
20
Solo laterítico: solo cuja fração argilosa tem uma relação molecular
SiO2/R2O3<2 e apresenta baixa expansibilidade
Solos residuais são os solos que permanecem no local de decomposição rocha que
lhes deu origem. Para a sua ocorrência é necessário que a velocidade de remoção do
solo seja menor que a velocidade de decomposição da rocha.
21
Camada superficial de solo residual com porosidade e grau de
saturação baixos (denominada por vezes de zona porosa);
22
Gravidade (Solos Coluvionares)
4.4.2.1Solos eólicos
Transporte pelo vento. Devido ao atrito os grãos dos solos transportados possuem
forma arredondada. A ação do vento se restringe ao caso das areias e dos siltes. São
exemplos de solos eólicos as DUNAS e os solos LOÉSSICOS.
Dunas – Barreira.
Loéssicos – Vegetais.
4.4.2.2Solos aluvionres
Sem coesão.
4.4.2.3Solos glaciais
4.4.2.4Solos coluvionares
23
4.4.3 SOLOS ORGÂNICOS
O engenheiro civil quando projetam as suas obras têm que ter em atenção não só
as condições e propriedades que estão presentes no início dos trabalhos, mas também
saber como evoluirão essas propriedades ao longo da vida das obras.
4.5.1 TENSÃO
24
Durante a formação de um depósito as tensões totais impostas às várias camadas
vão aumentando à medida que cresce a altura do solo sobre as camadas; e assim as
propriedades das camadas de solo vão evoluindo com a formação do depósito. A
remoção do solo por erosão faz, pelo contrário, diminuir as tensões aplicadas às
camadas de solo subjacentes.
4.5.2 TEMPO
4.5.3 ÁGUA
Este fator é também muito principalmente nos solos argilosos onde a simples
presença da água faz com que as forças atrativas existentes entre partículas de argila
reduzam. A água existente nos poros recebe parte das cargas aplicadas ao solo,
influenciando assim o seu comportamento. Uma argila que quando seca apresenta
resistência apreciável, quando bem misturado com a água, transforma-se num lodo com
comportamento fluido. Assim, o aumento do conteúdo de água num solo fino geralmente
reduz a resistência.
25
freáticos e estes são fatores que não podem ser esquecidos e há que ponderar
cuidadosamente em que medida a conseqüente alteração de comportamento do solo
pode vir a afetar as obras previstas.
4.5.4 AMBIENTE
Uma argila sedimentar ou compactada pode formar-se com um fluido nos poros
com ma determinada composição que pode evoluir ao longo da vida do depósito. Como é
o caso das argilas marinhas depositadas em água salgada. Por movimentos epirogênicos
de levantamento pode a formação argilosa atingir níveis superiores ao do mar e ficar
assim sujeita à percolação de águas com teores de sal muito mais baixo do que os da
água da mar.
Este efeito da lixiviação atuando durante séculos removerá os sais da água dos
poros alterando significativamente a composição do fluido dos poros. Como se verá a
redução do teor eletrolítico da água entre partículas de argila pode reduzir a atração
entre elas e em conseqüência a respectiva resistência ao corte.
4.5.5 PERTURBAÇÃO
26
A forma arredondada é praticamente esférica, enquanto que angulares é a que
apresenta arestas e vértices pontiagudos (por exemplo, pedra britada). Quando estas
arestas e vértices estão arredondados pelo efeito de rolamento e abrasão mecânica, se
tem a forma sub-angular, os quais por um processo mais intenso da erosão podem obter
a forma sub-arredondada final.
Nos solos finos a forma das partículas tende a ser achatada, porque as minerais
argilas, em sua maior parte se adotam a forma laminar; com exceção de alguns minerais
que possuem forma fibrosa. Nestes materiais a influência da forma é muito importante,
pois a cada um dos dois mencionados corresponde a uma diferente relação entre área e
volume da partícula e, portanto, uma atividade superficial muito distinta, no que se
refere à absorção.
A partícula de forma laminar tem duas dimensões muito maiores que a terceira; na
forma fibrosa uma dimensão da partícula é muito maior que outras duas. A forma
laminar é a mais freqüente nos minerais de argila. A forma fibrosa é muito mais rara
(haloisita, e algumas outras formas mineralógicas não muito comuns).
Durante muitos anos acreditou-se que o tamanho das partículas era o fator
dominante em algumas importantes propriedades mecânicas, concretamente na
compressibilidade. Hoje se estima que a forma das partículas exerce um papel muito
mais preponderante nesta propriedade.
27
análogo; aplicando uma pressão muito pequena na areia com pistão, esta compressão
por ser muito pequena, que dificilmente se faz sentir; e se as mesmas pressões fossem
aplicadas na mica podem produzir reduções volumétricas de até 80%.
As partículas maiores designados por pedregulho, areia e silte, podem ter formas
arredondadas ou angulosas. As formas das partículas refletem a origem e a história
geológica de material. Muitas das partículas dos solos são provenientes dos processos de
alteração de rochas tem inicialmente formas angulosas. A subseqüente abrasão durante
a seu transporte (pela ação da água, vento ou gelo) reduz as irregularidades.
A forma das partículas na mistura com dimensões de “argila” (< 2μ) depende da
sua composição química e da sua estrutura cristalina. Quando as partículas de argila,
dado que a sua estrutura cristalina, consiste de uma sucessão de lâminas contendo
sílica, alumina, oxigênio e hidrogênio a sua forma corrente é de placas. É o caso das
argilas pertencentes aos grupos da caulinita, ilita e montmorilonita. A haloisita é uma
exceção, pois as suas partículas têm forma alongada.
A espessura das partículas de argila é da ordem de 10-6 mm, mas sua largura é
muitas vezes superior. Nas Figuras seguintes mostram-se aproximadamente as formas
das partículas da caulinita e de ilita.
Serão estudadas agora as disposições adotadas pelas partículas minerais para dar
lugar ao conjunto chamado solo. Primeiramente convém insistir na afirmação de que o
solo nunca é um mero agregado desprovido de organização; antes ao contrário, suas
28
partículas se dispõem sempre na forma organizada, seguindo algumas leis fixas e
segundo a ação de forças naturais susceptíveis a analises.
Por outro lado, nos solos formados por partículas muito pequenas (siltes e argilas),
as forças que intervém nos processos de estruturação são de caráter muito mais
complexo e as estruturas resultantes só podem ser parcialmente verificadas por métodos
indiretos, relativamente complexos e ainda em pleno desenvolvimento. Tudo isso faz que
os mecanismos de estruturação e ainda as mesmas estruturas resultantes são em
relação aos solos, matéria de hipótese.
29
As areias naturais muito uniformes em tamanho possuem valores da porosidade e
índice de vazios muito próximos do acima descrito. Mas nas areias comuns, os valores
podem diminuir apreciavelmente e uma pequena porcentagem de partículas laminares
aumenta sensivelmente o volume de vazios no estado mais solto; em areias bem
graduadas, com ampla gama de tamanhos, os estados mais fofos e mais compactos tem
valos da porosidade e índice de vazios muito menores que os que correspondem a
acumulação de esferas iguais.
Onde:
Nas areias finas deve haver grande diferença nos resultados segundo se tenha
determinado num ou outro estado; além disso, quando se fazem determinações no
estado seco, os resultados dependem do tempo transcorrido a partir do momento da
extração da amostra da estufa ou secador, pois o ar pode transmitir umidade. Também
influem o tamanho do recipiente de onde se compacta a amostra (para a determinação
do emin) e o método de compactação; têm-se propostos vários métodos, porém até
hoje, nenhum é considerado perfeito. Por exemplo, em um solo bem graduado, com 10%
de partículas de tamanho menor que 0,04 mm de diâmetro foi encontrados em uma
prova que sua relação de vazios variava entre 0,57 e 0,62 no estado mais fofo e entre
0,28 e 0,30 no mais compacto; estas flutuações foram atribuídas à umidade
higroscópica, pois se tem encontrado variações de 0,01 na relação de vazios ao se retirar
a amostra do secador e expô-la ao ar durante 10 ou 15 minutos.
30
variações anteriores são suficientes para produzir uma diferença na compacidade
relativa na ordem de 10%. Para tanto, dita compacidade relativa não pode se considerar
como uma quantidade fixa e, em cada caso, deve ser descrito detalhadamente o método
de determinação empregado.
Nestas partículas, a gravidade exerce um efeito que faz com que tendam a se
sedimentar, mas dada sua pequena massa, outras forças naturais podem ter uma
magnitude significativa. A partícula, antes de chegar ao fundo do depósito, toca a outra
partícula já depositada, a força de aderência desenvolvida entre ambas, pode neutralizar
o peso, fazendo com que a partícula seja detida antes de completar seu percurso: outra
partícula pode agora ter o mesmo comportamento e assim elas poderão chegar a formar
uma tela, com quantidade importante de vazios, a modo de um painel.
Este mecanismo produz uma estrutura muito frágil e solta, com grande volume de
vazios, chamada floculenta, ou algumas vezes, alveolar de ordem superior.
31
desenvolvem. Desta maneira podem começar a formar flocos de massa maior, que
tendem a se depositar.
32
A estrutura é formada em condições que permitem a sedimentação de partículas
grossas e finas simultaneamente; isto ocorre freqüentemente na água do mar ou lagos,
com conteúdo apreciável de sais, donde o efeito floculante dos sais coexiste com o
arraste de ventos, correntes de água, etc.
Assim se produz nas regiões de aproximação entre os grãos grossos uma liga
argilosa coloidal altamente consolidada, que define fundamentalmente a capacidade do
esqueleto para suportar cargas. Estas ligas argilosas estão sujeitas a pressões muito
maiores que o meio da massa do solo, mesmo que a argila preencha os vazios do
esqueleto se mantenha branda e solta, sujeito a pressões comparativamente muito
menores.
33
4.7.5 ESTRUTURA EM “CASTELO DE CARTAS”
Além disso, nas investigações de referência permitiu notar que, embora a partícula
do solo tenha carga negativa parece certo que nas suas arestas exista uma concentração
de carga positiva que faz com que essa zona localizada se atraia com outra superfície
qualquer de uma partícula vizinha. Tomando isto como consideração, os investigadores
mencionados propuseram para as argilas uma estrutura tal como a quemostra a figura
abaixo, na qual se denominou “castelo de cartas”.
34
Conforme isso esteja ocorrendo, atuam entre a partícula pressões osmótica
inversamente proporcional ao espaçamento entre elas. As pressões osmóticas tendem a
fazer com que as partículas se separem e assumam uma posição tal como mostrado
esquematicamente na figura a seguir.
Em (a) e (b) mostra-se o mecanismo pelo qual a pressão osmótica tende a atuar,
para chegar a uma condição mais uniforme, que as partículas se separem. Mostra-se em
(c) a estrutura na condição final.
Pode parecer à primeira vista que a composição das partículas de um solo é uma
característica muito importante deste. No entanto, não existem correlações práticas
entre a composição das partículas de um solo e os seus comportamentos. O que é
importante é que ajuda na interpretação e a compreensão desse comportamento.
35
As partículas de solo podem ser orgânicas ou inorgânicas. As partículas
inorgânicas são minerais. Um mineral é um elemento ou um composto químico natural
(tem composição química que pode ser expressa por uma fórmula) formado por
processos naturais.
36
5 FASES CONSTITUINTES DO SOLO
5.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Uma vez que o volume ocupado por um pedaço de solo deverá, de uma maneira
geral, incluir materiais nos três estados da matéria – sólido, líquido e gasoso - os
depósitos de solos são considerados sistemas trifásicos.
Por outras palavras, tais cálculos ajudam a estabelecer em que estado se encontra
um depósito de solo, nomeadamente no que se pretende com a sua aptidão para servir
de fundação ou para ser utilizado como material de construção. Por este motivo,
conhecer a terminologia e as definições relacionadas com a composição do solo, é um
fator fundamental para o estudo da Mecânica dos Solos e, portanto da Geotecnia.
O solo, tal como existe na Natureza, constitui uma acumulação, mais ou menos ao
acaso, de partículas sólidas (minerais e/ou orgânicas), de água e de ar, tal como mostra
a Figura a seguir.
37
As partículas sólidas do solo são pequenos grãos de diferentes minerais, cujos
vazios podem ser preenchidos por água, ar, ou parcialmente por ambos (ar e água).
Define-se mineral como uma substância inorgânica e natural, com uma estrutura interna
definida (átomos e íons) e com composição química e propriedades físicas fixas ou
variam dentro de limites definidos.
As partículas sólidas dos solos grossos são constituídas por silicatos (feldspatos,
micas, olivinas, etc.), óxidos (quartzo), carbonatos (calcita, dolomita), sulfatos (limonita,
magnetita). Já os solos finos são constituídos por silicatos de alumínio hidratado (argilo-
minerais).
38
5.2.1 RELAÇÃO ENTRE PESOS
5.2.1.1Teor de umidade (w , h)
O teor de umidade de um solo é determinado como a relação entre o peso de água (Ww)
e o peso das partículas sólidas (Ws) em um volume de solo.
O teor de umidade pode assumir o valor de 0% para solos secos (Ww = 0) até valores
superiores a 100% em solos orgânicos.
É a relação entre o volume de vazios (Vv) e o volume dos sólidos (Vs), existente
em igual volume de solo. Este índice tem como finalidade indicar a variação volumétrica
do solo ao longo do tempo, tem-se:
Exemplo de valores típicos do índice de vazios para solos arenosos podem situar
de 0,4 a 1,0; para solos argilosos, variam de 0,3 a 1,5. Nos solos orgânicos, podemos
encontrar valores superiores a 1,5.
5.2.2.2Porosidade (η)
É a relação entre o volume dos vazios (Vv) e o volume total (V t) da amostra, tem-
se:
39
A porosidade é expressa em porcentagem, e o seu intervalo de variação é entre 0
e 100%.
40
5.2.3 RELAÇÃO ENTRE PESOS E VOLUMES
Em Mecânica dos Solos se relaciona o peso das diferentes fases com seus volumes
correspondentes por meio de pesos específicos.
É a relação entre o peso total (W) e o volume total da amostra (V) para um valor
qualquer do grau de saturação, diferente dos extremos:
É a relação entre o peso dos sólidos (Ws) e o volume total da amostra (V), para a
condição limite do grau de saturação (limite inferior - Sr = 0%), tem-se:
É a relação entre o peso total (W) e o volume total (V), para a condição de grau de
saturação igual a 100%, tem-se:
É a relação entre o peso dos sólidos (Ws) e o volume dos sólidos (Vs), dependendo
dos minerais formadores do solo, tem-se:
41
O valor do peso específico dos sólidos representa uma média dos pesos
específicos dos minerais que compõem a fase sólida. A Tabela a seguir apresenta o
intervalo de variação do peso específico dos sólidos de diversos tipos de minerais.
É a razão entre o peso de água (Ww) e seu respectivo volume (Vw). Nos casos
práticos adota-se o peso específico da água como: 1g/cm³ = 10kN/m³ = 1000kg/m³.
Quando a camada de solo está abaixo do nível freático, define-se o peso específico
submerso, o qual é utilizado para o cálculo de tensões.
É a razão entre o peso especifico real dos grãos (γs) e o peso específico da água a
4°C.
As fórmulas de definição dos índices físicos não são práticas, para a utilização em
cálculos e assim, recorre-se as fórmulas de correlação entre os índices, como as
apresentadas a seguir:
42
peso específico natural: γ = W/V
43
No campo a determinação de γ pode ser feita, ainda, utilizando-se um frasco ao
qual se adapta um funil munido de um registro (ABNT/NBR 7185/86 - Solo -
Determinação da massa específica aparente, "in situ", com emprego do frasco de areia).
O teor de umidade é obtido por diferença de peso de uma amostra de solo antes e
após a secagem em estufa. Os procedimentos adotados no laboratório (ABNT/NBR
6457/86 - Amostras de Solo - Preparação para ensaios de compactação e ensaios de
caracterização) são:
44
Pesa-se novamente o conjunto (Wc + Ws)
onde:
Ws = peso seco
Ww = peso da água
Wc = peso da cápsula
45
mesma marca, e determina-se a temperatura da suspensão e mediante a curva de
calibração do picnômetro, determinam-se o peso do picnômetro e a água para a
temperatura do ensaio.
W1 = Ww + Wp (água + picnômetro)
W1 - W2 = Ww + Wp - (Ww’ + Wp + Ws)
W1 - W2 = Ww - Ww’ - Ws
W1 - W2 = ΔWw – Ws
Ww = Vw . γw
Vs = Vw/γw
W1 - W2 = Vs . γw - Ws
Vs = (W1 - W2 + Ws) / γw
46
5.3.4 RETIRADA DE AMOSTRAS
Essas amostras, até um metro abaixo da superfície do terreno, poderão ser obtidas
através de ferramentas simples (pás, enxadas, picaretas e outras mais apropriadas a
cada caso), enquanto que para profundidade maior ter-se-á necessidade de ferramentas
especiais (trados ou um amostrador de parede grossa).
47
Ela é usada para se determinar às características do solo “in situ”, como os índices
físicos, o coeficiente de permeabilidade, os parâmetros de compressibilidade e de
resistência ao cisalhamento.
5.3.4.1Equipamentos e acessórios
48
5.3.4.2.1 Amostra deformada
Para este tipo de amostragem deve-se inicialmente, fazer uma limpeza no local de
trabalho, retirando a vegetação superficial, raízes e qualquer outra matéria estranha ao
solo, para só depois iniciar o processo de coleta de amostra.
Para profundidade maior do que seis metros, ou quando o furo exigir tubo de
revestimento deve-se usar o trado helicoidal.
49
Ensaio SPT, introduzidos entre nós há mais de 40 anos, é o mais adotado por todos
os institutos técnicos e oficiais, e firmas particulares especializadas. O Ensaio SPT
obedece os critérios estabelecidos na NBR 6484/01.
50
5.3.4.2.2 Amostra indeformada
51
sondagens mais simples e das sondagens em questão está nos
amostradores, sendo os mais busuais, os amostradores de parede
fina, o amostrador de pistão, o amostrador de pistão estacionário, o
amostrador de pistão “Osterberg” e o amostrador “Denison” ou
barrilete triplo.
5.3.4.3Dimensionamento da amostra
Para uma amostra indeformada deve-se partir das dimensões dos corpos de prova
e assim chegar-se ao número e às dimensões necessárias de cada bloco.
Será preciso levar em consideração que durante a realização dos ensaios poderá
ocorrer uma perda de material e que alguns ensaios deverão ser repetidos. Além disso, a
condição do local após a amostragem poderá não permitir a retirada de novas amostras,
bem como, a sua distância até o laboratório e a movimentação do pessoal e
equipamento para a amostragem trarão custos adicionais a obra. Assim uma sobra de
material no laboratório, desde que, não excessiva é sempre preferível a uma falta de
material.
52
5.3.4.3.2 Amostra indeformada
Na amostragem de bloco, este deve ter forma cúbica com lados variando entre 20
e 30cm, o que permitirá a retirada de 9 a 18 C. P. (corpos de prova), com 5,0 cm de
diâmetro e 12,5 cm de altura, desde que o solo esteja em boas condições.
O bloco não deverá ter lado menor do que 20,0 cm, pois isso diminuirá e muito o
número de corpos de prova com as dimensões já citadas, nem deverá ter dimensão
maior do que 30,0 cm, pois isso aumentará o seu peso, dificultando o manuseio em
campo e no laboratório, com um risco maior de alteração estrutural.
53
6 GRANULOMETRIA DOS SOLOS
6.1 INTRODUÇÃO
As partículas de um solo, grosso ou fino, não são esféricas, mas se usará sempre a
expressãodiâmetro equivalente da partícula ou apenas diâmetro equivalente, quando se
faz referência ao seu tamanho. Para os materiais granulares ou fração grossa do solo, o
diâmetro equivalente será igual ao diâmetro da menor esfera que circunscreve a
partícula, enquanto que para a fração fina este diâmetro é o calculado através da lei de
Stokes.
54
A colocação de pontos, representativos dos pares de valores diâmetro equivalente
- porcentagem de ocorrência, em papel semilogaritmo permite traçar a curva de
distribuição granulométrica, conforme mostrada na Figura à seguir, onde em abscissas
estão representados os diâmetros equivalentes e em ordenadas as porcentagens
acumuladas retidas, à esquerda e as porcentagens que passam, à direita.
55
No Brasil a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT/NBR 6502/95) –
Terminologia - Rochas e Solos define como:
56
pressão dos dedos. Caracteriza-se pela sua plasticidade, textura e
consistência em seu estado e umidade naturais.
6.3.1 TEXTURA
Para solos com grãos menores que a abertura da peneira de nº 200 (0,075mm), a
granulometria é de pouca importância para a solução dos problemas de engenharia
geotécnica.
Três parâmetros são utilizados para dar uma informação sobre a curva
granulométrica:
57
Os solos que apresentam:
Cu > 15 desuniformes;
58
As curvas granulométricas do exemplo anterior apresentam valores para os
diâmetros específicos e coeficientes mostrados na tabela à seguir:
59
6.3.2 COMPACIDADE
60
Qualitativamente correlaciona-se a compacidade de areias e siltes arenosos com a
resistência a penetração obtida no ensaio de penetração estática (SPT). Segundo
ABNT/NBR 7250/82, temos:
A forma mais comum, das partículas dos argilo-minerais formadores dos solos
argilosos é a laminar onde predominam duas dimensões, largura e comprimento, sobre a
espessura. As Figuras à seguir apresentam as classes de arredondamento, as partículas
de argila.
61
6.4 USO DA GRANULOMETRIA
Nos solos com grãos maiores do que a peneira de nº 200 (areias e pedregulhos) a
granulometria tem vários usos importantes. Por exemplo, os solos bem graduados, ou
seja, com uma ampla gama de tamanho de partículas, apresentam melhor
comportamento em termos de resistência e compressibilidade que os solos com
granulometria uniforme (todas as partículas têm o mesmo tamanho).
62
concreto, ele será mais denso, menos permeável e apresentará maior resistência à
alteração do que se fosse executado com agregado uniforme. Para o caso de concreto
asfáltico usando agregado bem graduado a quantidade de asfalto a ser empregado é
menor.
63
7 PLASTICIDADE E CONSISTÊNCIA DOS SOLOS
Os solos que apresentam certa porcentagem da fração fina (silte e argila), não
podem ser adequadamente caracterizados pelo ensaio de granulometria. São
necessários outros parâmetros tais como: forma das partículas, a composição
mineralógica e química e as propriedades plásticas, que estão intimamente relacionados
com o teor de umidade.
Define-se plasticidade como sendo a propriedade dos solos finos que consiste na
maior ou menor capacidade de serem moldados sob certas condições de umidade.
Segundo a ABNT/NBR 7250/82, a plasticidade é a propriedade de solos finos, de se
submeterem a grandes deformações permanentes, sem sofrer ruptura, fissuramento ou
variação de volume apreciável.
A influência do teor de umidade nos solos finos pode ser facilmente avaliada pela
análise da estrutura destes tipos de solos. As ligações entre as partículas ou grupo de
partículas são fortemente dependentes da distância. Portanto, as propriedades de
resistência e compressibilidade são influenciadas por variações no arranjo geométrico
das partículas. Quanto maior o teor de umidade implica em menor resistência.
64
7.2.1 ARGILO-MINERAIS
65
Logo, o plano comum das duas camadas é constituído por átomos de oxigênio e
hidroxilas, sendo a ligação entre elas iônica. A unidade estrutural das caulinitas, sob o
ponto de vista iônico, é neutra.
66
Como a água penetra com grande facilidade entre as camadas estruturais, as
montmorilonitas são de fácil dispersão na água, grande expansão e alta plasticidade.
Há, portanto, valências livres nas camadas limítrofes das unidades estruturais, que
são neutralizadas por cátions de K, dispostos entre as unidades superpostas.
67
A capacidade de adsorção de água e de permuta catiônica é devida, apenas, às
ligações quebradas das extremidades das camadas e, portanto, é pequena. O diâmetro
médio das ilitas varia entre 0,1 e 0,3 mícron.
Coesão (c)
r = c + (-u tg.
Onde:
r resistência ao cisalhamento
68
c coesão
Sob a denominação genérica de atrito interno, inclui-se não só o atrito físico entre
suas partículas, como o atrito fictício proveniente do entrosamento de suas partículas.
Nos solos não existe uma superfície nítida de contato, ao contrário, há uma infinidade de
contatos pontuais.
69
7.4 COESÃO
70
figura ao lado. Os grãos são, neste caso, pressionados uns contra os
outros pelo efeito da tensão superficial que age ao longo da linha de
contato entre o grão sólido e o filme de água. É a chamada coesão
aparente ou simplesmente coesão.
Pode-se visualizar este fenômeno tentando-se separar duas placas de vidro entre
as quais existe um filme d’água. Ver-se-á que aparecerá uma força que resiste a
separação, força esta oriunda dos meniscos que se formam entre as placas.
71
7.5 TIXOTROPIA
Essa propriedade é muito importante nas lamas de perfuração que devem ser as
mais líquidas possíveis durante a perfuração e o mais consistente possível quando não
se está perfurando, a fim de evitar “blow-up”.
72
apresentam variações de estado de consistência em função do teor de umidade. Isto é,
os solos apresentam características de consistência diferentes conforme os teores de
umidade que possuem.
Uma massa de solo argiloso no estado líquido (por exemplo, lama) não possui
forma própria e tem resistência ao cisalhamento nula. Retirando-se água aos poucos, por
secamento da amostra, a partir de um teor de umidade esta massa de solo torna-se
plástica, quando para um teor de umidade constante poderá ter sua forma alterada, sem
apresentar uma variação sensível do volume, ruptura ou fissuramento.
73
A plasticidade de um solo argiloso está relacionada à forma de suas partículas, e
que é característica do argilo-mineral existente no solo. Diversos autores vêm
procurando correlacionar os limites de consistência com os aspectos mineralógicos das
argilas.
74
O limite de liquidez de um solo é o teor de umidade que separa o estado de
consistência líquido do plástico e para o qual o solo apresenta uma pequena resistência
ao cisalhamento. O ensaio utiliza o aparelho de Casagrande, onde tanto o equipamento
quanto o procedimento são normalizados (ABNT/NBR 6459/82).
75
que definirá um ponto no gráfico de fluência. A repetição deste procedimento para teores
de umidade diversos, permitirá construir o gráfico apresentado anteriormente.
Convencionou-se, que no ensaio de Casagrande, o teor de umidade correspondente a 25
golpes, necessários para fechar a ranhura, é o limite de liquidez.
Uma explicação para o limite de plasticidade não é tão simples, como a do limite
de liquidez, podendo-se citar, entre outras, a que sugere que o limite de plasticidade
corresponde a um teor de umidade do solo que para valores menores do que ele, as
propriedades físicas da água não mais se igualam às da água livre ou de que o limite de
plasticidade é o teor de umidade mínimo, no qual a coesão é pequena para permitir
deformação, porém, suficientemente alta para garantir a manutenção da forma
adquirida.
76
de liquidez, ao perder água sofrerá uma diminuição do seu volume igual ao volume de
água evaporada, até atingir um teor de umidade igual ao limite de contração. A partir
deste valor a amostra secará a volume constante.
Se o peso específico dos sólidos não é conhecido, o limite de contração pode ser
determinado pela expressão:
77
7.10 ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA (IC)
Do seguinte modo:
Duras: as que não podem ser moldadas pelos dedos e que, ao serem
submetidas o grande esforço, desagregam-se ou perdem sua
estrutura original.
78
7.11 ÍNDICE DE LIQUIDEZ (IL)
Esse índice é unitário para solos com teor de umidade natural igual ao limite de
liquidez, e zero para solos que tem umidade natural igual ao limite de plasticidade.
O índice de liquidez é indicativo das tensões vividas pelo solo ao longo de sua
história geológica. Argilas normalmente adensadas têm índices de liquidez próximos da
unidade ao passo que argilas pré-adensadas têm índices próximos de zero.
onde,
w = umidade natural
LL = limite de liquidez
LP = limite de plasticidade
79
7.13 GRAU DE CONTRAÇÃO (C)
É a razão da diferença entre os volumes inicial (Vo) e final (Vf) após a secagem da
amostra, para o volume inicial (Vo), expressa em porcentagem:
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8 CLASSIFICAÇÃO DOS SOLOS
8.1 CONTEXTUALIZAÇÃO
Conclui-se que a classificação dos solos permite resolver alguns problemas simples
e serve de apoio na seleção de um dado solo quando se podem escolher vários materiais
a serem utilizados.
Os solos neste sistema são classificados em solos grossos, solos finos e altamente
orgânicos.
Cada tipo de solo terá um símbolo e um nome. Os nomes dos grupos serão
simbolizados por um par de letras. Onde o prefixo é uma das subdivisões ligada ao tipo
de solo, e o sufixo, às características granulométricas e à plasticidade.
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Na Tabela à seguir, nas duas últimas colunas, estão indicados os símbolos de cada
grupo e seus respectivos nomes, bem como uma série de observações necessárias a
classificação do solo.
Os solos grossos ou granulares são os que possuem partículas menores que 75mm
e que tenham mais do que 50% de partículas com tamanhos maiores do que 0,075mm
(# 200).
Sempre que as porcentagens de finos estiver entre 5 e 12%, o solo deverá ser
representado por um símbolo duplo, sendo o primeiro o do solo grosso (GW, GP, SW, SP),
enquanto que o segundo símbolo dependerá da região onde se localizar o ponto
representativo dos finos desse solo.
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83
8.2.2 SOLOS FINOS
Nesta divisão, foram colocados os solos que tem uma porcentagem maior ou igual
a 50%, de partículas com tamanho menor do que 0,075mm (passando na # 200). Estes
solos, siltes e argilas, foram inicialmente separados em função do limite de liquidez:
menor que 50% e maior ou igual a 50%.
Nele, os grupos estão distribuídos em cinco regiões, sendo a linha “A” separadora
dos solos argilosos inorgânicos (CL, CH) dos siltosos inorgânicos (ML, MH). A linha vertical
LL = 50% separa os solos de alta plasticidade (MH, CH) dos de baixa plasticidade (ML,
CL). Os solos orgânicos podem se situar, tanto acima quanto abaixo da linha “A”; as
argilas orgânicas serão representadas por pontos situados sobre ou acima dessa linha,
enquanto, os siltes orgânicos estarão abaixo. A quinta região é a hachurada, onde o solo
deverá ter o símbolo duplo, CL-ML, representando solos LL < 50% e 4 ≤ IP ≤ 7. O gráfico
de plasticidade deverá ser usado na classificação, tanto dos solos finos quanto da fração
fina dos solos grossos.
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Na última revisão do SUCS foi introduzida, a linha “U” para ajudar na avaliação dos
resultados dos ensaios de limites de consistência, visto que ela deve representar um
limite superior empírico para os solos naturais. Qualquer ponto que venha se situar
acima dessa linha deve ter os resultados dos ensaios verificados. A linha “U”, tanto
quanto a linha “A”, é quebrada, iniciando-se na vertical para LL = 16% até IP = 7% e a
partir desse ponto tem a equação: IP = 0,9 . (LL - 8).
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1: Válido para material passando na peneira de 75mm abertura
3: Pedregulhos
4: Areias
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SP – SH: Areia mal graduada com silte
A Tabela a seguir apresenta esta classificação, onde os solos estão reunidos por
grupos e subgrupos.
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onde:
c = LL - 40% (0 - 20)
d = IP - 10% (0 - 20)
De acordo com a Tabela a seguir os solos se dividem em dois grupos: solos grossos
(quando a % passante na peneira nº 200 é inferior a 35%) e solos finos (quando a %
passante na peneira nº 200 é superior a 35%). A classificação é feita da esquerda para a
direita do quadro apresentado.
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9 BIBLIOGRAFIA
PEIXOTO JR, T.de L.; FELEX, J.B. Mecânica dos solos e hidrologia
aplicada a pequenas obras: um resumo introdutório. Manual técnico
Geotêxtil Bidin-RHODIA SA. São Paulo, 1990.
ORTIGÃO, J.R. Mecânica dos solos dos estados críticos. Livros técnicos
científicos editora Ltda. Rio de Janeiro, 1993.
91
UNIVERVIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS. Índices físicos.
http://www.geotecnia.ufjf.br/MECSOL/T11_CONSISTENCIA.htm
92